Atividades Mais Educação Professora Fabiana
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O defunto vivo
Em alguns arraiais do interior mineiro, quando morria algum, costumavam buscar o caixo na
cidade vizinha, de caminho. Certa feita, vinha pela estrada um caminho com sua lgubre
encomenda, quando algum fez sinal, pedindo carona. O motorista parou.
O homem disse que no tinha importncia, que estava com pressa. Agradeceu e subiu. E a
viagem prosseguiu.
Nisto comea a chover. O homem, no tendo onde se esconder da chuva, vendo o caixo
vazio, achou melhor deitar-se dentro dele, fechando a tampa, para melhor abrigar-se. Com o
balano da viagem, logo pegou no sono.
- Se voc no se importa de viajar com o outro que est l em cima, pode subir.
O segundo homem subiu no caminho. Embora achasse desagradvel viajar com um defunto
num caixo, era melhor que ir a p para o povoado.
Levantando devagarinho a tampa do caixo e pondo a palma da mo para fora, fala em voz
alta:
Foi um corre-corre dos diabos. No ficou um em cima do caminho. Dizem que tem gente
correndo at hoje.
(Weitzel, Antnio Henrique. Folclore literrio e lingustico. Juiz de Fora, MG. EDUFJF, 1995)
Aps ler este causo, e tendo em mente a estrutura e os elementos da narrativa, responda:
1.O narrador participa ou no da histria? Justifique sua resposta com um trecho do texto.
2.Em Se voc no se importa de viajar com o outro que est l em cima, pode subir,
a)quem o outro a quem o motorista se refere?
b)e como entenderam as demais pessoas?
4. Identifique no texto:
Situao inicial
Conflito
Clmax
Desfecho
2
5. Houve uma interpretao equivocada da fala do motorista e das pessoas que pediram
carona? Que efeito esse fato traz para a histria?
Era uma vez um bando de ratos que vivia no buraco do assoalho de uma casa velha. Havia
ratos de todos os tipos: grandes e pequenos, pretos e brancos, velhos e jovens, fortes e fracos,
da roa e da cidade.
Mas ningum ligava para as diferenas, porque todos estavam irmanados em torno de um sonho
comum: um queijo enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos seus narizes. Comer o queijo
seria a suprema felicidade Bem pertinho modo de dizer.
Na verdade, o queijo estava imensamente longe porque entre ele e os ratos estava um gato O
gato era malvado, tinha dentes afiados e no dormia nunca. Por vezes fingia dormir. Mas bastava
que um ratinho mais corajoso se aventurasse para fora do buraco para que o gato desse um pulo
e, era uma vez um ratinho Os ratos odiavam o gato.
Quanto mais o odiavam mais irmos se sentiam. O dio a um inimigo comum os tornava
cmplices de um mesmo desejo: queriam que o gato morresse ou sonhavam com um cachorro
Como nada pudessem fazer, reuniram-se para conversar. Faziam discursos, denunciavam o
comportamento do gato (no se sabe bem para quem), e chegaram mesmo a escrever livros
com a crtica filosfica dos gatos. Diziam que um dia chegaria em que os gatos seriam abolidos
e todos seriam iguais. Quando se estabelecer a ditadura dos ratos, diziam os camundongos,
ento todos sero felizes
O queijo grande o bastante para todos, dizia um.
Socializaremos o queijo, dizia outro.
Era comovente ver tanta fraternidade. Como seria bonito quando o gato morresse! Sonhavam.
Nos seus sonhos comiam o queijo. E quanto mais o comiam, mais ele crescia. Porque esta
uma das propriedades dos queijos sonhados: no diminuem: crescem sempre. E marchavam
juntos, rabos entrelaados, gritando: o queijo, j!
Sem que ningum pudesse explicar como, o fato que, ao acordarem, numa bela manh, o gato
tinha sumido. O queijo continuava l, mais belo do que nunca. Bastaria dar uns poucos passos
para fora do buraco. Olharam cuidadosamente ao redor. Aquilo poderia ser um truque do gato.
Mas no era. O gato havia desaparecido mesmo. Chegara o dia glorioso, e dos ratos
surgiu um brado retumbante de alegria. Todos se lanaram ao queijo, irmanados numa fome
comum. E foi ento que a transformao aconteceu.
Assim, quanto maior o nmero dos ratos a comer o queijo, menor o naco para cada um. Os ratos
comearam a olhar uns para os outros como se fossem inimigos. Olharam cada um para a boca
dos outros, para ver quanto queijo haviam comido. E os olhares se enfureceram.
3
Alguns ameaaram a chamar o gato, alegando que s assim se restabeleceria a ordem. O projeto
de socializao do queijo foi aprovado nos seguintes termos:
Qualquer pedao de queijo poder ser tomado dos seus proprietrios para ser dado aos ratos
magros, desde que este pedao tenha sido abandonado pelo dono.
Mas como rato algum jamais abandonou um queijo, os ratos magros foram condenados a ficar
esperando. Os ratinhos magros, de dentro do buraco escuro, no podiam compreender o que
havia acontecido.
O mais inexplicvel era a transformao que se operara no focinho dos ratos fortes, agora donos
do queijo. Tinham todo o jeito do gato o olhar malvado, os dentes mostra.
Os ratos magros nem mais conseguiam perceber a diferena entre o gato de antes e os ratos de
agora. E compreenderam, ento, que no havia diferena alguma. Pois todo rato que fica dono
do queijo vira gato. No por acidente que os nomes so to parecidos.
Rubem Alves
8. As palavras em destaque so
( ) sinnimas.
( ) antnimas
9. Leia a frase:
vinte anos foi espancado nessa madrugada depois de ser visto beijando o namorado em um
restaurante.
Tem que bater mesmo para aprender a parar com essas viadagem. Pena que no o
mataram.
Joo envia o comentrio e fica cuidando para ver se ganha alguma curtida. Parece que Joo
no se lembra de que no ltimo almoo da empresa falou que no julga ningum pela
orientao sexual. Ainda esperando as curtidas, Joo entra no Facebook e depara-se com um
evento dedicado a ajudar os animais da cidade em que mora.
No cuidam nem do marido que tem em casa e ficam aqui pedindo rao para cachorro?
Aposto que esto cheias de loua suja na pia.
Na pia de Joo tem restos de pizza da semana passada. Para encerrar a noite, Joo entra na
pgina da atriz Tas Arajo e comenta: No sabia que macacas podiam atuar.
Bocejando, Joo desliga o computador e deita a cabea no travesseiro com a certeza de que
um cidado de bem. Um homem de famlia. Uma boa pessoa. Afinal, Joo nunca bateu em
uma mulher. Joo nunca xingou aquele colega gay, ao contrrio! Ele inclusive divide a mesa
com ele sem reclamar.
Existem muitos Joos na internet. Voc provavelmente conhece um deles. Pode ser aquele
seu colega do escritrio, ou aquele homem na fila do banco. Pode ser aquele seu primo que
voc s encontra nas festas de famlia. Ou pior: Pode ser voc.
Se voc for um Joo, aqui vai um pedido:
Pare de confundir a internet com um vaso sanitrio. A internet no um local feito para
voc descarregar as raivas de sua vida frustrada. Assim como em um banheiro, outras pessoas
utilizaro a internet junto com voc.
Essa noite antes de deitar na cama, faa a pergunta: estou confundindo a internet com o
meu banheiro? Se a resposta for sim, releia o texto.
Autora: Natlia Nodari
Questes
2) Explique o que a autora do texto quis dizer com o ttulo Sua me sabe que voc propaga
dio na internet? Qual a funo social desse texto?
4) Porque no decorrer do texto algumas frases esto entre aspas? O que elas representam?
5) Joo possui boas qualidades perante a sociedade , porm, quando est sozinho em frente
ao computador muda de identidade. Analise as frases abaixo e classifique os comentrios de
Joo. Assinale na alternativa que julgar referente ao comentrio de Joo. Em seguida, opine
sobre a atitude do personagem do texto.
a) Sai com uma roupa curta e depois reclama. Se estivesse em casa nada teria acontecido.
( )comentrio maldosos
( ) comentrio malicioso
( )comentrio preconceituoso
( )comentrio racista
Opinio:
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b) Tem que bater mesmo para aprender a parar com essas viadagem. Pena que no o
mataram.
( )comentrio maldosos
( ) comentrio malicioso
( )comentrio preconceituoso
( )comentrio racista
Opinio:
c) No cuidam nem do marido que tem em casa e ficam aqui pedindo rao para cachorro?
Aposto que esto cheias de loua suja na pia.
( )comentrio maldosos
( ) comentrio malicioso
( )comentrio preconceituoso
( )comentrio racista
Opinio:
6) Por que apesar das atitudes ruins Joo considera-se um bom cidado? Voc concorda com
ele? Justifique.
7) De acordo com o texto h muitos Joos pela vida afora. Voc conhece um Joo com as
caractersticas ao personagem do texto? Comente.
10) Pesquise na internet dois casos de atitudes preconceituosas na rede e qual foi a punio
dos envolvidos?
11) Faa um mural com o ttulo do texto em destaque, abaixo o texto do Joo, ao lado
exponha as pesquisas realizadas. Elabore frases de incentivo a no propagao de dio na
internet. Bom trabalho!
Aninha j estava com dois anos. Loira, linda. Nunca tinha cortado os cabelos. Eram amarelos-
ouro e cacheados. Parecia um anjinho barroco, diz a me coruja.
L um dia, a me pega uma enorme tesoura e resolve dar um trato na cabea da criana,
pois as melenas j estavam nos ombros. Chama a menina, que chega ressabiada, olhando a
cintilante tesoura.
Mame vai cortar o cabelinho da Aninha.
Aninha olha para a tesoura, se apavora.
No quero, no quero, no quero!!!
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No di nada
No quero!, j disse.
E sai correndo. A me sai correndo atrs. Com a tesoura na mo. A muito custo, consegue
tirar a filha que estava debaixo da cama, chorando temendo o pior. Consola a filha. Sentam-se
na cama. D um tempo. A menina para de chorar. Mas, no tira o olho da tesoura.
Olha, meu amor, a mame promete cortar s dois dedinhos.
Aninha abre as duas mos, j submissa, desata o choro, perguntando, olhando para a
enorme tesoura e para a prpria mozinha:
Quais deles, me?
Mrio Prata. 100 crnicas de Mrio Prata. So Paulo: Cartaz editorial, 1997.
Questes
Questo 1 O objetivo de quem escreveu o texto :
a) informar sobre um fato ocorrido.
b) expor uma opinio.
c) criticar um comportamento infantil.
d) contar uma histria.
Questo 5 Grife os termos que retomam o referente Aninha nas frases a seguir:
a) [] e resolve dar um trato na cabea da criana []
b) Chama a menina, que chega ressabiada, olhando a cintilante tesoura.
c) A muito custo, consegue tirar a filha que estava debaixo da cama []
d) A menina para de chorar.
Questo 6 A menina para de chorar. Mas, no tira o olho da tesoura.. Essa frase pode ser
reescrita da seguinte forma:
a) A menina para de chorar. Porm, no tira o olho da tesoura.
b) A menina para de chorar. Portanto, no tira o olho da tesoura.
c) A menina para de chorar. Porquanto, no tira o olho da tesoura.
d) A menina para de chorar. Afinal, no tira o olho da tesoura.
( ) presente
( ) futuro
Questo 9 Em Mame vai cortar o cabelinho []., a locuo grifada tem o sentido do
verbo:
a) cortaria
b) cortou
c) cortar
d) cortava
Vrgula
E viles.
Esse, juiz, corrupto.
Esse juiz corrupto.
A VRGULA FATAL
A VRGULA DA BLASFMIA
Foram almoar:
o Joo
o Maria
o Ricardo
o Pedro
o Augusto
Isso significa que devem ser separados por vrgula na frase original:
Vimos a em cima que, como regra geral, no se usa vrgula antes de e. Tem
s um caso em que vai vrgula, que quando a frase depois do e fala de uma
pessoa, coisa, ou objeto (sujeito) diferente da que vem antes dele. Assim:
No se usa a vrgula!
Com as regras acima, pode ter certeza de que voc vai acertar 99% dos casos
em que precisar da vrgula. Um erro muito comum que vejo
gente separando sujeito e predicado com vrgula. Isso errado, e voc
pode ser preso se for pego usando!
Jeito errado:
Seiya apanhava de Aioria, que batia em seu rosto, sua cabea, sua barriga, suas pernas e em
seus braos.
Saori Kido, a Deusa Athena, foi ferida no peito por uma flecha.
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Definio de saudade
Questes:
1. O autor narra um acontecimento que marcou a sua vida, de maneira profunda. Que
acontecimento esse? Por que foi marcante para ele?
3. Com qual objetivo o autor escreveu esse texto, tendo em vista o pblico ao qual ele quer
atingir?
Ana e Mia
Queridas amigas, o que seria de mim sem vocs? Com quem eu conversaria aqui em casa,
no prdio, na escola? Todas as garotas da turma s sabem repetir uma coisa: que estou
fazendo mal sade, que no posso continuar assim, que vou acabar com a minha vida. Mas o
que elas sabem da minha vida?
Quando as pessoas me olham, eu sei que pra me julgar, pra ter d, pra apontar o dedo, rir
baixinho pelas costas e agradecer a Deus por no serem assim.
Ningum entende o que eu vejo quando me olho no espelho. Ah, se eu pudesse arrancaria
todos os espelhos da casa, do elevador, do prdio, da escola! Mas como no d, fecho os olhos
diante deles, feito uma vampira amedrontada com o prprio reflexo.
Ningum sente o que eu sinto quando olho minhas fotos. Graas a Deus sobraram poucas,
agora que j rasguei quase todas, para desespero da minha me. Outro dia pedi emprestado
um lbum da Tatiana e roubei todas as fotos onde eu aparecia. A Tati ficou p da vida comigo,
mas fazer o qu? Semana que vem vou pedir emprestado um lbum da Ju e a vou fazer a
mesma coisa.
Ningum imagina o pavor que eu tenho da minha prpria sombra. Nenhum fantasma me
assusta, nenhum esprito me atormenta, mas que medo a minha sombra me provoca! Mal
posso olhar para ela, rolia, pesada, disforme, desengonada, deselegante, como eu.
Respondam, amigas: por que no posso ser como o Peter Pan, que perdeu a sombra? Por que
no posso ser transparente?
Quando a gente se encontra na casa da Ju, ou da Tati, as meninas ficam se admirando no
espelho, comentam como esto mudando, ficando adolescentes, virando moas. Todas
radiantes. Menos eu, claro. No acredito que algum possa sorrir para o espelho, feito elas.
Passar meses sem pisar na balana, feito a Ju. Ela me olha com aquele jeito de pena e diz:
Mas voc muito mais magra do que eu! Ser mesmo? s vezes nem sei mais no que eu
acredito.
Semana passada, na casa da Ju, eu espiei disfarado a cala jeans dela e vi que a bandida
tamanho 38. Como pode, se a minha 36? Ser que ela trocou a etiqueta, s pra me enganar?
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Ser que esto todos me enganando? Ser um compl pra eu no emagrecer? Pra nunca me
verem esbelta?
E os garotos? Estes so piores ainda. Antigamente vrios me paqueravam, me olhavam de
cima a baixo, sorriam pra mim. O Lucas, mesmo, vivia me mandando bilhetinhos, chamando
pra sair, pra ir no cinema. Dizia que eu era linda, queria me namorar de qualquer jeito. Ainda
bem que eu resisti, porque a esta altura do campeonato ele j teria terminado comigo. ,
porque agora ele nem olha mais pra mim. Tambm, gorda desse jeito que menino vai querer
me paquerar?
por isso que eu no posso bobear, no posso maneirar na dieta, tenho que controlar cada
caloria, cada gordurinha. Absolutamente tudo. Hoje eu entendo perfeitamente que a comida
minha inimiga. Inimiga, sim! De que mais eu poderia chamar? Ela nunca me pe pra cima,
nunca me alivia, nunca me consola, feito vocs. Ela faz de tudo pra chamar minha ateno, pra
desviar meus pensamentos de coisas boas. Mas eu garanto a vocs: ela no vai me derrubar,
ah, mas no vai mesmo! Sempre que eu fraquejo, perco o controle, cometo qualquer abuso,
logo, logo dou um jeito de compensar. Mas sabem de uma coisa, amigas? Tenho certeza de
que o corpo se acostuma com tudo. Cada vez menos calorias, cada vez mais ginstica, uma
pequena vitria a cada dia. At que finalmente, tenho certeza,meu corpo vai aprender a no
sentir falta da comida.
No fundo, a culpa no minha, a culpa desse mundo. ele que me persegue, que me
tortura, que me embrulha o estmago, que me faz vomitar. Se o mundo fosse outro, quem
sabe eu no precisaria fugir das fotos, da sombra, dos espelhos?
Se o mundo fosse outro eu no teria que ouvir estas palavras de nojo: anorxica! bulmica!
Eles no tm vergonha de lanar tanto desprezo sobre o meu corpo e minha alma?
Anorexia, bulimia. Se eles apenas conhecessem vocs duas como eu conheo, se
conhecessem seus segredos, sua intimidade, seus apelidos Sempre tenho vocs, Ana e Mia,
para desabafar.
Questes
2) Porque as amigas da personagem do texto a repreende dizendo que ela est fazendo mal
sade e que vai acabar com a prpria vida?
3) A personagem do texto relata que as pessoas olham para ela com qual inteno?
7) De acordo com o texto, a personagem realmente gorda como ela relata? Justifique sua
resposta com uma passagem do texto?
9) Voc acha que essa personagem precisa de tratamento? Onde ela deveria buscar ajuda?
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11) Voc conhece algum que passa pela mesma situao da personagem dessa histria? Qual
o conselho que voc deixa para as pessoas que sofrem com esses distrbios alimentares?