Mediunidade, Estudo e Prática Programa-2 PDF
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Estudo e Prática
MEDIUNIDADE:
Estudo e Prática
P r o g r ama I I
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FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA – FEB
ISBN 978-85-7328-769-1
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_________________________________________________________________
Sumário
Apresentação....................................................................................................... 9
Esclarecimentos.................................................................................................. 11
MÓDULO I:
REUNIÕES MEDIÚNICAS
PLANO GERAL DO MÓDULO N° 1 - REUNIÕES
MEDIÚNICAS
FUNDAMENTAÇÃO ESPÍRITA PRÁTICA MEDIÚNICA
Roteiro 1
Reuniões mediúnicas
sérias: natureza e
características
Objetivos
Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus,
porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. João (1 João, 4:1)
1. CONCEITO
A Reunião Mediúnica é uma atividade privativa, na qual se realiza assis-
tência aos Espíritos necessitados, integrada por trabalhadores que possuam
conhecimento espírita e conduta moral compatível com a seriedade da tarefa.
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Estudo e Prática da Mediunidade
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Programa II
Importa considerar que nem “[...]sempre basta que uma assembléia seja
séria, para receber comunicações de ordem elevada. Há pessoas que nunca riem
e cujo coração, nem por isso, é puro. Ora, o coração, sobretudo, é que atrai os
bons Espíritos. Nenhuma condição moral exclui as comunicações espíritas;
os que, porém, estão em más condições, esses se comunicam com os que lhes
são semelhantes [...].” 6 Percebe-se, pois, a enorme influência do meio sobre a
natureza das comunicações mediúnicas. “Em resumo: as condições do meio
serão tanto melhores, quanto mais homogeneidade houver para o bem, mais
sentimentos puros e elevados, mais desejo sincero de instrução, sem idéias
preconcebidas.” 7
A moral dos participantes imprime significativa influência na seriedade
da reunião mediúnica. Os médiuns — fazemos referências, aqui, a qualquer
membro do grupo mediúnico, sem exceção — moralizados fazem bom uso das
suas faculdades psíquicas. Em sentido oposto, os que “[...] delas fizerem mau
uso, serão punidos duplamente, porque têm um meio a mais de se esclarecerem
e o não aproveitam. Aquele que vê claro e tropeça é mais censurável do que o
cego que cai no fosso.” 2 A propósito, esclarece Allan Kardec:
Se o médium, do ponto de vista da execução, não passa de um instrumento,
exerce, todavia, influência muito grande, sob o aspecto moral. Pois que,
para se comunicar, o Espírito desencarnado se identifica com o Espírito
do médium, esta identificação não se pode verificar, senão havendo, entre
um e outro, simpatia e, se assim é lícito dizer-se, afinidade. A alma exerce
sobre o Espírito livre uma espécie de atração, ou de repulsão, conforme o
grau da semelhança existente entre eles. Ora, os bons têm afinidade com
os bons e os maus com os maus, donde se segue que as qualidades morais
do médium exercem influência capital sobre a natureza dos Espíritos que
por ele se comunicam. Se o médium é vicioso, em torno dele se vêm grupar
os Espíritos inferiores, sempre prontos a tomar o lugar aos bons Espíritos
evocados. As qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são:
a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor do próximo,
o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: o
orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e
todas as paixões que escravizam o homem à matéria. 4
O médium moralizado segundo as diretrizes evangélicas transforma-se
em pessoa de bem, apta a exercer seus dons psíquicos com retidão e honradez,
em benefício próprio e da coletividade. É por isso que “[...] mediunidade e
Evangelho têm que andar juntos. É imprescindível que assim seja, pois o mundo
está subvertido pelo materialismo, convulsionado pelo egoísmo, envenenado
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REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78.ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006, segunda parte. Cap. 19, item 225, p. 278.
2, ___. Cap. 20, item 226, pergunta 3ª, p. 295.
3. ___.Item 226, pergunta 11ª, p. 298.
4. ___. Item 227, p. 299.
5. ___. Cap. 21, item 232, p. 306-307.
6. ___. Item 233, p. 307.
7. ___. p. 308.
8. ___. Cap. 29, item 324, p. 421.
9. ___. Item 325, p. 442.
10. ___. Item 326, p. 442-443.
11. ___. Item 327, p. 443.
12. ___. p. 443-444.
13. ___. Item 328, p. 444.
14. ___. Item 329, p. 446.
15. ___. Item 331, p. 447.
16. ___. Item 332, p. 448.
17. O que é o espiritismo. 54. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 2 (Noções elementares
de Espiritismo), item 5 : Observações preliminares, p. 169.
18. MENDES, Idalício. Rumos doutrinários. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo:
Do médium e da mediunidade, item: Mediunidade – viga mestra do Espiritismo,
p.113.
19. PERALVA, Martins. Mediunidade e evolução. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002.
Item: Evangelho, espiritismo e mediunidade, p. 17.
20. XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Questão 387, p. 215.
21. ___. Questão 392, p. 218.
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Os Espíritos atestam sua presença
de diversas maneiras, conforme sua
aptidão, vontade e maior ou menos grau
de elevação.
Allan Kardec
Revista Espírita. Janeiro de 1858, p. 28
PROGRAMA II – MÓDULO I
Roteiro 2
Condições de
organização e
funcionamento
Objetivo
1. CONDIÇÕES GERAIS
1.1 Privacidade
As reuniões mediúnicas devem ser privativas, tendo as portas chaveadas
para se evitar a entrada de participantes atrasados ou de pessoas estranhas ao
trabalho. Não se justifica retardar o começo da reunião para aguardar a chegada
de alguém atrasado, visto que a equipe espiritual já está presente e não se atrasa.
Partindo do princípio que a atuação da equipe dos encarnados necessita ser feita
em conjunto, os retardatários não devem ser aceitos porque, além de não terem
participado da preparação inicial, ainda poderão interferir na concentração dos
demais, com ruídos e movimentação. “Doutrina Espírita, na essência, é uni-
versidade de redenção. E cada um dos seus profitentes ou alunos, por força da
obrigação no burilamento interior, é obrigado a educar-se para educar.” 19 Assim,
o fechamento da porta da reunião ocorrerá no horário determinado para o início
da reunião, antes da leitura preparatória. É recomendável que todo participante da
equipe chegue mais cedo, cerca de quinze minutos antes do início da reunião. 14
1.2 Os participantes da reunião
É fundamental que o trabalhador do grupo mediúnico esteja integrado em
outra atividade regular na Casa Espírita. Faz-se necessário também que tenha
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Estudo e Prática da Mediunidade
deve ser provocado com muita freqüência, para não causar desgastes físico e
psíquico aos médiuns. 3, 6
É medida de bom senso evitar a realização de reuniões extemporâneas
ou ocasionais, apenas realizando-as, em caráter excepcional, em atendimento
a situação especial, definida pela direção da Casa Espírita e por orientação
espiritual pertinente. A condução de uma reunião nos padrões evangélico-
-doutrinários deve pautar pela simplicidade.
1.4 Renovação, assiduidade e pontualidade da equipe
A renovação freqüente da equipe, “[...] reclamando contínuo trabalho
de fusão e assimilação da parte dos Espíritos, compromete ou pelo menos
demora os resultados.” 4 É desejável “[...] que ao menos um núcleo de antigos
membros permaneça compacto e constitua invariável maioria.” 4 Essa questão
precisa ser vista com cuidado e bom senso: nem abrir excessivamente as portas
do grupo, permitindo “um vai e vem de pessoas”, nem bloquear ou dificultar
a entrada de novos trabalhadores. 7 Pode-se programar a entrada de novos
participantes, de tempos em tempos, analisando caso a caso, considerando
as possíveis exceções.
Há outro ponto que merece ser analisado com critério: diz respeito à evasão,
à falta de assiduidade e à impontualidade de alguns participantes da reunião.
É necessário investigar as causas que estão produzindo estas ocorrências, com
lucidez e espírito de fraternidade.
Algumas hipóteses podem ser levantadas: talvez existam rivalidades,
autoritarismo, indisciplinas acentuadas, práticas doutrinárias incorretas
etc. É preciso estar atento que o “[...] que garante a estabilidade de um bom
grupo mediúnico [...] é o equilíbrio psíquico, emocional, daqueles que o
compõem.” 8
O responsável pela reunião, no plano físico, deve, então, conversar em
particular com o participante faltoso, impontual ou que abandonou o gru-
po, ouvindo-o atentamente para, em seguida, tomar uma decisão em que se
considere o trabalho da equipe, como um todo. As ausências e atrasos sis-
temáticos indicam que alguma coisa deve estar fora de controle, precisando
ser reajustada, uma vez que a adesão a qualquer trabalho espírita é sempre
de natureza voluntária. “Compreende-se, à vista desses fatos, quanto é neces-
sário aplicar uma atenção rigorosa à composição dos grupos e às condições
de experimentação.” 5
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Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78.ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, cap. 29, item 331, p. 447.
2. ___. Item 332, p. 448.
3. DENIS, Léon. No invisível. Tradução de Leopoldo Cirne. 24 ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Primeira parte. (O espiritismo experimental: as leis), cap. 9 (Condições
de experimentação), p. 89-90.
4. ___. p. 101.
5. ___. p. 102.
6. MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as sombras. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 1 (A instrumentação), item: O grupo, p. 27-49.
7. ___. p. 28-29.
8. ___. p. 38.
9. ___. p. 39.
10. PERALVA, Martins. Mediunidade e evolução. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002.
Cap. 7 (Estudar sempre), p. 34.
11. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André
Luiz. 26.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 9 (Templo espírita), p. 47-48.
12. ___. Cap. 10 (Recinto das reuniões), p. 51.
13. ___. p. 51-52.
14. ___. Cap. 14 (Pontualidade), p. 64.
15. ___. Cap. 17 (Iluminação), p. 73.
16. ___. Cap. 20 (Componentes da reunião), p. 85.
17. ___. Cap. 27 (Livros para leitura), p. 111.
18. XAVIER, Francisco Cândido. _ Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André
Luiz. 33. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Item: Raios, ondas, médiuns, mentes...
(mensagem de Emmanuel), p.10.
19. ___. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.
167 (Entendimento), p. 350.
31
É de notar que as provas de identidade
[dos Espíritos] vêm quase sempre
espontaneamente, no momento em que
menos se pense.
Allan Kardec
Revista Espírita. Julho de 1866, p. 295.
PROGRAMA II – MÓDULO I
Roteiro 3
Etapas da reunião
mediúnica
Objetivo
2. PARTICIPANTES
• Dirigente e substituto(s).
• Médiuns ostensivos (psicofônicos, psicógrafos, videntes).
• Médiuns esclarecedores (dialogador ou doutrinador).
• Equipe de apoio (aplicar passe, faz prece e irradiação mental).
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Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, cap. 25. Item 272, p. 362-363.
2. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André
Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 27 (Livros para leitura), p. 111.
3. ___. Cap. 28 (Leitura preparatória), p. 113.
4. ___. Cap. 29 (Prece inicial), p. 117.
5. ___. Cap. 30 (Manifestação inicial do mentor), p. 119-120.
6. ___. Cap. 32 ( Manifestação de enfermo espiritual-1), p. 125.
7. ___. Cap. 51 (Radiações), p. 179-180.
8. ___. Cap. 56 (Prece final), p. 197.
9. ___. Cap. 57 (Encerramento), p. 199.
10 ___. Cap.60 (Estudo construtivo das passividades), p. 209.
11. XAVIER, Francisco Cândido. Seara dos médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18 ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2006. Item: Cartão de visita, p. 17-18.
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PROGRAMA II – MÓDULO I
Roteiro 4
Critérios de
participação e
afastamento
Objetivo
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Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro.
126. ed. Rio de Janeiro: 2006. Cap. 17, item 4, p. 311.
2. ___. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Segunda parte, cap. 29, item 341, p. 456-457.
3. ___. Capítulos 20 e 21, p. 294-304, e p. 305-308.
4. ___. Obras póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 39. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Segunda parte, item: Projeto 1868 (Ensino espírita), p. 376.
5. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André
Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulos 5 (Superação de impedimentos:
chuva), 6 (Superação de impedimentos: visitas), 7 (Superação de impedimentos:
contratempos) e 8 (Impedimento natural), p. 37-45.
6. ___. Cap. 14 (Pontualidade), p. 64.
7. ___. Cap. 22 (Ausência justificada), p. 93-94.
8. ___. Cap. 70 (Culto do evangelho no lar), p. 239.
9. ___. Cap. 71 (culto da assistência), p. 241.
10. XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26 ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006, questão 392, p. 218.
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PROGRAMA II – MÓDULO I
Roteiro 5
Avaliação da reunião
mediúnica
Objetivo
Mas o que sai da boca procede do coração, e isso contamina o homem. Por-
que do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição,
furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. Jesus (Mateus, 15:18-19)
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Programa II
Avaliação
Ação Reflexão
Correção
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Programa II
Avaliação
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Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, cap. 24, item 266, p. 344.
2. ___. Cap. 29, item 331, p. 447.
3. XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel.
27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 8 (Jesus veio), p. 32.
4. ___. Cap. 16 (Endireitai os caminhos), p. 48.
5. VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 30. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. (Perante o fenômeno), p. 106.
6. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André
Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 60 (Estudo construtivo das passivi-
dades), p. 209.
7. ___. Cap. 65 (Reuniões de médiuns esclarecedores), p. 225.
8. XAVIER, Francisco Cândido. Educandário de luz. Por diversos Espíritos. 2. ed. São
Paulo: IDEAL, 1988. Cap. 5 (Conjunto: mensagem do Espírito Emmanuel), p. 22.
9. ___. O consolador. Pelo espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006,
questão 373, p. 209.
10. ___. Questão 387, p. 215.
11. ___. Questão 392, p. 218.
12. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Opinião espírita. Pelos Espíritos
Emmanuel e André Luiz. 4. ed. Uberaba: Comunhão Espírita Cristã, 1973. Cap. 2
(O mestre e o apóstolo – mensagem do Espírito Emmanuel), p. 25.
13. XAVIER, Francisco Cândido. Seara dos médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Item: Em tarefa espírita, p. 37-38.
14. ___. Item: caridade e tolerância, p. 117.
15. ___. Item: Mediunidade e alienação mental , p. 136.
16. ___. Item: Mediunidade e trabalho, p. 229-230.
17. ___. Sinal verde. Pelo Espírito André Luiz. 50. ed. Uberaba: Comunhão Espírita
Cristã, 2002. Cap. 23 (Melindres), p. 56-57.
54
A mediunidade curadora é uma aptidão
inerente ao indivíduo, como todos os
gêneros de mediunidade.
Allan Kardec
Revista Espírita. Setembro de 1865, p. 351.
PROGRAMA II – MÓDULO I
Prática:
Observações à prática
mediúnica
Objetivo
devam ser repassadas aos visitantes (por exemplo, não lhes será facultada a
manifestação de Espíritos) etc.
2. Outra possibilidade seria o grupo mediúnico da Casa Espírita ir até os
participantes do Curso: o coordenador do Estudo e Prática da Mediúnica
convida integrantes experientes das reuniões mediúnicas da Casa Espírita
para realizarem algumas sessões mediúnicas, no local onde ocorrem os
estudos da mediunidade. Organizam-se, então, com antecedência, todos os
detalhes da execução do trabalho.
3. Uma terceira alternativa seria a realização do estágio nas turmas que se
encontram na fase de conclusão do Programa II do Curso. A desvantagem,
neste caso, é a de que nem sempre se pode contar com a presença de médiuns
ou trabalhadores da mediunidade experientes, mas com principiantes em
processo de educação da própria mediunidade.
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Programa II
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PROGRAMA II – MÓDULO I
Atividade complementar
Orientações para a
prática mediúnica
Objetivo
1. INTRODUÇÃO
A Atividade Complementar, deste Módulo, destaca os principais itens que
devem ser considerados no desenvolvimento da prática mediúnica proposta no
Curso e que, efetivamente, começa no próximo Módulo de Estudo.
Essa prática tem como finalidade proporcionar condições de desenvol-
vimento harmônico das faculdades psíquicas, como a da mediunidade, em
pessoas que ofereçam condições para tal. O indivíduo que tem mediunidade-
-tarefa (mediunidade “de efeitos patentes”, no dizer de Kardec) renasce com
uma sensibilidade mais apurada e uma organização física favorável à plena
manifestação do fenômeno mediúnico. “É de notar-se, além disso, que essa
faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos.” 1
As pessoas, nas quais a mediunidade não se revela tão evidente, podem,
entretanto, desenvolver suas faculdades perceptivas e intuitivas, transformando-
-se em instrumentos de grande valia na prática mediúnica. É desta forma que
surgem os bons médiuns esclarecedores (dialogadores) e os bons transmissores
Estudo e Prática da Mediunidade
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Estudo e Prática da Mediunidade
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Programa II
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Estudo e Prática da Mediunidade
não logra dominar. [...] Alguns médiuns escrevem desde o princípio cor-
rentemente com facilidade, às vezes mesmo desde a primeira sessão, o que é
muito raro. Outros, durante muito tempo, traçam riscos e fazem verdadeiros
exercícios caligráficos. Dizem os Espíritos que é para lhes soltar a mão. [...]
Se, apesar de tudo, nenhuma alteração houver, deve o médium parar, uma vez
reconheça que nada de sério obtém. [...] A estas observações, acrescenta um
Espírito: “Há médiuns cuja faculdade não pode produzir senão esses sinais.
Quando, ao cabo de alguns meses, nada mais obtém do que coisas insignifican-
tes, ora um sim, ora um não ou letras sem conexão, é inútil continuarem, será
gastar papel em pura perda. São médiuns, mas médiuns improdutivos”[...]. 7
Kardec destaca a grande dificuldade que os médiuns principiantes enfren-
tam: “[...] é o de terem de haver-se com Espíritos inferiores e devem dar-se por
felizes quando são apenas Espíritos levianos. Toda atenção precisam por em
que tais Espíritos não assumam predomínio, porquanto, em acontecendo isso,
nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se deles. É ponto este de tal modo
capital, sobretudo em começo, que, não sendo tomadas as precauções neces-
sárias, podem perder-se os frutos das mais belas faculdades.” 9
A ação desses Espíritos pode ser neutralizada se o participante se cercar
dos cuidados básicos, relacionados no penúltimo parágrafo do item 2 deste
Roteiro (Orientações para a prática mediúnica).
O dialogador principiante deve ter consciência que a intuição é o tipo
de mediunidade utilizada pelos benfeitores espirituais no aprimoramento da
capacidade de esclarecer os Espíritos que sofrem, freqüentadores comuns das
reuniões mediúnicas. “Falar aos comunicantes perturbados e infelizes, com
dignidade e carinho, entre a energia e a doçura, detendo-se exclusivamente no
caso em pauta. Sabedoria no falar, ciência de ensinar.” 14
Os doadores de energias magnéticas, pelo passe, e irradiantes (irradiação
mental e prece) desenvolverão, com apoio seguro e inestimável dos orientadores
da Vida Maior, a capacidade de expandir o seu fluido vital em benefício dos
necessitados, encarnados e desencarnados, ao longo do tempo. Reconhecer que
os “[...] resultados da oração, quanto os resultados do amor, são ilimitados.”15
Por outro lado, o principiante da prática mediúnica deve saber que quando “[...]
aplicar passes e demais métodos da terapêutica espiritual, fugir à indagação
sobre resultados e jamais temer a exaustão das forças magnéticas. O bem ajuda
sem perguntar.” 16 Por outro lado, esses benfeitores atuarão, também, nos canais
da intuição desses médiuns, permitindo que percepções lhes atinjam o mundo
íntimo, as quais serão utilizadas em benefício dos Espíritos que sofrem e na
manutenção vibratória da reunião.
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Programa II
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Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, cap. 14, item 159, p. 211.
2. ___. Cap. 20, item 226, pergunta 1.ª, p. 294.
3. ___. Pergunta 3.ª, p. 295.
4. ___. Pergunta 12ª, p. 298.
5. ___. Cap. 17, item 200, p. 255.
6. ___. Item 208, p. 261.
7. ___. Item 210, p. 261-262.
8. ___. p. 262.
9. ___. Item 211, p. 262-263.
10. ___. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 88. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Conclusão, item 6, p. 544.
11. ___. Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos. Ano segundo. 1859. Tradução
de Evandro Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo Lacerda Lima. 1. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2004. Novembro de 1859, n.0 11. Item: Deve-se publicar tudo
quanto dizem os espíritos?, p.423-424.
12. BANAL, Spartaco. Sessões práticas do espiritismo. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002.
Cap. 1 (Como se deve praticar o Espiritismo), p. 17-18.
13. PERALVA, Martins. Mediunidade e evolução. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002.
Cap. 3 (Eclosão mediúnica), p. 19.
14. VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 301.ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 24 (Perante os Espíritos sofredores), p. 91.
15. ___. Cap. 26 (Perante a oração), p. 97.
16. ___. Cap. 28 (Perante o passe), p. 102.
17. XAVIER, Francisco Cândido. Missionários da luz. Pelo Espírito André Luiz. 41.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 3 (Desenvolvimento mediúnico), p. 39.
18. ___. Cap. 11 (Intercessão), p. 160.
68
PROGRAMA II – MÓDULO I
CULMINÂNCIA
Conduta Espírita: A
faculdade mediúnica
entendida como
talento concedido por
Deus.
Objetivo
EXERCÍCIOS DE CULMINÂNCIA
1. Conceitue reunião mediúnica séria.
EXERCÍCIO
Escreva F (falso) ou V (verdadeiro) no final de cada frase.
1. As reuniões mediúnicas sérias devem ser privativas. ( )
2. Justifica-se retardar de alguns minutos o começo de uma reunião para
aguardar a chegada de um participante atrasado. ( )
3. Os retardatários da reunião mediúnica podem interferir na concen-
tração dos participantes. ( )
4. Recomenda-se até 100 minutos para a prática mediúnica. ( )
5. O número de participantes da reunião mediúnica pode ser superior
a 25 pessoas, desde que haja esforço contínuo para manter maior
homogeneidade possível. ( )
6. O que garante a estabilidade de um bom grupo mediúnico é o equi-
líbrio psíquico e emocional daqueles que o compõem. ( )
7. O importante não é o local da reunião, mas as pessoas que a consti-
tuem. ( )
8. A prece de encerramento deve ser concisa, mas a de abertura pode
ser mais longa, uma vez que este é o momento de recebimento das
principais percepções. ( )
9. A comunicação do orientador espiritual ao início da reunião de de-
sobsessão é sempre útil para se ter uma idéia inicial do trabalho a ser
desenvolvido. ( )
10. As irradiações mentais devem ser, necessariamente, incluídas nas
reuniões mediúnicas de qualquer natureza. ( )
72
Programa II
73
Estudo e Prática da Mediunidade
74
Programa II
75
MEDIUNIDADE: ESTUDO E PRÁTICA
MÓDULO II:
OS PARTICIPANTES DA REUNIÃO
MEDIÚNICA
PLANO GERAL DO MÓDULO N° 2 - OS
PARTICIPANTES DA REUNIÃO MEDIÚNICA
FUNDAMENTAÇÃO ESPÍRITA PRÁTICA MEDIÚNICA
Roteiro 1
Os participantes
desencarnados
Objetivos
Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus,
porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Jesus (1 João, 4:1)
Para que uma reunião possa realizar-se no plano físico é preciso re-
conhecer o incansável e dedicado trabalho dos amigos espirituais. Todo
planejamento é feito no plano espiritual, mas conta-se com a seriedade
e a responsabilidade dos encarnados, a fim de que a tarefa se realize a
contento. Nas reuniões mediúnicas sérias existe uma equipe espiritual
responsável pela ordem, desenvolvimento das atividades e proteção aos
encarnados. Na obra Os Mensageiros, André Luiz faz referências a essa
equipe de trabalhadores.
O Centro [Centro de Mensageiros] prepara entidades a fim de que se trans-
formem em cartas vivas de socorro e auxílio aos que sofrem no Umbral, na
Crosta e nas Trevas. [...] Preparam-se aqui numerosos companheiros para
a difusão de esperanças e consolos, instruções e avisos, nos diversos setores
da evolução planetária. 11
Os orientadores da Vida Maior identificam as entidades que deverão ser
atendidas na reunião mediúnica, as quais devem ser vistas pelos encarnados
como exemplo das diferentes categorias de Espíritos existentes no plano espiri-
tual. Pelo processo contínuo de intercâmbio, os médiuns e demais participantes
do grupo mediúnico, aprendem a reconhecer as reais necessidades dos Espíritos
que sofrem, o nível de conhecimento e as intenções dos comunicantes que se
manifestam pelos canais mediúnicos, na reunião, consoante a orientação do
apóstolo João, acima especificado.
81
Estudo e Prática da Mediunidade
porque além dela temos uma turba compacta — a turba dos irmãos que
ainda não podem partilhar, de maneira mais íntima, o nosso esforço no
aprendizado evangélico. [...] Bem junto à direção de nossas atividades,
está reunida grande parte da equipe de funcionários espirituais que nos
preservam as linhas magnéticas defensivas. À frente da mesa orientadora,
congregam-se os companheiros em luta a que nos referimos [Espíritos que
serão atendidos]. E em contraposição com a porta de acesso ao recinto,
dispomos em ação de dois gabinetes, com leitos de socorro nos quais se
alonga o serviço assistencial. Entre os dois, instala-se grande rede eletrônica
de contenção, destinada ao amparo e controle dos desencarnados rebeldes
ou recalcitrantes [...]. 5
1.2 Esquema de Funcionamento dos Recursos Protetores à Reunião Mediúnica*
Faixa n° 3
Faixa n° 2
Faixa n° 1
Edifício do Centro
Pavilhão ou Mesa de reunião (ou Casa Espírita)
Gabinete Assistencial
* PERALVA, Martins Peralva. In: Mediunidade. Reuniões mediúnicas. Belo Horizonte: União Espírita
Mineira, 1999. Série: Evangelho e Espiritismo – 6, p.36-37.
82
Programa II
LEGENDA:
Faixa nº 1
Faixa de isolamento e proteção dos componentes da mesa e das entidades
admitidas à comunicação.
Faixa nº 2
Faixa de fiscalização e controle de entidades necessitadas fora da faixa nº 1.
Faixa Nº 3
Circundando o edifício, para evitar a invasão de entidades desordeiras.
83
Estudo e Prática da Mediunidade
84
Programa II
85
Estudo e Prática da Mediunidade
86
Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, cap. 29, item 333, p. 449.
2. MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as sombras. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 2 (As pessoas), item 2: Os desencarnados, p. 98.
3. OLIVEIRA, Therezinha. Reuniões mediúnicas. 1. ed. Capivari: EME, 1994. Cap
13 (A identificação dos Espíritos), p.77.
4. PERALVA, Martins. Estudando a mediunidade. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Cap. 42 (Materialização – 1), p. 217.
5. XAVIER, Francisco Cândido. Educandário de luz. Autores diversos. 2. ed. São
Paulo: IDEAL, 1988. Cap. 34 (Visão espiritual de um centro espírita: mensagem
de Efigênio S. Vitor), p. 80-81.
6. ___. Missionários da luz. Pelo Espírito André Luiz. 41. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap.19 (Passes), p. 405-408.
7. ___. p. 406.
8. ___. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 33. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 4 (Ante o serviço), p. 42.
9. ___. Cap. 5 (Assimilação de correntes mentais), p. 52.
10. ___. Cap. 28 (Efeitos físicos), p. 296.
11. ___. Os mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 43. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Cap. 3 ( No centro de mensageiros), p. 24.
12. ___. Cap. 43 (Antes da reunião), p. 265.
13. ___. p. 266.
14. ___. p. 267.
15. ___. Seara dos médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Item: Irmãos problemas, p. 149-150.
87
PROGRAMA II – MÓDULO II
Roteiro 2
Os participantes
encarnados
Objetivo
1. INTRODUÇÃO
O apóstolo Paulo (1 Co, 12:14) já alertava quanto à necessidade da har-
monia nos agrupamentos cristãos, demonstrando que “o corpo não é um só
membro, mas muitos”. Vimos também no módulo anterior que o funcionamento
de um grupo mediúnico, bem estruturado e organizado, conta com a presença
de participantes integrados ao conjunto, ainda que desenvolvam funções es-
pecíficas no trabalho.
A equipe de encarnados que compõe um grupo mediúnico é comumente
formada pelos seguintes participantes:
• dirigente da reunião e substitutos;
• médiuns esclarecedores (dialogadores, doutrinadores);
• médiuns ostensivos: de psicofonia, psicografia, vidência, audiência etc;
• equipe de apoio (médiuns de passe, responsáveis pela prece, irradiações
e sustentação da corrente mental).
91
Estudo e Prática da Mediunidade
92
Programa II
93
Estudo e Prática da Mediunidade
94
Programa II
deve ser um frio debate acadêmico. [...] O confronto aqui não é de inteligências,
nem de culturas; é de corações, de sentimentos. O conhecimento doutrinário
torna-se importante como base de sustentação [...].” 8
Vemos assim, que a “[...] missão do doutrinador é muitíssimo grave para
qualquer homem. Não é sem razão que se atribui a Nosso Senhor Jesus o título
de Mestre. [...]” 27
2.3 Médiuns ostensivos
E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei
sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jo-
vens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos. (Atos dos apóstolos, 2:17)
O termo “ostensivo” qualifica “[...] aqueles em quem a faculdade medi-
única se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa
intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensi-
tiva.” 1 Citamos, como exemplo, os médiuns psicofônicos que [...] “são aqueles
chamados a emprestar recursos fisiológicos aos sofredores desencarnados para
que estes sejam socorridos.” 23
Os médiuns ostensivos devem ser orientados a:
• “[...] Controlar as manifestações mediúnicas que veicula, reprimindo,
quanto possível, respiração ofegante, gemidos, gritos e contorções, bati-
mentos de mãos e pés ou quaisquer gestos violentos. O medianeiro será
sempre o responsável direto pela mensagem de que se faz portador.” 15
• “Silenciar qualquer prurido de evidência pessoal na produção desse ou
daquele fenômeno [...].” 15
• “Extinguir obstáculos, preocupações e impressões negativas que se
rela- cionem com o intercâmbio mediúnico, quais sejam, a questão da
consciência vigilante ou da inconsciência sonambúlica durante o transe,
os temores inúteis e as suscetibilidade doentias, guiando-se pela fé racio-
cinada e pelo devotamento aos semelhantes. Quem se propõe avançar no
bem, deve olvidar toda causa de perturbação.” 16
Podemos também considerar como cuidados à segurança e ao êxito da
atividade do médium psicofônico:
“[...]
1. desenvolvimento da autocrítica;
2. aceitação dos próprios erros, em trabalho medianímico, para que se
lhes apure a capacidade de transmissão;
95
Estudo e Prática da Mediunidade
96
Programa II
André Luiz lembra-nos que cada um de nós contribui com energias psíquicas
e amorosa e que “[...] cada qual [emite] raios luminosos, muito diferentes entre
si, na intensidade e na cor.” 28
A motivação e a concentração são fatores essenciais para o bom desem-
penho da tarefa desses cooperadores. Acompanham, atentos, o trabalho em
desenvolvimento, evitando o sono, a fim de serem úteis com suas preces e vi-
brações. É forçoso lembrar da disciplina durante a reunião e só tomar alguma
iniciativa sob a permissão do dirigente.
97
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, cap. 14, item 159, p. 211.
2. ___. Cap. 17, item 203, p. 256-257.
3. ___. Cap. 20, item 230, p. 303.
4. ___. Cap. 23, item 254, 5ª pergunta, p. 334.
5. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA - Conselho Federativo Nacional . Orienta-
ção ao centro espírita. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 4 (Reunião de estudo
e educação da mediunidade), item “m”, p. 41-42.
6. MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as sombras. 212. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Item: A instrumentação. O grupo, p. 27.
7. ___. Item: O doutrinador, p. 67.
8. ___. p. 68.
9. ___. p. 69.
10. SCHUBERT, Suely C. Obsessão/desobsessão. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.
Terceira parte, Cap. 5 (O dirigente), p. 139.
11. VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 30. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 3 (Do dirigente de reuniões doutrinárias), p. 23.
12. ___. p. 25.
13. ___. p. 25-26.
14. ___. Cap. 4. (Do médium), p. 27.
15 . ___. p. 28.
16. ___. p. 29.
17. ___. p. 29-30.
18. ___. XAVIER, Francisco Cândido. VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito
André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 13 (Dirigente), p. 59-60.
19. ___. Cap. 20 (Componentes da reunião), p. 85.
20. ___. p. 86.
21. ___. Cap. 24 (Médiuns esclarecedores), p. 99.
22. ___. p. 100.
23. ___. Cap. 25 (Equipe mediúnica: psicofônicos), p. 103.
24. ___. p. 103-104.
25. ___. Cap. 26 (Equipe mediúnica:passistas), p.107-108.
26. XAVIER, Francisco Cândido. Os mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 43. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 3 (No centro de mensageiros), p. 24.
27. ___. Cap. 11 (Belarmino, o doutrinador), p. 74.
28. ___. Missionários da luz. Pelo Espírito André Luiz. 41. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 1 (O psicógrafo), p. 12.
29. ___. p. 12-13.
98
Falar a os comunicantes perturbados
e infelizes, com dignidade e carinho,
entre a energia e a doçura, detendo-se
exclusivamente ao caso em pauta.
André Luiz
Conduta Espírita, cap. 24.
PROGRAMA II – MÓDULO II
Roteiro 3
Ausência e
impedimentos.
Participantes eventuais
Objetivo
1. INTRODUÇÃO
Emmanuel informa: “Médiuns e mediunidades poderão prestar-te grandes
favores, mas, para que atuem com segurança e correção, no serviço que te é ne-
cessário, precisam igualmente de segurança e correção na parte que te compete.” 11
“Todo compromisso que assumimos espontaneamente merece conside-
ração. No entanto, só um compromisso nos parece verdadeiro, irreversível: o
que temos para nós próprios, para com a nossa evolução. Esse é intransferível,
inderrogável.” 2 Significa dizer que é preciso revelar compromisso com a tarefa
que foi aceita, espontaneamente, uma vez que a freqüência irregular à reunião
mediúnica indica desinteresse para com a tarefa. André Luiz recorda que os
participantes que agem assim estão “[...] esquecidos de que toda a edificação
da alma requer disciplina, educação, esforço e perseverança.” 10
Segundo a orientação de Paulo, em sua primeira epístola dirigida a
Timóteo, percebemos que devemos estar atentos aos compromissos assumi-
dos em relação à tarefa mediúnica. A prática mediúnica exige perseverança
e espírito de continuidade. É preferível abster-se de frequentar um grupo
mediúnico do que participar dele ocasionalmente ou de forma irregular.
2. AUSÊNCIAS E IMPEDIMENTOS
E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não
houvermos desfalecido. Paulo (Gálatas, 6:9)
A questão das ausências e dos impedimentos representa um obstáculo à
qualidade do trabalho mediúnico, ainda que se considere ocorrência de situações
que são plenamente justificáveis. É importante, porém, que o participante se es-
force para superar as dificuldades, notificando ao dirigente a sua falta à reunião.
Programa II
Emmanuel compara esta problemática com fato similar ocorrido com Tomé
que não se encontrava presente quando Jesus apareceu aos demais Apóstolos,
após a crucificação. João, 20:24-25, assinala este acontecimento, assim: “Ora,
Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes:
Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos
cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei.”
A interpretação de Emmanuel é a seguinte:
Tomé, descontente, reclamando provas, por não haver testemunhado a
primeira visita de Jesus, depois da morte, criou um símbolo para todos os
aprendizes despreocupados das suas obrigações. Ocorreu ao discípulo au-
sente o que acontece a qualquer trabalhador distante do dever que lhe cabe.
A edificação espiritual, com as suas bênçãos de luz, é igualmente um curso
educativo. O aluno matriculado na escola, sem assiduidade às lições, apenas
abusa do estabelecimento de ensino que o acolheu, porquanto a simples ficha
de entrada não soluciona o problema do aproveitamento. Sem o domínio do
alfabeto, não alcançará a silabação. Sem a posse das palavras, jamais chegará
à ciência da frase. Prevalece idêntico processo no aprimoramento do espírito.
Longe dos pequeninos deveres para com os irmãos mais próximos, como
habilitar-se o homem para a recepção da graça divina? Se evita o contacto
com as obrigações humildes de cada dia, como dilatar os sentimentos para
ajustar-se às glorias eternas? Tomé não estava com os amigos quando o Mestre
veio. Em seguida, formulou reclamações, criando o tipo do aprendiz suspei-
toso e exigente. Nos trabalhos espirituais de aperfeiçoamento, a questão é
análoga. Matricula-se o companheiro, na escola de vida superior, entretanto,
ao invés de consagrar-se ao serviço das lições de cada dia, revela-se apenas
mero candidato a vantagens imediatas. Em geral, nunca se encontra ao lado
dos demais servidores, quando Jesus vem; logo após, reclama e desespera. A
lógica, no entanto, jamais abandona o caminho reto. Quem desejar a benção
divina, trabalhe pela merecer. O aprendiz ausente da aula não pode reclamar
benefícios decorrentes da lição. 9
A vitória do bem, como afirma o apóstolo Paulo em sua carta aos gálatas,
requer perseverança. Jamais devemos desfalecer. Esta assertiva pode ser aplicada
em qualquer situação, inclusive na reunião mediúnica.
2.1 Tipos de impedimentos e soluções
• Chuva: “Necessário vencer os percalços que o tempo é capaz de oferecer.”3
O participante deve procurar encontrar soluções que viabilizem a sua
presença à reunião.
103
Estudo e Prática da Mediunidade
3. PARTICIPANTES EVENTUAIS
Não vos esqueçais da hospitalidade, porque, por ela, alguns, não o sabendo,
hospedaram anjos. Paulo (Hebreus, 13:2)
Os companheiros de ideal espírita comprometidos seriamente com a ta-
refa, devem a exemplo do conselho apostolar, ser tratados com hospitalidade
em nossas reuniões.
3.1 Visitas programadas
André Luiz presta os esclarecimentos que se seguem, relativos às visitas
ou participantes eventuais do grupo mediúnico:
O serviço de desobsessão não é um departamento de trabalho para cortesias
sociais que, embora respeitáveis, não se compadecem com a enfermagem
espiritual a ser desenvolvida, a benefício de irmãos desencarnados que
amargas dificuldades atormentam.
Ainda assim, há casos em que companheiros da construção espírita-cristã,
quando solicitem permissão para isso, podem ter acesso ao serviço, em ca-
ráter de observação construtiva; entretanto, é forçoso preservar o cuidado
de não acolhê-los em grande número para que o clima vibratório da reunião
não venha a sofrer mudanças inoportunas.
104
Programa II
105
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. Instrução prática sobre as manifestações dos Espíritos. Tradução
de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 8 (Das relações
com os espíritos), item: Das reuniões, p. 164-165.
2. FRANCO, Divaldo P. Nos bastidores da obsessão. Pelo Espírito Manoel Philomeno
de Miranda. 12. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 14 ( O Cristo con- solador),
p. 254.
3. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André
Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 5 (Superação de impedimentos:
chuva) p.37.
4. ___. Cap. 6 (Superação de impedimentos: visitas), p. 39.
5. ___. Cap. 7 (Superação de impedimentos: contratempos), p. 41-42.
6. ___. Cap. 8 (Impedimento natural), p. 45.
7. ___. Cap. 21 (Visitantes), p. 89-90.
8. ___. Cap. 23 (Chegada inesperada de doente), p. 95.
9. XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 35. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Cap. 100 (Ausentes), p. 257-258.
10. ___. Missionários da luz. Pelo Espírito André Luiz. 41. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 3 (Desenvolvimento mediúnico), p. 33.
11. ___. Seara dos médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Item: Tua parte, p. 120.
106
Quando a nós, porém, estejamos fiéis à
instrução, desmaterializando o espírito,
quanto possível, para que o Espírito se
conheça e se disponha a brilhar.
Emmanuel
Seara dos Médiuns, p. 123.
PROGRAMA II – MÓDULO II
Roteiro 4
Capacitação do
trabalhador da
mediunidade
Objetivos
1. INTRODUÇÃO
Allan Kardec, no Projeto 1868 destaca a importância de um curso regular
de Espiritismo, “[...] com o fim de desenvolver os princípios da Ciência e de
difundir o gosto pelos estudos sérios. Esse curso teria a vantagem de fundar
a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as
idéias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns.” 1
A execução correta de qualquer trabalho requer preparo anterior. Assim
também ocorre na área mediúnica. Mediunidade com Jesus exige permanen-
te estudo evangélico-doutrinário, pois não é admissível participar de tarefas
nesta área, sem o devido preparo. A propósito, assinala Kardec: “Todos os dias
a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos,
com que muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorância
dos princípios desta ciência [...].” 2
Assim, é preciso estudar de forma metódica e sistemática a Doutrina Espírita,
à luz do Evangelho de Jesus, antes, durante e após o ingresso na tarefa mediúnica.
111
Estudo e Prática da Mediunidade
112
Programa II
113
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. Obras póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 39. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte, Projeto 1868, item: Ensino espírita, p. 376.
2. ___. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Introdução, p. 13.
3. ___. p. 14.
4. ___. Segunda parte. Cap. 14, item 159, p. 211.
5. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. Estudo e prática da mediunidade. Pro-
grama I. 3. ed. Brasília: 2005, p. 10.
6. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André
Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 66 (Reuniões de estudos mediúnicos),
p. 229.
7. XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006, questão 387, p. 215.
8. ___. Questão 388, p. 216.
9. ___. Questão 392, p. 218.
10. ___. Os mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 43. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Cap. 3 (No centro de mensageiros), p. 26.
114
Os Espíritos são atraídos ou repelidos
pelo pensamento, e não pelos objetos
materiais, que nenhum poder exercem
sobre eles.
Allan Kardec
Revista Espírita. Setembro de 1858, p. 393.
PROGRAMA II – MÓDULO II
Prática
Observação da prática
mediúnica
Objetivo
Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante
à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte.
Tiago (Tiago, 1:6)
Esta afirmativa do apóstolo está relacionada ao propósito da reunião me-
diúnica. Pois, como nos esclarece Emmanuel, necessitamos “[...], acima de
tudo, confiar sinceramente na Sabedoria e na Bondade do Altíssimo, com-
preendendo que é indispensável perseverar com alguém ou com alguma
causa que nos ajude e edifique.” 5
Neste módulo iniciamos a prática mediúnica. Obviamente, o dirigente do
grupo teve oportunidade de identificar os participantes que talvez possuam
algum tipo de mediunidade. Toda atenção deve então ser dirigida às eclosões
mediúnicas surgidas na equipe, as quais podem constituir-se em dificuldades
para o médium principiante. Raros são os que conseguem administrar as
emoções contraditórias relacionadas ao surgimento da mediunidade. Dessa
forma, é sempre útil que dirigente ateste se os participantes estão recebendo
o apoio oferecido pela Casa Espírita: passe, palestra pública evangélico-dou-
trinária, atendimento espiritual etc. Verificar também se eles têm buscado
auxílio na prece e esforçado para obter harmonização íntima.
Estudo e Prática da Mediunidade
118
Programa II
• Pedir ao grupo que emita boas vibrações ao médium que transmite a men-
sagem do comunicante espiritual, evitando, porém, dialogar mentalmente
com ele, atribuição que cabe ao médium esclarecedor (doutrinador). Os
videntes devem fazer registros mentais significativos, os quais serão co-
municados ao grupo durante a avaliação.
• Encerrar a parte prática por meio de breve irradiação mental, seguida
de prece. Neste momento, os benfeitores espirituais auxiliam os encar-
nados, retirando vibrações residuais existentes no ambiente, doando
energias salutares.
• Aumentar a luminosidade da sala e, após conferir que todos estão bem,
iniciar a avaliação.
119
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006, questão 384, p. 214.
2. ___. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 33. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 1 (Estudando a mediunidade), p. 16.
3. ___. Cap. 3 (Equipagem mediúnica), p. 34-35.
4. ___. No mundo maior. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Cap. 9 (Mediunidade), p. 150.
5. ___. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.
22 (Inconstantes), p. 60.
120
PROGRAMA II – MÓDULO II
Atividade complementar
Avaliação da prática
mediúnica
Objetivo
alma falem desordenadamente, pois não sabem, nem vêem... Tu, porém,
acautela-te nas criações verbais, como quem não se esquece das contas
naturais a serem acertadas no dia próximo. 1
122
Programa II
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Estudo e Prática da Mediunidade
124
Programa II
REFERÊNCIAS
1. XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Cap.16 (Tu, porém), p. 52.
2. ___. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 35. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.102
(Regozijemo-nos sempre), p. 263-265.
125
Todo fenômeno edifica para enriquecer
o campo da essência.
Emmanuel
Seara dos Médiuns, p. 123.
PROGRAMA II – MÓDULO II
CULMINÂNCIA
Conduta Espírita:
O comportamento
do médium perante
as dificuldades do
próximo.
Objetivo
TEXTO Nº 1
AO PÉ DO OUVIDO*
Batuíra, o apóstolo do Espiritismo na capital paulista, instalara o seu
grupo de estudo e caridade na Rua do Lavapés, quando numa reunião social
foi abordado pelo Dr. Cesário Motta, grande médico e higienista, então
Deputado Federal, com residência no Rio.
Conversa vai, conversa vem, disse-lhe o Dr. Cesário ao pé do ouvido:
– Você, meu amigo, precisa precaver-se. Não sou espírita, mas admiro-
-lhe a sinceridade. E tenho ouvido lamentáveis opiniões a seu respeito.
Dizem por aí que você adota o nome de médium para explorar a bolsa
pública; que você está rico de tanto enganar incautos e dizem também que
você se isola com mulheres, em gabinetes, para seduzi-las, em nome da
prece. Tudo calúnias, bem sei...
– E que sugere o senhor? — perguntou o amigo, sereno.
– É importante que você se abstenha do Espiritismo...
– Mas, doutor — falou Batuíra, com humildade —, o senhor é médico
e tem sido o nosso protetor na extinção da febre amarela e da varíola em
São Paulo... Já vi o senhor tocar as feridas de muita gente... Enfermos para
quem pedi seu amparo, receberam a sua melhor atenção, embora vomi-
tassem lama em forma de sangue... Nunca vi o senhor desanimar... Pelo
fato de o senhor encontrar tanta podridão nos corpos, poderia desistir
da medicina?
O Dr. Cesário sorriu, satisfeito, e falou:
– Sim, sim... Não seria possível... Você tem razão... Esquecia-me de que
há podridão também nas almas...
* XAVIER, Francisco C. VIEIRA, Waldo. Almas em Desfile. Pelo Espírito Hilário Silva. 9. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1998, p. 205.
Programa II
EXERCÍCIO
1. Em termos de conduta espírita, que lição o texto nos oferece?
2. Faça uma correlação dos ensinamentos contidos no texto com a
conduta correta dos médiuns e das demais pessoas, segundo os en-
sinamentos da Doutrina Espírita.
129
Estudo e Prática da Mediunidade
TEXTO Nº 2
ÀS PORTAS CELESTES*
O grupo de desencarnados errava nas esferas inferiores. Integravam-no
alguns cristãos de escolas diversas, estranhando a indiferença do Céu... Onde
os Anjos e Tronos, os Arcanjos e Gênios do paraíso, que não se aprestavam
para recebê-los?
Em torno, sempre a neblina espessa, a penumbra indefinível. Onde o re-
fúgio da paz, o asilo de recompensa?
Longos dias de aflição, em jornadas angustiosas...
Depois da surpresa, a revolta; após a revolta, a queixa. Finda a queixa, veio
o sofrimento construtivo e com esse surgiu a prece.
Em seguida à oração, eis que aparece a resposta. Iluminado mensageiro,
em vestidura resplandecente, desafia a sombra da planície, fazendo-se visível
em alto cume.
Prosternam-se os peregrinos à pressa. Seria o próprio Jesus? Não seria?
Ante a perturbação que os acometera, o emissário tomou a palavra e escla-
receu, fraterno:
Paz em nome do Senhor, a quem endereçastes vosso apelo. Vossas súplicas
foram ouvidas. Que desejais?
– Anjo celeste – falou um deles — , pois não vês?!... Estamos rotos, exaustos,
vencidos, nós, que fomos crentes fervorosos no mundo. Onde se encontra o
Redentor que não nos salva, o Príncipe da Luz, que nos deixa em plena treva?
Que desejamos? Nada mais que o prêmio da luta...
Não pôde prosseguir. Ondas de lágrimas invadiram-lhe os olhos, sufo-
cando-lhe a garganta e contagiando os companheiros que se desfizeram em
pranto dorido. [...] Tornou [...] o representante do Cristo —, [...]. Entretanto,
como interpretar o possuidor do bom livro que nunca lhe examinou as páginas?
Como definir o aluno que gastou possibilidades e tempo da escola, sem jamais
aplicar as lições no terreno prático?
– Oh! Anjo bom, contudo, nós já morremos na Terra!... — acrescentou a
voz triste do irmão desencantado, entre a aflição e a amargura.
O mensageiro, porém, rematou com serenidade:
* XAVIER, Francisco C. Pontos e contos. Pelo Espírito Irmão X. 10. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1999, p. 23-26.
130
Programa II
EXERCÍCIO
1. Pedir aos participantes que se reúnam em pequenos grupos e elaborem
um resumo das principais idéias desenvolvidas no texto.
2. Solicitar-lhes a realização de breve análise que especifique:
a) as possíveis causas que limitaram os desencarnados, citados no texto,
em esferas inferiores do plano espiritual;
b) a atitude e o comportamento de tais Espíritos.
2. Explicar a orientação prestada pelo benfeitor espiritual, citada no
penúltimo parágrafo do texto.
131
TEXTO Nº 3
Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os
demônios; de graça recebestes, de graça dai. Jesus (Mateus, 10:8)
“Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o
patrimônio divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno da
confiança do Senhor da seara da verdade e do amor. Multiplicados no bem, os
talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia, se
sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade ou da exploração inferior,
podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacio-
namento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo
de seus débitos irrefletidos.” – Emmanuel.*
EXERCÍCIO
1. Pedir aos participantes que esclareçam esta frase de Emmanuel: “Os
atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho.”
2. Orientá-los na elaboração de um plano de ação que favoreça a melho-
ria moral dos participantes da reunião mediúnica, tendo como base
os dois textos citados: o do Evangelho e o do benfeitor espiritual.
* XAVIER, Francisco C. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006,
questão 389; p. 216.
É de notar que as provas de identidade
[dos Espíritos] vêm quase sempre
espontanea- mente, no momento em que
menos se pense.
Allan Kardec
Revista Espírita. Julho de 1866, p. 295.
MEDIUNIDADE: ESTUDO E PRÁTICA
MÓDULO III:
MECANISMO DA MEDIUNIDADE
PLANO GERAL DO MÓDULO N° 3 - MECANISMOS
DA MEDIUNIDADE
FUNDAMENTAÇÃO ESPÍRITA PRÁTICA MEDIÚNICA
Roteiro 3: Psicofonia.
Roteiro 4: Psicografia.
Roteiro 6: Intuição.
Tempo disponível: 1h20 a 1h30
Roteiro 7: Tipos incomuns da mediunidade (1).
Roteiro 1
O transe mediúnico
Objetivos
Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons dispen-
sadores da multiforme graça de Deus. Pedro (1 Pedro, 4:10)
139
Estudo e Prática da Mediunidade
140
Programa II
141
Estudo e Prática da Mediunidade
142
Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 77. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006, segunda parte. Cap. 14, item 166, p. 218.
2. ___. Cap. 15 item 180, p. 231.
3. CERVIÑO, Jayme. Além do inconsciente. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 1,
item: O Transe, p. 17.
4. ___. Item: Transe e sono, p.18-19.
5. ___. Item: Fases do transe, p. 20-22.
6. ___. Cap. 3 (Transe mediúnico), p. 92.
7. HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 2608.
8. ___. p. 2750
9. XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 34. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Cap. 130 (Na esfera íntima), p. 323-324.
143
PROGRAMA II – MÓDULO III
Roteiro 2
Mecanismos da
comunicação
mediúnica
Objetivos
clareza e serenidade, como espelho cristalino dum lago [...]” 2, a fim de que as
vibrações desarmonizadas dos comunicantes espirituais não lhe perturbem o
equilíbrio íntimo.
Perante o envolvimento das emanações fluídicas de Espíritos que sofrem,
é importante que o médium aja com equilíbrio e responsabilidade.
O Médium [...], a fim de se prestar ao intercâmbio desejado, precisa renunciar
a si mesmo, com abnegação e humildade, primeiros fatores na obtenção de
acesso à permuta com as regiões elevadas. Necessita calar, para que outros
falem; dar de si próprio, para que outros recebam. Em suma, deve servir de
ponte, onde se encontrem interesses diferentes. Sem essa compreensão cons-
ciente do espírito de serviço, não poderia atender aos propósitos edificantes.
Naturalmente, ele é responsável pela manutenção dos recursos interiores,
tais como a tolerância, a humildade, a disposição fraterna, a paciência e o
amor cristão [...]. 3
É oportuno destacar que os cuidados dos benfeitores espirituais não se
restringem exclusivamente ao instante do intercâmbio mediúnico. Eles nos
prestam assistência mais extensa, conforme relata o sábio instrutor Alexandre,
citado no livro Missionários da Luz:
Todavia, [...] precisamos cooperar no sentido de manter-lhe os estímulos de
natureza exterior, porque se o companheiro não tem pão, nem paz relativa, se
lhe falta assistência nas aquisições mais simples, não poderemos exigir-lhe a
colaboração, redundante em sacrifício. Nossas responsabilidades, portanto,
estão conjugadas nos mínimos detalhes da tarefa a cumprir. 4
As irradiações energéticas da entidade comunicante atingem o perispírito
do médium pelos centros de força, alcançando, imediatamente, o corpo físico
onde são captadas pelos órgãos sensoriais sob a forma de sensações, agradá-
veis ou desagradáveis. Estas sensações produzem, por sua vez, somatizações
no veículo físico do medianeiro, tais como: bem-estar ou mal-estar, geral ou
localizado; tristeza ou alegria; irritação ou serenidade; sensação de fome, sede
ou dor; medo, angústia ou solidão etc.
Estando o perispírito impregnado de vibrações da entidade comunicante,
o médium equilibrado reage em sentido oposto, envolvendo-a em energias har-
mônicas e equilibrantes ou, se deixando impregnar pelas energias superiores,
provenientes de benfeitores espirituais.
O envolvimento fluídico é mediado pelo perispírito de ambos, do desen-
carnado e do medianeiro, num processo dinâmico, sob o amparo dos obreiros
do mundo espiritual.
147
Estudo e Prática da Mediunidade
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Programa II
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Estudo e Prática da Mediunidade
150
Programa II
151
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. Obras póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 39. ed. Rio de
Janeiro: 2006. Primeira parte, cap. 1 (O perispírito), item 10, p. 49-50.
2. XAVIER, Francisco Cândido. Missionários da luz. Pelo Espírito André Luiz. 41.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 1 (O psicógrafo), p. 14.
3. ___. p. 14-15.
4. ___. p. 15.
5. ___. p. 16-17.
6. ___. p. 18.
7. ___. Cap. 2 (A epífise), p. 22.
8. ___. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. Rio de Janeiro:
2005. Cap. 1 (Estudando a mediunidade), p. 17.
9. ___. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.
174, p. 363-364.
10. ___. Item: Em serviço mediúnico, p. 46.
11. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Mecanismos da mediunidade.
Pelo Espírito André Luiz. 25. ed. Rio de Janeiro: 2006. Cap. 6 (Circuito elétrico e
circuito mediúnico), item: Conceito de circuito mediúnico, p. 59-60.
152
Agradecer, pois, o carinho dos
Espíritos generosos, encarnados ou
desencarnados, que te amparam a
experiência, aplicando-te às lições de
são mensageiros.
Emmanuel
Seara dos Médiuns, p. 34.
.
PROGRAMA II – MÓDULO III
Roteiro 3
Psicofonia
Objetivo
Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. [...] Porque a um, pelo
Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra
da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito,
os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a
outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a
interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas,
repartindo particularmente a cada um como quer. Paulo (1 Coríntios, 12:4-11)
1. CONCEITO
Em O Evangelho segundo o Espiritismo há as seguintes informações, alusivas
ao conceito de mediunidade.
Os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem, nestes últimos, a falta
de órgãos materiais pelos quais transmitam suas instruções. Daí vem o
serem dotados de faculdades para esse efeito. Nos tempos atuais, de reno-
vação social, cabe-lhes uma missão especialíssima; são árvores destinadas
a fornecer alimento espiritual a seus irmãos; multiplicam-se em número,
para que abunde o alimento; há os por toda a parte, em todos os países, em
todas as classes da sociedade, entre ricos e os pobres, entre e os grandes e os
pequenos, a fim de que em nenhum ponto faltem e a fim de ficar demons-
trado aos homens que todos são chamados. 1
A comunicação mediúnica pela fala recebe o nome genérico de psicofonia
ou outro, menos apropriado, de incorporação. Allan Kardec chama os médiuns
psicofônicos de médiuns falantes.
Neles, o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mão dos
médiuns escreventes. [...] O médium falante geralmente se exprime sem ter
consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às
suas idéias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua
inteligência. Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal,
raramente guarda lembrança do que diz. [...] Nem sempre, porém, é tão
Programa II
2. CARACTERÍSTICAS
E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. (Atos dos Apóstolos, 2:4)
Em se tratando da forma ou grau de como a faculdade psicofônica se ex-
pressa, a Codificação Espírita sugere a seguinte classificação:
• Psicofonia sonambúlica ou inconsciente.
• Psicofonia consciente ou intuitiva.
• Pneumatofonia ou voz direta.
2.1 Psicofonia sonambúlica ou inconsciente
André Luiz explica que na psicofonia sonambúlica o médium desvencilha-
-se do corpo físico como alguém que se entrega ao sono profundo. Nesta situ-
ação, mantém-se a pequena distância, permitindo que o Espírito comunicante
assenhore-se da sua organização somática, ligando-se intensamente ao cérebro
mediúnico. O médium equilibrado deixa o Espírito manifestar-se com mais
liberdade, porém, impede que ele fale ou faça algo menos digno. 18
Na psicofonia sonambúlica (ou inconsciente) o médium entra em transe
profundo, em geral, decorrente do desdobramento da personalidade. Nessa
situação, o Espírito comunicante tem maior domínio sobre o veículo físico
157
Estudo e Prática da Mediunidade
158
Programa II
159
Estudo e Prática da Mediunidade
160
Programa II
161
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro.
126. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 19, item 10, p. 345.
2. ___. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 87. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Questão 425, p. 260.
3. ___. Questão 473, p. 282.
4. ___. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 79. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2007. Cap. 12, item 150, p. 204.
5. ___. p. 204-205.
6. ___. Item 151, p. 205.
7. ___. Cap. 14, item 166, p.218-219.
8. ___. Item 172, p. 223.
9. DENIS, Léon. No invisível. Tradução de Leopoldo Cirne. 24. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Segunda Parte. Cap. 19, (Transe e incorporações.), p. 249.
10. NÁUFEL, José. Do abc ao infinito. Espiritismo experimental. 6. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2003. v. 3. Capítulo 15, (Psicofonia, incorporação e mecanismos das comu-
nicações), p. 190-191.
11. ___. p. 191.
12. ___. p. 193.
13. PERALVA, Martins. Estudando a mediunidade. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Cap. 9 (Incorporação), p. 51.
14. ___. p. 55.
15. XAVIER, Francisco Cândido & VIEIRA, Waldo. Mecanismos da mediunidade. Pelo
Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 21 (Desdobramento),
item: Desdobramento e mediunidade, p. 171-172.
16. XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 34. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Cap. 4 (Cada qual), p. 23-24.
17. ___. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.
162 (Manifestações espirituais), p. 340.
18. XAVIER, Francisco Cândido. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André
Luiz. 76. ed. Rio de Janeiro, FEB: 2006. Cap. 8 (Psicofonia sonambúlica), p. 85-86.
162
Mediunidade é talento divino para
edificar o consolo e a instrução entre
os homens.
Emmanuel
Seara dos Médiuns, p. 208.
.
PROGRAMA II – MÓDULO III
Roteiro 4
Psicografia
Objetivos
Não desprezes o dom que há em ti [...]. Medita estas coisas, ocupa-te nelas,
para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos. Paulo (1 Timóteo, 4:14-15)
Nos primórdios do Espiritismo, à época de Allan Kardec, a escrita me-
diúnica era obtida com muita dificuldade, um meio demorado e incômodo.
As primeiras manifestações inteligentes se produziram por meio de mesas
que se levantavam e, com um dos pés, davam certo número de pancadas,
respondendo desse modo — sim, ou — não, conforme fora convencionado,
a uma pergunta feita. [...] Obtiveram-se depois respostas mais desenvolvidas
com o auxílio das letras do alfabeto: dando o móvel um número de pancadas
correspondente ao número de ordem de cada letra, chegava-se a formar
palavras e frases que respondiam às questões propostas. 1
Mais tarde, o processo de escrita mediúnica evoluiu para os seguintes
tipos: a) os Espíritos escreviam diretamente em placas de ardósia; b) escrita
com auxílio de um lápis adaptado a uma cesta, “cesta de bico” (La corbeille à
bec), e a uma prancheta (Planche oui). Nesses métodos, a escrita ocorria sem o
auxílio da mão do médium que não tocava a ardósia nem o lápis, mas fornecia
fluidos para a escrita direta na pedra ou para o deslocamento do lápis no papel.1
“Reconheceu-se mais tarde que a cesta e a prancheta não eram, realmente, mais
do que um apêndice da mão; e o médium, tomando diretamente do lápis, se
pôs a escrever por um impulso involuntário e quase febril. Dessa maneira, as
comunicações se tornaram mais rápidas, mais fáceis e mais completas.” 2
Veja a ilustração a seguir:
Cesta de bico
Prancheta mediúnica
Orifício para a introdução do lápis
Programa II
1. PSICOGRAFIA
Allan Kardec utilizou a palavra psicografia para indicar a forma de os
Espíritos se comunicarem por meio da escrita.11 O Codificador classificou a
faculdade em psicografia direta e psicografia indireta.12A psicografia [...] deve
ser desenvolvida pelo exercício. Quanto mais o médium psicógrafo se exercita,
mais aprimorada e eficiente se torna a faculdade de escrever mediunicamente.
A princípio, o médium escreve pequenas frases. Com a continuação e perse-
verança, surgem os textos dissertativos, as mensagens mais ou menos longas
e até os livros. 14
É importante destacar que a psicografia não é a forma mediúnica indicada
para o atendimento de Espíritos muito necessitados ou portadores de declarada
perturbação espiritual. A psicofonia é a mediunidade de escolha, uma vez que
favorece o diálogo e auxílio mais efetivo. Os benfeitores espirituais se manifes-
tam, usualmente, tanto pela psicografia quanto pela psicofonia.
1.1 Classificação dos médiuns psicógrafos
A classificação dos médiuns psicógrafos em mecânicos, intuitivos e semime-
cânicos, foi proposta por Kardec. O Codificador se referiu à psicografia direta, na
qual o médium utiliza um lápis ou caneta para escrever a mensagem do Espírito
comunicante. Está fundamentada no gênero ou processo de como a mensagem
mediúnica é captada e transmitida. As principais características da psicografia
são as que se seguem.
167
Estudo e Prática da Mediunidade
2. PNEUMATOGRAFIA
Este tipo de mediunidade escrevente é considerado uma modalidade
da psicografia indireta — que é a obtida pela imposição das mãos sobre um
objeto (cesta de bico, pranchetas etc.) ao qual está inserido um lápis ou outro
instrumento de escrita. 12 Na pneumatografia, contudo, não se utiliza nenhum
objeto, previamente preparado para a obtenção da escrita. As palavras, frases
ou desenhos são materializados numa folha de papel, numa parede, no ar etc.
A escrita direta, ou pneumatografia, é
[...] a que se produz espontaneamente, sem o concurso, nem da mão do
médium, nem do lápis. Basta tomar-se de uma folha de papel branco, o que
se pode fazer com todas as precauções necessárias, para se ter a certeza da
ausência de qualquer fraude, dobrá-la e depositá-la em qualquer parte, numa
gaveta, ou simplesmente sobre um móvel. Feito isso, se a pessoa estiver nas
devidas condições, ao cabo de mais ou menos longo tempo encontrar- se-ão,
traçados no papel, letras, sinais diversos, palavras, frases e até dissertações, as
mais das vezes com uma substância acinzentada, análoga à plumbagina [cor
168
Programa II
169
Estudo e Prática da Mediunidade
[...] Recorda, pois, meu amigo, que podes ser o intermediário do Mestre, em
qualquer parte. Basta que compreendas a obrigação fundamental, no tra-
balho do bem, e atendas à Vontade do Senhor, agindo, incessantemente, na
concretização dos Celestes Desígnios. Não te aflijas, portanto, se ainda não
recebeste a credencial para o intercâmbio direto com o plano invisível, sob o
ponto de vista fenomênico [...]. 17
170
Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 88. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Introdução, item 4, p. 24.
2. ___. Item 5, p. 26.
3. ___. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 79. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2007. Cap. 8, item 127, p. 172-173.
4. ___. Item 128, pergunta 17.ª e 18.ª, p. 178.
5. ___. Item 129, p.178-179.
6. ___. p.179.
7. ___. Cap.15, item 179, p. 230.
8. ___. Item 180, p. 231.
9. ___. Item 181, p. 231-232.
10. ___. p. 232.
11. ___. Revista Espírita. Jornal de estudos psicológicos. Ano primeiro – 1858, Janeiro.
Tradução de Evandro Bezerra Noleto. Poesias traduzidas por Inaldo Lacerda Lima.
Rio de Janeiro: FEB, 2005. Item: Diferentes modos de comunicação, p. 31.
12. ___. p. 31-32.
13. ___. Revista Espírita. Jornal de estudos psicológicos. Ano segundo –1859, agosto.
Tradução de Evandro Bezerra Noleto. Poesias traduzidas por Inaldo Lacerda Lima.
Rio de Janeiro: FEB, 2004. Item: Pneumatografia ou escrita direta. p. 315.
14. NÁUFEL, José. Do abc ao infinito. Espiritismo experimental. Volume 3. 2. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1999. Cap. 14 (Da psicografia), item: Psicografia direta, nº 12, p. 178.
15. ___. Item: Médiuns mecânicos, nº 18, p. 181.
16. XAVIER, Francisco Cândido. Seara dos médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2006. Item: Verbo e atitude, p. 130.
17. ___. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Cap.127 ( O teu dom), p. 285-286.
171
PROGRAMA II – MÓDULO III
Roteiro 5
Vidência e Audiência
Objetivos
E, seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e os le-
vou sós, em particular, ao alto do monte, e se transfigurou diante deles. [...] E
apareceram-lhes Elias e Moisés e falavam com Jesus. E Pedro, tomando a palavra,
disse a Jesus: Mestre, bom é que nós estejamos aqui e façamos três cabanas, uma
para ti, outra para Moisés e outra para Elias.[...] E desceu uma nuvem que os
cobriu com a sua sombra, e saiu da nuvem uma voz, que dizia: Este é o meu Filho
amado; a ele ouvi. Jesus (Marcos, 9: 2; 4-5 e 7)
Este texto evangélico exemplifica a mediunidade de vidência ou de efeitos
visuais. Trata também, da transfiguração, um fenômeno de efeito físico. 6 Infeliz-
mente, existem pessoas que qualificam as visões mediúnicas como alucinações
ou como sendo algo demoníaco. A respeito, elucida Emmanuel:
Várias escolas religiosas, defendendo talvez determinados interesses do sa-
cerdócio, asseguram que o Evangelho não apresenta bases ao movimento de
intercâmbio entre os homens e os espíritos desencarnados que os precederam
na jornada do Mais-além... [...] Aliás, em diversas circunstâncias encontramos
o Cristo em contato com almas perturbadas ou perversas, aliviando os pa-
decimentos de infortunados perseguidos. Todavia, a mentalidade dogmática
encontrou aí a manifestação de Satanás, inimigo eterno e insaciável. Aqui,
porém, trata-se de sublime acontecimento no Tabor. Não vemos qualquer de-
monstração diabólica e, sim, dois Espíritos gloriosos em conversação íntima com
o Salvador. E não podemos situar o fenômeno em associação de generalidades,
porquanto os “amigos do outro mundo”, que falaram com Jesus sobre o monte,
foram devidamente identificados. Não se registrou o fato, declarando-se, por
exemplo, que se tratava da visita de um anjo, mas de Moisés e do companheiro,
dando-se a entender claramente que os “mortos” voltam de sua nova vida. 12
1. CONCEITOS
1.1 Vidência
A vidência é a faculdade mediúnica de ver os Espíritos. Alguns viden-
tes “[...] gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente
Programa II
175
Estudo e Prática da Mediunidade
2. CLARIVIDÊNCIA E CLARIAUDIÊNCIA
Os fenômenos de clarividência e de clariaudiência, tal como acontecem
com os demais de efeitos intelectuais, resultam da conjugação mental ocorrida
entre a entidade comunicante e do médium, restringindo a este as dificuldades
ou limitações da filtragem mediúnica, segundo as disponibilidades interpreta-
tivas que lhes são próprias. 13
O fenômeno da dupla vista ou clarividência sonambúlica, é conhecido
como a vista da alma porque é possível ver-se coisas que ocorrem no presente e
no futuro, ter a visão retrospectiva do passado e, em alguns casos excepcionais,
um pressentimento do futuro. 5
O clariaudiente, à semelhança do que acontece com o clarividente, ouve
os Espíritos desencarnados igual ou da mesma forma que escuta uma pessoa
encarnada, graduando-se o nível de percepção.
Pela [...] associação avançada dos raios mentais entre a entidade e o
médium dotado de mais amplas percepções visuais e auditivas, a visão
e a audição se fazem diretas, do recinto exterior para o campo íntimo,
graduando-se, contudo, em expressões variadas. [...] Atuando sobre
os raios mentais do medianeiro, o desencarnado transmite-lhe qua-
dros e imagens, valendo-se dos centros autônomos da visão profunda,
localizados no diencéfalo ou lhe comunica vozes e sons utilizando-
-se de cóclea, tanto mais perfeitamente quanto mais intensamente se
verifique a complementação vibratória nos quadros de freqüência das
ondas, ocorrências essas nas quais se afigura ao médium possuir um
espelho na intimidade dos olhos ou uma caixa acústica na profundez
dos ouvidos.[...]. 14
As imagens inseridas a seguir, mostram, respectivamente, a localização
do diencéfalo e da cóclea.
176
Programa II
AUDIÊNCIA VIDÊNCIA
177
Estudo e Prática da Mediunidade
178
Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 88. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006, questão 425, p. 260.
2. ___. Questões 428, 429 e 430, p. 262.
3. ___. Questão 432, p. 263.
4. ___. Questão 447, p. 267.
5. ___. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 79. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2007 Cap. VI, Item 101, p.145.
6. ___. Cap. 7, item 114, p.159.
7. ___. Cap. 12, itens 150 e 151, p. 204-205.
8. ___. Cap. 14, item 165, p. 218.
9. ___. Item 167, p. 219.
10. ___. Cap. 16, item 190, p. 241.
11. ___. Obras Póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 39. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Primeira parte, cap. 6 (Dos médiuns), item 43 (Médiuns audientes), p. 66.
12. XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel.
27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 67 (Os vivos do além), p. 149-150.
13. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Mecanismos da mediunidade. Pelo
Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 18 (Efeitos intelectuais)
item: Conjugação de ondas, p.148-149.
14. ___. Item: Clarividência e clariaudiência, p. 149-150.
179
PROGRAMA II – MÓDULO III
Roteiro 6
Intuição
Objetivos
Disseram-lhe, pois: que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos, e creiamos
em ti? O que operas tu? Jesus (João, 6:30)
1. CONCEITO DE INTUIÇÃO
A palavra intuição apresenta três significados: a) conhecimento imediato
de alguma coisa, obtido por meio do entendimento sensível e ou do intelectual;
conhecimento antecipado, caracterizado por um “pré-sentimento” ou por uma
“pré-ciência” de algo que poderá acontecer; c) conhecimento da essência das
coisas, isto é, capacidade de enxergar além das aparências. O conhecimento
imediato é reconhecido como um problema de ordem epistemológica (teoria
do conhecimento) que investiga ser possível alguém ter o conhecimento das
coisas sem o uso exclusivo da inteligência. Como conhecimento antecipado, a
intuição está vinculada à percepção extra-sensorial. O terceiro significado, —
que trata da apreensão da essência das coisas — é questão metafísica quando
se indaga ser possível, alguém enxergar aparências e a realidade das coisas. 9
O conceito espírita de intuição abrange esses e outros significados: a) resulta
da manifestação da faculdade anímica; b) decorre da faculdade mediúnica;
c) faz relação com as provações da vida, definidas no planejamento reen-
carnatório; d) reflete aprendizado desenvolvido em épocas passadas ou no
plano espiritual.
Os fenômenos de emancipação da alma ou anímicos (de anima, alma) são
produzidos pelo próprio Espírito encarnado nos momentos de desprendi-
mento (desdobramento) do corpo físico. Nesta situação, o Espírito desdo-
brado tem consciência das ocorrências desenvolvidas tanto no plano físico
quanto no espiritual, podendo participar ativamente delas. Retornando ao
corpo físico, a pessoa recorda intuitivamente dos acontecimentos vividos.
“De ordinário — esclarecem os Espíritos Superiores —, ao despertardes,
guardais a intuição desse fato, do qual se originam certas idéias que vos vêm
espontaneamente, sem que possais explicar como vos acudiram.” 10
Programa II
2. MECANISMOS DA INTUIÇÃO
Pela intuição o homem capta o pensamento e as irradiações dos Espíritos,
podendo ampliar as suas conquistas intelectuais e morais ou permanecer, mais
ou menos estacionário, em processos de simbiose mental com outras mentes
com as quais guarda afinidade. As percepções intuitivas ocorrem porque, como
afirma Kardec, todo “[...] aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos
Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não
constitui, portanto, um privilégio exclusivo [...].” 4
Sendo assim, a intuição é uma faculdade generalizada no ser humano,
considerada o sistema inicial de intercâmbio mediúnico que permite “[...]
comunhão das criaturas, mesmo a distância.” 16 O seu mecanismo básico está
183
Estudo e Prática da Mediunidade
184
Programa II
3. INTUIÇÃO E MEDIUNIDADE
Percebemos nas obras da Codificação Espírita que a intuição não é definida
como uma mediunidade específica, mas como uma forma ou de alguns tipos
de mediunidade de efeitos intelectuais se expressarem.
Por exemplo, na mediunidade escrevente, Kardec esclarece que há três
tipos de psicógrafos: mecânicos, semimecânicos e intuitivos. Os primeiros são
os “[...] que nenhuma consciência têm do que escrevem [...].” 7 Os segundos
“[...] têm, instantaneamente, consciência das palavras ou das frases, à medida
que escrevem [...].” 7 Já os médiuns escreventes intuitivos são “[...] aqueles com
quem os Espíritos se comunicam pelo pensamento [...]. 7
Nas percepções intuitivas, o médium interpreta a mensagem do Espírito
comunicante e a transmite aos circunstantes, utilizando as próprias palavras,
na linguagem que lhe é usual e de acordo com o seu entendimento. O Codi-
ficador explica que o médium intuitivo age como o faria um intérprete. Este,
de fato, para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se
dele, de certo modo, para traduzi-lo fielmente e, no entanto, esse pensamento
não é seu, apenas lhe atravessa o cérebro. Tal precisamente o papel do mé-
dium intuitivo. 8
185
Estudo e Prática da Mediunidade
186
Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Q. 218-a, p. 164.
2. ___. Questão 393, p. 243.
3. ___. Questão 415, p. 228.
4. ___. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 79. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2007.Cap. 14, item 159, p. 211.
5. ___. p. 231.
6. ___. Cap. 16, item 190, p. 242.
7. ___. Item 191, p. 243.
8. ___. Cap. 19, item 223, perguntas 5 a 9, p. 280-281.
9. ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. São Paulo: Melhoramentos,1995,
vol. 12, p. 6181.
10. MOURA, Marta Antunes. Reformador. Rio de Janeiro: FEB, abril de 2006. Ano
124. N.º 2.125, p. 32-34.
11. XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Questão 122, p. 79.
12. ___. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 34. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.
92 (Demonstrações do céu), p. 237-238.
13. ___. Pensamento e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 8 (Associação), p. 39-41.
14. ___. p. 42-43.
15. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Evolução em dois mundos.
Pelo Espírito André Luiz. 23.ed. Rio de Janeiro: 2005. Primeira parte, cap. 17
(Mediunidade e corpo espiritual), item: Mediunidade inicial, p. 165.
16. ___. p. 166.
17. ___. Mecanismos da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 4 (Matéria mental ), item: Corpúsculos mentais, p.49.
18. ___. p. 50.
19. ___. p. 51.
20. ___. p. 52.
187
PROGRAMA II – MÓDULO III
Roteiro 7
Tipos incomuns da
mediunidade (1)
Objetivos
1. CONCEITO DE ECTOPLASMIA
A palavra ectoplasmia deriva de ectoplasma que, em biologia, refere-se à
camada mais externa do protoplasma celular. O protoplasma é uma substância
coloidal, viscosa e espessa, ricas em elementos vitais, existente no interior da
célula, excluído o núcleo. A palavra foi criada por Charles Richet (1850-1935),
conhecido como o “Pai da Metapsíquica”, ciência psíquica por ele fundada.
Para o Espiritismo o ectoplasma assemelha-se a uma “[...] pasta flexível, à
maneira de uma geleia viscosa e semilíquida [...].” 10 Nas manifestações medi-
únicas de efeitos físicos, em especial nas materializações espirituais, é expelida
do corpo do médium, “[...] através de todos os poros e, com mais abundância,
pelos orifícios naturais, particularmente da boca, das narinas e dos ouvidos, com
elevada percentagem a exteriorizar-se igualmente do tórax e das extremidades
dos dedos.” 10 A substância possui cheiro peculiar e cor leitosa que, durante as
materializações, escorre em movimentos reptilianos, ao longo do corpo do
médium que o produz, acumulando-se na parte inferior do organismo físico,
onde adquire um aspecto de grande massa protoplásmica, viva e tremulante. 10
Formado a partir do protoplasma celular, o ectoplasma possui densida-
de e características específicas, que o situa entre a matéria densa e a matéria
perispiritual. Trata-se de uma substância saturada do magnetismo humano,
utilizada pelos Espíritos na produção de fenômenos mediúnicos específicos
ou de ectoplasmia, categorizados pela Codificação como de efeitos físicos, e de
ocorrência incomum: curas magnético-espirituais; materializações e transpor-
tes de Espíritos ou de objetos; formação de agêneres; fotografia de Espíritos;
levitação; transfiguração e poltergeist. São manifestações mediúnicas raras nos
dias atuais, exceto as curas espirituais. Apresentamos, em seguida, as princi-
pais características de alguns desses fenômenos que não foram estudados no
Programa I, módulos 1 e 3, deste Curso.
Programa II
2. CURAS MEDIÚNICAS
A Doutrina Espírita ensina que toda doença tem origem no Espírito
porque a ação moral desequilibrada do indivíduo afeta o seu perispírito.
Como o perispírito do encarnado está intimamente ligado ao seu corpo físico,
o desajuste vibratório de uma afeta o outro, produzindo, em consequência,
as doenças.
A mediunidade curadora [...] consiste, principalmente, no dom que pos-
suem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um
gesto, sem o concurso de qualquer medicação. [...] Evidentemente, o fluido
magnético [ectoplásmico] desempenha aí importante papel; porém, quem
examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há
mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento
seguido, regular e metódico [...]. Todos os magnetizadores são mais ou
menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao
passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até
a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção
de uma potência oculta [Espíritos desencarnados] que é o que constitui
a mediunidade [...]. 5
Allan Kardec esclarece que a “[...] cura se opera mediante a substituição
de uma molécula malsã por uma molécula sã”. O poder curativo estará, pois,
na razão direta da pureza da substância inoculada; mas, depende também da
energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica
provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido.” 2.
Outro tipo de mediunidade de efeitos físicos, muito relacionado às curas,
são as cirurgias espirituais, também denominadas cirurgias simpatéticas —
assim chamadas por sua semelhança com a magia — e que envolvem grandes
movimentações de fluidos ectoplásmicos. Tais cirurgias não acontecem, em
geral, nas casas espíritas e os médiuns deste tipo de fenômeno, nem sempre
são espíritas.
O conhecido médium brasileiro José Arigó, por exemplo, realizava ci-
rurgias espirituais utilizando facas ou canivetes, sem anestesia nem cuidados
assépticos. A médium paulista Bernarda Torrúbio não utilizava instrumentos
para realizar as cirurgias: após a prece costumeira, estendia as mãos sobre o
doente sem tocá-lo, expelindo pelo vômito, em seguida, sangue e restos orgâ-
nicos dos tumores ou males que afetavam o doente. Esta mediunidade de cura
está associada à outra: a de transporte. Ou seja, o Espírito desintegrava o tumor
localizado no organismo do doente e o materializava no estômago da médium
191
Estudo e Prática da Mediunidade
3. AGÊNERES
Agênere (literalmente, “o que não foi gerado”) é uma modalidade de apa-
rição ou materialização tangível; estado temporário em que certos Espíritos
se apresentam, muito similar ao da pessoa encarnada, ao ponto de produzir a
ilusão completa [a de que ela está encarnada]. 6 Allan Kardec explica assim o
fenômeno dos agêneres:
O [...] perispírito, no seu estado normal, é invisível; mas, como é formado de
substância etérea, o Espírito, em certos casos, pode, por ato da sua vontade,
fazê-lo passar por uma modificação molecular que o torna momentanea-
mente visível. É assim que se produzem as aparições [...]. Conforme o grau
de condensação do fluido perispirítico, a aparição é às vezes vaga e vapo-
rosa; doutras vezes, mais nitidamente definida; doutras, enfim, com todas
as aparências da matéria tangível. Pode, mesmo, chegar, até, à tangibilidade
real, ao ponto de o observador se enganar com relação à natureza do ser
que tem diante de si. 3
192
Programa II
4. FOTOGRAFIA DE ESPÍRITOS
A fotografia de Espíritos, animais, plantas ou cenas do plano espiritual,
tem como base o princípio da ideoplastia ou das criações fluídicas, fenômeno
pelo qual “[...] o pensamento pode materializar-se, criando formas que muitas
vezes se revestem de longa duração, conforme a persistência da onda em que se
expressam.” 8 Isto acontece porque os Espíritos atuam mentalmente sob os flui-
dos espirituais, de forma intencional, ou não, combinando-os, dispersando-os,
formando conjuntos, imagens com movimento e colorido próprios. 1 “Idênticos
fenômenos com a ideoplastia por base são comuns na fotografia transcendente,
em seus vários tipos [...].” 9
O americano H. Mumler é, sem dúvida, o pioneiro no campo das fotogra-
fias transcendentais. Obteve, pela primeira vez, no ano de 1861, uma imagem
humana junto a pessoas encarnadas que foram por ele fotografadas. O livro
História do Espiritismo, de Arthur Conan Doyle, editora Pensamento, apresenta
maiores informações sobre os médiuns-fotógrafos.
5. LEVITAÇÃO
Levitação é o fenômeno pelo qual pessoas, animais ou coisas erguem-se do
solo, elevando-se no ar, a pequenas ou consideráveis alturas, com eventuais
deslocamentos, sem evidente causa física. Há casos em que a pessoa ou o
objeto levitado vai até o teto ou paira sobre as copas das árvores ou sobre a
crista dos montes. [...] Não só a literatura espírita, mas também a Bíblia e o
próprio Hagiológico* da Igreja Católica narram casos de médiuns, de profe-
tas e de santos que se elevaram no ar, ou levitaram em ambientes fechados,
templos e ao ar livre. 7
Kardec explica que quando alguém ou um objeto “[...] é posto em movi-
mento, levantado ou atirado para o ar, não é que o Espírito o tome, empurre
ou suspenda, como o faríamos com a mão. O Espírito o satura, por assim di-
zer, do seu fluido, combinando-o com o do médium.” 4 Dessa forma, cria uma
substância (força ou energia) intermediária e própria para a realização dos
fenômenos de levitação. 4
A levitação é também chamada de mediunidade de translação ou de sus-
pensão. Sem sombras de dúvidas, um dos mais notáveis médiuns de levitação
foi o escocês Daniel Douglas Home (1833-1886), cognominado de “o homem
flutuante.” Maiores informações sobre os feitos deste excepcional médium
193
Estudo e Prática da Mediunidade
194
Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 49. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 14, item 14, p. 322.
2. ___. Item 31, p. 336.
3. ___. Item 35, p. 338.
4. ___. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 79. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2007. Segunda parte, cap. 4, item. 77, p. 103.
5. ___. Cap. 14, item175, p. 217.
6. ___. Cap. 32, item: Agênere, p. 512.
7. NÁUFEL, José. Do abc ao infinito. Espiritismo experimental. 13. Vol. 2. 2. ed.
(Primeira edição FEB), 1999. Cap. 16 (Levitação), p. 146.
8. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA Waldo. Mecanismos da mediunidade. Pelo
Espírito André Luiz. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. 19 (Ideoplastia), item:
No sono provocado, p. 151.
9. ___. Item: Em outros fenômenos, p. 155.
10. XAVIER, Francisco Cândido. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André
Luiz. 32. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 28 (Efeitos físicos), p. 298.
11. ___. Seara dos médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Item: Faculdades mediúnicas, p. 146.
12. ___. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB,2006. Cap.
5 (Com amor), p. 27.
195
PROGRAMA II – MÓDULO III
Roteiro 8
Tipos incomuns da
mediunidade (2)
Objetivo
199
Estudo e Prática da Mediunidade
200
Programa II
201
Estudo e Prática da Mediunidade
202
Programa II
3. MEDIUNIDADE DE PSICOMETRIA
Em psicologia experimental, psicometria “[...]signifca registro, apreciação
da atividade intelectual, entretanto, nos trabalhos mediúnicos, esta palavra
designa a faculdade de ler impressões e recordações ao contato de objetos co-
muns.” 13 Neste sentido, o médium psicômetra que possui essa rara faculdade,
“[...] tocando em determinados objetos, entra em relação com as pessoas e fatos
aos mesmos ligados. Essa percepção se verifica em vista de tais objetos se acha-
rem impregna- dos da influência pessoal do seu possuidor.” 11 Alguns médiuns
necessitam sentir o objeto pelo tato, a fim de fazer a leitura psicométrica. Para
outros, porém, é suficiente observar o objeto.
A psicometria é a faculdade que possuem certos sensitivos de, ao contato
direto ou à simples presença de um determinado objeto, ou mesmo de um
fragmento mineral, vegetal ou animal, apreender psiquicamente a história
da própria peça em si, como matéria, ou a história do seu possuidor ou de
pessoas que estiveram relacionadas com esse objeto, reconstituindo os res-
pectivos ambientes, os fatos, pensamentos e sensações por elas vivenciadas
no passado e no presente e, muitas vezes, prenunciando acontecimentos
futuros que lhes dizem respeito. 10
A leitura psicométrica só é possível porque a onda mental do médium,
ao entrar em contato com o objeto, se expande e passa a circular dentro de
um circuito fechado, desenvolvido pela atenção profunda e pela percepção
avançada, “com a capacidade de transportar os sentidos vulgares para além do
corpo físico, no estado natural de vigília.” 12
A leitura psicométrica ocorre por duas vias: a) percepção dos fatos impres-
sos na aura do objeto; b) relação telepática que o médium psicômetra faz com
a mente de quem possui o objeto, independentemente esteja este encarnado
ou desencarnado. Podemos, então, imaginar que o psicômetra, ao ter contato,
direto ou indireto, com um objeto, entra em uma espécie de túnel do tempo,
tomando conhecimento de fatos e pessoas relacionados ao objeto em questão.
Os médiuns que possuem mediunidades incomuns, como as citadas neste
Roteiro, são muito assediados por mentes invigilantes, as quais são ávidas por
novidades ou pelo que consideram fantástico e maravilhoso. São pessoas vivem
em busca de um “sinal” para que tenham a fé fortalecida. Considerando este
fato e, também, a citação do evangelista Marcos inserida no início do estudo,
esclarece Emmanuel:
No Espiritismo-cristão, de quando em quando aparecem aprendizes do
Evangelho sumamente interessados em atender a certas requisições, no
203
Estudo e Prática da Mediunidade
204
Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 79. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2007, segunda parte. Cap. 16, item 190, p.242.
2. ___. p.243.
3. ___. Item 193, p.246.
4. ___. p.247.
5. ___. Item 191, p.244.
6. ___. Cap. 19, item 224, p.286.
7. Obras póstumas. Tradução de Guillon Ribeiro. 39. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Primeira parte, item: Teoria da beleza, p.186-187.
8. BOZZANO, Ernesto. Xenoglossia. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Introdução, p.7.
9. DICIONÁRIO MÉDICO ENCICLOPÉDICO TABER. Coordenado por Clayton L.
Thomas. Tradução de Fernando Gomes Nascimento. 17. ed. São Paulo: 2000, p.817.
10. NÁUFEL, José. Do abc ao infinito.Espiritismo experimental.Volume 2. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 1999. Cap. 18 (Psicometria), item: O que é psicometria, p.167.
11. PERALVA, Martins. Estudando a mediunidade. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Cap. 39 (Psicometria), 199.
12. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Mecanismos da mediunidade. Pelo
Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 20 (Psicometria), item:
Mecanismos da psicometria, p.157.
13. XAVIER, Francisco Cândido. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André
Luiz. 32. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 26 (Psicometria), p.277-278.
14. ___. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006,
questão 165, p.102-103.
15. ___. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.
145 (Demonstrações), p.325-326.
205
PROGRAMA II – MÓDULO III
Prática
Experimentação
mediúnica
Objetivo
Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil. Paulo
(1 Coríntios, 12:7)
Estas palavras do apóstolo se aplicam à prática mediúnica. Nesse sentido,
esclarece Emmanuel: “[...] quem possua faculdade humilde não a despreze
porque o irmão mais próximo seja detentor de qualidades mais expressi-
vas. Trabalhe cada um com o material que lhe foi confiado, convicto de que
o Supremo Senhor não atende, no problema de manifestações espirituais,
conforme o capricho humano, mas, sim, de acordo com a utilidade geral.” 6
208
Programa II
REFERÊNCIAS
1. XAVIER, Francisco Cândido. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André
Luiz. 33. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 6 (Psicofonia consciente), p. 60-61.
2. ___. p. 61.
3. ___. Cap. 13 (Pensamento e mediunidade), p. 135-136.
4. ___. p. 136.
5. ___. No mundo maior. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Cap. 9 (Mediunidade), p. 152.
6. ___. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.
162 (Manifestações espirituais), p. 340.
209
Evitar, quanto possível, sessões
sistematizadas de desobsessão, sem a
presença de dirigentes que reúnam,
em si, moral evangélica e suficiente
conhecimento doutrinário.
André Luiz
Conduta Espírita, cap. 24.
PROGRAMA II – MÓDULO III
Atividade complementar
Roteiro: Avaliação da
prática mediúnica
Objetivo
CULMINÂNCIA
Conduta Espírita:
A necessidade
da humildade na
formação moral do
médium.
Objetivos
TEXTO Nº 1
O MÉDIUM ESPÍRITA*
Quando o Médium Espírita apareceu na assembleia doutrinária, sincera-
mente decidido à tarefa que lhe fora designada, abraçou o serviço com ardor;
no entanto, das pequenas multidões que o acompanhavam saíram vozes: “é por
demais verde, não tem experiência”. O seareiro do Bem assumiu ares de adulto
e adotou costumes austeros, mas o público observou: “é um velho prematuro,
sem a chama do ideal”. Ele renovou a própria atitude e mostrou-se entusiasta,
mas ouviu novo conceito: “é um temperamento perigoso, entregue à chocar-
rice”*. Procurou então adicionar veemência ao otimismo e os circunstantes
fizeram coro: “é explosivo, dado à violência.” O servidor arrefeceu os impulsos
e começou a usar textos esclarecedores para fundamentar as próprias asserções,
lendo pareceres de autoridades, e escutou novo apontamento: “é um burro que
não sabe falar, senão recorrendo a notas alheias.” Abandonou, daí em diante, o
sistema de citações e passou a dar somente respostas rápidas sobre os problemas
que lhe vinham à esfera de ação, e exclamaram para logo: “é um preguiçoso,
sem qualquer atenção para o estudo.” Nessa altura, o obreiro da Espiritualidade
julgou mais razoável servir à Causa da Luz, no próprio lar; contudo, ouviu:
“é um covarde, não enfrenta responsabilidades diante do povo.” O Médium
regressou às atividades públicas e entrou a colaborar na sementeira do conheci-
mento superior, onde fosse chamado, e surgiu outra sentença: “é um manequim
da vaidade, manobrado por agentes das trevas”. O atormentado trabalhador
procurou evitar discussões e escolheu atitude de reserva, falando apenas em
torno das questões mais simples da edificação espiritual, e comentou-se: “é
mole demais, sem qualquer fibra moral para os testemunhos de fé”. Registran-
do isso, esposou o regime da mente arejada com o verbo franco, e anotaram,
de imediato: “é um obsidiado, entregue à mistificação”. Tentou acomodar-se,
fazendo unicamente aquilo que considerava como sendo o seu próprio dever,
* XAVIER, Francisco Cândido. Estante da vida. Pelo Espírito Irmão X. 9. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006, cap. 5.
Programa II
EXERCÍCIO
1. Destaque as virtudes ou qualidades que o médium deve esforçar-se
para adquirir ou desenvolver, segundo as ideias apresentadas no texto.
2. Justifique a sua resposta.
3. Indique a importância da humildade para a prática mediúnica.
215
Estudo e Prática da Mediunidade
TEXTO Nº 2
NOTA EM SESSÃO*
Quando Anastácio, o diretor da reunião mediúnica, encaminhava as
tarefas da noite para a fase terminal, comunicou-se o Irmão Silvério para as
instruções do costume.
Apontamento vai, apontamento vem, e Anastácio, o doutrinador, desfechou
curiosa pergunta ao amigo desencarnado:
– Irmão Silvério, com o devido respeito, desejávamos colher a sua opinião
em torno de grave assunto que admitimos seja problema não somente para nós,
nesta casa, mas para a maioria dos grupos semelhantes ao nosso...
– Diga o que há...
– Referimo-nos aos médiuns, depois de iniciados na tarefa espírita. Porque
tanta dificuldade para conservá-los em ação? Quantas vezes temos visto compa-
nheiros de excelente começo, e outros, até mesmo com o merecimento de obras
consolidadas, abandonarem o serviço, de momento para outro?!... Uns foram
curados de aflitivas obsessões, outros abraçaram o apostolado, em plenitude
de madureza do raciocínio... Esposam benditas responsabilidades, de coração
jubiloso, e principiam a trabalhar, corajosos e felizes... Surge, porém, um dia
em que tudo ou quase tudo largam, de repente, no que se reporta às atividades
mediúnicas, conquanto prossigam credores de nossa maior consideração pela
vida respeitável e digna de que dão testemunho, seja no lar ou na profissão.
Como explicar semelhante fenômeno?
O mensageiro anotou, através do médium:
– Meu irmão, estamos em combate espiritual, o combate da luz contra as
trevas. Muitos de nossos aliados sofrem pesada ofensiva por parte das forças
que nos são contrárias, e é razoável que deixem a posição, quando já não mais
suportem o assédio... Somos, então, obrigados a compreendê-los e a favorecer-
lhes a retirada, embora lhes valorizemos a colaboração, com as nossas melhores
reservas afetivas.
– Sim, entendo — acentuou o inquieto companheiro do plano físico —,
entendo que os agentes da sombra nos espiam e nos hostilizam, no intuito de
arrasar-nos... Mas, por que essa perseguição? Não estamos nós do lado da luz?
* XAVIER, Francisco Cândido. Estante da vida. Pelo Espírito Irmão X. 9. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006, cap. 17.
216
Programa II
Não somos chamados a confiar em Deus? Acaso, não nos achamos vinculados
aos princípios do Bem Eterno? Não nos situamos, porventura, sob a vigilância
de nossos Instrutores da Vida Mais Alta?
O Espírito amigo sorriu e replicou, paciente:
– Anastácio, ontem à noite estive em serviço de socorro às vítimas de alguns
malfeitores encarnados, numa casa de entretenimentos públicos. Os nossos
infelizes irmãos, para atenderem aos baixos intentos de que se viam possuídos,
fixaram-se, antes de tudo, no propósito de apagarem a luz no recinto, a fim de
operarem sob regime de perturbação, no clima das trevas. Avançaram para
as lâmpadas vigorosas que alumiavam a casa e, para logo, inutilizaram-lhes a
capacidade de serviço, tumultuando aquele ambiente.
Depois de darem muito trabalho aos policiais, estes, finalmente, restabele-
ceram a normalidade. Como você pode avaliar, o apoio elétrico não se modificou
na retaguarda, não impedindo que as lâmpadas fossem substituídas para que
se recuperasse a iluminação. Assim também, meu caro, em nossas realizações
espíritas. Os elementos da sombra, interessados em vampirizar a Humanidade,
visam, sobretudo, a anular os médiuns que iluminam e, notadamente, os de
maior responsabilidade, de maneira que possam dominar com os inferiores
desígnios que lhes caracterizam as lamentáveis disputas. Depois de formarem o
tumulto e a treva de espírito, reclamam grande esforço dos Emissários de Jesus
para que a harmonia se refaça no serviço regular de nossa Doutrina Renovadora.
Apesar de tudo isso, porém, é preciso reconhecer que a ordem se reconstitui
sempre para a vitória do bem de todos. Entende você?
– Sim... — reticencioso o doutrinador, e aduziu: — mas, que fazer para
melhorar a situação?
E Irmão Silvério rematou com serenidade e otimismo:
– Paciência e serviço, meu caro, paciência e serviço cada vez mais. Assim
como, em qualquer desastre da iluminação comum, a usina, os técnicos e a
eletricidade prosseguem inalteráveis, também nos acidentes do intercâmbio
espiritual, Deus, os Bons Espíritos e as Leis Divinas são invariavelmente os
mesmos... Quanto às lâmpadas, é imperioso substituí-las, toda vez que não
mais se ajustem à tomada de força, até que o progresso nos ofereça material de
valor fixo... Compreendeu?
Anastácio sorriu por sua vez, demonstrando haver compreendido, e en-
cerrou a sessão.
217
Estudo e Prática da Mediunidade
EXERCÍCIO
Analise cada um dos questionamentos feitos por Anastácio, o diretor da
reunião mediúnica, e, a seguir, faça o que se pede:
a) Cite os principais obstáculos que dificultam a ação de persistência
dos médiuns e dos demais componentes de uma reunião mediúnica.
b) Aponte soluções para as dificuldades citadas no item anterior.
c) Responda: É possível correlacionar as instruções dadas pelo Irmão
Silvério com a humildade? Por quê?
218
MEDIUNIDADE: ESTUDO E PRÁTICA
MÓDULO IV
OS ESPÍRITOS COMUNICANTES
PLANO GERAL DO MÓDULO N° 4 - OS ESPÍRITOS
COMUNICANTES
FUNDAMENTAÇÃO ESPÍRITA PRÁTICA MEDIÚNICA
Roteiro 1
Manifestação
mediúnica dos
Espíritos
Objetivo
Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil. Paulo
(1 Coríntios, 12:7)
Corpo
estriado
1
Córtex Cerebral Frontal 2
3
Hipocampo
Cerebelo
Córtex Entorrinal
Legenda
1. A mensagem chega ao córtex cerebral percorrendo-o em toda a sua
extensão.
2. Acesso aos centros de memória: hipocampo, córtex entorrinal, corpo
estriado e cerebelo.
3. Resposta emitida pelo médium após o processamento da mensagem.
1.1 Explicações
Sugerimos que a figura, inserida na página anterior, seja consultada à
medida que cada explicação é fornecida.
1. A mensagem (ideias ou informação), enviada pelo Espírito comuni-
cante chega ao córtex cerebral do médium depois de ter atingido o
perispírito, passam do ao corpo físico, via centros de força, onde é
captada pelos órgãos sensoriais. A mensagem percorre todo o córtex
cerebral, em processo de “varredura” que, ao passar de um neurônio
(célula nervosa fundamental) para outro, provoca pequenas descargas
elétricas, numa reação em cadeia.
Obs.: Cada neurônio pode comunicar-se com os outros milhões de neurô-
nios existentes no cérebro, sobretudo com os 100.000 aproximadamente existentes
no córtex, o que torna o número de combinações entre eles quase infinito.
2. A mensagem sai do córtex cerebral e alcança regiões mais internas
do cérebro. Nesse local, numa área denominada hipocampo — loca-
lizada no soalho inferior do ventrículo lateral do cérebro — a men-
sagem pode favorecer o acesso a memórias relacionadas a pessoas,
melodias e fatos.
Se o teor da mensagem, vinda do Espírito comunicante, envolve o co-
nhecimento de línguas, as estruturas do hipocampo e do córtex entorrinal são
acionadas simultaneamente. Se a mensagem, porém, está ligada à memória de
atos instintivos, acontece um duplo acesso: um ao corpo estriado, estrutura loca-
lizada no próprio cérebro; e outro no cerebelo, centro de memória extracerebral,
órgão localizado fora do cérebro, mas ainda no encéfalo. Vemos, assim, que o
conteúdo da mensagem é que determina este ou aquele acesso aos centros de
memória específicos. Este acesso pode ser feito a apenas um centro ou a todos.
O importante é que a mensagem seja entendida (processada) para que ocorra
a resposta apropriada.
3. Processada a mensagem, é necessário que ela seja respondida, que uma
decisão seja tomada. As decisões ocorrem em nível do córtex frontal,
pela mente do Espírito. As decisões apresentam três aspectos: a) os
de ordem intelectual ou racional; b) os de característica emocional/
afetiva; c) os de natureza psicomotora.
Há ainda dois pontos que devem ser considerados:
• O processamento da mensagem na mente do médium, evidenciada du-
rante a manifestação mediúnica, traz o “colorido” das suas ideias e de
223
Estudo e Prática da Mediunidade
224
Programa II
225
Estudo e Prática da Mediunidade
226
Programa II
227
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. XAVIER, Francisco Cândido. Entre a terra e o céu. Pelo Espírito André Luiz. 22.
ed. Rio de Janeiro: 2005. Cap. 20 (Conflitos da alma), p. 163.
2. ___. p. 164 - 165.
3. ___. p. 165.
4. ___. p. 165 - 166.
5 ___. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.162
(Manifestações espirituais), p.339-340.
228
Quem se especializa na identificação do
mal, dificilmente verá o bem.
André Luiz
Agenda Cristã, cap. 36.
PROGRAMA II – MÓDULO IV
Roteiro 2
Manifestação
mediúnica dos bons
Espíritos
Objetivo
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas
boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus. Jesus (Mateus, 5:16)
Os benfeitores espirituais estão classificados na Escala Espírita, existen-
te em O Livro dos Espíritos, como “Bons Espíritos”. As comunicações destes
orientadores da Vida Maior ocorrem, em geral, no início ou no final da reu-
nião. Alguns tipos de mediunidade são, preferencialmente, utilizadas nas suas
comunicações com o plano físico, como a psicofonia, a psicografia e a vidência.
O que não quer dizer que os demais médiuns não lhes captam a presença e as
elevadas vibrações que irradiam. “O bom Espírito [...] não é somente aquele
que te faz bem, mas, acima de tudo, o que te ensina a fazer bem aos outros para
que sejas igualmente um Espírito bom.” 20 Dentro deste raciocínio, em perfeita
sintonia com a passagem evangélica acima citada, esses Espíritos se assemelham
a professores dedicados, atentos aos processos de melhoria dos seus discípulos.
“Suas qualidades e poderes para o bem estão em relação com o grau de
adiantamento que hajam alcançado; uns têm a ciência, outros a sabedoria e a
bondade. [...] Não estando ainda completamente desmaterializados, conservam
mais ou menos, conforme a categoria que ocupem, os traços da existência
corporal, assim na forma da linguagem, como nos hábitos [...].” 1 Pode-se
também afirmar que “a aproximação dos bons, [...] é tão agradável como a
brisa suave e fresca de uma tarde primaveril. A influência deles se torna tão
sutil que o médium se sente transportado, enlevado, persuadido de que não
está sendo influenciado [...].” 17
Os bons Espíritos mais adiantados reúnem o saber às qualidades morais.
São Espíritos que desenvolveram a capacidade de resplandecer a própria
luz, sobretudo pelas exemplificações que oferecem. Tendo Jesus como referên-
cia, seus conselhos, ações e ponderações nos mostram o caminho seguro da
redenção espiritual.
“Brilhe vossa luz” — disse-nos o Mestre —, e muitas vezes julgamo-nos uni-
camente no dever de buscar as alturas mentais. [...] É indiscutível que não
Programa II
233
Estudo e Prática da Mediunidade
234
Programa II
OBREIROS*
Emmanuel
Procura apresentar-te a Deus aprovado como obreiro que não tem de que
se envergonhar. Paulo (2 Timóteo, 2: 15)
Desde tempos imemoriais, idealizam as criaturas mil modos de se apre-
sentarem a Deus e aos seus mensageiros. Muita gente preocupa-se durante
a existência inteira em como talhar as vestimentas para o concerto celestial,
enquanto crentes inumeráveis anotam cuidadosamente as mágoas terrestres,
* XAVIER, Francisco Cândido. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 28. ed.Rio de Janeiro: FEB,
2006, cap. 145.
235
Estudo e Prática da Mediunidade
A construção frasal é exata, cada uma refletindo idéia específica, sem derivações
ou divagações. Exemplo: “A maioria dos devotos deseja iniciar a viagem, além da
morte, com títulos de santos; todavia, não há maneira mais acertada de refletirmos
em nossa posição, com verdade, além daquela em que nos enquadramos na
condição de trabalhadores.”
As idéias estão desenvolvidas de forma direta, harmônicas entre si, não identificando
estilo rebuscado ou empolado. Exemplo: “O caminho edificante desdobra-se para todos
[...]. Aqui, abrem-se covas na terra produtiva, ali, manuseiam-se livros para o sulco da
inteligência, mas o espírito é o fundamento vivo do serviço manifestado. Classificam-se
os trabalhadores em posições diferentes, contudo, o campo é um só.”
236
Programa II
Prescreve o bem de acordo com a pura caridade evangélica, a que faz referência e se
fundamenta. Exemplo: “Eis o motivo pelo qual julgamos com Paulo que a maior vitória
do discípulo será apresentar-se, um dia, ao Senhor, como obreiro aprovado.”
237
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 88. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006, questão 107, p. 112.
2. ___. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006, segunda parte. Cap. 24, item 267, 2a questão, p. 345.
3. ___. 4a questão, p. 345.
4. ___. 9a questão, p. 346.
5. ___. 10a questão, p. 347.
6. ___. 11a questão, p. 347.
7. ___. 12a questão, p. 347.
8. ___. 15a questão, p. 348.
9. ___. 16a questão, p. 348.
10. ___. 17a questão, p. 348.
11. ___. 18a questão, p. 348.
12. ___. 24a questão, p. 349.
13. ___. 25a questão, p. 349.
14 DENIS, Léon. No invisível. Tradução de Leopoldo Cirne. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 11 (Aplicação moral e frutos do espiritismo). Nota de rodapé, p. 126.
15. ___. p. 126-127.
16. PERALVA, Martins. Estudando a mediunidade. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Cap. 29 (Objetivos do mediunismo), p.159-160.
17. VALENTE, Aurélio A. Sessões práticas e doutrinárias do espiritismo. 8. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2002. Cap. 8 (Das manifestações dos vivos e dos mortos), p. 164.
18. XAVIER, Francisco Cândido. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André
Luiz. 33. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 16 (Mandato mediúnico), p. 176-177.
19. ___. Palavras de vida eterna. Pelo Espírito Emmanuel. 33. ed. Uberaba: Comunhão
Espírita Cristã, 2005.Cap. 13 (Boas obras), p. 39-40.
20. ___. Seara dos médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Item: Bons Espíritos, p.152.
21. ___. Item: Benfeitores desencarnados, p. 234.
238
O intercâmbio mediúnico é
acontecimento natural e o médium é um
ser humano como qualquer outro.
André Luiz
Conduta Espírita, cap. 27.
PROGRAMA II – MÓDULO IV
Roteiro 3
Manifestação
mediúnica dos
Espíritos Imperfeitos (1)
Objetivo
243
Estudo e Prática da Mediunidade
244
Programa II
245
Estudo e Prática da Mediunidade
246
Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 88. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Questão 101, p. 108.
2. ___. Questão 102, p.110.
3. ___. Questão 103, p.110.
4. ___. Questão 104, p.111.
5. ___. Questão 105, p.111.
6. ___. Questão 106, p.111.
7. ___. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 79. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2007, segunda parte. Cap. 24 (Da identidade dos espíritos), item 262, p.342.
8. ___. Item 267,questão 4a, p.345.
9. ___. Questão 5, p.345.
10. ___. Questão 8, p.346.
11. ___. Questão 9, p.347.
12. ___. Questão 10, p.347.
13. ___. Questão 13, p.347.
14. ___. Questão 14, p.347.
15. ___. Questão 15, p.348.
16. ___. Questão 19, p.348.
17. ___. Questão 20, p.348-349.
18. ___. Questão 21, p.349.
19. ___. Questão 22, p.349.
20. ___. Questão 23, p.349.
21. ___. Item 268, questão 28, p.348-359.
22. ___. Comentário, p.359.
23. ___. O céu e o inferno. Tradução de Manuel Justiniano Quintão. 59. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Segunda parte. Cap. 4, item: O castigo, p.282-283.
24. VALENTE, Aurélio A. Sessões práticas e doutrinárias do espiritismo. 8 .ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2002. Cap. 8 (Das manifestações dos vivos e dos mortos), p.163.
25. ___. p.165-166.
26. XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 35. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Cap. 28 ( Alguma coisa), p.73 - 74.
247
PROGRAMA II – MÓDULO IV
Roteiro 4
Manifestação
mediúnica dos
Espíritos Imperfeitos (2)
Objetivo
251
Estudo e Prática da Mediunidade
252
Programa II
253
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 79. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2007, segunda parte. Cap.19. Item 223, 15. questão, p. 283.
2. MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as sombras. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 2. Item: Os juristas, p.128.
3. ___. O religioso, p.131.
4. OLIVEIRA, Therezinha. Reuniões mediúnicas. 1. ed. Capivari: EME, 1994. Terceira
unidade, cap.20, p.114.
5. XAVIER, Francisco Cândido. Entre a terra e o céu. Pelo Espírito André Luiz. 23.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005 .Cap.10 (Preciosa conversação), p.83-84.
6. ___. Os mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 43. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Cap. 44 (Assistência), p.273.
7. ___. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.176
(Na revelação da vida ), p.366.
8. ___. Voltei. Pelo Espírito Irmão Jacob. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.11
(Organização educativa ), p.107.
254
Os fluidos espirituais representam
importante papel em todos os
fenômenos espíritas.
Allan Kardec
Revista Espírita, março, de 1866, p. 97.
.
PROGRAMA II – MÓDULO IV
Roteiro 5
Manifestação
mediúnica dos
Espíritos Imperfeitos (3)
Objetivo
Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não
sabe para onde deva ir; porque as trevas lhe cegaram os olhos. Jesus (1 João, 2:11)
Estudaremos neste Roteiro o grupo de Espíritos portadores de necessidades
especiais, em decorrência do nível de perturbação que revelam em suas mani-
festações mediúnicas. O atendimento a esses Espíritos requer dos participantes
do grupo mediúnico: a) segurança doutrinária espírita, fundamentada nas
obras codificadas por Allan Kardec e, nas complementares a estas, de autoria
de Espíritos fiéis às orientações da Doutrina Espírita; b) conduta espírita que
reflita firmeza moral; c) equilíbrio emocional; d) hábito de estudo e oração.
Os médiuns e demais participantes da reunião devem manter-se vigilantes
no trato com esses Espíritos, cuidando-se para não serem por eles influencia-
dos, pois, como sabemos, nenhum “[...] médium jamais é tão perfeito, que não
possa ser atacado por algum lado fraco.” 1
Kardec nos faz o seguinte alerta:
Todas as imperfeições morais são tantas outras portas abertas ao acesso
dos maus Espíritos. A que, porém, eles exploram com mais habilidade é o
orgulho, porque é a que a criatura menos confessa a si mesma. O orgulho
tem perdido muitos médiuns dotados das mais belas faculdades e que, se não
fora essa imperfeição, teriam podido tornar-se instrumentos notáveis e muito
úteis, ao passo que, presas de Espíritos mentirosos, suas faculdades, depois
de se haverem pervertido, aniquilaram-se e mais de um se viu humilhado
por amaríssimas decepções. 2
mais ignorantes do que maus, outros mais endurecidos e são implacáveis per-
seguidores. Estão também incluídos no grupo os que apresentam deformações
perispirituais, de menor ou maior gravidade. A respeito desse grupo, assim se
pronuncia Emmanuel:
São sempre muitos. Contam-se, às vezes, por legiões.[...] Mostram-se desen-
carnados da esfera física e comunicam a peçonha do desespero. Facilmente
identificáveis, sinalizam a rebeldia. Falam em dever e inclinam-se à violência,
referem-se ao direito e transformam-se em vampiros. Criam a dor para os
outros, encarcerando-se na dor de si mesmos. São vulgarmente chama-
dos “Espíritos maus”, quando, mais propriamente, são Espíritos Infelizes.
Zombam de tudo o que lhes escape ao domínio, supõem-se invencíveis na
cidadela do seu orgulho, escarnecem dos mais altos valores da Humanidade
e acreditam ludibriar o próprio Deus. Decerto que esses irmãos, enredados
a profundo desequilíbrio, estarão entre nós, adestrando-nos as forças mais
íntimas para que aprendamos a auxiliar. [...] Cabe-nos, acima de tudo, a obri-
gação de secundar o trabalho daqueles que nos precederam e nos inspiram,
realizando o melhor. Para isso, não te digas inútil. Se não prestássemos para
as boas obras, por que razão nos daria Deus a flama da consciência e o sopro
da vida? Contudo, não basta pregar. É preciso fazer. Os companheiros infeli-
zes, além de serem irmãos problemas, são também nossos observadores de
cada dia. Embora com sacrifício, atende à tua parte de esforço na plantação
da bondade e no suor do aperfeiçoamento. [...]. 8
Por emitirem vibrações mentais de extrema desarmonia, esses Espíritos
só se comunicam nas reuniões mediúnicas depois de terem sido auxiliados,
previamente, por benfeitores espirituais.
1.1 Espíritos com sexualidade em desequilíbrio
São Espíritos que fazem parte do contingente de homens e mulheres que
cometeram abusos sexuais, durante a reencarnação, em razão do estado de
desequilíbrio mental em que se encontravam, tais como: prostituição, promis-
cuidade, pedofilia, estupro, aborto etc. Após a morte do corpo físico, arrastam
para o além-túmulo os efeitos dos desregramentos cometidos e das doenças
surgidas em conseqüência.
São resgatados das regiões de grande sofrimento, semelhantes às “[...] zonas
purgatoriais ou infernais [...] em que se complementam as temporárias criações
do remorso, associando arrependimento e amargura, desespero e rebelião.” 10
Registramos, em seguida, algumas orientações prestadas pelo orientador
Silas, e transcritas por André Luiz no livro Ação e reação.
259
Estudo e Prática da Mediunidade
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Programa II
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Estudo e Prática da Mediunidade
262
Programa II
evangelista João, inserido no início deste Roteiro. São almas infelizes que ainda
não aprenderam a conjugar o verbo amar. A propósito, comenta Emmanuel:
Se não sabes cultivar a verdadeira fraternidade, serás atacado fatalmente
pelo pessimismo, tanto quanto a terra seca sofrerá o acúmulo de pó.Tudo
incomoda àquele que se recolhe à intransigência. Os companheiros que
fogem às tarefas do amor são profundamente tristes pelo fel de intolerân-
cia com que se alimentam. [...] Caminham no mundo entre a amargura e
a desconfiança. Não há carinho que lhes baste. Vampirizam criaturas por
onde estagiam, chorando, reclamando, lamentando... Não possuem rumo
certo. Declaram-se expulsos da sociedade e da família. É que, incapazes do
amor ao próximo, jornadeiam pela Terra, sob o pesado nevoeiro do egoísmo
que nos detém tão-somente no círculo estreito de nossas necessidades, sem
qualquer expressão de respeito para com as necessidades alheias. Afirmam-
-se incompreendidos, porque não desejam compreender. Ausentes do amor,
ressecam a máquina da vida, perdendo a visão espiritual. Impermeáveis ao
bem, fazem-se representantes do mal. Se o pessimismo começa a abeirar-se
de teu Espírito, recolhe-te à oração e pede ao Senhor te multiplique as for-
ças na resistência, ante o assalto das trevas. Aprendamos a viver com todos,
tolerando para que sejamos tolerados, ajudando para que sejamos ajudados,
e o amor nos fará viver, prestimosos e otimistas, no clima luminoso em que
a luta e o trabalho são bênçãos de esperança. 6
263
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 79. ed. Rio
de Janeiro: 2007, segunda parte. Cap. 20, item 226, 10.ª questão, p. 298.
2. ___. Item 228, p.299.
3. XAVIER, Francisco Cândido. Ação e Reação. Pelo Espírito André Luiz. 28. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 8 (Preparativos para o retorno), nota do autor
espiritual, p.135.
4. ___. p.135-136.
5. ___. Cap.15 (Anotações oportunas), p.264.
6. ___. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 34. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.
158 (Na ausência do amor), p.385-386.
7. ___. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Questão 154, p.96-97.
8. ___. Seara dos médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Item: Irmãos problemas, p. 149-150.
9. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito An-
dré Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap.36 (Manifestação do enfermo
espiritual-V), p. 139.
10. ___. Mecanismo da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 26.ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 24 (Obsessão), item: Zonas purgatoriais, p.187.
264
Estudemos a posição particular dos
companheiros da caminhada humana,
oferecendo-lhes a verdade dosada em
amor.
Emmanuel
Seara dos Médiuns, p. 168.
PROGRAMA II – MÓDULO IV
Roteiro 6
Identidade dos
Espíritos comunicantes
Objetivo
Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa
[...]. João (João, 1:10)
1. INTRODUÇÃO
A identidade de um Espírito comunicante não é tarefa fácil, sendo que,
às vezes, se revela totalmente improdutiva. Entretanto, como a relação entre
os desencarnados e os encarnados é permanente, ocorrendo de forma oculta
ou ostensiva, é útil saber, pelo menos, se a sugestão mental que chega ao foro
íntimo procede de um Espírito bom. Neste sentido, é importante repetir o
conteúdo da questão 464 de O Livro dos Espíritos: “Como distinguirmos se um
pensamento sugerido procede de um bom Espírito ou de um Espírito mau?”1
A resposta objetiva, porém bastante elucidativa, é: “Estudai o caso. Os bons
Espíritos só para o bem aconselham. Compete-vos discernir.” 1
A questão da identidade dos Espíritos é complexa, exigindo bom senso e
sólido conhecimento espírita, senão de outras áreas do saber humano, sobre-
tudo no que diz respeito à manifestação de Espíritos que se identificam com o
nome de personalidades importantes que viveram em épocas passadas. Todo
cuidado é pouco em relação a este assunto.
Uma vez que no meio dos Espíritos se encontram todos os caprichos da
humanidade, não podem deixar de existir entre eles os ardilosos e os men-
tirosos; alguns não têm o menor escrúpulo de se apresentar sob os mais
respeitáveis nomes, com o fim de inspirarem mais confiança. Devemos,
pois, abster nos de crer de um modo absoluto na autenticidade de todas as
assinaturas de Espíritos. 11
O Codificador esclarece que muito “[...] mais fácil de se comprovar é a
identidade, quando se trata de Espíritos contemporâneos, cujos caracteres e
hábitos se conhecem, porque, precisamente, esses hábitos, de que eles ainda
não tiveram tempo de despojar-se, são que os fazem reconhecíveis e desde logo
dizemos que isso constitui um dos sinais mais seguros de identidade.” 7
Programa II
269
Estudo e Prática da Mediunidade
270
Programa II
271
ANEXO
IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS COMUNICANTES
* KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon ribeiro. 79. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007.
Cap. 31, item 20, p. 493.
Programa II
273
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 88. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Questão 464. p. 279.
2. ___. Introdução 12, p. 46.
3. ___. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 79. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2007, segunda parte. Cap. 24, item 256, p. 337.
4. ___. p. 338.
5. ___. p. 338-339.
6. ___. p. 339.
7. ___. Item 257, p. 339.
8. ___. Item 260, p. 341.
9. ___. Item 261, p. 341-342.
10. ___. p. 342.
11. ___. O que é o espiritismo. 54. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 2, item 93:
identidade dos Espíritos, p. 203.
12. ___. Item 94, p. 203.
13. ___. Item 96, p. 204.
14. XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de luz. Pelo espírito Emmanuel. 25. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 83 (Examinai), p. 189.
15. ___. p. 190.
274
Iniciemos, assim, a nossa edificação de
concórdia aposentando a lâmina da
crítica.
Emmanuel
Seara dos Médiuns, p. 197.
PROGRAMA II – MÓDULO IV
Prática
experimentação
mediúnica
Objetivo
Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo
sempre está pronto. Jesus (João, 7:6)
Esse alerta de Jesus nos faz refletir que devemos nos esforçar para saber
identificar as oportunidades de melhoria espiritual, concedidas por ele ao
longo de nossa existência.
O bom trabalhador, no entanto, compreende, antes de tudo, o sentido
profundo da oportunidade que recebeu. Valoriza todos os elementos co-
locados em seus caminhos, como respeita as possibilidades alheias. [...]
Nesse sentido, a lição do Mestre reveste-se de maravilhosa significação.
[...] Os cegos de espírito continuarão queixosos; no entanto, os que acor-
daram para Jesus sabem que sua época de trabalho redentor está pronta,
não passou, nem está por vir. É o dia de hoje, é o ensejo bendito de servir,
em nome do Senhor, aqui e agora... 4
Estudo e Prática da Mediunidade
278
Programa II
279
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 78. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006, segunda parte. Cap. 14, item 167, p. 219.
2. ___. Cap. 17, item 210, p. 261-262.
3. ___. p. 262.
4. XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel.
27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 73 (Oportunidade), p. 161-162.
280
PROGRAMA II – MÓDULO IV
Atividade complementar
Roteiro: Avaliação da
prática mediúnica
Objetivo
CULMINÂNCIA
Conduta Espírita:
Harmonia espiritual no
trato com os Espíritos.
Objetivos
TEXTO Nº 1
ESPÍRITOS PERTURBADOS*
Emmanuel
É possível conhecê-los, de perto.
Surgem, quase sempre, na categoria de loucos e desmemoriados, entre a
negação e a revolta.
São criaturas desencarnadas, Espíritos que perderam o corpo físico e,
porque se detiveram deliberadamente na ignorância ou na crueldade, não
encontram agora senão as próprias recordações para viver e conviver.
Encerravam-se na avareza e prosseguem na clausura da sovinice.
Abandonavam-se à viciação e transformam-se em vampiros, à procura de
quem lhes aceite as sugestões infelizes.
Abraçavam a delinquência e sofrem o látego do remorso, nos recessos da
própria alma.
Confiavam-se à preguiça e carreiam a dor do arrependimento.
Zombavam das horas e não sabem o que fazer para que as horas não
zombem deles.
São tantas as aflições que descobrem nas paisagens atormentadas da
mente iludida, que são eles — homens e mulheres que escarneceram da
vida — os verdadeiros autores de todas as concepções de inferno, além da
morte, que hão aparecido no mundo, desde a aurora da razão no campo
da Humanidade.
Antigamente, a abordagem de semelhantes companheiros era obscura e
quase que impraticável.
* XAVIER, Francisco Cândido. Seara dos Médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006, p. 159-160.
Programa II
EXERCÍCIO
1. Relacionar as principais condições para o atendimento a Espíritos
sofredores.
2. Analisar o último parágrafo do texto.
3. Explicar a importância do conhecimento espírita-evangélico e
do equilíbrio espiritual no atendimento mediúnico a Espíritos
necessitados.
4. Apresentar, em plenária, síntese do texto estudado e as conclusões
deste exercício.
TEXTO Nº 2
BENFEITORES DESENCARNADOS*
Emmanuel
Perceberás, sem dificuldade, a presença deles.
Onde as vozes habituadas a escarnecer se mostram a ponto de condenar,
eles falam a palavra da compaixão e do entendimento.
Onde as cruzes se destacam, massacrando ombros doridos, eles sur- gem,
de inesperado, por cireneus silenciosos, amparando os que caíram em desa-
grado e abandono.
Onde os problemas repontam, graves, prenunciando falência, eles semeiam
a fé, cunhando valores novos de trabalho e esperança.
* XAVIER, Francisco Cândido. Seara dos Médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006, p. 233-234.
285
Estudo e Prática da Mediunidade
EXERCÍCIO
1. Relacionar as qualidades que caracterizam os benfeitores espirituais,
de acordo com o texto.
2. Elaborar um pequeno plano do que você faria para se tornar um
benfeitor espiritual, considerando o texto estudado.
3. Explicar a importância do conhecimento espírita-evangélico e do
equilíbrio espiritual para se transformar em instrumento de apoio
aos benfeitores espirituais.
4. Apresentar, em plenária, síntese do texto estudado e as conclusões
deste exercício.
286
Programa II
TEXTO Nº 3
REFORMA ÍNTIMA*
Emmanuel
Quando a espiritualidade sublime te clareou por dentro, passaste a men-
talizar perfeição nas atitudes alheias. Entretanto, buscando, aqui e ali, padrões
ideais de comportamento, nada mais recolheste que necessidades e negações.
Irmãos que te pareciam sustentáculos da coragem tombaram no desâ-
nimo, em dificuldades nascentes; criaturas que supunhas destinadas à missão
da bênção, pela música de carinho que lhes vibrava na boca, amaldiçoaram
leves espinhos que lhes roçaram a vestimenta; companheiros que se afigura-
vam troncos na fé resvalaram facilmente nos atoleiros da dúvida, e almas que
julgavas modelos de fidelidade e ternura abandonaram-te o clima de esperança,
nas primeiras horas da luta incerta.
Sofres, exiges, indagas, desarvoras-te...
Trilhando o caminho da renovação que te eleva, solicitas circunstâncias
e companhias em que te escores para seguir adiante; contudo, se estivesses no
plano dos amigos perfeitos, não respirarias na escola do burilamento moral.
O Universo é governado por leis infalíveis. “Dai e dar se vossa” — en-
sinou Jesus.
Possuímos, desse modo, tão somente aquilo que damos.
Se aspiras a receber a simpatia e a abnegação do próximo, começa distri-
buindo simpatia e abnegação.
O entendimento na Doutrina Espírita esclarece-nos a cada um que é
loucura reclamar a santificação compulsória e, sim, que é dever simples de
nossa parte operar a própria transformação para o bem, a fim de que sejamos
para os outros, ainda hoje, o que desejamos sejam eles para nós amanhã.
É possível estejas atravessando a estrada longa da incompreensão, pedre-
gosa e obscura.
Façamos, porém, suficiente luz no próprio íntimo, e a noite, por mais
espessa, será sempre sombra a fugir de nós.
* XAVIER, Francisco Cândido. Seara dos Médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006, p. 231-232.
287
Estudo e Prática da Mediunidade
EXERCÍCIO
1. Relacionar de forma objetiva o que é necessário para nos transfor-
marmos definitivamente em pessoas de bem.
2. Destacar a palavra, frase ou parte do texto que, efetivamente, carac-
teriza o processo de transformação moral.
3. Explicar a importância do conhecimento espírita-evangélico e do
equilíbrio espiritual para se transformar em instrumento de apoio
aos benfeitores espirituais.
4. Apresentar, em plenária, síntese do texto estudado e as conclusões
deste exercício.
288
Esclareçamos que o Mestre não aprova
a inexperiência, e sim nos convida à
simplicidade, a fim de que possamos
viver sem tabus e sem artifícios.
Emmanuel
Seara dos Médiuns, p. 202.
MEDIUNIDADE: ESTUDO E PRÁTICA
MÓDULO V
ATENDIMENTO AOS ESPÍRITOS
COMUNICANTES
PLANO GERAL DO MÓDULO N° 5 - ATENDIMENTO
AOS ESPÍRITOS COMUNICANTES
FUNDAMENTAÇÃO ESPÍRITA PRÁTICA MEDIÚNICA
Roteiro 1
Características
do diálogo com os
Espíritos
Objetivos
Mas o que sai da boca procede do coração, e isso contamina o homem. Jesus
(Mateus, 15:18.)
O intercâmbio entre os planos espiritual e físico está fundamentado nas
leis de afinidade e sintonia mediúnicas, uma vez que está “[...] a mente na base
de todas as manifestações mediúnicas, quaisquer que sejam os característicos
em que se expressem [...].” 17 Os médiuns ostensivos, em particular, devem estar
suficientemente esclarecidos a respeito da tarefa que lhes cabem realizar, que
é a de estabelecer uma ponte entre os dois mundos, o físico o espiritual, como
esclarece Allan Kardec: “Dai aos médiuns que escolherdes para transmissores
dos vossos ensinamentos, consciência do mandato que lhes é conferido e da
gravidade do ato que vão praticar, a fim de que o façam com o fervor e o reco-
lhimento precisos.” 1
Os benfeitores espirituais protegem o local, na sala mediúnica, onde
acontecerá a manifestação dos Espíritos e o diálogo com eles, por meio de
uma extensa corrente magnética. No livro Missionários da Luz, o orientador
Alexandre explica a finalidade desse amparo: “[...] Trata-se da cadeia magnética
necessária à eficiência de nossa tarefa de doutrinação. Sem essa rede de forças
positivas, que opera a vigilância indispensável, não teríamos elementos para
conter as entidades perversas e recalcitrantes.” 13
No atendimento aos Espíritos necessitados destaca-se a atuação dos médiuns
psicofônicos e a do médium esclarecedor, também chamado dialogador ou doutri-
nador. Os demais membros do grupo cooperam, em silêncio. Elucida André Luiz:
Os médiuns esclarecedores e passistas, além dos deveres específicos que se
lhes assinala, servirão, ainda, na condição de elementos positivos de proteção
e segurança para os médiuns psicofônicos, sempre que estes forem mobi-
lizados em serviço. Imprescindível reconhecer que todos os participantes
do conjunto são equiparáveis a pilhas fluídicas ou lâmpadas, que estarão
sensibilizadas ou não para os efeitos da energia ou da luz que se lhes pede
em auxílio dos que jazem na sombra de espírito. Daí o imperativo do teor
Programa II
295
Estudo e Prática da Mediunidade
A [...] palavra, qualquer que ela seja, surge invariavelmente dotada de energias
elétricas específicas, libertando raios de natureza dinâmica. A mente, como
não ignoramos, é o incessante gerador de força, através dos fios positivos e
negativos do sentimento e do pensamento, produzindo o verbo que é sem-
pre uma descarga eletromagnética, regulada pela voz. Por isso mesmo, em
todos os nossos campos de atividade, a voz nos tonaliza a exteriorização,
reclamando apuro de vida interior, de vez que a palavra, depois do impulso
mental, vive na base da criação; é por ela que os homens se aproximam e
se ajustam para o serviço que lhes compete e, pela voz, o trabalho pode ser
favorecido ou retardado, no espaço e no tempo. 12
Retiramos do livro Nos Domínios da Mediunidade um exemplo de diálogo
bem conduzido, tendo como base o tom e as vibrações amorosas das palavras
utilizadas pelo esclarecedor encarnado. André Luiz relata a manifestação de
Libório, um perseguidor espiritual, numa sessão mediúnica, onde é atendido
por Raul Silva, dialogador e dirigente do grupo no plano físico, sob amparo de
Clementino, orientador espiritual.
Raul Silva [...] não recebia Libório, qual se fora defrontado por um habitante
das sombras, suscetível de acordar-lhe qualquer impulso de curiosidade me-
nos digna. Ainda mesmo descontando o valioso concurso do mentor que o
acompanhava, Raul emitia de si mesmo sincera compaixão de mistura com
inequívoco interesse paternal. Acolhia o hóspede [Espírito comunicante]
sem estranheza ou irritação, como se o fizesse a um familiar que regressasse
demente ao santuário doméstico. Talvez por essa razão o obsessor a seu turno
se revelava menos agastadiço. [...]
– Estamos em prece por sua paz — falou Silva, com inflexão de bondade
e carinho.
– Grande novidade! que há de comum entre nós? Devo-lhes algo?
– Pelo contrário — exclamou o interlocutor, convicto —, nós somos quem
lhe deve atenção e assistência. [...] Ante o argumento enunciado com
sinceridade e simpleza, o renitente sofredor pareceu apaziguar-se ainda
mais. Jatos de energia mental, partidos de Silva, alcançavam-no agora
em cheio, no tórax, como a lhe buscarem o coração. Libório tentou falar,
contudo, à maneira de um viajante que já não pode resistir à aridez do
deserto, comoveu-se diante da ternura daquele inesperado acolhimento
[...]. Sob o sábio comando de Clementino, falou o doutrinador com afe-
tividade ardente:
– Libório, meu irmão!
296
Programa II
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Estudo e Prática da Mediunidade
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Programa II
299
Estudo e Prática da Mediunidade
300
Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro.
126. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.28, item 6, p. 450.
2. ___. O que é o espiritismo. 54. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 1 (Pequena
conferência espírita), item: Meios de Comunicação, p.108.
3. MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as sombras. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Item: Doutrinação e desobsessão (prefácio), p. 14.
4. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André
Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap.20 (Componentes da reunião), p. 86.
5. ___. Cap.24 (Médiuns esclarecedores),p. 99.
6. ___. p. 100.
7. ___. Cap. 33 (Manifestação do enfermo espiritual-2), p. 129.
8. ___. p.129-130.
9. ___. p.130.
10. ___. Cap. 34 (Manifestação do enfermo espiritual-3), p. 133.
11. XAVIER, Francisco Cândido. Entre a terra e o céu. Pelo Espírito André Luiz. 23.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 22 (Irmã Clara.), p. 176.
12. ___. p. 177-178.
13. ___. Missionários da luz. Pelo Espírito André Luiz. 41. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap.17 (Doutrinação), p. 367-368.
14. ___. p. 369-370.
15. ___. p. 370.
16. ___. No mundo maior. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Cap. 4 (Estudando o cérebro) p. 76-77.
17. ___. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 32. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2005. Cap. 1 (Estudando a mediunidade.), p. 17.
18. ___. Cap.6 (Psicofonia consciente), p. 61-62.
19. ___. p. 62.
20. ___. Cap.7 (Socorro espiritual), p. 69-71.
21. ___. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007.
Questão 237, p. 142-143.
22. ___. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.
97 (O verbo é criador), p. 217.
23. ___. p. 218.
301
PROGRAMA II – MÓDULO V
Roteiro 2
Etapas do
esclarecimento
doutrinário
Objetivo
E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de
graça da água da vida. João (Apocalipse, 22:17)
A prática mediúnica não está totalmente isenta de perigos, sobretudo se
os participantes não têm o hábito de estudo e oração. Trata-se de “[...] uma
atividade privativa, na qual se realiza o serviço de assistência aos Espíritos
necessitados, integrada por trabalhadores possuam conhecimento e formação
espírita compatível com a seriedade da tarefa.” 3
“A prática mediúnica deve primar pela espontaneidade, evitando-se a evo-
cação de entidades espirituais. Cabe à direção espiritual a seleção de desencar-
nados que deverão manifestar-se na reunião.” 5 Deve existir uma compreensão
geral, entre os membros da equipe, de que o fenômeno mediúnico, em si, não
se presta a curiosidades nem a demonstrações espetaculares. “No Espiritismo,
temos de lidar com inteligências que gozam de liberdade e que a cada instante
nos provam não estar submetidas aos nossos caprichos. Cumpre, pois, observar,
aguardar os resultados e colhê-los à passagem. [...] Daí vem que o verdadeiro
Espiritismo jamais se dará em espetáculo, nem subirá ao tablado das feiras. 1
Durante a comunicação dos Espíritos e o diálogo com eles alguns critérios,
sugeridos por Kardec, devem ser observados pela equipe mediúnica: 2
• Perfeita comunhão de vistas e de sentimentos.
• Cordialidade recíproca entre todos os membros.
• Ausência de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã.
• Um único desejo: o de se instruírem e melhorarem, por meio dos ensinos
dos Espíritos [...].
• Exclusão de tudo o que [...] apenas exprima o desejo de satisfação da
curiosidade.
• Recolhimento e silêncio respeitosos, durante as confabulações com os
Espíritos.
• União de todos os assistentes, pelo pensamento [...].
Programa II
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Estudo e Prática da Mediunidade
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Estudo e Prática da Mediunidade
308
Programa II
firmeza não é estupidez, nem grosseria, e que o mais profundo amor fraterno
pode e deve coexistir no mesmo impulso de exortação franca e corajosa. Pre-
cisamos saber quando dizer que eles estão errados, e por quê. Nada de gritos e
murros na mesa. [...] Em suma, a palavra enérgica é necessária, indispensável,
mesmo, em frequentes ocasiões, porque em muitos casos é fator decisivo no
despertamento do irmão aturdido; mas deve ser dosada, com extrema sensi-
bilidade, e, o momento certo, escolhido com seguro tato. 10
• Os dialoga dores, em geral, possuem intuição que, à semelhança dos
demais tipos de mediunidade, se aperfeiçoa com a prática. Os bons dou-
trinadores possuem desenvolvida intuição. Assim, é importante, que os
médiuns esclarecedores guardem “[...] atenção no campo intuitivo, a fim
de registrarem, com segurança, as sugestões e os pensamentos dos benfei-
tores espirituais que comandam a reunião.” 14 Essa intuição lhes permitem
orientar os Espíritos necessitados, oferecendo-lhes possíveis soluções para
as suas dificuldades, à luz da compreensão espírita e evangélica.
• O diálogo não deve ser longo, a não ser em casos que se revelem mais
complexos. Recordemos que o trabalho maior está sendo realizado
no plano espiritual, pelos benfeitores. Lembrar igualmente que há um
horário a ser observado, e que existem outros Espíritos necessitados de
auxílio, aguardando a oportunidade de se comunicarem. O atendimento
ao Espírito comunicante não deve ser também excessivamente curto,
mesmo em se tratando de Espíritos que revelem grandes desarmonias.
Deverá existir um tempo mínimo para uma prece e para o envolvimento
fluídico. Oito a dez minutos é um tempo considerado razoável.
• “Sustar múltiplas manifestações psicofônicas ao mesmo tempo, no sentido
de preservar a harmonia da sessão, atendendo a cada caso por sua vez, em
ambiente de concórdia e serenidade. A ordem prepara o aperfeiçoamento.”13
1.3 Etapa final: conclusão do atendimento
Passado o momento da argumentação doutrinária, encaminha-se para o
encerramento do diálogo, propiciando o afastamento do Espírito manifestante.
A entidade que foi adequadamente esclarecida afasta-se naturalmente do mé-
dium, apoiando-se nos cuidados amigos dos trabalhadores da equipe espiritual.
O doutrinador promove, então, o afastamento do Espírito comunicante,
segundo a intuição captada: frases indicativas de despedida; indução ao sono;
encaminhamento aos benfeitores espirituais presentes; emissão de uma prece
etc. É importante que o Espírito tenha ciência de que ele será sempre bem-vindo
às reuniões da Casa Espírita.
309
Estudo e Prática da Mediunidade
Nos casos em que o Espírito não consegue ou não quer se desligar do mé-
dium, o dialogador deve solicitar-lhe o afastamento, considerando a responsa-
bilidade do trabalho. Deve pedir também a cooperação do médium psicofônico,
orientando-o a se desligar mentalmente do comunicante. Quanto ao Espírito,
prestar-lhe esclarecimento respeitoso alegando os motivos que obrigam o seu
afastamento, tais como:
• o desgaste energético do médium e a consequente sobrecarga mental;
• a necessidade de outros Espíritos se comunicarem;
• a alegação de que o tempo dele se esgotou, mas que outras oportunida-
des surgirão;
• o fato de que o atendimento está a cargo dos benfeitores espirituais, os
quais prestarão assistência mais completa.
As palavras do apóstolo João que iniciam este Roteiro abrangem, igual-
mente, o diálogo com os Espíritos que comunicam numa reunião mediúnica.
Essa tarefa espírita nos fazem conhecer de perto o sofrimento que acompanha
os Espíritos no além-túmulo, em razão do mau uso do livre-arbítrio. São lições
vivas que propiciam profundas reflexões porque tanto eles quanto nós somos
almas sedentas da “água da vida”. Emmanuel nos aconselha assim:
• Se atingiste o nível das grandes experiências, não te inquiete a incessan-
te extensão do trabalho. Não enxergues inimigos nos semelhantes de
entendimento imperfeito. Muitos deles não saíram ainda do jardim de
infância espiritual. Dá sempre o bem pelo mal, a verdade pela mentira
e o amor pela indiferença. A inexperiência e a ignorância dos corações
que se iniciam na luta fazem, frequentemente, grande algazarra em tor-
no do Espírito que procura a si mesmo. Por isso, padecerás muitas vezes
aflição e desânimo. Não te perturbes, porém [...]. Recorda que somente
Jesus é bastante sábio e bastante forte para acalmar-te. Ouve-lhe o apelo
divino, formulado nas derradeiras palavras do seu Testamento de Amor:
— “Vem!” Ninguém te pode impedir o acesso à fonte da luz infinita. O
Mestre é o Eterno Amigo que nos rompe as algemas e nos abre portas
renovadoras... [...] Jesus reserva-te os braços abertos. Vem e atende ainda
hoje. É verdade que sempre alcançaste ensejos de serviço, que o Mestre
sempre foi abnegado e misericordioso para contigo, mas não te esqueças
de que as circunstâncias se modificam com as horas e de que nem todos
os dias são iguais. 15
310
Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 79. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2007. Primeira parte, cap. 3, item 31, p. 48.
2. ___. Segunda parte, cap.29, item 341, p. 456.
3. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. Orientação ao centro espírita. Organi-
zado pela equipe da Secretaria Geral, Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap.5 (Reunião
mediúnica), p.60.
4. ___. p. 61.
5. ___. Cap. 6 (Recomendações e observações), item “e”, p. 63.
6. ___. Item “f ”, p. 63.
7. MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as sombras. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Parte III (O campo de trabalho), cap. 4 (Técnicas e recursos.), p. 208-209.
8. ___. Item: O desenvolvimento do diálogo. Fixações. Cacoetes. Dores “físicas”.
Deformações. Mutilações, p. 226-227.
9. ___. p. 228-229.
10. ___. p. 239-240.
11. OLIVEIRA, Therezinha. Reuniões mediúnicas. 1. ed. Capivari [SP]: EME, 1994.
Cap. 16 (Andamento do diálogo), p. 93.
12. ___. p. 94.
13. RA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 30 ed. Rio de Janeiro:FEB,
2006. Cap.24 (Perante os espíritos sofredores), p. 91.
14. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André
Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 24 (Médiuns Esclarecedores), p. 99.
15. XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 34. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. Cap.152 (Vem!), p.373-374.
311
Não faças de tua convicção incenso à
idolatria. Recorda que, em Doutrina
Espírita, é preciso estudar e aprender,
entender e explicar.
Emmanuel
Seara dos Médiuns, p. 203.
PROGRAMA II – MÓDULO V
Roteiro 3
Esclarecimentos aos
Espíritos que sofrem
(1)
Objetivo
315
Estudo e Prática da Mediunidade
316
Programa II
317
Estudo e Prática da Mediunidade
318
Programa II
319
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O céu e o inferno. Tradução de Manuel Justiniano Quintão. 60.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Segunda Parte. Cap. 1 (O passamento), Item 6,
p.181-182.
2. ___. Item. 12, p. 184.
3. ___. p. 185.
4. ___. Item 13, p. 185.
5. ___. Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos. 1858. Tradução de Evandro
Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo Lacerda Lima. 3. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2004. Ano primeiro, mês de maio, n.º 5. Item: Teoria das manifestações físicas
(primeiro artigo), p. 195.
6. ___. 1863. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo
Lacerda Lima. 3.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Ano sexto, mês de maio, n.º 5. Item:
Questões e problemas – Espíritos incrédulos e materialistas, p. 222.
7. ___. p. 224.
8. MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as sombras. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 2 (Os desencarnados), item: O materialista, p. 139.
9. ___. p. 139-140.
10. ___. p. 140.
11. NÁUFEL, José. Do abc ao infinito. Fenomenologia da mediunidade. Vol. 3. 2. ed.
(Primeira edição da FEB), Rio de Janeiro: FEB, 1999. Cap. 10 (Ideoplastia), p. 143.
12. XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 34. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006. cap.71 (Aproveita), p.187-188.
13. ___. Instruções psicofônicas. Por diversos Espíritos. Organização de Arnaldo Rocha.
9. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006. Cap. 48 (Sessões mediúnicas-mensagem do
Espírito André Luiz), item 6.º, p. 210.
14. ___. Seara dos médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 18. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Item: Espíritos perturbados, p. 159-160.
15. ___. p. 160.
320
No que se refere aos médiuns
abandonados a si próprios, imaginemos
vontade nos instrumentos de que se vale
o homem na sustentação do progresso.
Emmanuel
Seara dos Médiuns, p. 207.
PROGRAMA II – MÓDULO V
Roteiro 4
Esclarecimento aos
Espíritos que sofrem
(2)
Objetivo
Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz bem, é de Deus; mas quem
faz mal, não tem visto a Deus. João (3 João, 11)
A prática mediúnica demonstra que a gradação do sofrimento humano está
inserida numa escala que se perde de vista, difícil de ser quantificada, mas facil-
mente identificada pelas diferentes manifestações mediúnicas. Atender Espíritos
que sofrem, à luz dos preceitos evangélicos e espíritas, é tarefa de todos os parti-
cipantes da reunião mediúnica. A figura do dialogador se destaca, porém, por ser
ele o encarregado de emitir a palavra fraterna, em nome do grupo.
Nesta hora, o doutrinador será o pólo centralizador desse conjunto de emo-
ções positivas, estabelecendo uma corrente magnética que envolve o comu-
nicante e que ajuda, concomitantemente, ao que esclarece. Este, recebendo
ainda o influxo amoroso do Mentor da reunião, terá condições de dirigir a
conversação para o rumo mais acertado e que atinja o cerne da problemática
que o Espírito apresenta. 5
Os Espíritos que, quando encarnados, tiveram uma vida desregrada ou de
vícios, passam por terríveis sofrimentos após a desencarnação. “A sensação dos
vermes e da decomposição do corpo não é privativa dos suicidas: sobrevém
igualmente aos que viveram mais da matéria do que do espírito.” 1
Neste Roteiro, destacaremos alguns pontos considerados importantes no
atendimento aos sofredores, em geral. No próximo Roteiro, analisaremos as
condições de auxílio que devem ser direcionadas aos Espíritos que revelem
graves sofrimentos espirituais.
325
Estudo e Prática da Mediunidade
326
Programa II
e vede o que restará. [...] Repeli sem condescendência todos esses Espíritos
que se apresentam como conselheiros exclusivos, pregando a separação e o
insulamento. São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que procu-
ram impor-se a homens fracos e crédulos, prodigalizando-lhes exagerados
louvores, a fim de os fascinar e de tê-los dominados. [...] Em geral, desconfiai
das comunicações que trazem um caráter de misticismo e de singularidade, ou
que prescrevem cerimônias e atos extravagantes. Há sempre, nestes casos,
motivos de suspeição. 3
A exortação do evangelista João, registrada na introdução deste Roteiro,
reflete como deve ser a postura dos participantes do grupo mediúnico, em es-
pecial, a do doutrinador, perante os Espíritos que revelam graves sofrimentos
espirituais em suas comunicações mediúnicas. Atentemos para os seguintes
comentários do benfeitor Emmanuel.
A sociedade humana não deveria operar a divisão de si própria, como sen-
do um campo em que se separam bons e maus, mas sim viver qual grande
família em que se integram os espíritos que começam a compreender o
Pai e os que ainda não conseguiram pressenti- lo. Claro que as palavras
“maldade” e “perversidade” ainda comparecerão, por vastíssimos anos, no
dicionário terrestre, definindo certas atitudes mentais inferiores; todavia, é
forçoso convir que a questão do mal vai obtendo novas interpretações na
inteligência humana. O evangelista apresenta conceito justo. João não nos
diz que o perverso está exilado de nosso Pai, nem que se conserva ausente da
Criação. Apenas afirma que “não tem visto a Deus”. [...] Muita gente acredita
que o “homem caído” é alguém que deve ser aniquilado. Jesus, no entanto,
não adotou essa diretriz. Dirigindo-se, amorosamente, ao pecador, sabia-se,
antes de tudo, defrontado por enfermo infeliz, a quem não se poderia subtrair
as características de eternidade. Lute-se contra o crime, mas ampare-se a
criatura que se lhe enredou nas malhas tenebrosas[...]. 11
327
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O céu e o inferno. Tradução de Manuel Justiniano Quintão. 60.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Segunda Parte. Cap. 5 (Suicidas), item: O suicida
da samaritana, p. 319.
2. ___. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 126. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 21, item 7, p. 363.
3. ___. Cap. 21, item 10, p. 368-370.
4. ___. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 79. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2007, segunda parte. Cap. 27, item 299, n.º4, p. 418-419.
5. SCHUBERT, Suely C. Obsessão/desobsessão. Profilaxia e terapêutica espíritas.17.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Terceira parte, cap. 6 (O doutrinador), p. 142.
6. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André Luiz.
26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 32 (Manifestação de enfermo Espiritual-1),
p. 125.
7. ___. p. 125-126.
8. ___. Cap. 34 (Manifestação de enfermo espiritual-3), p. 133.
9. ___. p. 134.
10. XAVIER, Francisco Cândido. Instruções psicofônicas. Por diversos Espíritos.
Organizado por Arnaldo Rocha. 9. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2006. Cap.4 (No in-
tercâmbio — mensagem do Espírito José Xavier), p. 31-33.
11. ___. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.
122 (Pecado e pecador), p. 259-260.
328
Onde surge, o Mestre define a luz e
o amor em si mesmo, indicando, no
próprio exemplo, o roteiro certo, mas
sem coagir pessoa alguma nessa ou
naquela resolução.
Emmanuel
Seara dos Médiuns, p. 176.
PROGRAMA II – MÓDULO V
Roteiro 5
Esclarecimento aos
Espíritos que sofrem
(3)
Objetivo
Estes, porém, dizem mal do que não sabem; e, naquilo que naturalmente
conhecem, como animais irracionais se corrompem. Judas (Epístola de Judas, 10)
333
Estudo e Prática da Mediunidade
334
Programa II
335
Estudo e Prática da Mediunidade
336
Programa II
337
Estudo e Prática da Mediunidade
338
Programa II
339
Estudo e Prática da Mediunidade
340
Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O céu e o inferno. Tradução de Manuel Justiniano Quintão. 60.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Segunda Parte. Cap. 5 (Suicidas), item: O suicida
da samaritana, n.0 3, p. 317.
2. ___. No 18, p. 319.
3. ___. O Livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 89. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2007, questão 101, p.109 .
4. MIRANDA, Hermínio C. Diálogo com as sombras. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Segunda parte, cap. 2 (Os desencarnados), item: Deformações, p. 119-120.
5. ___. Item: Magnetizadores e hipnotizadores, p. 167.
6. ___. p. 169.
7. PEREIRA, Yvonne A. Memórias de um suicida. Pelo Espírito Camilo Cândido
Botelho. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Primeira parte, capítulo: O reconheci-
mento, p.162-165.
8. XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel.
27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.48 (Guardai-vos), p. 111-112.
9. ___. Libertação. Pelo Espírito André Luiz. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap.
6 (Observações e novidades), p. 86-88.
10. ___. p.104-106.
11. ___. p.109.
12. ___. Cap. 7 (Quadro doloroso), p.116-117.
13. ___. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 32. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2005. Cap.7 (Socorro espiritual), p.76.
14. ___. p.77.
15 XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André
Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: 2005. Cap. 33 (Manifestação de enfermo espiritual - 2),
p. 130.
341
PROGRAMA II – MÓDULO V
Roteiro 6
A prática mediúnica e a
influência obsessiva
Objetivo
345
Estudo e Prática da Mediunidade
346
Programa II
347
Estudo e Prática da Mediunidade
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 77. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2006, segunda parte. Cap. 23, Item 238, p.317-318.
2. ___. p.318.
3. ___. Item 239, p. 318.
4. ___. p. 319.
5. ___. Item 240, p. 320.
6. ___. Item 242, p. 321.
7. ___. Item 243, p. 321.
8. ___. p. 322.
9. XAVIER, Francisco Candido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André
Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: 2005. Cap. 24 (Médiuns esclarecedores), p. 100.
10. XAVIER, Francisco Candido. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel.
27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 99 (Prometer), p. 213-214.
11. XAVIER, Francisco Candido. Instruções psicofônicas. Por diversos Espíritos. Or-
ganizado por Arnaldo Rocha. 9. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.34 (Parasitose
mental), p. 160-161.
348
A mediunidade é faculdade inerente
à natureza do homem; nem é uma
exceção, nem um favor, e faz parte do
grande conjunto humano.
Allan Kardec
Revista Espírita. Maio de 1865, p. 212.
PROGRAMA II – MÓDULO V
Roteiro 7
Recursos
desobsessivos espíritas
Objetivo
Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria con-
cupiscência. Tiago (Epístola de Tiago, 1:14)
• A prece
• O passe
• A água magnetizada
• Explanação do Evangelho à luz da Doutrina Espírita e irradiações mentais
• Atendimento fraterno pelo diálogo
• Apoio desobsessivo das reuniões mediúnicas
• A prática da caridade
• Estudo doutrinário espírita
• Evangelho no lar
2.1 A prece
Jesus, em palavras registradas por João evangelista, nos garante: “E tudo
quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no
Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (João, 14:13-14).
São palavras firmes, à feição de uma promessa, que nos dá a certeza de que,
por maiores que sejam as nossas provações, poderemos contar sempre com o
auxílio do nosso Guia Maior. Naturalmente, a prece não nos eximirá de realizar
o aprendizado necessário que os sofrimentos proporcionam. Tem, no entanto, o
poder de nos dar coragem, confiança, paciência e resignação para que possamos
suportar ou superar as provações. 1
A pessoa que se encontra sob influência obsessiva deve orar cotidianamente
e ser também envolvida nas vibrações das nossas preces. Não podemos esquecer
que a “[...] oração é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental
que atrai. [...] A oração, com o reconhecimento de nossa desvalia, coloca-nos na
posição de simples elos de uma cadeia de socorro, cuja orientação reside no Alto.” 14
2.2 O passe
O passe é uma transfusão de energias, alterando o campo celular. [...] Na
assistência magnética [pelo passe], os recursos espirituais se entrosam entre
a emissão e a recepção, ajudando a criatura necessitada para que ela ajude
a si mesma. A mente reanimada reergue as vidas microscópicas que a ser-
vem, no templo do corpo, edificando valiosas reconstruções. O passe, como
reconhecemos, é importante contribuição para quem saiba recebê-lo, com
o respeito e a confiança que o valorizam. 15
O passe neutralizará as influências negativas oriundas das energias com
que o perturbador espiritual envolve a pessoa. Em todos os casos de obsessão,
353
Estudo e Prática da Mediunidade
354
Programa II
355
Estudo e Prática da Mediunidade
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Programa II
357
Estudo e Prática da Mediunidade
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Programa II
REFERÊNCIAS
1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro.
126. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 27, item 7, p. 422.
2. ___. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 50. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006.
Cap. 14, item 45, p. 347.
3. ___. Item 46, p. 347.
4. ___. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 77. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006, segunda parte. Cap. 23, item 237, p. 317.
5. FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA. Orientação ao centro espírita. Organizado
pela equipe da Secretaria Geral do Conselho federativo Nacional:Antonio César
Perri de Carvalho, responsável pela equipe. Rio de Janeiro: FEB,2007. Cap. 3
(Atendimento Espiritual no Centro Espírita), item B: Atividade de “Atendimento
fraterno pelo diálogo”, p. 35.
6. ___. N.º 4: Desenvolvimento das atividades, p. 36-37.
7. ___. Item C: Atividade de “explanação do evangelho à luz da doutrina espírita”,
p.39.
8. NÁUFEL, José. Do abc ao infinito. Espiritismo experimental. Vol. 4. 2. ed. (primeira
edição da FEB), Rio de Janeiro: FEB, 1999. Cap. 12 (Medicina espírita e mediuni-
dade de cura), item: Radiações, n.º 25, p. 158.
9. SHUBERT, Suely C. Obsessão. Desobsessão. 17. ed. Rio de Janeiro, FEB, 2004.
Segunda parte (A terapêutica espírita), cap. 9 (esclarecimento ao obsidiado),p.
113-114.
10. XAVIER, Francisco Candido e VIEIRA, Waldo. Desobsessão. Pelo Espírito André
Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: 2005. Cap.51 (Radiações), p. 179.
11. ___. Cap.71 (Culto da assistência), p. 241.
12. XAVIER, Francisco Candido. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel.
27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 129 (Origem das tentações), p.273-274.
13. ___. Nosso lar. Pelo Espírito André Luiz. 59. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007.Cap.
10 (No bosque das águas), p.70.
14. ___. Nos domínios da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. Riode Janeiro:
FEB, 2004. Cap. 17 (Serviço de passes), p. 192.
15. ___. p. 199.
16. ___. Os mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 43. ed. Rio de Janeiro: FEB,2006.
Cap. 37 (No santuário doméstico), p.233.
17. ___. Pensamento e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2006.
Cap.4 (instrução), p. 26.
359
PROGRAMA II – MÓDULO V
Prática
Experimentação
mediúnica
Objetivo
E ele, tremendo e atônico, disse: Senhor, que queres que faça? (Atos dos
Apóstolos, 9:6)
Os trabalhadores do grupo mediúnico que não possuem mediunidade de
efeitos patentes ou ostensivos, mas apenas a intuitiva, são de grande valia
na reunião mediúnica. Cooperam no esclarecimento dos Espíritos comu-
nicantes que sofrem, manifestantes usuais da reunião, ou na transmissão
de energias irradiantes pelo passe, prece ou pelas irradiações mentais, en-
volvendo esses irmãos numa couraça de fluidos salutares. Colaboradores
desprendidos, compreendem, como aconteceu a Paulo de Tarso, que o “[...]
Mestre ensina os discípulos e consola-os através deles próprios. Quanto mais
o aprendiz lhe alcança a esfera de influenciação, mais habilitado estará para
constituir-se em seu instrumento fiel e justo.” 1
Estudo e Prática da Mediunidade
362
Programa II
REFERÊNCIAS
1. XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel.
27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 39 (Entra e coopera), p. 93-94.
2. ___. Missionários da luz. Pelo Espírito André Luiz. 41. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 5 (Influenciação), p. 57-58.
3. ___. Cap. 17 (Doutrinação), p. 356.
4. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Mecanismos da mediunidade. Pelo
Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 22 (Energia curativa),
item: Mecanismo do passe, p. 177.
363
Em mediunidade, portanto, não te dês
à preocupação de admirar ou provocar
admiração.
Procuremos, acima de tudo, em favor de
nós mesmos, o privilégio de aprender e o
lugar de servir.
Emmanuel
Seara dos Médiuns, p. 176.
PROGRAMA II – MÓDULO V
Atividade complementar
Roteiro: Avaliação da
prática mediúnica
Objetivo
CULMINÂNCIA
Conduta Espírita: A
prática incessante do
bem.
Objetivos
TEXTO Nº 1
OBSESSÃO PACÍFICA*
Irmão X
Quando reencontrei o meu amigo Custódio Saquarema na Vida Espiritual,
depois da efusão afetiva de companheiros separados desde muito, a conversa
se dirigiu naturalmente para comentários em torno da nova situação.
Sabia Custódio pertencente a família espírita e, decerto, nessa condição,
teria ele retirado o máximo de vantagens da existência que vinha de largar. Pen-
sando nisso, arrisquei uma pergunta, na expectativa de sabê-lo com excelente
bagagem para o ingresso em estâncias superiores. Saquarema, contudo, sorriu,
de modo vago, e informou com a fina autocrítica que eu lhe conhecia no mundo:
– Ora, meu caro, você não avalia o que seja uma obsessão disfarçada, sem
qualquer mostra exterior. A Terra me devolveu para cá, na velha base do “ga-
nhou mas não leva”. Ajuntei muita consideração e muito dinheiro; no entanto,
retorno muito mais pobre do que quando parti, no rumo da reencarnação...
Percebendo que não me disponha a interrompê-lo, continuou:
– Você não ignora que renasci num lar espírita, mas, como sucede à maio-
ria dos reencarnados, trazia comigo, jungidos ao meu clima psíquico, alguns
sócios de vícios e extravagâncias do passado, que, sem o veículo de carne, se
valiam de mim para se vincularem às sensações do plano terrestre, qual se eu
fora uma vaca, habilitada a cooperar na alimentação e condução de pequena
família... Creia que, de minha parte, havia retomado a charrua física, levando
excelente programa de trabalho que, se atendido, me asseguraria precioso
avanço para as vanguardas da luz. Entretanto, meus vampirizadores, ardilosos
e inteligentes, agiam à socapa, sem que eu, nem de leve, lhes pressentisse a
influência... E sabe como?
* XAVIER, Francisco Cândido. Cartas e Crônicas. Pelo Espírito Irmão X (Humberto de Campos). 11.
ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006, cap. 8, p. 39-42.
Programa II
– ?...
– Através de simples considerações íntimas – prosseguiu Saquarema, desa-
pontado. – Tão logo me vi saído da adolescência, com boa dose de raciocínios
lógicos na cabeça, os instrutores amigos me exortaram, por meus pais, a cultivar
o reino do espírito, referindo-se a estudo, abnegação, aprimoramento, mas,
dentro de mim, as vozes de meus acompanhantes surgiam da mente, como fios
d’água fluindo de minadouro, propiciando-me da falsa idéia de que eu falava
comigo mesmo; “Coisas da alma, Custódio? Nada disso. A sua hora é de ju-
ventude, alegria, sol... Deixe a filosofia para depois...” Decorrido algum tempo,
bacharelei- me. As advertências do lar se fizeram mais altas, conclamando-me ao
dever; entretanto, os meus seguidores, até então invisíveis para mim, revidavam
também com a zombaria inarticulada: “Agora? Não é ocasião oportuna. De que
maneira harmonizar a carreira iniciante com assuntos de religião? Custódio,
Custódio!... Observe o critério das maiorias, não se faça de louco!...” Casei-me
e, logo após, os chamados à espiritualização recrusdesceram, em torno de mim.
Meus solertes exploradores, porém, comentaram, vivazes: “Não ceda. Custódio!
E as responsabilidades de família? É preciso trabalhar, ganhar dinheiro, obter
posição, zelar por mulher e filhos...” A morte subtraiu-me os pais e eu, advogado
e financista, já na idade madura, ainda ouvia os Bons Espíritos, por intemédio
de companheiros dedicados, requisitando-me à elevação moral pela execução
dos compromissos assumidos; todavia, na casa interna se empoleiravam os
argumentos de meus obsessores inflexíveis: “Custódio, você tem mais que
fazeres... vida social... Você não está preparado para seara de fé...” Em seguida,
meu amigo, chegaram a velhice e a doença, essas duas enfermeiras da alma,
que vivem de mãos dadas na Terra. Passei a sofrer e desencantar-me. Alguns
raros visitantes de minha senectude, transmitindo-me os derradeiros convites
da Espiritualidade Maior, insistiam comigo, esperando que eu me consagrasse
às coisas sagradas da alma; no entanto, dessa vez, os gritos de meus antigos
vampirizadores se altearam, mais irônicos, assoprando-me sarcasmo, qual se
fora eu mesmo a ridicularizar-me: “Você, velho Custódio?! Que vai fazer você
com Espiritismo? É tarde demais... Profissão de fé, mensagens de outro mundo...
Que se dirá de você, meu velho? Seus melhores amigos falarão em loucura,
senilidade... Não tenha dúvida... Seus próprios filhos interditarão você, como
sendo um doente mental, inapto à regência de qualquer interesse econômico...
Você não está mais no tempo disso...”
Saquarema endereçou-me significativo olhar e rematou:
– Os meus perseguidores não me seviciaram o corpo, nem me conturbaram
a mente. Acalentaram apenas o meu comodismo e, com isso, me impediram
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Estudo e Prática da Mediunidade
qualquer passo renovador. Volto da Terra, meu caro, imitando o lavrador en-
dividado e de mãos vazias que regressa de um campo fértil, onde poderia ter
amealhado inimagináveis tesouros... Sei que você ainda escreve para os homens,
nossos irmãos. Conte-lhes minha pobre experiência, refira-se, junto deles, à
obsessão pacífica, perigosa, mascarada... Diga-lhes alguma coisa acerca do valor
do tempo, da grandeza potencial de qualquer tempo na romagem humana!...
Abracei Saquarema, de esperança voltada para tempos novos, prometendo
atender-lhe a solicitação. E aqui lhe transcrevo o ensinamento pessoal, que po-
derá servir a muita gente, embora guarde a certeza de que, se eu andasse agora
reencarnado na Terra e recebesse de alguém semelhante lição, talvez estivesse
muito pouco inclinado a aproveitá-la.
EXERCÍCIO
1. Os participantes do grupo fazem leitura atenta do texto e destacam
as suas principais idéias.
2. Em seguida, dividem uma folha de papel pardo em duas colunas.
Na primeira registram as bênçãos que Saquarema recebeu ao longo
da sua existência, na segunda assinalam as ações que resultaram no
quadro obsessivo descrito.
3. O grupo indica um participante para apresentar, em plenária, uma
síntese da história e as conclusões do trabalho.
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Programa II
TEXTO Nº 2
A CARIDADE DESCONHECIDA*
Neio Lúcio
A conversação em casa de Pedro versava, nessa noite, sobre a prática do
bem, com a viva colaboração verbal de todos.
Como expressar a compaixão, sem dinheiro? por que meios incentivar a
beneficência, sem recursos monetários?
Com essas interrogativas, grandes nomes da fortuna material eram invo-
cados e a maioria inclinava-se a admitir que somente os poderosos da Terra se
encontravam à altura de estimular a piedade ativa, quando o Mestre interferiu,
opinando, bondoso:
– Um sincero devoto da Lei foi exortado por determinações do Céu ao
exercício da beneficência; entretanto, vivia em pobreza extrema e não podia,
de modo algum, retirar a mínima parcela de seu salário para o socorro aos se-
melhantes. Em verdade, dava de si mesmo, quanto possível, em boas palavras
e gestos pessoais de conforto e estímulo a quantos se achavam em sofrimento
e dificuldade; porém, magoava-lhe o coração a impossibilidade de distribuir
agasalho e pão com os andrajosos e famintos à margem de sua estrada.
Rodeado de filhinhos pequeninos, era escravo do lar que lhe absorvia o suor.
Reconheceu, todavia, que, se lhe era vedado o esforço na caridade pública,
podia perfeitamente guerrear o mal, em todas as circunstâncias de sua marcha
pela Terra.
Assim é que passou a extinguir, com incessante atenção, todos os pensa-
mentos inferiores que lhe eram sugeridos; quando em contacto com pessoas
interessadas na maledicência, retraia-se, cortês, e, em respondendo a alguma
interpelação direta, recordava essa ou aquela pequena virtude da vítima au-
sente; se alguém, diante dele, dava pasto à cólera fácil, considerava a ira como
enfermidade digna de tratamento e recolhia-se à quietude; insultos alheios
batiam-lhe no espírito à maneira de calhaus em barril de mel, porqüanto, além
de não reagir, prosseguia tratando o ofensor com a fraternidade habitual; a
calúnia não encontrava acesso em sua alma, de vez que toda denúncia torpe
se perdia, inútil, em seu grande silêncio; reparando ameaças sobre a tranqui-
* XAVIER, Francisco Cândido. Jesus no Lar. Pelo Espírito Irmão Neto Lúcio. 34. Ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2005, cap. 20, p. 119-123.
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Estudo e Prática da Mediunidade
EXERCÍCIO
1. Os participantes do grupo fazem leitura atenta do texto e destacam
as suas principais ideias.
2. Em seguida, dividem uma folha de papel pardo em duas colunas. Na
primeira registram expressões ou palavras que indicam as provações
que marcaram a vida do sincero devoto da Lei. Na segunda coluna
anotam as diretrizes que o personagem da história adotou para pro-
mover a sua melhoria espiritual.
3. O grupo indica então um participante para apresentar, em plenária,
uma síntese da história e as conclusões do trabalho.
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Co leção
Estudo aprofundado da
Doutrina Espírita
Coordenação Editorial:
Geraldo Campetti Sobrinho
Produção Editorial:
Fernando Cesar Quaglia
Coordenação de Revisão:
Davi Miranda
Revisão:
Ana Luísa de Jesus Miranda
Lígia Dib Carneiro
Capa:
Evelyn Yuri Furuta
Foto da Capa:
http://www.shutterstock.com/ Denis Vrublevski
Normalização técnica:
Equipe da Biblioteca de Obras Raras da FEB
Esta edição foi impressa pela Gráfica Xxxx , com tiragem de XX mil exemplares,
todos em formato fechado de 180x250 mm e com mancha de 130x208,5 mm.
Os papéis utilizados foram o Pólen Soft 80 g/m² para o miolo e o cartão Supremo
250 g/m² para a capa. O texto principal foi composto em fonte Minion Pro 12/15
e os títulos em Zurich Cn BT 16/15.