CDI - Manual Do Utilizador
CDI - Manual Do Utilizador
CDI - Manual Do Utilizador
VOCACIONAL
CDI
MANUAL DO UTILIZADOR
Janeiro 2005
CDI - INVENTÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DA
CARREIRA
INTRODUÇÃO
Porquê medir o desenvolvimento de carreira?
O desenvolvimento de carreira implica consciência profissional, capacidade de
planeamento, desejo de explorar o mundo do trabalho e o reconhecimento das
mudanças nas tarefas de desenvolvimento vocacional que se enfrentam à medida
que a idade, as responsabilidades, o conhecimento do mundo do trabalho e das
profissões apropriadas aumentam. Tal como nem todos os rapazes e raparigas ou
homens e mulheres se desenvolvem no mesmo ritmo, seja do ponto de vista
físico, intelectual, social ou emocional, também no desenvolvimento de carreira,
as diferenças individuais distinguem até mesmo pessoas da mesma idade, e
estatuto sócio-económico e educacional.
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O CDI - Inventário de Desenvolvimento de Carreira foi criado para uso geral,
como um instrumento fidedigno na avaliação do desenvolvimento de carreira e da
maturidade vocacional ou de carreira. A sua publicação seguiu-se a uma
investigação que teve início em 1951 (Super e al., 1957) que documentava a
incapacidade de tomar decisões de carreira no 9º ano (Super & Overstreet, 1960),
abrindo caminho para o desenvolvimento de medidas práticas e ainda,
posteriormente, a trabalhos conducentes à elaboração de testes e inventários, com
início em 1967 (Myers, e al., 1972).
AS FORMAS DO CDI
O CDI tem uma Forma Escolar, destinada a ser utilizada no Ensino Básico e no
Ensino Secundário, e uma Forma Universitária, para ser utilizada no Ensino
Superior. As Formas são semelhantes na concepção e estrutura; diferem no
conteúdo dos itens, que está adaptada às opções profissionais e níveis
educacionais adequados.
A Forma Escolar destina-se a ser utilizada desde o 8º ao 12º anos e nos EUA tem
normas nacionais desde o 9º ao 12º ano. O nível do vocabulário nas quatro
Escalas do CDI (A, B, C e D) é apropriada para o 8º ano e seguintes.
A Forma Escolar pode ser usada para ajudar os estudantes a fazer planos
educacionais e de carreira, quer seja aplicada em programas de orientação ou em
aconselhamento individual. Também pode ajudar os estudantes que precisem de
tomar decisões para as quais talvez ainda não estejam preparados, e pode
contribuir também para a concepção de Programas de Orientação e processos de
avaliação.
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A - Planeamento de Carreira: 20 items
B - Exploração de Carreira: 18 items
C - Tomada de Decisão: 16 items
D - Informação sobre a Carreira e o Mundo do Trabalho: 20 items
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das suas próprias carreiras. Apesar do DM poder parecer atitudinal, pelo menos
em parte, apoia-se muito no factor cognitivo e avalia a capacidade de aplicar
princípios de tomada de decisão de carreira.
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combinação da DM e WW; a combinação é comparável a uma combinação de
testes de gramática e ortografia ou de álgebra e geometria.
CP CE DM WW PO
CDA CDK
COT
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ADMINISTRAÇÃO E COTAÇÃO
Peça aos estudantes que verifiquem as suas “Folhas de Respostas” para terem a
certeza que todas as perguntas foram respondidas.
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D em duas sub-escalas, (A1 e A2, B1 e B2, D1 e D2). As Escalas são as
seguintes:
A-PLANEAMENTO DA CARREIRA
Constituída por 19 itens, pretende avaliar o grau de compromisso do jovem para
com a sua carreira e os planos que o jovem já tem a este nível (sub-escala A1
com 11 itens) e o nível de conhecimentos que o jovem detém acerca do tipo de
trabalho que gostaria de exercer. (sub-escala A2 com 8 itens).
B-EXPLORAÇÃO DA CARREIRA
Constituída por 18 itens, pretende avaliar o conhecimento do jovem acerca da
fidedignidade de diversas fontes de informação (sub-escala B1, 9 itens), e da
utilidade da informação já recolhida pelas mesmas fontes (sub-escala B2, 9
itens).
A escala, na sua globalidade, revela as atitudes dos jovens em relação às fontes
de informação vocacional, a disponibilidade para utilizar essas mesmas fontes e a
avaliação da ajuda recebida por estas.
C-TOMADA DE DECISÃO
Constituída por 16 itens, pretende avaliar a capacidade para aplicar os princípios
do planeamento da carreira a Casos fictícios que pretendem retratar as situações
de tomada de decisão mais comuns que os jovens enfrentam na sua carreira.
Jovens com resultados baixos em relação ao seu grupo, não estão ainda
preparados para utilizar bem a informação, mesmo que possuam muitos planos
em relação ás suas carreiras e tenham uma atitude favorável à exploração das
profissões. Precisam de ser ajudados na aprendizagem do processo de tomada de
decisões adequadas, incluindo a identificação do problema e a identificação da
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informação necessária para resolução do problema. Estes jovens necessitam de
conhecer melhor as tarefas de desenvolvimento da carreira e de como os outros
jovens as resolvem efectivamente.
Os resultados podem ser baixos mesmo para jovens que obtém resultados
elevados nas 3 escalas anteriores. Estes jovens não estão preparados para a
tomada de decisão, necessitando de experiências que lhes dêem um
conhecimento mais adequado do leque de profissões que lhe está acessível e
disponível para uma exploração em maior profundidade. Também revelam
necessidade de conhecer a forma como as pessoas conseguem os empregos e se
adaptam aos mesmos.
Apesar das escalas do CDI, que são limitadas a 20 ou 40 itens cada uma, não
revelarem necessidades muito específicas, elas parecem identificar o grau em
que, efectivamente, a capacidade de planeamento, as atitudes exploratórias, a
capacidade de tomada de decisão e a informação sobre o mundo do trabalho
estão presentes ou ausentes no jovem.
O CDI está construído para permitir avaliar a preparação dos estudantes para
fazerem as suas escolhas escolares e profissionais de forma adequada. A
investigação e a teoria sugerem que os jovens do ensino secundário se encontram
ainda no período exploratório, no qual eles formulam objectivos vocacionais,
primeiro em termos gerais Ex:”um trabalho no qual possa ajudar as pessoas a
resolver os seus problemas” e depois em termos mais específicos Ex. “Serviço
social”; “professor de ensino especial”.
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Como foi demonstrado pelo CPS - Career Pattern Study, os jovens diferem muito
na sua preparação com vista às tomadas de decisão escolares e profissionais. Ao
Conselheiro apresentam-se três tarefas:
1. Determinar em que ponto o jovem se encontra no seu desenvolvimento
vocacional;
2. Identificar em que medida o jovem está apto a seleccionar de entre as
escolhas curriculares e profissionais;
3. Decidir como podem ser ajudados os jovens que não estão preparados.
A escolha de um Agrupamento de estudos e a escolha de opções escolares
encontram-se entre as escolhas mais precoces e talvez entre as mais importantes
que os alunos do 3ºciclo têm de fazer. Infelizmente estas escolhas geralmente,
têm de ser feitas antes que os jovens tenham clarificado as suas aspirações ou
atingido um nível adequado de desenvolvimento vocacional.
IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO
Para além das intervenções de tipos curativo e preventivo, diz respeito aos
Conselheiros uma intervenção de tipo desenvolvimentista. Ao ajudarem os jovens
a preencher as suas potencialidades de crescimento. Os Conselheiros
reconhecem o carácter individual da capacidade de crescimento. Focalizam a sua
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acção em ajudar os jovens a recolherem o máximo benefício das experiências que
se calcula contribuírem para o seu crescimento vocacional: Ex: um programa de
orientação vocacional; exercícios de clarificação de valores; um trabalho em
part-time ou nas férias.
Os Conselheiros que adoptam uma intervenção desenvolvimentista vêem a sua
tarefa como ajudar o jovem a descobrir, desenvolver e utilizar da melhor forma as
experiências e informações, quer as novas quer as já existentes.
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remediados. No perfil de M.J. os dois primeiros resultados a analisar são as
escalas A e C.
2. Olhe para os resultados que estão próximos dos dois quartis extremos. O facto
de não atingirem o critério especificado (P 75 e acima e P abaixo de 25) pode
ser resultado de erros de medida.
3. Examine outras diferenças significativas possíveis entre os resultados.
Lembre-se contudo que as diferenças aparentemente significativas entre
resultados podem ser causados por erros de medida. Por exemplo a diferença
aparente entre os resultados de M.J. em C e D pode ser função de erro de
medida.
4. Os resultados entre os Percentis 40 e 60, em termos vulgares, o centro da
distribuição, indicam que o jovem tem um desempenho próximo da média do
seu grupo. Estes resultados são considerados como valiosos para construir
uma plataforma. As médias mostram o que é comum, mas não
necessariamente o que é desejável, conforme documentado no CPS; o jovem
típico do 9º ano sabe pouco acerca da sua profissão preferida. Um resultado
médio em B pode constituir mais um motivo de preocupação que uma fonte
de satisfação.
O perfil de M.J. sugere que a intervenção planeada deverá ser focalizada no
desenvolvimento da capacidade de tomada de decisão, informação acerca do
mundo do trabalho e talvez desenvolver uma atitude mais favorável à
exploração da carreira.
A análise dos resultados de M.J. clarifica a sua necessidade de ajuda nas áreas
de tomada de decisão, tarefas do desenvolvimento vocacional e informação
sobre as profissões, mais geral que específica.
5. Pergunte a M.J. se os seus resultados no CDI estão de acordo com as suas
expectativas e se ela questiona ou concorda com o perfil obtido.
6. Ajude a M.J. a identificar resultados elevados e baixos, a falar acerca do seu
possível significado e a dizer o que é que deveria ser feito para remediar os
resultados baixos e para obter resultados elevados.
7. Identifique consistências e inconsistências no perfil do sujeito e reflicta nas
suas possíveis implicações. M.J. refere que está envolvida em actividades
apropriadas ao planeamento da carreira e se julga com conhecimentos acerca
das profissões. Ela adquiriu efectivamente informação precisa acerca do seu
grupo de profissões preferido. Contudo, os seus resultados mostram que ela
não sabe tanto acerca do mundo do trabalho ou das profissões em geral tal
como referiu; que ela só está envolvida medianamente na exploração da
carreira e que efectivamente sabe muito pouco acerca do que considerar ao
fazer escolhas vocacionais. Apesar do perfil de M.J. parecer à primeira vista
ser encorajante, uma análise cuidadosa levanta questões importantes cuja
relevância é confirmada pelo seu resultado ligeiramente abaixo da média A
avaliação da sua escolha vocacional à luz de outras informações, por
exemplo, registos curriculares e académicos, e resultados dos testes, podem
mostrar que a sua preferência é não só prematura e estabelecida pobremente
mas também irrealista e inapropriada.
8. Os dados do CDI devem ser completados por outras fontes: registos
curriculares, testes de interesses e aptidões, inventários e entrevistas
individuais, a fim de determinar se as preferências vocacionais actuais de
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M.J. estão de acordo com as suas possibilidades financeiras, interesses,
valores, aptidões e capacidade intelectual. As aspirações vocacionais
inapropriadas ou irrealistas, especialmente entre os 9º e 12º anos de
escolaridade, indicam geralmente que o jovem é deficiente no que se refere às
atitudes, comportamentos e conhecimentos avaliados pelo CDI.
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Figura 2
INVENTÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DA CARREIRA - CDI
Nome: M.J.
Idade: 15 Ano de Escolaridade: 9º ano Data de Hoje: ___/___/__ Sexo: F Procº_ /___
A1 A2 B1 B2 D1 D2 A B C D
RB 25 18 85 50 5 6 43 135 7 11
RD 40 40 75 80 60 70 40 60 40 50
PERFIL INDIVIDUAL DE MATURIDADE VOCACIONAL
PERCENTIS
ESCALAS 1 5 10 15 2 2 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 8 8 90 95 99
0 5 0 5 0 5 0 5 0 5 0 5 0 5
CDI
A1
A2
B1
B2
D1
D2
D
A questão mais importante em aconselhamento e orientação vocacional pode
ser: “Em que medida o jovem está preparado para tomar boas decisões e
fazer escolhas adequadas?” Igualmente importante é a questão: “Que tipo de
exploração, geral ou específica, é mais adequada à preparação do jovem?”.
A acção do Conselheiro para a maioria dos jovens do 3º ciclo deveria incidir nos
passos 1 a 4 e no desenvolvimento de capacidades de tomada de decisão,
encorajando a exploração alargada e aumentando os níveis de informação geral
dos jovens. Os passos 6 a 10 são mais adequados aos últimos anos (11º e 12º
anos) quando é mais evidente a necessidade de informação, objectivos e planos
específicos. Do mesmo modo, excepto para os jovens que se preparam para
deixar a escola no final do 9º ano, o conhecimento dos jovens acerca da profissão
preferida pode em geral ser adiado até ao final do 11º ou início do 12º anos. Isto
não significa que as preferências vocacionais dos jovens devem ser ignoradas.
Mesmo quando mal concebidas, prematuras ou irrealistas, as preferências podem
fornecer uma base para a exploração de si próprio e do mundo do trabalho e
portanto contribuir para o desenvolvimento de atitudes e comportamentos
desejáveis.
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Este uso diagnóstico do CDI é crucial para a individualização dos programas
de orientação vocacional, os quais são geralmente planificados partindo-se do
princípio de que todos os jovens que frequentam um determinado nível de
escolaridade têm necessidades relativas ao desenvolvimento da carreira
semelhantes e estão igualmente preparados para as respectivas tarefas de
desenvolvimento. Mas mesmo os jovens do mesmo nível de escolaridade
diferem largamente no nível de desenvolvimento da carreira, de forma de que
as diferenças dentro de um mesmo nível de escolaridade são quase tão grandes
como as diferenças entre níveis. Os programas de orientação da carreira
necessitam, portanto, de ser planeados em termos do desenvolvimento e
necessidades de cada jovem ou, quando agrupados, de acordo com o
desenvolvimento da carreira em termos de das necessidades do grupo.
NORMAS C.D.I.
9º ANO
RAPAZES
N=2.311
17
1984/86
Percentis A1 A2 B1 B2 D1 D2 A B C D
>95 42-45 32-40 100-112 70-112 8-10 8-10 70-95 167-224 11-16 16-20
95 39-41 29-31 97-99 70-76 - - 66-69 159-166 - 15
90 35-38 26-28 91-96 63-69 7 7 60-65 148-158 10 13-14
80 34 25 89-90 60-62 - - 58-59 145-147 9 -
75 32-33 24 87-88 57-59 6 6 56-57 142-144 - 12
70 30-31 23 84-86 53-56 - - 53-55 136-141 8 -
60 28-29 21-22 81-83 50-52 5 - 50-52 131-135 - 11
50 26-27 20 78-80 46-49 - 5 47-49 126-130 7 10
40 24-25 19 75-77 43-45 4 - 44-46 121-125 - -
30 23 18 72-74 41-42 - - 42-43 118-120 6 9
25 22 17 70-71 39-40 - 4 41 114-117 - 8
20 20-21 14-16 64-69 36-38 3 - 38-40 105-113 5 -
10 18-19 13 58-63 33-35 2 3 33-37 99-104 4 6-7
<5 11-17 8-12 28-57 28-32 0-1 0-2 19-32 56-98 0-3 05
9º ANO
RAPARIGAS
N=3.271
1984/86
Percentis A1 A2 B1 B2 D1 D2 A B C D
>95 42-55 30-40 91-112 76-112 10 9-10 69-95 170-224 12-16 16-20
95 39-41 28-29 90 69-75 9 8 64-68 161-169 11 15
90 35-38 25-27 87-89 62-68 8 7 59-63 151-160 10 14
80 34 24 86 59-61 7 - 56-58 147-150 - -
75 32-33 23 85 56-58 - - 54-55 143-146 - 13
70 30-31 21-22 83-84 52-55 - 6 51-53 138-142 9 -
60 28-29 20 81-82 48-51 6 - 48-50 133-137 - 12
50 26-27 19 78-80 45-47 5 46-47 128-132 8 11
40 24-25 17-18 76-77 42-44 5 - 43-45 123-127 7 10
30 23 16 74-75 41 - - 41-42 121-122 - -
25 22 15 72-73 39-40 4 4 40 118-120 - 9
20 20-21 13-14 68-71 35-38 - - 36-39 111-117 6 8
10 18-19 12 62-67 33-34 3 3 32-35 105-110 5 7
<5 11-17 8-11 28-61 28-32 0-2 0-2 19-31 56-104 0-4 0-6
18