CVAR Nwave
CVAR Nwave
CVAR Nwave
Aprovada por:
____________________________________________
Prof. Djalma Mosqueira Falcão, Ph. D.
(Orientador)
____________________________________________
Engª. Maria Elvira Piñeiro Maceira, D. Sc.
(Co-orientadora)
____________________________________________
Profª. Carmen Lucia Tancredo Borges, D. Sc.
ii
Agradecimentos
Aos meus pais, Tânia e Gustavo, que sempre estiveram ao meu lado me apoiando,
incentivando e oferecendo a sua ajuda incondicional.
Ao meu noivo, Renato, pelo apoio e pela compreensão nos momentos difíceis.
Aos colegas integrantes do projeto Newave, Débora Jardim, Leonardo Moraes e Vitor Duarte,
pelo incentivo, paciência, ajuda e por tudo que me ensinaram.
iii
Resumo do Projeto Final em Engenharia Elétrica apresentado ao Departamento de Engenharia
Elétrica da Escola Politécnica – UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção
do grau de Engenheira Eletricista:
Dezembro de 2006
iv
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................... 10
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................................................. 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................................... 99
vi
Lista de Símbolos
vii
i j ,k Intercâmbio de energia do sistema j para o sistema k;
α t +1 Custo futuro;
β Taxa de desconto;
γ Parcela de EAFt correspondente à energia controlável;
viii
As variáveis associadas à solução de problemas de programação linear são expressas neste
trabalho em letras minúsculas, enquanto as variáveis que tem seu valor conhecido são
expressas em letras maiúsculas.
ix
Capítulo 1 - Introdução
1. INTRODUÇÃO
O planejamento da operação em sistemas de geração deste tipo pode ser executado em etapas,
a saber: planejamento de médio prazo, para estudos com horizonte de até cinco anos,
responsável pela minimização das conseqüências de uma decisão presente no futuro frente às
incertezas das afluências futuras; planejamento de curto prazo, com horizonte de um ano e
responsável pelo atendimento das metas semanais; programação diária da operação,
responsável pela programação da operação do próximo dia.
A política de operação ótima gerada por estes modelos energéticos depende de uma série de
fatores, dentre eles: cenários hidrológicos, carga própria, custo de geração térmica, entrada de
novos projetos, disponibilidade de equipamentos de geração e transmissão. Devido à
complexidade da previsão destes parâmetros e das incertezas a que eles estão sujeitos, estas
podem ser representadas de forma explícita, onde sua distribuição de probabilidades é
representada diretamente no cálculo da política, ou implícita, onde a distribuição de
probabilidades é representada através de análise de sensibilidades ou valores esperados.
11
Capítulo 1 - Introdução
motivos que levaram a este severo racionamento, e a busca de soluções capazes de evitar a
repetição de situações críticas como esta [3].
Busca-se, neste trabalho, uma melhor modelagem para a consideração da curva de aversão a
risco que não cause impactos significativos nos resultados da operação ótima indicada pelo
modelo, como um indesejável aumento dos custos, e mantenha a consistência matemática do
modelo. A motivação deste trabalho se deve a não conciliação destas duas características nas
propostas implementadas até o momento. A primeira destas, apesar de matematicamente
consistente, provocava elevações acentuadas nos custos marginais de operação dos
subsistemas, sendo abandonada. Já a metodologia utilizada atualmente faz uso de recursos
que podem levar a incoerências no mesmo, como a não convergência do algoritmo de
programação [4].
Desta forma, são apresentadas neste trabalho cinco novas propostas de metodologias de
aversão a risco, suas principais características, além de resultados comparativos entre elas.
No presente capítulo é feita uma descrição do objetivo do trabalho e, ainda, uma apresentação
dos principais conceitos utilizados ao longo deste.
12
Capítulo 1 - Introdução
No capítulo 3 é feita uma revisão sobre o planejamento da operação de médio prazo e uma
apresentação mais detalhada do modelo proposto pelo CEPEL.
O capítulo 7 traz as conclusões e sugestões para futuros aperfeiçoamentos ao que foi proposto.
O apêndice A é uma extensão do capítulo 6, onde é apresentada uma análise mais detalhada
de alguns resultados.
13
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Todavia, a afluência futura aos reservatórios tem comportamento estocástico, dependendo das
precipitações futuras, que não podem ser previstas com muita exatidão. Além disto, o
montante de afluência possui uma grande variação em diferentes estações dos anos, e até
mesmo de ano para ano. Outra característica do sistema é que os registros históricos de
afluências possuem períodos de grandes secas, alguns maiores que um ano.
14
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
2.2.1. Objetivo
Para o cálculo da política ótima de operação são usados modelos energéticos, que também
podem ser utilizados em diversos estudos, tais como:
Sistemas termelétricos são aqueles formados unicamente por usinas térmicas [7], como as
usinas nucleares, usinas com combustíveis fósseis, usinas a gás, além de usinas de cogeração.
De forma simplificada, pode-se dizer que essas usinas usam a queima da matéria-prima para a
16
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Na prática, este problema de otimização é um pouco mais complexo, já que devem ser
levados em conta: a taxa de tomada de carga, tempos mínimos e máximos em operação, além
de tempos de resfriamento [8].
• Desacoplados no tempo: uma decisão tomada em um período não tem impactos sobre
o custo de operação de períodos posteriores, já que depende apenas da disponibilidade
de combustível;
• Custo direto de operação: o custo de operação de cada usina térmica independe do
nível de geração ou da disponibilidade de outras usinas;
• Confiabilidade de fornecimento: não apresentam restrições de armazenamento,
dependendo apenas da capacidade total de atendimento das usinas.
17
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Entretanto, o volume limitado dos reservatórios aliado à variabilidade das futuras afluências
produz uma relação entre a decisão operativa em um determinado estágio e as conseqüências
futuras desta decisão, conforme ilustrado na figura 2.1. Desta forma, por exemplo, se for
tomada uma decisão de utilizar a energia hidrelétrica para atender a carga própria presente e
baixas afluências ocorrerem no futuro, as usinas hidrelétricas podem não ter água suficiente
para suprir a demanda no futuro. Como conseqüência, poderá ser necessária a utilização de
recursos térmicos extremamente caros ou, até mesmo, a interrupção do fornecimento de
energia. Se, por outro lado, a opção for de atender a carga própria presente com geração
térmica, e altos valores de afluências ocorrerem no futuro, já estando elevados os níveis dos
reservatórios, poderá haver vertimento no sistema, caracterizando um desperdício de energia e
aumento desnecessário do custo de operação.
Consequência
Decisão Afluências
Operativa
Altas Vertimento
Não utilizar os
reservatórios e
usar geração
termelétrica
Baixas Operação Econômica
18
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
sistema, e o eixo y, das ordenadas, representa o valor da FCF ou FCI expresso em unidades
monetárias.
Como é de se esperar, a FCI aumenta com o volume final armazenado nos reservatórios. Isto
ocorre porque a decisão de economizar água no presente está relacionada a um maior gasto
com geração térmica no estágio atual para o atendimento à carga. Por outro lado, a FCF
diminui com o volume final armazenado nos reservatórios, porque a decisão de economizar
água no presente está relacionada a um menor uso de geração térmica no futuro.
O uso ótimo da água armazenada corresponde ao ponto que minimiza a soma dos custos
imediato e futuro. Como é mostrado na figura 2.3, o ponto de mínimo custo global também
corresponde ao ponto onde as derivadas da FCI e da FCF com relação ao armazenamento se
igualam em módulo (equação 2.1). Estas derivadas são conhecidas como valores da água.
20
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Vale ressaltar ainda, que a existência de interligações com os sistemas vizinhos permite uma
redução dos custos de operação, através do intercâmbio de energia e um aumento da
confiabilidade de fornecimento, através da repartição das reservas. Por exemplo, quando
sistemas interligados possuem regimes hidrológicos complementares, a transferência de
energia em um determinado período se dará do sistema em regime de cheias para o sistema
que está em período seco.
O valor da energia hidrelétrica é o valor da geração térmica mais déficit que se poderia
substituir hoje ou no futuro. Este valor é resultante do processo de determinação da política
ótima de operação. Com este conceito, pode-se representar uma hidrelétrica como sendo uma
"térmica" cujo "custo marginal de operação" é o valor da água. Entretanto, é importante
observar que este valor não se mede de maneira isolada em cada usina, pois depende da
operação conjunta do sistema. Em outras palavras, se a política ótima de operação
hidrotérmica de cada usina hidrelétrica for calculada de maneira isolada, os intercâmbios de
energia futuros, mesmo baseados nos valores da água de cada usina hidrelétrica, não resultam
na operação mais econômica possível.
21
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
A tarefa de operar o sistema elétrico brasileiro não é trivial, frente à sua complexidade e
inúmeras incertezas. Deste modo, opta-se por dividir o planejamento da operação do sistema
em três etapas: médio prazo, curto prazo e programação da operação, conforme ilustrado na
figura 2.4.
MÉDIO PRAZO
Operação Hidrotérmica a
Geração de Vazões Sintéticas Mercado
Médio Prazo
Alocação de Volume de
CURTO PRAZO
Espera
Operação Hidrotérmica a
Previsão de Carga
Curto Prazo
Previsão de Vazões
Semanais Função de Custo Futuro
PROGRAMAÇÃO DIÁRIA
Programação Diária da
Previsão de Carga Horária Previsão de Vazões Horárias
Operação
É feita, a seguir, uma breve descrição dos modelos computacionais utilizados pelo Operador
Nacional do Sistema Elétrico para o planejamento da operação energética de médio prazo,
22
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
23
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
mês e mensal para os demais1. Para isto, é determinada a trajetória ótima de evolução dos
armazenamentos dos reservatórios e, para cada patamar de carga, as metas de geração de cada
usina de um sistema hidrotérmico, os intercâmbios entre os subsistemas e os custos marginais
de operação. Também são consideradas nesta etapa as diversas restrições de geração e
algumas restrições elétricas. A incerteza das afluências aos diversos aproveitamentos do
sistema é consideravelmente menor que a presente no planejamento a médio prazo, e é
representada através de cenários hidrológicos. Estes cenários podem ser representados através
de uma árvore de afluências com probabilidades de ocorrência associadas a cada ramo.
Nesta etapa utiliza-se o modelo DESSEM, que trabalha com horizonte de uma a duas
semanas, sendo os dois primeiros dias discretizados de trinta minutos em trinta minutos, e os
demais dias com discretização horária. A fim de que o despacho fornecido pelo DESSEM
esteja bastante próximo do despacho que efetivamente será colocado em prática, o modelo
considera em sua formulação a dinâmica das unidades termelétricas, bem como uma
representação detalhada das funções de produção das unidades hidrelétricas. A rede de
transmissão é representada por um fluxo de potência DC (corrente contínua). A função de
custo futuro gerada pelo modelo de curto prazo no estágio que coincide com o último estágio
do modelo de programação diária é utilizada para definir-se a meta de geração de cada
unidade geradora.
1
Na prática o ONS tem rodado o DECOMP com horizonte de apenas dois meses, sendo o primeiro mês
determinístico, e o segundo mês estocástico.
24
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Este trabalho tem o enfoque voltado para a primeira etapa do problema de planejamento: o
planejamento da operação a médio prazo. No capítulo seguinte, são apresentados os aspectos
técnicos do modelo usado no desenvolvimento deste trabalho.
25
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
3.1. INTRODUÇÃO
Pereira [15] desenvolveu a técnica de Programação Dinâmica Dual Estocástica (PDDE), que
alivia os problemas de dimensionalidade associados à discretização do espaço de estados,
viabilizando a obtenção da estratégia ótima de operação para sistemas hidrotérmicos
interligados. O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, CEPEL, desenvolveu um modelo
para o planejamento da operação do sistema elétrico brasileiro, baseado em PDDE: o modelo
NEWAVE, que será descrito a seguir.
26
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
27
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
Mesmo com a utilização da PDDE, a estratégia ótima de operação deve ser calculada para
diversos cenários hidrológicos. A dimensão do espaço de estados é dado pelo número de
reservatórios somado à ordem máxima do modelo PAR(p). No caso do sistema elétrico
brasileiro, com mais de 50 reservatórios, faz-se necessário reduzir o número de variáveis de
estado através da agregação dos diversos reservatórios de uma mesma região em um
reservatório equivalente de energia, cujos principais parâmetros são descritos a seguir [17]:
28
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
2) Energia Controlável
A energia controlável, EC , pode ser obtida a cada mês, a partir da soma da vazão natural
a cada reservatório multiplicada pela sua produtibilidade equivalente somada às
produtibilidades das usinas a fio d'água a jusante até o próximo reservatório exclusive ou,
alternativamente, pode também ser obtida pela soma das vazões incrementais a cada
reservatório valorizadas pela produtibilidade equivalente em todas as usinas a jusante do
mesmo.
A energia a fio d'água, EFIO , corresponde às vazões incrementais às usinas a fio d'água e
conseqüentemente não são passíveis de armazenamento. A determinação da vazão
incremental é feita em cada usina a partir da afluência natural, da qual são descontadas as
vazões naturais às usinas de reservatório imediatamente a montante. O máximo de vazão
incremental que pode ser transformado pela usina em energia é limitado pelo engolimento
máximo das turbinas.
As séries sintéticas geradas correspondem ao valor total de energia afluente, isto é, energia
controlável mais energia fio d’água bruta, EFIOB . Para obter-se a energia controlável a
partir da energia afluente total é necessário ter-se calculado previamente, a partir do
histórico, a participação média da energia controlável na energia afluente total.
função dessas variações, uma vez que estas implicam em mudanças no valor do
coeficiente de produção utilizado [18], e conseqüentemente, no valor da disponibilidade
total de energia controlável ao sistema. Essas variações de altura de queda podem ser
traduzidas através de um fator de correção, FC [19].
7) Energia Evaporada
Assim, para cada mês do horizonte de estudo, são calculados três valores de geração
hidráulica máxima, correspondentes à queda líquida considerando o reservatório no
volume mínimo, no volume correspondente a 65% do volume útil e no volume máximo. A
30
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
partir destes três pontos, ajusta-se uma parábola de segundo grau, a partir da qual obtém-
se a geração hidráulica máxima em função da energia armazenada no mês.
O estado do sistema é composto por variáveis que podem influir no resultado da operação. No
caso do planejamento energético, o nível de armazenamento no início do estágio e as energias
afluentes aos estágios anteriores são as variáveis componentes do estado.
31
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
apresenta como uma alternativa viável para resolver o problema, com um esforço
computacional moderado. Na PDDE, a função de custo futuro é construída analiticamente
através do “Princípio de Decomposição de Benders” [21].
Min ( f ) = c1 x1 + c 2 x 2 (3.1)
sujeito a:
A1 x1 ≥ b1
(3.2)
E1 x1 + A2 x 2 ≥ b2
O problema apresentado pelas equações 3.1 e 3.2 pode ser interpretado como um processo de
tomada de decisão seqüencial de dois estágios:
• 1o estágio: escolhe-se uma decisão viável, x1∗ , tal que A1 x1∗ ≥ b1 ;
Min c 2 x 2 (3.3)
sujeito a:
A2 x 2 ≥ b2 − E1x1∗ (3.4)
32
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
Como x1∗ é conhecido, passa para o lado direito do conjunto de restrições do problema do 2o
estagio.
Desta forma, o problema de decisões seqüenciais (equações 3.1 e 3.2) pode ser resolvido por
Programação Dinâmica. As expressões recursivas ficam:
2o estágio:
α 2 ( x1 ) = min c 2 x 2
s.a. (3.5)
A2 x 2 ≥ b2 − E1 x1
1o estágio:
α 1 ( x0 ) = min c1 x1 + α 2 ( x1 )
s.a. (3.6)
A1 x1 ≥ b1
fornece informações sobre as conseqüências nos estágios futuros da decisão x1 . Caso esta
função esteja disponível, o problema dado pela equação 3.1 pode ser resolvido sem a
representação explicita das restrições do 2o estágio.
33
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
De um modo geral, entretanto, a função de custo futuro, generalizada para qualquer estágio t,
α t +1 ( xt ) , não é conhecida. Na recursão usual da Programação Dinâmica esta função é
calculada para valores discretos de xt . A figura 3.1 ilustra o cálculo para α 2 ( x1 ) . O eixo
{ ( )
pelo conjunto α 2 x1j , j = 1,L, N . }
α 2 (x1 )
{α (x ), j = 1,L, N }
2 1
j
{x1
j
, j = 1,L, N }
Figura 3.1: Cálculo da Função de Custo Futuro através da Programação Dinâmica.
α 2 ( x1 ) = Max π 2 (b2 − E1 x1 )
s.a. , (3.7)
A2π 2 ≤ c 2
onde
34
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
Assim, através da análise dual do problema do segundo estágio, dada pelo conjunto de
equações 3.7, a restrição transferida ao problema do 1o estágio pode ser escrita da forma:
α 2 ( x1 ) + π 2∗ E1 x1 ≥ ω 2∗ + π 2∗ E1 x1∗ (3.8)
Quanto a escola dos pontos x1∗ , tem-se um processo baseado em iterações que consistem na
seleção de uma série de recursões diretas, denominada forward, e inversas, backward, para
todo o período de estudo.
associado a cada estágio, ct xt∗k . Esta etapa do algoritmo é denominada de processo forward.
conjunção com o vetor xt∗−k1 , calculados no processo forward, monta-se a seguinte restrição,
generalizada para qualquer estágio t:
O processo iterativo termina quando, a cad estágio t, o custo previsto no estágio t-1 para o
estágio t, iguala-se ao custo efetivo do estágio t, ω t∗k .Com isso, tem-se que o custo total do 1o
estágio, ω1∗ , iguala-se ao valor da soma composta por c1 x1∗ + c 2 x 2∗ + L + cT xT∗ . Ou seja, a
soma dos custos efetivos de todos os estágios em uma iteração define o limite superior do
problema, sendo que o limite inferior é obtido no 1o estágio, ω1∗ . Desta forma, o problema
converge quando a diferença entre o limite inferior e o superior é menor do que uma
tolerância especificada.
expresso como o valor esperado das derivadas dos custos futuros da decisão xt tomada sobre
todos os m possíveis cenários dos estágios subseqüentes. Assim, a nova expressão para o
Corte de Benders relativo ao caso estocástico, em um estágio t qualquer, fica da seguinte
forma:
α t ( xt −1 ) + π t∗ Et −1 xt −1 ≥ ω t∗ + π t∗ Et −1 xt∗−1 , (3.10)
onde
36
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
A cada iteração é possível obter um limite superior para o valor esperado do custo futuro dado
pela equação 3.11:
T
z = E ∑ ci xi , (3.11)
i =1
a) Função Objetivo:
sujeito a:
NPMC
earmf t + ∑g H + evert =EARMf t −1 + FC (EARMf t −1 ) ⋅ γ ⋅ EAFt −
(3.13)
− M EVMIN (EARMf t −1 ) − EVAP(EARMf t −1 ) − EMORTO
c) Equações de Atendimento à Carga Própria – EAD (uma equação para cada subsistema
e para cada patamar):
37
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
TCLSIS NPDF
gH + ∑ gT + ∑ def + ∑ i recebido − ∑ iexp ortado − exc =
(3.14)
[DEMLIQ − (1 − γ )EAFt − M EVMIN (EARMf t −1 )]FPENG
d) Restrições que representam a Função de Custo Futuro – ECOR (tantos quantos forem
o número de Cortes de Benders [21]):
(
π Visis earmf t isis − EARMf t ∗ isis + )
A1 (
t −1 t −1 A2 )
t −2 (
NSIS + π isis EAF isis − EAF ∗ isis + π isis EAF isis − EAF ∗ isis +
≥ zt + ∑ t −2 )
α t +1 , (3.15)
isis =1 + L +
+ π isis EAF isis − EAF ∗ isis
( )
Ap t− p t− p
onde
(*): estado da série em questão no período t.
Seja
NSIS
W = zt − ∑ (π
isis =1
isis
V EARMf t ∗ isis + π Aisis1 EAFt ∗−1isis + π Aisis2 EAFt ∗− 2isis + L + π Ap
isis
)
EAFt ∗− pisis , (3.16)
NSIS
α t +1 ≥ W + ∑ (π
isis =1
isis
V earmf t isis + π Aisis1 EAFt isis isis isis isis isis
−1 + π A 2 EAFt − 2 + L + π Ap EAFt − p ) (3.17)
[
g H ≤ GH (EARMf t −1 ) − (1 − γ )EAFt − M EVMIN (EARMf t −1 ) FPENG ] (3.18)
38
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
∑i
∀j ≠ k
j ,k − ∑i
∀j ≠ k
k, j =0 (3.19)
g) Limites:
0 ≤ ii , k ≤ ii , k (3.20)
0 ≤ gT ≤ gT (3.21)
Na equação 3.19, chama-se de nó fictício aquele nó que não tem carga, armazenamento ou
geração.
A energia afluente, EAFt, presente nas equações 3.13 e 3.14 é composta da energia
controlável, afluente às usinas hidrelétricas com reservatório, e da energia a fio d’água,
afluente às usinas a fio d’água.
Como a energia de vazão mínima é uma geração hidráulica da qual não se tem controle, ela é
abatida diretamente da demanda, na equação 3.14, assim como a geração a fio d’água.
O conjunto de equações 3.17 representa a função de custo futuro, que no caso da programação
dinâmica dual estocástica, PDDE, é representada por uma função linear por partes e
construída iterativamente pelos cortes de Benders [21].
Em cada estágio t e para cada estado, os coeficientes do corte de Benders associados à energia
armazenada no início do estágio, π V , e às energias afluentes passadas, π Ai , i = 1,L, p , são
obtidos pelas equações 3.24 e 3.25, durante as recursões backward do algoritmo de PDDE.
NPMC
∂ ∂
π Visis = η BH EBH + ∑ η AD EAD +
∂EARMf t −1 ∂EARMf t −1
NPMC
(3.24)
∂
+ ∑η EH
∂EARMf t −1
EEH
NPMC
∂ ∂
π Aiisis = η BH EBH + ∑ η AD EAD +
∂EAFt −i ∂EAFt −i
NCOR NPMC
(3.25)
∂ ∂
+ ∑η COR
∂EAFt −i
ECOR + ∑ η EH
∂EAFt −i
EEH
40
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
Das equações 3.24 e 3.25, os coeficientes dos cortes de Benders [2] associados ao
armazenamento inicial e às p energias afluentes passadas no estágio t são dados pelas
equações 3.30 e 3.31, respectivamente:
Dado que o processo de otimização da política convergiu, podem ser obtidos indicadores
estatísticos da operação futura do sistema através do módulo de simulação da operação
descrito na próxima seção.
41
Capítulo 3 – Planejamento da Operação a Médio Prazo
42
Capítulo 4 – Curva de Aversão a Risco - CAR
4.1. INTRODUÇÃO
Pelo fato do sistema energético brasileiro ser predominantemente hidrelétrico e de se ter como
objetivo a minimização do valor esperado dos custos operativos, o fator predominante na
formação do preço da energia é o risco de racionamento futuro.
4.2. METODOLOGIA
Geralmente, a CAR é definida para um período de dois anos consecutivos para os quais se
deseja obter condições que garantam a segurança do atendimento do sistema. Os valores dessa
curva no primeiro ano estão condicionados ao atendimento do mercado no segundo ano, sob
condições de segurança definidas.
• definem-se, para cada um dos anos, as premissas de carga, oferta e intercâmbios entre
regiões;
• define-se o biênio cujas afluências serão simuladas;
• define-se o nível mínimo de segurança ao final do período seco (NSPS) do 2º ano do
biênio;
• determinam-se os requisitos de armazenamento, a cada mês, a partir do NSPS, no
sentido inverso do tempo, através de um balanço energético mensal com os recursos e
requisitos definidos.
44
Capítulo 4 – Curva de Aversão a Risco - CAR
EAR
Simulação Reversa
NSPU
NSPS NSPS
31/Dez 31/Jan 28/Fev 31/Mar 30/Abr 31/Mai 30/Jun 31/Jul 31/Ago 30/Set 31/Out 30/Nov 31/Dez 31/Jan 28/Fev 31/Mar 30/Abr 31/Mai 30/Jun 31/Jul 31/Ago 30/Set 31/Out 30/Nov 31/Dez
Diversos critérios de segurança podem ser usados para a construção da CAR. Serão
apresentados a seguir três métodos distintos, representados por três curvas guias de segurança
[23], onde a primeira é a curva utilizada atualmente no modelo NEWAVE.
45
Capítulo 4 – Curva de Aversão a Risco - CAR
Para um melhor entendimento, será mostrado um exemplo de elaboração das curvas guias.
Define o Nível de Partida que seria Necessário (NPN), ao final de dez/2001, bem como os
requisitos de armazenamento, a cada mês, que garantem o atendimento a 100% da carga,
durante 2002, mesmo com a ocorrência do ano crítico (1955) - 61% MLT durante o ano.
Esta curva foi determinada para dois níveis de segurança em função de diferentes hipóteses de
despacho de geração térmica:
b) Curva 2
Esta curva foi determinada para dois níveis de segurança em função de diferentes hipóteses de
despacho de geração térmica:
46
Capítulo 4 – Curva de Aversão a Risco - CAR
c) Curva 3
Define para cada mês do período úmido - jan/abr, a afluência necessária para se atingir os
requisitos de armazenamento a partir do qual se garante o atendimento a 100% da carga,
durante 2002, mesmo na ocorrência do ano crítico (1955) - 61% MLT durante o ano.
Com essas curvas, identificam-se três cenários correspondentes às áreas nos gráficos 4.2 e 4.3,
que representam as curvas guias 1 e 2, respectivamente.
47
Capítulo 4 – Curva de Aversão a Risco - CAR
48
Capítulo 4 – Curva de Aversão a Risco - CAR
De maneira informativa, as figuras 4.4, 4.5 e 4.6 ilustram os históricos dos valores de energia
armazenada mínima de operação (EAMINOP) atribuídos à CAR, determinados pelo ONS, e
dos valores de energia armazenada verificadas ao final de cada período (EARMf), para os
subsistemas Sudeste, Sul e Nordeste, respectivamente. Não é definida uma CAR para o Norte,
por ser um subsistema de pequeno porte. Os valores referentes a EARMf são resultados
gerados pelo programa Newave, a partir dos planos mensais de operação (PMO’s) elaborados
pelo ONS.
Os dados referentes a EAMINOP são fornecidos a partir de janeiro de 2004 até dezembro de
2007, onde os valores referentes ao ano de 2007 foram estimados, porém ainda não revisados.
Já os dados correspondentes a EARMf são mostrados até o mês de outubro de 2006, posto que
foram verificados até esta data.
SUDESTE
100
90
80
70
% EARMmáx
60
50
40
30
20
10
0
ab 4
ab 5
ab 6
07
ou 4
ou 5
ou 6
ou 7
4
7
4
7
0
0
l/0
t/ 0
l/0
t/ 0
l/0
t/ 0
l/0
t/ 0
r/0
r/0
r/0
r/0
n/
n/
n/
n/
ju
ju
ju
ju
ab
ja
ja
ja
ja
CAR EARMf
Figura 4.4: Evolução da EAMINOP definida pela CAR e da EARMf verificada – Sudeste.
49
Capítulo 4 – Curva de Aversão a Risco - CAR
SUL
100
90
80
70
% EARMmáx
60
50
40
30
20
10
0
ab 4
ab 5
ab 6
07
ou 4
ou 5
ou 6
ou 7
4
7
4
7
0
0
l/0
t/ 0
l/0
t/ 0
l/0
t/ 0
l/0
t/ 0
r/0
r/0
r/0
r/0
n/
n/
n/
n/
ju
ju
ju
ju
ab
ja
ja
ja
ja
CAR EARMf
Figura 4.5: Evolução da EAMINOP definida pela CAR e da EARMf verificada – Sul.
NORDESTE
120
100
% EARMmáx
80
60
40
20
0
ab 4
ab 5
ab 6
07
ou 4
4
ou 5
5
ou 6
6
ou 7
7
4
7
0
0
l/0
l/0
l/0
l/0
t/0
t/0
t/0
t/0
r/0
r/0
r/0
r/0
n/
n/
n/
n/
ju
ju
ju
ju
ab
ja
ja
ja
ja
CAR EARMf
Figura 4.6: Evolução da EAMINOP definida pela CAR e da EARMf verificada – Nordeste.
50
Capítulo 4 – Curva de Aversão a Risco - CAR
Como premissa básica, quando o nível de armazenamento dos reservatórios for superior à
restrição dada pela CAR, esta não deve influenciar o processo de cálculo da política de
operação. Já para um nível de armazenamento inferior, deve ser sinalizada uma situação de
alerta, levando à aplicação de medidas como o despacho das térmicas do sistema.
Numa primeira fase, em dezembro de 2001, foi proposta a superposição da curva de alerta ao
resultado do modelo de despacho e formação de preços. Se o nível de armazenamento
resultante do despacho fosse inferior ao da curva, os preços seriam ajustados para o máximo
entre o preço calculado pelo modelo e o preço da curva de alerta (a título de exemplo, 150
R$/MWh). Com isso, unidades térmicas com custo de geração mais elevados, porém
inferiores ao custo da água sinalizado pela curva, agora 150 R$/MWh, seriam despachadas. A
figura 4.8 ilustra de maneira qualitativa o efeito desta curva de alerta nos preços da figura 4.7.
Numa segunda fase, a curva de alerta foi incorporada ao processo de cálculo da política
operativa do modelo de despacho hidrotérmico. A razão para a existência de duas fases foi a
necessidade de implementar e validar qualquer modificação no modelo de despacho junto aos
grupos de trabalho do ONS e MAE (atual CCEE).
51
Capítulo 4 – Curva de Aversão a Risco - CAR
Figura 4.8: Região Sudeste – Nível de.Armazenamento e CMO com Curva de Alerta – Abr/00-
Mar/01.
52
Capítulo 4 – Curva de Aversão a Risco - CAR
A metodologia implementada hoje no modelo NEWAVE [4] não representa uma solução
“matematicamente correta”, uma vez que o problema de otimização pode não convergir,
como será exposto a seguir.
sujeito a:
NPMC
earmf t + ∑g H + evert =EARMf t −1 + FC (EARMf t −1 ) ⋅ γ ⋅ EAFt −
(4.2)
− M EVMIN (EARMf t −1 ) − EVAP(EARMf t −1 ) − EMORTO
∆≥0
(4.3)
earmf t + ∆ ≥ EAMINOPt
53
Capítulo 4 – Curva de Aversão a Risco - CAR
Neste problema, a escolha das térmicas a serem despachadas é feita de acordo com os seus
respectivos custos. Caso haja alguma usina térmica com o custo de geração inferior ao valor
de utilização da água, a mesma é despachada. Se o nível mínimo de armazenamento não for
respeitado, o valor da água poderá não ser mais igual ao módulo do multiplicador de
Lagrange das restrições de balanço hídrico, como ocorria no caso em que a CAR não era
considerada. Neste caso, o valor da água deve ser acrescido da penalidade de não
cumprimento da restrição (PREF), podendo assim, atingir valores bastante altos, superiores
até ao custo associado ao primeiro patamar de déficit, de modo a provocar o despacho de um
número elevado de usinas térmicas.
Desta forma, é agora atribuído um valor máximo para esta penalidade, tal que o valor da água
seja o suficiente para despachar as térmicas desejadas. Com isso, há um processo iterativo, a
cada problema, para definição desta penalidade.
A partir das considerações acima, são apresentados a seguir os passos para a solução do
problema.
Passo 2: Após a solução deste problema, caso algum subsistema tenha acionado o mecanismo
de aversão a risco, um fator de penalização reduzido (PREF_red) é obtido pelo máximo entre
zero e a diferença entre o fator de penalização de referência (PREF) e o coeficiente do corte
de Benders ativo na solução deste problema:
54
Capítulo 4 – Curva de Aversão a Risco - CAR
Passo 4: Após a solução do problema 2, caso algum subsistema tenha acionado o mecanismo
de aversão a risco, e o critério de convergência para este subsistema não tenha sido satisfeito,
então um novo fator de penalização reduzido é obtido pelo máximo entre zero e a diferença
entre o fator de penalização (PREF) e o coeficiente do corte de Benders ativo na solução deste
problema;
Custo 1o
Patamar
Déficit
PREF
Valor da Água
Resultante
FCF
Etapa 1 Etapa 2
penalidade reduzida com o valor da água seja inferior à penalidade de referência, o despacho
de todas as térmicas desejadas pode não ocorrer; caso a soma seja superior, haverá parcelas
indesejadas, que causam o aumento do custo de operação. Além disso, a utilização de
diferentes valores para a penalidade de não cumprimento da meta de armazenamento mínimo,
para problemas do mesmo período, leva a incorreções matemáticas no cálculo dos hiperplanos
suportes da função de custo futuro.
56
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
Visando solucionar este problema, cinco novas propostas metodológicas para o tratamento da
CAR foram implementadas no modelo NEWAVE, objetivando-se uma possível substituição
da metodologia atual. São elas:
Versão 1
o Para todos os subsistemas que possuem restrição de nível mínimo operativo de
armazenamento definido pela CAR, são adicionados cortes diretamente à
função de custo futuro, cuja inclinação é ligeiramente superior, em módulo, ao
maior custo de geração das térmicas. Os cortes adicionados para cada período e
série somente são válidos para a iteração em questão.
Versão 2
o Baseada na versão 1, diferencia-se pela adição de cortes multivariados, onde há
coeficientes não nulos para os termos de energia armazenada final, para todos
os subsistemas.
Versão 3
o Adiciona cortes à FCF somente no processo de simulação final, usando a
mesma metodologia descrita para a versão 1. Durante o processo iterativo, a
57
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
5.1. VERSÃO 1
O despacho de uma térmica está condicionado ao fato do seu custo de geração ser inferior ao
valor da água, para um determinado nível de armazenamento no momento da decisão
operativa.
Assim, como primeira abordagem, busca-se adicionar cortes diretamente à função de custo
futuro, de modo que sua inclinação fosse superior, em módulo, ao maior custo de geração das
térmicas. Este procedimento visa garantir o atendimento à demanda através de recursos
térmicos até sua exaustão, se necessário, evitando o não cumprimento da restrição operativa,
sempre que houver condições.
Nesta implementação, são adicionados cortes para todos os subsistemas que possuem
restrição de nível mínimo operativo de armazenamento definida pela CAR. Supondo que isto
58
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
ocorra para um subsistema X, o valor das variáveis de estado no momento da construção deste
corte (restrição CAR) é descrito na equação 5.1:
earmf t X = EAMINOPt X
earmf t isis ≠ X = 0
eaf t = EAFt ,i (5.1)
eaf t −1 = EAFt −1,i
M
Para construção destas restrições é necessário que se conheça o corte ativo em cada um destes
estados.
Os cortes que definem a função de custo futuro são mostrados pela equação 3.17. Re-
agrupando os termos:
NSIS NSIS
α t +1 ≥ W + ∑ π Visis earmf t isis +
isis =1
∑ (π
isis =1
isis
A1 EAFt isis isis isis isis isis
−1 + π A 2 EAFt − 2 + L + π Ap EAFt − p ) (5.2)
O corte ativo em um estado é aquele para o qual tem-se o maior valor para o lado direito da
inequação 5.2, para os dados valores de armazenamento e afluências passadas. Seja α CA o
valor de α t +1 no estado definido em 5.1. Como este estado é o limiar entre a utilização ou não
do corte artificial, é importante que o corte artificial e o corte ativo coincidam neste ponto de
operação, ou seja, que ambos valham α CA .
Vale ressaltar que, como os estados acessados para a construção do corte adicional em cada
subsistema são diferentes, o corte ativo da função de custo futuro pode não ser o mesmo para
os subsistemas. Assim, para um determinado subsistema X, tem-se um valor para o corte ativo
no estado correspondente ao nível mínimo de armazenamento, α CA, X .
59
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
Seja uma função de custo futuro que dependa unicamente de uma variável de estado – no
caso, o armazenamento do final do estado; aproximada por três cortes, como ilustrado na
figura 5.1. O corte ativo e seu valor correspondente ( α CA, X ) quando o subsistema X opera no
Para cada subsistema com nível de armazenamento mínimo definido pela CAR, são
adicionados cortes em cada série, abertura e período, construídos no estado apresentado na
equação 5.1.
A equação 3.15 mostra como o estado utilizado para a construção do corte e o estado
consultado durante a resolução do problema, afetam o termo independente original (RHS) dos
cortes da função de custo futuro. Como o corte artificial só é utilizado nesta série, abertura e
período, as parcelas referentes às afluências passadas são nulas, já que os valores de EAFt isis
−i e
60
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
α − π VX Vt X ≥ RHS ,
Adic
(5.3)
onde
Vt X = earmf t X (5.4)
A inclinação do corte artificial, π VXAdic (R$/MWh), deve ter um valor ligeiramente maior que o
custo da térmica com geração mais cara (CTERMAX) no período em questão, como mostra a
equação 5.5. Desta forma, para níveis de armazenamento inferiores ao definido pela CAR, a
água será usada somente após a utilização de todos os recursos térmicos disponíveis. Assim,
em determinado período, busca-se garantir que todas as térmicas serão despachadas antes que
sejam ultrapassados os níveis de volume mínimo operativo dados pela CAR.
π VX
Adic
(
= − CTERMAX tX + ε ) (5.5)
O termo independente original (RHS) deste corte adicional é calculado conforme mostrado na
equação 5.6, podendo ser facilmente deduzido a partir do gráfico ilustrado na figura 5.2. O
valor de ε (positivo) garante que o valor da água seja ligeiramente superior ao custo da
térmica mais cara disponível no período em questão. Adota-se ε = 1.
Na figura 5.2 é representado o corte ativo, quando a energia armazenada final do período t
atinge o nível de armazenamento definido pela CAR e o corte artificial adicionado à função
de custo futuro do problema de minimização de custo de operação.
61
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
62
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
O problema encontrado, explicado no parágrafo acima, pode ser mais bem compreendido
através da visualização gráfica dos cortes que compõe a função de custo futuro do problema
de minimização. Para tal, é apresentado na seção 5.1.5 um exemplo, onde os cortes são
facilmente identificados.
• 2 períodos;
63
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
• 1 subsistema;
• 2 usinas térmicas;
• afluência determinística.
2 2
1
Min∑ cT i ,1 g T i ,1 + ∑c T i ,2 g T i , 2 + PEN (evert1 + evert 2 )
i =1 1+ β i =1
onde
a) Solução Direta
b) Decomposição
65
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
2
1
Min∑ cT i ,1 g T i ,1 + α (earmf1 ) + PEN (evert1 )
i =1 1+ β
earmf1 + gh1 + evert1 = EARMI + EAF1
gh + g + g = MERC1
1 T 1,1 T 2 ,1
earmf1 , evert1 ≥0
gh1 ≥0
, (5.9)
gh ≤ GH
S .a. 1
g T 1,1 , g T 2,1 ≥0
g T 1,1 ≤ GT1
g T 2,1 ≤ GT2
earmf ≤ EARMf
1
α + π k earmf1 ≥ RHS k , k = 1,L, ncor
A escolha dos valores numéricos das variáveis do problema de minimização descrito acima é
feita de maneira a tornar mais visível graficamente o problema analisado.
A tabela 5.1 fornece o custo, por unidade de energia, das térmicas 1 e 2 para cada período.
66
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
As variáveis de decisão são as variáveis de saída do PL: earmf1, earmf2, gh1, gh2, evert1,
evert2, gT1,1, gT1,2, gT2,1 e gT2,2.
Os valores atribuídos às variáveis de entrada do PL, bem como aqueles que representam os
limites máximos de armazenamento, geração hidráulica e térmica estão listados na tabela 5.2.
Os limites inferiores das variáveis de decisão não são apresentados na tabela, posto que são
considerados sempre nulos.
Tabela 5.2: Valores para as variáveis de entrada e limites superiores das variáveis de decisão.
Variáveis de Entrada Limites Superiores
EARMI 25 EARMf 40
EAF1 50 GH 60
EAF2 40 GT1 40
MERC1 80 GT2 25
MERC2 80
Para o cálculo da taxa de desconto, supõe-se um índice de desconto anual de 10% a.a., que
equivale a um índice mensal ( β ) de aproximadamente 0,7974% a.m..Assim, a taxa de
desconto mensal do problema, dada pela equação 5.10, é:
1
= 0,992 (5.10)
1+ β
67
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
custo de geração das térmicas tem como objetivo priorizar a geração e o armazenamento de
energia ao vertimento, sem causar impactos irreais ao custo final ótimo de operação.
2
Min∑ cT i , 2 g T i , 2 + PEN ⋅ evert 2
i =1
earmf 2 , evert 2 ≥0
gh2 ≥0 , (5.11)
S .a. gh2 ≤ GH
g , g ≥0
T 1, 2 T 2, 2
g T 1, 2 ≤ GT1
g ≤ GT2
T 2, 2
earmf 2 ≤ EARMf
Assim, a operação do segundo período é otimizada diversas vezes, cada qual para valores
diferentes de níveis de armazenamento final de primeiro período, onde cada um destes valores
68
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
Assim, para estes algoritmos, apesar de não ser necessária a discretização do espaço de
estados, a função de custo futuro é representada através de aproximações lineares calculadas
em um número finito de pontos. Em analogia à aproximação de uma curva no espaço
Euclidiano R2, seria necessário que se conhecesse a derivada (ou gradiente) da curva nos
pontos utilizados para a construção da mesma – no caso do planejamento energético, nos
armazenamentos e afluências que definem o estado desejado.
69
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
Como o segundo estágio é definido por um problema de minimização e não uma função
analítica explícita, não é possível se ter uma expressão para o seu gradiente, logo se utiliza um
subgradiente, advindo da teoria matemática da programação não-diferenciável. Este
subgradiente representa a tangente dos hiperplanos suporte denominados “Cortes de Benders”
em torno deste ponto da FCF.
Os coeficientes das energias armazenadas finais nos cortes de Benders correspondem aos
valores da água esperados, para cada subsistema, e são obtidos a partir dos multiplicadores de
Lagrange das equações que levam em consideração estas variáveis – no caso da modelagem
atualmente implantada, apenas a equação de balanço hídrico. O cálculo do custo operativo e
das tangentes da superfície de custo futuro é repetido para cada estado de armazenamento no
segundo período. O resultado de todo este processo é uma superfície linear por partes, que
representa a FCF – α (earmf1 ) – para o primeiro período.
São ilustradas na figura 5.3, uma aproximação para a função de custo futuro real (ALFA)
calculada com o uso da programação dinâmica tradicional e uma típica representação desta
função através de três “Cortes de Benders”. Vale ressaltar que, para a PDDE, a função de
custo futuro é aproximada pela envoltória convexa dos cortes de Benders, ou seja, pelo valor
máximo dos cortes em cada ponto do espaço de estados de armazenamentos e afluências.
7000
6000
5000
4000
Custo
3000
2000
1000
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
earmf1
Como se pode observar na figura 5.3, o corte ativo da função de custo futuro, para o volume
mínimo de operação (EAMINOP = 22), é representado pelo “Corte 3”, sendo seu valor, α CA ,
facilmente descoberto.
5.1.4.5. Resultados
Como já citado na seção 5.1.3, ZSUP é a soma do custo real da operação ótima do primeiro
período com os custos reais das operações ótimas dos demais períodos. Neste caso, como
existem somente dois períodos, a função de custo futuro real do primeiro período reflete
exatamente o custo da operação do segundo período, descontada a taxa mensal.
Já ZINF é a soma do custo real da operação ótima do primeiro período com uma aproximação
do custo futuro de operação a partir do segundo período, dada, neste exemplo, pela
aproximação da função de custo futuro influenciada pelo corte artificial.
A figura 5.4 representa graficamente o critério de convergência atual utilizado pelo modelo
Newave. Como a estratégia ótima de operação é calculada para diversos cenários de energias
afluentes, é calculada a média de ZSUP para estes cenários, bem como o seu intervalo de
confiança correspondente [LINF, LSUP]. Desta forma, para o problema de despacho
71
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
hidrotérmico ser considerado convergido, o valor de ZINF deve estar contido no intervalo de
confiança de ZSUP.
Como se pode observar na figura 5.5, o corte artificial superpõe a função de custo futuro real
para um conjunto significativo de estados do sistema, quando o nível de armazenamento final
do primeiro período é inferior à energia armazenada mínima de operação. Com isso, não é
mais possível se dizer que a função de custo futuro (influenciada pelo corte artificial)
representa uma aproximação para o custo de operação do segundo período. No intervalo onde
o corte artificial é superior ao real custo de operação do segundo período, a aproximação dada
pela função de custo futuro (influenciada por este corte) seria maior do que o real valor de
operação (ZINF > ZSUP).
72
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
9000
8000
7000
6000
Custo
5000
4000 EAMINOP
3000
2000
1000
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
earmf1
Desta forma, o critério de convergência, caracterizado pela aproximação entre o custo real de
operação futura e seu valor esperado no presente, não pode ser considerado válido. Um
algoritmo converge sempre que se tem ZINF menor ou igual a ZSUP para qualquer
aproximação convexa. Como ZINF é maior que ZSUP, neste exemplo, e a tendência da reta
representativa do corte artificial é se afastar cada vez mais do eixo das coordenadas (aumento
da penalidade de não atendimento aos níveis definidos pela CAR), pode-se afirmar que este
algoritmo nunca irá convergir.
Seja um caso constituído de dois subsistemas, ambos com curva de aversão a risco definidas.
Os valores do custo máximo de geração das térmicas e dos volumes mínimos operativos
dados pela CAR para os dois subsistemas são dados na tabela 5.3:
73
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
Tabela 5.3: Energia Amazenável Mínima de Operação e Custo Máximo das Térmicas.
EAMINOP CTERMAX
Subsistema 1 20 15
Subsistema 2 30 25
A função de custo futuro real deste problema é aproximada, em um dado momento, por dois
“Cortes de Benders” e são adicionados a esta função dois cortes, um para cada subsistema
com CAR definida. Com o objetivo de facilitar a análise do problema, para uma melhor
visualização destes cortes é desconsiderada a parcela referente às energias afluentes passadas
(EAF).
A tabela 5.4 fornece os valores dos termos independentes (RHS) e dos multiplicadores π V 1 e
π V 2 dos cortes que representam a função de custo futuro.Tabela 5.4: Termo Independente
Original – RHS - e Multiplicadores - π V 1 e π V 2 .
RHS πV1 πV 2
Corte FCF – Sist 1 1000 20 10
Corte FCF – Sist 2 1200 10 20
Logo, as equações dos cortes que representam a função de custo futuro são:
FCF1 ⇒ α + 20 EARMf1 + 10 EARMf 2 ≥ 1000
(5.13)
FCF2 ⇒ α + 10 EARMf1 + 20 EARMf 2 ≥ 1200
Para o subsistema 1, o estado em que o corte artificial deve ser inserido é dado pela equação
5.14. No entanto, para a sua construção, é necessário que se conheça o corte ativo e seu valor
neste estado, cujo cálculo encontra-se na equação 5.15.
earmf1 = EAMINOP1
(5.14)
earmf 2 = 0
74
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
Logo, o segundo corte (FCF2) é o ativo. Já para o subsistema 2, o estado em que os cortes
artificiais devem ser construídos e o valor do corte ativo neste estado são mostrados nas
equações 5.16 e 5.17, respectivamente.
earmf1 = 0
(5.16)
earmf 2 = EAMINOP2
Assim, o primeiro corte (FCF1) é o ativo para o estado em que o corte artificial deste sistema
será construído.
Conforme descrito na seção 5.1.2, são apresentadas abaixo as equações dos cortes a serem
adicionados à FCF para os dois subsistemas.
onde α CA,i representa o valor do corte ativo da função de custo futuro para o subsistema i, no
75
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
5.1.5.1. Resultados
A representação dos cortes da função de custo futuro – FCF1 e FCF2 – antes da adição dos
cortes artificiais é ilustrada na figura 5.6.
Figura 5.6:
Representação dos cortes da Função de Custo Futuro – FCF1 e FCF2.
Na figura 5.7, além dos cortes da função de custo futuro, é ilustrado o corte adicionado que
representa a restrição operativa definida pela CAR para o subsistema 1. Pode-se observar que
os hiperplanos correspondentes ao corte adicional e ao corte ativo da função de custo futuro
(FCF2) no estado determinado para o subsistema 1 se interceptam - ponto referente à energia
76
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
armazenada mínima operativa deste subsistema. A linha vermelha mostra que o valor do custo
de operação não se altera para variações do estado de armazenamento do subsistema 2.
Figura 5.7: Representação dos cortes da FCF e do corte adicionado para o subsistema 1.
A figura 5.8 ilustra os cortes da função de custo futuro e o corte artificial adicionado para o
subsistema 2. De maneira análoga à explicação dada para a figura anterior, há a interseção dos
hiperplanos correspondentes ao corte adicional e ao corte ativo da função de custo futuro
(FCF1) no ponto referente à meta de nível mínimo operativo de armazenamento deste
subsistema. A linha vermelha mostra que o valor do custo de operação não se altera para
variações do estado de armazenamento do subsistema 1.
77
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
Figura 5.8: Representação dos cortes da FCF e do corte adicionado para o subsistema 2.
Para concluir esta análise, pode-se notar através da observação de todos os cortes – cortes que
representam a função de custo futuro real e os cortes adicionais – ilustrados na figura 5.9, que
os cortes artificiais superpõem a FCF real em praticamente sua totalidade. Com isso, o corte
ativo da “nova” FCF será univariado em grande parte do espaço de estados considerado.
Desta forma, para a variação do nível de armazenamento de um subsistema, diferente daquele
para o qual o corte ativo é construído, o valor do custo de operação se mantém inalterado
(valor da água é zero), pois o hiperplano – corte – ativo não depende do estado de
armazenamento do outro subsistema.
78
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
Figura 5.9: Representação dos cortes da FCF e dos cortes adicionados para os subsistemas 1 e 2.
Como a geração hidráulica será sempre mais econômica para estes subsistemas, não serão
despachadas as térmicas para os subsistemas distintos daquele ao qual o hiperplano se refere,
como se desejava nesta implementação. Com isso, o volume final do reservatório destes
subsistemas pode ficar abaixo do nível mínimo definido pela CAR.
5.2. VERSÃO 2
O problema descrito na seção 5.1.5 caracteriza-se pelo fato dos cortes artificiais adicionados à
função de custo futuro, apresentarem valores nulos para os coeficientes associados às
variáveis de estado de armazenamento diferentes daquela cuja restrição é construída. Visando
resolver este problema, na metodologia proposta para a versão aqui descrita, são adicionados
cortes multivariados, onde há coeficientes não nulos associados às variáveis de estado de
armazenamento de todos os subsistemas.
79
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
NSIS
α − π VX Vt X −
Adic ∑π
isis =1
isis
V Vt isis ≥ RHS , (5.22)
isis ≠ X
onde
Como apresentado na seção 5.1.1, o valor do corte ativo calculado, α CA, X , corresponde ao
módulo, que o custo da térmica com geração mais cara no período em questão (equação 5.24).
Já as inclinações associadas às demais variáveis de estado de armazenamento, correspondem
às inclinações dos cortes ativos nos estados de construção do corte artificial (equação 5.25).
π VX
Adic
= −(CTERMAX tX + ε ) (5.24)
O cálculo do termo independente original (RHS) deste corte adicional é feito da mesma forma
da versão1 (equação 5.6), já que o estado no qual a restrição é construída não se altera.
80
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
NSIS
α + (CTERMAX tX + ε )earmf t X − ∑π isis
VCA earmf t isis ≥ α CA, X +
isis =1
isis ≠ X (5.26)
(
+ CTERMAX tX + ε EAMINOPt X )
5.3. VERSÃO 3
Esta formulação do problema de minimização difere da usada na versão oficial pelo fato do
custo, referente à penalidade de não cumprimento dos níveis mínimos operativos definidos
pela CAR, não ser mais oferecido pelo usuário do modelo, como mostram as equações 5.27 e
5.28, mas ser decorrente da configuração dos sistemas.
81
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
sujeito a:
M
∆≥0
, (5.28)
earmf t + ∆ ≥ EAMINOPt
existindo uma restrição como a detalhada acima, para cada subsistema com CAR definida.
5.3.1. Impactos
Como explicado acima, são elaborados dois problemas diferentes: um no cálculo da política
de operação, quando é usada a variável de folga, e outro na simulação final, quando é
adicionado um corte artificial à função de custo futuro. Desta forma, os resultados estatísticos
encontrados na simulação final, como os valores esperados de custo de operação e risco de
déficit, diferem dos valores ótimos, já que a função de custo futuro representa a política ótima
de operação para um problema ligeiramente diferente daquele utilizado na simulação final.
Contudo, como não são inseridos à função de custo futuro cortes exógenos, que não
representam os custos reais da operação futura, o critério de convergência utilizado na versão
atual do Newave permanece válido. Durante o processo da simulação final, que tem como um
de seus objetivos o cálculo do valor médio esperado do custo marginal da operação, o valor da
água é representado unicamente pela inclinação dos cortes da Função de Custo Futuro. O
82
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
custo da penalidade atribuída à variável de folga não contribui para a formação do valor da
água. Com isso, é retirada a influência da penalidade de não cumprimento da meta de nível
mínimo de armazenamento no valor da água e, conseqüentemente, no custo marginal de
operação, tornando estes valores mais realistas.
Além disso, surge um problema associado aos elevados custos de geração das térmicas, que
podem ser superiores aos custos do primeiro patamar de déficit para um determinado
subsistema. Assim, é possível verificar riscos de qualquer déficit bastante elevados, muito
superiores a 5%.
5.4. VERSÃO 4
Geralmente, pode-se observar nos dados contidos nos arquivos de entrada do Plano Mensal de
Operação elaborado pelo ONS, que o maior custo de geração das térmicas é superior ao custo
de déficit do primeiro patamar ( CDEF1isis ). Assim, como a inclinação do corte artificial
inserido à função de custo futuro é ligeiramente superior ao custo de geração térmica mais
cara, o modelo opta pelo corte de carga no primeiro patamar preferencialmente à invasão da
CAR, conforme a formulação apresentada na seção 5.1.2. Como conseqüência, o risco de
qualquer déficit de energia se torna muito elevado. Vale ressaltar que os riscos de déficit
superiores ao primeiro patamar não sofrem variações significativas, comparando-se aos
valores resultantes da versão oficial, já que o custo de não suprimento da carga para estes
patamares é maior do que o custo de geração térmica mais elevado.
Visando reduzir o risco de não atendimento à demanda para o primeiro patamar, é feita uma
pequena verificação dos dados durante o processo de construção do corte artificial: o valor da
inclinação deste corte será igual ao máximo entre o custo do primeiro patamar de déficit e o
valor do custo de geração da térmica mais cara.
83
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
onde
CTERMAX tX + ε , se CTERMAX tX ≤ CDEF1X − ε
CMAX tX = X (5.30)
CDEF1 − ε , se CTERMAX tX > CDEF1X − ε
5.5. VERSÃO 5
Os cortes univariados descritos na definição do problema da versão 1 (seção 5.1.5), têm como
uma de suas características a derivada nula em relação ao armazenamento dos subsistemas
diferentes daquele utilizado para a construção destes cortes. Desta maneira, a variação do
nível de armazenamento destes subsistemas não altera o valor do corte ativo, se este for o
corte artificial. Como conseqüência, não há garantias que suas térmicas serão despachadas,
posto que, neste caso, o atendimento à demanda através das usinas hidráulicas não implica no
aumento do custo de operação.
Buscando uma solução para este problema, é adicionado à função de custo futuro apenas um
único corte multivariado de forma a tentar representar as restrições de nível mínimo operativo
de armazenamento para todos os subsistemas com CAR definida. Baseando-se na versão 3, é
alterado o estado em que o corte adicional é construído, de modo que todos os subsistemas
com CAR definida estejam com o armazenamento no nível do volume mínimo operativo dado
pela curva de aversão a risco, como mostra a equação 5.31.
84
Capítulo 5 – Propostas para a Implementação da CAR
onde o valor de EAMINOP isis é nulo para subsistemas que não possuem CAR definida.
As equações 5.32, 5.33, 5.34 e 5.35, apresentadas a seguir, representam a nova restrição do
problema.
NSIS
α− ∑π
isis =1
isis
V Adic Vt isis ≥ RHS , (5.32)
onde
π Visis =
(
− CTERMAX tisis + ε ) , se isis possui CAR
(5.33)
Adic
0 , se isis não possui CAR
NSIS
RHS = α CA − ∑π
isis =1
isis
V Adic EAMINOPt isis (5.35)
NSIS
α+ ∑ (CTERMAX
isis =1
t
isis
)
+ ε earmf t isis ≥ α CA +
NSIS
(5.36)
+ ∑ (CTERMAX
isis =1
isis
t )
+ ε EAMINOPt isis
com seus níveis de armazenamento, os resultados não se mostram satisfatórios, não sugerindo
a utilização deste método, conforme é visto no capítulo seguinte.
Com esta formulação, para cada subsistema com CAR definida, tem-se valores muito
elevados para os multiplicadores de Lagrange do corte artificial construído no estado
mencionado na equação 5.31. Assim, para um determinado estado, onde somente um
subsistema atinge níveis de armazenamento inferiores ao definido pela CAR, são despachadas
as térmicas de todos os subsistemas com energia armazenada mínima de operação definida
pela curva. Com isso, verifica-se um aumento do custo de operação, e os subsistemas que
operavam com níveis seguros de armazenamento, continuam a utilizar suas térmicas.
86
Capítulo 6 – Análise e Comparação dos Resultados
Os gráficos apresentados na figura 6.1 têm como objetivo comparar os resultados da operação
do sistema, gerados pelas versões que não apresentaram problemas no processo de
convergência. Estas versões são aquelas cujos cortes artificiais são adicionados à função de
custo futuro somente na simulação final (versão 3 e versões 4 e 5, baseadas na 3). Desta
forma, a partir do plano mensal de operação (PMO) elaborado pelo Operador Nacional do
Sistema, para o mês de janeiro do ano 2006, são obtidos para o período de estudo: a média do
custo marginal de operação; os valores médios de risco de déficit, do valor esperado da
energia não suprida, dos riscos de déficit a 5% do mercado e a 10% do mercado, obtidos na
simulação final (2000 séries sintéticas); e o valor esperado do custo de operação durante o
horizonte de planejamento.
25,00 60,00
EENS Médio (MWmes)
50,00
20,00
Risco Médio (%)
40,00
15,00
30,00
10,00
20,00
5,00
10,00
0,00 0,00
SUDESTE SUL NORDESTE NORTE SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
Versão Oficial Versão 3 Versão 4 Versão 5 Versão Oficial Versão 3 Versão 4 Versão 5
(a) (b)
87
Capítulo 6 – Análise e Comparação dos Resultados
8,00 4,50
7,00 4,00
3,50
10% do Mercado
Risco Médio (%)
Risco Médio (%)
6,00
5% do Mercado
3,00
5,00
2,50
4,00
2,00
3,00
1,50
2,00 1,00
1,00 0,50
0,00 0,00
SUDESTE SUL NORDESTE NORTE SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
Versão Oficial Versão 3 Versão 4 Versão 5 Versão Oficial Versão 3 Versão 4 Versão 5
(c) (d)
25000 160,00
20000 140,00
E(CO) ($10^6)
(e) (f)
Figura 6.1: Valores médios de risco de déficit (a), energia não suprida (b), risco de déficit a 5% (c) e a
10% do mercado, custo de operação (e) e CMO médio (f).
Assim, os resultados gerados com o uso das versões 3, 4 e 5 mostram-se satisfatórios, posto
que mantiveram-se bem próximos dos obtidos utilizando-se a versão oficial do NEWAVE,
como observado nos gráficos da figura 6.1.
A versão 2 não apresenta resultados satisfatórios, já que não atende ao objetivo a que este
trabalho se propõe, aumentando a quantidade de séries onde o nível de armazenamento
88
Capítulo 6 – Análise e Comparação dos Resultados
encontra-se inferior ao nível mínimo definido pela CAR. Com isso, não são apresentados,
neste capítulo, os resultados referentes a esta versão.
O Apêndice A traz uma análise mais detalhada dos resultados mostrados nesta seção. São
apresentadas tabelas com os valores de risco de déficit, energia não suprida e custo marginal
de operação para cada ano do período de estudo, assim como seus valores médios. Além
disto, também são apresentados relatórios de convergência contento a evolução de ZSUP e
ZINF ao longo das iterações; e tabelas com o custo de operação das séries simuladas.
Para o mesmo caso base – PMO de janeiro de 2006 – é analisado o comportamento do custo
presente (ZSUP) e custo futuro (ZINF) de operação ao longo de todo processo de
convergência para a Versão 1. Este estudo visa à determinação de um outro critério de
convergência do algoritmo, já que, como apresentado na seção 5.1.4, o critério atual não é
válido.
Ao se observar os gráficos ilustrados nas figuras 6.2 e 6.3, é possível verificar que o valor de
ZSUP possui um movimento oscilatório nas primeiras iterações, que se reduz até se manter
praticamente constante a partir da 9a iteração, aproximadamente. O valor de ZINF, como era
esperado, não se alterou. Este comportamento era esperado devido ao fato dos cortes
artificiais sobrescreverem a função de custo futuro para o primeiro período praticamente para
sua totalidade. Desta forma, como para todas as iterações tem-se os mesmos valores iniciais
de energias armazenadas e afluentes passadas, esperavam-se resultados iguais ao longo do
processo iterativo para ZINF.
89
Capítulo 6 – Análise e Comparação dos Resultados
Convergência
350000
300000
250000
($10^6)
200000
ZINF
150000 ZSUP
100000
50000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Iteração
Evolução de ZSUP
60000
55000
($10^6)
50000
45000
40000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Iteração
Assim, como uma alternativa para o problema da convergência do modelo encontrado com a
implementação desta nova metodologia, propõe-se a mudança do critério de convergência
utilizado pelo NEWAVE. Com esta mudança, o conceito de ZINF não seria mais utilizado,
sendo considerado convergido o problema para o qual o valor de ZSUP se mantivesse
constante, salvo um intervalo relativo determinado, durante um certo número de iterações
consecutivas.
90
Capítulo 6 – Análise e Comparação dos Resultados
A análise apresentada nesta seção é fundamental para verificar a validade das metodologias
propostas neste trabalho. Ao tentar priorizar o despacho das usinas térmicas em relação ao uso
da água para o atendimento à demanda de energia, quando o nível de armazenamento
encontra-se próximo aos limites definidos pela CAR, tenta-se, implicitamente, reduzir o
número de séries operando com níveis de armazenamento inferiores aos níveis definidos pela
CAR.
Desta forma, as tabelas 6.1, 6.2 e 6.3, para os subsistemas Sudeste, Sul e Nordeste,
respectivamente, apresentam uma estatística comparando, a cada período, o número de séries
que têm seus níveis de armazenamento abaixo daqueles dados pela CAR, para todas as
versões do modelo NEWAVE implementadas, além da versão oficial. São analisadas as 2000
séries sintéticas geradas, que são utilizadas na simulação final. Como visto na descrição
metodológica, todas as versões usam os cortes artificiais na simulação final.
Novamente, é utilizado o PMO de janeiro de 2006 para a obtenção de resultados. Neste caso,
a curva de aversão a risco é definida somente para o primeiro ano de estudo, para os meses de
janeiro a setembro.
Tabela 6.1: Número de séries com armazenamento inferior ao definido pela CAR – Sudeste.
Número de Séries com Nível de Armazenamento Inferior a EAMINOP
SUDESTE
Versão Oficial Versão 1 Versão 3 Versão 4 Versão 5
jan/06 0 0 0 0 0
fev/06 0 0 0 0 0
mar/06 0 0 0 0 0
abr/06 0 0 0 0 0
mai/06 0 0 0 0 0
jun/06 0 0 0 0 0
jul/06 0 0 1 1 0
ago/06 0 0 2 3 0
set/06 0 4 4 5 0
91
Capítulo 6 – Análise e Comparação dos Resultados
Tabela 6.2: Número de séries com armazenamento inferior ao definido pela CAR – Sul.
Número de Séries com Nível de Armazenamento Inferior a EAMINOP
SUL
Versão Oficial Versão 1 Versão 3 Versão 4 Versão 5
jan/06 0 0 0 0 0
fev/06 0 0 0 0 5
mar/06 0 0 0 0 27
abr/06 3 5 0 0 66
mai/06 11 21 0 0 75
jun/06 166 16 0 0 162
jul/06 213 36 0 0 170
ago/06 43 63 0 0 110
set/06 13 1 0 0 43
Tabela 6.3: Número de séries com armazenamento inferior ao definido pela CAR – Nordeste.
Número de Séries com Nível de Armazenamento Inferior a EAMINOP
NORDESTE
Versão Oficial Versão 1 Versão 3 Versão 4 Versão 5
jan/06 0 0 0 0 0
fev/06 0 0 0 0 0
mar/06 0 0 0 0 0
abr/06 0 0 0 0 0
mai/06 0 0 0 0 0
jun/06 0 0 0 4 1
jul/06 5 0 0 9 3
ago/06 5 0 1 30 7
set/06 2 1 3 59 15
Pode-se notar que, apesar do número de séries com níveis de armazenamento abaixo do
definido pela CAR para as versões 3 e 4 serem maiores que na oficial, nos subsistemas
Sudeste e Nordeste, o percentual continua muito baixo (aproximadamente 0,3% no Sudeste e
no máximo 3% no Nordeste, para a versão 4). Além disso, estas versões apresentam uma
redução significativa no subsistema Sul, já que aproximadamente 10% das séries têm seus
níveis de armazenamento inferiores aos dados pela curva na versão oficial e, nas versões 3 e
4, não é verificada nenhuma série com nível inferior à CAR
A versão 1 também se mostra bastante adequada, já que reduz o percentual de séries com
níveis de armazenamento abaixo do mínimo operativo nos subsistemas Nordeste e Sul,
principalmente, e há um acréscimo de apenas 4 séries no Sudeste, em setembro de 2006.
92
Capítulo 6 – Análise e Comparação dos Resultados
Contudo, a versão 5 não apresenta melhorias significativas neste aspecto, posto que, na
maioria dos períodos, eleva o número de séries cuja energia armazenada final é menor que
EAMINOP para o subsistema Sul.
SUDESTE
200000
180000
160000
EAMINOP
140000
Versão 1
120000
Versão 3
MW
100000
Versão 4
80000
Versão 5
60000
Versão Oficial
40000
20000
0
jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06
93
Capítulo 6 – Análise e Comparação dos Resultados
SUL
20000
18000
16000
EAMINOP
14000
Versão 1
12000
Versão 3
MW
10000
Versão 4
8000
Versão 5
6000
Versão Oficial
4000
2000
0
jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06
NORDESTE
50000
45000
40000 EAMINOP
35000 Versão 1
30000
Versão 3
MW
25000
Versão 4
20000
Versão 5
15000
Versão Oficial
10000
5000
0
jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06
Espera-se que o tratamento da CAR mais eficiente seja aquele, cujo nível de armazenamento é
maior, já que se afasta mais dos valores de energia armazenada mínima de operação. No
entanto, esta análise não permite definir uma versão mais adequada no que se refere ao nível
de armazenamento final dos subsistemas com curva definida. Isto se deve ao fato de não
haver um comportamento constante entre as versões que apresentam níveis de armazenamento
mais elevados para cada subsistema. A versão 3, por exemplo, é aquela que apresenta maior
energia armazenada final para o subsistema Nordeste e, em alguns meses, menor para o
Sudeste.
94
Capítulo 6 – Análise e Comparação dos Resultados
Buscando complementar a análise acima, as figuras 6.7, 6.8 e 6.9 apresentam a evolução
mensal dos riscos de déficit total de energia, e dos riscos de déficit maiores que 5% do
mercado, para os subsistemas Sudeste, Sul e Nordeste, respectivamente.
5 5
4 4
3 3
%
%
2 2
1 1
0 0
jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06
Versão 1 Versão 3 Versão 4 Versão 5 Versão Oficial Versão 1 Versão 3 Versão 4 Versão 5 Versão Oficial
(a) (b)
Figura 6.7: Evolução mensal dos riscos de déficit total (a) e maiores que 5% do mercado (b) – Sudeste.
70 5
60
4
50
40 3
%
30 2
20
1
10
0 0
jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06
Versão 1 Versão 3 Versão 4 Versão 5 Versão Oficial Versão 1 Versão 3 Versão 4 Versão 5 Versão Oficial
(a) (b)
Figura 6.8: Evolução mensal dos riscos de déficit total (a) e maiores que 5% do mercado (b) – Sul.
95
Capítulo 6 – Análise e Comparação dos Resultados
5 5
4 4
3 3
%
%
2 2
1 1
0 0
jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06
Versão 1 Versão 3 Versão 4 Versão 5 Versão Oficial Versão 1 Versão 3 Versão 4 Versão 5 Versão Oficial
(a) (b)
Figura 6.9: Evolução mensal dos riscos de déficit total (a) e maiores que 5% do mercado (b) –
Nordeste.
Pode-se notar com a observação dos gráficos apresentados acima, que há diferença entre os
riscos de déficit ao longo dos meses em que a CAR é definida. O comportamento obtido com
o uso da versão 4 traduz perfeitamente a metodologia usada na sua implementação, já que não
permite que os multiplicadores das equações dos cortes artificiais sejam superiores ao custo
do primeiro patamar de déficit, como pode ser verificado na versão 3. Desta forma, quando
um corte artificial é o ativo, o risco de déficit obtido a partir da versão 4 apresenta-se bem
menor que o gerado a partir das outras versões.
96
Capítulo 7 – Conclusões e Propostas para Trabalhos Futuros
Para tal, foi implementada uma versão do modelo Newave para cada proposta metodológica,
onde as versões 2, 3, 4 e 5 surgiram com o objetivo de tentar resolver os problemas
encontrados com a implementação da versão 1. Todas as implementações propostas têm o
objetivo de utilizar todos os recursos térmicos disponíveis prioritariamente ao não
cumprimento do nível mínimo de armazenamento definido pela Curva de Aversão a Risco.
97
Capítulo 7 – Conclusões e Propostas para Trabalhos Futuros
Todas as versões, com exceção da versão 2, atendem ao objetivo proposto, já que, além de
apresentarem metodologias consistentes matematicamente, levam à redução da freqüência de
vezes em que o nível de armazenamento de cada subsistema encontra-se abaixo do nível
mínimo de operação definido pela CAR. Contudo, foi observado que a implementação destas
metodologias causam impactos no modelo Newave.
Além disto, devido à inserção de cortes univariados nos problemas de despacho hidrotérmico,
são encontradas situações nas quais há um deplecionamento indesejado de subsistemas
diferentes daquele ao qual se refere o corte ativo. Com isso, o nível de armazenamento pode
ser inferior àquele definido pela CAR para estes subsistemas.
98
Referências Bibliográficas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[2] MACEIRA, M. E. P., SUANO, C. M., COSTA, J. P., “Modelo Estratégico de Geração
Hidrotérmica a Subsistemas – NEWAVE – Especificação Funcional”, Relatório Técnico
CEPEL no DPP/PEN – 1003/93, 1993.
[5] MACEIRA, M. E. P., TERRY, L. A., COSTA, F. S., DAMÁZIO, J. M., MELO, A. C. G.,
“Chain of Optimization Models for Setting the Energy Dispatch and Spot Price in the
Brazilian System”, 14o PSCC, Sevilla, Espanha, 2002.
99
Referências Bibliográficas
[8] SILVA, E.L., “Formação de Preços em Mercados de Energia Elétrica”, Editora Sagra
Luzzatto, 2001.
[10] COSTA, J. P., PRADO, S., BINATO, S., “Modelo DECOMP – Manual de
Metodologia”, Relatório Técnico CEPEL no DPP/PEL – 639/99, 1999.
[11] BELLONI, A., LIMA, A L. D. S., MACEIRA, M. E. P., SAGASTIZÁBAL, C., “Bundle
Relaxation and Primal Recovery in Unit Commitment Problems. The Brazilian Case”, Annals
of Operations Research, Vol. 120, pp. 21 – 44, 2003.
[12] DINIZ, A., SOUZA, L. C. F., MACEIRA, M. E. P., COSTA, F. S., TERRY, L. A.,
“Manual do Usuário Modelo DESSEM v 5.0”, Relatório Técnico CEPEL no DPP/PEN –
117/2000, 2000.
[14] KELMAN, J., PEREIRA, M.V.F., "Critérios de Avaliação para Modelos de Séries
Hidrológicas", IV SNPTEE, 1977.
[17] TERRY, L. A., “Modelo a Sistema Equivalente - Descrição Geral.", Relatório Técnico
CEPEL no DPP/PEN – 1705/80, 1980.
100
Referências Bibliográficas
[18] SUANNO, C.M., MACEIRA, M.E.P., COSTA, J.P. da, "Representação da Variação da
Produtibilidade no Algorítmo de Programação Dinâmica Dual Estocástica", Relatório Técnico
CEPEL no DPP/PEN – 153/95, 1995.
[21] BENDERS, J. F., “Partioning Procedures for Solving Mixed Variabels Programming
Problems”, Numerische Mathematik, v. 4, pp. 238-252, 1962.
[22] “Curva Bianual de Segurança e Aversão a Risco para a região Nordeste para
2002/2003.”, Nota Técnica ONS no NT 013/2002, 2002.
[23] “Curvas Guias de Segurança para 2002 – Regiões Sudeste / Centro-Oeste.”, Nota
Técnica ONS no NT 001/2002, 2002.
101
Apêndice A
APÊNDICE A
a) Versão Oficial
Tabela 1.1: Custo de Operação, em $, obtidos nas simulações com o modelo NEWAVE.
CUSTO DE OPERAÇÃO DAS SÉRIES SIMULADAS ($10^6)
VALOR ESPERADO TOTAL 19594,67
DESVIO PADRÃO 521,1
Tabela 1.2: Risco Anual de Déficit e ENNS, em %, obtidos nas simulações com o modelo NEWAVE.
RISCO ANUAL DE DEFICIT E E(ENS) (%)
SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
ANO RISCO EENS RISCO EENS RISCO EENS RISCO EENS
% MWMES % MWMES % MWMES % MWMES
2006 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15 0,00 18,75 9,10
2007 0,85 5,30 0,90 1,20 5,40 3,30 3,00 1,80
2008 3,05 30,90 3,45 7,50 13,85 12,40 4,20 3,80
2009 7,45 94,00 9,40 24,00 21,70 35,50 13,60 13,80
2010 11,30 118,70 12,95 30,90 23,60 49,20 18,20 19,10
MEDIA DOS RISCOS ANUAIS DE DEFICIT (%) E E(ENS) - PERIODO DE PLANEJAMENTO
4,53 49,78 5,34 12,72 12,94 20,08 11,55 9,52
102
Apêndice A
Tabela 1.3: Risco de Déficit em 5% e 10% do mercado, em %, obtidos nas simulações com o modelo
NEWAVE.
RISCO DE DEFICIT - 5% E 10% DO MERCADO (%)
SISTEMA SISTEMA SISTEMA SISTEMA
ANO SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
5% 10% 5% 10% 5% 10% 5% 10%
2006 0,00 0,00 0,00 0,00 0,10 0,00 14,80 11,20
2007 0,50 0,30 0,30 0,20 1,60 0,80 1,40 0,70
2008 1,00 0,60 1,10 0,40 5,20 2,40 1,70 0,40
2009 2,70 1,90 3,30 1,60 12,10 6,50 3,80 2,10
2010 4,30 2,50 5,00 2,00 12,70 8,30 7,70 4,40
MEDIA DOS RISCOS DE DEFICIT (%) - PERIODO DE PLANEJAMENTO
1,70 1,06 1,94 0,84 6,34 3,60 5,88 3,76
b) Versão 1
Tabela 2.1: Custo de Operação, em $, obtidos nas simulações com o modelo NEWAVE.
CUSTO DE OPERAÇÃO DAS SÉRIES SIMULADAS ($10^6)
VALOR ESPERADO TOTAL 20442,46
DESVIO PADRÃO 551,42
103
Apêndice A
Tabela 2.2: Risco Anual de Déficit e ENNS, em %, obtidos nas simulações com o modelo NEWAVE.
RISCO ANUAL DE DÉFICIT E E(ENS) (%)
SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
ANO RISCO EENS RISCO EENS RISCO EENS RISCO EENS
% MWMES % MWMES % MWMES % MWMES
2006 0,10 0,10 68,00 31,60 0,05 0,10 8,95 8,70
2007 2,15 16,90 2,50 4,00 6,40 5,00 3,90 2,60
2008 3,00 34,60 3,60 8,30 12,10 11,90 4,90 4,50
2009 7,40 96,50 9,90 25,40 20,15 33,60 13,90 14,40
2010 10,80 119,80 13,10 30,60 22,75 50,30 20,95 21,40
MÉDIA DOS RISCOS ANUAIS DE DÉFICIT (%) E E(ENS) - PERÍODO DE PLANEJAMENTO
4,69 53,58 19,42 19,98 12,29 20,18 10,52 10,32
Tabela 2.3: Risco de Déficit em 5% e 10% do mercado, em %, obtidos nas simulações com o modelo
NEWAVE.
RISCO DE DÉFICIT - 5% E 10% DO MERCADO (%)
SISTEMA SISTEMA SISTEMA SISTEMA
ANO SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
5% 10% 5% 10% 5% 10% 5% 10%
2006 0,00 0,00 0,00 0,00 0,10 0,10 7,00 5,50
2007 0,90 0,70 0,80 0,30 2,40 1,00 1,90 0,60
2008 1,30 0,60 1,50 0,30 4,50 2,30 1,70 0,40
2009 3,20 1,90 3,60 1,60 11,70 6,50 4,50 2,00
2010 4,30 2,50 4,70 2,00 12,40 8,20 10,50 6,50
MÉDIA DOS RISCOS DE DÉFICIT (%) - PERÍODO DE PLANEJAMENTO
1,94 1,14 2,12 0,84 6,22 3,62 5,12 3,00
104
Apêndice A
c) Versão 2
Como explicado na seção 5.2 do presente trabalho, a versão 2 não apresenta resultados
satisfatórios, já que não atende ao objetivo proposto, aumentando a quantidade de séries
onde o nível de armazenamento encontra-se inferior ao nível mínimo definido pela CAR.
Com isso, não são apresentados, neste capítulo, os resultados referentes a esta versão.
d) Versão 3
Tabela 4.1: Custo de Operação, em $, obtidos nas simulações com o modelo NEWAVE.
CUSTO DE OPERAÇÃO DAS SÉRIES SIMULADAS ($10^6)
VALOR ESPERADO TOTAL 20573,71
DESVIO PADRÃO 553,18
Tabela 4.2: Risco Anual de Déficit e ENNS, em %, obtidos nas simulações com o modelo NEWAVE.
RISCO ANUAL DE DÉFICIT E E(ENS) (%)
SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
ANO RISCO EENS RISCO EENS RISCO EENS RISCO EENS
% MWMES % MWMES % MWMES % MWMES
2006 0,15 0,50 71,90 46,60 0,15 0,20 8,25 5,20
2007 1,65 13,80 1,65 2,80 5,55 4,50 4,45 3,10
2008 3,35 37,00 3,80 8,50 14,15 13,10 3,95 3,90
2009 7,95 98,50 9,10 24,90 22,15 36,50 14,25 14,40
2010 11,05 118,40 12,70 30,60 23,20 50,50 20,30 20,30
MÉDIA DOS RISCOS ANUAIS DE DÉFICIT (%) E E(ENS) - PERÍODO DE PLANEJAMENTO
4,83 53,64 19,83 22,68 13,04 20,96 10,24 9,38
Tabela 4.3: Risco de Déficit em 5% e 10% do mercado, em %, obtidos nas simulações com o modelo
NEWAVE.
RISCO DE DÉFICIT - 5% E 10% DO MERCADO (%)
SISTEMA SISTEMA SISTEMA SISTEMA
ANO SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
5% 10% 5% 10% 5% 10% 5% 10%
2006 0,10 0,10 0,00 0,00 0,10 0,10 6,30 4,60
2007 0,90 0,70 0,80 0,40 1,70 0,90 1,90 1,00
2008 1,30 0,60 1,40 0,30 5,30 2,40 1,70 0,40
2009 2,70 2,00 3,10 1,80 12,90 6,80 3,90 2,10
2010 4,30 2,50 4,80 2,00 13,30 8,30 10,20 6,20
MÉDIA DOS RISCOS DE DÉFICIT (%) - PERÍODO DE PLANEJAMENTO
1,86 1,18 2,02 0,90 6,66 3,70 4,80 2,86
105
Apêndice A
e) Versão 4
Tabela 4.6: Custo de Operação, em $, obtidos nas simulações com o modelo NEWAVE.
CUSTO DE OPERAÇÃO DAS SÉRIES SIMULADAS ($10^6)
VALOR ESPERADO TOTAL 20282,27
DESVIO PADRÃO 551,73
Tabela 4.7: Risco Anual de Déficit e ENNS, em %, obtidos nas simulações com o modelo NEWAVE.
RISCO ANUAL DE DÉFICIT E E(ENS) (%)
SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
ANO RISCO EENS RISCO EENS RISCO EENS RISCO EENS
% MWMES % MWMES % MWMES % MWMES
2006 0,15 0,60 0,05 0,00 1,50 1,20 2,10 1,00
2007 1,65 13,20 1,85 2,80 8,55 6,10 4,50 3,20
2008 3,45 36,80 3,90 8,40 13,90 13,10 4,10 4,10
2009 7,95 98,20 9,90 25,10 21,60 37,20 14,05 14,60
2010 11,55 121,50 12,90 31,50 23,70 50,00 23,40 23,00
MÉDIA DOS RISCOS ANUAIS DE DÉFICIT (%) E E(ENS) - PERÍODO DE PLANEJAMENTO
4,95 54,06 5,72 13,56 13,85 21,52 9,63 9,18
106
Apêndice A
Tabela 4.8: Risco de Déficit em 5% e 10% do mercado, em %, obtidos nas simulações com o modelo
NEWAVE.
RISCO DE DÉFICIT - 5% E 10% DO MERCADO (%)
SISTEMA SISTEMA SISTEMA SISTEMA
ANO SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
5% 10% 5% 10% 5% 10% 5% 10%
2006 0,10 0,10 0,00 0,00 1,00 0,60 1,40 0,80
2007 0,90 0,70 0,80 0,40 2,50 1,20 2,10 1,00
2008 1,20 0,70 1,40 0,30 5,30 2,20 1,90 0,40
2009 2,90 2,20 3,30 2,00 13,10 7,20 4,50 2,30
2010 4,10 2,30 4,80 2,10 13,00 8,50 12,10 7,80
MÉDIA DOS RISCOS DE DÉFICIT (%) - PERÍODO DE PLANEJAMENTO
1,84 1,20 2,06 0,96 6,98 3,94 4,40 2,46
f) Versão 5
Tabela 5.1: Custo de Operação, em $, obtidos nas simulações com o modelo NEWAVE.
CUSTO DE OPERAÇÃO DAS SÉRIES SIMULADAS ($10^6)
VALOR ESPERADO TOTAL 19604,71
DESVIO PADRÃO 516,05
107
Apêndice A
Tabela 5.2: Risco Anual de Déficit e ENNS, em %, obtidos nas simulações com o modelo NEWAVE.
RISCO ANUAL DE DÉFICIT E E(ENS) (%)
SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
ANO RISCO EENS RISCO EENS RISCO EENS RISCO EENS
% MWMES % MWMES % MWMES % MWMES
2006 1,60 2,90 4,20 2,70 0,20 0,20 12,65 5,80
2007 0,70 5,20 0,75 1,20 5,15 3,10 3,00 1,70
2008 3,00 30,70 3,35 7,30 13,90 12,20 3,60 3,60
2009 7,65 94,00 8,85 23,90 21,95 35,80 14,05 13,90
2010 10,90 117,20 12,60 30,10 23,20 50,10 20,05 20,00
MÉDIA DOS RISCOS ANUAIS DE DÉFICIT (%) E E(ENS) - PERÍODO DE PLANEJAMENTO
4,77 50,00 5,95 13,04 12,88 20,28 10,67 9,00
Tabela 5.3: Risco de Déficit em 5% e 10% do mercado, em %, obtidos nas simulações com o modelo
NEWAVE.
RISCO DE DÉFICIT - 5% E 10% DO MERCADO (%)
SISTEMA SISTEMA SISTEMA SISTEMA
ANO SUDESTE SUL NORDESTE NORTE
5% 10% 5% 10% 5% 10% 5% 10%
2006 0,00 0,00 2,10 1,00 0,20 0,10 9,70 7,20
2007 0,50 0,30 0,40 0,30 1,60 0,80 1,20 0,60
2008 1,00 0,50 0,90 0,30 5,20 2,40 1,70 0,30
2009 2,70 1,90 3,00 1,70 12,80 6,80 3,80 2,00
2010 4,30 2,50 4,80 1,90 13,40 8,30 10,10 6,10
MÉDIA DOS RISCOS DE DÉFICIT (%) - PERÍODO DE PLANEJAMENTO
1,70 1,04 2,24 1,04 6,64 3,68 5,30 3,24
108