RESENHA: Como Age o Estelionatário Sedutor
RESENHA: Como Age o Estelionatário Sedutor
RESENHA: Como Age o Estelionatário Sedutor
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Promotor de Justiça, Consultor Jurídico, Professor de Direito Constitucional e Penal, também já
trabalhou como Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho. Foi professor do curso de
Engenharia e diretor na Fundação Educacional de Bauru - FEB (atual Unesp). Foi também Diretor da
Faculdade de Direito, na Instituição Toledo de Ensino (ITE).
Atualmente é vereador e ainda exerce as funções de consultor jurídico e professor de Direito
Constitucional e Penal. Também é vice-presidente da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e
Agrônomos de Bauru (ASSENAG), tendo sido presidente em 1976/1977 e vice-presidente no período
de 2008/2012.
age quase sempre em duas frentes: ou é o que atua com sentimento
de piedade, o coitadinho, ou pela ganância. Ele tem no seu repertório
emocional a arte de estabelecer relações com o dó, a caridade, a
piedade ou, no outro sentido, pela ganancia. Ou seja, o estelionatário
ou é o coitadinho ou é o esperto. Mas o ponto em comum desses
tipos sentimentais é que ele sensibiliza fácil a vítima para ter
vantagem [...].
Fato é que ele atua sobre a vertente da esperteza, enxerga com facilidade a
vítima que tem o perfil de uma pessoa boa, ingênua por ser boazinha, sem maldade.
Ele tira proveito fácil sobre esse tipo. A questão crucial no comportamento do
estelionatário sentimental é que ele se coloca na condição da vítima. Ainda, é muito
companheiro e compreensivo e, quando vê que sua lorota está gerando resultado,
ele cria uma crise sua e chora no ombro da pessoa que está fragilizada. Ele se
identifica e se iguala ao sofrimento da vítima.
O promotor José Roberto Martins Segalla situa que a posição de desfaçatez
do golpista por vezes permanece até no Judiciário:
[...] e o juiz se vê em dificuldade em condenar muitos deles porque a
vítima lhe confere o acesso a tanta coisa que o falsário usa isso a
favor dele e diz, ainda, pasme, que está sendo vítima de vingança da
então amada. Fica uma versão de que ele teve dinheiro, carro, ou
seja bens, porque a vítima quis lhe dar, consentiu. Exceto nos casos
em que o estelionato é repetido, essa quadro passa a gerar certa
dificuldade para que se prove alguma coisa, porque ele é sempre o
coitado e fica mais difícil pegá-lo. [...] as vítimas desses casos
confiam demais, caem com muita facilidade e não observam nada
sobre com quem estão lidando [...].