TF - Estruturas 2
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Trabalho Final
Alunos:
14 de Dezembro de 2017
Sumário
1 - Introdução 1
2 - Descrição do Problema 2
3 - Procedimentos de Análise 4
3.1 - Hipóteses 5
3.2 - Tensão Normal na Estrutura Primária 6
3.3 - Tensão Normal na Estrutura Secundária 7
3.4 - Tensão Normal na Estrutura Terciária 16
3.5 - Fator de Segurança 18
4 - Resultados 19
4.1 - Resultados a partir da Teoria Simples de Viga 19
4.2 - Resultados a partir do Método da Chapa Ortotrópica 21
5 - Discussão e Comentarios Finais 24
6 - Referências Bibliográficas 25
Anexo A - Tabela para o cálculo da largara efetiva 26
Anexo B - Curvas de Schade Para deflexão e tensões em painéis reforçados 27
1 - Introdução
Com o intuito de uma melhorar compreensão dos alunos a respeito das estimativas
envolvidas na análise das tensões normais e fatores de segurança associados à estrutura de uma
embarcação, este trabalho será direcionado na comparação entre duas formas distintas de se
interpretar a estrutura de um navio. A primeira delas é aquela que compara a embarcação, e muitos
de seus elementos, a uma viga, a outra está relacionada com o método da chapa Ortotrópica. Para
tal, uma breve apresentação desses duas teorias será realizada no início do relatório, juntamente
com toda a formulação envolvida. Na sequência serão apresentados os resultados encontrados ao se
aplicar cada método a uma dada situação, a partir dos quais algumas conclusões poderão ser
tomadas.
1
D1
2 - Descrição do Problema
Dado um determinado navio cargueiro, foi solicitada a execução de 1m uma uma análise de
tensões para sua estrutura do fundo (painel reforçado entre anteparas e de costado a costado) e
determinação do fator de segurança. Essa análise de tensões, bem como o cálculo do fator de
B!4por dois métodosB!4
segurança deverão ser estimados distintos: utilizando a teoria simples de vigas
para os longitudinais pesados (quilhas) e hastilhas; utilizando o método da chapa ortotrópica. Por
fim, os resultados obtidos pelos dois métodos deverão ser comparados.
A figura a seguir apresenta a seção a meio navio adotada (TIPO B) para as análises
supracitadas: Seção a meio navio − TIPO B
Convés 1
D2
Convés 2
D1
1m
B!2
Figura 1: Seção a meio navio tipo B.
2
TABLE 1
Chemical Properties of Ordinary Strength Hull Structural Steel
100 mm (4.0 in.) and Under (2015)
Grade A B D E
Killed
Killed or semi-killed (1) Killed or semi-killed (t 25 mm (1.0 in.))
Deoxidation (t 50 mm (2.0 in.)) (t 50 mm (2.0 in.)) Killed and fine grain Killed and
Killed (t > 50 mm (2.0 in.)) Killed (t > 50 mm (2.0 in.)) (t > 25 mm (1.0 in.)) (2) fine grain (2)
Chemical Composition (Ladle Analysis), % max. unless specified otherwise.(8)
C 0.21 (3) 0.21 0.21 0.18
Mnmin. 2.5 C 0.80 (4) 0.60 0.70
Si 0.50 0.35 0.10–0.35 (5) 0.10–0.35 (5)
P 0.035 0.035 0.035 0.035
S(9) 0.035 0.035 0.035 0.035
Ni See Note 6 See Note 6 See Note 6 See Note 6
Cr See Note 6 See Note 6 See Note 6 See Note 6
Mo See Note 6 See Note 6 See Note 6 See Note 6
Cu See Note 6 See Note 6 See Note 6 See Note 6
C + Mn/6 0.40 0.40 0.40 0.40
Marking AB/A AB/B AB/D (7) AB/E
Notes:
1 For Grade A, rimmed steel sections may be accepted up to and including 12.5 mm (0.5 in).
2 Grade D steel over 25 mm and Grade E steel are to contain at least one of the grain refining elements in sufficient
amount to meet the fine grain practice requirements. (See 2-1-2/5.7.)
3 A maximum carbon content of 0.23% is acceptable for Grade A sections.
4 For Grade B steel of cold flanging quality or where fully killed, the lower limit of manganese may be reduced to
0.60%.
5 Where the content of soluble aluminum is not less than 0.015%, the minimum required silicon content does not
apply.
6 The contents of nickel, chromium, molybdenum and copper are to be determined and reported. When the amount
does not exceed 0.02%, these elements may be reported as 0.02%.
7 Grade D hull steel which is normalized, thermo-mechanical control processed or control rolled is to be marked
AB/DN.
8 Intentionally added elements are to be determined and reported.
9 (2015) For steels of cold flanging quality, the maximum sulfur content is 0.020%.
TABLE 2
Tensile Properties of Ordinary Strength Hull Structural Steel
100 mm (4.0 in.) and Under (2008)
Grade Tensile Strength Yield Point min.
N/mm2 N/mm2 Elongation (1, 3, 4)
(kgf/mm2, ksi) (kgf/mm2, ksi) min. %
A, B, D, E
primário da embarcação. Logo esta estrutura
400-520 (2) (41-53, 58-75)
deve consistir de material 22
235 (24, 34)
Notes:
contínuo no sentido longitudinal, de proa a popa. Enquanto a maioria das
1 Based on alternative
estruturas A flat test
é constituída de specimen or alternative
vigas sujeitas C round
à flexão, specimen do
a estrutura in 2-1-1/Figure 2.
navio é única
2 For Grade A sections, 2 (56 kgf/mm2, 80 ksi).
neste universo, poistheseu
upper limit of tensiledeve
chapeamento strength
sermay be 550 N/mm
estanque. A combinação dos
3 Minimum elongation
requisitos for alternative
de resistência B flat specimen
longitudinal in 2-1-1/Figure 2em
e de estanqueidade is touma
be in única
accordance
viga,with 2-1-2/Table 3.
4 (2008) Minimum
enquanto elongation
se tenta for ASTM
conseguir o E8M/E8
mínimo orpeso
A370 da
specimen is 2-1-2/Table
estrutural, 3 for 200
tem sido, há mm (8 in.) specimen
and 22% for 50 mm (2 in.) specimen.
décadas, a principal tarefa dos engenheiros de estruturas.
5 Steel ordered to cold flanging quality may have tensile strength range of 380-450N/mm2 (39-46 kgf/mm2,
55-65 ksi) and a yield point of 205N/mm2 (21 kgf/mm2, 30 ksi) minimum. See also 2-1-2/13.5 and 3-1-2/1.1 of the
1.6.
Steel Vessel Rules.
Chapeamento reforçado
Figura 3: Propriedades de tração do aço ABS Gr. A
A configuração da unidade estrutural típica a que se chegou no
Fonte: ABS rules for materials and welding - 2017
desenvolvimento do projeto da estrutura de embarcações é o chapeamento
TABLE 3
reforçado.
ElongationUm exemplo de chapeamento
Requirements reforçado éBmostrado
for Alternative Specimenna figuraxx.
(1995)
Os reforçadores podem ser perfis laminados (cantoneiras, perfil T, bulbo, etc.)
Thickness in mm (in.)
soldados no chapeamento,
10ou perfis fabricados, soldados
20 (.80) a partir de chapas e
3 - Procedimentos
exceeding
posteriormente
not exceeding
5 (0.20)
de
10soldado
Análise
(0.40) ao
5 (0.20) (0.40)
15 chapeamento.
(.60)
15 (.60)
20 (.80)Por razões
25 (1.0) de eficiência
25 (1.0)
30 (1.2) (menor
40 (1.6)
30 (1.2) 40 (1.6)
50 (2.0)
peso para resistir à carga), os reforçadores devem ser dispostos em direções
O
elongationpainel reforçado
ortogonais, é um
conforme elemento
o mostrado estrutural
na figura. constituído
Perfis 19
leves, de por
separados uma
menorchapa, elementos
(min. %) 14 16 17 18 20 21 22
longitudinais eespaçamento,
elementos agem
transversais. Os elementos
como suporte longitudinais
para o chapeamento e transversais
e os perfis pesados, se distribuem
ortogonais unsseparados
aos outrospor
e podem
maioresser divididos emsuportam
espaçamentos, perfis leves e pesados ecomo
o chapeamento na figura abaixo:
os perfis
leves que neles se apóiam.
TABLE 4
Impact Properties of Ordinary-Strength Hull Structural Steel
Elemento longitudinal100
levemm (4.0 in.) and Under (2008)
Elemento longitudinal pesado
Average Absorbed Energy (1)
J (kgf-m, ft-lbf)
50 mm (2.0 in) < t 70 mm 70 mm (2.8 in.) < t 100 mm
t 50 mm (2.0 in.) (2.8 in.) (4.0 in)
Grade Temperature Long’l (2) Transv (2) Long’l (2) Transv (2) Long’l (2) Transv (2)
°C (°F) Chapa
A 20 (68) — — 34 (3.5, 25) (3) 24 (2.4, 17) (3) 41 (4.2, 30) (3) 27 (2.8, 20) (3)
B (4)Elemento transversal
0 (32) leve20)
27 (2.8, 20 (2.0, 14) 34 (3.5, 25) 24 (2.4, 17) 41 (4.2, 30) 27 (2.8, 20)
Figura 1.10 - Painel estrutural
D -20 (-4) 27 (2.8, 20) 20 (2.0, 14) 34 (3.5, 25) 24 (2.4, 17) 41 (4.2, 30) 27 (2.8, 20)
E -40 (-40) 27 (2.8, 20) 20 (2.0, 14) 34 (3.5, 25) 24 (2.4, 17)
27 (2.8, 20) 41 (4.2, 30)
Figura 4: Seção a meio navio tipo A.
Notes: Fonte: AUGUSTO, Oscar Brito. Análise Estrutural de Navios. São Paulo: Ed. PNV/EPUSP, 2007
1 The energy shown is minimum for full size specimen. See 2-1-2/ 11.5 for subsize specimen requirements.
2 Either direction is acceptable.
3 Impact tests for Grade A are not required when the material is produced using a fine grain practice and normalized.
Os
4
elementos leves são separados por um espaçamento pequeno e sua principal função é
CVN test requirements for Grade B apply where such test is required by 2-1-2/Table 5.
suportar o chapeamento. Já os elementos pesados possuem um afastamento maior 9 do que aquele
observado nos leves, servindo de apoio para os elementos leves e, consequentemente, para o
ABS RULES FOR TESTING
chapeamento. DessaAND CERTIFICATION
forma o painel MATERIALS . 2017
OF reforçado é responsável por fornecer rigidez estrutural 33 no
sentido transversal e longitudinal do navio.
4
Sendo assim, poder estimar os esforços sofridos por um determinado painel reforçado é de
fundamental importância no projeto de uma embarcação. Porém, devido à sua grande
complexidade, seja na quantidade de elementos ou no fato de todos eles estarem conectados entre
si, através de uma chapa ou através de um vínculo, estimar esses esforços não é uma tarefa simples.
A seguir é apresentada um painel reforçado, mostrando o quão complexa pode ser sua estrutura:
3.1 - Hipóteses
Uma das príncipes hipóteses adotadas é aquela onde os esforços estruturais são calculados
separadamente e posteriormente são sobrepostos, gerando um esforço global estimado. Essa
separação consiste em:
5
Os cálculos de cada uma dessas três tensões serão discutidos nos próximos tópicos.
Outras hipóteses importantes são aquelas relacionadas com a teoria simples de viga, quando
utilizada. Elas consistem basicamente em:
M⋅y
σ! 1 =
I
onde:
M = Momento fletor na seção em análise
y = distância do ponto em análise até a linha neutra da seção transversal em análise
I = Momento de inércia da seção transversal em análise
6
A força é suportada pelas almas da viga que se curvam de forma
a encurtar os extremos superior e inferior da viga respectivamente.
3.3 - Tensão Normal na Estrutura Secundária
alongado da alma traciona consigo o chapeamento do flange superio
A seguir serão apresentados
tensões de os cisalhamento
dois métodos solicitados
neste. para a determinação
Estas tensões deda cisalhamento
tensão e
secundária na estrutura do fundo. Inicialmente será apresentada a Teoria Simples de Viga e em
distorcem o flange em seu plano. Esta distorção é tal que, ao analisar u
seguida o Método da chapa Ortotrópico.
retangular discreto no extremo do flange, o lado do elemento mais próxi
3.3.1 - Teoria Simples deda
Vigaviga apresenta um maior alongamento, ou seja, a deformação e
sentido longitudinal é menor no lado interno deste. Este mesmo fenôme
Conforme mencionado anteriormente, a metodologia simples de viga consiste basicamente
em cada elemento, do canto até a linha de centro, apresentando uma
em uma viga única com parte da chapa entre reforçadores (tanto a do fundo como a do teto do duplo
fundo) trabalhando comogradual
flange nadaqual
distorção
as cargasaté desaparecer
laterais no centro
sobre o painel da viga caixão
são representadas por onde a
cisalhamento
cargas distribuídas por unidade é nula. ao
de comprimento O longo
resultado
do vãofinal é a distorção
da viga. do que
Vale ressaltar flange
esta no plano
metodologia negligenciaportanto
a rigidez estrutural
as seções do painel e a interação entre
não permanecem as vigas.
planas Na análise
no plano. Estadasdistorção,
tensões secundárias a análise se resume em avaliar tensões nos longitudinais pesados entre as
chamada de empenamento (warping) da seção transversal, tem com
anteparas ( σ! 2′ ) e tensões nos longitudinais leves entre as hastilhas ( σ! 2′′ ). Para este trabalho serão
consideradas apenas as mais
tensõessignificativo
secundárias a presença
referentes aos de menores etensões
longitudinais de flexão
transversais pesadosnas regiõe
! 2′ ), uma vez que os longitudinais
(σ leves foram
mais afastadas desconsiderados
da alma, ou seja,pelo problema.
ocorre comumente "atraso" destas em
Para iniciar a análise
tensõessegundo
mais essa teoria faz-se
próximas necessária
da alma. Destaamaneira
apresentação de alguns mais afa
os elementos
conceitos que serão fundamentais para o método em questão. São eles:
almas da viga estão sujeitos a tensões menores e em conseq
• Efeito de Shearcontribuição
Lag: à resistência da viga é considerada menos efetiva. Este
denominado "shear lag" e ocorre em vigas com flanges largos so
Basicamente, o efeito shear lag é o fenômeno relacionado a distorção provocada pelo
cortantes. Em vigas abertas são os cantos externos do flange aquel
cisalhamento nas tensões normais em uma seção transversal. Na figura a seguir podemos
menos efetivos (vide Fig. 8) [10].
verificar esse efeito, no qual as tensões normais no flange superior não são uniformes,
apresentando valores reduzidos para pontos mais afastados da alma:
7
Para contornar esse efeito complicador para os cálculos adota-se uma largura efetiva
( b! ef f ) para a chapa colaborante ao perfil. A imagem a seguir exemplifica a aplicação do
conceito da largura efetiva:
• Condições de contorno:
A partir destes conceitos podemos observar os efeitos das tensões separadamente na figura a
seguir. Na primeira imagem temos representado um compartimento, limitado por duas anteparas,
sem sofrer flexão. Na segunda imagem temos o longitudinal pesado (quilha), engastado nas
anteparas, sofrendo flexão devido ao carregamento associado à flutuação (efeito associado à σ! 2′ ).
Na terceira imagem temos a combinação efeito anteriormente mencionado com a flexão sofrida
pelos longitudinais leves, os quais estão engastados nas hastilhas:
8
Figura 9: Deflexões relacionadas à tensão secundária.
Fonte: AUGUSTO, Oscar Brito. Análise Estrutural de Navios. São Paulo: Ed. PNV/EPUSP, 2007
Considerando então apenas a tensão associada com o elementos pesados (quilha e hastilhas),
seguem abaixo a formulação e procedimentos adotados em sua estimativa:
Mengaste
Mmeio l Mmeio
L
w ⋅ l0 2 w ⋅ l0 2
M
! engaste = M
! meio = !l0 = 0,577 ⋅ L
12 24
Como a quilha foi considerada engastada nas anteparas é possível aproveitar este modelo
para calcular os momentos fletores. É importante notar que dependendo do local em análise da viga,
engaste ou no seu meio, o momento fletor observado possui valores destintos.
9
Nas figuras abaixo temos a representação de uma viga bi-apoiada carregada uniformemente
em seu comprimento L (carregamento W) e ao lado a curva dos momentos fletores da mesma. Em
seguida é apresentado o equacionamento do momento fletor.
L
L
w ⋅ l0 2
M
! = e l! 0 = L
8
Como as hastilhas foram consideradas apoiadas nos costados através dos bojos, é possível
aproveitar este modelo para calcular os momentos fletores.
10
Para o cálculo da largura efetiva da chapa colaborante (!Be), faz-se necessária a utilização da
tabela acima, na qual identificam-se os seguintes elementos:
B
! = Largura de carga , !Be = largura da chapa colaborante e l! 0 = 0,577 ⋅ B
l0 Be
Na tabela, entrando com o valor da razão ! retiramos o valor de ! .
B B
Dessa forma, com o valor da largura da chapa colaborante torna-se possível realizar o
cálculo da inércia da seção em relação à sua linha neutra. De posse deste momento de inércia, a
tensão secundaria relacionada com o elemento pesado pode ser calculada pela seguinte expressão:
M ⋅ YLN
!σ2′ =
I
Para uma melhor visualização da tabela para cálculo da largura efetiva, a mesma encontra-se
no anexo A.
Nas estrutura navais e oceânicas é comum serem constituídas de arranjos que se estendem
em direções ortogonais. Podendo-se citar os conveses de navios, reforçados na direção transversais
pelos vaus e, na longitudinal, pelos longitudinais leves e sicordas. Na analise anterior se
desconsiderava os reforços em uma das direções e todo esforço seria absorvido por um grupo de
reforços na outra direção, aqueles serviram de apoio não deformáveis.
Um arranjo de grelha simples é feito considerando apenas duas vigas que se interceptam
perpendicularmente sendo correlativas no ponto de interseção, figura 11. Neste caso, o efeito da
ligação entre as duas vigas pode ser avaliado através cálculo da força concentrada, que agira no
ponto de interseção, e distribuição de momentos para cada uma das vigas.
Na prática, existem mais de um reforçador em cada direção, grelha múltiplas, e o problema
se torna mais complicado devido ao aumento do números de incógnitas. Ademais, em estruturas
navais e oceânicas o problemas de grelhas tem um complicador a mais, os reforços estão ligados a
um chapeamento e estes influenciarem na forma da seção reta dos perfis das vigas.
11
2 2
2
q
1
viga 2
l2 I2 q
2
x viga 1
l1 I1
Nestes caso, usa-se o métodos da chapa ortotrópica que fornece soluções aproximadas do
Uma vez conhecida a força F os distribuições de momentos M (x) e M (y)
problema. O método trata a grelha como uma chapa cuja rigidez à flexão e tração varia 1nas duas 2
podem ser
direções calculadas
ortogonais. para
A deflexão cada nauma
e a tensão chapadas vigas.sãoOobtidas
equivalente procedimento é simples.
da equação diferencia
da chapa ortotrópica:
Como as vigas estão ligadas em seus pontos centrais, as deflexões delas neste
ponto devem ser a mesma.
∂ 4u Considerando
∂ 4w apenas
∂ 4w a influência do momento
D
! x + (Dx y + Dyx ) + Dy =p
∂x 4 ∂x 2∂y 2 ∂y 4
fletor no cálculo dos deslocamentos, tem-se:
Onde:
4 3
5 q1 1 F 1
p δ1 =
! : pressão lateral; − (3.26)
384 EI 1 48 EI 1
e w
! : deflexão;
4 3
D 5 q 2 a2 rigidezFà flexão
! x, Dy, Dx y, D yx : representa, e à torção nas duas direções perpendiculares;
δ2 = +
2
(3.27)
384 EI 2 48 EI 2
Ex Ix Ey Iy
D
! x= D
! y=
12(1 − ν 2 ) 12(1 − ν 2 )
Igualando as duas expressões obtém-se:
Cx Cy
D
! xy = D
! yx =
lx ly
onde,
1266
C
! x, Cy: constantes nas direções x! e y! ;
Tipo A, fortemente enrijecidos. O reforçador central, em uma ou nas duas direções, pode
ser mais rígido que os outros;
Para cada um dos tipos de chapa ortotrópica é observado quatro caso de condições de
contorno:
a ia
! =
ρ 4 (1)
b ib
Onde:
a = comprimento do painel
b = largura do painel
a
= razão de aspecto do painel
b
ia , ib = “rigidez unitária” longitudinal e transversal, representam momento de inércia por largura
unitária. As rigidez por unidade de comprimento ia e ib são calculados em função das inercial dos
reforçadores longitudinais e transversais com suas respectivas chapa colaborantes.
Ipa Ipb
η= ⋅ (2)
Ina Inb
14
Onde,
Ipa , Ipb: momento de inércia somente das chapa colaborantes efetiva2 que trabalham com os
reforçadores longitudinais e transversais, respectivamente.
44
Ina , Inb: momento de inércia dos reforcadores repetitivos incluido a chapa colaborante
Figura 13. Tipos de Painéis A,B,C e D para a aplicação dos gráficos de H. Schade [3] e a sua
Figura 13: Tipos de painéis A, B, C e D paraformulação.
aplicação nos gráficos de H. Shade. (OROZCO, 2008)
adimensional
Algumas limitaçõesK. As
são curvas fornecem
inerentes equações
do método, como para a deflexão
por exemplo, e sempre
usar tensões um
em retângulo
de dimensões a e eb,vigas
chapa a despeito de cascos
em função reais deKnavios
do parâmetro serem curvos
, das variáveis nos bojos.
geométricas O método
do painel e da também
2Para os cálculos do método de chapa colaborante deste relatório será considerado a largura efetiva de
carga como sendo a própria largura de carga. A intensão é deixar a aplicação do método o mais expedita
possível, servindo a sua finalidade nos dia atuais.
15
considera somente pressão lateral uniforme em toda extensão do painel, enquanto na pratica ocorre
a ação de cargas concentradas, por exemplo, um pilar suporte sobre o fundo. Outrossim, o método
parte da hipótese que todos os reforçadores são igualmente espaçados, de iguais dimensões em cada
uma das suas direções e disposto ortogonalmente. Os gráficos de Shade usados neste relatório são
fornecidos no anexo A.
Para a determinação das tensões normais na estrutura terciária faz-se necessária a adoção do
seguinte gráfico:
(a/b) oo
0.7
0.75
0.6
0.5 0.50
b
0.4 a
0.3
0.225
0.2
PRESSÃO p
0.1 2
TENSÃO =kp(b/t)
a/b
Sendo assim, conforme indicado na imagem acima, as tensões no sentido longitudinal nos
engastes dos menores lados da estrutura terciária podem ser estimadas pela seguinte expressão:
13Para os engenheiros especializados em Estruturas, formados pelo Departamento de Engenharia Naval e
Oceânica da USP, este gráfico ficou conhecido como GIII-7, índice este dado pelo prof. Elcio de Sá
2
σ = k ⋅ p ⋅ (b /t)
! 3Tabelas e Índices de Cuvas,
Freitas em suas Notas para projeto,
projeto estrutural de navios.
uma coletânea de trabalhos úteis ao
16
98
onde:
k = valor adimensional retirado do gráfico
p = pressão suportada pela placa em N/m
! m2
b = dimensão transversal da placa (menor dimensão) em milímetros
t = espessura da chapa em milímetros
Já a tensão no sentido longitudinal no meio dos engastes dos maiores lados da estrutura
terciária podem ser estimados pela seguinte expressão:
σ! 3 = k ⋅ p ⋅ (b /t)2 ⋅ ν
A partir dos resultados obtidos nos últimos tópicos, a tensão normal global sofrida em um
determinado ponto da seção transversal da embarcação pode ser estimada pela composição das
tensões primária, secundária e terciária. O efeito estrutural pode ser observado na figura a seguir:
17
3.5 - Fator de Segurança
Para o cálculo do fator de segurança da estrutura primária, basta dividir a tensão normal de
escoamento referente ao material empregado pela tensão normal calculada para a viga navio,
conforme a equação abaixo:
σys
! S1 =
F
σ1
σys
! S2 =
F
σ1 + σ2′ + σ2′′
18
Uma vez que a estrutura terciária (chapeamento) sofre influência das tensões primárias e
tensões secundarias, o fator de segurança para esse tipo de estrutura deve seguir a formulação
abaixo
σys
F
! S3 =
σ1 + σ2′ + σ2′′ + σ3
4 - Resultados
Tendo em vista o foco na tensão secundária normal relacionada ao longitudinal pesado
(quilha), a seguir serão apresentados apenas os cálculos necessários para a estimativa dessa tensão
pelos dois métodos solicitados, Teoria de Viga Simples e Método da Chapa Ortotrópica:
A seguir são apresentadas as tabelas utilizadas para se obter a linha neutra e o momento de
inércia da seção da quilha central e da hastilha localizada na antepara. Os cálculos foram realizados
apenas para uma da hastilhas, uma vez que o carregamento em todas elas é o mesmo.
W (N/mm) 150 24
Engaste Meio
Momento Fletor
(N.mm) 3200000000 1600000000 300000000
19
• Cálculo do Y
! LN e da inércia do perfil da quilha:
Y
! LN
Elemento Comprimento Espessura Ybarra Área Mestático Área Total Mestático Total
(mm) (mm) (mm) (mm2) (mm3) (mm2) (mm3) (mm)
Flange
3431,5 12 1018 41178 41919204 97356 49846272 512
Superior
Flange
3431,5 12 6 41178 247068
Inferior
Flange
3431,5 12 494136 41178 1,05E+10 2,234E+10
Superior
Flange
3431,5 12 494136 41178 1,05E+10
Inferior
• Cálculo do Y
! LN e da inércia do perfil da hastilha:
Y
! LN
Elemento Comprimento Espessura Ybarra Área Mestático Área Total Mestático Total
(mm) (mm) (mm) (mm2) (mm3) (mm2) (mm3) (mm)
Flange
874 12 1018 10488 10676784 35976 18419712 512
Superior
Flange
874 12 6 10488 62928
Inferior
Flange
874 12 125856 10488 2,69E+09 6,621E+09
Superior
Flange
874 12 125856 10488 2,69E+09
Inferior
Tensão no Engaste (Mpa) Tensão no Meio (Mpa) Tensão Transversal (Mpa) Tensão Longitudinal (Mpa)
20
Para realizar a conversão da tensão transversal calculada para hastilha para o sentido
longitudinal, faz-se necessária a multiplicação deste valor pelo número de Poisson do aço (!ν = 0,3).
• No meio da quilha:
• No engaste da quilha:
• No meio da Hastilha:
• Fator de segurança:
σys
F
! S=
σ2′
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chapeados, isto é, chapa colaborante do fundo e do teto do duplo fundo. Arbitrariamente, tendo em
vista a geometria, rigidez rotacional relativa dos elementos e o carregamento das estruturas
adjacentes ao perímetro da grelha, escolhe-se a condição de contorno caso 2 (lados transversais
engastados e lados longitudinais simplesmente apoiados). A partir do resuma da figura 13 e em
conjunto com os dados fornecidos pelo problema é elaborado a tabela de resultado abaixo:
Dado:
Pressão: p
! = 3 m ca ≈ p = 0,03 N/m m 2
TETO
DUPLO 5000 12 994 60000 59640000 720000 494 14642880000
FUNDO
ALMA DO
15 976 500 14640 7320000 1162142720 0 1162142720
FLANGE
LINHA
500
NEUTRA
i_a 6089580,544
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ENRIJECEDOR REPETITIVO, HASTILHA. [mm]
TETO
DUPLO 800 12 994 9600 9542400 115200 494 2342860800
FUNDO
ALMA DO
15 976 500 14640 7320000 1162142720 0 1162142720
FLANGE
SOMATÓR
33840 16920000 I_nb = I_b 5847864320
IO
LINHA
500
NEUTRA
i_b 7309830,4
! = 1,675
ρ e η! = 0,154
Com esses paramentos obtém-se, dos gráficos do anexo B, o coeficiente K para a tensão nos pontos
de interesse. Como segue:
p ⋅ b 2 ⋅ ra
Da figura B.2: σ! = K
iaib
K
! ≃ 0,0816
p ⋅ b 2 ⋅ rb
Da figura B.3: σ! = K
ib
K
! ≃ 0,1141
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p ⋅ b 2 ⋅ ra
Da figura B6: σ! = K
iaib
K
! ≃ 0,1413
σesc 235
! FS = = ⇒ FS ≈ 7,4
σma x 31,79
NA CHAPA, NO
LADO 73,35 MPa XXX 31,79 MPa XXX
ENGASTADO
NA CHAPA, NO
CENTRO DO 36,67 + 6,96 = 43,63 MPa 23,20 MPa 18,36 MPa 23,41 MPa
PAINEL
FATOR DE
FS = 3,20 FS = 7,39
SEGURANÇA
Como pode ser observado na tabela acima, as tensão calculadas utilizado o método de teoria
simples de viga proporciona tensões maiores. Isso se deve em parte ao fato de ser ignorado o
comportamento da grelha e ser analisado cada perfil separadamente como se estivesse
“desconectado” dos demais. As condições nas extremidades, e consequentemente a largura efetiva
de carga, são arbitradas de forma conservadora. Nas estimativa por esse método, é de sem presumir
que o mesmo apresente tensões superiores às reais, porém pode ser encarado como benéfico porque
preza pela segurança.
O método da chapa ortotrópica, por outro lado, não requer que se faça hipóteses sobre a
distribuição de carga entre as varias vigas do chapeamento reforçado e aproxima toda configuração
do painel reforçado por uma chapa ortotrópica. As hipóteses ficam a cargo de adotar as condições
de contorno da grelha. Tal fato, torna as tensões calculadas mais próxima dos valores reais, mesmo
sem levar em conta os enrijeceres leves.
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A comparação das tensões com um parâmetro constante, tensão de escoamento, propicia
informação sobre o quão distantes estão os dois métodos com relação a a sua tarefa de indicar as
chances de falha da estrutura. Os valores têm a mesma ordem de grandeza e tem diferença aproxima
da de 40% em relação ao método da chapa ortotrópica.
Concluindo, o método simples de viga pela simplicidade de seus cálculos é muito útil para
estimativas inicias de projetos, contudo, o analista deve estar ciente de suas limitações e hipóteses
conservadoras. Já o método proposto por Shade, não apresenta cálculos tão simples quanto o
anterior, porém fornece uma pesquisa célere do comportamento de todo o painel do fundo. Cabe ao
engenheiro, de acordo com seu propósito e com as ferramentas que dispõe no momento, avaliar
qual método usar.
6 - Referências Bibliográficas
[1] AUGUSTO, Oscar Brito. Análise Estrutural de Navios. São Paulo: Ed. PNV/EPUSP, 2007.
[2] FONSECA, Maurílio M. Arte Naval. 7.ed. - Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da
Marinha, 2005.
[4] HUGHES, O., Ship Structural Design: A Rationally-based, Computer-aided, Optimization Ap-
proach, SNAME, 2005.
[6] American Bureau of Shipping (ABS) - Material & Welding Part 2 – 2016
Disponível em: <http://ww2.eagle.org/content/dam/eagle/rules-and- guides/current/generic/
Generic_Rules_Conditions_Classification_Material_Wel ding_Survey_2016/Part_2_e.pdf>. Acesso
em: 10 de Dezembro de 2017
[7] SHADE, H. A., “Bending Theory of Ship Botton Structure”, Transaction of SNAME, Vol. 46,
pp. 176-205, 1938.
[8] SHADE, H. A., “Orthogonally Stiffened Plate Under Uniform Lateral Load”, Journal of Ap-
plied Mechanics, Vol. 7(4), 1940.
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Anexo A - Tabela para o cálculo da largara efetiva
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ANEXO B- CURVAS DE SCHADE PARA DEFLEXÕES E TENSÕES
EM PAINÉIS REFORÇADOS
Anexo B - apresenta-se
A seguir Curvas de Schade
as curvas Parae deflexão
de deflexão e tensões
tensão em vigas e chapa emem
painéis
painéis reforçados
reforçados propostas por H. Schade.
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Figura B. 1. Deflexão no centro do painel.
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Figura B. 4. Tensão longitudinal nas vigas.
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Figura B. 5. Tensão transversal nas vigas.
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