2012 - Intervenção Psicoterapêutica Com Pessoas Idosas
2012 - Intervenção Psicoterapêutica Com Pessoas Idosas
2012 - Intervenção Psicoterapêutica Com Pessoas Idosas
RELATÓRIO DA DISCIPLINA
Índice
Parte I – Fundamentação teórica
Intervenção Psicoterapêutica com Pessoas Idosas: Uma disciplina para novas
necessidades sociais e novas competências do psicólogo
Capítulo 1 – O envelhecimento populacional em Portugal e no mundo — 13
Capítulo 2 – O desafio da qualidade de vida e do bem-estar na idade avançada — 15
Capítulo 3 – A intervenção na idade avançada — 19
Capítulo 4 – A psicoterapia na idade avançada — 25
Capítulo 5 – O perfil do psicoterapeuta de pessoas idosas — 27
5.1. As orientações da APA — 27
5.2. O modelo Pikes Peak — 28
Capítulo 6 – A disciplina de Intervenção Psicoterapêutica com Pessoas Idosas
como disciplina científica — 31
6.1. A Intervenção Psicoterapêutica com Pessoas Idosas como disciplina da
Psicologia — 31
6.2. A Intervenção Psicoterapêutica com Pessoas Idosas no ensino universitário
em Psicologia ao nível nacional — 33
O envelhecimento da população pode ser visto como uma história de sucesso para
as políticas de saúde pública e para o desenvolvimento social. Contudo, acarreta
a necessidade de lidar com desafios vários, de potenciar a capacidade funcional e
de saúde dos mais idosos, bem como a sua participação social e segurança. Estes
desafios incluem uma crescente demanda por cuidados na doença; uma maior ne-
cessidade de preparação dos profissionais de saúde na área da gerontologia; um
aumento da procura de cuidados de saúde de longa duração, particularmente no
contacto com a demência; e o combate ao ageism que nega às pessoas mais ve-
lhas os direitos e oportunidades disponíveis para os outros adultos (World Health
Organization, 2011). Implica ainda reinventar a sociedade contemporânea de mol-
de a criar oportunidades e a modificar práticas e discursos sobre os mais velhos.
As dificuldades advêm não só dos inúmeros fatores que interatuam mas também
do facto de termos que lidar com muitas variáveis complexas que se desenrolam/
estendem no tempo. No início do século XXI, a humanidade confronta-se, assim,
com a sua perenidade: afinal somos mortais. Como conciliar então a entropia, apa
rentemente espetável dos sistemas humanos, com valores como os da integrida-
de, da saúde e do desenvolvimento?
15
Uma destas questões centrais — a da qualidade de vida das pessoas mais velhas —
tem sido um dos quebra-cabeças das políticas de segurança social. Efetivamente,
questionarmo-nos sobre como fazer face a um número crescente de pessoas que,
como consequência da política nacional de pensões, ganham pouco; que devido à
não obrigatoriedade da educação no início do século XX são pouco escolarizadas;
que como resultado de hábitos alimentares menos sadios e da falta de cultura
desportiva têm múltiplos problemas de saúde; e que, por terem sido de coortes
não habituadas a uma cidadania participativa, são pouco comprometidas e in
terventivas socialmente. Como ajudar este número crescente de pessoas a viver
plenamente, como transformar as estruturas sociais de modo a adaptarem-se às
suas necessidades e interesses? Quais são os seus interesses? O que é a qualidade
de vida? O que é a qualidade de vida e o bem-estar na última fase do nosso ciclo
de vida? Quais as leis de proteção das pessoas idosas em Portugal? E no Conselho
da Europa?
No seu todo, estes padrões emergentes, de acordo com Bearon (1996), sugerem
uma abordagem bipartida para definir successful aging (uma, para pessoas idosas
saudáveis e, uma outra, para as fragilizadas3 ) e que se enquadra mais na realidade
empírica do envelhecimento podendo, inclusivé, diversificar-se para ir ao encontro
da heterogeneidade da população mais idosa. Para ultrapassar este impasse tem-
-se proposto a investigação que se coloca na perspetiva da pessoa idosa. Neste en-
quadramento o successful aging é medido não apenas pela ausência de problemas
mas por indicadores de bem-estar subjetivo como a satisfação com a vida, a felici-
dade, a moral, o contentamento, a qualidade de vida percebida ou outras medidas
relacionadas negativamente como a depressão, a ansiedade, etc. Novos esforços
na medição da qualidade de vida (Guyatt & Cook, 1994) e nos objetivos pessoais
(Bearon et al., 1994), bem como estudos qualitativos inovadores sobre as perce-
ções da satisfação com a vida e do envelhecimento bem-sucedido (Fisher, 1992)
sugerem que existem muitos trilhos novos e frutíferos, para capturar e comparar
resultados individuais e desenvolver uma visão sobre o envelhecimento mais res-
peitadora das diferenças culturais e individuais.
2 Por exemplo Gwyther (1995) escreve sobre como otimizar o bem-estar espiritual das
pessoas com doença de Alzheimer e com limitações profundas.
3 Esta dupla face do envelhecimento já foi estudada por Erikson, que propôs a generativi-
dade versus estagnação como conflito característico da última fase da vida.
19
Ao nível nacional, entre 1976 e 1985, com a declaração de uma política da terceira
idade, na Constituição de 1976, verifica-se uma alteração na forma de tratar as
pessoas idosas (Ribeiro, 1995). A alteração mais visível concretiza-se na transfor-
mação dos asilos em lares e na emergência de serviços e instituições para os mais
velhos, partindo do pressuposto das vantagens das atividades culturais, recreati-
vas e desportivas, bem como do convívio e informação sobre cuidados de saúde
(Ribeiro, 1995). Subjacente está a defesa de um modo de vida que veicula uma
nova representação social do idoso, não o idoso desfavorecido, dependente, cris-
talizado, mas o idoso ativo, autónomo, integrado — o que constitui a categoria
social designada por terceira idade (Santos, 1993).
Contribui para a:
Como já foi referido na lição, com a finalidade de responder às questões que se tem
levantado sobre a intervenção psicoterapêutica nesta fase do ciclo de vida Knight
(1996) e Knight e McCallum (1998), com base nas orientações da APA, propuseram
o modelo contextual, baseado na coorte, na maturidade e nos desafios específi-
cos (Contextual, cohort-based, maturity, specific challenge model - CCMSC). Este
modelo foi posteriormente aperfeiçoado por Knight e Poon (2008), dando origem
à teoria contextual do ciclo de vida para adaptar a psicoterapia (Contextual Adult
Lifespan Theory for Adapting Psychotherapy – CALTAP) a que faremos referência
no próximo capítulo.
27
Importa que, mais do que serem orientações externas, elas se tornem em proces-
sos de autorregulação dos próprios profissionais da prática psicológica e sejam,
consequentemente, integradas na formação dos profissionais desta área.
De acordo com (Knight et al., 2009) o primeiro aspeto que define a área da psico-
gerontologia profissional como contendo uma prática distinta refere-se ao facto
da psicogerontologia profissional ter as suas raízes na psicologia do ciclo de vida.
Esta tradição enfatiza a importância dos estudos baseados em planos de investi-
gação que se interessam pelas mudanças desenvolvimentais na idade adulta (e.g.,
estudos incluídos no Seattle Longitudinal Study e no Duke Longitudinal Study) e
que separam nas mudanças desenvolvimentais as influências relativas à idade,
ao momento histórico e à coorte. A aplicação clínica da psicologia do ciclo de vida
enfatiza ainda a importância de compreender o envelhecimento normal antes de
intervir com adultos mais velhos com perturbações mentais (Knight et al., 2009;
Knight, 2004).
Uma quarta fonte de especialização no trabalho com adultos mais velhos surge
da diversidade de contextos específicos em que estes se movem, a saber: famí-
lia, residências, lares, centros de dia, universidades sénior, cuidados de saúde, e
sistemas comunitários. Um gerontopsicólogo deve ter conhecimento profissional
destes vários sistemas e relacionar-se com eles de forma eficiente. Como e quan-
do incluir a família na intervenção é outra questão crítica com óbvias implicações
clínicas e éticas (Qualls, 2000).
Embora já tenha sido feita uma pequena reflexão sobre a fundamentação teó-
32
A partir dos anos oitenta do século XX, vários estudos, incluindo meta-análises,
concluíram que, no que respeita à eficácia clínica, os vários modelos terapêuticos
equivaliam-se, não existindo, assim, uma psicoterapia preferível às outras. O ve-
redicto do pássaro Dodô na obra Alice no País das Maravilhas “Todos venceram e
todos recebem o prémio” levou à polémica e, ao mesmo tempo, ao movimento
para a integração das psicoterapias (Luborsky, Singer, & Luborsky, 1975).
Por outro lado, leva a colocar a questão sobre quais os fatores que tornam as psi-
coterapias eficazes. Para além dos fatores comuns (a relação terapêutica; a proati-
vidade e a motivação do cliente) a investigação tem vindo a sublinhar a relevância
da interação entre as características do paciente e o tratamento (Branco Vasco &
Conceição, 2005).
A vertente clínica, ligada à última fase do ciclo de vida, marcou desde o início as
nossas atividades de serviço à comunidade, de docência e de investigação.
Assim, como fomos esboçando, optámos por esta disciplina como objeto de aná-
lise do presente Relatório, por várias razões, de entre as quais sobressaem as se-
guintes:
• constitui uma área formativa a que temos dedicado grande parte da nossa
atenção, seja ao nível da investigação, da lecionação, e da orientação e argui-
ção de trabalhos científicos;
A disciplina de IPI é uma unidade curricular obrigatória do 2.º ano do curso de Psi
cologia, subespecialização em Psicogerontologia Clínica (cf. http://www.uc.pt/fp-
ce/ensino), e foi lecionada, pela primeira vez, no 2.º semestre do ano letivo 2007/
2008. Por conseguinte, a organização curricular e pedagógica, que é objeto des-
te Relatório, será apresentada na perspetiva de possibilitar uma reflexão sobre a
mesma com vista a um ulterior aperfeiçoamento.
Esta unidade curricular, como já foi referido, assenta numa abordagem eminente-
mente integrativa de diversas áreas do saber e daí a sua adequação ao Processo de
Bolonha. Ao propô-la e ao concebê-la, pareceu-nos que a sua inscrição no 2.º ciclo
de estudos, correspondente ao Mestrado Integrado, seria o momento curricular
mais adequado.
Por outro lado, a frequência da unidade curricular IPI poderá constituir uma opor-
tunidade de aprofundamento, reflexão e integração de conhecimentos construí-
dos no âmbito de outras unidades curriculares, que decorrem no ciclo básico de
estudos ou no mesmo ano. Também pela articulação que estabelece entre ensino-
prática-clínica e ensino-investigação, poderá representar uma preparação para o
2.º ano do 2.º ciclo, durante o qual os alunos terão de realizar um estágio (que
constitui a primeira aproximação ao terreno da avaliação e da intervenção psi
cológica) e elaborar uma tese, também ela, na generalidade dos casos, uma expe-
riência inicial em investigação.
Resultados de aprendizagem
Os objetivos gerais da disciplina são os seguintes:
• língua de Ensino.
- o método de avaliação/material;
- sumários;
Aula n.º 1
Conteúdos/Sumário:
Apresentação da Unidade Curricular, do programa, dos métodos de ensino-apren-
dizagem e da avaliação.
Questões frequentes sobre este domínio das ciências psicológicas e seu esclareci-
mento.
Objetivos/competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
• Se situar no campo inovador da IPI, adentro dos seus principais vetores, enqua-
drados na sua agenda epistemológica, conceptual, de investigação e aplicada.
Atividades:
Depois da exposição sobre os temas sumariados promove-se uma discussão sobre
as questões a seguir inventariadas, na perspetiva do confronto com conhecimen-
tos aprendidos no contexto de outras unidades curriculares:
56
Material de apoio:
São indicados para consulta os seguintes sites:
• World Health Organization – Centre for Health Development In Kobe – Ageing and
Health [http://www.who.or.jp/ageing/index.html] — World Health Organiza
tion (WHO/OMS) – Ageing & Health (AHE) [http://www.who.int/hpr/ageing/
index.htm]
Síntese:
As investigações (Knight, 2004) indicam que as taxas de sucesso em psicoterapia
com idosos são idênticas às de qualquer outro grupo etário, tendo-se revelado efi-
cazes, nomeadamente, no tratamento da depressão relacionada com o luto e na
redução das queixas físicas e da dor e, mesmo, da psicopatologia em geral. Knight
(2004) refere com otimismo a intervenção nesta faixa etária, defendendo que a
terapia com idosos é diferente nos conteúdos abordados e na natureza da relação
terapêutica, mas semelhante, no que concerne aos objetivos, técnicas e processos
implicados.
Leituras requeridas:
APA (2002). Ethical Principles of Psychologists. Washington, DC: American Psycho
logical Association.
Fredrickson, B. L., & Losada, M. (2005). Positive affect and the complex dynamics
of human flourishing. American Psychologist, 60, 678–686.
Knigh, B.G. (1999). The scientific basis for psychotherapeutic interventions with
older adults: An overview. Journal of Clinical Psychology, 55(8), 927-934.
Knight, B., & Poon, C. (2008). Contextual Adult Life Span Theory for Adapting
Psychotherapy with Older Adults. Journal of Rational-Emotional and Cognitive-
Behavioral Therapy, 26, 232-249.
Leituras recomendadas:
Bush, S. S. (2008). Geriatric mental health ethics: A casebook. New York: Springer.
Gatz, M., Fiske, A., Fox, L., Kaskie, B., Kasl-Godley, J., & McCallum, T. (1999). Em
pirically Validated Psychological Treatments for Older Adults. Journal of Mental
Health and Aging, 4(1), 9-46.
Gazda, G., & Pistole, C. (1985). Life skills training: A model. Counselling and Human
Development, 19, 1-7.
Scogin, F. (2000). The first session with seniors: A step-by-step guide. New Jersey:
John Wiley & Sons, Inc.
Aula n.º 2
Conteúdos/Sumário:
Intervenção terapêutica com pessoas idosas: panorama geral.
- Influências da coorte.
- Influências da cultura.
- Influências do contexto.
- Influências da maturação.
Objetivos/competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Atividades:
1. Em grupo os alunos devem elencar, analisar e discutir os diferentes âmbitos e
contextos de intervenção na idade avançada.
Material de apoio:
Knight, B., & Poon, C. (2008). Contextual Adult Life Span Theory for Adapting
Psychotherapy with Older Adults. Journal of Rational-Emotional and Cognitive-
Behavioral Therapy, 26, 232-249.
Síntese:
Nesta rubrica dão-se a conhecer aos alunos os diferentes contextos de interven-
ção psicoterapêutica com pessoas idosas. De seguida são introduzidos no modelo
CALTAP onde aprendem a identificar os factores contextuais e maturacionais que
60
Leituras requeridas:
Knight, B. G. (1996/2004). Psychotherapy with older adults. Thousand Oaks, CA:
Sage Publications.
Knight, B., & Poon, C. (2008). Contextual Adult Life Span Theory for Adapting
Psychotherapy with Older Adults. Journal of Rational-Emotional and Cognitive-
Behavioral Therapy, 26, 232-249.
Leituras recomendadas:
Batistoni, S. (2009). Contribuições da Psicologia do Envelhecimento para as práti-
cas clínicas com idosos. Psicologia em Pesquisa, 3, 13-22.
Bortz, J.J., & O’Brien, K.P. (1997). Psychotherapy with older adults: Theoretical is-
sues, empirical findings, and clinical applications In P.D. Nussbaum, (Ed.), Handbook
of neuropsychology and aging. Critical issues in neuropsychology, (pp.431-451). New
York: Plenum Press.
Bush, S. S. (2008). Geriatric mental health ethics: A casebook. New York: Springer.
Knight, B.G. (1999). The scientific basis for psychotherapeutic interventions with
older adults: An overview. Journal of Clinical Psychology, 55(8), 927-934.
Knight, B.G. & McCallum, T.J. (1998). Adapting psychotherapeutic practice for ol-
der clients: Implications of the contextual, cohort-based, maturity specific chal-
lenge model. Professional Psychology, 29, 15-22.
Scogin, F. (2000). The first session with seniors: A step-by-step guide. New Jersey:
John Wiley & Sons, Inc.
61
Aula n.º 3
Conteúdos/Sumário:
Intervenção terapêutica com pessoas idosas: panorama geral
As orientações da APA.
Objetivos/competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Atividades:
1. Ler e analisar em grupo as diretivas da APA. Usar como texto base: Ferreira-Alves,
J. (2010). Prática Psicológica com Pessoas Idosas: Uma Leitura Substanciada das
orientações da APA. Revista de Psiquiatria. CHPL — Hospital Júlio de Matos, Vol.
XXII, n.º 3.
Material de apoio:
- APA – Presidential Task Force on Evidence-Based Practice (2006). Evidence-based
practice in psychology. American Psychologist, 61, 271-285.
- Guia Global das Cidades Amigas das Pessoas Idosas (OMS, 2007): http://www. go
ogle.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CEwQFjAA&
url=http%3A%2F%2Fwhqlibdoc.who.int%2Fpublications%2F2007%2F97898995
56867_por.pdf&ei=59Y0UPvwB4K6hAfv_YCIBQ&usg=AFQjCNEgaQ99QcoHrun4
uAfeCg9WneeebQ
Síntese:
Nesta rubrica são apresentadas as diretrizes da APA sobre a intervenção na idade
avançada. Estas são discutidas à luz de exemplos concretos de programas nacio-
nais e internacionais de intervenção com esta faixa etária. São ainda referidos a
importância, bem como, os recursos comunicacionais necessários para trabalhar
em equipas interdisciplinares. Recordam-se ainda as competências básicas para
estabelecer uma relação de ajuda e os conhecimentos sobre as perturbações men-
tais predominantes na idade adulta avançada (conhecimentos estes que os alu-
nos devem já trazer de outras unidades de ensino/aprendizagem) — sublinhando
a importância destas aquisições para uma intervenção eficaz.
Leituras requeridas:
APA – Presidential Task Force on Evidence-Based Practice (2006). Evidence-based
practice in psychology. American Psychologist, 61, 271-285.
Ferreira-Alves, J. (2010). Prática Psicológica com Pessoas Idosas: Uma Leitura Subs
tanciada das orientações da APA. Revista de Psiquiatria. CHPL — Hospital Júlio de
Matos, Vol. XXII, n.º 3.
Laidlaw, K. & Knight, B. (Eds.) (2008). Handbook of emotional disorders in later life:
Assessment and treatment. New York: Oxford University Press.
Leituras recomendadas:
Batistoni, S. (2009). Contribuições da Psicologia do Envelhecimento para as práti-
cas clínicas com idosos. Psicologia em Pesquisa, 3, 13-22.
63
Bortz, J.J., & O’Brien, K.P. (1997). Psychotherapy with older adults: Theoretical is-
sues, empirical findings, and clinical applications In P.D. Nussbaum, (Ed.), Handbook
of neuropsychology and aging. Critical issues in neuropsychology, (pp.431-451). New
York: Plenum Press.
Culverwell, A., & Martin, Carol. (2000). Psychotherapy with older people. In G.
Corley, (Ed.), Older people and their needs: A multi-disciplinary perspective (pp.92-
106). London, England: Whurr Publishers, Ltd.
Egan, G. (1986). The Skilled Helper: A Systematic Approach to Effective Helping (3rd
Ed.). Monterey: Brooks/Cole Publishing Company.
Gazda, G., & Pistole, C. (1985). Life skills training: A model. Counselling and Human
Development, 19, 1-7.
Genevay, B., Katz, R.S. (Eds.), (1990). Countertransference and older clients. CA:
Sage Publications, Inc.
Golden, L. (2008). Case studies in counselling older adults. Upple Saddle River, NJ:
Merrill/Prentice-Hall.
Hersen, M., Turner, S., & Beidel, D. (2007). Adult Psychopathology and Diagnosis
(5th Ed.). New Jersey: John Wiley & Sons.
Kennedy, G., & Tanenbaum, S. (2000). Psychotherapy with Older Adults. American
Journal of Psychotherapy, 54, 386-407.
Knight, B.G. (1999). The scientific basis for psychotherapeutic interventions with
older adults: An overview. Journal of Clinical Psychology, 55(8), 927-934.
64
Laidlaw, K. & Knight, B. (Eds.) (2008). Handbook of emotional disorders in later life:
Assessment and treatment. New York: Oxford University Press.
Lima, M. P., Oliveira, A. L., & Godinho, P. (2011). Promover o bem-estar de idosos
institucionalizados: Um estudo exploratório com treino em mindfulness. Revista
Portuguesa de Pedagogia, 45(1), 165-183.
Ramos, M. (2005). Crescer em stresse: Usar o stresse para envelhecer com sucesso.
Porto: Ambar.
Van Etten, D. (2006). Psychotherapy with older adults- Benefits and barriers.
Journal of Psychosocial Nursing, vol.44, 11, 28-33.
Wilcox, J. (1994). Handbook of Clinical Behaviour Therapy with the Elderly Client.
The American Journal of Psychiatry, 151, 942-943.
Yang, Janet A., & Jackson, C. L. (1998). Overcoming obstacles in providing mental
health treatment to older adults: Getting in the door. Psychotherapy, 35(4), 498-
505.
Zarit, S.H. & Knight, B.G. (Eds.), (1996). A guide to psychotherapy and aging: Effective
clinical interventions in a life-stage context. Washington: American Psychological.
Aula n.º 4
Conteúdos/Sumário:
Perda e Luto: Contextualização e principais conceitos.
Modelo baseado nas teorias de stress e coping: Stroebe & Shut (1999).
Objetivos/competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
- Perspetivar a situação de perda e o luto no âmbito do ciclo de vida e compreen-
der as suas especificidades na 3.ª idade.
- Conhecer os modelos compreensivos (da etiologia, manifestações e fatores de
manutenção) da perda, luto e sintomatologia associada.
- Permitir a aproximação à realidade da intervenção clínica através do conhecimen
to e da aplicação de algumas técnicas cognitivo-comportamentais de avaliação e
intervenção para a perda e luto durante a 3.ª idade.
Atividades:
Reflexão e discussão com base na leitura de alguns casos clínicos.
Material de apoio:
Slides das aulas.
Síntese:
Apesar da perda e do luto serem processos normativos do ciclo de vida, o processo
de luto na velhice, principalmente no caso de morte do cônjuge ou filho, pode pro-
vocar um grande impacto na pessoa idosa, com repercussões físicas e emocionais
que, muitas vezes, acrescem a vários outros sofrimentos desta faixa etária, rene-
gada em muitos aspetos pela sociedade atual.
Leituras requeridas:
Baldwin, R.; Chiu, E.; Katona, C. & Graham, N. (2002). Guidelines on Depression in
Older People: Practising the evidence. Londres: Cromwell Press.
Bowlby, J. (1980) Attachment and loss: Vol. 3. Loss. New York: Basic Books.
Kalish, R.A. (1985). The Social Context of death and dying. In Handboock of aging
and the social sciences (pp. 149-170). New York: Van Nostrand Zeinhold Company.
Neimeyer, R. A., Holland, J. M., Currier, J. M. & Mehta, T. (2008). Meaning recon-
struction in later life: Toward a cognitive-constructivist approach to grief thera-
py. In D. Gallagher-Thompson, A. Steffan & L. Thompson (Eds.), Handbook of be-
havioral and cognitive therapies with older adults (pp. 264-277). New York: Springer
Verlag.
Leituras recomendadas:
Cappeliez, P. (2001). Presentation of depression and response to group cognitive
therapy with older adults. Journal of Clinical Geropsychology, 6(3), 165-174.
Floyd, M., & Scogin, F. (1998). Cognitive-behavior therapy for older adults: How
does it work?. Psychotherapy, 35(4), 459-463.
Frazer, D. W., Hinrichsen, G. A., & Jongsma, A. E. (Eds.) (2011). The older adult
psychotherapy treatment planner. New York: Wiley.
Gatz, M. & Knight, B.G. (1998). Psychotherapy with older adults. In G.P. Koocher,
J.C. Norcross, & S.S. Hill (Eds.), Psychologist’s Desk Reference (pp. 370-373). Oxford
University Press.
Knight, B. & Satre, D.D. (1999). Cognitive behavioral psychotherapy with older
adults. Clinical Psychology-Science & Practice, 62(2), 188-203.
Knight, B.G. (1999). The scientific basis for psychotherapeutic interventions with
older adults: An overview. Journal of Clinical Psychology, 55(8), 927-934.
Laidlaw, K., Thompson, L., Dick-Siskin, L., & Gallagher-Thompson, D. (2004). Cogni
tive Behaviour Therapy with Older People. Chichester: John Wiley & Sons.
Sorocco, K. H. & Lauderdale, S. (Eds.) (2011). Cognitive behavior therapy with older
adults: Innovations across care settings. New York: Springer.
Aula n.º 5
Conteúdos/Sumário:
Dados da investigação sobre a viuvez:
Rituais terapêuticos.
A escrita terapêutica.
Objetivos/competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Atividades:
Reflexão e discussão com base na leitura de alguns casos clínicos.
Material de apoio:
Slides das aulas.
Síntese:
Nesta unidade curricular discutem-se aspetos específicos da perda e do luto na 3.ª
idade, nomeadamente as perdas de identidade e interpessoais.
Leituras requeridas:
Dick-Siskin, L.P. (2002). Cognitive-behavioral therapy with older adults. Behavior
Therapist, 25(1), 3-6.
Floyd, M., & Scogin, F. (1998). Cognitive-behavior therapy for older adults: How
does it work?. Psychotherapy, 35(4), 459-463.
Knight, B. & Satre, D.D. (1999). Cognitive behavioral psychotherapy with older
adults. Clinical Psychology-Science & Practice, 62(2), 188-203.
Laidlaw, K., Thompson, L., Dick-Siskin, L., & Gallagher-Thompson, D. (2004). Cogni
tive Behaviour Therapy with Older People. Chichester: John Wiley & Sons.
Sorocco, K. H. & Lauderdale, S. (Eds.) (2011). Cognitive behavior therapy with older
adults: Innovations across care settings. New York: Springer.
Leituras recomendadas:
Areán, P., & Cook, B. (2002). Psychotherapy and Combined Psychotherapy/Pharma
cotherapy for Late Life Depression. Biological Psychiatry, 52, 293-303.
Bortz, J.J., & O’Brien, K.P. (1997). Psychotherapy with older adults: Theoretical is-
sues, empirical findings, and clinical applications In P.D. Nussbaum, (Ed.), Handbook
of neuropsychology and aging. Critical issues in neuropsychology, (pp.431-451). New
York: Plenum Press.
Canavarro, M. C., Vaz Serra, A., Pereira, M., Simões, M. R., Quintais, L., Quartilho,
M. J., et al. (2006). Desenvolvimento do Instrumento de Avaliação da Qualidade
de Vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-100) para Português de
Portugal. Psiquiatria Clínica, 27 (1), 15-23.
69
Culverwell, A., & Martin, Carol. (2000). Psychotherapy with older people. In G.
Corley, (Ed.), Older people and their needs: A multi-disciplinary perspective (pp.92-
106). London, England: Whurr Publishers, Ltd.
Frazer, D. W., Hinrichsen, G. A., & Jongsma, A. E. (Eds.) (2011). The older adult
psychotherapy treatment planner. New York: Wiley.
Gatz, M. & Knight, B.G. (1998). Psychotherapy with older adults. In G.P. Koocher,
J.C. Norcross, & S.S. Hill (Eds.), Psychologist’s Desk Reference (pp. 370-373). Oxford
University Press.
Gatz, M., Fiske, A., Fox, L., Kaskie, B., Kasl-Godley, J., & McCallum, T. (1999). Em
pirically Validated Psychological Treatments for Older Adults. Journal of Mental
Health and Aging, 4(1), 9-46.
Knight, B.G. (1999). The scientific basis for psychotherapeutic interventions with
older adults: An overview. Journal of Clinical Psychology, 55(8), 927-934.
Van Etten, D. (2006). Psychotherapy with older adults — Benefits and barriers.
Journal of Psychosocial Nursing, vol.44, 11, 28-33.
70
Aula n.º 6
Conteúdos/Sumário:
Terapia para a depressão baseada no mindfulness.
Objetivos/Competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Atividades:
1. Visionar e comentar em vídeo extratos de conferências de Jon Kabatz Zinn:
http://www.youtube.com/watch?v=3nwwKbM_vJc; http://programaredu-
caostress.wordpress.com/
Material de apoio:
Texto com o Exercício da sultana.
Texto com o exercício “Breathing space” (in Segal, Z. V., Teasdale, J. D., & Williams,
J. M. G. (2002). Mindfulness-based cognitive therapy for depression: A new ap-
proach to preventing relapse. New York: Guilford Press).
Síntese:
A intervenção com base no treino em mindfulness pode juntar-se ao rol das téc-
nicas que visam aumentar a qualidade de vida e o bem-estar e reduzir os níveis
de depressão das pessoas idosas. Este tipo de intervenção coloca o seu foco nas
expressões fenomenológicas do momento, desenvolvendo em nós a atitude de
aceitação e neutralidade, ao contrário das abordagens cujo enfoque se direcio-
nam para a consciencialização do problema e, consequentemente, para o que há
de negativo na pessoa. A perspetiva mindfulness, enquanto uma forma específica
de atenção plena – concentração no ‘aqui e agora’, intencional e sem julgamento,
71
convida-nos a estar no momento presente, a senti-lo, a respirar com ele sem que
tentemos explicá-lo, mudá-lo ou vermo-nos livres dele.
Leituras requeridas:
Kabat-Zinn, J. (1982). An outpatient program in behavioral medicine for chronic
pain patients based on the practice of Mindfulness Meditation. General Hospital
Psychiatry. 4.
Kabat-Zinn, J. (1990). Full Catastrophe Living: Using the Wisdom of Your Body and
Mind to Face Stress, Pain, and Illness. New York. Bantam Books.
McBee, L. (2008). Mindfulness-Based Elder Care – A CAM Model for frail elders and
their caregivers. New York. Springer publishing company.
Leituras recomendadas:
Christopher, J. C., Christopher, S. E., Dunnagan, T. & Schure, M. (2006). Teaching
Self-Care Through Mindfulness Practices: The Application of Yoga, Meditation,
and Qigong to Counsellor Training. Journal of Humanistic Psychology, 46, 494.
Kabat-Zinn, J. (2000). Aonde quer que eu vá. Sinais de fogo. Gradiva. Cascais.
Williams, M. & Mark G. (2007). The Mindful Way through Depression: Freeing
Yourself from Chronic Unhappiness. Guilford Press.
72
Aula n.º 7
Conteúdos/Sumário:
Aconselhamento na reforma.
Objetivos/Competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Atividades:
Os alunos, em grupo, depois de verem o vídeo abaixo referenciado, discutem as
principais conclusões a apresentar posteriormente em plenário.
Material de apoio:
Síntese:
Todas as mudanças relevantes experienciadas por uma pessoa idosa podem sus-
citar ocasiões e experiências de transição e adaptação, muitas vezes revestidas de
um carácter desenvolvimental, isto é, suscetíveis de resultar numa modificação
da conceção de si e do mundo, podendo provocar uma maior abertura, quer ao
seu próprio potencial de desenvolvimento quer ao dos outros. Estas experiências
criam muitas vezes necessidades específicas de intervenção. Estas transições po-
dem incluir a perda do cônjuge ou amigos, diminuição da saúde, ou a adaptação à
reforma, com a consequente redução de rendimentos económicos, e a necessida-
de de envolvimento em atividades de tempo livre que permitam manter um estilo
de vida preenchido e agradável. Embora a investigação (Moore & Keyes, 2003)
73
tenha vindo a sublinhar o aumento, com a idade, de competências para lidar com
as situações adversas, a intervenção na idade avançada, facilitando o acesso aos
recursos do contexto social, como as redes de suporte social, é de particular im-
portância. No entanto, o apoio à pessoa que está a experienciar estas transições
encontra-se condicionado pela presença de mitos, em relação aos problemas de
saúde e às perturbações psiquiátricas que surgem nesta fase da vida, o que con-
duz, frequentemente, à negligência dos sintomas.
Alguns autores têm proposto diferentes fases da adaptação à reforma, bem como,
fatores facilitadores e fatores bloqueadores deste processo, concluindo pela im-
portância de em vez de ‘empurrar’ para ultrapassar as resistências tentar discernir
qual a sua fonte. Por outras palavras, não forçar o crescimento, mas sim remover
os fatores que, eventualmente, o travam e condicionam.
Leituras requeridas:
Fonseca, A. M. (2006). “Transição-adaptação” à reforma em Portugal. Psychologi
ca, 42, 45-70.
Zanelli, J. C.; Silva, N. & Soares, D. H. P. (2010). Orientação para aposentadoria nas
organizações de trabalho – construção de projetos para o pós-carreira. Artmed.
Porto Alegre.
Leituras recomendadas:
Fonseca, A. M. (2004). Uma abordagem psicológica da “Passagem à reforma” –
Desenvolvimento, envelhecimento, transição e adaptação. Porto: Instituto de Ciên
cias Biomédicas de Abel Salazar, Universidade do Porto.
Kim, J., Moen, Phyllis (2002) Retirement Transitions, Gender, and Psychological
Well-Being: A Life-Course, Ecological Model «Journal of Gerontology: Psychological
Sciences» The Gerontological Society of America. Vol 57B, N.3, p. 212-222;
McAdams, D. P. (1993). The stories we live by: Personal myths and the making of the
self. New York: The Guilford Press;
McAdams, D. P., de St. Aubin, E. & Logan. R. L. (1993). Generativity among young,
mid-life, and older adults. Psychology and Aging, 8 (2), 221-230.
Paúl, C.; & Fonseca, A. M. (2005). Envelhecer em Portugal. Lisboa: Climepsi Editores;
Ramos, M. (2005). Crescer em Stresse – Usar o Stresse para Envelhecer com Sucesso.
Porto: Ambar;
Wang, M, Shultz, & Kenneth S. (2009). Employee Retirement: A review and Recom
mendation for Future Investigation. Journal of Management. Southern Manage
ment Association Sage. XX(X). Disponível em: http://jom.sagepub.com/content/
early/2009/10/06/0149206309347957;
Aula n.º 8
Conteúdos/Sumário:
Terapia da Reminiscência.
Objetivos/Competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Atividades:
1. Cada aluno apresenta e fala sobre a banda desenhada preferida da sua infância
(ou livro ou série infantil da tv). Com base no material partilhado explicam-se al-
gumas técnicas (e.g., escritos autobiográficos, álbum de recortes, músicas de fases
importantes do nosso passado) e estratégias utilizadas na intervenção da reminis-
cência.
Material de apoio:
Livros e extratos televisivos de séries infantis.
Síntese:
A reminiscência é uma estratégia com elevado potencial terapêutico dada a sua
versatilidade, a sua fácil aceitação por parte do público mais velho e a sua capaci-
dade de promover o bem-estar. Muito em particular é uma estratégia de interven-
ção na depressão — uma das patologias mais frequentes e que mais compromete
o bem-estar das pessoas idosas (Afonso, 2011).
As revisões sobre a eficácia desta terapia mostram que se trata de uma aborda
gem promissora em várias situações (Kovach 1990).
Leituras requeridas:
Afonso, R. M. (2011). Reminiscência como técnica de intervenção psicológica em pes-
soas idosas. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação para a Ciência e a
Tecnologia.
Gonçalves, D., Albuquerque, P., & Martín, I. (2008). Reminiscência enquanto fer-
ramenta de trabalho com idosos: Vantagens e limitações. Análise Psicológica, 1,
101-110.
Leituras recomendadas:
Faust, Drew Gilpin (2003). Personality, Psychobiography, and Psychology of the
Life Story. Harvard Magazine, electronic version. Consultado a 01/07/2005 em ht-
tp://web.lemoyne.edu/~hevern/nr-pbiog.html
Knight, B.G. (2004). Psychotherapy with older adults (3rd Ed). Thousand Oaks (CA):
Sage. Publications.
77
Lima, M. (2008). Counselling older adults with family issues: forgiving and empo-
wering. In L. Sousa (Ed.), Families in later life: emerging themes and challenges (pp.
75-96). New York: Nova Science Publishers.
McAdams, D., & Ochberg., R. L.(1988). Psychobiography and life narratives. Durham:
Duke University Press.
McAdams, D., Diamond, A., St. Aubin (Ed.), & Mansfield, E. (1997). Stories of com-
mitment: the psychosocial construction of generative lives. Journal of Personality
and Social Psychology,72, 3, 678-694.
Aula n.º 9
Conteúdos/Sumário:
Deterioração cognitiva e demências: desafios na prevenção e na intervenção psi-
cológica — Intervenção cognitiva, comportamental e funcional nas demências.
Objetivos/Competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Atividades:
1. Ver e comentar os seguintes filmes:
3. Ler os dez princípios da Validação desenvolvidos por Naomi Feil (Bensing, 1993;
Anexo 4).
Material de apoio:
Bensing, K. (1993). Teaching people to talk to elders. Acedido a 30 de Abril de 2009,
a partir de: http://www.vfvalidation.org/articles.html
Feil, N. (2001). In their old world. Acedido a 30 de Abril de 2009, a partir de: http://
www.vfvalidation.org/articles.html
Feil, N. (2001). Validation Therapy. Acedido a 30 de Abril de 2009, a partir de: ht-
tp://www.vfvalidation.org/articles.html
Feil, N. (2007). It is Never Good to Lie to a Person Who Has Dementia. Acedido a 30
de Abril de 2009, a partir de: http://www.vfvalidation.org/articles.html
Neal, M., & Wright, P. (2003). Validation therapy for dementia. Acedido a 30 de
Abril de 2009, a partir de: http://www.mrw.interscience.wiley.com/cochrane/cl-
sysrev/articles/CD001394/frame.html
79
Síntese:
O aumento dos quadros demenciais tornam de extrema relevância o conhecimen-
to sobre a avaliação e a intervenção com pessoas nesta condição, bem como com
os seus familiares e/ou cuidadores. Várias abordagens psicoterapêuticas têm si-
do desenvolvidas para responder às necessidades destes pacientes, tendo vindo
a mostrar vantagens quando usadas em complementaridade com a intervenção
farmacológica. A eficácia destas abordagens é função de variáveis como a forma-
ção do terapeuta, os recursos existentes e a fase e características do declínio cog-
nitivo do paciente idoso. Os benefícios apontados na literatura são inúmeros, no
entanto, são sempre referidas a redução da agitação, da progressão do declínio
físico e psicológico, da ansiedade e da depressão e o aumento da interação social
e da autoestima. De entre as intervenções psicoterapêuticas, com pessoas idosas
com deterioração cognitiva e demências, a Terapia de Orientação para a Realidade
e as Terapias da Validação e da Resolução têm sido amplamente estudadas, apre-
sentando eficácia na redução dos sintomas referidos.
Leituras requeridas:
Firmino, H. (2006). Psicogeriatria. Coimbra: Psiquiatria Clínica.
Knight, B. G. (2004). Psychotherapy with older adults (3rd Ed.). New York: Sage.
Zarit, S.H. & Knight, B.G. (Eds.), (1996). A guide to psychotherapy and aging: Effective
clinical interventions in a life-stage context. Washington: American Psychological.
Leituras recomendadas:
Crowley-Robinson, P., Fenwick, D., & Blackshaw, J. (1996). A long-term study of
elderly people in nursing homes with visiting and resident dogs. Applied Animal
Behaviour Science, 47, 137-148.
Gatz, M., Fiske, A., Fox, L., Kaskie, B., Kasl-Godley, J., & McCallum, T. (1999). Empiri
cally Validated Psychological Treatments for Older Adults. Journal of Mental Health
and Aging, 4(1), 9-46.
Harris, C.S. & Ivory, P.B. (1976). An outcome evaluation of RO therapy with geriatric
patients. Gerontologist, 16, 496-503.
Hill, R., Bäckman, L., & Neely, A. (2000). Cognitive Rehabilitation in Old Age. New
York: Oxford University Press.
Kasl-Godley, J., & Gatz, M. (2000). Psychosocial intervention for individuals with
dementia: An intergration of theory, therapy, and a clinical understanding of de-
mentia. Clinical Psychology Review, 20(6), 755-782.
Knight, B. & Satre, D.D. (1999). Cognitive behavioral psychotherapy with older
adults. Clinical Psychology-Science & Practice, 62(2), 188-203.
Knight, B.G. (1999b). The scientific basis for psychotherapeutic interventions with
older adults: An overview. Journal of Clinical Psychology, 55(8), 927-934.
Laidlaw, K., Thompson, L., Dick-Siskin, L., & Gallagher-Thompson, D. (2004). Cog
nitive Behaviour Therapy with Older People. Chichester: John Wiley & Sons.
Marziali, E., & Donahue, P. (2006). Caring for Others: Internet Video-Conferencing
Group Intervention for Family Caregivers of Older Adults with Neurodegenerative
Disease. The Gerontologist. Vol.46(3), 398-403.
Pinkston, E., & Linsk, N. (1984). Care of the Elderly: A Family Approach. New York:
Pergamon Press.
Wilcox, J. (1994). Handbook of Clinical Behaviour Therapy with the Elderly Client.
The American Journal of Psychiatry, 151, 942-943.
Aula n.º 10
Conteúdos/Sumário:
Terapias Assistidas por animais.
Objetivos/Competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Atividades:
1. Visita a uma instituição onde se fazem atividades de estimulação com pessoas
idosas.
Aproximadamente dois terços dos utentes em instituições para pessoas mais ve-
lhas têm demência e cerca de 90% destes apresentam comportamentos desafian-
tes. Estes comportamentos estão associados a elevados níveis de stress e burnout
do pessoal, com o consequente impacto negativo no bem-estar dos utentes.
Material de apoio:
Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer: Alzheimer
Portugal: http://www.alzheimerportugal.org/scid/webAZprt/
Síntese:
Algumas pessoas idosas necessitam, por várias razões (e.g., ambientes empobreci-
dos, doenças degenerativas), de programas ou intervenções destinadas à estimu-
lação sensorial e cognitiva.
A Terapia Assistida por Animais (TAA) consiste numa intervenção em que um ani-
mal com características específicas (e.g., cão, cavalo) é um componente essencial
do tratamento. Esta terapia apresenta benefícios físicos, emocionais e sociais.
Distingue-se das Atividades Assistidas por Animais (AAA) que envolvem apenas
a visita de animais com a intenção de promover o bem-estar dos doentes com
demência.
Leituras requeridas:
http://www.snoezelen-idosos.com/artigos.php
Kasl-Godley, J., & Gatz, M. (2000). Psychosocial intervention for individuals with
dementia: An intergration of theory, therapy, and a clinical understanding of de-
mentia. Clinical Psychology Review, 20(6), 755-782.
Leituras recomendadas:
Kessel, S., Merrick, J., Kedem, A., Borovsky, L. & Carmeli, E. (2002). Use of Group
Counseling to Support Aging-Related Losses in Older Adults with Intellectual
Disabilities. Journal of Gerontological Social Work. Vol.38(1-2), 241-251.
Yang, Janet A., & Jackson, C. L. (1998). Overcoming obstacles in providing mental
health treatment to older adults: Getting in the door. Psychotherapy, 35(4), 498-
505.
Yang, Janet A., & Jackson, C. L. (1998). Overcoming obstacles in providing mental
health treatment to older adults: Getting in the door. Psychotherapy, 35(4), 498-
505.
Aula n.º 11
Conteúdos/Sumário:
Intervenção no Abuso e maus tratos.
Prevenção.
Avaliação.
Objetivos/competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Atividades:
1. Consultar sites de organizações nacionais e internacionais de sensibilização, pre-
84
Material de apoio:
Sitíos com informação sobre organizações nacionais e internacionais de preven-
ção e intervenção na área do abuso e do mau trato:
Síntese:
Na perspetiva de Ferreira-Alves (2005) os maus-tratos e a negligência às pessoas
idosas, irão constituir-se como uns dos problemas de saúde pública que terão um
aumento previsível nas próximas décadas.
Em face da incidência e das caraterísticas dos casos de abuso das pessoas idosas
Anetzberger (2000) aponta para a necessidade de uma intervenção a três níveis.
O primeiro nível diz respeito à intervenção primária, englobando atitudes de pro-
teção e empowerment da pessoa idosa. A prevenção primária passa ainda por um
processo de sensibilização, que se deverá estender a toda a sociedade, com uma
concomitante valorização social da pessoa idosa e com a consequente mudança
das representações sociais e das atribuições culturais em torno da velhice.
Leituras requeridas:
A Global Response to Elder Abuse and Neglect: Building Primary Health Care Capa
city to Deal with the Problem Worldwide: Main Report. Geneve: OMS. (2008). Con
sultado em Abril 2011 em http://www.who.int/en.
Nerenberg, L. (2008). Elder Abuse and prevention: Emerging trends and promising
strategies. Springer: New York.
86
Leituras recomendadas:
American Medical Association (1992). Diagnostic and Treatment – Guidelines on
Elder Abuse and Neglect. Washington: American Medical Association.
Bartholomew, M. R., Cheek, J. & Hoyt, J. (2010). Elder Abuse and Neglect. In R. J.
Riviello (Ed.), Manual of Forensic Emergency Medicine –Guide for Clinicians, (pp.
165-170).
Fulmer, T., Paveza, G., Abraham, I. & Fairchild, S (2000). Elder neglect assessment
in the emergency department. Journal of Emergency Nursing, 26, 5, 436-443.
National Research Council (2003). Elder Mistreatment: Abuse, Neglect, and Exploita
tion in an Aging America. Washington: The National Academies Press.
Perel-Levin, S. (2008). Discussing Screening for Elder Abuse at Primary Health Care
Level. Disponível em http://www.who.int/en.
Aula n.º 12
Conteúdos/Sumário:
Terapias breves e terapias de apoio.
Objetivos/Competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Atividades:
Role-play de algumas técnicas. Nomeadamente (Leal, 2005): Sugestão, Controlo ati-
vo, Securização, Aconselhamento, Catarse, Educação, Clarificação e Confrontação.
Material de apoio:
Texto com técnicas base das terapias de apoio (Leal, 2005, 215-259).
Síntese:
Por psicoterapia de apoio (supportive psychotherapy) entende-se uma atividade
genérica em contextos institucionais de terapeutas de qualquer formação. Esta
abordagem, com diversas origens teóricas (ateórica e pragmática) pretende, so-
bretudo, ir ao encontro da necessidade (queixa, sintoma ou sofrimento) do cliente
e do contexto em que está inserido. É recomendada para todas as situações em
que não há indicação específica para uma dada psicoterapia e tem como objetivos
genéricos reforçar os aspetos sadios do cliente de modo a este poder usar recursos
externos disponíveis, reduzir desconforto subjetivo e comportamento disfuncio-
nal e promover a autonomia, tendo em atenção as limitações do paciente.
No que concerne às terapias breves estas são úteis em situações de crise e, também,
um excelente modelo de trabalho em contextos institucionais. A investigação
(Yalom, 2005) tem revelado que as abordagens focalizadas e breves são populares
e de grande eficácia na idade avançada.
Leituras requeridas:
Leal, I. (2005). Iniciação às psicoterapias. Lisboa. Fim de Século.
Leituras recomendadas:
Dreyfus, C. (1978). Psicoterapias de grupo. Lisboa: Verbo.
Yalom, I. (2005). The theory and practice of group counseling and psychotherapy
88
Aula n.º 13
Sumário:
Intervenção em grupo: dos grupos de apoio à psicoterapia de grupo na idade
avançada.
Objetivos/Competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Material de apoio:
- Group Psychotherapy Resource Guide (Haim Weinberg): http://www.group-
-psychotherapy.com/
Atividades:
1. Role-play de uma primeira sessão de um grupo de desenvolvimento pessoal
(Lima, 2004).
Síntese:
Nas suas experiências sobre as tomadas de decisão em grupo, Lewin demonstrou
que é, muitas vezes, mais fácil modificar um grupo (com as consequentes mudan
89
Leituras requeridas:
Leal, I. (2005). Iniciação às psicoterapias. Lisboa: Fim de Século.
Lima, M. P. (2008). Counselling older adults with family issues: forgiving and em-
powering. In L. Sousa (Ed.). Families in later life: emerging themes and challenges
(pp. 75-96). New York: Nova Science Publishers, Inc.
Yalom, I. (2005). The theory and practice of group counseling and psychotherapy
(5rd Ed.). New York: Basic Books.
Leituras recomendadas:
Birren, J., & Deutchman, D. (Eds.), (1990). Guiding Autobiography Group for Older
Adults: Exploring the Future of Life. Baltimore: Johns Hopkins University Press.
Bortz, J.J., & O’Brien, K.P. (1997). Psychotherapy with older adults: Theoretical is-
sues, empirical findings, and clinical applications In P.D. Nussbaum, (Ed.), Handbook
of neuropsychology and aging. Critical issues in neuropsychology, (pp.431-451). New
York: Plenum Press.
Corey, G. (1999). Theory and practice of counselling and psychotherapy (5th ed.).
Pacific Grove, CA: Brooks/Cole.
Gatz, M. & Knight, B.G. (1998a). Psychotherapy with older adults. In G.P. Koocher,
J.C. Norcross, & S.S. Hill (Eds.), Psychologist’s Desk Reference (pp. 370-373). Oxford
University Press.
90
Kessel, S., Merrick, J., Kedem, A., Borovsky, L. & Carmeli, E. (2002). Use of Group
Counseling to Support Aging-Related Losses in Older Adults with Intellectual
Disabilities. Journal of Gerontological Social Work. Vol.38(1-2), 241-251.
Levine B. E. & Poston, M. (1980). A modified group treatment for elderly narcissis-
tic patients. International Journal of Group Psychotherapy. 30, 153-167.
Riley, K., & Carr, M. (1989). Group Psychotherapy With Older Adults: The Value of
an Expressive Approach. Psychotherapy, 26, 366-371.
Rogers, Carl. (1970). On Encounter Groups. New York: Harrow Books, Harper and
Row.
Saiger, G. M. (2001). Group psychotherapy with older adults. Psychiatry, 64(2), 132-
145.
Silver, A (1950). Group therapy with senile psychotic patients. Geriatrics. 5, 147-50.
Yalom, I. (1985). The theory and practice of group counseling and psychotherapy
(3rd Ed.). New York: Basic Books.
Young, C., & Reed, P. (1995). Elders’ Perceptions of the Role of Group Psychotherapy
in Fostering Self-Transcendence. Archives of Psychiatric Nursing, IX, 338-347.
Aula n.º 14
Sumário:
Tipos de intervenção em grupo: a Psicoterapia Gestalt.
Objetivos/Competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Atividades:
1. Apresentação de algumas experiências de perceção (e.g., figura/fundo; o ‘todo
é mais que a soma das partes’) da Psicologia da Forma como motor para discutir
alguns dos princípios e das técnicas da terapia gestalt.
2. Visionamento de vídeo com uma consulta dinamizada pelo pai da Terapia Ges
talt Fritz Perls: http://www.youtube.com/watch?v=g9NRW-E6RD8
Material de apoio:
- Slides com experiências de perceção da Psicologia da Forma.
- Poema: “I do my thing and you do your thing. I am not in this world to live up to
your expectations, And you are not in this world to live up to mine. You are you, and
I am I, and if by chance we find each other, it’s beautiful. If not, it can’t be helped”
(Fritz Perls, 1969).
Síntese:
A Terapia Gestalt desenvolveu-se, nas décadas de 50-60 do séc. XX, a partir das
reflexões de Friederich Perls, um psicanalista nascido em Berlim em 1893 e que
emigrou durante a década de 40 para a África do Sul e, posteriormente, para os
Estados Unidos da América. Neste país, juntamente com um grupo de intelectu-
ais norte-americanos, desenvolveu esta nova abordagem, em simultâneo com a
reflexão e a prática em torno do grupo como meio de aprendizagem e de suporte
psicossocial.
Leituras requeridas:
Yalom, I. (2005). The theory and practice of group counseling and psychotherapy
(5rd Ed.). New York: Basic Books.
Leituras recomendadas:
Argyle, M. (1975). Bodily Communication. New York: International Universities
Press.
Clarkson, P. (1988). Gestalt Therapy — An Up Date. Self and Society, 16 (2), 74-79.
Fagan, J. & Shepherd, I. L. (1971). Gestalt Therapy Now: Theory, Techniques, Appli
cations. USA.
Perls, F. S. (1969). Gestalt Therapy Verbatim. Moab, UT: Real People Press.
Perls, F. S. (1976). The Gestalt Approach and Eye Witness to Therapy. New York:
Bantam Books.
Petit, M. (1984). La gestalt: thérapie de l’ici et maintenant (3e Éd.). Paris: ESF Éditeur.
Yontef, G. (1933). Awareness, Dialogue, and Process. The Gestalt Journal Press. USA.
Aula n.º 15
Sumário:
Tipos de intervenção em grupo: as terapias expressivas e pela arte.
Objetivos/Competências:
No final deste tópico programático o aluno deve ser capaz de:
Atividades:
1. Experienciar técnicas de musicoterapia, dança movimento terapia e arte tera-
pia.
2. Consultar:
Material de apoio:
Cds com músicas variadas.
Síntese:
O uso terapêutico das artes remonta ao início da civilização. Porém, só em meados
do séc. XX é que as Terapias pela Arte (arte-terapia, dramoterapia, a musicotera
pia e a dança terapia) se delineiam como um corpo teórico de conhecimento e
atuação. Estas terapias, também designadas de terapias individuais/pessoais (Fer
nandes, 2006) baseiam-se em atividades criativas e expressivas. No seu conjunto,
este ramo da terapia é fundamentalmente não-verbal, envolvendo atividades sen-
94
soriais (música, dança, artes gráficas), contrastantes com as formas de terapia mais
tradicionais (Fernandes, 2006).
Como referido por Leal (2005) os três mecanismos chave presentes nestas abor-
dagens são a catarse, a reparação no sentido Kleiniano e o jogo e o espaço poten-
cial, tal como são propostos por Winnicott. Daí a sua pertinência na aplicação a
pessoas de idade avançada institucionalizadas e com limitações sociais, sensoriais
e funcionais. No exemplo específico da musicoterapia muitas têm sido as investi-
gações (Correia, 2011) que confirmam a sua eficácia com pessoas idosas, institu-
cionalizadas ou não, e sofrendo, ou não, de limitações funcionais e cognitivas. A
Federação Mundial de Musicoterapia (World Federation for Music Therapy, WFMT,
1996) define a musicoterapia como a utilização da música e dos seus elementos
(som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um
paciente ou um grupo, num processo planeado para promover e facilitar a comu-
nicação, a interação, a aprendizagem, a mobilidade, a expressão, a organização e
outros objetivos terapêuticos. Os objetivos da musicoterapia passam, assim, por
desenvolver e restaurar o potencial das pessoas, de modo a que consigam uma
melhor qualidade de vida.
Leituras requeridas:
Correia, L. (2011). Musicoterapia na pessoa com demência: potencial impacto nos
sintomas neuropsiquiátricos. Tese de Mestrado em Psicogerontologia Clínica. FPCE
UC.
Leituras recomendadas:
Barreira, N. (2009a). Mediador música em terapias expressivas. In M. Ferraz (Ed.),
Terapias expressivas integradas – colecção expressão em terapia(vol.1) (pp.127-131).
Venda do Pinheiro: Tuttirév editorial.
Nas atividades de sala de aula serão realizadas exposições teóricas sobre rubricas
essenciais da disciplina, bem como se fomentará a participação ativa dos alunos,
em consonância com a especificidade e os objetivos da disciplina de IPI, a diver-
sidade de competências a desenvolver e, ainda, as exigências decorrentes da im-
plementação do processo de Bolonha. Este processo preconiza uma maior ênfase
no trabalho do aluno e na sua participação responsável no processo de ensino-
-aprendizagem.
Os/as alunos/as realizarão ainda exercícios práticos prescritos, role playing e/ou
simulações. Mas, como diz Flexner (s/d), o bom professor é um ‘livro de texto mais
uma personalidade’ e pode fornecer ao aluno uma informação viva, atualizada e
plena de interesse nas suas aulas. No programa proposto procuramos aprofundar
as rubricas, aproveitando a experiência pessoal das docentes no sentido, não só,
de transmitir conhecimentos aos alunos mas, sobretudo, uma atitude de facilitar
consequentemente a sua aprendizagem.
Sensivelmente a meio do semestre, parte de uma das aulas será dedicada ao acompa-
nhamento do trabalho que está a ser realizado. Nesta altura, cada um dos grupos
terá de apresentar um anteprojeto no qual conste a problemática, os objetivos, as
diversas secções, bem como uma breve sinopse do que se pretende levar a efeito.
Contudo, convém realçar que, de acordo com a legislação em vigor, todas as se-
manas, há um tempo consagrado ao atendimento dos alunos, que será utilizado
para esclarecimento de dúvidas relacionadas com o desenvolvimento do trabalho
e/ou outros esclarecimentos suscitados pelas aulas, análise de questões não con-
templadas, indicação de fontes a consultar sobre determinados temas e discussão
de dados relativos à avaliação.
Finalmente, também se realiza uma visita/ trabalho de campo que permita con-
tactar diretamente com pessoas mais velhas em contexto institucional. Até ao pre-
sente realizaram-se sessões de estimulação sensorial na Associação Portuguesa
de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer e na Unidade de Saúde Fernão
Mendes Pinto, dinamizadas pelos alunos e sob orientação de uma das docentes
da disciplina.
11.2. Avaliação
11.2.1. Avaliação dos alunos
A avaliação da disciplina de IPI está configurada segundo as Normas de Avaliação
instituídas pelo Conselho Pedagógico da FPCE-UC. Estas normas foram reformu-
ladas tendo em atenção a implementação dos cursos já adaptados a Bolonha e
está pensada de forma a ser adequada às atividades de ensino-aprendizagem da
disciplina de IPI. Como é sabido, as avaliações da aprendizagem devem ter uma
função de desenvolvimento (formativa) bem como uma função de classificação
(sumativa). No caso desta Unidade Curricular, a avaliação constará de uma prova
de tipo A — exame escrito, com ponderação de 50% (conforme prova-tipo: Anexo
5), e de uma prova de tipo B — também a valer 50%, que consiste num trabalho
prático escrito. As classificações obtidas nas duas provas farão média aritmética,
sendo que em nenhuma poderá registar-se, nota inferior a 8 valores, remetendo
neste caso para a realização de prova oral para a obtenção da classificação mínima
de 10 valores.
Prova de tipo A: Exame final (50 %) + Prova de Tipo B: Trabalho de grupo (50%).
aprendizagem, para que este se torne mais estimulante, eficaz e adequado aos
objetivos da disciplina. Permite ainda dar informações sobre o funcionamento do
curso de mestrado em que se insere a disciplina.
Baldwin, R.; Chiu, E.; Katona, C. & Graham, N. (2002). Guidelines on depression in
older People: Practising the evidence. Londres: Cromwell Press.
Bearon L. B. (1996). Successful aging: What does the ‘good life’ look like? The
Forum for Family & Consumer Issues, 1: 1-.6
Bogart, A. & Landau, T. (2005). The Viewpoints Book: A Practical Guide to View
points and Composition. New York. Amazon.
Branco Vasco, A. and Conceição, N. (2005). When in the process, should it happen?
Temporal sequencing of strategic objectives. 35th Annual Meeting of the Society
for Psychotherapy Research, Rome.
104
Comissão Nacional para o Ano Internacional das Pessoas Idosas (1999), Relatório
Ano Internacional das Pessoas Idosas.
Duffy, Michael (Ed.) (1999). Handbook of counseling and psychotherapy with older
adults. N. Y., US: John wiley and sons inc.
Figley, C., Bride, B., Mazza, N. (Eds.) (1997). Death and trauma: The Traumatology
of grieving.
Harvey, R. J., Fox, N. C., Rossor, M. N. 1999). Dementia handbook. Martin Dunitz.
Knight, B. & Satre, D.D. (1999). Cognitive behavioral psychotherapy with older
adults. Clinical Psychology-Science & Practice, 62(2), 188-203.
Knight, B. G. (1996). Psychotherapy with older adults (2nd Ed.). Thousand Oaks, CA:
Sage Publications.
Knight, B. G. (2004). Psychotherapy with older adults (3rd Ed.). New York: Sage.
Knight, B. G., Karel, M. J., Hinrichsen, G. A., Qualls, S. H., & Duffy, M. (2009). Pikes
Peak model of training in professional geropsychology. American Psychologist, 64
(3), 205-214.
Knight, B., & Poon, C. (2008). Contextual Adult Life Span Theory for Adapting Psycho
therapy with Older Adults. Journal of Rational-Emotional and Cognitive-Behavioral
Therapy, 26, 232-249.
Knight, B.G. (1999). The scientific basis for psychotherapeutic interventions with
older adults: An overview. Journal of Clinical Psychology, 55(8), 927-934.
Knight, B.G. & McCallum, T.J. (1998). Adapting psychotherapeutic practice for ol-
der clients: Implications of the contextual, cohort-based, maturity specific chal-
lenge model. Professional Psychology, 29, 15-22.
Knight, Bob G. (1992). Older adults in psychotherapy: Case histories. Newbury Park,
CA: Sage.
Knight, Bob G. & Poon, C. Y. M. (2008). Contextual Adult Life Span Theory for
Adapting Psychotherapy with Older Adults. J. Rat-Emo Cognitive-Behav Ther. 26:
232-249.
Luborsky, L., Singer, B., & Luborsky, L (1975). Comparative studies of psychothe-
rapies: is it true that “Everyone has won and all must have prizes”? Archives of
General Psychiatry, 32, 995-1008.
Neimeyer, R. A., Burke, L. A., Mackay, M. M., & Van Dyke Stringer, J. G. (2010). Grief
Therapy and the Reconstruction of Meaning: From Principles to Practice. Journal
of Contemporary Psychotherapy, 40(2), 73-83.
Pachana, N. A., Helmes, E. & Koder, D. (2006). Guidelines for the provision of
psychological services forolder adults. Australian Psychologist , 41, 15–22.
Saiger, G. M. (2001). Group psychotherapy with older adults. Psychiatry, 64(2), 132-145.
Sheldon, K. M., & Lyubomirsky, S. (2006). How to increase and sustain positive
emotion: The effects of expressing gratitude and visualizing best possible selves.
Journal of positive psychology, 1, 73-82.
Atitudes
Orientação 1: Os psicólogos são encorajados a trabalhar com adultos idosos den-
tro da esfera da sua competência e a procurar consultadoria ou a fazer referencia-
ção adequada quando apropriado.
Assuntos clínicos
Orientação 7: Os psicólogos devem esforçar-se por estarem familiarizados acerca
de mudanças cognitivas nos adultos idosos
Avaliação
Orientação 10: Os psicólogos esforçam-se por estar familiarizados com a teoria,
investigação e prática de vários métodos de avaliação de adultos idosos e conhe-
cedores de instrumentos de avaliação que sejam psicometricamente adaptados
para uso com eles.
Educação
Orientação 20: Os psicólogos são encorajados a aumentar o seu conhecimento,
compreensão e competências com respeito ao trabalho com adultos idosos atra-
vés de formação contínua, treino, supervisão e consulta.
111
Objetivos:
Demonstra competências para realizar uma revisão de literatura com vista à ela-
boração e avaliação de um programa de intervenção psicológica em idosos.
Objectivos:
Reconhecer as características distintivas da relação terapêutica com idosos.
Conteudos Programáticos:
1. Relação terapêutica com o idoso: especificidade de uma aliança eficaz
3. As orientações da APA
12.Aconselhamento na reforma
3.1.Prevenção
3.2.Avaliação e
2. Todas as pessoas são valiosas, não importando o quanto elas estão desorienta-
das.
3. Existe uma razão por detrás do comportamento das pessoas idosas desorien-
tadas.
7. Cada fase da vida tem tarefas especiais que devem ser cumpridas. A não realiza-
ção destas tarefas pode levar a problemas psicológicos.
8. Quando a memória recente falha, os idosos restauram o equilíbrio das suas vi-
das através da recuperação de memórias do passado.
Parte I (2 valores)
1. Assinale a opção correta. O modelo do processo dual de coping com o luto (Stroebe & Schutt):
d) Prevê que nos primeiros meses após a morte se verifica a orientação para a perda e que
nos meses seguintes se verifica a orientação para o restabelecimento
2. Assinale a opção correta. Relativamente ao processo de luto e aos modelos teóricos que o
conceptualizam:
a) A descrença e confusão são manifestações que não fazem parte do processo de luto normal
d) Um das vantagens dos modelos de fases ou estádios de luto é a sua adaptação a vários
contextos culturais
b) A trajetória mais comum do luto nos viúvos foi a denominado Luto/dor crónica
c) Verificou-se uma adaptação à viuvez mais fácil para quem tinha uma relação de casal com
menos conflitos
d) Verificou-se uma adaptação à viuvez mais fácil para os indivíduos que tinham maior de-
pendência afetiva e instrumental na relação de casal
e) Quando os cônjuges tinham sofrido mais antes da morte, os viúvos apresentavam menor
frequência de pensamentos intrusivos
4. Assinale a opção errada .O programa norte-americano “Widow to Widow” (De viúva para
viúva):
c) Foi um programa de intervenção em que viúvas há mais de 1 ano foram treinadas para
colaborarem com mulheres que tinham ficado viúvas recentemente
d) Foi um programa que se baseou na intervenção através da relação entre pares que passa-
ram pela experiência de viuvez
e) Um dos objetivos deste programa era facilitar o processo de transição através da mudança
de papéis (esposa, viúva, mulher).
Parte II (2 valores)
Parte IV (4 valores)
Manuel S. tem 84 anos e fez a 3ª classe. Sempre viveu na aldeia onde nasceu. Foi ali que
casou com Joaquina M., com quem criou quatro filho. A casa onde Manuel mora está em
condições de ser habitada, mas desde que Joaquina morreu (há aproximadamente um ano), a
manutenção da casa não é feita e as refeições de Manuel resumem-se a um copo de leite e um
pão com qualquer coisa que tiver à mão, ou a um caldo, à noite, quando não adormece antes
de comer, em frente da televisão.
Este facto preocupa os filhos de Manuel S. como os preocupa o pai já se ter esquecido uma vez
de desligar o fogão, ou ter deixado o aquecedor eléctrico ligado uma noite inteira, em frente
a jornais. Como residem todos longe, não podem dar ao pai o apoio de que ele necessita e que
gostariam. Além disso, a saúde de Manuel tem tido altos e baixos: a tensão tem estado alta,
surgiram algumas dificuldades para andar e vê cada vez pior, mesmo com os óculos que lhe
foram receitados na última consulta.
Assim, a família juntou-se e decidiu que o melhor era Manuel ir viver para uma estrutura
residencial, na vila mais próxima. E esta decisão foi tomada apesar de ele ter dito, por várias
vezes e de forma clara, que não quer sair da aldeia onde sempre viveu, nem da casa onde mo-
rou com Joaquina e onde viu crescer os filhos. “Quem dá depois comida ao gato?” – pergunta
ele, para mostrar a “impossibilidade” da proposta dos filhos…
Pouco tempo depois Manuel , a pedido da família, dá entrada no num Lar. Ao fim de 4 se-
manas o Sr. Manuel apresenta mais queixas físicas e muitas vezes não quer sair do quarto.
Qual deveria ser a abordagem inicial para com o Sr. Manuel por parte do técnico da institui-
ção? (forma/área de intervenção).
Recentemente o Sr. Manuel contatou uma Associação de apoio a vítimas (que viu num pro-
grama de TV). Como deveria reagir o técnico contactado?