Dto. Valores Mbiliários 2 PDF
Dto. Valores Mbiliários 2 PDF
Dto. Valores Mbiliários 2 PDF
" C L A S S IF IC A Ç Ã O
A especialização do Direito dos valores mobüiários tem levado à ção ao Direito bancário é fiuto da contiguidade institucional - prepon
expansão da sua área de atuação em detrimento do Direito bancário: a derância da dita banca universal - e regulatória -, havendo fortes áreas de
recondução do contrato de depósito de instrumentos financeiros ao uni contacto entre ambos os supervisores: Banco de Portugal e Comissão do
verso mobiliário é disso uma evidência^^l I Mercado de Valores Mobihários. Mas, curiosamente, é sempre possível
determinar o que pertence a cada um dos ramos jurídicos, bastando, para
isso, remeter para o Direito dos títulos de crédito as suas modalidades
84. D ireito dos títulos de crédito e D ireito dos valores m obüiários
clássicas e para o Direito bancário as situações bancárias.
Este exercício de circunscrição não é, no que ao Direito societário
Os títulos de crédito são tradicionalmente apresentados como precus-
respeita, tão fácil e imediato: a sobreposição é, acima de tudo, dogmá
sores dos valores mobiliários: numa fase embrionária, em que o conceito
tica, encontrando-se, no seu centro, a incontomável figura da sociedade
se encontrava ainda por preencher, o recurso ao conceito de título de cré
dito, conhecido e dominado pela Ciência Jurídica, apresentou-se como aberta^®*.
uma solução natural.
n. o legislador apresenta uma definição de sociedade aberta no
A recondução dos valores mobiliários ao universo dos títulos de cré
artigo 13.°do CVM: “sociedade com o capital aberto ao investimento do
dito é, ainda hoje, uma questão controvertida, havendo quem defenda,
púbhco”^®^. Na prática, são abertas todas as sociedades anónimas que
mesmo entre nós, a utilização da dicotomia título de crédito em sentido
tenham o seu capital disperso em bolsa.
estrito, conceito agregador das modalidades clássicas - cheque, letra e
Enquanto pessoas coletivas comerciais, as sociedades anónimas aber
hvrança -, e em sentido amplo, abrangendo os valores mobiliários.
tas encontram o seu espaço de regulação por excelência no Código das
Mesmo admitindo esta interpretação, que não consideramos provei
Sociedades Comerciais, quer na parte geral (Título I) quer na parte espe
tosa, 0 Direito dos títulos de crédito não se confunde com o Direito dos
cial correspondente (Título IV). Paralelamente, e ao contrário do que
valores mobihários: para além dos aspetos institucionais e regulatórios,
se verifica nas restantes sociedades, às participações sociais das socieda
em caso algum absorvíveis pelo primeiro ramo, a dogmática do Direito
des abertas correspondem instrumentos financeiros, o que determina a
dos títulos de crédito não tem densidade científica e prática que lhe pos-
recondução de todas as suas formas de transmissão ao conceito de situa
sibihte hdar com as mais simples situações mobüiárias, quer seja a emis
ção jurídica mobiliária.
são, a transmissão ou o depósito de valores mobihários.
Assim, é sem surpresa que a matéria das ofertas públicas de aquisição
Acresce que a emergência do novo conceito de instrumento finan
de ações, inicialmente tratada nos artigos 306.° e seguintes do CSC, tenha
ceiro veio pôr em causa a conceção dicotômica título de crédito em sen
transitado para o Código do Mercado de Valores Mobihários, primeiro,
tido estrito e em sentido amplo.
e, posteriormente, para o Código dos Valores Mobihários“^^®. Atente-se,
contudo, que já então, e sem negar a preponderância do sistema formal
85. D ireito das sociedades com erciais e D ireito dos valores m obi
liários
I. A proximidade entre o Direito dos valores mobihários e o Direito dos Menezes Cordeiro, D ireito das sociedades, II, 2.’ ed., Almedina, Coimbra, 2007, 254-255;
títulos de crédito é essencialmente de ordem histórica, enquanto a liga- Costa e Silva, D ireito, cit., IIO ss.
O conceito é concretizado nas alíneas a) a e).
Numa primeira fase, a matéria manteve-se dividida entre o CdMVM e o CSC, o que exigia
um esforço de conjugação. Apenas com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.°261/95, de 3 de
Seiler e Kniehase, Grundlagen des K apitalm arktrechts, cit., 1031. outubro, a problemática transitou, definitivamente, para o CVM.
210
211
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S § 21.“ C L A S S IF IC A Ç A O
na caracterização e catalogação jurídica, esta matéria era parte integrante ros, por natureza homogéneos e padronizados, ficando para o segundo os
do Direito dos valores mobiliários. negócios cujo conteúdo possa ser hvremente fixado pelas partes.
III. A separação entre o Direito das sociedades comerciais e o Direito II. O Direito dos contratos financeiros, nos moldes em que o conce
dos valores mobiliários é facilitada se colocarmos, na sua base, algumas bemos, consubstancia um ramo particularmente recente, com não mais
linhas mestras: de algumas décadas. Trata-se de uma área com contornos difusos e com
um preenchimento ainda por determinar, mas que almeja sistematizar
- apenas a matéria respeitante a sociedades abertas é passível de ser
os grandes contratos de financiamento - empréstimos sindicados, con
reconduzida ao universo mobiliário; sociedades por quotas, socieda
tratos derivados ou projectjinance -, marcados por uma forte ascendência
des em nome coletivo ou em comandita encontram o seu tratamento
da Common Law e pela preponderância dos contratos-quadro elaborados
natural no seio do Direito das sociedades. O elemento diferenciador
por associações privadas, compostas pelos grandes escritórios de advoga
é evidente: as participações sociais que compõem estas modalidades
dos e pelos players da banca de investimento mundial, pense-se na ISDA
societárias não podem ser descritas como valores mobiliários - desde
- International Swaps and Derivatives Association - ou na LMA - Loan Market
logo, por não serem transacionadas em mercados regulamentados;
- os aspetos relacionados com o funcionamento interno das socieda
Association. A comunhão de cláusulas e a utihzação de uma linguagem
técnico-jurídica padronizada favorece o desenvolvimento de uma parte
des abertas, como, por exemplo, os direitos e os deveres dos sócios e
geral, comum a todos estes contratos, que tenderá a assumir especifici
dos membros dos órgãos sociais são, por norma, parte integrante do
dades próprias em cada tipo contratual, em moldes em tudo próximos de
Direito das sociedades comerciais;
uma efetiva parte geral. A preponderância da Common Law na construção
- as questões com um impacto que extravase a simples relação interna
destes contratos exige um domínio do Direito contratual anglo-saxónico,
societária são disciplinadas pelo Direito dos valores mobiliários^^^
em especial inglês e nova-iorquino, sem o qual se tom a impossível entrar
A linha divisora, sempre ténue e por vezes nebulosa, encontra nas nos seus meandros^®^.
dicotomias participação social/valores mobihários e dimensão interna/
dimensão externa os seus elementos chave.
212 213
§22.“ CARACTERIZAÇÃO
1
II A recondução do Direito privado funda-se nas raízes históricas do
ramo jurídico e no facto de no seu núcleo encontrarmos relações estabe
lecidas entre sujeitos privados e não entre sujeitos privados e públicos ou
apenas entre sujeitos públicos.
214 215
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§22." CARACTERIZAÇÃO
Um simples confronto entre as matérias abrangidas pela Lei n.°8/74 da realidade que pretende regular: situações jurídicas mobihárias; o que
de 14 de janeiro, e o Código do Mercado dos Valores Mobiliários ou o determina um afastamento pontual, em face das soluções vigentes no
Código dos Valores Mobiliários é elucidativo do que se afirma. Direito comum^°°.
As transformações operadas a partir deste período e que se estendem a
outros ramos historicamente privatísticos, caso paradigmático do Direito
bancário ou do Direito dos seguros, podem ser apresentadas como uma 89. D ireito técnico
outra face, ainda por explorar, do novo paradigma da intervenção do
Todo o Direito é técnico, num duplo sentido: exige tanto um conheci
Estado moderno, que cada vez mais assume um papel de regulador das
relações privadas'*^®. mento dos regimes aplicados como das reahdades reguladas, incluindo,
evidentemente, o jargão sectorial. Nessa perspetiva, o Direito mobiliário
não se distingue do Direito da famíHa, do Direito do arrendamento ou
V Se a crescente intervenção do Estado no Direito dos valores
mesmo da mais abstrata Teoria geral do Direito civil.
mobiliários inviabiliza a sua recondução absoluta ao campo do Direito
Comum, também a afirmação de que se trata de uma simples manifesta A tecnicidade do Direito dos valores mobiliários não deve ser con
ção do Direito da Economia (Direito Público) não pode ser aceite, como fundida com autonomia jurídica - remetendo-se, assim, para o que se
já tivemos oportunidade de sublinhar. No núcleo do Direito dos valores disse no ponto anterior. O estudo do Direito mobiliário pressupõe um
mobiliários encontramos relações privadas. domínio prévio de Direito comum, pense-se no conceito de bem jurí
dico ou no funcionamento da responsabilidade civil, indispensáveis
para compreender as especificidades próprias deste ramo. É um erro
88. D ireito especial julgar que as respostas para o Direito mobiliário se encontram inteira
mente no seu seio.
O Direito dos valores mobiliários é Direito especial: Direito comercial O conhecimento da realidade regulada não deve ser confundido com
especial. um domínio preciso. Os juristas não são financeiros nem gestores, não
A especialidade do Direito mobiliário não se traduz numa autonomia lhes é exigida qualquer especialização nessas matérias. Aliás, a procura
estrutural ou independência conceituai, pelo contrário. O epíteto especial por uma perceção plena deve mesmo ser evitada, por duas razões: afasta
congrega duas ideias nucleares: (i) dependência fundacional em relação os juristas (incluindo advogados) das matérias que efetivamente devem
ao Direito comum; e (ii) particularização dos regimes próprios. controlar e potência a tentação do aconselhamento financeiro, com
O Direito dos valores mobiliários desenvolveu-se aos ombros de gigan consequências potencialmente gravosas: no limite, responsabilidade civil.
tes: Direito civil e Direito comercial, na sua dimensão privatística domi
nante, e Direito administrativo e Direito da Economia, na sua dimensão 90. D ireito fragm entário
regulatória. Mas não é, certamente. Direito comum, nem muito menos
se encontra refém das conceções civilísticas, no seu estado mais puro. As I. Ao apresentarmos o Direito dos valores mobihários como fragmen
especificidades do Direito dos valores mobiliários impõem o desenvol tário, temos em vista dois aspetos distintos: (i) fragmentação legislativa;
vimento de regimes próprios, preparados para responder às exigências e (ii) fragmentação material.
Vide, por todos: Marisa Apolinário, O Estado regulador: o novo p apel do Estado - análise da
perspectiva da evolução recente do D ireito adm inistrativo - o exemplo do sector da energia, Almedina,
°°Esta especificidade é comum ao Direito comercial e a todos os seus ramos especializados,
Coimbra, 2015.
cfr., Menezes Cordeiro, D ireito comercial, cit., 44.
216
217
§ 22.° C A R A C T E R IZ A Ç Ã O
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
II. A pulverização legislativa é uma marca dos nossos tempos. Esta de sucessivas renovações geracionais, mas não temos dúvidas que o con
realidade é transversal a todo o sistema, estendendo-se mesmo ao seu teúdo substantivo abarcado permite o aprofundamento que se vaticina.
núcleo: o Código de 66 não abarca hoje matérias que são centrais ao
estudo do Direito civil, pense-se na Lei Quadro das Fundações, na Leis
das Cláusulas Contratuais Gerais ou nos incontáveis diplomas rela 91. Direito comunitarizado
cionados com menores - adoção, prestação de alimentos ou guarda de
menores. Em alguns ramos e respetivos Códigos, caso paradigmático do I. A intervenção legislativa europeia assume hoje um papel central na
Direito comercial e do Código Veiga Beirão, os diplomas extravagantes evolução dos Direitos internos dos Estados Membros. O Direito do con
chegam a desempenhar um papel tão ou mais relevante, mesmo numa sumidor e o Direito da concorrência são dois claros exemplos de ramos
perspetiva sistemática - p. ex.: a Lei do Contrato de Agência assume o jurídicos que foram moldados pela ascendência comunitária. Também o
papel de Direito comum em face dos restantes contratos de distribuição. Direito dos valores mobiliários deverá ser incluído neste cada vez mais
No âmbito do Direito dos valores mobiliários, o CVM continua a ocu extenso grupo^“^
par um lugar fundacional, todavia, está longe de cobrir todas as matérias O impacto da intervenção europeia assume uma espantosa transver-
mobiliárias^“^ salidade. Desde o processo de emissão e de transmissão, passando pelos
deveres dos intermediários financeiros e pelas contraordenações e cri
III. A fragmentação não se resume à dispersão legislativa, estendendo- mes contra os mercados até aos conceitos de valor mobiliário e de instru
-se igualmente ao seu conteúdo. Não há, no Direito dos valores mobihá- mento financeiro. Todos estes aspetos são devedores do Direito Europeu.
rios, uma continuidade lógico-científica, como se verifica, por exemplo,
no Direito das sociedades comerciais ou no Direito da insolvência. Uma II. A ascendência comunitária tem caminhado num sentido hegemó
rápida leitura do índice do CVM é disso elucidativo; o diploma cobre nico. Atualmente, é possível afirmar que mais de 3/4 dos Direitos mobi
áreas tão distintas como a dos instrumentos financeiros, dos sujeitos liários internos têm uma origem europeia e com uma clara tendência
mobihários, das situações mobiliárias e dos crimes de mercado. para prosseguir nesse sentido^“^.
A medida que escrevemos estas linhas, torna-se cada vez mais evidente Certamente, que não poderá falar-se em unificação, pese embora a
que a natureza fragmentária do Direito dos valores mobiliários permite, tendência recente para as entidades europeias intervirem de forma
senão mesmo exige, uma compartimentação do seu conteúdo em gran direta, recorrendo aos cada vez mais comuns regulamentos mobiliá
des sub-ramos, sistematicamente ligados, é certo, mas autonomizáveis: rios^“^, mas é hoje evidente que os Direitos dos valores mobiliários inter
o Direito dos instrumentos financeiros (coisas); o Direito dos sujeitos nos se encontram a atravessar um intenso processo de harmonização que
mobiliários (pessoas); o Direito das situações mobiliárias (obrigações); o só será descontinuado com uma mudança drástica do paradigma comu
Direito mobiliário regulatório (administrativo ou Direito da economia); nitário europeu.
e Direito dos crimes do mercado (penal). O processo de harmonização mobiliária é gradual e constante. Mais
A juventude do ramo, a insuficiência da produção científica e a falta recentemente, o movimento foi objeto de um reforço substancial, com a
de espaço nos nossos cursos de hcenciatura travam, por ora, um reco
nhecimento desta multiplicação de Direitos mobiliários. A nossa Ciência
Ponto 33.
é lenta e ponderada, as mudanças raramente são radicais e dependem
Seiler/Kniehase, Schim ansky, cit., 1034: falam em 80%.
S04
A unificação formal e plena é hoje uma solução ultrapassada, salvo casos excecionais e pon
tuais, em face da rigidez que acarreta. Veja-se o interessante e sucinto artigo de Marc Angel,
' Ponto 54. From the U nification o f L aw to its H arm onization, 51 Tul L Rev, 1976,108-117.
219
218
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S § 22.» C A R A C T E R IZ A Ç Ã O
criação, há muito desejada por amplos sectores, da ESMA - autoridade não é credível nem desejável que este processo venha a abarcar todo o
de supervisão europeia para o sector®“^. Direito dos valores mobihários: desde logo por imphcar uma completa
uniformização dos sistemas jurídicos europeus.
in.
Ao analisar o movimento de harmonização dos Direitos mobihá-
rios europeus somos sistematicamente confrontados com duas grandes IV. As diferenças substantivas entre os Direitos mobihários europeus
questões: (i) quais os próximos passos?; e (ii) irá a harmonização desa são mais acentuadas do que usuahnente gostamos de admitir, mesmo
guar numa efetiva unificação? A primeira pergunta centra-se num futuro dentro do Direito dos valores mobihários: pense-se no caso de escola dos
próximo, ficando, para a segunda, o destino longínquo e, como tal, mais organismos de investimento coletivo e na multiphcidade das soluções
incerto e imprevisível. encontradas intemamente^®^. Estas diferenças refletem as especificida
Os estudos patrocinados pelas entidades europeias, em especial pela des de cada ordenamento juridico interno.
Comissão^“®, são perentórios: só é possível criar um mercado único de É precisamente porque no seio da União Europeia coexistem 28
instrumentos financeiros com um maior grau de harmonização legisla Direitos distintos que a uniformização do Direito dos valores mobihá
tiva. As falhas na transposição interna das diretrizes, bem como o dife rios, englobando todas as suas dimensões, só será possível mediante uma
rente ritmo da sua adoção^“'’, críticas sublinhadas em todos esses docu uniformização plena e transversal, com o consequente desaparecimento
mentos, têm estimulado a substituição das diretrizes pelos regulamentos. dos Direitos mtemos. Em abstrato, até podemos admitir um cenário de
Este panorama é já hoje uma realidade (por exemplo: Regulamento (CE) unificação do Direito regulatório, mas nunca do Direito privado: seria
n.° 1060/2009, de 17 de novembro, relativo às agências de notação de necessário alterar, de forma radical, o núcleo de todos os ordenamentos -
risco; Regulamento (UE) n.°236/2012, de 14 de março, relativo às vendas grosso modo, os três primeiros Livros do nosso Código Civil, bem como os
a descoberto e a certos aspetos dos swaps de risco de incumprimento e Direitos especiais relevantes: Direito comercial e Direito das sociedades
Regulamento (UE) n.°648/2012, de 4 de julho, relativo aos derivados de comerciais.
balcão). Mas vamos reconhecer, por mero exercício académico, que esse cená
Embora se reconheça a necessidade de uniformizar alguns regimes, rio é possível: seria desejável ou sequer necessário? Não. Os Direitos
sob pena de o mercado único europeu se tornar uma simples miragem“ ^ refletem as especificidades históricas, sociais e culturais de uma determi
nada comunidade e não podem evidentemente ser ignoradas. O período
que hoje vivemos permite ver esta conceção, espantosamente descrita
Lucas Henrique e Matteo Gatti, Is There a Uniform E U Securities L aw A fter the F in an cial Ser
como ultrapassada, em ação. A crise financeira afetou os países europeus
vices A ction P lan?, 14 Stan JL Bus Fin, 2008, 43-82; os Autores expressaram sérias dúvidas
quanto ao processo de harmonização, precisamente pela ausência de uma entidade de super de forma distinta, sendo natural que as medidas legislativas tomadas tam
visão supranacional. Veja-se, ainda, com idênticas considerações: Eric J. Pan, H arm onization o f bém o tenham sido^^°. A unificação legislativa não pode atender apenas
U S-EU Securities R egulation: The Casefo r a Single European Securities R egulation, 34 Law & Pol’y às supostas vantagens pohticas que acarreta: as reahdades e os contextos
Int’l Bus, 2003, 499-536 e Robert S. Karmel, The Casefo r a European Securities Commission, 38
Colum J Transnat’l L, 1999, 9-43: sublinha a importância da SEC no desenvolvimento de um
efetivo mercado estado-unidense de valores mobiliários.
506 ^ g o
Zeynep Ozkok, F in an cial H arm onization and In d u strial G row th: Evidence from Europe, 2012,
(Net): o Autor defende que o desfasamento temporal na transposição das diretrizes, para as Dirk A. Zetzsche, Prinzipien der kollektiven Vermögensanlage, Mohr Siebeck, Munique, 2015:
respetivas ordens internas, tem um significativo impacto negativo para os Estados Membros o Autor chega, precisamente, a esta conclusão.
que optam por uma célere transposição. Emiliano Grossman e Patrick Keblond, European F in an cial Integration: F in ally the G reat Leap
Derek Takehara, F in an cial Reform in the European Union: E stablishing the Common Technical Forw ard, 49 JCMS, 2011,413-435: os Autores defendem que a crise afastou, em alguns pontos
Rulebook, 26 Glo Bus & Develop LJ, 2013,531-553. concretos, os Direitos internos dos Estados Membros.
220 221
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
222
223
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S § 2 3 .” C O N C E IT O S M O B IL IÁ R IO S N U C L E A R E S
txês grandes conceitos que atravessam todo o Direito dos valores mobi jurídico oficial, estatuto que lhe advém , desde logo, da sua utiHzáção no
liários, moldando o seu conteúdo, a sua aprendizagem e transmissão de Código C ivil de 66 (artigos 202.° ss)^^®.
conhecimentos: (i) bens mobiliários; (ii) situações mobiliárias; e (iii) fac A oficialidade da expressão coisa é acompanhada de uma tendência para
tos mobiliários. utilizar a locução bem como sinónimo - a elegância da escrita lusitana,
pouco favorável ao emprego repetitivo de palavras, a isso ajuda.
Esta correspondência linguística não impediu que cada um dos ter
93. Bens, situações e factos m obiliários mos assumisse, paulatinamente, contornos próprios, promovendo, deste
modo, uma certa repartição conceituai, reconduzível aos seguintes ter
I. O preenchimento dos conceitos de bem mobiliário e de situação mos gerais: para o termo coisa ficam as coisas corpóreas ou materiais e
jurídica mobiliária remete-nos, inevitavelmente, para a discussão em para o termo bem as coisas incorpóreas ou imateriais. Não se trata, cer
torno da natureza jurídica dos valores mobiliários e dos restantes instru tamente, de um dogma jurídico, o próprio Código Civil utiliza o termo
mentos financeiros^^^: são coisas ou situações? E, sendo situações jurí bens imóveis (p. ex.: artigo 39.°/4), necessariamente coisas corpóreas, e
dicas, devem ser reconduzidas ao universo dos direitos de crédito, dos o Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos, apresenta as obras
direitos reais ou dos ainda imprecisos direitos reificados^’^“^? como coisas iacorpóreas (p. ex.: artigo 10.°/1).
O esclarecimento destas matérias, que apenas pode ser alcançado Se o emprego indiferenciado das locuções se apresenta aceitável na
mediante o acompanhamento de uma análise dos diferentes regimes dos maioria das situações, a comunidade jurídica tende a excluir o emprego
instrumentos financeiros, extravasa os propósitos deste primeiro livro; da expressão coisa de áreas muito específicas: a vida, a imagem, a integri
todavia, importa esclarecer o que se entende por bem mobiliário, situa dade moral e restantes bens de personalidade não são coisas, são bens;
ção mobiliária e facto mobiliário. também a prestação, no âmbito de um mandato, é descrito como bem e
não como coisa®^^.
II. No seio da Ciência Jurídica nacional, é tradição antiga, que remonta, Em face desta dicotomia, e atendendo ao conteúdo das situações jurí
mais modernamente, aos textos de Pascoal de Melo, recorrer-se à expres dicas mobiliárias, de seguida esclarecidas, é evidente que o termo mais
são coisa, do latim res. O termo bem, particularmente difundido com a sua correto será o de bem mobihário e não o de coisa mobihária; basta, para
positivação no Código Napoleónico, não logrou, pese embora a natural 0 efeito, atender às obrigações, enquanto valores mobiliários creditícios;
ascendência francesa ao longo de todo o período de Seabra, impor-se por assumindo o pagamento periódico de juros e a entrega do capital a fun
substituição^^^. A locução ‘coisa’ pode, assim, ser descrita como o termo ção de bem (prestações) da relação estabelecida entre o emitente e os
obrigacionistas.
224 225
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§23.° CONCEITOS MOBILIÁRIOS NUCLEARES
também, o próprio documento, escriturai ou titulado, que representa [,• V. A abstração da discussão é facilitada se for acompanhada de alguns
posição jurídica. Dito de outra forma: o documento, escriturai ou tim! (exemplos elucidativos^^^:
lado, representativo da posição jurídica de acionista ou de obrigacionista
é apenas parte do respetivo valor mobiliário; este, enquanto bem que 1. A, comprador, e B, vendedor, celebram um contrato de compra e
e, engloba todas as prestações inerentes à posição ocupada pelo titular fvenda, sobre o imóvel X.
O facto de uma determinada situação jurídica ser representada num
documento - recorrendo ao disposto no artigo 362.° do - não ' [] bem: imóvel X;
[] situação jurídica do A: direito a exigir a entrega da coisa + dever de
juridicamente indiferente, alterando tanto o conteúdo da situação - que
passa a poder ser negociado em mercado regulamentado - como o do pagar o preço;
[] situação jurídica do B: direito a exigir o pagamento do preço + dever
própno bem subjacente - que passa a incorporar o documento represem
tativo, para além de todas as novas prestações inerentes à representação de entregar a coisa.
226
227
D IR E IT O DO S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
229
DIREITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS
230
231
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§24.» INTERPRETAÇÃO
A Comissão Ferreira de Almeida deixou-nos um volume de trabalhos V. o Direito português é classicamente permeável à ascendência jurí
preparatórios, o que evidentemente se saúda. Todavia, o seu conteúdo dica externa, notavelmente por parte da Ciência Jurídica alemã, com uma
fica aquém do desejado, não consubstanciando propriamente trabalhos sensível viragem anglo-saxórdca.
preparatórios, no sentido mais próprio do termo: recordem-se os monu O peso do Direito comparado assume um papel indiscutível no nosso
mentais estudos de Vaz Serra, na elaboração do Código Civil de 66. Direito dos valores mobiliários, em face da comunitarização operada,
Também aqui o seu interesse circunscreve-se, essencialmente, à que tende a aproximar e a harmonizar os Direitos internos dos Estados
caracterização do Direito dos valores mobiliários. Membros^^®.
A Ciência Jurídica moderna não vale só por si. O facto de uma teoria
IV. O legislador é uma persona. Não existe efetivamente, é uma mera surgir em língua inglesa ou alemã não é um fator de imediata valorização.
ficção; contudo, sabe-se quem foi o autor material da Lei, pergunta-se- Tudo depende da sua adequação à realidade jurídica nacional.
que peso deverá ser atribuído à sua interpretação? Como exemplo de O interesse do Direito comparado mobihárío reside, em grande
escola, refira-se o Código Civil Anotado, de Pires de Lima/Antunes Varela. medida, nas decisões jurisprudenciais produzidas: a proximidade dos
Em relação ao CVM“ ^ são conhecidos os nomes que compunham a regimes e a necessária harmonização imposta pela denominada interpre
comissão responsável, bem como a divisão interna do trabalhosas. tação conforme as diretrizes assim o exigem^^^, em especial num orde
- Carlos Ferreira de Almeida, Amadeu Ferreira e Paulo Câmara: Capí namento português em que os acórdãos mobfiiários são manifestamente
tulos I e II do Título I; escassos. A XI secção civil {XI. Zivilsenai) do Supremo Tribunal alemão
- Amadeu Ferreira: Decreto-Lei preambular; Capítulo V do Título I; (Bundesgerichtshof), dedicada ao Direito bancário e ao Direito dos valores
Títulos II, rV, V, VI e VII, Secção I do Capítulo II do Título VIII e, mobihários merece um lugar de destaque.
ainda. Estatuto das sociedades gestoras de mercados e Estatuto da
CMVM;
- Paulo Câmara: Capítulos III e IV do Título I e Título III; 97. Elem ento sistem ático
- Frederico da Costa Pinto: Título VIII, salvo Secção I do Capítulo II.
I. O elemento sistemático recorda-nos que nenhum preceito existe
Tendo a revisão final do texto ficado a cargo de Carlos Ferreira de isolada ou autonomamente, antes surgindo integrado num ordenamento
Almeida, Amadeu Ferreha e Paulo Câmara. concreto: é moldado por outros regimes e por preceitos próximos; os ter
Ora, tendo estes Autores se pronunciado sobre os regimes que os mos e conceitos aí empregues assumem um preenchimento transversal,
responsabilizam, até que ponto as respetivas interpretações vinculam o com contornos científicos definidos; e a unidade do sistema sustenta-se
aplicador? A resposta é necessariamente negativa. As posições manifes numa conceção jurídico-dogmática que molda todas as normas, desde a
tadas têm um peso meramente subjetivo. Valem na medida da sua coe sua elaboração até à sua interpretação.
rência científica, à luz do método interpretativo positivado no artigo 9° Com propósitos meramente expositivos, é possível identificar quatro
do Código Civil. níveis, no que ao elemento sistemático respeita: (i) preceito; (ii) regime
jurídico; (iii) ramo jurídico; e (iv) sistema. Trata-se de mm processo
móvel, em que o peso de cada componente surge associado à concreta
reahdade normativa. Vejamos um exemplo particularmente elucidativo.
232
233
d ir e it o d o s v a l o r e s m o b il iá r io s
§24.° INTERPRETAÇÃO 1
II. De acordo com o disposto no artigo 304.° /!; estava regulado, tomando como pressupostos os regimes gerais já
consagrados no direito privado (civil e societário), no direito adminis
Os mtermediários financeiros devem orientar a sua atividade no trativo, no direito penal e de mera ordenação social.
sentido da proteção dos legítimos interesses dos seus cHentes e da efí
ciência do mercado.
98. Elem ento teleológico
No preenchimento da obrigação genérica “proteção dos legítimos
mteresses dos cHentes”, e ao nível da primeira componente, devemos I. Qualquer norma jurídica, independentemente da sua origem -
atender: (i) ao contrapeso operado pela proteção da eficiência do mer positiva, jurisprudencial ou costumeira -, tem uma razão que a sustenta
cado, previsto no mesmo número; e (ü) aos deveres gerais que moldam oü um propósito que visa alcançar. Identificada essa ratio, a interpretação
a posição jundica do intermediário, elencados no número seguinte: “os toma-se, em princípio, mais acessível e direta. Mas a experiência mostra-
mtermedianos financeiros devem observar os ditames da boa-fé de -nos algo diferente: o elemento teleológico, conquanto decisivo na iden
acordo com elevados padrões de dÜigência, lealdade e transparência”. tificação das linhas gerais de um determinado preceito ou regime, é de
or sua vez, a materiaHzação destes deveres gerais só é possível se pouca utilidade na resolução de querelas mais profimdas, relacionadas
atendermos ao próprio regime jurídico dos intermediários financeiros- com questões ditas de pormenor e que em nada afetam as respetivas tra
de outro modo, o preenchimento, por exemplo, da expressão “elevados ves mestras jurídico-sociais.
pa^oes de diligencia” toma-se um exercício puramente abstrato, desH-
fo ^ a Íç ^ ^ efetivamente se espera de alguém que ocupa essa posição de II. A funcionahzação que caracteriza o Direito dos valores mobiliá
rios®^® molda a própria interpretação dos preceitos que o compõem. Qual
No ambito do terceiro nível, a nossa atenção deve focar-se nas especi- quer preenchimento deve ter em consideração os princípios mobiliários,
cidades do ramo jurídico em questão: a concretização dos deveres fidu- nomeadamente: a transparência, a integridade do mercado e a confiança
cianos dos intermediários financeiros irá refletir a fúndonaHzação carac que sustenta as relações mobihárias. Em caso de dúvida, o intérprete-
terística no nosso Direito mobihário. -apHcador deverá interpretar no sentido que melhor os potencie, isolada
É no campo da mterpretação que a ideia de sistema se tom a mais per e conjuntamente.
cetível: pense-se no caso paradigmático da boa-fé. Ao exigir que o inter
mediário financeiro observe os “ditames da boa-fé”, o legislador está a
recorrer a toda a carga histórica e cultural que rodeia o instituto; o seu 99. Interpretação eonform e com as diretrizes
proposito é dehberadamente esse: visa-se um aproveitamento de concei
tos e de métodos com méritos reconhecidamente comprovados. I. O primado do Direito europeu e a ascendência comunitária no
A relevancia atribuída ao elemento sistemático e às vantagens daí âmbito do Direito dos valores mobiliários internos justificam uma incur
decorrentes e assumida e reconhecida pelos autores materiais do Código: são por um dos núcleos em maior crescimento®^® da pujante metodologia
atente-se na esclarecedora passagem do preâmbulo do CVM que ora se
transcreve:
234
235
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S § 2 4 .“ IN T E R P R E T A Ç Ã O
jxmdica comumtária®^®: o denominado princípio da interpretação con [A]Oaplicar o direito nacional, quer se trate de disposições anterio
forme com as diretrizes^^^ res ou posteriores à directiva, o órgão jurisdicional nacional chamado
O princípio da interpretação conforme merece uma especial atenção a interpretá-lo é obrigado a fazê-lo, na medida do possível, à luz do
em ramos que se revestem de especial complexidade técnica e jurídica, texto e da finalidade da directiva.
como é o caso do Direito bancário ou do Direito dos valores mobiliários!
A transposição de diretrizes nestas áreas nem sempre é feita correta Mais recentemente, o Tribunal de Justiça veio elucidar, no acórdão
mente, pense-se nas dúvidas que a transposição da Diretriz da Resolução Pfeiffer^^, que a interpretação conforme não se encontra circunscrita ao
tem suscitado. conteúdo da diretriz, transposta ou não transposta, aphcando-se, ainda, a
todo o Direito nacionaP^^:
II. As bases do princípio da interpretação conforme, também denomi
nado de efeito indireto das diretrizes (expressão propagada pela Ciência Quando ao órgão jurisdicional nacional seja submetido um htígio
Jurídica anglo-saxónica), foram lançadas pelo então Tribunal de Justiça que envolva exclusivamente particulares, o mesmo é obrigado, ao aph-
das Comunidades Europeias, no célebre acórdão Von Colson etKamann^^^, car as disposições de direito mtemo adoptadas para transpor as obri
datado de 1984. Confrontado com a transposição de uma diretriz em gações previstas na directiva, a tomar em consideração todo o direito
moldes que não correspondiam aos propósitos do diploma comunitário, nacional e a interpretá-lo, na medida no possível, à luz do texto e da
decidiu 0 Tribunal que; final dessa directiva, para alcançar uma solução conforme ao resultado
por ela pretendido.
Compete ao órgão jurisdicional nacional dar à lei adotada para
aplicação da diretriz, em toda a medida em que o Direito nacional lhe III. O crescente campo de aphcação da construção tem sido contra
concede uma margem de apreciação, uma interpretação e uma apHca- balançado com a inclusão de delimitações com propósitos de circunscri
ção conforme as exigências do Direito comunitário^^^. ção. Às hmitações de índole geraP^® acrescentam-se duas específicas; (i)
a proibição de interpretações contrárias aos Direitos nacionais; e (ii) a
Seis anos volvidos, o Tribunal de Justiça, no acórdão Marleasin^^, obrigação de respeitar os prazos de transposição das diretrizes.
volta a ter uma oportunidade para esclarecer o campo de aplicação da
construção, ampliando-o. Confrontado com uma dissonância entre o dis IV. No caso Pupino^^^-^*°, datado de 2003, o Tribunal de Justiça decidiu
posto num artigo do Código Civil espanhol e o conteúdo de uma dire que o princípio da interpretação conforme as diretrizes cessava quando a
triz ainda não transposta, o Tribunal de Justiça sustenta a prevalência do solução imposta pelo Direito europeu fosse contrária ao Direito nacional,
Direito comumtário, apesar de a transposição ainda não ter tido lugar^^^: representando, na prática, uma interpretação contra legem ou uma inter
pretação ab-rogante^^^;
Clemens Höpfiier e Bernd Rüthers, G rundlagen einer europäischen M ethodenlehre, 209 AcP,
2009,1-36.
TJE n.» C-397/01 a C-403/01,5-out.-2004.
Domingues, TJE n.°C-282/10,24-jan.-2012: apanhado geral do panorama hoje vigente; vide Conclusão 3.
considerandos 24 e seguintes. S38
Im pact, TJE n.°C-268/06,15-abr.-2008, considerando 100: princípios gerais, caso da não
TJE n.“ 14/83,10-abr.-1984.
retroatividade.
Conclusões 3. Segue-se de perto a tradução de Miguel Moura e Silva, D ireito com unitário I: TJE n.°C-105/03,16-jun.-2005,
jurisprudência, questões e notas. Tomo I, AAFDL, Lisboa, 2002 (= 2000), 239. Veja-se a anotação de Christian HiUgruber, E uG H , 1 6 .6 .2 0 0 5 - C -105/3M aria Pupino. Uni
“ “ TJE n.°C-106/89,13-nov.-1990.
onsrecht und nationales Recht - der F a ll Pupino, 60 JZ, 2005,838-844.
Considerando 8.
Considerando 47.
236 237
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
239
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S § 25.° IN T R O D U Ç Ã O ■“ 1
mente, para o campo do Direito da economia. Nesta perspetiva, busca-se Objectives and Principles o f Securities Regulation, identifica três objetivos ou
uma resposta para a seguinte questão: que pretende o Estado acautelar, funções primordiais®®“:
quando decide intervir no universo mobiliário?
Atendendo ao disposto no artigo 358.°, seriam cinco, esses funda - Protecting investors;
mentos®^®: - Ensuring that markets arefair, efficient and transparent;
a) Proteção dos investidores;
- Reducing systemic risk.
b) Eficiência e regularidade de funcionamento dos mercados de ins m. Não acompanhamos esta visão. Certamente que a prevenção de
trumentos financeiros; riscos sistémicos assume um lugar de destaque, tanto no edifício regula-
c) Controlo da informação; tório financeiro - banca, bolsa e seguros -, como na intervenção de todas
d) Prevenção do risco sistémico; as entidades de supervisão, incluindo, consequentemente, a CMVM.
e) Prevenção e repressão das atuações contrárias à lei ou a regula A importância do tema saiu mesmo reforçada com a crise financeira ini
mento. ciada em 2007®®\ Todavia, trabalhamos com objetivos estruturalmente
distintos. Cumpre distinguir as funções gerais e transversais das funções
Esta lista é tradicionalmente resumida em dois grandes princípios: (i) sectoriais, independentemente da sua relevância.
a eficiência dos mercados; e (ti) a proteção dos investidores®^^. Alguns A proteção dos investidores e a eficiência do mercado moldam o tecido
autores defendem a autonomização da prevenção do risco sistémico, mobiliário em todas as suas vertentes, enquanto o acautelamento de ris
enquanto terceira função do Direito dos valores mobiliários®^®. Esta cos sistémicos tem um campo necessariamente circunscrito, centrado
fiincionalização tripartida tem sido especialmente divulgada pela Inter em aspetos essencialmente institucionais. A densificação dos deveres dos
national Organization of Securities Commission^'^^, que, nos seus célebres sujeitos mobiliários ativos - emitentes, intermediários financeiros, audi
tores externos ou agências de notação de risco - é disso uma evidência.
Atente-se ao disposto no artigo 304.° /l:
A alíneaf) independência perante quaisquer entidades sujeitas ou não à sua supervisão
- respeita à autonomia da CMVM e não aos fundamentos da sua existência. Os intermediários financeiros devem orientar a sua atividade no
Esta visão dicotômica, seguida, sem especiais opositores, pelas Ciência Jurídica alemã,
sentido da proteção dos legítimos interesses dos seus clientes e da efi
remonta aos primeiros textos mobiliários modernos de Hopt e de Schwark. A título mera
mente exemplificatívo, veja-se: Seiler/Kniehase, Schim ansky, cit., Rn. 85 e Quids, K iim pel/W ittig, ciência do mercado.
cit., 1826 ss; Buck-Heeb, K apitalm arktrecht, cit., 3; Christian Bumke, Regulierung am B eispiel der
K apitalm ärkte em K apitalm arktgesetzgebung im Europäischen B innenm arkt, coordenação de Klaus As exigências relacionadas com a informação a inserir nos prospetos
Hopt, Rüdiger Veil e Jörn Axel Kämmerer, Mohr Siebeck, Tubinga, 2008,107-141,118. de investimento são igualmente esclarecedoras: pretende-se um mercado
Entre nós: Paulo Câmara, M anual, cit., 31. Anita I. Anand, k Systemic R isk R elevant to Securi eficiente, ao mesmo tempo que se acautela a posição dos investidores.
ties Regulation?, 60 U Toronto LJ, 2010,941-981: aceita-se a argumentação da Autora: os riscos
de uma crise sistémica exigem alterações legislativas e a renovação do modelo de supervisão,
nomeadamente no que respeita à integração da supervisão sectorial e à regulação dos produ “ “ UtUizámos a versão de junho de 2010.
tos híbridos; todavia, isso não basta para incluir o combate aos riscos sistémicos no leque de Veja-se o esclarecedor discurso de Ben Bemanke, à época presidente da Reserva Federal,
funções transversais do Direito dos valores mobiliários. proferido a 10 de março de 2009, no Council on Foreign R elations. F in an cial Reform to Address
A . A. Sommer, Jr., IO SCO : Its M ission and Achievem ent, 17 Nw J IntT L & Bus, 1996, lS-29; Systemic R isk (Net). Steven L. Schwarcz, M arkets, Systemic R isk, and the Subprim e M ortgage Crisis,
David Zaring, International L aw by O ther M eans: The T w ilight Existence o f International F in an cial 61 SMU L Rev, 2009, 209- 217. John C. Coffee, Jr., The P olitical Economy o f D odd-Frank: W hy
Regulatory O rganizations, 33 Tex Int’ L J, 1998, 281-330, 292 ss; Birgit Rost, D ie H erausbildung F in an cial Reform Tends to Be Frustrated and Systemic R isk Perpetuated, 97 Cornell L Rev, 2012,
transnationalen W irtschaftsrechts a u f dem Gebiet der internationalen Finanz- und K apitalm ärkte, 1019-1082: revela um enorme ceticismo quanto ao sucesso das medidas legislativas introduzi
BWV, Berhm, 2007,137 ss.
das no pós-crise, tendo em vista uma diminuição dos riscos sistémicos.
240
241
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§ 25.» IN T R O D U Ç Ã O
242
243
..Ml
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S §25,- INTRODUÇÃO
Por muito correto, do ponto de vista económico, que este raciocínio das suas poupanças e, por outro lado, possibilita a capitalização de novos
seja, é juridicamente insuficiente: a determinação da eficiência ou da não ou renovados projetos financeiros que de outra forma dificilmente iriam
eficiência do mercado corresponde a um mero dado estatístico, sendo passar de uma simples aspiração.
que ao Direito, mesmo admitindo que o resultado final não seja indi A opção de investimento irá assentar, em última análise, numa simples
ferente, importa, primordialmente, atentar aos meios disponibilizados comparação entre o risco de cada projeto e o retomo prometido: aquele
para alcançar essa eficiência, ou seja, os regimes jurídicos positivados. que se mostrar mais vantajoso irá granjear o apoio do mercado^°.
Tendo em vista uma sistematização do princípio da integridade do
mercado, enquanto função primordial do Direito mobiliário, a doutrina IV. Finalmente, por intermédio da eficiência operacional visa-se uma
alemã propõe, tradicionalmente, a seguinte divisão tripartida: (i) eficiên diminuição dos custos associados a todo o processo, tanto do lado da
cia institucional; (ii) eficiência alocativa; e (iii) eficiência operacionaP^®. oferta como do lado da procura. O aumento dos custos desencadeia um
efeito dominó, encarecendo os bens transacionados e espoletando o risco
II. A eficiência institucional respeita ao acesso ao mercado, tanto por do investimento. Na prática, desincentiva a procura e dificulta a coloca
parte dos emitentes, como dos investidores. Pode, assim, ser apresentada ção dos bens nos termos pretendidos pelo emitente.
como o pressuposto-base da própria existência do mercado. A eficiência operacional é alcançada, em teoria, através de uma redu
Não é concebível um mercado eficiente em que os emitentes não con ção dos custos de emissão dos instmmentos financeiros, em todas as suas
sigam emitir valores mobiliários ou em que os putativos investidores não complexas variáveis, e de uma redução dos custos de investimento, quer
tenham acesso a esses mesmos instrumentos. sejam custos diretos - caso paradigmático das comissões cobradas pelos
A determinação da eficiência ou da não eficiência institucional do intermediários financeiros -, quer sejam custos indiretos - pense-se na
mercado passa por uma simples e objetiva análise à quantidade de sujei facilidade ou dificuldade em reunir informação fidedigna sobre um dado
tos emitentes e à liquidez dos valores mobiliários transacionados. instrumento ou emitente. A liquidez do mercado atua como um fator
decisivo na diminuição dos custos das operações®®!
III. A eficiência alocativa assenta numa maximização do jogo da oferta
e da procura. Um mercado será eficiente quando, em cada momento, os
investidores sejam direcionados para os emitentes com maiores necessi 102. A teoria do m ercado eficiente e a econom ia com portam ental
dades de capital. De certo modo, a eficiência alocativa incorpora a razão
da própria existência dos mercados financeiros: a transferência do capital I. Partindo do pressuposto de que os valores dos bens transacionados
poupado para a esfera jurídica dos empreendedores com liquidez insufi no mercado são diretamente determinados pela informação disponível,
ciente para prosseguir as suas atividades económicas individualmente^®^. parte da doutrina económica®®^, especialmente influenciada pelo estu-
A eficiência alocativa é duplamente benéfica: por um lado, permite
aos investidores apostarem em instrumentos mais propícios à valorização
Benicke, W ertpapierverm õgensverwaltung, cit., 76.
Zohan Goshen e Gideon Parchmovsky, On Insider Trading, M arkets and “N egative" Property
558 Markus Lenenbach, K apitalm arktrecht und Börsenrecht, RWS, Colónia, 2002, 18 ss; Veil, Rights in Inform ation, 87 Va L Rev, 2001,1229-1277,1244 ss.
Rechtsentwicklung, cit., 24 ss; Nikolai Vokuhl, K apitalm arktrechtlicher Anlegerschutz und K ap i As origens da teoria são ancestrais. Fama apenas lhe concedeu uma consistência econó
talerhaltung in der A ktiengesellschaft, Nomos, BerUm, 2007,179 ss; Christiane Wählers, P rivate mica e teórica até então não alcançada: Martin Sewell, H istory o f the Efficient M arket H ypothesis,
Selbstregulierung am B eispiel des K apitalm arktrechts: Vorteile, N achteil, Optimierung, V&R, Gotinga, 20 janeiro de 2011, Research Note UCL RN /11/04 (Net). Para um apanhado da evolução con
2011,77 ss. temporânea, vide, Lawrence A. Cunningham, From Random W alks to Chaotic Crashes: The L inear
Christoph Benicke, W ertpapierverm ögensverwaltung, Beck, Munique, 2006,75 ss. Genealogy o f the Efficient C ap ital M arket Hypothesis, 62 Geo Wash L Rev, 1994,546-608.
244 245
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
dos de Eugene veio sustentar a.constante e perfeita eficiência II. A suposta intrínseca correlação entre a informação pública e o com
§ 2S." IN T R O D U Ç Ã O
1
dos mercados. O raciocínio sufragado, de fácil compreensão, assenta na portamento dos mercados (eficiência semi-forte) tem sido recentemente
seguinte ideia mestra: sendo a nova informação incorporada pelo mer objeto de fortes críticas. No núcleo desta contestação encontramos a
cado assim que seja tomada pública, então os preços dos bens transacio hehavioral economics e, mais especificamente, a behavioralfinanceff’^^. Esta
nados irão refletir, em cada preciso momento, todos os dados conhecidos. nova escola de pensamento®^® estuda o impacto de fatores sociais, psico
A lu ï desta premissa, concluem os defensores da construção, o mercado lógicos ou emotivos nos comportamentos económicos. Na sua essência,
só poderá ser descrito como intrinsecamente eficiente - eficient-market o ramo da economia comportamental coloca-se nos antípodas na escola
hypothesi^^^. de Fama. Para os defensores da eficiência intrínseca do mercado, a análise
A teoria de Fama reconhece a coexistência de três graus de eficiência: do comportamento dos investidores assenta em pressupostos puramente
(i) a eficiência fraca: o mercado apenas valoriza a evolução das cotações; racionais. Já para a escola comportamental, a irracionalidade, enquanto
os investimentos são feitos com base no histórico dos valores mobiliá característica indissociável do ser humano, é necessariamente extensível
rios transacionados; (ii) a eficiência semi-forte: o mercado incorpora ao funcionamento dos mercados financeiros.
toda a informação disponível; a opção por um determinado investimento A irracionalidade dos mercados, sem conotações pejorativas, reflete-
depende dos elementos públicos conhecidos; e (iii) a eficiência forte: o -se, por exemplo®^^:
mercado incorpora toda a informação pública e não-pública; neste cená
- Na excessiva confiança na evolução dos títulos adquiridos, por parte
rio, a informação dita privilegiada pode ser livremente utilizada pelos
de cada investidor individualmente (endowment effectsy^'^;
investidores^®®. Excluída esta última dimensão, por manifesta contrarie
dade em face da realidade vigente na maioria dos sistemas financeiros -
criminahzação do uso de informação privilegiada®®^ -, resta-nos a eficiên Andrei Shleifer, Inefficient M arkets: A n Introduction to B ehavioral Finance, OUP, Oxford, 2000
cia fraca e, em especial, a eficiência semi-forte. E com base nesta última (viii + 216 pp); Robert J. Shiller, From Efficient M arkets Theory to B ehavioral Finance, 17 J Econ
Perspect, 2003, 83-104; Burton G. Malkiel, The Efficient M arket H ypothesis and Its C ritics, 17
aceção que as análises económica e jurídica são usualmente desenvolvi
J Econ Perspect, 2003, 59-82. Os defensores da eficiência intrínseca do mercado, embora
das. Mesmo do ponto de vista económico, a denominada eficiência forte reconhecendo a pertinência das críticas, têm-se mostrado reticentes em abandonar a cons
levanta sérias dúvidas, na medida em que os preços não refletem essa trução: Eugene F. Fama, M arket Efficiency, Long-Term Returns, and B ehavioral Finance, 49 JFE,
informação: apenas possibilitam aos detentores de especiais dados vencer 1998, 283-306: numa perspetiva a longo prazo, o mercado acaba por compensar os desvios
0 mercado^^. não sustentados na informação disponível.
As suas origens são usualmente remetidas para os estudos inaugurais de Daniel Kahneman
e Amos Tversky, Prospect Theory: A n A nalysis o f Decision under R isk, 47 Econométrica, 1979,263-
-292, posteriormente aprofundados em Amos Tversky e Daniel Kahneman, Advances in Pros
pect Theory: C um ulative Representation o f U ncertainty, 5 J Risk Uncertainty, 1992, 297-323. Para
Prémio Nobel da Economia, em 2013. um apanhado sucinto dos diversos contributos: Joshua D. Wright e Douglas H. Ginsburg,
Fama abordou o tema na sua tese de doutoramento, no início da década de 60 do século B ehavioral L aw and Economics: Its O rigins, F atal F law s, and Im plications fo r Liberty, 106 Nw U L
passado. Eugene F. Fama, Efficient C ap ital M arkets: A Review o f Theory and E m pirical W ork, 25 J Rev, 2012,1033-1088,1036 ss.
Finance, 1970, 383-417. O Autor retomou o tema em diversas ocasiões. Sublinha-se a impor Nicholas Barberis e Richard Thaler, A Survey o f B ehavioral Finance em H andbook o f the Eco
tância do seguinte estudo, apresentado pelo próprio como uma revisão à sua teoria inaugural: nomics o f Finance, Vol. LA: Corporate Finance, coordenação de George M. Constantinides, Mil-
Efficient C ap ital M arkets: II, 46 J Finance, 1991, 1575-1617. Fama reconhece, sem repudiar a ton Harris e René M. Stulz, Elsevier, Amesterdão, 2003,1052-1121,1063 ss: apanhado mais
construção, as críticas que lhe foram dirigidas e aperfeiçoa a construção. completo; Wright/Ginsburg, B ehavioral L aw , cit., 1041 ss.
Araújo, Introdução, cit., 286 ss. A ideia de que os sujeitos atribuem aos seus bens um valor superior ao valor de mercado
^ Fama, Efficient C ap ital M arkets, cit., 383. foi demonstrada nos estudos pioneiros de Jack L. Knetsch e J. A. Sinden, W illingness to P ay and
Ponto 109. Compensation Demanded: Experim ental Evidence o f an Unexpected D isparity in M easures o f Value, 99
Joseph E. Finnerty, Insiders and M arket Efficiency, 31J Finance, 1976,1141-1148. Q J Econ, 1984,507-521. O tema foi retomado com idênticos resultados pelo P ai fundador da
246 247
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S § 2 5 .” IN T R O D U Ç Ã O
- Na valorização não fundamentada dos conhecimentos detidos, indi ceiros e nas cotações dos títulos transacionados e que, na maioria dos
vidualmente, por cada investidor^^^; casos, surgem associados a uma classe muito específica de investidores:
- Na opção por diferentes soluções, quando confrontado com cená a dos especuladores. A atuação dos especuladores, raramente interessa
rios idênticos (framing effectsY^'^; dos no sucesso a longo prazo das empreáas em que investem - buscam
- Na tendência para procurar lucros a curto prazo, desconsiderando o lucro rápido -, afeta as cotações do mercado de forma imprevisível e
as consequências futuras (hyperbolic discountingY^^; pouco consentânea com a conceção que correlaciona a informação com a
- Num otimismo não fundamentado: indissociável da natureza evolução do mercado^®“.
humana, os investidores estão normalmente convencidos de que o
futuro lhes é especialmente promissor (pptimism biasy^^; III. O comportamento humano nem sempre é racional, pelo que difi
- Na tendência para interpretar os dados disponíveis à luz de uma cilmente se pode esperar que um mercado que resulta de incontáveis
posição predeterminada (confirmation biasy^; decisões humanas possa ser intrinsecamente eficiente. Acresce ser hoje
- Na dificuldade em alterar as orientações iniciais (beliefperseveranceY’^; pacificamente aceite que um ambiente de grupo afeta diretamente o
- Na dificuldade em rever suficientemente a posição inicialmente comportamento humano individual de forma imprevisível e inesperada.
assumida (anchoringY^^; No universo dos mercados de capitais, as bolhas especulativas fazem a
- Nas tomadas de decisão motivadas por simples preferências subje balança pender nesse sentido. Nem se diga que o facto de todas as bolhas
tivas, p.ex.: um gosto especial em adquirir títulos associados a uma acabarem por rebentar consubstancia uma evidência da eficiência a
marca. longo prazo do mercado: a tese não é o mercado acabará por ser eficiente, mas
0 mercado ésempre eficiente.
A estes fatores de ordem psicológica interna cumpre acrescentar Outros comportamentos típicos dos mercados, dificilmente explicá
outros elementos sociológicos, com igual impacto nos mercados finan- veis à luz da teoria de Fama, encontram, na irracionalidade humana, uma
resposta mais clarividente^^^:
B ehavioral Economics: Daniel Kahneman, Jack L. Knetsch e Richard H. Thaler, A nom alies: The - Diversificação insuficiente: apesar da globahzação dos mercados, os
Endowm ent Effect, Loss Aversion, A nd Status Quo B ias, J Econ Perspect, 1991,193-206.
investidores demonstram uma tendência para apostar nas empresas
Neil D. Weinstein, U nrealistic O ptimism A bout Future L ife Events, 39 J Pers Soc Psychol, 1980,
806-820. do seu país^®^;
Kahneman/Tversky, Prospect Theory, cit., 277-279; Erich Kirchler, Boris Maciejovsky e Mar
tin Weber, Fram ing Effects, Selective Inform ation and M arket Behavior: A n E xperim ental A nalysis,
fevereiro 2004 (Net).
David Laibson, Golden Eggs and H yperbolic D iscounting, 112 Q J Econ, 1997,443-478: estudo
clássico sobre a matéria.
Weinstein, U nrealistic Optimism, cit.
April Kein, A D irect Test o f the Cognitive B ias Theory o f Share Price Reversals, 13 J Account Vejam-se os estudos inaugurais de J. Bradford De Long, Andrei Shlerfer, Lawrence H.
Econ, 1990,155-166. Summers e Robert J. Waldmann, Noise Trader R isk in F in an cial M arkets, 98 J Poht Econ, 1990,
Amos Tversky e Daniel Kahneman, Judgm ent Under U ncertainty H euristics and Biases em 703-738.
R atio n ality in A ction: Contemporary Approaches, coordenação de Paul K. Moser, CUP, Cam Barberis/Thaler, A Survey, cit., 1099 ss.
bridge, 1990,171 ss: texto inicialmente pubhcado na revista Science, n.°1985, de 1974,1124- Joshua D. Coval e Tobias J. Moskowitz, Home B ias a t Home: L ocal E quity Preference in Domestic
-1131. Charles G. Lord, Lee Ross e Mark Re Lepper, B iased A ssim ilation and A ttitude P olariza P o rfo lio s, 54 J Finance, 1999, 2045-2073; Alan G. Aheame, Wilham L. Griever e Francis E.
tion: The Effects o f P rior Theories on Subsequently Considered Evidence, 37 J Pers Soc Psychol, 1979, Wamock, Inform ation Costs and Home B ias: A n A nalysis o f US H oldings o f Foreign Equities, 62 J
2098-2109. Int’l Econ, 2004, 313-336: a tendência para investir localmente está muitas vezes associada a
Barberis/Thaler, A Survey, cit., 1066. entraves ao investimento externo e à inexistência de informação suficiente.
248 249
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§ 25." IN T R O D U Ç Ã O
251
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
1
As vantagens da educação financeira foram certeiramente identifica
II. Não é benéfico, quer do ponto de vista sistemático, quer do ponto das por Ben Bemanke, então Presidente da Reserva Federal Amerícana^^^:
de vista prático, resumir ou centrar a dimensão funcional do Direito dos
valores mobiliários no mercado, secundarizando a proteção devida aos Well-informed consumers, who can serve as their own advocates, are one
investidores. Para além das observações já proferidas, importa referir que of the best lines o f defense against the proliferation o f financial products and
o enfoque no conceito impreciso e abstrato de “mercado” promove a des- services that are unsuitable, unnecessarily costly, or abusive.
personalização do Direito, com todas as consequências gravosas que lhe
estão associadas. No fundo, um mercado composto por investidores conhecedores será
Os mercados que acautelem a posição jurídica dos investidores são, necessariamente mais eficiente.
naturalmente, mercados eficientes, com grande liquidez, com sociedades A educação dos investidores, com as vantagens individuais - melhor
bem geridas e equilibradas - do ponto de vista dos diversos interesses em preparação para atuar nos mercados financeiros - e sociais - favoreci-
questão^®^ mento da eficiência do mercado - que se üie reconhece, surge, em certa
medida, sustentado na parte final do artigo 101.° da CRP: “O sistema
financeiro é estruturado por lei, de modo a garantir . . . a aphcação dos
105. A educação dos investidores meios financeiros necessários ao desenvolvimento económico e social”^®^.
O combate à üiteracia financeira ergue-se, assim, como uma missão do
I. Os temas da educação dos investidores e da Hteracia financeira têm sistema financeiro, enquanto um todo.
despertado um interesse crescente junto da doutrina especializada das
mais variadas Ciências Humanas e Sociais. II. Por educação financeira temos em vista um projeto amplo, que
O espoletar desta curiosidade pode ser explicado se atendermos ao vá para além de uma simples explicação sobre os conceitos financeiros-
impacto benéfico que uma melhoria de ambas as realidades pode repre -base ou sobre o funcionamento do mercado. A instrução terá, neces
sentar na qualidade de vida das populações, em todas as camadas demo sariamente, que assumir contornos transversais, tanto na perspetiva das
gráficas: uma melhor instrução dos meandros dos mercados financeiros matérias abrangidas como das entidades envolvidas. Importa primeiro
permite enfrentar a saída do mercado de trabalho e a entrada na reforma exphcar a relevância da poupança e só depois entrar nos aspetos mais
com maior otimismo e confiança^^^, ao mesmo tempo que estimula o específicos dos mercados. A iniciativa deve partir das entidades gover-
empreendedorismo nas camadas mais jovens^^^. No geral, o combate à
in Em erging M arkets: The Im pact o f Business and F in an cial Literacy fo r Young Entrepreneurs, World
Hopt, D er K apitalanlegerschutz im Recht der Banken, cit., 52; Bumke, Regulierung am Beispiel Bank, Research Working paper 5642, abril de 2011.
der K apitalm ärkte, cit., 119.
Annamaria Lusardi e Olivia S. Mitchell, The Economic Im portance o f F in an cial Literacy: Theory
Rafael La Porta, Florencio Lopez-de-Silanes, Andrei Shleifer, Robert Vishny, Investor Pro and Evidence, 52 JEL, 2013,5-44, 37.
tection and Corporate Governance, 58 JFE, 2000, 3-27. Statem ent o f the C hairm an o f the Board o f Governors o f the Federal Reserve System a t a hearing
Armamaria Lusardi e Obvia S. MitcheUi, F in an cial L iteracy and Retirem ent Preparedness: E vi conducted by the Subcommittee on Oversight o f Government M anagem ent, the Federal Workforce, and
dence and Im plicationsfo r F in an cial Education, 42 Bus Econ, 2007,35-44. the D istrict o f Colum bia o f the Committee on H om eland Security and G overnm ental A ffairs, apud.
O impacto é especialmente notado em países ditos emergentes ou que passaram por com Lusardi/Mitchell, The Economic Im portance, cit., 37.
plexas situações ou conflitos internos: M riam Bruhn e Bilal Zia, Stim ulating M anagerial C apital Ponto 57. r:,
252
253
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
'■"1
§ 2 5 .” IN T R O D U Ç Ã O
Bryce L. Jorgensen e Jyotu Savla, F in an cial L iteracy o f Young A dults: The Im portance o f P arental IV. Embora se reconheça que a sociedade, enquanto um todo, deve
Socialization, 59 Fam Relat, 2010, 465-478.
James A. Fanto, We re A ll C apitalists N ow: The Im portance, N ature, Provision and Regulation o f
contribuir para a educação das populações, independentemente do
Investor Education, 49 Case W Res L Rev, 1998,105-180.
Jayne W. Barnard, Deception, Decisions, and Investor Education, 17 Elder LJ, 2009, 201-237.
Sandra J. Huston, M easuring F in an cial Literacy, 44 J Consum Aff, 2010, 296-316: importa
Para urn apanhado geral dos estudos realizados e das conclusões alcançadas: J. Michael
esclarecer o que se entende por iliteracia financeira e que tipo de conhecimentos se pretende
Collins e Colhn M. O’Rourke, F in an cial Education and Counseling - S till H olding Prom ise, 44 J
melhorar.
Consum AíF, 2010, 483-498.
Riccardo Calcagno e Chiara Monticone, F in an cial L iteracy and the D em and fo r F in an cial
Lewis Mandell e Linda Schmid Klein, The Im pact o f F in an cial Literacy Education on Subse
Advice, 50 J Bank Finance, 2015,363-380: a procura por aconselhamento profissional é direta
quent F in an cial Behavior, 20 JFCP, 2009,15-24.
mente proporcional ao grau de literacia financeira detida pelos investidores.
Jinhee Kim, E. Thomas Carman e Benoit Sorhaindo, R elationships A m ong C redit Counsel
Lauren W. Willis, Evidence and Ideology in Assessing the Effectiveness o f F in an cial Literacy Edu-
ing C lients’ F in an cial W ellbeing, F in an cial Behaviors, F in an cial Stressor Events, and H ealth 14 JFCP,
2003,75-87. L Rev, 2009, 415-458, 456; Lusardi/Mitchell, The Economic Importance,
2S4
255
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S § 2 5 .” IN T R O D U Ç Ã O
sector em causa, cabe às entidades públicas liderar movimentos desta tanto numa perspetiva legislativa como numa perspetiva dogmática. O
natureza. No âmbito do Direito dos valores mobiliários, esse papel cabe, que tom a o mercado eficiente? E como melhor pode acautelar-se a posi
inquestionavelmente, aos supervisores. ção dos investidores? Uma resposta a ambas as perguntas só pode ser
Entre nós, esta função é assumida pela CMVM. A responsabilidade do alcançada através do preenchimento substantivo da dimensão fimciona-
nosso supervisor é, de resto, reconhecida nos seus Estatutos. Atente-se lizadora do Direito mobiliário.
ao disposto no artigo 4.°/2: Assim, não nos parece correto apresentar-se a Hvre concorrência, a
igualdade de participação de sujeitos (emitentes ou investidores) ou a
São atribuições da CMVM: transparência do mercado como princípios subordinados a esta dupla
c) Contribuir para o desenvolvimento dos mercados financeiros; função®“^ E precisamente o oposto: sem princípios substantivos, a con
d) Prestar informação e apoio aos investidores não qualificados. ceção dicotômica toma-se de impossível aplicação.
Mesmo no campo da interpretação jurídica, em que o elemento fun
E ao incontestável artigo 5.°: cional assume maior preponderância®“®, o seu interesse tende a circuns
crever-se à proteção dos investidores: confrontado com um preceito de
Na prossecução das atribuições de contribuição para o desenvol conteúdo impreciso, o intérprete-aplicador deve assumir a solução que
vimento dos mercados financeiros, a CMVM deve, designadamente, melhor acautele a posição jurídica desses sujeitos. No campo da eficiên
a) Difundir e fomentar o conhecimento dos mercados e das nor cia do mercado, a abstração que lhe subjaz tom a impossível a assunção de
mas legais e regulamentares aplicáveis; uma posição interpretativa sem mais.
b) Desenvolver, incentivar ou patrocinar, por si ou em colaboração Não se pretende retirar a centralidade da proteção dos investidores e
com outras entidades, estudos, inquéritos, pubhcações, ações de for da eficiência do mercado, apenas se contesta, em face da excessiva abs
mação e outras iniciativas semelhantes. tração que ambos os conceitos condensam, a sua utilidade no desenvolvi
mento sistemático, no sentido mais puro do termo, do Direito dos valores
Para além da CMVM, e sublinhando, uma vez mais, a partilha de res mobiliários.
ponsabilidades por entre todos os sujeitos mobiliários, não podemos dei
xar de fazer referência às Associações de Defesa dos Investidores, cuja II. Tendo em vista a dogmatização do Direito dos valores mobiliários
existência não pode resumir-se à simples, conquanto necessária, prote e atendendo ao conteúdo do ramo jurídico, dos seus propósitos e das
ção dos interesses dos seus associados^“®. suas funções, propomos uma sistematização da matéria focada em dois
grandes princípios, necessariamente sustentados em normas e institutos
mobüiários: (i) a integridade; e (ü) a transparência.
106. A insuficiência da conceção e a sugestão de um a nova abordagem O recurso a estes dois alicerces permite sustentar uma unidade interna
que, de outra forma, não seria alcançável: a criminalização do uso de
I. A visão clássica, especialmente desenvolvida pela doutrina germâ informação privilegiada ou da manipulação do mercado podem ser apre
nica, que atribui duas grandes funções ao Direito dos valores mobiliários sentadas como decorrências diretas do princípio da iategridade do mer
- a proteção dos investidores e a eficiência do mercado - apresenta-se cado; enquanto a disponibüização de informação clara, precisa e de forma
excessivamente formal e, consequentemente, de pouca utihdade real. atempada consubstancia uma exigência do princípio da transparência. A
256
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§ 25." IN T R O D U Ç Ã O
recondução das diversas concretizações a cada um dos princípios-base Partindo desta visão sistematizadora, devedora do pensamento savyg-
não é absoluta: a tipificação penal do uso de informação privilegiada e da niano, tanto os princípios estruturantes como os regimes, os preceitos e
manipulação do mercados tem a marca da transparência, sendo o inverso os conceitos se influenciam reciprocamente, num constante e incansável
igualmente correto: os deveres de informação são igualmente moldados progresso que tão bem caracteriza a evolução do Direito e da Ciência
pelo princípio da integridade. Jurídica.
2S8
259
§ 2 6 .“ A IN T E G R ID A D E
1
II. Enquanto princípio substantivo estruturante do Direito dos valo
res mobiliários, a integridade concretiza-se numa série de institutos e
regimes, com especial destaque para os denominados crimes de mer
cado: abuso de informação privilegiada e manipulação do mercado.
É, no entanto, redutor circunscrever o princípio da integridade aos
artigos 378.° e 379.° do Código dos Valores Mobiliários. Às suas mais
reconhecidas concretizações, cumpre acrescentar parte importante do
Direito mobiliário contraordenacional, bem como a possibilidade de
interposição de ações de responsabilidade civil, intrinsecamente associa
§26.0 A INTEGRIDADE das ao desrespeito do princípio da integridade.
Michael J. McGowan, The Rise o f Computerized H i^h Frequency Trading: Use and Controversy,
Moredo Santos, Transparência, cit., 59-60: atribuindo especial ênfase a esta ligação umbi
Duke L & Tech Rev, 2010,16: apanhado geral do tema e dos problemas levantados.
lical, sem transparência e sem o cumprimento das obrigações de divulgação de informação,
Tom C. W. Lin, The New F in an cial Industry, 65 Ala L Rev, 2014, 567-623,572 ss: breve rese
o mercado não será certamente íntegro. A integridade do mercado depende da integridade
nha histórica.
dos seus participantes.
Alexis L. Collins, Regulation o f A lternative Trading Systems: E volving Regulatory M odels and
Em geral, António Menezes Cordeiro, Tratado de D ireito civil, VI, 2.“ ed., Almedina Coim
bra, 2012, 489 ss. Prospects fo r Increased Regulatory Coordination and Convergence, 33 Law Pol’y Int’l Bus, 2002,
481-506.
260
261
'n
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§ 2 6 ." A IN T E G R ID A D E
A revolução operada através da introdução desta nova tecnologia foi 108. M anipulação do m ercado
posta em evidência com o Flash Crash de 2010: no dia 6 de maio de 2010
os mais reconhecidos índices dos Estados Unidos da América desceram I. O crime de manipulação do mercado consubstancia, a par do crime
cerca de 9%, voltando a subir, pouco minutos volvidos, para valores pró de abuso de informação privilegiada, uma manifestação evidente do
ximos, com avultadas perdas ao longo do processo. Este acontecimento princípio da integridade. Mas o tipo penal manipulação do mercado cor
impôs a tomada de decisões legislativas e de supervisão®^^. responde apenas à face mais visível do instituto manipulação do mercado,
sem o esgotar. Noutra perspetiva: o tipo penal previsto no artigo 379.°do
rV. Para além dos evidentes problemas jurídicos que levanta, com des Código dos Valores Mobiliários representa tão-só uma parte, conquanto
taque para o crime de manipulação®^^, a negociação de alta frequência muito relevante, do instituto da manipulação do mercado. Nem todas as
desequilibra o mercado, pondo em causa a sua integridade e os princípios manipulações do mercado estão sujeitas a tutela penal, mas não deixam,
da livre concorrência e da igualdade de oportunidades®^®. em si mesmas de consubstanciar uma manipulação em sentido amplo,
Certamente que os mercados financeiros e o próprio Direito dos valo podendo acarretar consequências de índole civil ou contraordenacional.
res mobiliários não podem nem devem combater o progresso das novas
tecnologias: as desvantagens de uma semelhante posição afetariam todos II. Previsto no artigo 379.°, o crime de manipulação do mercado sus
os sujeitos mobiliários, o mercado, enquanto um todo, e o próprio desen tenta-se em três elementos nucleares®^^: (i) a prática de um dos factos
volvimento económico e social das comunidades em que se insiram. Mas descritos; (ii) a sua idoneidade para alterar artificialmente o mercado; e
o reconhecimento da importância da HFT não significa que esta não deva (iii) uma atuação dolosa - aphca-se a regra geral prevista no artigo I3.°
ser regulamentada: é imperativo fornecer a todos os investidores as mes do CP®!^
mas oportunidades de negócio. O legislador indica, no número 1 do artigo 379.°, as condutas passíveis
Receia-se, contudo, que a rapidez na transmissão de ordens impeça de serem criminalizadas:
uma regulação totalmente consentânea com o princípio da integridade
do mercado. - A divulgação de informações falsas, incompletas, exageradas ou ten
denciosas - p. ex.: eventuais lançamentos de OPAs®^®;
- A realização de operações de natureza fictícia - p. ex.: simulação de
operações mobiliárias®^®;
- A execução de outras práticas fraudulentas - p. ex.: ordens dadas
com identidades falsas®^’^.
Austin J. Sandler, The Invisible Pow er o fM achines: R evisiting the Proposed Flash Order B an in the
Wake o f the F lash Crash, Duke L & Rech Rev, 2011, 39-56; Andrew J. Keller, Robocops: R egulat
ing H igh Frequency Trading A fter the F lash Crash o f2010, 73 Ohio St LJ, 2012,1457-1483; Edgar
Ortega Barrales, Lessons from the Flash Crash fo r the R egulation o f High-Frequency Traders, 17
Costa Pinto, O novo regime, cit., 83; Rute Martins Santos, E stabilização depreços e m anipulação
Fordham J Corp & Fin L, 2012,1195-1262.
de mercado: o sindrome da ilh a, 4 DVM, 2003, 395-435; Cláudia Verdial Pina, Crime de m anipu
Tara Bhupathi, Technology’s L atest M arket M anipulator? H igh Frequency Trading: The Strategies,
lação do mercado: elementos típicos e recolha de prova, 17 Julgar, 2012, 35-66; Gonçalo S. de Melo
Tools, R isks, and Responses, 11NC J L & Tech, 2010, 377-400; Alyse L. Gould, R egulating H igh-
Bandeira, Abuso de inform ação, m anipulação do mercado e responsabilidade p en al das “pessoas colec-
-Frequency Trading: M an v. M achine, 12 J High Tech L, 2011,273-329; Nathan D. Brown, The Rise
tivas”: “tipos cum ulativos” e bensjurídicos colectivos na “globalização”, Juruá, Lisboa, 2015, 479 ss.
o f H igh Frequency Trading: The R ole A lgorithm s, and the L ack o f Regulations, P lay in Today’s Stock
Só é punível o facto praticado com dolo, ou nos casos especialmente previstos na lei, com
M arket, 11 Appalachian J L, 2012, 210-230.
^sgligência”, o que em concreto não se verifica.
James J. Angel e Douglas McCabe, Fairness in F in an cial M arkets: The Case o f H igh Frequency
RLx 16-dez.-2009 (Fernando Estrela), proc. n.°S523/07.8TFLSB.L1: dado como exemplo.
Trading, 112 J Bus Ethics, 2013,585-595: para os Autores, o problema não reside propriamente
RLx 29-jun.-2007, proc. n.» 12421/01.7(A)TDLSB, CMVM.
no uso desta tecnologia, mas no modo como é utilizada.
RLx 29-jun.-2007, proc. n.» 12421/01.7(A)TDLSB, CMVM.
262
263
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S § 2 6 .» A IN T E G R ID A D E
desde que idóneas para alterar artificialmente o regular fimciona- RLx 2-jul.-2009®“ . Os arguidos neste processo emitiram, de forma con
mento do mercado. O agente manipulador é punido com pena de prisão certada, ordens de compra de warrants, descritas pelo tribunal como sendo
até 5 anos. “irracionais do ponto de vista financeiro, pelas suas quantidades e preço
O número 3 do artigo 379.° prevê uma outra modalidade de crime, proposto face ao valor mobiliário em causa e às condições do mercado” (na
que consiste na violação do dever de impedir práticas manipuladoras. prática, consubstancia uma acasalamento de ordens). Visavam, com esse
Aplica-se aos titulares dos órgãos de administração e restantes sujeitos procedimento, uma quebra na cotação do valor mobiliário de forma bastante
responsáveis pela direção ou fiscalização de áreas de atividade de um significativa, com o propósito, uma vez mais, de lucrarem pessoalmente com
intermediário financeiro que conheçam a prática de um ato manipulador esta descida artificial. O tribunal deu como provada a prática do crime de
do mercado e que nada façam para pôr termo à situação. Podem ser puni manipulação do mercado.
dos com pena de prisão até 4 anos.
A tentativa de manipulação do mercado, inicialmente prevista no IV. Nem todas as manipulações de mercado são criminalizadas. Exce
número 4, mas revogada em 2009 (Lei n.° 28/2009, de 19 de junho), tuam-se pelo menos as seguintes:
voltará a ser criminalizada, por imposição do disposto no artigo 15.°
- Operações efetuadas pelo Banco Central Europeu, por um Estado,
do Regulamento relativo ao abuso de mercado (Regulamento (UE) n.°
pelo seu banco central ou por qualquer outro organismo designado
596/2014, de 16 de abril):
pelo Estado, por razões de política monetária, cambial ou de gestão
de dívida púbhca, artigo 379.°/6;
É proibida a manipulação de mercado ou a tentativa de manipula
- Operações de estabilização de preços, desde que respeitando as
ção do mercado.
condições legalmente estabelecidas, artigos 379.°/6 e 349.°;
- Operações de fomento de mercado, artigo 348.° e Regulamento
III. Apesar da reduzida dimensão do mercado português, conhecem-
CMVMn.° 3/2007;
-se hoje algumas decisões jurisprudenciais que permitem ter uma ideia
- práticas de mercados aceites, artigo 360.° /l,
mais precisa sobre a realidade prática do crime de manipulação:
V. Como referimos a título introdutório, o instituto de manipulação
RLx 29-jun.-2007®^^. Um corretor de uma sociedade financeira de corre
não se circunscreve ao tipo penal previsto no artigo 379.°. Vejamos dois
tagem foi condenado em 1 ano e 4 meses de pena de prisão, suspensa pelo
exemplos elucidativos.
período de 4 anos. Foi-lhe ainda aplicada a sanção acessória de interdição
Scalpin^'^. Em termos genéricos, entende-se por scalping a reco
profissional pelo período de 3 anos (artigo 380.°, a)) -, pela prática do crime
mendação de compra de um determinado tipo de valor mobiliário com
de manipulação do mercado. Deu-se como provado que o corretor simulou
o intuito de, no imediato, alienar valores mobiliários do mesmo tipo,
uma grande operação de compra de warrants x, por um preço muito supe
adquiridos momentos antes da recomendação. Aposta-se, assim, numa
rior ao de mercado, com o propósito de alienar valores mobiliários dessa
subida do valor de mercado. Não tendo sido prestada qualquer informa
mesma categoria e de que era titular, arrecadando, assim, mais-valias muito
ção falsa, não se têm por verificados os requisitos do tipo criminal pre-
proveitosas.
264 265
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§ 2 5 .“ A IN T E G R ID A D E
Visto no artigo 379.°. Mas, sendo esse o caso, nada impede o lesado de ÇdMVM. O artigo 449.° do CSC, que consagra o regime civil do instituto,
mterpor uma ação de responsabiHdade civil. Indiretamente, acautela-se mantém-se atualmente em vigor“ °'^®^
a integridade do mercado.
Com a sua transposição para o CdMVM, artigo 666.°, a matéria é objeto
Chuming^^^
Sem tradução direta para o português, o termo corres de profundas alterações, em decorrência da transposição da Diretriz n.°
ponde a prática de intermediação excessiva - contraordenação muito 89/592/CEE, de 13 de novembro, relativa à coordenação das regulamentações
^ ave prevista no artigo 397.72, c). Embora não preencha os requisitos respeitantes às operações de iniciado
do cnme de mampulação de mercado, é evidente que consubstancia uma O regime então previsto, criticado por parte da doutrina especiali-
pratica lesiva da mtegridade do mesmo, no caso de essa insistência se zada“ ^ voltou a ser objeto de uma profunda renovação com a segunda
traduzir numa aquisição realmente não desejada, o intermediário está a codificação mobiliária, em 1999. Dos trabalhos preparatórios, a cargo de
colocar em causa o correto e justo fiincionamento do mercado, assente Frederico da Costa Pinto®®^ sairia a versão final, consagrada no artigo
no incontomável jogo da oferta e da procura.
378.°.
O tipo criminal sofreu novas e importantes alterações, aquando da
extensa reforma de 2006 (Decreto-Lei n.° 52/2006, de 15 de março),
109. Abuso de inform ação privilegiada desta feita em resultado da transposição da Diretriz n.°2003/6/CE, de 28
de janeiro: a 1.“ Diretriz relativa ao abuso de mercado®®®'®®®.
I. Com origens no Direito estado-unidense“ ^, o crime de abuso de
informação privilegiada^^® foi pela primeira vez positivado entre nós no
artigo 524.° do CSC“ l Com a codificação do Direito dos valores mobi
liários, 0 preceito societário foi revogado e a matéria transitou para o Paulo Câmara, Anotação ao artigo 449° do C SC em CSC/M C, 1157-1163; Maria Elisabete
Ramos, Anotação ao artigo 449° do CSC em CSC/CA, Vol. VI, 892-919: ambos com amplas refe
rências bibliográficas.
Paulo Câmara, M anual, cit., 816: para a comparação entre o regime societário e o regime
mobOiário.
Raffaello Fronasier, The D irective on Insider D ealing, 13 Fordham Int’l LJ, 1989, 149-184;
Christine A. McGuiness, Towards the U nification o f European C ap ital M arkets: The E C C ’s Pro
José António Veloso, Churning: alguns apontam entos com um a proposta legislativa em D ireito posed D irective on Insider Trading, 11 Fordham Int’l LJ, 1987, 432-452, 447 ss: a Autora faz uma
dosvaloresm obiliários, Lex, Lisboa, 1997,349-453; Frederico Costa Pinto, Interm ediação excessiva análise da proposta inicial, apresentada pela Comissão a 25 de maio de 1987 QO C153/08);
em E H C arlos Ferreira de A lm eida, Vol. I, Coimbra ed., Coimbra, 2011, 755-788. Amy E. Stutz, A New Look a t the European Economic Com m unity D irective on Insider Trading, 23
A história estado-unidense da criminalização da utilização abusiva de informação privi- Vand J Transnat’l L, 1991,177-135: apanhado geral dos diferentes regimes positivados, com
le^ada e particularmente complexa, fruto da incerteza legislativa, dos amplos poderes atri especial destaque para a solução comunitária.
buídos à SEC e das diferentes interpretações jurisprudenciais: Marco Ventoruzzo, Com paring Costa Pinto, O novo regime, cit., 42; Miguel Pedrosa Machado, A entrada em vigor das incrim i
Insider Trading in the United States and in the European Union: H istory and Recent Developments, nações de abuso de inform ação e de m anipulação do mercado do Código do M ercado de Valores M obiliá
ECFLR, 2014,554-593.
rios: cham ada de atenção p ara m ais um erro de técnica legislativa em D ireito p en al económico e europeu:
Fátima Gomes, Insider trading, APDMC, Valadares, 1996; Costa Pinto, O novo regime, cit., 41 textos doutrinários, Vol. 11, Coimbra ed., Coimbra, 1999, 287-300.
ss; Jose de Faria Costa e Maria Elisabete Ramos, O crime de abuso de inform ação p rivilegiada (insi ^ Trabalhos preparatórios, cit., 36.
der trading): a inform ação enquanto problem a jurídico-pen al, Coimbra ed, Coimbra, 2006; Pedro R elativa ao abuso de inform ação p rivilegiada e à m anipulação de mercado (abuso de mercado).
Verdelho, Infrações no m ercadofinanceiro: crimes de abuso de inform ação p rivilegiada e de m anipulação Quanto aos diplomas complementares, vide ponto 41/11.
de mercado em D ireito sancionatório das autoridades reguladores, Coimbra ed., Coimbra, 2009,339- Paulo de Sousa Mendes, A adaptação do D ireito português à directiva sobre o abuso de mercado em
-354; Melo Bandeira, Abuso de inform ação, cit., 265 ss.
D ireito sancionatório e das autoridades reguladoras, Coimbra ed., Coimbra, 2009,325-337; Guido
O preceito apenas foi introduzido pelo Decreto-Lei n.°184/87, de 21 de abril - diploma A. Ferrarini, The European M arket Abuse D irective, 41CMLR, 2004,711-741; Jesper Lau Hansen,
que positivou o regime penal societário, até então em falta.
The New Proposalfo r a European Union D irective on M arket Abuse, 23 J Int’l L, 2002, 241-268.
266
267
D IR E IT O DO S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§ 2 6 .“ A IN T E G R ID A D E
yrr;^ ^ Diretriz relativa ao abuso de mercado (2014/57/ residem, essencialmente, na relevância atribuída a cada um dos funda
nc * ^ e a r' ), cuja transposição para a ordem jurídica interna deve mentos invocados.
ocorrer ate ao * a 3 de julho de 2016- e o Regulamento relativo^o
Em termos genéricos, procura garantír-se a integridade dos mercados
abuso de mercado (596/2014, de 16 de abril), que n í entrar em vig™ nâ
sua globalidade, na mesma data®^®. °
e promover a confiança dos investidores no correto funcionamento dos
mercados«^^'«^^. Numa perspetiva mais prática, entende-se que os custos
sociais inerentes à criminalização se sobrepõem aos benefícios decorren
IL Atualmente, a prática de criminalizar o uso de informação privi-
tes da sua desregulação«^.
egiada encontra-se generalizada nos diversos sistemas financeiros- mas
Associados a estas duas traves mestras, surgem outros argumentos«'^^:
nem sempre foi assim. Durante muito tempo, as Ciências Económicas (i) a igualdade de oportunidades dos investidores; (ii) a livre e justa con
vantagens e desvantagens desta posi- corrência; ou (iii) a função pública da informação e a justa distribuição
^ ^ ^ discórdia foi alcançado, em solo estado-unidense na do risco«^«.
década de 80 do século passado, período que coincidiu com uma polé
mica vaga de escândalos financeiros, na maioria dos casos envolvendo
IV. Numa perspetiva mais economicista, os defensores da regulação
precisamente, a utilização de informação não-pública^^«. O empasse jurí-
defendem que a possibilidade de a informação privilegiada poder ser uti
^ FraudEnforce- lizada livremente tenderia a afastar todos os restantes putativos investi
dores que não sejam titulares de especiais conhecimentos«^^. Sem negar
0 cabimento deste argumento, não podemos deixar de notar que, sendo
III. Existe um forte consenso quanto aos argumentos favoráveis à cii-
0 comportamento dos mercados e dos investidores irracional«^«, é per
mmalizaçao do uso de informação privilegiada; as diferenças, a existirem, feitamente concebível que, num determinado contexto, a desregulação
absoluta levasse a um aumento da liquidez do mercado«^^.
R C rim inal Sanctionsfor M arket Abuse: A M ove
Ainda no campo do funcionamento do mercado, as duas escolas,
H arm om ztng Inside Trading C rim inal L aiv a t E U Level?, 9 Brook J Corp Fin & Com L, embora partindo do mesmo pressuposto - centralidade do acesso a infor
Moloney, E U Securities, cit., 712 ss.
mação clara e precisa -, divergem quanto ao impacto da criminalização do
instrumentos financeiros, seria idónea, se lhe fosse dada publicidade, nós: o critério estabelecido é o do impacto da publicitação da informação
para influenciar de maneira sensível o seu preço no mercado. no preço do mercado, independentemente da sensibihdade do homem
médio.
Temos, assim, quatro elementos: informação (i) não-pública; (ii) pre
cisa, (iii) respeitando, direta ou indiretamente, a emitentes ou instru XI. Aos sujeitos abrangidos pelo disposto no número 1 e 2 do 378.°,
mentos financeiros; e (iv) relevante - passível de influenciar, de forma sendo, como tal, detentores de informação privilegiada, são vedadas as
sensível, o preço do mercado.
seguintes atuações:
A informação passa a ser pública a partir do momento em que seja
conhecida dos intermediários financeiros e dos profissionais do sec - Transmitir a informação privilegiada a terceiros; no caso dos insiders
tor, não se exigindo uma disseminação da informação pelo público em primários é excecionada a transmissão no âmbito normal das respe
geraP^^. A mformação só pode ser utilizada depois de disponibilizada tivas funções;
ao público; o simples envio dessa informação, por exemplo, a agências - Negociar ou aconselhar alguém a negociar instrumentos financei
noticiosas não é suficiente: exige-se uma efetiva divulgação®^^ De modo ros, com base nessa informação privilegiada;
análogo, também a divulgação a grupos restritos, quer sejam acionistas, - Ordenar, com base na informação privilegiada detida, a subscrição,
intermediários financeiros ou outras entidades, não basta para preencher aquisição, venda ou troca, direta ou indiretamente, para si ou para
os requisitos do tipo“ ®. terceiros, de instrumentos financeiros.
As exigências quanto à precisão da informação permitem afastar, do
campo de aplicação da norma, os rumores, os conselhos, as dicas e todas
as restantes manifestações assentes em interpretações subjetivas ou não
fundamentadas“ ®. Por outro lado, a criminalização não está dependente
da infalibilidade ou da exaustividade da informação.
No Direito estado-unidense, o último elemento - passível de influen
ciar de maneira sensível o preço de mercado do instrumento financeiro
em questão - é preenchido por recurso ao conceito de investidor comum:
ao intérprete-aplicador cabe determinar se a publicitação dessa informa
ção concreta alteraria o comportamento do homem médio“ ! Não nos
parece que esta solução se coadune com o texto legal positivado entre
272
273
§27.“ A TRANSPARÊNCIA
274
275
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§27.°A TRANSPARÊNCIA
I. O sistema não se basta com a shnples divulgação de informação. - Regulamento (CE) n.°809/2004, de 29 de abril; contém um vasto
Interessa-lhe, ainda, regular o próprio conteúdo dos elementos que che conjunto de modelos com a identificação pormenorizada da infor
gam ao mercado. Atente-se no disposto no artigo 7.°, extensível a todo o mação a constar nos prospetos de investimento;
espectro do ramo aqui estudado - bens mobiliários, situações mobiliárias - Regulamento (CE) n.°1287/2006, de 10 de agosto: contém a iden
e sujeitos mobüiários«^^: tificação dos elementos a constar na divulgação de informação ao
mercado e às autoridades competentes.
276
277
DIREITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS
§27.“ A TRANSPARÊNCIA
278
279
Capítulo IV
Relações de Confiança
§28.° INTRODUÇÃO
Com idênticas considerações: Tamar Frankel, Fiduciary L aw , 71 Cal L Rev, 1983, 795-836,
797-798.
281
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S § 28.« IN T R O D U Ç Ã O
II. A confiança tem sido especialmente estudada por parte importante emissões de valores mobihários®®^ ou das diversas entidades de gestão de
da sociologia moderna. Os estudos pioneiros de Luhmann“ ^ (1968), a que patrimónios coletivos®®^.
se seguiram os de Barber“ » (1983), deram origem a uma farta e vaHoia pro A reduzida dimensão desta lista é enganadora: associado ao termo
dução científica“ ®, que vem reforçar a ideia, defendida no texto, da cen- intermediário financeiro surge um número extenso de atividades sujeitas
tralidade assumida pela confiança na estruturação da complexa sociedade a um elevado grau de autonomia e de especialização. O disposto nos arti
contemporânea. gos 291.°e 292.° é particularmente esclarecedor:
- A receção, transmissão e execução de ordens por conta de outrem;
III. É no campo do Comércio e da Economia que a centralidade das
- A gestão de carteiras;
relações de confiança se faz sentir de forma mais notória - com um evi
- A tomada firme e a colocação, com ou sem garantia, em operações
dente impacto na regulação daí decorrente.
púbhcas de distribuição;
As organizações comerciais assentam hoje em fortes laços fiduciá
- A consultoria para investimento;
rios. Basta, para o efeito, atender aos tipos contratuais hoje dominan
- A elaboração de estudos de investimento, de análises financeiras,
tes - p. ex.: os contratos de mediação^®® ou os inúmeros contratos de dis
estratégicas, comerciais e governativas.
tribuição: agência, concessão ou franquiarei - ou às relações constituídas
entre os administradores ou gestores das variadas manifestações coleti
vas - sociedades, fundações e associações®®^.
113. Por um a doutrina unitária das relações de confiança
282 283
D IR E IT O DO S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§ 2 8 .” IN T R O D U Ç Ã O
Este cenário estende-se a todo o espectro juridico, atravessando de 00 preenchimento da posição jurídica dos fiduciários - ora, este raciocí
orma transversal o Direito privado português - e, porventura, também o nio lógico-dedutivo não se adequa à reahdade continental, onde o papel
Direito publico . As relações jurídico-comerciais acima referidas acres científico dos negócios fiduciários é historicamente diminuto"“®; e (ii) na
centem-se os diversos contratos de prestação de serviço - com o destaquè possibüidade de se recorrer, por analogia, a regimes mais desenvolvidos,
natural para o mandato^°°, com raízes ancestrais (mandatunf°^) ~ onde o p. ex.: o mandato para todas as prestações de serviço ou a agência para
prestador assume a obrigação de atuar no interesse do mandante, con os restantes contratos de distribuição. A estes argumentos adicione-se
fiando, este ultimo, no compromisso assumido^®^ ou todas as relações em um outro particularmente relevante (iü): a maioria das relações referidas
que um sujeito se apresente munido de poderes (de representação) para tem sóhdas raízes entre nós, tendo os respetivos regimes evoluído paula
atuar em nome do representado^“ , com raízes igualmente remotas^“ . tinamente, em muitos casos ao longo de dezenas de séculos, refletindo,
supostamente, os anseios e as necessidades das comunidades reguladas.
II. Sem negar a existência de relações de confiança no seu seio, o Direito
civil e a sua Ciência apenas recentemente"“ e, em grande medida, em n i. Os argumentos então aduzidos e ora reforçados são ponderosos.
resultado de uma crescente ascendência jurídica anglo-saxónica"“ , deci Todavia, impõe-se uma mudança de posição, que vá no sentido do reco
diram explorar o interesse e a viabilidade de desenvolver uma doutrina nhecimento do interesse e da utüidade em adotar uma construção unitá
unitária que congregasse todas as diferentes manifestações fiduciárias ria que permita preencher e esclarecer os exatos contornos das posições
Nos próprios, bem recentemente, defendemos a pouca utilidade deste jurídicas dos diversos fiduciários. Esta alteração é motivada por funda
canunho, sem, contudo, negar um certo interesse pedagógico ou exposi- mentos de ordem dogmática, prática e sistemática.
tivo, com base na seguinte fimdamentação"“ : (i) na tradição da Common Da leitura da maioria dos regimes que regulam relações ditas de con
Law, as relações fiduciárias são devedoras do trust, tanto numa perspe fiança não resulta claro que tipo de atuação material se espera do fiduciá
tiva estrutural como numa perspetiva substantiva, especialmente notada rio, em especial na pendência da execução do acordado. Vejamos o caso
paradigmático do mandatário.
O preceito não deixa dúvidas quanto aos propósitos finafisticos do
No que a penetração pubHcista da teoria fiduciária respeita, veja-se, como ponto de par- tipo contratual, mas pouco nos diz sobre os deveres assumidos. Está o
Oda: Ethan J. Leib, David L. Ponet e Michael Serota, M apping P ublic Fiduciary R elationships em
mandatário sujeito a deveres de lealdade, nos moldes desenvolvidos, por
P hilosophical Foundations o fF id u ä a ry L aw , coordenação de Andrew S. Gold e Paul B Miller
OUP, Oxford, 2014,388-403. exemplo, para os administradores das sociedades comerciais (o incontor-
"““ Artigo 1157.“ do CG. nável artigo 64.°do CSC)? Tudo indica que sim. Porém, isso mesmo não
Antomo Santos Justo, D ireito privado romano - U (D ireito das obrigações), 4.“ ed., Coimbra ed„ decorre do regime positivado. O não tratamento desta matéria no tipo
Coimbra, 2011,80. r y, , ,
contratual do mandato é especialmente prejudicial, na medida em que o
Depósito: 1185.“; Empreitada: 1207.“.
262.“ do CC e Am go 266.“ do CCom (comissão).
artigo 1156.°manda aplicar este regime, de forma subsidiária, a todos os
Pedro de Albuquerque, Representação volun tária em D ireito d v il: ensaio de reconstrução dogmá contratos de prestação de serviço.
tica, Almedina, Coimbra, 2004. A conceitualização de uma doutrina unitária permite, assim, concreti
Ponto 114/m. zar alguns aspetos nucleares de regimes que, embora incontestavelmente
Esta influência tem sido especialmente sentida no campo do Direito societário e no
consohdados, se mostram lacunares.
Direito dos valores mobiliários. Veja-se a monumental obra de Jan von Hein, D ie Rezeption US-
am erikanischen Gesellschaftsrechts in D eutschland, Mohr Siebeck, Tubinga, 2008 (XLVI + 1089
pp). Nao podemos amda deixar de notar a gradual receção do frasf pelos sistemas civih'sticos,
cí. Do trust, c it., 47 ss.
Do trust, cit., 976 ss.
' Do trust, cit., 703 ss.
284
285
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§ 28.» IN T R O D U Ç Ã O
rV. As fragilidades dogmáticas atuais-têm um evidente reflexo na vida matizada, torna esta matéria não apenas apta a integrar uma parte geral do
prática do dia-a-dia: o que fazer se um mandatário, embora sem incum- Direito dos valores mobihários, como a parte geral do nosso Direito comum,
prir as instruções recebidas, atuar de forma a retirar benefícios para si ou devendo, consequentemente, ser incluída no programa da cadeira de Teo
para terceiros? Exemplifique-se. ria Geral do Direito Civil. Podemos ir mais longe: uma futura atuahzação da
A, mandatário de B, na exploração e gestão de uma herdade, contrata Parte Geral do Código Civil, cada vez mais premente, deve incluir a positiva-
sempre com os mesmos fornecedores, não por serem os mais competiti ção de um regime geral das relações de confiança, aplicável subsidiariamente
vos, mas porque recebia sempre uma interessante bonificação. Admita- a todas as relações que preencham os predicados base. Estruturalmente, esta
-se mesmo que os fornecedores habituais prestavam um serviço acima da matéria será incluída na parte dedicada ao exercício dos direitos (artigos
média. 334.° ss do CC)^°®.
A, mandatário de B, para a aquisição de uma biblioteca, opta por
negociar com C, em detrimento de D, por ser amigo de longa data do pri
meiro. Ambas as coleções preenchiam os requisitos mínimos indicados e 114. Negócios fiduciários e relações de confiança
encontravam-se dentro do intervalo de preços estabelecidos por B, mas a
proposta de D era objetivamente mais favorável. I. Na Common Law, a dimensão interna do trust, ou seja, a relação
de confiança estabelecida entre o trustee e o beneficiário, representa o
V. Numa perspetiva sistemática, o acolhimento de uma solução uni arquétipo dasfiduciary relationships - expressão usualmente traduzida por
tária, abarcadora de todas as relações de confiança, é particularmente relações de confiança -, servindo de modelo tanto para a construção de
ahciante: permite uma consohdação dogmática, com todas as vantagens um conceito geral, como para preencher os espaços lacunares de todas as
teóricas e práticas associadas, assim como um intercâmbio de decisões. relações jurídicas posteriormente identificadas com o instituto^^°.
Mas não se confunda sistematização com uniformização. A solução pro Cumpre assim perguntar se também os negócios fiduciários devem
posta deve ser flexível e adaptável às especificidades de cada relação con ser descritos como relações de confiança. Ora, enquanto facto jurídico
creta, sob pena de operar um total esvaziamento. que é, o negócio fiduciário não pode ser descrito nesses termos, mas a
Do ponto de vista do nosso Direito dos valores mobihários, o desenvol mesma hmitação já não se verifica em relação à dogmatização da relação
vimento de uma teoria unitária assume um interesse redobrado, por duas
razões principais. Permite concretizar os deveres que moldam a atuação
dos intermediários financeiros, maxime, os de lealdade, bem como os o desenvolvimento de uma doutrina sistematizada e unitária exige um desenvolvimento
que escapa, reconheça-se, às pretensões destas foUias.
deveres assumidos pelas restantes posições fiduciárias. Fornece, ainda,
™ Re, West o f E ngland & South W ales D istrict B ank, ex p arte D ale & Co (1879) 11 C hD 772-778,
elementos decisivos no aprofundamento e na sistematização dos deveres 778: “ W hat is a fid u ciary relationship? It is one in respect o f which i f a w rong arise, the same remedy
dos denoxainâdos gatekeepers (p. ex.: agências de notação de risco e audi exists against the wrong-doer on b eh alf o f the p rin cip al as w ould exist against a trustee on b eh alf o f the
tores externos), em especial no âmbito da problemática que envolve os cestui que tru sf. Os próprios tribunais reconhecem a progressão gradual do processo. Pri
meiro, através da aphcação analógica da relação fiduciária por excelência - trust - e, numa
denominados conflitos de interesses. Conquanto se reconheça que a sua
inclusão no leque das fiduciary relationships seja forçada, a proximidade
segunda fase, através da construção de uma figura geral, cff., Gwembe Valley Development Co
L td VKoshy (No 3) [2004] 1BCLC131-179,157: “ T hefiduciary relationship has developed by analogy
existente abre as portas a um tratamento senão consolidado, pelo menos from the trust relationship” -. Swindle v Harrison [1997] 4 All ER 705-736,734: “fid u ciary duties are
mutuamente influente. equitable extensions o f trustees duties”. Alguma doutrina admitia, já em meados do século X K , a
coexistência de duas aceções: (i) em sentido amplo abrangia todas as relações hoje descritas
como sendo de confiança; e (ii) em sentido estrito, circunscrito aos negócios fiduciários, cfr.,
VI. O papel hoje desempenhado pelas relações de confiança, conjugado
William Evans, A Treatise upon the L aw o f P rin cipal and A gent in C ontract and Tort, edição esta-
com uma certa abertura e propensão para uma análise integrada e siste-
do-unidense, Vol. I, Blackstone, Filadélfia, 1888,319.
286
287
M Ü BILTA RIO S
§ 2 8 .“ IN T R O D U Ç Ã O
= .= i'™ £ 2-sr^rr~
impede a coexistência de ambas as figuras.
Parece ter sido precisamente este ponto que escapou à doutrina
expansionista: foi identificada uma necessidade prático-científica: a con-
A estrutura básica dos negócios fiduciários não encontra continui ceitualização sistemática e unitária de uma nova posição jurídica, com
dade restantes relações de confiança: compare-se cornos 5n «™ T uma presença crescente nos mais variados ramos jurídicos; todavia, ao
lanos financeiros, os administradores das sociedades comerciais partir da figura clássica do negócio fiduciário tomou-se refém nas suas
mmdatarios. Em nenhum destes casos a dimensão fiduciária do carso características e especificidades. A assunção desta interpretação, espole
tou, de imediato, a emergência de fundados anticorpos, pondo em causa
?a pÕs“ ™ ' "" caracteristici 0 sucesso da constmção.
Repare-se que as diversas teorias expansionistas, em especial a de
Lõhing, são particularmente proveitosas, do ponto de vista do apro-
neeóc-'''‘S ! douttina alemã que se debruçou sobre os
fimdamento de uma doutrina unitária dos negócios de confiança, em
g los “ õianos advoga uma renovação conceituai, de modo a abar tudo similar às fiduciary relationships anglófonas. Estes Autores poderiam
car também as relações de confiança».
mesmo ter defendido uma aproximação aos negócios fiduciários, o que
Ção d T o E a caracteriza-se pela simples assun certamente se reconhece, sem pôr em cheque uma figura clássica e com'
ção da obngaçao de atuar no interesse de outrem, sendo indiferente a
esm tura ou as especificidades jurídicas da posição ocupada» O Autor uma relevância crescente no panorama jurídico continental. De modo
algum a sua teoria sairia afetada.
chega mesmo a descrever o fiduciário como u m ^ s to r » A c o n s ^ ^
289
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
290
§ 2 9 .” D O U T R IN A U N IT Á R IA S
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
relação fiduciária como sendo toda aquela em que existe uma separação 117. Teoria do poder ou da discricionariedade
entre a titularidade do direito sobre uma coisa corpórea ou o seu con
trolo de facto e o benefício efetivo do bem^^®. A construção não pode ser I. A teoria da discricionariedade foi desenvolvida por Wemrib^^“^. Para
aceite, visto deixar de fora a esmagadora maioria das relações de con este Autor, o elemento distintivo das relações fiduciárias deve ser pro
fiança. Mesmo no campo dos negócios fiduciários, a teoria clássica da curado não nos deveres per se, mas na imposição de hmitações legais ao
propriedade encontra-se ultrapassada: o objeto da fidúcia pode ser uma exercício dos poderes conferidos. A posição dos diferentes fiduciários
coisa incorpórea ou um direito de crédito’’^®. caracterizar-se-ia, assim, pela atribuição de extensos poderes discricioná
rios, cujo exercício deve sempre guiar-se pela prossecução dos fins e dos
II. Recentemente, a teoria da propriedade foi adaptada de modo a objetivos que estão na origem da própria relação^^. A dimensão criativa
abranger todas as situações fiduciárias que não encontrassem na titulari dos poderes, particularmente visível em posições intrinsecamente discri
dade de um direito real o seu núcleo identificativo. O seu Autor, Gordon cionárias - pense-se na gestão de alguns fundos de investimento coletivo
Smith, substituiu a expressão direito de propriedade pelo termo criticai -, impeliram o sistema a desenvolver estritos critérios regulatórios for
resourcé^^K Com o uso deste termo pretendeu identificar-se o bem, direito mais e substantivos, para acautelar a frágil posição dos beneficiários da
ou interesse que é confiado ao fiduciário, quer seja uma coisa corpórea relação^^'^.
ou uma simples informação. Esta subtil alteração, embora dando res
posta às críticas usualmente dirigidas à teoria da propriedade - exces II. A teoria da discricionariedade foi retomada por Tamar Frankel.
sivo apegamento às raízes históricas do trust -, mostra-se insatisfatória Adotando uma conceitualização claramente profilática, a ilustre Pro
quando posta em prática: qual o criticai resource das relações de confiança fessora apresenta a imposição de deveres fiduciários como mecanismos
complexas (p. ex.: administradores/pessoas coletivas ou intermediários de defesa contra a utilização dos poderes atribuídos aos fiduciários^^l
financeiros/investidores)? As ff agilidades da construção manifestam-se Alguns tipos de serviços, concretiza Frankel, apenas podem ser efetiva
na própria linha de raciocímo seguida ao longo das folhas e que tende a mente prestados se o interessado transmitir, para o prestador, um vasto
aproxhnar a posição do Autor das teorias finahsticas^^l conjunto de poderes e de direitos. Ao fazê-lo, o interessado assume riscos
A criticai resource theory é ainda criticável por circunscrever os deveres consideráveis: nada lhe garante que o fiduciário não irá utilizar a posição
fiduciários ao que considera ser o núcleo da relação. Ora, os deveres fun ocupada para prosseguir os seus interesses pessoais ou os interesses de
damentais de qualquer posição estendem-se a toda a relação fiduciária^^. terceiros, desconsiderando, por completo, a ratio subjacente à constitui
ção da relação^^®.
A imposição de deveres fiduciários apresenta-se, assim, como uma
garantia de que esses poderes apenas serão exercidos no exclusivo inte
resse dos beneficiários (p. ex.: os investidores).
™ John C. Shepherd, The L aw o f Fiduciaries, The Carswell Company, Toronto, 1981,52.
Do trust, cit., 921 ss.
D. Gordon Smith, The C ritical Resource Theory o f Fiduciary D uty, 55 Vand L Rev, 2002,1399- Emest J. Weinrib, The Fiduciary O bligations, UTLJ, 1975,1-22. O próprío Autor reconhece
1497. Andrew S. Gold, On the E lim ination o f Fiduciary D uties: A Theory o f Good F aith fo r Unincor as insuficiências da sua tese (9-15).
porated Firm s, 41 Wake Forest L Rev, 2006,123-187,130: aparenta acolher a teoria. ^“ Cit.,4.
Veja-se a seguinte passagem retirada das conclusões: “ W hen a person is authorized to act on Cit., 7.
b eh alf o f another and to exercise discretion over critical resources belonging to the other, a duty o f loyally Fiduciary L aw , cit., 809. A Autora expõe e aprofunda esta construção em outros estudos:
helps to align incentives” : cit., 1497.
Fiduciary D uties as D efault Rules, 74 Or L Rev, 1995, 1209-1278 e Fiduciary L aw in the Twen
™ Deborah A. DeMott, Breach o f Fiduciary D uty: On Ju stifiab le E xpectations o f L o yalty and Their ty-First Century, 91BU L Rev, 2011,1289-1299.
Consequences, 48 Ariz L Rev, 2006, 925-956, 936: apontando semelhantes críticas.
^ Fiduciary L aw in the T w enty-First Century, cit., 1293.
292
293
§ 2 9 .” D O U T R IN A U N IT A R IA S
D IR E IT O DO S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
III. A construção, nos moldes desenvolvidos por Tamar Frankel, mere visão finahstica das relações de confiança: ao recorrer a intermediários
ceu o acolhimento de amplos sectores da Ciência Jurídica anglófona^^g financeiros com propósitos de gestão de carteiras, o investidor tem em
mas não conseguiu impor-se nas salas dos tribunais^^». - vista um objetivo concreto: apela aos conhecimentos e à experiência de
A teoria da discrícionariedade também não pode ser aceite. Para além nm sujeito concreto por considerar ser este o mais indicado para pros
de assentar numa visão muito redutora da posição jurídica dos fiduciá- seguir os fins pretendidos. Ora, ao aceitar essa fimção, o intermediário
nos, sendo, como tal, insuficiente para esclarecer os exatos contornos financeiro compromete-se a prosseguir os objetivos para os quais foi con
dos deveres assumidos, não é suficientemente delimitadora: a atribuição tratado, pelo que não pode, em caso algum, afastar-se desse fim, sob pena
de poderes discricionários não é uma prerrogativa exclusiva dos fiduciá de violar os deveres voluntariamente assumidos.
rios. Da aplicação da teoria não é possível distinguir as relações de con
fiança das restantes, nem determinar em que tipos de casos estas relações II. A teoria do escopo também não nos permite distinguir as relações
emergem^^^ ^
de confiança das restantes. Qualquer tipo de prestação de serviço tem
como objeto primário a prossecução do fim indicado pelos contraentes.
Laby, pretendendo, precisamente, contornar esta crítica, recorre a dois
118. Teoria do escopo
elementos centrais: (1 ) a relação fiduciária tem uma natureza continuada;
e (2) os fiduciários apenas estão sujeitos, ou tenderão a estar, a obriga
I. A teoria do escopo, desenvolvida por Arthur Laby^^a^ ções de meios e não de resultados. Enquanto um eletricista se obriga a
logo ao que se verifica para a teoria da discricionariedade, adota uma trocar uma lâmpada, os fiduciários comprometem-se a prosseguir os fins
indicados pelos beneficiários, exemplifica^^^.
Esta argumentação é claramente insuficiente. Os intermediários
Kevin Rogers, Trust and Confidence and the F iduciary D uty ofiB anks in Iow a, 35 Drake L Rev,
financeiros estão sujeitos, no âmbito da relação de confiança estabelecida
1986,611-632,620; Beverly M. M cL zch lin , A New M orality in Business L aw , 16 Can Bus LJ, 1989,
319-327, 324; Jef&ey N. Gordon, The M andatory Structure o f Corporate L aw , 89 Colum L Rev, com os seus clientes, a obrigações de resultado, pense-se numa simples
1989,1549-1598,1596: a teoria tern merecido especial aceitação por parte da doutrina soci ordem de compra ou de venda de valores mobiháríos. Acresce que Laby
etária, que a invoca para proteger a posição dos sócios minoritários; Great M. Fung, A Com coloca, no núcleo das relações de confiança, os deveres de cuidado e não
mon G oalfro m Two D ifferent P aths: Protection o f M in ority Shareholders in D elaw are and C anada, 57
os deveres de lealdade, o que tende a desvirtuar todo o instituto^^^.
Alb L Rev, 1993,41-92,44; Patricia M. L. Illingworth, Patient-T herapist Sex: C rim inalization and
Its D iscontents, 11J Contemp Health L & Pol’y, 1995, 389-416, 404: parece seguir a posição de
Frankel, embora reconheça que, tendo a construção sido desenvolvida à luz das tradicionais
relações fiduciárias, a sua aplicação às novas relações de confiança levanta sérias dificuldades; 119. Teoria do enriquecim ento sem causa
Katsuhito Iwai, Persons, Things and Corporations: The Corporate Personality Controversy and Com
parative Corporate Governance, 47 Am J Comp L, 1999, 583-632, 620; Janice D. ViUiers, Clergy
I. A tese do enriquecimento sem causa foi apresentada, pela primeira
M alpractice Revisited: L iab ility fo r Sexual M isconduct in the C ounselling R elationship, 74 Denv U L
Rev, 1996,1-64,42. acolhe com especial entusiasmo a dimensão profilática da construção. vez, por Shepherd^^®, num exercício puramente científico. Repare-se que
Smith, The C ritical Resource, cit., 1426: o Autor leva a cabo uma análise exaustiva das deci a absorção da relação fiduciária pela doutrina do enriquecimento sem
sões em que o artigo de Frankel é citado e conclui que em nenhuma delas a teoria da discri
cionariedade é efetivamente aplicada.
Smith, The C riticai Resource, cit., 1426; Frank H. Easterbrook e Daniel R. Fischel, Contract
Cit., 133.
and Fiduciary D uty, 36 J Law & Econ, 1993, 425-446, 436: os Autores são bastante críticos
Arthur B. Laby, Resolving Conflicts o f D uty in Fiduciary R elationships, 54 Am U L Rev, 2004,
da construção; afirmam que não responde às questões centrais do tema: “ W hat kind o f power,
75-149,78.
under w h at circumstances, w ith ensuing duties?”.
J. C. Shepherd, Towards a Unified Concept o f Fiduciary Relationships, 97 LQR, 1981, 51-79,
Arthur B. Laby, The Fiduciary O bligations as the A doption o f Ends, 56 Buff L Rev, 2008,99-168.
53-56.
294
295
' .......... ■ " § 29.” DOUTRINA'UNITARTAS’
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
causa’’^® não parece ter sido defendida, abertamente, por nenhum autnr A grande crítica à tese do enriquecimento sem causa reporta-se à sua
ou tribunaF^^. Inatureza meramente formal. De facto, como parte da doutrina tem apon-
Shepherd considera que o facto de a teoria não ter sido expressamente ítado, a construção não fornece qualquer elemento que permita, ao intér-
defendida não significa que não tenha sido implicitamente aphcada [prete-aplicador, distinguir as relações fiduciárias das não-fiduciárias. No
O autor recondu-la às decisões jurisprudenciais focadas na dimensão res- ‘ limite, a teoria, mesmo em termos abstratos, não é aphcável: redunda
sarcitória do regime do trust. No acórdão Exparte Dale & o tribunal ^num círculo no qual muito dificilmente se consegue entrar: (i) a relação
colocou a pedra de toque da relação fiduciária na possibihdade ou impos ^fiduciária caracteriza-se pelos remédios disponibihzados aos beneficiá-
sibilidade de aphcação dos remédios que tradicionalmente são colocados ‘ rios; e (ii) o reconhecimento ou a emergência de novas relações fiduciá-
à disposição dos beneficiários. Seguindo esta linha de raciocínio. Fry J ■ rias depende da aphcação desses mesmos remédios. O objeto último da
após concluir pela aphcação dos “remédios fiduciários”, invoca a existên demanda pela unificação conceituai - o que permite identificar uma rela
cia, na esfera jurídica dos beneficiários, de equitable rights'^^^. ção fiduciária - fica sem resposta^^\
A doutrina do enriquecimento sem causa apenas foi introduzida no sistema jurídico anglo-
-saxónico nos finais do século XIX, estando ainda, nos dias que correm, a viver um processo
de consolidação e aprofundamento, cfi:., Peter Birks, U njust Enrichm ent, 2.“ ed., OUP, Oxford,
2005. Entre nós, a doutrina do enriquecimento sem causa tem merecido atenção nas grandes
obras de referência dedicadas ao tema, cfr.. Luís Menezes Leitão, O enriquecimento sem causa no
D ireito civil: estudo dogmático sobre a viabilidade da configuração un itária do instituto,fa ce à contrapo
sição entre as diferentes categorias de enriquecimento sem causa. Centro de Estudos Fiscais, Lisboa,
1996,371 ss.
Gareth Jones, U njust Enrichm ent and the Fiduciary D uty o f L oyalty, 84 LQR, 1968, 472-502:
embora invoque uma certa identidade entre os dois institutos, o autor acaba por reconhecer
que, em situações pontuais, os fiduciários serão judiciahnente responsabüizados, apesar de
os benefi'cios obtidos não estarem, à luz da doutrina do enriquecimento sem causa, vedados.
(1878) 11 Ch D 772-778,778. Sealy, Fiduciary Relationships, cit., 73-74; Ernest J. Weinrib, The Fiduciary O bligation, cit., 5;
Cit., 778. Easterbrook e Fischel, C ontract and Fiduciary D uty, cit., 435: descrevem a teoria como sendo
™ Cit., 54-56. circular.
296 297
§ 3 0 .» T E O R IA S DO IN T E R E S S E
Mitchell Franklin, The H istorical Function o f the A m erican L aw Institute: Restatem ent as Transi
tional Codification, 47 Harv L Rev, 1934,1367-1394: apanhado geral do papel dos Restatem ents.
Mattheiv Conaglen, Fiduciary L oyalty: Protecting the Due Performance o f N on-Fiduciary D uties,
Sobre o F irst Restatem ents o f Trust, vide: Thurman Arnold, The Restatem ent o f the L aw o f
Hart, Oxford, 2010, 246-247: referências bibliográficas; Laby, The Fiduciary O bligation, cit.,
Trusts, 31 Colum L Rev, 1931,800-823.
131.
Austin W. Scott, The Fiduciary Principle, 37 Cal L Rev, 1949,539-SSS, 540.
Gordon Smith, The C ritical Resource, cit., 1042.
298
299
§ 3 0 .“ T E O R IA S DO IN T E R E S S E
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
primeiro irá atuar em benefício do segundó, subalternizando os seus interes A proxim idade da construção com o id eal fiduciário anglo-saxónico,
1
ses pessoais^^'’. W dem onstrativo de um pensam ento com um , abre, para m ais, as portas a
Defendida por alguma doutrina^^® e seguida em diversas decisões juris- [: um a consoHdação que extravase as fronteiras dos dois grandes sistem as
prudenciais^^®, a teoria da expectativa não pode também ser acolhida. jurídicos dom inantes.
O conceito de expectativa está longe de se encontrar consolidado no Direito i Do ponto de vista científico, a precisão que caracteriza o pensam ento
anglo-saxónico^5°, o que impele muitos autores a considerá-lo juridicamente í: jurídico alem ão facilita a d o ^ a tiz a ç ã o das conceções avançadas pelos
irrelevante: as expectativas, ao contrário dos deveres, não podem ser judicial * mais relevantes teóricos fiduciários anglófonos.
mente exigidas^^^
Na sua globalidade, a teoria introduz maior complexidade na discussão, II. A suposta excessiva am plitude da teo ria sufragada p or Scott favo
sem apontar soluções claras^®^. receu a consolidação das críticas que lhe foram dirigidas. R elem bre-se.
em qualquer relação sinalagm ática, as partes com prom etem -se, nem que
seja por aplicação do disposto no artigo 762.°/2 do CC, a p rosseguir tam
121. Ciência Jurídica germ ânica bém os interesses da contraparte, p elo que não poderia certam ente ser
este o elem ento indentificador das relações de confiança.
I. Com o acim a indicám os, a teo ria expansionista germ ânica, apesar de A tese de B eyerle perm ite esclarecer o alcance da teoria do jurista
não poder ser assum ida à luz dos seus propósitos originários - recons estado-unidense. Para o ilu stre germ anista, é possível agrupar as relações
trução do conceito de negócio fiduciário apresenta-se de extrem a u ti jurídicas em três grandes categorias: (i) relações sinalagm áticas: carac
lidade na conceitualização sistem atizadora de um a doutrina fiduciária terizadas por um equÜíbrio dos diferentes interesses em questão; (ii)
unitária. relações de com propriedade: já não é o interesse individual que é prosse
guido, m as o interesse de um grupo de sujeitos ou de um a com um dade;
e (iii) relações fiduciárias: distinguem -se das restantes p elo facto de o
interesse de um determ inado sujeito não ser prosseguido ou acautelado
Paul D. Finn, Fiduciary O bligations, The Law Book Co., Sidney, 1977,172-173.
por si próprio, individual ou conjuntam ente, m as p or um terceiro .
DeMott, Breach o f Fiduciary D uty, cit.
A rklow Investm ents L td V M aclean [2000] 1WLR 594-602,598: “ the concept encaptures a situa
tion where one person is in a relationship w ith another which gives rise to a legitim ate expectation, which III G rundm ann, que recentra a problem ática na dim ensão interna do
equity recognizes, th at thefiduciary w ill not utilize his or herposition in such a w ay w hich is adverse to the negócio, procura a essência da posição ju ríd ica nas obrigações assum idas
, R v N eil [2002] 3 SCR 631, [16]; M clnem ey v M acD onald [1992] 2 SCR
interests o f the p rin cip al’■
pelo fiduciário^^'^. Seguindo esta lin ha de raciocínio, G rundm ann conclui
138, [20]; H odgkinson v Sim m s [1994] 3 SCR 377, [28]; C him side v Fay [2007] 1NZLR 433-484,
460; H agem an vH olm es [2009] EWHC 50 (Ch), [52]. que a obrigação nuclear consiste na assunção de acautelar o
John H. Baker, From Sanctity o f C ontract to Reasonable Expectations, 32 CLP, 1979,18-39, 33: beneficiário, no âm bito de um a específica posição ou função^^l
0 Autor aponta a inserção do conceito de razoabihdade como a maior fragilidade da teoria; É com L ôhnig que a teoria expansionista germ ânica m ais se apro
Bailey H. Kuklin, The P lau sib ility o f L egally Protecting Reasonable Expectations, 32 Val U L Rev, xim a das construções anglófonas. Para este A utor, o conceito de negócio
1997,19-66.
fiduciário abarca todas as relações jurídicas em que a prossecução de um
Catherine Mitchell, Leading a L ife o f Its O wn? The Roles o f Reasonable Expectation in Contract
L aw , 23 OJLS, 2003, 639-665: ao anahsar o conceito numa perspetiva contratual, a Autora
determ inado interesse seja assum ida não p elo sujeito diretam ente inte-
apercehe-se da irrelevância jurídica do conceito. Um contrato caracteriza-se pela possibili
dade de os deveres assumidos poderem ser judiciahnente exigidos, o que, definitivamente,
não acontece no âmbito da simples expectativa. D ir Treuhand, cit., 16 ss.
Conaglen, Fiduciary L oyalty, cit., 250-251: esta construção representa uma outra forma de D er Treuhandvertrag, cit., 88.
expor a teoria da discrícionaríedade. Cit., 99.
301
300
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
§ 3 0 .“ T E O R IA S DO IN T E R E S S E
ressado, mas por um terceiro^^^ Deixando de lado a reconstrução con evidentemente, a nossa total concordância’’^“, ao mesmo tempo que des
ceituai proposta, centremo-nos nas consequências sistematizadoras do valorizam a importância teórica e prática de revestir as relações fiduciá
ponto de vista das relações de confiança. rias de uma imidade sistemática interna - quanto a este segundo ponto,
O jurista alemão reduz a sua teoria a dois elementos: (i) atribuição remete-se para o que introdutoriamente se escreveu.
de um poder-dever que permite, ao seu titular, intervir ou interferir na A abstração inerente a qualquer conceito indeterminado não deve
es era de interesses de um sujeito; e (ii) uma fonte atributiva dessa titu- ser encarada como um obstáculo à sua existência: é precisamente essa
andade . Esta conceção leva Lõhnig a incluir, no leque das relações de maleabilidade que abre as portas à resolução transparente e científica dos
confiança (ori^ariam ente: negócios fiduciários), um conjunto variadís- litígios reais.
sfino de posições: pais, tutores, curadores, administradores de insolvên
cia, testamenteiros, comissários, agentes, concessionários, franqueados II. Como ponto de partida, devemos assim reconhecer que a expres
bancos - para com os titulares das contas -, corretores ou empresas de são atuação no interesse de outrem, em resultado da indeterminabilidade
investimento - para com os investidores^^s sujeitos a do conceito de interesse, está sujeita a incontáveis preenchimentos’“^
quem sejam atribuídos, contratual ou legalmente, poderes para atuar no A multiplicidade de situações em que o vocábulo é empregue exige uma
interesse de terceiros. compartimentação das diversas aceções, sob pena de as soluções preconi
A tese de Lõhmng encontra na ideia da substituição o seu elemento zadas não terem qualquer relevância científica e prática. Aquando da sua
mais criativo: todas as relações jurídicas em que um sujeito se substitua a materiahzação, o intérprete deve ter em consideração as exatas circuns
outrem, na prossecução dos seus interesses individuais, devem ser defini tâncias em que a expressão é empregue’“^.
das como sendo fiduciárias. O mesmo se diga quanto à querela que opõe a visão subjetivista à
objetivista: não é possível, em abstrato, determinar se, na prossecução
dos interesses do beneficiário, o fiduciário deve atender às pretensões
122. Posição assum ida pessoais do primeiro ou às suas necessidades objetivas, com toda a carga
indeterminável inerente a este segundo caminho’““: apenas em concreto
I. As incertezas e críticas que são dirigidas à teoria do interesse residem é possível averiguar se o fiduciário violou, efetivamente, a obrigação de
na forte abstração que rodeia a própria construção, o que dificulta, nesses prosseguir o interesse do beneficiário último da relação. Assim, e indo,
exatos termos, a sua aplicação direta e imediata. É à luz desta interpreta de certa forma, ao encontro da moderna escola fiduciária britânica, não
ção que parte importante da moderna doutrina fiduciária britânica vem
negar a utilidade e a credibilidade em desenvolver uma doutrina unitária,
em benefício de uma análise casuística, que encontre no confronto com
as relações clássicas e na analogia os seus mecanismos por excelência^^^.
Os defensores desta doutrina parecem confundir a abstração da teoria Deborah A. DeMott, Beyond M etaphor: A n A nalysis o f Fiduciary O bligation, Duke LJ, 1988,
879-924; sublinha este ponto em inúmeras passagens do estudo.
com a necessidade de atender aos factos concretos, aspeto que merece.
Veja-se, como ponto de partida, a incontomável tese de Paulo Mota Pinto, em dois volu
mes, Interesse contratual negativo e interesse contratual positivo, Coimbra ed., Coimbra, 2008, em
especial, as páginas 81 ss e 481 ss, com amplas referências bibliográficas e a tese de mestrado
Treuhand, cit., 116.
de Pedro de Albuquerque, D ireito depreferência dos sócios em aumento de capital nas sociedades anó
""" Cit., 118-119.
nim as ep o r quotas, Almedina, Coimbra, 1993, 313 ss.
Cit., 119.
Mota Pinto, Interesse contratual, I, cit., 500.
Conaglen, Fiduciary L oyalty, cit., 254 ss. ou Paul B. Miller, The Fiduciary R elationship em António Menezes Cordeiro, D a responsabilidade civil dos adm inistradores das sociedades comer
P hilosophical Foundations, cit., 63-90, 65 ss.
ciais, Lex, Lisboa, 1997,516-517 e Do trust, cit., 979-980.
302
303
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S § 3 0 ." T E O R IA S DO IN T E R E S S E
nos parece possível nem útil atribuir ao conceito “prossecução do inte fiduciário prossegue o interesse do beneficiário (“círculo de valores”) se
resse do beneficiário” um conteúdo substantivo predeterminado^®^. da sua atuação não resultar qualquer violação dos deveres que moldam a
A atribuição de um conteúdo formal ao conceito de interesse - por posição ocupada (“conjunto de normas”).
oposição às conceções subjetivistas e objetivistas - é hoje assumida pela Levando este raciocínio até ao fim, podemos apresentar o conceito de
nossa doutrina de ponta. Mota Pinto afirma que o conceito de interesse interesse, neste contexto - prossecução de interesse -, como exprimindo
no âmbito da responsabilidade civil, pode ser definido como “a situação 0 conjunto de obrigações que, em concreto, adstringem o fiduciário.
em que estaria o lesado se não fosse o evento lesivo”’’®®. Já para Menezes A ideia de círculo de valores, que corresponde à posição do beneficiário,
Cordeiro, será “a realidade apta a satisfazer desejos ou necessidades e é absorvida pela expressão “em concreto”.
que, sendo protegida pelo Direito, dá lugar, quando desrespeitada, a um
dano”^®®. IV. Na busca por uma concretização do conceito de prossecução dos
interesses dos beneficiários, importa identificar o dever comum a todas
III. O conceito de “prossecução dos interesses do beneficiário” deve, as posições fiduciárias - administradores, intermediários financeiros
assim, ser preenchido à luz destes três critérios: (i) contexto jurídico em ou sociedades gestoras de patrimónios coletivos - e que molda e limita
que se insere; (ii) focado nas obrigações assumidas pelo fiduciário; e (iii) as respetivas atuações. É inequívoco que se trata do dever de lealdade
despojado de qualquer elemento subjetivo apriorístico^®’’. (artigo 64.“ do CSC, artigo 304.72 do CVM e artigo 68 .7 I do RJOIC). É o
O primeiro critério é, quase na sua totahdade, absorvido pelo segundo. cumprimento ou 0 incumprimento do dever de lealdade que nos permite
O contexto é um reflexo das obrigações assumidas pelo fiduciário: este concluir pela obediência à obrigação de atuar no interesse do beneficiá
compromete-se a apenas prosseguir o interesse do beneficiário da rela rio último da relação, maxime, o investidor.
ção, ou seja, o exercício da posição de confiança é moldada pela obriga
ção de atuar no interesse do beneficiário. Na sua anotação ao complexo
artigo 64.“ do CSC, que encontra um paralelo evidente no artigo 304.“/2
do CVM, Menezes Cordeiro apresenta o conceito de interesse “como
exprimindo um círculo de valores protegidos por determinada norma ou
conjunto de normas”^®®.
A avaliação jurisdicional do cumprimento da prossecução ou não
prossecução dos interesses do beneficiário deve ser feita numa perspetiva
concretizadora, focada nas obrigações que moldam o conteúdo da posi
ção jurídica. Em termos simplificadores, mas nem por isso imprecisos, o
304 305
§ 31.° O D E V E R D E L E A L D A D E
I. É hoje muito comum, entre nós - por influência estado-unidense II. Dogmaticamente, é discutido se os deveres de lealdade se fundam
-, apresentar-se a posição jurídica dos administradores como estando
na boa-fé, especialmente nos moldes previstos no artigo 762.°/2 do CC,
estruturada em tomo de dois grandes deveres, descritos como flduciá- ou na dimensão fiduciária das relações de confiança, pese o pleonasmo^^^.
rios: deveres de cuidado e deveres de lealdade^®®. Esta interpretação é O Professor Carneiro da Frada, Autor que entre nós maior atenção
histórica, hnguística e conceitualmente imprecisa^^°.
dedicou ao problema, defende esta última posição, argumentando, sucin
tamente, que o dever de lealdade, em face da centralidade que desempe
nha neste tipo de relação - em que um sujeito assume a obrigação de
™ Sem propósitos exaustivos. Doutrina: Paulo Câmara, O governo das sociedades e os deveresfidu prosseguir, no âmbito dessa posição, os interesses de outrem -, extravasa,
ciários dos adm inistradores em Jornadas sociedades abertas, valores m obiliários e interm ediaçãofinancei a largamente, a ratio subjacente à imposição de deveres acessórios assentes
ros, coordenação de Maria Fátima Ribeiro, Almedina, Coimbra, 2007,163-179; Pedro Pais de
no princípio da boa-fé. Em suma, a recondução dos deveres de lealdade
Vasconcelos, Businessjudgem ent rule, deveres de cuidado e de lealdade, ilicitude e culpa e o artigo 64° do
Código das Sociedades Com erciais, 1DSR, 2009,41-79, em especial 63 ss; Ricardo Costa/Gabriela
ao universo do 762.°/2 do CC desconsidera o papel desempenhado por
Figueiredo Dias, A notação ao artigo 64° do C SC em CSC/CA, I, Almedina, Coimbra, 2010,726 esta situação passiva, tanto ao nível da estrutura da relação como do con
ss; Hugo Moredo Santos/Orlando Vogler Guiné, D everesfiduciários dos adm inistradores: algum as teúdo da posição do fiduciário^^^.
considerações (passado, presente efuturo), S RDS, 691-711. Jurisprudência: RPt 12-abr.-2012 (Leo
nel Serôdio), proc. n.°9836/09.6TBMAI.P1: citando Pais de Vasconcelos.
Embora muito divulgada para lá do Atlântico, a interpretação é criticada por inúmeros or Collective L iab ility fo r Corporate D irectors, 93 Iowa L Rev, 2008, 929-971, 961; Kelh A. Alces,
autores: Deborah A. DeMott, Beyond M etaphor: A n A n alysis o f Fiduciary O bligation, Duke LJ, D ebunking the Corporate Fiduciary M ith, 35 J Corp L, 2009, 230-282, 250.
1988,879-924,915; D. Gordon Smith, The C ritical Resource Theory o f Fiduciary D uty, 55 Vand L Veja-se no nosso Deveres fiduciários de cuidado: imprecisão linguística, histórica e conceituai,
Rev, 2002,1399-1497,1409; Larry E. Ribstein, A reFartnersFiduciaries?, U lU L Rev, 2005,209- 7RDS, 2015.
253,220; Wilham Gregory, The Fiduciary D uty o f Care: A Perversion o f Words, 38 Akron L Rev, Ricardo Costa e Gabriela Figueiredo Dias, A notação ao artigo 64° do CSC em CSC/CA, Vol.
2005,181-206; Carter G. Bishop, A Good Faith R evival o f D uty o f Care L iab ility in Business Organ I, cit., 743: apanhado geral da doutrina, com referências bibliográficas.
ization L aw , Tulsa L Rev, 2006,477-512,480 - o Autor veio posteriormente a abandonar esta Manuel Carneiro da Frada, A Business Judgm ent R ule no quadro dos deveres gerais dos adm inis
posição: The D eontological Significance o f N onprofit Corporate Governance Standards: A Fiduciary tradores em Jornadas sociedades abertas, valores m obiliários e interm ediação financeira, coordenação
D uty o f Care w ithout a Remedy, 57 Cath UL Rev, 2008, 705-776; Darian M. Ibrahim, In d ivid ual Maria de Fátima Ribeiro, Almedina, Coimbra, 2007, 201-242, 209-210.
306 307
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S § 31.“ 0 D E V E R D E L E A L D A D E
Embora também nos pareça que- a apresentação dos deveres de leal O cliente X recorre ao intermediário Y em busca de aconselhamento
dade como simples deveres acessórios acabe por relativizar o papel indis financeiro.
cutível que esta obrigação assume em todas as relações fiduciárias, não Prestação principal; aconselhamento.
nos parece que as duas doutrinas sejam irreconciliáveis. Dever de lealdade positivo: recomendar os investimentos que melhor
se adequem ao cliente em concreto.
III. Partindo do pressuposto de que as relações de confiança se carac
terizam-se pela assunção da obrigação de atuar no interesse de outrem, II. Pela negativa, os deveres de lealdade desenvolveram-se, recorrendo
parece certo que os deveres de lealdade emergem, não como deveres à terminologia anglo-saxónica, em tomo de dois grandes princípios
acessórios, mas como uma decorrência direta da própria prestação prin estmturantes: a no conflict rule es.noprofit rule'^'^^.
cipal, afastando-se, deste modo, do instituto previsto no artigo 762.°/2 A no conflict rule veda, aos fiduciários, todo o tipo de atuação da qual
do CC. possa originar um conflito entre os interesses do beneficiário e os seus
Mas a não recondução ao universo do 762.°/2 do CC não se traduz interesses pessoais, enquanto a no profit rule impede, aos mesmos sujeitos,
num afastamento da boa-fé. De resto, a evolução e o preenchimento dos a obtenção de lucros através da posição ocupada, salvo se previstos ou
deveres de lealdade, nos moldes desenvolvidos pela Ciência Jurídica con devidamente autorizados’^^1
tinental, são devedores deste princípio. Foi no seu seio e recorrendo à sua O dever de evitar conflitos de interesses apresenta-se como a garantia
dogmática que a Ciência Jurídica romanística conseguiu sistematizar e última do cumprimento do contrato concluído e, de maior relevância, da
concretizar os deveres de lealdade^^^. efetiva prossecução dos interesses do beneficiário^^®.
A proibição de obter lucros ou benefícios não contratualizados ou
autorizados, embora dogmaticamente dependente do dever de evitar
124. Deveres de lealdade positivos e deveres de lealdade negativos conflitos, permite resolver situações em que, embora possa não existir um
claro conflito, o fiduciário utilize a sua posição não no exclusivo interesse
I. Há uma certa tendência para circunscrever o dever de lealdade a do beneficiário, mas em seu benefício pessoaF^’ - fica, porém, a dúvida se
um conjunto de proibições de atos ou de omissões. Embora se reconheça estes casos não poderiam simplesmente ser resolvidos por invocação da
que é no campo da sua dehmitação negativa que os deveres de lealdade dimensão positiva dos deveres de lealdade.
assumem maior interesse e densidade dogmática e prática, isso não sig
nifica que os deveres de lealdade não imponham igualmente obrigações
defacere.
Assim, entende-se que os deveres de lealdade positivos obrigam o
fiduciário a atuar sempre no interesse do beneficiário da relação^^^. Nesta
perspetiva, o dever de lealdade aproxima-se do próprio conteúdo da
obrigação principal. Distinga-se, exemplificando.
308 309
§ 3 2 .“ R E L A Ç Õ E S DE C O N F IA N Ç A NO D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
310 3II
§ 3 2 .“ R E L A Ç Õ E S D E C O N F IA N Ç A NO D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
DIREITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS
Alguma doutrina nacional propõe a tradução direta para guardiões; Paulo Câmara,
O governo das sociedades em Portugal: um a introdução, 12 CadMVM, 1999, 45-55, 51 ou José
Ferreira Gomes, D a adm inistração à fiscalização das sociedades: a obrigação de vigilân cia dos órgãos da
sociedade anónim a, Almedina, Coimbra, 2015,464.12
John C CoíFee, Jr., Gatekeeper Failure and Reform : The Challenge o f Fashioning R elevant Reforms,
84 BU L Rev, 2004, 301-364,309.
Arthur B. Laby, D ifferentiating Gatekeepers, 1 Brook J Corp Fin & Com L, 2006,119-163,123.
Numa recente e polémica decisão, o N orth Caroline C ourt o f A ppeal veio considerar que
José Ferreira Gomes, A uditors as Gatekeepers: The European Reform o f A uditors’ L egal Regime
os auditores externos ocupam uma posição fiduciária em relação aos chentes auditados.
and the A m erican Influence, 11 Colum J Eur L, 2005, 665-703.
Commscope Credit Union v B utler & Burke, L L P , 764 SE 2d 642-652 (NC App, 2014).
Frank Partnoy, H ow and W hy Credit R atin g Agencies A re N ot L ike O ther Gatekeepers, University
G a b r ie la F ig u e ire d o Dias, Interesses e conflito de interesses em auditoria e m Conflito de interesses,
of San Diego, Research Paper n.°0 7 -4 6 , maio de 2006 (Net).
cit., 565-627.
Coffee, Jr., Gatekeeper Failure, cit., 309.
313
312
AnexoI
Regulations - 17 CFR 230.901-905
For the purposes only of section 5 of the Act (15 U.S.C. §77e), the terms
offer, offer to sell, sell, sale, and offer to buy shall be deemed to include offers
and sales that occur within the United States and shall be deemed not to include
offers and sales that occur outside the United States.
§230.902 D efinitions.
315
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
ANEXO I
317
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
ANEXO I
paragraph (k)(2)(i) of this section, solely in their capacities as holders of (v) Distribution in the United States of a foreign broker-dealer’s quota
such accounts; tions by a third-party system that distributes such quotations primarily
(iii) A tombstone advertisement in any publication with a general circu~ in foreign countries if:
lation in the United States, provided: (A) Securities transactions cannot be executed between foreign bro
(A) The publication has less than 20% of its circulation, calculated by ker-dealers and persons in the United States through the system; and
aggregating the circulation of its U.S. and comparable non-U.S. edi (B) The issuer, distributors, their respective affiliates, persons acting
tions, in the United States; on behalf o f any of the foregoing, foreign broker-dealers and other
(B) Such advertisement contains a legend to the effect that the secu participants in the system do not initiate contacts with U.S. persons
rities have not been registered under the Act and may not be offered or persons within the United States, beyond those contacts exempted
or sold in the United States (or to a U.S. person, if the advertisement under §240.15a-6 o f this chapter;
relates to an offering under Category 2 or 3 (paragraph (b)(2) or (b) (vi) Pubhcation by an issuer of a notice in accordance with §230.135 or
(3)) in §230.903) absent registration or an applicable exemption §230.135c;
from the registration requirements; and (vü) Providing any journalist with access to press conferences held out
(C) Such advertisement contains no more information than: side o f the United States, to meetings with the issuer or selling security
(1) The issuer’s name; holder representatives conducted outside the United States, or to writ
(2) The amount and title of the securities being sold; ten press-related materials released outside the United States, at or in
(3) A brief indication of the issuer’s general type of business; which a present or proposed offering of securities is discussed, if the
(4) The price of the securities; requirements of §230.135e are satisfied; and
(5) The yield of the securities, if debt securities with a fixed (non- (viii) Publication or distribution o f a research report by a broker or dea
-contingent) interest provision; ler in accordance with Rule 138(c) (§ 230.138(c)) or Rule 139(b) (§
(6) The name and address of the person placing the advertisement, 230.139(b)).
and whether such person is participating in the distribution; (d) Distributor. “Distributor” means any underwriter, dealer, or other per
(7) The names of the managing underwriters; son who participates, pursuant to a contractual arrangement, in the distribu
(8) The dates, if any, upon which the sales commenced and tion o f the securities offered or sold in rehance on this Regulation S (§230.901
concluded; through §230.905, and Preliminary Notes).
(9) Whether the securities are offered or were offered by rights (e) Domestic issuer/Foreign issuer. “Domestic issuer” means any issuer
issued to security holders and, if so, the class of securities that are other than a “foreign government” or “foreign private issuer” (both as defined
entitled or were entitled to subscribe, the subscription ratio, the in §230.405). “Foreign issuer” means any issuer other than a “domestic issuer.”
record date, the dates (if any) upon which the rights were issued (f) Distribution compliance period. “Distribution compliance period”
and expired, and the subscription price; and means a period that begins when the securities were first offered to persons
(10) Any legend required by law or any foreign or U.S. regulatory other than distributors in reliance upon this Regulation S (§ 230.901 through
or self-regulatory authority; §230.905, and Preliminary Notes) or the date o f closing o f the offering, w hi
(iv) Bona fide visits to real estate, plants or other facilities located in the chever is later, and continues until the end of the period o f time specified in the
United States and tours thereof conducted for a prospective investor by relevant provision of §230.903, except that:
an issuer, a distributor, any of their respective affiliates or a person acting (1) All offers and sales by a distributor of an unsold allotment or subs
on behalf of any of the foregoing; cription shall be deemed to be made during the distribution compliance
period;
318 319
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S ANEXO I
(2) In a continuous offering, the distribution compliance period shall rities may not be conducted unless in compliance with the Act. Such state
commence upon completion o f the distribution, as determined and ments shall appear:
certified by the managing underwriter or person performing similar (i) On the cover or inside cover page of any prospectus or offering circu
functions; lar used in connection with the offer or sale of the securities;
(3) In a continuous offering o f non-convertible debt securities offered (ii) In the underwriting section of any prospectus or offering circular
and sold in identifiable tranches, the distribution compliance period for used in connection with the offer or sale of the securities; and
securities in a tranche shall commence upon completion o f the distri (iü) In any advertisement made or issued by the issuer, any distributor,
bution o f such tranche, as determined and certified by the managing any of their respective affiliates, or any person acting on behalf of any of
underwriter or person performing similar functions; and the foregoing. Such statements may appear in summary form on pros
(4) That in a continuous offering o f securities to be acquired upon the pectus cover pages and in advertisements.
exercise o f warrants, the distribution compliance period shall com (h) Offshore transaction.
mence upon completion o f the distribution o f the warrants, as deter (1) An offer or sale of securities is made in an “offshore transaction” if:
mined and certified by the managing underwriter or person performing (i) The offer is not made to a person in the United States; and
similar functions, if requirements o f §230.903(b)(5) are satisfied. (ii) Either:
(g) Offering restrictions. “Offering restrictions” means: (A) At the time the buy order is originated, the buyer is outside the
(1) Each distributor agrees in writing: United States, or the seller and any person acting on its behalf reaso
(i) That all offers and sales o f the securities prior to the expiration of nably believe that the buyer is outside the United States; or
the distribution comphance period specified in Category 2 or 3 (para (B) For purposes of:
graph (b)(2) or (b)(3)) in §230.903, as appHcable, shall be made only (1) Section 230.903, the transaction is executed in, on or through a
in accordance with the provisions o f §230.903 or §230.904; pursuant physical trading floor of an established foreign securities exchange
to registration o f the securities under the Act; or pursuant to an available that is located outside the United States; or
exemption from the registration requirements o f the Act; and (2) Section 230.904, the transaction is executed in, on or through
(ii) For offers and sales o f equity securities o f domestic issuers, not to the facilities of a designated offshore securities market described
ill hedging transactions with regard to such securities prior to in paragraph (b) of this section, and neither the seller nor any per
the expiration o f the distribution comphance period specified in Cate son acting on its behalf knows that the transaction has been pre-
gory 2 or 3 (paragraph (b)(2) or (b)(3)) in §230.903, as applicable, -arranged with a buyer in the United States.
unless in compliance with the Act; and (2) Notwithstanding paragraph (h)(1) of this section, offers and sales of
(2) All offering materials and documents (other than press releases) used in securities specifically targeted at identifiable groups of U.S. citizens abroad,
connection with offers and sales o f the securities prior to the expiration of such as members of the U.S. armed forces serving overseas, shall not be dee
the distribution compliance period specified in Category 2 or 3 (paragraph med to be made in “offshore transactions.”
(b)(2) or (b)(3)) in §230.903, as applicable, shall include statements to the (3) Notwithstanding paragraph (h)(1) of this section, offers and sales of
effect that the securities have not been registered under the Act and may securities to persons excluded from the definition of “U.S. person” pursuant
not be offered or sold in the United States or to U.S. persons (other than to paragraph (k)(2)(vi) of this section or persons holding accounts excluded
distributors) unless the securities are registered under the Act, or an exemp from the definition of “U.S. person” pursuant to paragraph (k)(2)(i) of this
tion firom the registration requirements o f the Act is available. For offers and section, solely in their capacities as holders of such accounts, shall be dee
sales o f equity securities o f domestic issuers, such offering materials and med to be made in “offshore transactions.”
documents also must state that hedging transactions involving those secu t
320 321
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
ANEXO I
322
323
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S r
ANEXO I
325
D IR E IT O DO S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S ANEXO I
provided that the principal and interest o f the securities (or par value, receiving a selling concession, fee or other remuneration in respect of
as apphcable) are denominated in a currency other than U.S. dollars the securities sold, prior to the expiration o f a 40-day distribution com
and such securities are neither convertible into U.S. doUar-denomi- phance period, sends a confirmation or other notice to the purchaser
nated securities nor linked to U.S. dollars (other than through rela staring that the purchaser is subject to the same restrictions on offers
ted currency or interest rate swap transactions that are commercial and sales that apply to a distributor.
in nature) in a manner that iu effect converts the securities to U.S. (3) Category 3. The following conditions apply to securities that are not eh-
dollar-denominated securities. gible for Category 1 or 2 (paragraph (b)(1) or (b)(2)) of this section:
(iii) The securities are backed by the full faith and credit o f a foreign gover (i) Offering restrictions are implemented;
nment; or (ii) In the case o f debt securities:
(iv) The securities are offered and sold to employees o f the issuer or its affi (A) The offer or sale, if made prior to the expiration of a 40-day distribu
liates pursuant to an employee benefit plan established and administered tion comphance period, is not made to a U.S. person or for the account
in accordance with the law o f a country other than the United States, and or benefit o f a U.S. person (other than a distributor); and
customary practices and documentation o f such country, provided that: (B) The securities are represented upon issuance by a temporary glo
(A) The securities are issued in compensatory circumstances for bona bal security which is not exchangeable for definitive securities until the
fide services rendered to the issuer or its affihates in connection with expiration o f the 40-day distribution comphance period and, for persons
their businesses and such services are not rendered in connection other than distributors, until certification o f beneficial ownership o f the
with the offer or sale of securities in a capital-raising transaction; securities by a non-US. person or a U.S. person who purchased securities
(B) Any interests in the plan are not transferable other than by w ill or in a transaction that did not require registration under the Act;
the laws o f descent or distribution; (iii) In the case o f equity securities:
(C) The issuer takes reasonable steps to preclude the offer and sale (A) The offer or sale, if made prior to the expiration o f a one-year distri
o f interests in the plan or securities under the plan to U.S. residents bution comphance period (or six-month distribution comphance period
other than employees on temporary assignment in the United States; if the issuer is a reporting issuer), is not made to a U.S. person or for the
and account or benefit o f a U.S. person (other than a distributor); and
(D) Documentation used in connection with any offer pursuant to the (B) The offer or sale, if made prior to the expiration o f a one-year distri
plan contains a statement that the securities have not been registered bution comphance period (or six-month distribution comphance period
under the Act and may not be offered or sold in the United States if the issuer is a reporting issuer), is made pursuant to the following
unless registered or an exemption from registration is available. conditions:
(2) Category 2. The following conditions apply to securities that are not eli (1) The purchaser o f the securities (other than a distributor) certifies
gible for Category 1 (paragraph (b)(1)) o f this section and that are equity that it is not a U.S. person and is not acquiring the securities for the
securities o f a reporting foreign issuer, or debt securities o f a reporting account or benefit o f any U.S. person or is a U.S. person who purcha
issuer or o f a non-reporting foreign issuer. sed securities in a transaction that did not require registration under
(i) Offering restrictions are implemented; the Act;
(ii) The offer or sale, if made prior to the expiration o f a 40-day distribu (2) The purchaser o f the securities agrees to resell such securities
tion comphance period, is not made to a U.S. person or for the account only in accordance with the provisions of this Regulation S (§230.901
or benefit of a U.S. person (other than a distributor); and through §230.905, and Preliminary Notes), pursuant to registration
(iii) Each distributor selling securities to a distributor, a dealer, as defi under the Act, or pursuant to an available exemption from registra
ned in section 2(a)(12) of the Act (15 U.S.C. 77b(a)(12)), or a person
326 327
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S ANEXO I
tion; and agrees not to engage in hedging transactions with regard to (5) Warrants. An offer or sale o f warrants under Category 2 or 3 (para
such securities unless in compliance with the Act; graph (b)(2) or (b)(3)) o f this section also must comply with the following
(3) The securities o f a domestic issuer contain, a legend to the effect requirements:
that transfer is prohibited except in accordance with the provisions (i) Each warrant must bear a legend stating that the warrant and the
o f this Regulation S (§§ 230.901 through 230.905, and Preliminary securities to be issued upon its exercise have not been registered under
Notes), pursuant to registration under the Act, or pursuant to an the Act and that the warrant may not be exercised by or on behalf o f any
available exemption from registration; and that hedging transactions U.S. person unless registered under the Act or an exemption from such
involving those securities may not be conducted unless in compliance registration is available;
with the Act; (ii) Each person exercising a warrant is required to give:
(4) The issuer is required, either by contract or a provision in its (A) Written certification that it is not a U.S. person and the warrant is
bylaws, articles, charter or comparable document, to refuse to register not being exercised on behalf o f a U.S. person; or
any transfer o f the securities not made in accordance with the provi (B) A written opinion o f counsel to the effect that the warrant and the
sions o f this Regulation S (§§230.901 through 230.905, and Prelimi securities delivered upon exercise thereof have been registered under
nary Notes), pursuant to registration under the Act, or pursuant to the Act or are exempt from registration thereunder; and
an available exemption from registration; provided, however, that if (iii) Procedures are implemented to ensure that the warrant may not be
the securities are in bearer form or foreign law prevents the issuer of exercised within the United States, and that the securities may not be delive
the securities from refusing to register securities transfers, other rea red within the United States upon exercise, other than in offerings deemed
sonable procedures (such as a legend described in paragraph (b)(3) to meet the definition of “offshore transaction” pursuant to §230.902(h),
(iii) (B)(3) o f this section) are implemented to prevent any transfer unless registered under the Act or an exemption from such registration is
o f the securities not made in accordance with the provisions o f this available.
Regulation S; and
(iv) Each distributor selling securities to a distributor, a dealer (as defi
ned in section 2(a)(12) o f the Act (15 U.S.C. 77b(a)(12)), or a person §230.904 Offshore resales.
receiving a selling concession, fee or other remuneration, prior to the
expiration of a 40-day distribution comphance period in the case o f debt (a) An offer or sale o f securities by any person other than the issuer, a dis
securities, or a one-year distribution compliance period (or six-month tributor, any of their respective affiliates (except any officer or director who is
distribution compliance period if the issuer is a reporting issuer) in the an afiiliate solely by virtue of holding such position), or any person acting on
case of equity securities, sends a confirmation or other notice to the pur behalf of any of the foregoing, shall be deemed to occur outside the United
chaser stating that the purchaser is subject to the same restrictions on States within the meaning o f §230.901 if:
offers and sales that apply to a distributor. (1) The offer or sale are made in an offshore transaction;
(4) Guaranteed securities. Notwithstanding paragraphs (b)(1) through (b) (2) No directed selling efforts are made in the United States by the seller, an
(3) of this section, in offerings o f debt securities fully and unconditionally affiliate, or any person acting on their behalf; and
guaranteed as to principal and interest by the parent o f the issuer o f the (3) The conditions of paragraph (b) o f this section, if applicable, are satisfied.
debt securities, only the requirements o f paragraph (b) of this section that (b) Additional conditions
are applicable to the offer and sale o f the guarantee must be satisfied with (1) Resales by dealers and persons receiving selling concessions. In the case
respect to the offer and sale of the guaranteed debt securities. o f an offer or sale of securities prior to the expiration o f the distribution
compliance period specified in Category 2 or 3 (paragraph (b)(2) or (b)(3))
328 329
d ir e it o d o s v a l o r e s m o b il iá r io s
A«t (15
as U.S.C.
use 77b(a)(12)), or a person receiving a*selling
” =“ ““■ ■ of th,
concession, fee or
ther remuneration m respect of the securities offered or sold:
(i) Neither the seller nor any person acting on its behalf knows that the
offeree or buyer of the securities is a U.S. person; and
(u) If the seller or any person acting on the seUer’s b eh alf knows that
u s
U.S.C. 77b(a)a2)). or ,s a parson recoiving a selUng concession, fee(15or
Other remuneration m respect of the securities sold, the seller or a per
son acting on the seUer’s behalf sends to the purchaser a confirmation or
other notice stating that the securities may be offered and sold during ÍNDICE DE JURISPRUDÊNCIA
the distribution compHance period only in accordance with the provi
sions of this Regulation S (§230.901 through §230.905, and Prelimi
nary Notes); pursuant to registration of the securities under the Acf or
Portugal
of th ^A c^ available exemption fi-om the registration requirements
RLx 16-dez.-2009 (Fernando Estrela), proc. n.°5523/07.8TFLSB.L1.
(2) Resdes by certain affiliates. In the case of an offer or sale of securities RLx 29-jun.-2007, proc. n.°12421/01.7(A)TDLSB.
by an officer or director of the issuer or a distributor, who is an affiliate of RLx 2-jul.-2009 Qoão Carrola), proc. n.°12800/01.0TDLSB.
he issuer or distnbutor solely by virtue of holding such position, no selling RPt 12-abr.-2012 (Leonel Serôdio), proc. n.°9836/09.6TBMAI.P1.
concession, fee or other remuneration is paid in connection with such offer
or sale other than the usual and customary broker’s commission that would
be received by a person executing such transaction as agent.
União Europeia
332 333
índice BIBLIOGRÁFICO
335
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IA R IO S
ín d ic e b i b l io g r á f ic o
IN D IC E B IB L IO G R Á F IC O
Barnard , Jayne W. - Deception, Decisions, and Investor Education, 17 Elder LT Bhupathi, Tara - Technology’s Latest Market Manipulator? High Frequency Trading:
2009,201-237.
Barrales , Edgar Onega - Lessons/rom the Flash Crashfor the Regulation ofHigh- The Strategies, Tools, Risks, and Responses, 11NC J L & Tech, 2010,377-400.
Birks , Peter - Unjust Enrichment, 27 ed., OUP, Oxford, 2005.
-Frequency Traders, 17 Fordham J Corp & Fin L, 2012,1195-1262.
Bishop, Carter G. - A Good Faith Revival of Duty of Care Liability in Business Orga
Barrett , W. Brian - vide Sushka, Marie Elizabeth.
nization Law, Tulsa L Rev, 2006, 477-512;
Barry , Christopher B./Brown, Stephen J. - Differential Information and Security
- The Deontological Significance of Nonprofit Corporate Governance Standards: A
Market Equilibrium, 20 JFQA, 1985, 407-422.
Bastos, Miguel Brito - Scalping: abuso de informaçãoprivilegiada ou manipulação de
Fiduciary Duty of Care without a Remedy, 57 Cath UL Rev, 2008,705-776.
mercado?, 3 RC&R, 2012,393-424. Blakesley, Christopher L. - United States Jurisdiction Over Extraterritorial Crime,
73 J Crim L & Criminology, 1982,1109-1163.
Bates, George E. - vide Douglas, William O..
Bondi, Bradley J./Lofchie, Steven D. - The Law of Insider Trading: Legal Theories,
Bebchuk , Lucian A./Hamdani, Assai - Federal Corporate Law: Lessonsfrom His
tory, 106 Colum L Rev, 2006,1793-1838. Common Defenses, and Best Practicesfor Ensuring Compliance, 8 NYU JL & Bus,
2011,151-201.
Bellis , Maurizia de - La regolazione dei mercatifinanziari, Giuí&è, Milão, 2012.
Bonneau, Thierry, Régulation bancaire et financière européenee et international,
Benartzi, Shlomo - Excessive Extrapolation and the Allocation of 401(h) Accounts to
Emile Bruylant, Bruxelas, 2012.
Company Stocks, 56 J Finance, 2001,1747-1764.
Borges, José Ferreira - Diccionario juridico-commercial. Soc. Propagadora dos
Benick , Christoph - Wertpapiervermogensverwaltung, Beck, Munique, 2006.
Conhecimentos Uteis, Lisboa, 1839.
Benjamin , Joanna - Financial Law, OUP, Oxford, 2007.
Borges, Sofia Leite - Oconflito de interesses na intermediaçãofinanceira em Conflitos
Bennett , James C. - The Anglosphere Challenge: Why the English-Speaking Nations
Will Lead the Way in the Twenty-First Century, Rowman & Littlefield Ply de interesses no Direito societário efinanceiro: um balanço a partir da crisefinanceira,
Almedina, Coimbra, 2010,316-425.
mouth, 2004. ’ ^
Born, Gary B. - A Reappraisal of the Extraterritorial Reach of US. Law, 24 Law Pol’y
Beny , Laura Nyantung - Do Insider Trading Laws Matter? Some Preliminary Compa
Int’l Bus, 1992,1-100.
rative Evidence, 7 Am Law Econ Rev, 2005,144-179.
B orn, Michael - Europäisches Kollisionsrecht des Effektengiros: Intermediatisierte
B eny, Laura Nyantung - Insider Trading Laws and Stock Markets Around the World:
Wertpapiere im Schnittfeld von Internationalem Sachen-, Schuld- und Insolvenz
An Empirical Contribution to the Theoretical Law and Economics Debate 32 J Corn recht, Mohr Siebeck, Tubinga, 2014.
L, 2006, 237-300.
Botosan, Christine A. - Disclosure Level and the Cost of Equity Capital, 72 Acc Rev,
Berardino , Libonati - Corso di diritto commercials, Giuíifè, Milão, 2009. 1997,323-349.
Beeaud , Stephane - vide Kanda, Hideki.
Bernasconi, Christophe - The Law Applicable to Dispositions of Securities Held
Bozerian, Jules François Jeannotte - La bourse ses opérateurs et ses opérations, E.
Dentu, Paris, 1859.
through Indirect Holding Systems, Preliminary Document No 1 of November 200for Brilmayer, Lea - The Extraterritorial Application of American Law: A Methodologi
the Attention of the Working Group of January 2001.
Bernasconi, Christophe/Keijser, Thomas - The Hague and Geneva Securities
cal and Constitutional Appraisal, 50 Law Contemp Probs, 1987,11-38.
Brito, Maria Helena - Sobre a aplicação no espaço do novo Código dos Valores Mobi
Conventions: A Modern and Global Legal Regimefor Intermediated Securities, Unif liários, 7 CadMVM, 2000,49-73 (= 4 DVM, 2003, 85-109);
L Rev, 2006,549-560.
- A Convenção de Haia sobre a lei aplicável a certos direitos respeitantes a valores
B etlem , Gerrit -The Doctrine of Consistent Interpretation: Managing Legal Uncer mobiliários depositados num intermediário, 5 DVM, 2004, 91-126.
tainty, 22 OJLS, 2002, 397-418.
Brôcker, Norbert - Kapitalmarktrecht em Claussen Bank- und Börsenrecht, 5.^ ed.,
Beyerle , Franz - Dir Treuhand im Grundriss des deutschen Privatrechts, Hermann
coordenação de Roland Eme, Beck, Munique, 2014.
Bohlaus Nachfolger, Weimar, 1932.
338
339
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S IN D IC E B IB L IO G R Á F IC O
Bronze, Fernando José Lições de introdução ao Direito, 2.“ ed., Coimbra ed., Coim Carlton, Dennis W./Fischel, Daniel R. - The Regulation of Insider Trading, 35
bra, 2010 (= 2006). Stan L Rev, 1983,857-895.
Brown, Nathan D. - The Rise of High Frequency Trading: The Role Algorithms, and Carney , Wilham J. - ALTs Corporate Governance Project: The Death of Property
the Lack of Regulations, Play in Today’s Stock Market, 11 Appalachian J L 2012 Rights, 61 Geo Wash L Rev, 1993, 898-953.
210-230. Carsw ell , John - The South Bubble, edição revista por Alan Sutton, Stroud,
Brown, Stephen J. - vide Barry, Christopher B.. Gloucester, 1993.
Brudney, Victor - Insiders, Outsiders, and Informational Advantages under the Fede Caruso , Daniela - The Missing View of the Cathedral: The Private Law Paradigm of
ral Securities Laws, 93 Harv L Rev, 1979,322-376,341. European Legal Integration, 3 Eur LJ, 1997, 3-32.
Bruhn, Miriam/Zia, Bilal - Stimulating Managerial Capital in Emerging Markets: Case , Stephen H. - vide Smith, Richard B..
The Impact of Business and Financial Literacy for Young Entrepreneurs, World Castelo , Higina Orvalho - Ocontrato de mediação, Almedina, Coimbra, 2014.
Bank, Research Working paper 5642, abril de 2011. Castro, Carlos Osório de - A informação no Direito do mercado de valores mobiliários
Buchère, Ambroise - Traité théorique et pratique des valeurs mobilières et effets em Direito dos valores mobiliários, Lex, Lisboa, 1997,333-347;
publics, Maresq Ainé, Paris, 1869. - Valores mobiliários: conceito e espécies, 2.°- ed, UCP, Porto, 1998.
Buck-Heeb, Petra - Kapitalmarktrecht, 7.^ ed., C. F. Müller, Heidelberg, 2013. Catarino , Luís Guilherme - Direito administrativo dos mercados de valores mobiliá
Bülow, Christoph von - vide Hirte, Heribert. rios em Tratado de Direito administrativo especial, coordenação Paulo Otero e
Bumke, Christian - Regulierung am Beispiel der Kapitalmärkte em Kapitalmarktge Pedro Gonçalves, Vol. Ill, Almedina, Coimbra, 2010;
setzgebung im Europäischen Binnenmarkt, coordenação de Klaus Hopt, Rüdiger - Regulação e supervisão dos mercados de instrumentos financeiros: fundamentos e
Veil e Jörn Axel Kämmerer, Mohr Siebeck, Tubinga, 2008,107-141. limites do governo ejurisdição das autoridades independentes, Almedina, Coim
Buxbaum, Hannah L. - Territory, Territoriality, and the Resolution of Jurisdictional bra, 2010.
Conflict, 57 Am J Comp L, 2009,631-675. Cavanagh, Christhoper - The Law of Money Securities. In Three Books. I. Personal
Securities. II - Securities on Property. III. Miscellaneous, Stevens and Sons, Lon
Calcagno, Riccardo/Monticone, Chiara - Financial Literacy and the Demandfor dres, 1879.
Financial Advice, 50 J Bank Finance, 2015,363-380. C h ae , Joon - Trading Volume, Information Asymmetry, and Timing Information, 50 J
CÂMARA, Paulo - Os deveres de informação e aformação depreços no mercado de valores Finance, 2006,413-442.
mobiliários, 2 CadMVM, 1998,79-93; C halmers , Damian/Davies, Gareth/Monti, Giorgio - European Union Law,
- Ogoverno das sociedades em Portugal: uma introdução, 12 CadMVM, 1999,45-55; 3.“ ed., CUP, Cambridge, 2014.
- O governo das sociedades e os deveresfiduciários dos administradores em Jornadas C hang , Young - Multinational Enforcement of US. Securities Laws: The Needfor the
sociedades abertas, valores mobiliários e intermediação financeiros, coordenação Clear and Restrained Scope of Extraterritorial Subject-Matter Jurisdiction, 9 For-
de Maria Fátima Ribeiro, Almedina, Coimbra, 2007,163-179; dham J Corp & Fin L, 2003, 89-125.
-Anotação ao artigo 449.° do CSC em CSC/MC, 2.“ ed., Almedina, Coimbra, C h m iel , Michael J. - The Insider Trading and Securities Fraud Enforcement Act of
2011,1157-1163; 1988: Codifying a Private Right of Action, U 111L Rev, 1990, 645-674.
- Manual de Direito dos valores mobiliários, 2.° ed., A lm edina, Coimbra, 2011. C h oi , Stephen J. - The Unfounded Fear of Regulation S: Empirical Evidence on Off
Canotilho, J. J. Gomes/Moreira, Vital - Constituição da República Portuguesa ano shore Securities Offerings, 50 Duke LJ, 2000, 663-751.
tada, Vol. 1,4.° ed., Coimbra ed., Coimbra, 2007. C hoi, Stephen J./Guzman, Andrew T. - The Dangerous Extraterritoriality of Ame
Cardoso, José Luís - Confusion de Confusiones: Ethics and Options on Seventeenth- rican Securities Law, 17 Nw J Int’l L & Bus, 1996,207-240.
-century Stock Exchange Markets, 9 Financ Hist Rev, 2002,109-123. C hoi, Stephen J./Silberman, Linda J. - Transnational Litigation and Global Securi
ties Class-Action Lawsuits, Wis L Rev, 2009,465-506.
340 341
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S ín d ic e b ib l io g r á f ic o
C hoi Stephen/Pritchard, Adam - Securities Regulation: Cases and Analysis, 3.“ ed Cordeiro, António Menezes - Da situaçãojurídica laborai: perspectivas do Direito
Foundation Press, São Paulo, 2011. do trabalho. Separata ROA, 1982;
Claussen Bank- undBorsenrecht, 5.“ed., coordenação de Roland Eme, Beck, Muni - Direito da economia, AAFDL, Lisboa, 1986;
que, 2014. - Daspublicações obrigatórias nos boletins de cotações de Bolsas de Valores: aspectos do
C oelho, José Pinto - Lições de Direito comercial. Vol. 1,3.“ ed., Lisboa, 1957. regime do aumento de capital das sociedades anónimaspor subscrição de novas ações,
C offee , Jr., John C. - Gatekeeper Failure and Reform: The Challenge of Fashioning 120 Dir, 1988,341-370 (= Banca, bolsa e crédito: estudos de Direito comercial e de
Relevant Reforms, 84 BU L Rev, 2004,301-364; Direito da economia, Vol. I, Almedina, Coimbra, 1990,103-131);
- The Political Economy of Dodd-Frank: Why Financial Reform Tends to Be Frus - Da transmissão em bolsa de acções depositadas, 121 Dir, 1989, 75-90, (= Banca,
trated and Systemic Risk Perpetuated, 97 Cornell L Rev, 2012,1019-1082. bolsa e crédito: estudos de Direito comercial e de Direito da economia, Vol. I, Alme
CoFFiNiERES, Antoine - De la bourse, et des spéculations sur les effets publics, BeHn- dina, Coimbra, 1990,151-166;
-Le Prieur, Paris, 1824. - As privatizações e o Direito privado: alguns aspectos com especial referência no sector
COLANGELO, Ajithony J. - A Unified Approach to Extraterritoriality, 97 Va L Rev bancário, 5 D&J, 1991,71-89;
2011,1-79. - Direito bancário - relatório, Lisboa, 1996;
CoLER, William N. - Practical Treatise on the Law of Municipal Bonds, edição de - Da responsabilidade civil dos administradores das sociedades comerciais, Lex, Lis
autor. Nova Iorque, 1873. boa, 1997;
Colin, Paul/Montagu, Gerald - Banking and Capital Markets Companion, 6.“ ed., - Da modernização do Direito civil, Vol. I, Almedina, Coimbra, 2004;
Bloomsbury, Londres, 2014. - Vernáculojurídico: directrizes ou directivas?, 64 ROA, 2004,609-614;
Collecçâo de leis e outros documentos officiaespublicados no 1° semestre de1837, Imprensa - Direito europeu das sociedades, Almedina, Coimbra, 2005;
Nacional, Lisboa, 1837. - Direito das sociedades, Vol. II, 2.^ ed., Almedina, Coimbra, 2007;
Collecçâo de todas as leis, alvarás, decreto, &c. impressos na Regia Oficina Typografica. l.° -Anotação ao artigo 64.° do CSC em CSC/MC, 2.“ ed., Almedina, Coimbra,
semestre de 1825. Folheto IV, Imprensa Nacional, Lisboa, 1845. 2011;
C ollins, Alexis L. - Regulation of Alternative Trading Systems: Evolving Regulatory - Direito comercial, 3.° ed., Almedina, Coimbra, 2012;
Models and Prospectsfor Increased Regulatory Coordination and Convergence, 33 - Direito dos seguros, Almedina, Coimbra, 2012;
Law Pol’y Int’l Bus, 2002,481-506. - Tratado de Direito civil, Vol. I, 4.“ ed., Almedina, Coimbra, 2012; Vol. III, 3.“
C ollins, J. Michael/O’Rourke, Collin M. - PinancialEducation and Counseling- ed, 2013; Vol. VI, 2.° ed., 2012;
Still Holding Promise, 44 J Consum Aff, 2010,483-498. - Direito bancário, 5.“ed., com colaboração de A. Barreto Menezes Cordeiro,
C ombat, F.-J. - Manuel des opérations de bourse, 27 ed., Berger-Levrault, Paris, 1916. Almedina, Coimbra, 2014.
CoNAGLEN, Matthew - Fiduciary Loyalty: Protecting the Due Performance of Non- C orreia , António Ferrer - Lições de Direito comercial, Lex, Lisboa, 1994 (= Vol.
-Fiduciary Duties, Hart, Oxford, 2010. I -1973; Vol. II -1968; Vol. III -1975).
C ordeiro , A. Barreto Menezes - Deveresfiduciários de cuidado: incorreção linguís Correia , Luís Brito - Direito comercial, Vol. I, AAFDL, Lisboa, 1981-82.
tica, histórica e conceituai, 7 RDS, 2015; Costa, José de Faria/Ramos, Maria Elisabete - Ocrime de abuso de informação pri
-Doutrina das oportunidades societárias (corporate opportunities doctrine/. vilegiada (insider trading): a informação enquanto problema jurídico-penal, Coim
Parte II: Direito português, 5 RDS, 2013, 741-778; bra ed., Coimbra, 2006.
- Do truts no Direito civil, Almedina, Coimbra, 2014; Costa, Ricardo/Dias, Gabriela Figueiredo - Anotação ao artigo 64.° do CSC em
- Organização e supervisão dos mercadosfinanceiros, 6 RDS, 2014,565-588; CSC/CA, Vol. I, Almedina, Coimbra, 2010.
- vide Fonseca, Tiago Soares da. CosTi, Renzo - II mercato mobiliare, 8.“ ed., G. Giappichelli, Turim, 2013.
342 343
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
IN D IC E B IB L IO G R Á F IC O
CouRET, Alain/Nabasque Hervé le (coord.) - Droit financier, 2." ed., Dalloz D eschamps , Michel -The Geneva Securities Convention - Selected Issues Left to Law
Paris, 2012.
Outside the Convention, Unif L Rev, 2010,703-718.
Courtois, Alphonse - Des opérations de bourse: Manuel desfondspublics et de sociétés D evos, Diego - vide Deguée, Jean-Pierre.
par actions dont les titres se négocient en France, en Belgique et en Suisse, 12.“ ed D iamond , Douglas W./Verrecchia, Robert E. - Disclosure, Liquidity, and the Cost
Guillaumin, Paris, 1856.
of Capital, 46 J Finance, 1991,1325-1359.
Coval, Joshua D./Moskowitz, Tobias J. - Home Bias at Home: Local Equity Prefe D ias , Gabriela Figueiredo - Interesses e conflito de interesses em auditoria em Confli
rence in Domestic Portfolios, 54 J Finance, 1999, 2045-2073. tos de interesses no Direito societário efinanceiro: um balanço a partir da crisefinan
Cox, Charles C./Fogarty, Kevin S. - Bases of Insider Trading Law, Ohio St LJ 1988 ceira, Almedina, Coimbra, 2010,565-627;
353-372.
- vide Costa, Ricardo.
Cox, James D - Securities Regulation: Cases and Materials, 7.“ed.. Aspen, São Paulo D ias , Rui Pereira - Anotação ao artigo 3.° do CSC em CSC/CA, Vol. I, Almedina,
2013.
Coimbra, 2010.
CuNHA, A. Correia da - Acções, obrigações e outros valores mobiliários: colectânea de D ouglas, William O./Bates, George E. - The Federal Securities Act of1933,43 Yale
notas e apontamentos. Livraria Clássica, Lisboa, 1972 LJ, 1933,171-217.
Cruz, Ricardo - vide Sousa, Fernando Freire de.
Duarte , limocencio de Sousa - Diccionario de Direito commercial compilado e ano
Cunningham, Lawrence A. - From Random Walks to Chaotic Crashes: The Linear tado, Empreza Literaria, Lisboa, 1880.
Genealogy of the Efficient Capital Market Hypothesis, 62 Geo Wash L Rev, 1994, Duarte , Rui Pinto - Oensino do Direito das sociedades, Lisboa, 2008.
546-608.
Dunham , Douglas - vide Painter, Richard.
Dale, Richard The First Crash: Lessonsfrom the South Sea Bubble, Princeton Uni E asly, David/O’Hara, Maureen - Information and the Cost of Capital, 59 J Finance,
versity Press, Princeton, 2004.
2004,1553-1583.
Dalloz, Désiré - Répertoire méthodique et alphabétique de législation, de doctrine et E asterbrook , Frank H./Fischel, Daniel R. - Contract and Fiduciary Duty, 36 J
dejurisprudence, nova edição, corn colaboração de Armand Dalloz, Tomo VI, Law & Econ, 1993,425-446.
Bureau de la Jurisprudence Générale du Royaume, Paris, 1847. E ichengreen , Barry - Globalizing Capital: A History of the International Monetary
Damro, Chad —Building an International Identity: The EU and Extraterritorial Com System, 2.“ ed., Princeton University Press, Princeton, 2008.
petition Policy, 8 J Fur Public Policy, 2001, 208-226. E insele , Dorothee - Wertpapierrecht als Schuldrecht: Funktionsverlust von Effekte-
Davies, Gareth - vide Chalmers, Damian. nurkunden im internationalen Rechtsverkehr, Mohr Siebeck, Tubinga, 1995.
Deguée, Jean-Pierre/Devos, Diego - La hi applicable aux titres intermédiés: l’apport E leswarapu , Venkat R./Thompson, Rex/Venkataraman, Kumar - The Impact of
de la Convention de la Haye de décembre 2002, RDC, 2006, 5-32. Regulation Fair Disclosure: Trading Costs and Information Asymmetry, 39 JFQA,
Delebecque, Philippe/Germain, Michel - Ripert/Roblot Traité de Droit commer 2004,209-225.
cial, 11,14.“ ed., LGDJ, Paris, 1994,64 ss. E nriques , Lucas/Gatti, Matteo - Is There a Uniform EU Securities Law after the
Deloison, Georges - Traité des valeurs mobilièresfrançaises et étrangères et des opéra Financial Services Action Plan?, 14 Stan J L Bus, 2008, 43-82.
tions de bourse, L. Larose et Forcel, Paris, 1890. E stey, Wade - The Five Bases of Extraterritorial Jurisdiction and the Failure of the
DeM ott, Deborah A. - Beyond Metaphor: An Analysis of Fiduciary Obligation, Presumption Against Extraterritoriality, 21 Hastings Int’l Comp L Rev, 1997,
Duke LJ, 1988, 879-924;
177-208.
- Breach of Fiduciary Duty: On Justifiable Expectations of Loyalty and Their Conse E vans, William - A Treatise upon the Law of Principal and Agent in Contract and Tort,
quences, 48 Ariz L Rev, 2006, 925-956. edição estado-unidense, Vol. I, Blackstone, Filadélfia, 1888.
344
345
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S ín d ic e B IB L IO G R Á F IC O
Fama, Eugene F. - Efficient Capital Markets: A Review of Theory and Empirical Work F igueiredo , Mário Augusto Jorge de - Lições de Direito comercial, por Eduardo
25 J Finance, 1970,383-417; Marques RaUia, Gráfica Conimbricense, Coimbra, 1930.
- Efficient Capital Markets: II, 46 J Finance, 1991,1575-1617; F inn , Paul D. - Fiduciary Obligations, The Law Book Co., Sidney, 1977,172-173.
- Market Efficiency, Long-Term Returns, and Behavioral Finance, 49 ]FE 1998 F innerty , Joseph E. - Insiders and Market Efficiency, 31J Finance, 1976,1141-1148.
283-306. F ischel , Daniel R. - vide Carlton, Dennis W.;
Fanto, James A. - We’re All Capitalists Novo: The Importance, Nature, Provision and - vide Easterbrook, Frank H..
Regulation of Investor Education, 49 Case W Res L Rev, 1998,105-180. F ishlow , Albert - Lessonsfrom the Past: Capital Markets during the 19th Century and
Fa r ia , José Angelo Estrella - Sphere of Application ofthe UNIDROIT Convention on the Interwar Period, 39 Int Org, 1985,383-439.
Substantive Rulesfor Intermediated Securities and Future Work by UNIDROIT on F ogarty, Kevin S. - vide Cox, Charles C..
a Legislative Guidefor Emerging Financial Markets, Unif L Rev, 2010, 357-365; F onseca , Rui Guerra da - Comentário à Constituição Portuguesa, Vol. II, Almedina,
- The UNIDROIT Convention on Substantive Rules Regarding Intermediated Secu Coimbra, 2008.
rities: An Introduction, Unif L Rev, 2010,196-218. F onseca , Tiago Soares da/Cordeiro, A. Barreto Menezes - A natureza subsidiária
Faure, Edgar-La banqueroutedeLaw:17juilletl720, Gallimard, Paris, 1978. da acção utsinguli, 3 RDS, 2011,369-393.
Faure, Michael G./Leger, Claire - The Directive on Criminal Sanctionsfor Market F ortuno, José Antonio Torrente - La bolsa en Jose de la Vega: Conjusión des confu-
Abuse: AMove Towards Harmonizing Inside Trading Criminal Law atEU Level?, 9 siones - Amsterdam, 1688, Colégio de Agentes de Cambio y Bolsa de Madrid,
Brook J Corp Fin & Com L, 2015. Madrid, 1980.
Feinstein, Charles H./Temin, Peter/Toniolo, Gianni - The World Economy bet F oschini, Marcello - Il diritto del mercatofinanziario, Giuf&è, Milão, 2008.
ween the World Wars, OUP, Oxford, 2008. Frada , Manuel Carneiro da - A Business Judgment Rule no quadro dos deveresgerais
Feis, Herbert —Europe: The World’s Banker, 1870-1914, Yale University Press, New dos administradores em Jornadas sociedades abertas, valores mobiliários e interme
Haven, 1930. diaçãofinanceira, coordenação Maria de Fátima Ribeiro, Almedina, Coimbra,
Ferran, Eih's/Ho, Look Chan - Principles of Corporate Finance Law, 27 ed., OUP, 2007,201-242.
Oxford, 2014. F ranco, Antônio de Sousa - Sistema financeiro e constituição financeira no texto
Ferrarini, Guido A. - The European Market Abuse Directive, 41 CMLR, 2004, constitucional de 1976 em Estudos sobre a Constituição, coordenação de Jorge
711-741. Miranda, Vol. III, Livraria Petrony, Lisboa, 1979,487-578;
Ferreira , Amadeu José - Ordem de bolsa, Lisboa, 1991, inédito; - Noções de Direito da economia, Vol. I, AAFDL, Lisboa, 1983;
- Direito dos valores mobiliários, AAFDL, Lisboa, 1997; - Sobre a constituiçãofinanceira de 1976-1982, Separata de Centro de Estudos Fis
- Valores mobiliários escriturais: um novo modo de representação e circulação de direi cais: comemoração do XX aniversário, DGCI, Lisboa, 1983;
tos, Almedina, Coimbra, 1997; - As privatizações e o sector empresarial do Estado, AAFDL, Lisboa, 1991/1992.
- Um Código dos Instrumentos Financeiros? Algumas notas soltas em EH Carlos F rankel , Tamar - Fiduciary Law, 71 Cal L Rev, 1983,795-836;
Ferreira de Almeida, I, Almedina, Coimbra, 2011. - Fiduciary Duties as Default Rules, 74 Or L Rev, 1995,1209-1278;
Ferreira , Eduardo Paz - Do mito do sector empresarial do Estado ao mito das priva - Fiduciary Law in the Twenty-First Century, 91BU L Rev, 2011,1289-1299.
tizações, 9 RB, 1989,23-37; F ranklin , MitcheU - The Historical Function of the American Law Institute: Restate
- A informação no mercado de valores mobiliários, 3 DVM, 2001,137-159; ment as Transitional Codification, 47 Harv L Rev, 1934,1367-1394.
- Direito da economia, AAFDL, Lisboa, 2001; F reese , Günter - Die positive Treupflicht: Ein Beitrag zur Konkretisierung von Treu
- Anotação ao artigo 101.° da CRP em Jorge Mrranda/Rui Medeiros, Constitui und Glauben, Münster, 1970.
ção Portuguesa anotada. Tomo II, Coimbra ed., Coimbra, 2006. F r e ir e , Mário - vide Marques, Mafalda Gouveia.
346 347
DIREITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS
IN D IC E B IB L IO G R Á F IC O
F remery , a . - Des opérations de bourse: étude de Droit commercial, Alex Gobelet, Gombola, Michael/Lee, Hei Wai/Liu, Feng-Ying - New Evidence on theEffective-
PâriSj 1833. ^
F rey Bruno S./Kucher, Marcel - History as Reflected in Capital Markets: The Case ness of the Insider Trading Sanctions Act of1984,17JABR, 2011,117-132.
Gomes, Fátima - Insider trading, APDMC, Valadares, 1996.
of World War II, 60 J Econ Hist, 2000, 468-496.
Gomes, José Ferreira - Auditors as Gatekeepers: The European Reform of Auditors’
^^^^^,ïiow^rdM.-TheInsiderTradingandSecuritiesFraudEnforcementActof
1988, 68 NC L Rev, 1990,465-494. ^ Legal Regime and the American Influence, 11 Colum J Eur L, 2005, 665-703;
- Da administração àflscalização das sociedades: a obrigação de vigilância dos órgãos
^^°149^184 ~ The Directive on Insider Dealing, 13 Fordham Int’l LJ, 1989, da sociedade anônima, Almedina, Coimbra, 2015.
Gomes, Nuno Sá - Nacionalizações eprivatizações. Centro de Estudos Fiscais, Lis
F uller , Geoffrey - The Law and Practice of International Capital Markets 3 ^ed
boa, 1988.
LexisNexis, Londres, 2012 .
F ung , Great M. - A Common Goalfrom Two Different Paths: Protection of Minority Goode, Roy/Kanda, Hideki/Kreuzer, Karl - Explanatory Report on the Hague
Shareholders in Delaware and Canada, 57 Alb L Rev, 1993,41-92 Convention of the Law Applicable to Certain Rights in Respect of Securities Held
with an Intermediary, Permanent Bureau, Haia, 2005.
Goode, Roy/McKendrick, Ewan - Goode on Commercial Law, 4.“ ed., LexisNexis,
Ga brie l , Henry Deeb -The Application of the Geneva Conventionfor Intermediated Londres, 2009.
Securities, 9 Macquarie J Bus L, 2012, 203-217.
Garman , E. Thomas - vide Kim, Jinhee.
Gordon, Jeffrey N. - The Mandatory Structure of Corporate Law, 89 Colum L Rev,
1989,1549-1598.
Garnel , Vera Ulrich/Leite, Nuno Rocha - Relatórioflnal do Comité de Sábios da
Goshen, Zohan/Parchmovsky, Gideon - On Insider Trading, Markets and “Nega
Uniao Europeia sobre o quadro normativo dos mercados europeus de valores mobiliá tive”Property Rights in Information, 87 Va L Rev, 2001,1229-1277.
rios, 10 CadMVM, 2001.
Gould, Alyse L. - Regulating High-Frequency Trading: Man v. Machine, 12 J High
Garrett , Ray - Model Business Corporation Act, 4 Baylor L Rev, 1952,412-427.
Gatti, Matteo - vide Enriques, Lucas.
TechL, 2011, 273-329.
Grant, James - A Treatise on the Law Relating to Bankers and Banking, Butter-
G ehlmann , Gregory A. - vide Keller, EHsabeth.
worths, Londres, 1856.
G erber , David J. - The Extraterritorial Application of German Antitrust Law 77 Am
J Int’l L, 1983, 756-783. Grant, Richard W. - vide Loomis Jr., Philip A..
Greenber , David M. - An Analysis of the Securities Investor Protection Act of1970,
G ermain , Michel - vide Delebecque, Phihppe.
16 Howard LJ, 1971, 907-949.
G ian nelli , Andrea - vide Sfameni, Paolo.
Greene , Lawrence M. - Fiduciary Standards of Conduct Under the Investment Com
G ibbons , Michael Redmond - SEC Proposed Regulation S: After Tewnty-Five Years pany Act of 1940, 28 Geo Wash L Rev, 1959, 266-286.
of Drifting A New Safe Harborfor Foreign Offerings, 21U Miami Inter Am L Rev, Gregory, William -The Fiduciary Duty of Care: A Perversion of Words, 38 Akron L
357-385.
Rev, 2005,181-206.
G ibney , Mark P. - The Extraterritorial Application of US. Law: The Perversion of Griever , William L. - vide Ahearne, Alan G..
Democratic Governance, the Reversal of Institutional Roles, and the Imperative of GROß, Wolfgang - Kapitalmarktrecht: Kommentar zum Börsengesetz, zur Börsenzu-
Establishing Normative Principles, 19 B C Int’l Comp L Rev, 1996,297-321. lassungs-Verordnung und zum Wertpapierprospektgesetz, 5.^ ed., Beck, Munique,
G insburg , Douglas H. - vide Wright, Joshua D..
2012
G iuseppe , Auletta/Aurelio, Mirone/Niccolò, Salanitro - Diritto commerciale, 19.^
ed., Giufïfè, Milão, 2012. Grossman, Emiliano/Keblond, Patrick - European Financial Integration: Finally
G old, Andrew S. - On the Elimination of Fiduciary Duties: A Theory of Good Faith the Great Leap Forward, 49 JCMS, 2011,413-435.
Grundmann, Stefan - Der Treuhandvertrag: insbesondere die werbende Treuhand,
for Unincorporated Firms, 41 Wake Forest L Rev, 2006,123-187.
Beck, Munique, 1997.
348
D IR E IT O DO S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
ÍN D IC E B IB L IO G R Á F IC O
Grünewald, Barbara/Sdilitt, Michael - Einfiihrungin das Kapitalmarktrecht 3> H einsius , Theodor/Hom, Amo/Than, Jürgen - Depotgesetz: Kommentar zum
ed., Beck, Munique, 2014.
Gesetz über die Verwahrung und Anschaffung von Wertpapier, de Gruyter, Berlim,
Guimarães, Maria Raquel/Redinha, Maria Regina - A força normativa dos avisos 1975.
do Banco de Portugal - reflexão apartir do Aviso n.”11/2001, de 20 de Novembro em H emptenmacher , Theodor - Börsengesetz, 3.“ ed., Guttentag, Berlim, 1915.
707^7i T °^ rfo Código das Sociedades Comerciais, Coimbra ed., Coimbra, 2007, H erlands , William B. - Criminal Law Aspects of the Securities Exchange Act of1934,
21 VaL Rev, 1934,139-204.
Guiné, Orlando Vogler - vide Santos, Hugo Moredo. H ildebrandt , Mireille - ExtraterritorialJurisdiction to Enforce in Cyberspace? Bou
^^201^^' Louise - Corporate Finance Law: Principles and Policy, Hart, Oxford din, Schmitt, Grotius in Cyberspace, 63 UTLJ, 196-224.
H illgruber , Christian - EuGH, 16.6.2005 - C-105/3 Maria Pupino. Unionsrecht
Guzman, Andrew T. - vide Choi, Stephen).. und nationales Recht-der Fall Pupino, 60 JZ, 2005,838-844.
H irte , Heribert/Bülow, Christoph von (coord.)-Kölner Kommentar zum WpÜG,
Hacker , Robert C./Rotunda, RonaldD. - The ExtraterritorialRegulation ofForeim 2.^ ed., Carl Heymans, Colónia, 2010.
Business Under the US. Securities Law, 59 NC L Rev, 1980, 643-674. Introdução ao WpHG em Heribert Hirte
H irte , Heribert/Heinrich, Tobias A. -
Hacking, David Lord - TheIncreasing Extraterritorial Impact of US. Laws: A Cause e Thomas M. J. Möllers (coord.), Kölner Kommentar zum WpHG, 2.^ ed., Carl
for Concern Amongst Friends of America, 1Nw J Int’I L & Bus, 1979,1-10. Heymanns, Colónia, 2014.
Hamdani, Assaf —vide Bebchuk, Lucian A..
H irte , Heribert/Möllers, Thomas M. J. (coord.) - Kölner Kommentar zum WpHG,
H anks, Sara - Direct Regulation S Offerings and the SECs “Problematic Practices” 22 ed., Carl Heymanns, Colónia, 2014.
Release, 2 Stan J L Bus, 1996,303-330. H ixson , Kathleen - Extraterritorial Jurisdiction Under the Third Restatement of
H anna, John/Turlington, Edgar - The Securities Act of1933, 28 111 L Rev 1934 Foreign Relations Law of the United States, 12 Fordham IntT LJ, 1988,126-152.
482-507.
Ho, Look Chan - vide Ferran, Eilis.
H ansen, Jesper Lau - The New Proposalfor a European Union Directive on Market H olbrook , Timothy R. - Extraterritoriality in US. Patent Law, 49 Wm 8t Mary L
Abuse, 23 J Int'l L, 2002, 241-268. Rev, 2008,2119-2192.
Happ, Wilhelm - Zum Regierungsentwurf eines Wertpapierhandelsgesetzes, JZ, 1994, H oldsworth , William S. - A History of English Law, Vol. VIII, Methuen, Lon
240-246. ’ ’
dres, 1925.
H ar^ s, Rorx~PolUicalEconomy, Interest Groups, Legal Institutions, and the Repeal of H opfner , Clemens/Rüthers, Bernd - Grundlagen einer europäischen Methoden
the Bubble Act in 1825, 4 Econ Hist Rev, 1997,675-696. lehre, 209 AcP, 2009,1-36.
H atzopoulos, Vassilis - Regulating Services in the European Union, OUP Oxford H oppit, Julian - Financial Crises in Eighteenth-Century England, 39 Econ Hist Rev,
2012. > > ,
1986,39-58.
Hazen, Thomas Lee, Principles of Securities Regulation, Thompson/West, Slo Ho PT, Klaus J. - Der Kapitalanlegerschutz im Recht der Banken: Gesellschafts-, bank-
Paulo, 2009.
und börsenrechtliche Anforderungen an das Beratungs- und Verwaltungsverhalten der
H ealy, Paul M./Palepu, Krishna G. - Information Asymmetry, Corporate Disclo Kreditinstitute, Beck, Munique, 1975;
sure, and the Capital Markets: A Review of the Empirical Disclosure Literature, 31J -Aktien- und Börsenrecht zum Kapitalmarktrecht?, 140 ZHR, 1976, 201-235 (1.“
Account Econ, 2001,405-440.
Parte) e 141 ZHR, 2977,389-441 (2.“ Parte);
H ein, Jan von - DieRezeption US-amerikanischen Gesellschaftsrechts in Deutschland, - Inwieweit empfiehlt sich eine allgemeine gesetzliche Regelung des Anlegerschutzes?
Mohr Siebeck, Tubinga, 2008.
Gutachten fiiir den 51 DJ, Beck, Munique, 1976.
H einrich , Tobias A. —vide Hirte, Heribert.
H orn, Arno - vide Heinsius, Theodor.
350
k 351
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S IN D IC E B IB L IO G R Á F IC O
H ourjn -Bressand , Caroline - Code monétaire etfinancier 2015, 9.“ ed, LexisNe- J udge , Kathryn - Fragmentation Nodes: A Study in Financial Innovation, Complexity
xis, Paris, 2015. and Systemic Risk, 64 Stan L Rev, 2012, 657-725.
H udson, Alastair - Securities Law, 22 ed.. Sweet & Maxwell, Londres, 2013; JU G LAR, Clément - recensão a Ambroise Enchère - Traité théorique et pratique des
- The Law and Regulation of Finance, 22 ed. Sweet & Maxwell, Londres, 2013- valeurs mobilières et effets publics, 1869, em Journal des Economistes, 3.“ série,
-T he Law of Finance, 22 ed.. Sweet & Maxwell, Londres, 2014. 4.“ ano, 16,496-499.
H unt, Bishop C. - The foint-Stock Company in England, 1830-1844, 43 J Polit Just/Vofi/Ritz/Zeising WpPG Kommentar, Beck, Munique, 2009.
Econ, 1935, 331-364. J usto, Antonio Santos - Direito privado romano - II (Direito das obrigações), 42 ed.,
H uston, Sandra J. -Measuring Financial Literacy, 44 J Consum AiF, 2010,296-316. Coimbra ed., Coimbra, 2011.
I brahim , Darian M. - Individual or Collective Liability for Corporate Directors, 93 Kahn, Julius - Bõrsengesetz, Beck, Munique, 1909.
Iowa L Rev, 2008, 929-971. K ahneman , Daniel - vide
Tversky, Amos.
I llingworth , Patricia M. L. - Patient-Therapist Sex: Criminalization and Its Dis K ahneman , Daniel/Knetsch, Jack L./Thaler, Richard H. - Anomalies: The Endow
contents, 11J Contemp Health L & Poly, 1995,389-416. ment Effect, Loss Aversion, And Status Quo Bias, J Econ Perspect, 1991,193-206.
I w A i, Katsuhito - Persons, Things and Corporations: The Corporate Personality Kahnem an , Daniel/Tversky, Amos - Prospect Theory: An Analysis of Decision under
Controversy and Comparative Corporate Governance, 47 Am J Comp L, 1999, Risk, 47 Econométrica, 1979, 263-292.
583-632. K anda , Hideki - vide Goode, Roy.
K anda , Hideki/Mooney, Charles/Thevenoz, Luc/Beraud, Stephane/Keijser,
Jackson , Jaime M. - “Regulation S” and the Territorial Approach to Securities Regu Thomas - Official Commentary on the UNIDROIT Convention on Substantive
lation: Are They Effective? A Study of United States Securities Regulation in Light Rulesfor Imtermediated Securities, OUP, Oxford, 2012.
of British and Chinese Securities Regulations, 28 Brook J Int’l L, 2003, 613-642. K aplan , Juhe L. - “Punishing the Envelope”of the Regulation S Safe Harbors, 44 Am
Jaretzki Jr., Alfred - The Investment Company Act of1940, 26 Wash U L Q, 1941, UL Rev, 1995, 2495-2541.
303-347. K arm el , Roberta S. - SEC Regulation of Multijurisdictional Offierings, 16 Brook J
J ennings , R. Y. - Extraterritorialfurisdiction and the United States Antitrust Law, 33 Int’l L, 1990,3-17;
Brit Y B Int’l L, 1957,146-175. - Is It Timefor a Federal Corporation Law?, 57 Brook L Rev, 1991,55-96;
J ohnson, Lyman P. Q/Side, Mark A. - The Sarbanes-Oxley Act and Fiduciary - The Casefor a European Securities Commission, 38 Colum J Transnat’l L, 1999,
Duties, 30 Wm Mitchell L Rev, 2003,1149-1225. 9-43.
J ones, Gareth - Unjust Enrichment and the Fiduciary Duty of Loyalty, 84 LQR, K asw ell , Stuart J. - An Insider’s View of the Insider Trading and Securities Fraud
1968, 472-502. Enforcement Act of1988,45 Bus Law, 1988,145-180.
J ones, Leonard A .-A Treatise on the Law of Corporate Bonds and Mortgages, 32 ed.. K ayserling , Mayer - Biblioteca Espanola-Portuguesa-Judaica - Dictionnarie biblio
The Bobbs-Merrill, Indianapolis. graphique, Estrasburgo, Charles J. Trubner, 1890.
J ordan, CzAj - International Capital Markets: Law and Institutions, OUP, Oxford, K eblond , Patrick - vide Grossman, Emiliano.
2014. K eijse r , Thomas - vide Bernasconi, Christophe;
J ordan, Jon B. - Regulation S and Offshore Capital: Will the New Amendments Rid the - vide Kanda, Hideki.
Safe Harbor of Pirates?, 19 Nw J Int’l L Bus, 1998,58-129. K ein , April - A Direct Test of the Cognitive Bias Theory of Share Price Reversals, 13 J
J orgensen , Bryce L./Savla, Jyotu - Financial Literaiy of Young Adults: The Impor Account Econ, 1990,155-166.
tance of Parental Socialization, 59 Earn Relat, 2010, 465-478. K ellenbez , Hermann - Confusion de Confusiones-Joseph de la Vega, Baker Library,
Boston, Massachusetts, 1957.
352 353
D IR E IT O DO S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
IN D IC E B IB L IO G R Á F IC O
K elle r , Andrew J. - Robocops: Regulating High Frequency Trading After the Flash Kuklin, Bailey H. - The Plausibility of Legally Protecting Reasonable Expectations, 32
Crash of2010, 73 Ohio St LJ, 2012,1457-1483. ValUL Rev, 1997,19-66.
K eller , Ehsabeth/Gehlmann, Gregory A. - Introductory Comment: A Historical Laby, Arthur B. - Resolving Conflicts of Duty in Fiduciary Relationships, 54 Am U L
Introduction to the Securities Act of1933 and the Securities Exchange Act of1934, Rev, 2004,75-149;
49 Ohio St LJ, 1988, 329-352. - Differentiating Gatekeepers, 1Brook J Corp Fin & Com L, 2006,119-163;
K er r , Ian M. - A History of the Eurobond Market: The First 21 Years, Euromoney, - The Fiduciary Obligations as the Adoption of Ends, 56 BuffL Rev, 2008,99-168;
Londres, 1984. - Fiduciary Obligations of Broker-Dealers and Investment Advisers, 55 Vill L Rev,
K im , Jinhee/Garman, E. Thomas/Sorhaindo, Benoit - Relationships Among Cre 2010, 701-742.
dit Counseling Clients’Financial Wellbeing, Financial Behaviors, Financial Stressor Laibson, David - Golden Eggs and Hyperbolic Discounting, 112 Q J Econ, 1997,
Events, and Health, 14 JFCP, 2003,75-87. 443-478.
K ing , Hugh - The Extraterritorial Human Rights Obligations of States, 9 HRLR, Landis, James M. - The Legislative History of the Securities Act of 1933, 22 Geo
2009,521-556. Wash L Rev, 1959, 29-49.
K irc h ler , Erich/Maciejovsky, Boris/Weber, Martin - Eraming Effects, Selective Langenbucher, Katja - Aktien- und Kapitalmarktrecht: Ein Studienbuch, 3.“ ed..
Information and Market Behavior: An Experimental Analysis, fevereiro 2004, Beck, Munique, 2015.
(Net). Langevoort, Donald C. - The Insider TradingSanctions Act of1984 and Its Effect on
K itch , Edmund - Territorial Scope of US. Securities Laws em The Law of Cross-Bor Existing Law, 37 Vand L Rev, 1984,1273-1298;
der Securities Transactions, coordenação de Hans van Houte, Sweet & Maxwell, - O f Forests and Trees: The Jurisprudence of Rule lOb-5, 52 Alb L Rev, 1988,
Londres, 1999. 629-636;
K lein , Linda Schmid - vide Mandell, Lewis. - Schoenbaum Revisited: Limiting the Scope of Antifraud Protection in an Internatio
K netsch , Jack L. - vide Kahneman, Daniel. nalized Securities Marketplace, 55 Law Contemp Probs, 1992,241-261;
K netsch , Jack L./Sinden, J. A. - Willingness to Pay and Compensation Demanded: - Brokers as Fiduciaries, 71U Pitt L Rev, 2010,439-456.
Experimental Evidence of an Unexpected Disparity in Measures of Value, 99 Q J Lansdale, Jr., Daryl L. - vide Steinberg, Marc !..
Econ, 1984,507-521. Lash , Kurt T. - The Original Meaning of an Omission: The Tenth Amendment, Popu
K nieh ase , Martin - vide Seiler, Oliver. lar Sovereignty, and “Expressly”Delegated Power, 83 Notre Dame L Rev, 2008,
K nops, Kai-Ohver/Korff, Niklas - Bank- und Kapitalmarktrecht, W. Kohlhammer, 1889-1956.
2012. L ee , Hei Wai - vide Gombola, Michael.
K okkinis , Andreas - The Financial Services Act 2012: The Recent Overhaul of the L ee, Sidney (coord.) - Dictionary of National Biography, Vol. XXXIX, Macmillan,
UK’s Financial Regulatory Structure, 24ICCLR, 2013,325-328. Nova Iorque, 1894.
Kölner Kommentar zum KapMug, 2.^ ed, Carl Heymans, Colónia, 2014. Lefebvre, Pierre - Du fonctionnement de la spéculation sur les valeurs de bourse, A.
K orff, Niklas - vide Kjiops, Kai-Oliver. Massart, Lille, 1899.
K rell , Ulrich M. - Die zivilrechtliche Prospekthaftung der Emissionsbanken gegenüber L efèvre, Henri - Traité des valeurs mobilières et des opérations de bourse, E. Lachaud,
dem Wertpapieranleger: eine rechtspolitische Untersuchung, Freiburg, 1973. Paris, 1870.
K reuzer , Karl - vide Goode, Roy. Leger , Claire - vide Faure, Michael G..
K rug , Anita K. - Investment Company as Instrument: The Limitations of the Corpo Lehmann, Matthias - Finanzinstrumente: vom Wertpapier- und Sachenrecht zum
rate Governance Regulatory Paradigm, 83 S Cal L Rev, 2012,263-319. Recht der unkôrperlichen Vermôgensgegenstande, Mohr Siebeck, Tubinga, 2009.
K ucher , Marcel - vide Frey, Bruno S..
354
3S5
ÍN D IC E B IB L IO G R Á F IC O
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
L eib , Ethan J./Ponet, David L./Serota, Michael - Mapping Public Fiduciary LOOMIS Jr., Phihp A./Grant, Richard W. - The U.S. Securities and Exchange Com
Relationships em Philosophical Foundations of Fiduciary Law, coordenação de mission, Einancial Institutions Outside of the U.S. Extraterritorial Application of
an d
Andrew S. Gold e Paul B. Miller, OUP, Oxford, 2014,388-403. the U.S. Securities Law, 1] Comp Corp L 8t Sec Reg, 1978,3-38.
L eitão, L uís Menezes - O enriquecimento sem causa no Direito civil: estudo dogmático L opez -de -Silanes , Florencio - vide Porta, Rafael La.
sobre a viabilidade da configuração unitária do instituto, face à contraposição entre L ord, Charles G./Ross, Lee/Lepper, Mark Re - Biased Assimilation and Attitude
as diferentes categorias de enriquecimento sem causa. Centro de Estudos Fiscais Polarization: The Effects of Prior Theories on Subsequently Considered Evidence, 37
Lisboa, 1996. J Pers Soc Psychol, 1979,2098-2109.
L eite , Nuno Rocha - vide Garnel, Vera Ulrich. Lewis D. - SEC No-Action Letters: Confiictwith Existing Statutes, Cases,
L ow E N FE LS,
L eland , Hayne E. - Insider Trading: Should It Be Prohibited?, 100 J Polit Econ, and Commission Releases, 59 Va L Rev, 1973,303-322.
1992, 859-887. LUHMANN, Niklas - Vertrauen: Ein Mechanismus der Reduktion sozialer Komplexität,
L em ke , Thomas P. - The SEC No-Action Letter Process, 42 Bus Law, 1987, Enke, Estugarda, 1968.
1019-1044. Annamaria/Mitchell, Olivia S. -
L u sA R D i, Financial Literacy and Retirement Pre
L enenbach , Markus - Kapitalmarktrecht und Borsenrecht, RWS, Colónia, 2002. paredness: Evidence and Implicationsfor Einancial Education, 42 Bus Econ, 2007,
- Kapitalmarktrecht: und kapitalmarktrelevantes Gesellschaftsrecht, 2.^ ed., RWS, 35-44.
Colónia, 2010. - The Economic Importance of Financial Literacy: Theory and Evidence, 52 JEL,
L en er , Raffaele - Diritto del mercatofinanziario: saggi, Turim, UTET, 2011. 2013,5-44.
L epper , Mark Re - vide Lord, Charles G..
L ev, Effat - The Indenture Trustee: Does It Really Protect Bondholders?, 8 U Miami M ac C hesney , Alfred Brunson - vide
Tracy, John E..
Bus L Rev, 1999,47-121. M acey , Jonathan R./Miller, Geoffrey P. - Origin of the Blue Sky Laws, 70 Tex L
L ieberman , Julia R. - Estética conceptistay ética mercantilista de Confusion de Confu- Rev, 1991,348-397.
siones (Amsterdam 1688), 77 BHS, 2000,407-421. M achado , João Baptista - Introdução ao Direito e ao discurso legitimados, Almedma,
L in, Tom C. W. - The New Einancial Industry, 65 Ala L Rev, 2014, 567-623. Coimbra, 2010 (= 1982).
L iu, Feng-Ying - vide Gombola, Michael. Machado , Miguel Pedrosa - A entrada em vigor das incriminações de abuso de infor
L ofchie , Steven D. - vide Bondi, Bradley].. mação e de manipulação do mercado do Código do Mercado de Valores Mobiliários:
L ohnig , Martin - Treuhand: Interessenwahrnehmung und Interessenkonflikte, Mohr chamada de atenção para mais um erro de técnica legislativa em Direito penal econo-
Siebeck, Tubinga, 2006. micoe europeu: textos doutrinários, Vo\. II, Coimbra ed., Coimbra, 1999,287-300.
L ong, J. Bradford De/Shleifer, Andrei/Summers, Lawrence H./Waldmann, M aciejovsky , Boris - vide Kirchler, Erich.
Robert J. - Noise Trader Risk in Financial Markets, 98 J Polit Econ, 1990, M agalhães , José Maria Barbosa de - Direito comercial, por Adelino da Palma
703-738. Carlos, J. Rodrigues, Lisboa, 1924.
L ongstreth , Bevis - Global Securities Markets and the SEC, 10 U Pa J Int’l Bus L, Mahoney , Paul G. - The O r ig in s oftheBlue-Sky Laws: A Test of CompetingRypothe-
1988,183-193; SÍ5,46 JL & Econ, 2003,229-251.
- A Look at the SEC’s Adaptation to Global Market Pressures, 33 Colum J Maier , Harold G. - Extraterritorial Jurisdiction at a Crossroads: An Intersection Bet
Transnat’l L, 1995, 319-336. ween Public and Private International Law, 76 Am J Inti L, 1982,280-320.
L oomis Jr., Philip. A. - Securities Exchange Act of1934 and the Investment Advisers Maitland , Frederic Wilham - Trust and Corporation em The Collected Papers, Vol.
Act of1934,28 Geo Wash L Rev, 1959, 214-249. m, CUP, Cambridge, 1911,321-404.
M a lk ie l , Burton G. - The Efficient Market Hypothesis and Its Critics, 17 J Econ
Perspect, 2003,59-82.
357
356
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
IN D IC E B IB L IO G R Á F IC O
359
D IR E IT O DOS V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
INDICE BIBLIOGRÁFICO
-The European Securities and Markets-Authority and Institutional Design for the Nabasque H ervé le - vide Couret, Alain.
EU Financial Market - A Tale of Two Competences: Part 1: Rule-Making, 12 Nagy, Donna M. - Judicial Reliance.on Regulatory Interpretations in SEC No-Action
EBOR, 2011,41-86 e Parte 2: Rules in Action, 12 EBOR, 2011,177-225- Letters: Current Problems and a Proposed Framework, 83 Cornell L Rev, 1998,
-E U Securities and Financial Markets Regulation, 37 ed., OUP, Oxford, 2014 921-1013.
M oncada, Luis S. Cabral de - Direito económico, 67 ed, Coimbra ed Coimbra N iccolò, Salanitro - vide Giuseppe, Auletta.
2012.
N ussbaum, Arthur - Kommentar zum Borsengesetz, Beck, Munique, 1910.
M oniz , Ana Raquel Gonçalves - A recusa de aplicação de regulamentos pela admi
nistração comfundamento em invalidade: contributo para a teoria dos regulamentos, O’H ara , Mameen - vide Easly, David.
Almedina, Coimbra, 2012.
O’R ourke, CoUin M. - vide Colhns, J. Michael.
- Estudos sobre os regulamentos administrativos, Almedina, Coimbra, 2013. Odean, Terrance - vide Barber, Brad M..
M ontagu, Gerald - vide Colin, Paul.
Olavo, Fernando - Direito comercial. Vol. 1,27 ed, Lisboa, 1974 (= 1970).
M ontarnal, Henri - Manuel des opérations commerciales etfinancières de banque et de Oliveira , Ana Perestrelo de - Grupos de sociedades de deveres de lealdade: por um
bourse, 3." ed., LSPS, Paris, 1929. critério unitário da solução do “conflito degrupo”, Almedina, Coimbra, 2012;
M onti, Giorgio - vide Chalmers, Damian.
- Corporate Finance, 27 ed., Almedina, Coimbra, 2015.
M onticone, Chiara - vide Calcagno, Riccardo. Oliveira , Jorge Costa - O regimejurídico geral da alienação departicipações do sector
M ooney, Charles - vide Kanda, Hideki.
público, 8 RB, 1988,95-121.
M ooney, Jr., Charles W. - Private Law and the Regulation of Securities Intermedia Oliveira , Tânia - Contrato de câmbio: aspectosgerais, inédito, Lisboa, 1991.
ries: Perspectives under the Geneva Securities Convention and United States Law, Opitz, Georg - Gesetz über die Verwahrung und Anschaffung von Wertpapieren
Unif L Rev, 2010, 801-813. (Depotgesetz), de Gruyter, Berhm, 1937;
M orais , Jorge Alves/Lima, Joana Matos - Código dos Valores Mobiliários anotado. - Depotgesetz, de Gruyter, Berhm, 1955.
Quid Juris, Lisboa, 2015. Otero, Paulo - Alguns problemas do Direito administrativo do mercado dos valores
M orais , Lm's Silva - Onovo Direito da economia e a constituição económica em Direito mobiliários, 1DVM, 1999, 253-283.
da economia, Vol. I, AAFDL, Lisboa, 2014. OuLDS, Mark K. - Allgemeiner Teil des Kapitalmarktrechts em Kiimpel/Wittig,
M oreira , Vital - vide Canotilho, J. J. Gomes. Bank- und Kapitalmarktrecht, A7 ed., Dr. Otto Schmidt, Colónia, 2011.
M oreno , Carlos Botelheiro - vide Rosa, Carlos Alberto. OzKOK, Zeynep - Financial Harmonization and Industrial Growth: Evidence from
M orgenstern , Marc H. - Extraterritorial Application of United States Securities Europe, 2012, (Net).
Law: A Matrix Analysis, 7 Hastings Int’l Comp L Rev, 1983,1-34.
M orison , Francis J. - vide Smith, Richard B.. Pailliet , J.-B.-J. (ed.) - Manuel complémentaire des Codefrançais et de toutes les col
M orse Jr., John Torrey - A Treatise on the Law Relating to Banks and Banking, lections de lois antérieurs à 1789 et resté en vigueur, A l’Administration du Journal
Little, Brovm, Boston, 1870. des Notaires et des Avocats, Paris, 1858.
M ortimer , Thomas - Every Man His Own Broker: or; A Guide to Exchange-Alley, Painter , Richard W. - The Dodd-Erank ExtraterritorialJurisdiction Provision: Was It
17 ed., S. Hooper, Londres, 1769. Effective, Needed or Sufficient?, 1Harv Bus L Rev, 2011,195-229.
M oskowitz, Tobias J. - vide Coval, Joshua D.. Painter , Richard/Dunham, Douglas/Quackenbos, Ellen - When Courts and
M urphy , Antoin E. - John Law: Économiste et home d’État, RLE. Peter Lang, Bru Congress Don’t Say What They Mean: Initial Reactions to Morrison v. National Aus
xelas, 2007. tralian Bank and to the Extraterritorial Jurisdiction Provisions of the Dodd-Erank
II Act, 20 Minn J Int’l L, 2011,1-25.
360
361
DIREITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS INDICE BIBLIOGRÁFICO
Palepu , Krishna G. - vide Healy, PauhM.. P imentel , Diogo Sampaio - Annotações ao Codigo de Commercio portuguez. Tomo
Palm er , George E. - Trusteeship under the Trust Indenture, 41 Colum L Rev 1941 I, Imprensa da Universidade, Coimbra, 1866.
193-220. ’ ’
P ina , Carlos Costa - Instituições de mercadosfinanceiros, Almedina, Coimbra, 2005.
Harmonization ofUS-EU Securities Regulation: The Casefor a Single
Pan, Enc J. - Pina , Cláudia Verdial - Crime de manipulação do mercado: elementos típicos e recolha
European Securities Regulation, 34 Law & Pol’y Int’l Bus, 2003,499-536 deprova, 17 Julgar, 2012, 35-66.
Pananis , Pano - Anotação ao § 38 do WpHG em Münchener Kommentar zum Straf P inheiro , Luís de Lima - Direito aplicável às operações sobre instrumentosfinanceiros,
gesetzbuch, Vol. VII, Beck, Munique, 2015. 9 DVM, 2009,141-192;
Panasar , Raj/Boeckman, Philip - European Securities Law, 2.“ ed., OUP, Oxford - Anotação ao artigo 37 do CSC em CSC/MC, 27 ed., Almedina, Coimbra, 2011.
Pinto, Frederico da Costa - O novo regime dos crimes e contra-ordenações no Código
Parchmovsky , Gideon - vide Goshen, Zohan. dos Valores Mobiliários, CMVM, Almedina, Coimbra, 2000;
Pa rrish , Austen L. - Reclaiming International Law from Extraterritoriality 93 Pinto, Frederico Costa - Intermediação excessiva em EH Carlos Ferreira de Almeida,
Minn L Rev, 2009, 815-874.
Vol. I, Coimbra ed., Coimbra, 2011, 755-788.
Partnoy, Frank - How and Why Credit Rating Agencies Are Not Like Other Gatekee Pinto, Frederico da Costa/Veiga Alexandre Brandão da - Natureza, limites e efeitos
pers, University of San Diego, Research Paper n.”07-46, maio de 2006, (Net). das recomendações epareceresgenéricos da CMVM, 12 CadMVM, 2001,273-285.
Partsch , Philippe-Emmanuel - Droit bancaire etfinancier européen. Lacier, Bru Pinto, Paulo Mota - Interesse contratual negativo e interesse contratual positivo, 2
xelas, 2009.
vols., Coimbra ed., Coimbra, 2008.
Patrício , J. Simões - Curso de Direito económico, 27 ed., AAFDL, Lisboa, 1981. Planas , Javier Alvarando - Antecedentes históricos del Derecho bursátil: especial refe
Patterson , Margaret/ReiíFen, David - Effect of the Bubble Act on the Marketfor rencia a “Confusión de confusiones”, de José de la Vega, 73 RUC, 1987-1988,
Joint Stock Shares, 50 J Econ Hist, 1990,163-171. 31-79.
Paul , Helen J. - The South Sea Bubble: An Economic History of Its Origins and Conse Ponet, David L. - vide
Leib, Ethan J..
quences, Routledge, Londres, 2011. Porta, Rafael La/Lopez-de-Silanes, Florencio/Shleifer, Andrei/Vishny, Robert
Pech , Laurent - Between Judicial Minimalism and Avoidance: The Court of Justice - Investor Protection and Corporate Governance, 58 JFE, 2000,3-27.
Sidestepping of Eundamental Constitutional Issues in Römer and Dominguez 49
CMLR, 2012,1841-1880.
Quackenbos, Ellen - vide Painter, Richard.
Pelkmans , Jacques/Robson, Peter - The Aspirations of the White Paper 25 TCMS
1987,181-192. Ramalho , Maria do Rosário Palma - Tratado de Direito do trabalho. Parte 1,37 ed.,
Pena , Nuno Ricardo da - Código dos Valores Mobiliários anotado e comentado, Ed. Almedina, Coimbra, 2012.
Autor, Lisboa, 2015. R amos , Maria Elisabete - Anotação ao artigo 4497 do CSC em CSC/CA, Vol. VI,
Per eir a , José Nunes - O novo Código dos Valores Mobiliários e a protecção dos inves 892-919.
tidores, 7 CadMVM, 2000,76-87; Ramos , Maria Elisabete - vide Costa, José de Faria.
- Quinze anos de codificação mobiliária em Portugal, V lll DVM, 2008, 265-317. R ed in h a , Maria Regina - vide Guimarães, Maria Raquel.
P eres , Raúl - A regulamentação do mercado de valores mobiliários - uma perspectiva R eiffen , David - vide
Patterson, Margaret.
geral (Partei), (Net). R e is , António Cunha - A protecção dos investidoresface ao Código de Valores Mobiliá
Petram , Lodewijk - The World’s First Stock Exchange, Columbia Business School, rios, 11 CadMVM, 2001.
Nova Iorque, 2014. R eu ven i , Erez - Extraterritoriality as Standing: A Standing Theory of the Extrater
Pierce , Edward L. - A Treatise on American Railroad Law, Baker, Voorhis, Nova ritorial Application of the SecuritiesLzsN, 43 UC Davis L Rev, 2010,1071-1134.
Iorque, 1867.
362
363
DIREITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS índice bibliográfico
R ibstein , Larry E. - Market vs. Regulatory Responses to Corporate Fraud: A Critique Saratva, Rute - Direito dos mercadosfinanceiros, AAFDL, Lisboa, 2013.
of the Sarbanes-Oxley Act of2002,28 J Corp L, 2002, 1-67; Savla , Jyotu - vfde Jorgensen, Bryce L..
- Are Partners Fiduciaries?, U 111L Rev, 2005,209-253; Sch erer , Peter - Depotgesetz Kommentar, Beck, Munique, 2012.
R iesser , Jakob - Das Bankdepotgesetz vom 5. Juli 1896: Aus der Praxis undßr die ScHLiTT - vide Assmaim.
Praxis insbesondere des Handelsstandes erläutert, Liebmann, Berlim, 1897. - vide Grünewald.
R obson, Peter - vide Pelkmans, Jacques. Sch neid er - vide Assmann.
R ockness , Howard/Rockness, Joanne - Legislated Ethics: From Enron to Sarbanes- Schüppen , Matthias - Überblick: Grundlagen des Börsenrechts em Schuppen/Schaub
-Oxley, the Impact on Corporate America, 57 J Buss Ethics, 2005,31-54. Münchner Anwaltshandbuch Aktienrecht, 22 ed., Beck, Munique, 2010.
R ockness , Joanne - vide Rockness, Howard. SCHWARCZ, Steven L. - Markets, Systemic Risk, and the Subprime Mortgage Crisis, 61
R odrigues , Sofia Nascimento - A protecção dos investidores em valores mobiliários, SMU L Rev, 2009,209- 217;
Ahnedina, Coimbra, 2001. - Systemic Risck, 97 Geo LJ, 2008,193-249;
R ogers , Kevin - Trust and Confidence and the Fiduciary Duty of Banks in Iowa, 35 - Regulating Complexity in Financial Market, 87 Wash U L Rev, 2009, 211-268.
Drake L Rev, 1986,611-632. - vide Anabtawi, Iman.
R ohall , Peter John Michael - Extraterritorial Effect of the Registration Require ScHWARCz, Steven L./Sergi, Gregory M. - Bond Defaults and the Dilema of the
ments of the Securities Act of1933,24 Vill L Rev, 1979,729-769. Indenture Trustee, 59 Ala L Rev, 2008,1037-1073.
R omano, Roberta - The Sarbanes-Oxley Act and the Making of Quack Corporate Schwark , Eberhard - Anlegerschutz durch Wirtschaftsrecht: Entwicklungslinien,
Governance, 114 Yale LJ, 2005,1521-1611. Prinzipien und Fortbildung des Anlegerschutzes, zugleich ein Beitrag zur Überlage
R osa, Carlos Alberto/Moreno, Carlos Botelheiro/Barbosa, Diogo Miranda rung bürgerlich-rechtlicher Regelung und gewerbepolizeilicher Überwachung durch
- Legislação dos mercados monetários, cambial e financeiro anotada, Ahnedina, Wirtschaftsrecht, Beck, Munique, 1979;
Coimbra, 1972. - Börsengesetz: Kommentar zum Börsengesetz und zu den börsenrechtlichen Neben
Ross, Lee - vide Lord, Charles G.. bestimmungen, 22 ed., Beck, Munique, 1994;
R ossbach, Oliver - vide Merkt, Hanno. - Gehalt und Zukunft des Kapitalmarktrechts em Festschrift 200 Jahre Juristis
R ost, Birgit —Die Herausbildung transnationalen Wirtschaftsrechts auf dem Gebiet der che Fakultät der Humboldt-Universität zu Berlin: Geschichte, Gegenwart und
internationalen Finanz- und Kapitalmärkte, BWV, Berlim, 2007. Zukunft, De Gruyter, Berhm, 2010,1099-1029;
R otunda, Ronald D. - vide Hacker, Robert C.. - Anotação ao § 14 do WpHG em Schwark/Zimmer Kapitalmarketrechts-Kom-
R üthers , Bernd - vide Höpfher, Clemens. mentar, 42 ed., Beck, Munique, 2010.
Schwark/Zimmer Kapitalmarktrecht Kommentar, 42 ed., Beck, Munique, 2010.
Sandberg , Stevan - The Extraterritorial Reach of American Economic Regulation: ScH W iN T O W S K i, Hans-Peter - Bank- und Kapitalmarktrecht, 3.“ ed., Beck, Muni
The Case of Securities Law, 17 Harv Int’l LJ, 1976,315-334. que, 2011.
Sandler , Austin J. - The Invisible Power of Machines: Revisiting the Proposed Flash S cott, Austin W. - The Fiduciary Principle, 37 Cal L Rev, 1949,539-555.
Order Ban in the Wake of the Flash Crash, Duke L & Tech Rev, 2011,39-56. Scott, Joanne - Extraterritoriality and Territorial Extension in EU Law, 62 Am J
Santos, Hugo Moredo - Transparência, OPA obrigatória e imputação de direitos de Comp L, 2014, 87-125.
voto, Coimbra ed., Coimbra, 2011. S cott, Kenneth E. - Insider Trading: RulelOb-5, Disclosure and Corporate Privacy, 9
Santos, Hugo Moredo/Guiné, Orlando Vogler - Deveresfiduciários dos adminis J Legal Stud, 1980, 801-818.
tradores: algumas considerações (passado, presente efuturo), 5 RDS, 2013, 691-711. S cott, William Robert - The Constitution and Finance of English, Scottish and Iris
Santos, Rute Martins - Estabilização depreços e manipulação de mercado: o síndrome Joint-Stock Companies to 1720, Vol. I, CUP, Cambridge, 1912.
da ilha, 4 DVM, 2003,395-435.
364
365
DIREITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS
ÍNDICE BIBLIOGRÁFICO
desKapitalmarktrechts em Schi- Silva, Pedro Alexandre Tavares da - Factores que influenciam 0 cumprimento das
Mnmqne, recomendações da CMVM sobre 0governo das sociedades cotadas em Portugal, 46
CadMVM, 2013,62-87.
Seligman , Joel - The New Uniform Securities Act, 81 Wash UL Q 2003 243-299
Silver , Carole B. - Penalizing Insider Trading: A Critical Assessment of the Insider
T t -K ■^^^^^^^^^ori,ue et pratique des o p e lo n sd :i^ ^^ ^^ ^ Trading Sanctions Act of1984, Duke L] 1985,960-1025.
ed. Librairie de Guillaumin, Paris, 1857. ^
Sergi , Gregory M. - vide Schwarcz, Steven L.. SiMONTON, Thomas C. - A Treatise of the Law ofMunicipal Bonds of the Municipal
Serota, Michael - vide Leib, Ethan J.. Corporations of the United States, Banks & Brothers, Nova Iorque, 1896.
SiNDEN, J. A. - vide Knetsch, Jack L..
Se m l l . M ^ n - m u ,y of the Efficient Market Hypothesis. 20 Janeiro de 20U
Research Note UCL RN/11/04, (Net). J Oil, Sm ith , D. Gordon - The Critical Resource Theory of Fiduciary Duty, 55 Vand L Rev,
2002,1399-1497.
14m S ‘ ' »/ loi^-T raiing Sanctions, 35 JL & Econ. Sm ith , Richard B./Case, Stephen H./Morison, Francis] - The Trust Indenture Act
Spameni Paolo/GianneUi, Andrea - a n m degU m,„median e dd m„catifinan- of1939Needs No Conflict of Interest Revision, 35 Bus Law, 1979,161-171.
zian, Egea, Milão, 2013. Sm ith , Russell A. - State “Blue-Sky”Laws and the Federal Securities Act, 34 Mich L
Rev, 1936,1135-1166.
Sh eeh y Benedict - The Trouble with Stockjobbers: The South Sea Bubble, the Press Snell’s Equity, 323 ed.. Sweet & Maxwell, Londres, 2010.
an^^th^Legislative Regulation of the Markets, 10 Newcastle L Rev, 2006-2008, S ommer , Jr., A. A. - IOSCO: Its Mission and Achievement, 17 Nw J Inf 1L & Bus,
1996,15-29.
' T 98I, Concept of Fiducial Relationships, 97LQR, S o R H A iN D O , Benoit - vide Kim, Jinhee.
Stutz, Amy E. A New Look at the European Economic Community Directive on Insi Turch , Andrew F. - Securities Underwriters in Public Capital Markets: The Exis
der Trading, 23 Vand J Transnat’l L, 1991,177-135. tence, Parameters and Consequences of the Fiduciary Obligation to Avoid Conflicts,
Summers , Lawrence H. - vide Long, J. Bradford De. 1 J Corp L Stud, 2007,51-84.
SusHKA, Marie Elizabeth/Barrett, W. Brian - Banking Structure and the National Turlington , Edgar - vide Haima, John.
Capital Market, 1869-1914,44 J Econ Hist, 1984,463-477. Tversky , Amos - vide Kahneman, Daniel.
SvENSSO N, Naomi L. - Extraterritorial Accountability: An Assessment of the Effective Tversky , Amos/Kahneman, Daniel - Advances in Prospect Theory: Cumulative
ness of Child Sex Tourism Laws, 28 Loy LA Int’l Comp L Rev, 2006,641-664. Representation of Uncertainty, 5 J Risk Uncertainty, 1992,297-323.
-Judgment Under Uncertainty Heuristics and Biases em Rationality in Action:
Takeh ara , Derek - Financial Reform in the European Union: Establishing the Com Contemporary Approaches, coordenação de Paul K. Moser, CUP, Cambridge,
mon Technical Rulebook, 26 Glo Bus & Develop LJ, 2013, 531-553. 1990.
Tavares, José - Curso de Direito commercial. Tomo I, França Amado, Coimbra
1901. U lrich , Ruy Ennes - Da bolsa e suas operações. Imprensa da Universidade, Coim
Telles , José Homem Correia - Commentario critico à Lei da Boa Razão, António bra, 1906.
José da Rocha, Lisboa, 1836. U tset, Manuel A. - Complex Financial Institutions and Systemic Risk, 45 Ga L Rev,
Temin , Peter - vide Feinstein, Charles H.. 2011,779-839.
Tennekoon , Ravi C. - The Law &Regulation of International Finance - Student Edi
tion, Butterworths, Londres, 1991. Vasconcelos, Pedro Pais de - Businessjudgement rule, deveres de cuidado e de leal
Th aler , Richard - vide Barberis, Nicholas. dade, ilidtude e culpa e o artigo 64.° do Código das Sociedades Comerciais, 1 DSR,
Th aler , Richard H. - vide Kahneman, Daniel. 2009,41-79.
Than , Jürgen - vide Heinsius, Theodor. Vaz , Manuel Afonso - Direito económico: a ordem económica portuguesa, 3.“ ed.,
The Development of a European Capital Market: Report of a Group of experts appointed Coimbra ed., Coimbra, 1994.
by the EEC Commission, Bruxelas, novembro de 1966. Ve il , Rüdiger -Rechtsentwicklung em Europäisches Kapitalmarktrecht, coordena
Thevenoz , Luc - vide Kanda, Hideki. ção de Rüdiger Veil, 2." ed., Mohr Siebeck, Tubinga, 2014,1-21.
Thomas , Barbara S. - Extraterritorial Application of the United States Securities Laws: Veja , Joseph de la - Confusión de confusiones: diálogos curiosos entre un philosopho
The Needfor a Balanced Policy, 7 J Corp L, 1982,189-197. agudo, un mercader discreto, y un accionista erudito, describiendo el negocio de las
Thomas , Barbara S. - Extraterritoriality in an Era of Internationalization of the Secu acciones, su origen, su ethimologia, su realidad, su juego,y su enredo, Amesterdão,
rities Markets: The Need to Revisit Domestic Policies, 35 Rutgers L Rev 1983 1688.
453-471. Veloso, José António — Churning: alguns apontamentos com uma proposta legislativa
Thomas , J. Woodrow - The Investment Company Act of1940, 9 Geo Wash L Rev, em Direito dos valores mobiliários, Lex, Lisboa, 1997,349-453.
1941, 918-946. Venkataraman , Kumar - vide Eleswarapu, Venkat R..
Thompson, Rex - vide Eleswarapu, Venkat R.. Ventoruzzo, Marco - Comparing Insider Trading in the United States and in the
Todd, Geoffrey - Some Aspects of Joint Stock Companies, 1844-1900, Econ Hist Rev European Union: History and Recent Developments, ECFLR, 2014,554-593.
1932, 46-71. Verdelho , Pedro - Infrações no mercado financeiro: crimes de abuso de informação
The Investment Company Act, 26 Cornell LQ 1940, 77-100.
Tolins , Richard B. - privilegiada e de manipulação de mercado em Direito sancionatório das autoridades
Toniolo, Gianni -vide Feinstem, Charles H.. reguladores, Coimbra ed., Coimbra, 2009,339-354.
Tracy, John E./MacChesney, Alfred Brunson - The Securities Exchange Act of V e r r e c c h i a , Robert E. - vide Diamond, Douglas W.
1934, 32 Mich L Rev, 1934,1025-1068.
368 369
DIREITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS INDICE BIBLIOGRÁFICO
Vicente , Dario Moura - Um Código Civilpara a Europa? Algumas reflexões em EH W ordsworth , Charles - The Law of Joint Stock Companies, 3.“ ed., Saunders and
Inocêncio Galvão Teiles, Vol. I, Almedina, Coimbra, 2002. Benntng, Londres, 1842.
V iD A L , Emmanuel - The History and Methods of the Paris Bourse, Washington, W right , Joshua D./Ginsburg, Douglas H. - Behavioral Law and Economics: Its Ori
Government Printing OfiBce, 1910. gins, Fatal Flaws, and Implicationsfor Liberty, 106 Nw U L Rev, 2012,1033-1088.
Villa , Gianluca la - II diritto dei valor mobiliari, Nardini Editore, Florença, 1986.
V iL L iE R S , Janice D. - Clergy Malpractice Revisited: Liabilityfor Sexual Misconduct in Zarin g , David - International Law by Other Means: The Twilight Existence of Inter
the Counselling Relationship, 74 Denv U L Rev, 1996,1-64. national Financial Regulatory Organizations, 33 Tex Int’ L J, 1998,281-330.
VISHN Y, Robert - vide Porta, Rafael La. Z etzsche , Dirk A. - Prinzipien der kollektiven Vermdgensanlage, Mohr Siebeck,
Nikolai - KapitalmarktrechtlicherAnlegerschutz und Kapitalerhaltung in der
V oK U H L, Munique, 2015.
Aktiengesellschaft, Nomos, Berlim, 2007. ZiA, Bilal - vide Bruhn, Miriam.
VON K opp -C olomb - vide Assmann. ZiMMERMANN, Reinhard - Civil Code and Civil Law: The “Europeanization” of
Private Law within the European Community and the Re-emergence of a European
Wählers , Christiane - Private Selbstregulierung am Beispiel des Kapitalmarktrechts: Legal Science, 1 Colum J Eur L, 1994,63-105.
Vorteile, Nachteil, Optimierung, V&R, Gotinga, 2011.
Waldmann , Robert]. - vide Long, J. Bradford De.
Walk er , George K. - Sources of International Lavo and the Restatement (Third),
Foreign Relations Law of the United States, 37 Naval L Rev, 1988,1-47.
Warnock , Francis E. - vide Ahearne, Alan G.
Warren III, Manning Gilbert - Global Harmonization of Securities Laws: The
Achievement of the European Communities, 31 Harv Int’l LJ, 1990,185-232.
W eber , Martin - vide Kirchler, Erich.
W ein rib , Ernest J. - The Fiduciary Obligations, UTLJ, 1975,1-22.
W , Neil D. - Unrealistic Optimism About Future Life Events, 39 J Pers Soc
e in s t e in
Psychol, 1980,806-820.
Weitnauer/Boxberger/Anders KAGB Kommentar, Beck, Munique, 2014.
W ermert , Georg - Börse, Börsengesetz und Börsengeschäfte: Studien zur Beleuchtung
gesetzgeberischer Einwirkung auf volkswirtschaftliche Gebilde, Duncker & Hum-
blot, Leipzig, 1904.
W illis , Lauren W. - Evidence and Ideology in Assessing the Effectiveness of Financial
Literacy Education, 46 San Diego L Rev, 2009,415-458.
W iL M A R T H , Jr., Arthur E. —The Dodd-Frank Act: A Flawed and Inadequate Response
to the Too-Big-to-Fail Problem, 89 Or L Rev, 2011, 951-1057.
W iston -G lynn, a . W. -John Law ofLauriston: Financier and Statesman: Founder of
the Bank of France, Originator of the Mississippi Scheme, etc., E. Saunders, Edim
burgo, 1907.
W olff, Samuel - Offshore Distribution under the Securities Act of1933: An Analysis of
Regulation S, 23 Law & Pol’y Int’l Bus, 1992,101-165.
370 371
INDICE ONOMÁSTICO
Acharya, Viral V. - 76 Amdt -64
Adams, Jr., John M. -161 Arnold, Thurman - 298
Aheame, Alan G. - 249 Ascensão, José de Ohveira - 27, 198,
Albrecht, Achim - 53 200
Albuquerque, Pedro de - 284,303 Assies, Paul H. - 53
Alces, Kelli A .-307 Assmann, Heinz-Dieter - 23, 53, 64,
Aldave, Barbara Bader - 268 65,204
Ahneida, António Pereira de - 52,198 Aurélio, Mirone -201
Almeida, Carlos Ferreira de - 29,134, Ausubel, Lawrence M. - 269
135, 137, 139, 146, 148, 149, 204, Awrey, Dan - 242
205,232
Amorosino, Sandro - 54, 206 Badon-Pascal, Edouard -188
Amzalak, Moses Bensabat -183,184 Bainbridge, Stepehn - 268
Anabtawi, Iman -242 Baker, John H. - 300
Anand, Anita 1. - 240 Balling, Morten -108
Anders - 66 Bandeira, Gonçalo S. de Melo - 263,
Andrews, Edward L. -194 266
Angel, James J. -262 Barbash, Barry P. -74
Angel, Marc - 219 Barber, Bernard - 282
Annunziata, Filippo - 54 Barber, Brad M. - 250
Anthero, Adriano - 51,197 Barberis, Nicholas - 247, 248, 249,
Antunes, José Brito -109 250
Antunes, José Engrácia - 28,52 Barbosa, Diogo Miranda -125
Apolinário, Marisa - 216 Barnard, Jayne W. - 254
Araújo, Fernando - 24,243, 246 Barrales, Edgar Ortega - 262
373
DIREITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS
INDICE ONOMÁSTICO
Barrett, W. Brian - 97
Brown, Stephen J. - 275 Coler, William N. -194
Barry, Christopher B. - 275 DeMott, Deborah A. - 292, 300, 303,
Bmdney, Victor - 270, 271 Colin, Paul - 54,193 306
Bastos, Miguel Brito - 265
Bmhn, Miriam - 252 ColHns, Alexis L. - 261
Bates, George E. - 72, 96 Devos, Diego - 88
Buchère, Ambroise - 26, 27,188,189 Collins, J. Michael - 254 Diamond, Douglas W - 276
Bebchuk, Lucian A. - 70
Buck-Heeb, Petra - 31,41,53,214,240 Combat, F.-J. -189 Dias, Gabriela Figueiredo - 306, 307,
Belhs, Maurizia de - 54
Bülow, Christoph von - 65 Conaglen, Matthew - 299,300,302 313
Benartzi, Shlomo - 250
Bumke, Christian - 240,242, 252,257 Cooley, Thomas F. - 76 Dias, Rui Pereira - 85
Benick, Christoph - 204, 244, 245
Bunte, Hermann-Josef- 33, 54 Cordeiro, A. Barreto Menezes - 70, Douglas, William O. - 72, 96
Benjamin, Joanna - 54,193
Buxbaum, Hannah L. -151 168, 193, 224, 274, 282, 284, 285, Duarte, Innocencio de Sousa - 51,196
Bennett, James C. - 47
Beny, Laura Nyantung - 268, 270 288,291, 292,303,309 Duarte, Rui Pinto - 201
Calcagno, Riccardp -255 Cordeiro, Antonio Menezes - 27, 30,
Berardino, Libonati - 201 Dunham, Douglas -179
Câmara, Paulo - 28, 32, 34, 52, 134, 35, 36, 39, 45, 47, 49, 52, 113, 10,
Beraud, Stephane - 91
135, 143, 200, 201, 232, 240, 267, 199, 201, 202, 204, 205, 209, 211, Easly, David - 276
Bernasconi, Christophe - 87, 92 274, 306,312
Betlem, Gerrit - 235 214, 217, 224, 225, 226, 229, 243, Easterbrook, Frank H. - 294,297
Canotilho, J. J. Gomes -141 251,260, 283,303,304
Beyerle, Franz - 288,301 Eichengreen, Barry - 97
Cardoso, José Luís -185 Correia, António Ferrer -197
Bhupathi, Tara - 262 Einsele, Dorothee - 224
Carlton, Dennis W. - 270 Correia, Luis Brito -198
Birks, Peter - 296 Eizirik, Nelso - 55
Carney, William J. - 71 Costa, José de Faria - 266
Bishop, Carter G. - 306 Eleswarapu, Venkat R. - 276
Carswell, John - 66 Costa, Ricardo -306,307
Blakesley, Christopher L. -153 Enriques, Lucas -108
Camso, Daniela - 222 Costi, Renzo - 43,54 Estey, Wade -154
Boeckman, Philip - 56 Case, Stephen H. - 73
Bondi, Bradley J. - 268 Couret, Alain - 30,54, 62 Evans, William - 287
Castelo, Higina Orvalho - 282 Courtois, Alphonse -188
Bonneau, Thierry - 56
Castro, Carlos Osório de - 52,134, Coval, Joshua D. - 249 Fama, Eugene F. - 245, 246, 247, 249
Borges, José Ferreira - 51,123,197 200, 274
Borges, Sofia Leite - 311 Cox, Charles C. - 55, 268, 269 Fanto, James A. - 254
Catarino, Luis Guilherme - 52,198, Cox, James D. - 55 Faria, José Angelo Estrella - 91, 93
Bom, Gary B .- 152 207
Bom, Michael - 88 Cmz, Ricardo -130 Faure, Edgar - 59
Cavanagh, Christhoper -192 Cunha, A. Correia da - 52,198 Faure, Michael G. - 268
Bomet, Jean-Pierre - 54 Chae, Joon - 276
Botosan, Christine A. - 276 Cunningham, Lawrence A. - 245 Feinstein, Charles H. - 98
Chalmers, Damian -238 Feis, Herbert - 97
Boxberger - 66 Chang, Young -156
Dale, Richard - 66 Ferran, Eilis - 54,193
Bozérian, Jules François Jeannotte - Chmiel, Michael J. - 268
59,188 Dalloz, Armand - 59 Ferrarini, Guido A. - 267
Choi, Stephen J. - 55,156,158,163,172 Dalloz, Désiré - 59, 62 Ferreira, Amadeu José - 28, 52, 132,
Brilmayer, Lea -152 Codorniz, Gabriela - 55 Damro, Chad -154 135,137,196,199,200, 232,274
Brito, Maria Helena - 85, 86, 88, 89 Coelho, José Pinto -197
Davies, Gareth - 238 Ferreira, Eduardo Paz - 129,141, 205,
Bröcker, Norbert - 44, 204 Coffee, Jr., John C. - 241 Deguée, Jean-Pierre - 88 274
Bronze, Fernando José - 229 CoíEnières, Antoine -188
Brown, Nathan D. - 262 Delebecque, Philippe - 62 Figueiredo, Mário Augusto Jorge de -
Colangelo, Anthony J. -151,152 Deloison, Georges -189 197
374
375
DIREITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS ÍNDICE ONOMÁSTICO
Finn, Paul D. - 299,300 Giuseppe, Auletta - 201 Healy, Paul M. - 275 Just - 64
Finnerty, Joseph E. - 246 Gjyshi, Rigers - 55 Hein, Jan von - 284 Justo, Antöiüo Santos - 284
Fischel, Daniel R. - 270, 294, 297 Gold, Andrew S. - 284, 292 Heinrich, Tobias A. - 41,65
Fishlow, Albert - 97 Gombola, Michael - 75 Heinsius, Theodor - 64 Kahn, Julius -191
Fogarty, Kevin S. - 268 Gomes, Fátima - 266 Hemptenmacher, Theodor -191 Kahneman, Daniel - 247,248
Fonseca, Rui Guerra da -141-142,143 Gomes, José Ferreira - 312 Herlands, William B. - 73 Kanda, Hideki - 88,91
Fonseca, Tiago Soares da -168 Gomes, Nuno Sá -129 Hildebrandt, Mireille -153 Kaplan, Juhe L. -163
Fortuno, José Antonio Torrente - 183, Gonçalves, Luís da Cunha - 51,197 Hillgruber, Christian - 237 Karahan, Davud - 53
184,185 Goode, Roy - 88,193 Hirte, Heribert - 41,65 Karmel, Roberta S. - 70,121,161, 220
Foschini, Marcello - 201, 206 Gordon, Jeffrey N. - 294 Hixson, Kathleen -152 Kayserhng, Mayer -183
Frada, Manuel Cameiro da - 307 Goshen, Zohan - 245 Ho, Look Chan - 54,193 Keblond, Patrick - 221
Franco, António de Sousa - 130, 134, Gould, Alyse L. - 262 Holbrook, Timothy R. -153 Keijser, Thomas - 91,92
141, 204,205 Grant, Richard W. -159 Holdsworth, William S. - 68 Kein, April - 248
Frankel, Tamar - 281, 293, 294 Greenber, David M. - 74 Höpfher, Clemens - 236 Kellenbez, Hermann -183,185
Franklin, Mitchell - 71,298 Greene, Lawrence M. - 74 Hoppit, Julian - 66 Keller, Andrew J. - 262
Freese, Günter - 308 Gregory, William - 306 Hopt, Klaus J. - 41,190,191,240,252 KeUer, Ehsabeth - 72
Freire, Mário - 274 Griever, WiUiam L. - 249 Horn, Arno - 64 Kerr, Ian M. -154
Frémery, A. -189 Groß, Wolfgang - 53 Houin-Bressand, Caroline - 54 Kim, Jinhee - 254
Frey, Bruno S. - 98 Grossman, Emiliano - 221 Hudson, Alastair - 34,55,69,193 King, Hugh -153
Friedman, Howard M. - 268 Grundmann, Stefan - 289,301 Hunt, Bishop C. - 69 Kirchler, Erich - 248
Fronasier, RafFaello - 267 Grünewald, Barbara - 33,53,214, 243 Huston, Sandra J. - 255 Kitch, Edmund -162
Fuller, GeoiErey - 56 Guimarães, Maria Raquel -148 Klein, Linda Schmid - 254
Fung, Great M. - 294 Guiné, Orlando Vogler - 306 Ibrahim, Darian M. - 306 Knetsch, Jack L. - 247,248
Illingworth, Patricia M. L. - 294 Kniehase, Martin - 33, 41, 210, 219,
Gullifer, Louise - 55,193
Gabriel, Henry Deeb - 91 Guzman, Andrew T. -156,172 Iwai, Katsuhito - 294 240
Garman, E. Thomas - 254 Knops, Kai-Oliver - 41
Garnel, Vera Ulrich -110 Hacker, Robert C. -159 Jackson, Jaime M. -163 Kokkinis, Andreas - 69
Garrett, Ray - 71 Hacking, David Lord -152 Jaretzki, Jr., Alfred - 73 Korff, Niklas - 41
Gatti, Matteo -108,121, 220 Hamdani, Assaf- 70 Jennings, R. Y. -153 Krell, Ulrich M. -190
Gehlmann, Gregory A. - 72 Hanks, Sara -163 Johnson, Lyman P. Q. -75 Kreuzer, Karl - 88
Gerber, David J. -153 Hanna, John - 96 Jones, Gareth - 296 Krug, Anita K. - 73
Germain, Michel - 62 Hansen, Jesper Lau - 267 Jones, Leonard A. -194 Kucher, Marcel - 98
Giannelli, Andrea - 54, 206 Happ, Wilhelm - 65 Jordan, Cally - 56 Kuklin, Bailey H. - 300
Jordan, Jon B. -163 Kümpel, Siegfried - 39,42,53,240
Gibbons, Michael Redmond -161,163 Harris, Ron - 68,69
Gibney, Mark P. -152 Hatzopoulos, Vassilis - 56 Jorgensen, Bryce L. - 254
Judge, Kathryn - 242 Laby, Arthur B. - 74,75,294,295,299,
Ginsburg, Douglas H. - 247 Hazen, Thomas Lee - 55
Juglar, Clément - 26 312
377
376
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S
IN D IC E O N O M ÁST IC O
Laibson, David - 248 MacChesney, Alfred Brunson - 72, 73 Michie, Ranald - 66,186 Nussbaum, Arthur -191
Landis, James M. - 72, 96 Macey, Jonathan R. - 71 Miller, Geoffirey P. - 71 O’Hara, Maureen - 276
Lanenbach, Markus - 53 Machado, João Baptista - 229 Miller, Paul B. - 284,302 O’Rourke, Collin M. - 254
Langenbucher, Katja - 53,192 Machado, Miguel Pedrosa - 267 Mirowski, Philip - 68 Odean, Terrance - 250
Langevoort, Donald C. - 75,167, 268 Maciejovsky, Boris - 248 Mister, James F. -194 Olavo, Fernando -197
Lansdale, Jr., Daryl L. -163 Magalhães, José Maria Vilhena Barbosa Mitchell, Catherine - 300 Oliveira, Ana Perestrelo de - 52,304
Lash, Kurt T. - 70 de - 52,197 Mitchell, Lawrence E. - 71,268 Ohveira, Jorge Costa -129
Lee, Hei Wai - 75 Mahoney, Paul G. - 71 Mitchell, Olivia S. - 252,253, 255 Oliveira, Tânia -199
Lee, Sidney -186 Maier, Harold G. -152 Mofslqr, James S. - 74 Opitz, Georg - 64,191
Lefebvre, Pierre - 59 Maitland, Frederic William - 68 Möllers, Thomas M. J. - 65 Otero, Paulo -142,146,207
Lefèvre, Henri - 26,189 Malkiel, Burton G. - 247 Mollot, Françoise Étienne -188 Oulds, Mark K. - 39,40,41, 240
Leger, Claire - 268 Maltez, Susana - 222 Moloney, Niamh - 56, 108, 115, 121, Ozkok, Zeynep -112
Lehmann, Matthias - 41,44, 64, 224 Mandell, Lewis - 254 154, 268
Leib, Ethan J. - 284 Markham, Jerry W. - 55 Moncada, Luis S. Cabral de - 205 Painter, Richard W. -179
Leitão, Luís Menezes - 296 Marques, José Dias - 225 Moniz, Ana Raquel Gonçalves -146 Palepu, Krishna G. - 275
Leite, Nuno Rocha -110 Marques, Mafalda Gouveia - 274 Montagu, Gerald - 54,193 Palmer, George E. - 73
Leland, Hayne E. - 270 Martin, Didier - 54 Montamal, Henri -189 Pan, Eric J .- 121, 220
Lemke, Thomas P. -163 Martinez, Pedro Romano - 45, 226 Monti, Giorgio - 238 Pananis, Pano - 269,272
Lenenbach, Markus - 41,53, 244 Martins, José Fazenda - 311 Monticone, Chiara - 255 Panasar, Raj - 56
Lener, Raffaele - 54, 206 Massari, Jai - 74 Mooney, Charles - 91 Parchmovsky, Gideon - 245
Lepper, Mark Re - 248 Matos, André Salgado -146 Mooney, Jr., Charles W. - 91 Parrish, Austen L. -153
Lev, Efrat - 73 Matta, José Caeiro da - 51,124,197 Morais, Jorge Alves - 52 Partnoy, Frank - 312
Lieberman, Julia R. -184 Mayer, David N. - 70 Morais, Luís Silva - 205 Partsch, Philippe-Emmanuel - 56
Lima, Joana Matos - 52 McCabe, Douglas - 262 Moreira, Vital -141 Patricio, J. Simões - 205
Lin, Tom C. W. - 261 McCormick, Roger - 55 Moreno, Carlos Botelheiro -125 Patterson, Margaret - 68
Liu, Feng-Ying - 75 McGowan, Michael J. - 261 Morgenstern, Marc H. -156,159 Paul, Helen J. - 66
Lofchie, Steven D. - 268 McGuiness, Christine A. - 267 Morison, Francis J. - 73 Payne, Jennifer - 55
Löhnig, Martin - 289, 291, 301,302 McKendrick, Ewan -193 Morse Jr., John Torrey -194 Pech, Laurent - 238
Long, J. Bradford De -249 McKight, Andrew - 213 Mortimer, Thomas -181,186 Pelkmans, Jacques -103
Longstreth, Bevis -155 McKinney, Richard J. - 164 Moskowitz, Tobias J. - 249 Pena, Nuno Ricardo da -132, 251
Loomis Jr., Philip A. - 72,159 McLachlin, Beverly M. - 294 Munhoz, Eduardo Secchi - 55 Penteado, Mauro Rodrigues - 55
Lopez-de-Silanes, Florencio - 252 Mendelson, Morris - 270 Murphy, Antoin E. - 60 Pereira, José Nunes -132, 251
Lord, Charles G. - 248 Mendes, Paulo de Sousa - 267 Peres, Raiil - 83
Lowenfels, Lewis D. -163 Merkt, Hanno -214 Nabasque, Hervé le - 30, 54, 62 Petram, Lodewijk -182,185
Luhmann, Niklas - 282 Meron, Theodor -153 Nagy, Donna M. -163 Pierce, Edward L. -194
Lusardi, Annamaria - 252, 253, 255 Merville, Anne-Dominique - 54 Niccolò, Salanitro - 201 Pimentel, Diogo Sampaio - 51,196
Lwowski, Hans Jürgen - 33, 54 Micheler, Eva - 91
378
379
D IR E IT O D O S V A L O R E S M O B IL IÁ R IO S IN D IC E O N O M Á ST IC O
Pina, Carlos Costa - 53,204, 275, 279 Rotunda, Ronald D. -159 Shleifer, Andrei - 247,249,252 Temin, Peter - 98
Pina, Cláudia Verdial - 263 Rüthers, Bernd - 236 Shulman, Harry -161 Tennekoon, Ravi C. -154,164
Pinheiro, Luís de Lima - 85,88 Side, Mark A. - 75 Thaler, Richard H. - 247, 248, 249,
Pinto, Frederico da Costa - 135, 137,
Sandberg, Stevan -156 Silberman, Linda J. -158 250
218, 219, 232, 263, 266, 267, 269,
Sandler, Austin J. - 262 Silva, F. V. Gonçalves da -198 Than, Jürgen - 64
270, 272 Santos, Hugo Moredo - 260, 274,306 Silva, João Calvão da - 53, 204, 208 Thevenoz, Luc - 91
Pinto, Paulo Mota - 303,304 Santos, Rute Martins - 263 Silva, Miguel Moura e - 236 Thomas, Barbara S. -156
Planas, Javier Alvarando -183,185 Saraiva, Rute - 53, 206 Silva, Paula Costa e - 23, 34, 40, 42, Thomas, J. Woodrow - 73
Ponet, David L. - 284 Savla, Jyotu - 254 45,53,200,201, 202,209,211, 274 Thompson, Rex - 276
Porta, Rafael La -252 Scherer, Peter - 64 Süva, Pedro Alexandre Tavares da - Todd, Geoffirey - 69
Pritchard, Adam - 55 Schimansky, Herbert - 33,42,54, 149 Tohns, Richard B. - 73
219, 240 Silver, Carole B. - 75 Toniolo, Gianni - 98
Quackenbos, Ellen -179 Schlitt, Michael - 53, 64, 214,243 Simonton, Thomas C. -194 Tracy, John E. - 72,73
Schneider - 65 Sinden, J. A. - 247 Turch, Andrew F. - 283
Ramalho, Maria do Rosário Palma - Schüppen, Matthias - 251 Smith, D. Gordon - 292,294,299,306 Turlington, Edgar - 96
226 Schütze, Rolf A. - 23,53 Smith, Richard B. - 73 Tversky, Amos - 247,248
Ramos, Maria Elisabete - 266, 267 Schwarcz, Steven L. - 73, 241, 242 Smith, Russell A. - 72
Redinha, Maria Regina -148 Schwark, Eberhard - 42, 54, 63, 65, Sommer, Jr., A. A. - 240 Ulrich, Ruy Ennes - 51,197,198
Reiffen, David - 68 190,191, 204, 240,269 Sorhaindo, Benoit - 254 Utset, Manuel A. - 242
Reis, António Cunha - 251 Schwintowski, Hans-Peter - 41, 54, Sousa, Fernando Freire de -130 Vasconcelos, Pedro Pais de - 204,306
Reuveni, Erez -158,159,173,175 192 Sousa, Marcelo Rebelo de -146 Vauplane, Hubert de - 54
Ribstein, Larry E. - 75,306 Scott, Austin W. - 298, 299,301 Sousa, Miguel Teixeira de - 229 Vaz, Manuel Afonso - 205
Richardson, Matthew P. - 76 Scott, Joanne -153 Souza Jr., Francisco Sátiro de - 55 Vega, Joseph de la - 181,183,184,185,
Riesser, Jakob - 64 Scott, Kenneth E. - 269 Souza, José Mamoco e - 51,197 186
Ritz - 64 Scott, William Robert - 67 Sowards, Hugh L. - 74 Veiga, Alexandre Brandão da - 148,
Robson, Peter -103 Seiler, Oliver - 33,41, 210, 219 Steinberg, Marc I. - 55,163 149
Rockness, Howard - 75 Seligman, Joel - 72 Steinmeyer - 65 Veil, Rüdiger - 56,95,240, 244
Rockness, Joanne - 75 Seneuil, J. G. Courcelle -189 Stephan, Paul B. -152 Veil, Rüdiger - 56, 95, 240, 244
Rodrigues, Sofia Nascimento -143 Sergi, Gregory M. - 73 Strompka, Piotr - 282 Veloso, José Antôiüo - 266
Rogers, Kevin - 294 Serota, Michael - 284 Stutz, Amy E. - 267 Venkataraman, Kumar - 276
Rohall, Peter John Michael -161,163 Sewell, Martin - 245 Summers, Lawrence H. - 249 Ventoruzzo, Marco - 266
Romano, Roberta - 75 Seyhun, H. Nejat - 75 Sushka, Marie Elizabeth - 97 Verdelho, Pedro - 266
Rosa, Carlos Alberto -125 Sfameni, Paolo - 54, 206 Svensson, Naomi L. -153 Verrecchia, Robert E. - 276
Ross, Lee - 248 Sheehy, Benedict - 67 Vicente, Dário Moura - 222
Rossbach, Oliver - 214 Shepherd, John C. - 292,295,296 Takehara, Derek - 220 Vidal, Emmanuel - 59,61
Rost, Birgit - 240 Shiller, Robert J. - 247 Tavares, José -197 Vüla, Gianluca la - 35
Telles, José Homem Correia - 49 Villiers, Janice D. - 294
t.
380
r
'i
i. 381
d ir e it o d o s v a l o r e s m o b il iá r io s
383
DIREITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS
ín d ic e i d e o g r á f ic o
384
385