Texto 1 Pedro Morais Vasconcelos Da Cunha
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ivo2017/2018
28Dezembrode2 017
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O livro “Inquietação Teórica e Estratégia Projetual na obra de 8 arquitetos
contemporâneos” denota que além do reconhecido trabalho enquanto projetista,
Rafael Moneo (Pritzker 1996) apresenta grande qualidade teórica, em uma obra
literária extremamente didática. Através de um diálogo simples, em formatação de
aula, Moneo discute de maneira clara o trabalho de 8 dos mais importantes
arquitetos contemporâneos.
Com o passar dos anos, entretanto, sua abordagem se torna repetitiva. É preciso
reinventá-la, e isso Stirling faz com êxito. Após perceber que arquitetura exige mais
do que o que estava antes a propor, altera sua metodologia projetual para o que é
descrito agora como o “triunfo da planta” ³.Necessita de mais realismo, maior
complexidade.
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É de fato impressionante como um arquiteto com uma obra tão diversa nas costas
consegue após tantos anos de trabalho reestruturar seu próprio pensamento.
Baseando-o agora no trabalho das secções horizontais. Os projetos Kaiserplatz,
Aachen British Telecom e British Telecom⁴ caracterizam uma mostra dos seus
trabalhos nos anos 80 e são explícitos no modo como a planta se converte em
elemento predominante do processo arquitetônico.
“Infelizmente, a morte prematura de Stirling não nos permite saber qual teria sido
eu futuro. Não há dúvida, porém, de que, como arquiteto atento ao devir da história,
ele já havia mudado de rumo quando sua carreira foi interrompida.” ⁴
Seguindo em via contrária ao cânone Mies Van Der Rohe, Venturi diz que na
verdade, “mais não é menos” ⁷ e dispara a célebre frase “Less is a bore”. Em resumo
a esta expressão, sua lógica “prefere a diversidade generosa à singularidade obtida a
partir de um princípio excludente” ⁸ . Venturi diz ser a favor da riqueza de
significados ante à clareza de significado; “Prefiro ambos e ao mesmo tempo” a
“um ou outro” ⁹ . “Seus elementos e espaços funcionam de diversas formas ao
mesmo tempo.” ¹º
De fato, Venturi e Scott Brown edificam suas ideias. Seu desenvolvimento teórico
é todo aplicado em arquitetura palpável. Não há demagogia ou apenas o papel.
Ainda que criticados, por muitos, concretizam ao mundo seu manifesto. “Venturi
insiste na importância de aceitar e manipular os elementos convencionais” ¹¹. Como
faz por exemplo na escada da Casa Vanna Venturi ¹², manipula também elementos
como o frontão interrompido e o coroamento da edificação, como os clássicos
faziam, só que agora sob modelação de uma chaminé (elemento de outro tempo).
Sua busca pela expressão culmina no que seria a sua outra grande obra teórica;
e se sente atraído agora por reconhecer a lógica que existe na pela arquitetura
espontânea, declarando-se admirador da arquitetura comercial da qual estão repletas
as cidades americanas” ¹³. A cultura pop, a efemeridade e as superfícies e outdoors
guiam Venturi por novas descobertas. O projeto da National Football Hall of Fame é
dos projetos que exemplificam sua aplicação prática.
Neste sentido fomentava-se a divergência entre as partes, pois para Rossi o foco
não deveria ser sobre continuidade entre arquitetura e as artes mais avançadas, mas
sim um fundamento específico e próprio. “A arquitetura não se encerrava na mera
satisfação da vocação artística, e não terminava, portanto, na exploração linguística
– questões que ainda importavam muito a Zevi” ¹⁵. “Rossi desejava que o trabalho
dos arquitetos fosse próximo ao dos cientistas; a arquitetura, assim como as
ciências naturais, deveria ser capaz de explicar e ordenar o território no qual
atuava.” Em sua visão, “era preciso ver de que maneira a arquitetura poderia romper
com a sua tradicional conexão coma a arte para se converter numa ciência positiva
a serviço de uma sociedade mais consciente e responsável.”
Apresenta uma trajetória linear, “as primeiras obras e as últimas não são muito
diferentes quanto à qualidade” ²¹. Com sua arquitetura perene que justifica atenção
aos detalhes, trabalha os “encontros dos opostos” ²², como o edifício e o solo. Está
atento aos valores singelos e fundamentais, como a luz e a paisagem. Não busca o
espetáculo, inevitavelmente o atinge passo à passo.
Se não muda o valor da arquitetura em si, muda, entretanto, sua presença para
o usuário. Uma obra que no começo precisava de público, vida, se torna agora
dinâmica em uma estratégia de narração. “O diálogo entre figuras e personagens”
²³, como faz nas Habitações em Schilderswijk Ward, em Haia. ²⁴ Ainda que
Moneo defina no livro esta nova abordagem de Siza como mais extravagante, em
nada é quando se fala sobre o próximo arquiteto abordado; Frank Owen Ghery.
Apesar de sua postura quase rebelde, não é alheio à construção ou à escala como
se pode pensar. Faz questão dos materiais, que experimenta desde as maquetes, aliás
inúmeras, “com a materialidade do fazer, desejando mostrar o como” ²⁷, quer revelar
como e com o que o edifício se constrói e se reveste. Exercita nas maquetes, não
apenas sua composição escultórica, mas a escala do objeto por isso tantos modelos,
de tantos tamanhos e materialidades diferentes.
Para Koolhaas, “O arquiteto não é uma pessoa que projeta, mas um indivíduo que
a partir de uma unidade produtiva cristaliza formas e espaços capazes de conter os
programas que a vida moderna pede” ²⁹. Não há aqui a figura do arquiteto artista.
Esta é muito individual e limitante para uma arquitetura global, volátil e
cooperativa, que seja útil em qualquer lugar do mundo.
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