Identidade Nazarena - Geral PDF
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B- IDENTIDADE NAZARENA
D- REFORMA PROTESTANTE
E- ANGLICANISMO
F- PURITANISMO
G- WESLEYANISMO E METODISMO
H- MOVIMENTOS DE SANTIDADE
APENDICES:
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IDENTIDADE NAZARENA - H
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A) Cristianismo Clássico
1) Século I
A Igreja do Nazareno, tal como ela é hoje, originou-se não unicamente há partir
do Movimento de Santidade, mas a princípio do Cristianismo Apostólico do
século I. Este período é caracterizado pela relação direta com aqueles que
conheceram e conviveram com Cristo. O Cristianismo nasceu no berço judeu
mas, desenvolveu-se e ganhou corpo com a ruptura das relações
monopolizadoras dos judaizantes (Concílio de Jerusalém – Atos capitulo 15)
O nascimento da Igreja foi marcado por um evento excepcional
prometido por Deus em Joel 2:28. E a teologia era estudada a partir do
testemunho apostólico no início oral, mas depois escrito. Os Apóstolos
fincaram os marcos através dos quais nos sustentamos até hoje. Aí temos o
“Fundamento de Cristo e dos Apóstolos”; a Dispersão; O Pentecostes; As
viagens Missionárias de Paulo, A produção das Cartas, dos Evangelhos e do
Apocalipse.Ainda neste tempo embrionário da Igreja, temos uma estrutura
organizacional, com a eleição de anciãos nas igrejas, as figuras de pastores ou
bispos e até mesmo um concílio para deliberarem sobre práticas eclesiásticas.
( At. 14:23, 20:17, 20:28, Tg. 5:14, Atos 15:6-31 )
2) Séculos II e III
Em sucessivos Concílios depois do século IV, os papas sancionaram muitos
dogmas que modificaram o Cristianismo na sua essência.
- A IGREJA PRIMITIVA desconhecia a Missa, o Purgatório, o Celibato, a
Transubstanciação, a Infalibilidade papal, o Culto à Maria, a veneração de
imagens, o uso de velas, a água benta, etc.
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viveu por volta do ano 420. Todos esses Cristãos primitivos e milhares de
outros não foram Católicos! Desconheciam os dogmas que vieram depois...
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B ) Identidade Nazarena
Primeiro, a Igreja do Nazareno é uma Igreja Cristã. Isto pode parecer óbvio,
mas é o fundamental ponto de partida. As primeiras palavras do nosso manual
declaram que a Igreja do Nazareno, desde o seu início, confessa ser um ramo
da "única Igreja Santa, Universal, e Apostólica". Aceitamos e endossamos os
credos, redigidos nos primeiros séculos da história da Igreja Cristã, como
expressões da nossa fé e identidade.
Isto significa que a Igreja do Nazareno abraça como sua, a história daqueles
redimidos pela graça, por meio do Senhor Jesus Cristo, através dos séculos.
Assim, nossa genealogia começa descrita no Antigo Testamento, destaca-se
no Novo, e prossegue por toda a história, e acompanha todos os crentes fiéis,
espalhados por todo o mundo.
A Igreja do Nazareno sabe que tem uma missão especial, dada por Deus.
Entretanto, para compreendê-la procura arraigar-se, firmemente, dentro da
extensa corrente de fé e prática do cristianismo, abalizado pelo ensino das
Sagradas Escrituras.
A Igreja do Nazareno é uma Igreja Protestante. Isto significa que seu caráter é
nitidamente forjado pela Reforma Protestante, do século XVI. Neste amplo
movimento de restauração da Igreja Cristã, vários pontos doutrinários, cruciais
foram resgatados.
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crentes, ou seja, no crescimento espiritual, gradual rumo à semelhança de
Cristo. A busca pela santidade foi o aspecto central na composição de grandes,
médios e pequenos grupos de comunhão, que John Wesley organizou por toda
a Inglaterra e além. Mais tarde, esses grupos desenvolveram-se
institucionalmente, dando origem a Igreja Metodista. Esta, logo se espalhou por
várias partes do mundo, especialmente pela América do Norte.
C) Declaração Histórica
Cristianismo Histórico e herança Wesleyana de santidade
Uma Fé Santa. Desde os seus começos, a Igreja do Nazareno tem-se confessado
um ramo da igreja “única, santa, universal e apostólica”, e tem procurado ser fiel a ela.
Confessa como sua própria história a do povo de Deus registrada no Antigo e no Novo
Testamentos, e a mesma história tal como ela se tem estendido dos dias dos
apóstolos aos nossos tempos. Como seu próprio povo, ela abarca o povo de Deus
através das idades, os redimidos através de Jesus Cristo, em qualquer expressão de
uma igreja na qual estes possam ser encontrados. Ela aceita os credos ecumênicos
dos cinco primeiros séculos cristãos como expressões da sua própria fé. Enquanto a
Igreja do Nazareno vai respondendo a sua chamada especial de proclamar a doutrina
e a experiência da inteira santificação, ela tem tido o cuidado de reter e fomentar
identificação com a igreja histórica, em sua pregação da Palavra, na sua
administração dos sacramentos, sua preocupação de promover e manter um
ministério que seja genuinamente apostólico na fé e na prática, bem como ao inculcar
as disciplinas dum viver semelhante ao de Cristo e no serviço a outros.
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O Avivamento Wesleyano. Esta fé cristã tem sido facultada aos nazarenos através
de correntes religiosas históricas e, particularmente, através do reavivamento
Wesleyano ocorrido no século XVIII. Nos anos a partir de 1730 deu-se o
Reavivamento Evangélico mais vasto na Grã-Bretanha, liderado principalmente por
João Wesley, seu irmão Carlos e por Jorge Whitefield, clérigos da Igreja da Inglaterra.
Através da instrumentalidade destes, muitos outros homens e mulheres abandonaram
o pecado e foram cheios de poder para o serviço de Deus. Caracterizou-se este
movimento pela pregação de leigos, testemunho, disciplina e círculos de discípulos
dedicados, conhecidos por “sociedades”, “classes” ou “bandos”. Como movimento de
vida espiritual, seus antecedentes incluíram o Pietismo Alemão, tipificado por Philip
Jacob Spener; o Puritanismo Inglês do século XVII; e o despertamento espiritual na
Nova Inglaterra descrito pelo pastor-teólogo Jonathan Edwards.
A fase Wesleyana do grande reavivamento caracterizou-se por três marcos
teológicos: regeneração pela graça, através da fé; perfeição cristã, ou santificação,
também pela graça através da fé; e o testemunho do Espírito quanto à certeza da
graça. Entre as contribuições distintas de João Wesley achava-se uma ênfase à inteira
santificação nesta vida, como provisão graciosa de Deus ao cristão. Os
empreendimentos missionários primitivos do Metodismo Britânico começaram a
disseminar estas ênfases teológicas através do mundo. Na América do Norte, a Igreja
Metodista Episcopal foi organizada em 1784. O seu propósito declarado foi “reformar o
Continente e espalhar a santidade escriturística sobre estas terras”.
O Movimento de Santidade do Século XIX. No século XIX começou no Leste dos
Estados Unidos e se espalhou pela nação uma renovada ênfase à santidade cristã.
Timóteo Merritt, clérigo metodista e editor-fundador do Guia da Perfeição Cristã,
esteve entre os líderes deste reavivamento de santidade. A figura central do
movimento foi Phoebe Palmer, da cidade de Nova Iorque, líder da Reunião da Terça-
Feira para a Promoção da Santidade, na qual bispos, educadores e outros clérigos
metodistas se juntaram ao grupo original de senhoras em busca de santidade. Ao
longo de quatro décadas, a Sra. Palmer promoveu a fase metodista do movimento de
santidade, através de palestras públicas, escritos e também como editora do Guia
para a Santidade.
O reavivamento de santidade alastrou-se para além das fronteiras do Metodismo.
Charles F. Finney e Asa Mahan, ambos do Colégio Oberlin, lideravam a renovada
ênfase à santidade nos círculos presbiterianos e congregacionalistas, tendo feito o
mesmo o avivador William Boardman. O evangelista batista A. B. Earle esteve entre os
líderes do movimento de santidade dentro da sua denominação. Hannah Whitall
Smith, uma quaquer e avivadora popular do movimento de santidade, publicou O
Segredo Cristão duma Vida Feliz (1875), um texto clássico sobre a espiritualidade
cristã.
Em 1867 os ministros metodistas John A. Wood, John Inskip e outros começaram,
em Vineland, Nova Jersey, a primeira de uma longa série de reuniões nacionais de
avivamento. Também organizaram nessa altura a Associação Nacional de Encontros
de Avivamento para a Promoção de Santidade, comumente conhecida como
Associação Nacional (hoje, Associação de Santidade Cristã). Até aos primeiros anos
do século XX, esta organização patrocinou reuniões de santidade através dos Estados
Unidos. Surgiram também associações locais e regionais de santidade e uma
imprensa vital de santidade publicou muitos periódicos e livros.
O testemunho prestado à santidade cristã desempenhou funções de diversos
significados na fundação da Igreja Metodista Wesleyana (1843), da Igreja Metodista
Livre (1860) e, na Inglaterra, do Exército da Salvação (1865). Nos anos de 1880
desabrocharam novas igrejas distintivamente de santidade, incluindo a Igreja de Deus
(Anderson, Indiana) e a Igreja de Deus (Santidade). Várias outras tradições religiosas
foram também influenciadas pelo movimento de santidade, incluindo certos grupos
Menonitas, Irmãos e Amigos que adotaram o ponto de vista wesleyano quanto à inteira
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santificação. Os Irmãos na Igreja de Cristo e a Aliança Evangélica de Amigos são
exemplos desta fusão de tradições espirituais.
União de Grupos de Santidade
Nos anos de 1890 despontou uma nova onda de grupos de santidade
independentes. Estes incluíram igrejas independentes, missões urbanas, casas de
socorro a necessitados e associações missionárias e evangelísticas. Alguns entre o
povo envolvido nestas organizações suspiravam por uma união que produzisse uma
igreja nacional de santidade. Desse impulso nasceu o que é hoje a Igreja do
Nazareno.
A Associação de Igrejas Pentecostais da América. A 21 de Julho de 1887,
organizou-se a Igreja Evangélica do Povo, com 51 membros, em Providence, Rhode
Island, tendo como pastor Fred A. Hillery. No ano seguinte foi organizada a Igreja
Missão, em Lynn, Massachusetts, tendo C. Howard Davis como pastor.
Nos dias 13 e 14 de Março de 1890, representantes destes grupos e de outras
congregações de santidade independentes reuniram-se em Rock, Massachusetts, e
organizaram a Associação Central Evangélica de Santidade, com igrejas em Rhode
Island, New Hampshire e Massachusetts. Em 1892, a Associação Central Evangélica
de Santidade ordenou Anna S. Hanscombe. Crê-se que ela foi a primeira de muitas
mulheres ordenadas para o ministério cristão nas congregações que se uniram para
formar a Igreja do Nazareno.
Em Janeiro de 1894, o comerciante William Howard Hoople fundou uma missão em
Brooklyn, reorganizada em Maio seguinte como o Tabernáculo Pentecostal da Avenida
Utica. No fim do ano seguinte foram também organizadas a Igreja Pentecostal da
Avenida Bedford e o Tabernáculo Pentecostal Emanuel. Em Dezembro de 1895,
delegados destas três congregações adotaram uma constituição, um sumário de
doutrinas e legislação, formando a Associação de Igrejas Pentecostais da América.
A 12 de Novembro de 1896, reuniu-se em Brooklyn um comitê conjuntamente
formado pela Associação Central Evangélica de Santidade e pela Associação de
Igrejas Pentecostais da América, e traçou um plano de união, retendo para o corpo
assim unido o nome do último destes dois grupos. Entre os obreiros proeminentes
nesta denominação contavam-se Hiram F. Reynolds, H. B. Hosley, C. Howard Davis,
William Howard Hoople e, mais tarde, E. E. Angell. Alguns destes eram originalmente
pregadores leigos que mais tarde foram ordenados pelas suas congregações. Esta
igreja foi marcadamente missionária e, sob a liderança de Hiram F. Reynolds,
secretário missionário, empenhou-se num ambicioso programa de testemunho cristão
nas Ilhas de Cabo Verde, na Índia e em outros lugares. Chamava-se The Beulah
Christian o seu periódico oficial.
A Igreja de Cristo de Santidade. Em Julho de 1894, R. L. Harris organizou a Igreja de
Cristo do Novo Testamento, em Milan, Tennessee, pouco antes da sua morte. Mary
Lee Cagle, viúva de R. L. Harris, continuou o trabalho e tornou-se seu líder primitivo
mais proeminente. A igreja, estritamente congregacional em seu regulamento,
espalhou-se através de Arkansas e do Texas ocidental, com esparsas congregações
em Alabama e Missouri. Mary Cagle e uma cooperadora, a Sra. E. J. Sheeks, foram
ordenadas em 1899, na primeira classe de candidatos à ordenação.
A partir de 1888, um punhado de congregações rotuladas como Igreja de Santidade
foram organizadas no Texas pelos ministros Thomas e Dennis Rogers, vindos
da Califórnia.
Em 1901 formou-se em Van Alstyne, Texas, a primeira congregação da Igreja
Independente de Santidade, por Charles B. Jernigan. Logo do princípio, James B.
Chapman afiliou-se a esta denominação, a qual prosperou e cresceu rapidamente.
Com a passagem do tempo, as congregações lideradas por Dennis Rogers se
afiliaram à Igreja Independente de Santidade.
Em Novembro de 1904, representantes da Igreja de Cristo do Novo Testamento e da
Igreja Independente de Santidade reuniram-se em Rising Star, Texas, onde chegaram
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a acordo sobre princípios de união, adotaram um Manual e escolheram o nome de
Igreja de Cristo de Santidade. Esta união foi finalizada no ano seguinte, num conselho
geral reunido com delegados em Pilot Point, Texas. A publicação oficial da igreja
intitulava-se Holiness Evangel. Outros ministros proeminentes deste grupo incluíam
William E. Fisher, J. D. Scott e J. T. Upchurch. Entre seus leigos de maior destaque
achavam-se Edwin H. Sheeks, R.B. Mitchum e a Sra. Donie Mitchum.
Vários líderes desta igreja foram ativos na Associação de Santidade de Texas, um
corpo interdenominacional vital que patrocinava um colégio em Peniel, próximo de
Greenville, Texas.
A associação também patrocinava o Pentecostal Advocate, a publicação de
santidade de maior relevo no Sudeste, que viria a ser órgão nazareno, em 1910.
Foram obreiros proeminentes nesta organização o ministro E. C. DeJernett e o leigo C.
A. McConnell .
A Igreja do Nazareno. Em Outubro de 1895, Phineas F.Bresee, doutor em divindade,
e Joseph P. Widney, médico, com cerca de 100 outras pessoas, incluindo Alice P.
Baldwin, Leslie F. Gay, W. S. e Lucy P. Knott, C. E. McKee, bem como membros das
famílias Bresee e Widney, organizaram a Igreja do Nazareno, em Los Angeles. Desde
o princípio, viram esta igreja como a primeira duma denominação que pregava a
realidade da inteira santificação recebida pela fé em Cristo. Mantiveram que os
cristãos santificados pela fé devem seguir o exemplo de Cristo e pregar o evangelho
ao pobre. Sentiram-se especialmente chamados para este trabalho. Eles criam que o
refinamento e adornos desnecessários das casas de culto não representavam o
espírito de Cristo mas antes o espírito do mundo, e que seus investimentos de tempo
e dinheiro deviam fazer-se a ministérios que refletissem Cristo, para salvação de
almas e socorro ao necessitado. Eles organizaram desta forma a igreja. Adotaram
regras gerais, uma declaração de fé, uma estrutura baseada numa superintendência
limitada, princípios para a consagração de diaconisas e a ordenação de presbíteros,
bem como um ritual. Todos estes foram publicados como um Manual, começando em
1898. Publicaram um jornal intitulado The Nazarene (O Nazareno) e, depois, The
Nazarene Messenger (O Mensageiro Nazareno). A Igreja do Nazareno expandiu-se
principalmente ao longo da Costa Ocidental, tendo congregações espalhadas a leste
das Montanhas Rochosas, até Illinois.
Entre os ministros que se agregaram à nova igreja contavam-se H. D. Brown, W. E.
Shepard, C. W. Ruth, L. B. Kent, Isaiah Reid, J. B. Creighton, C. E. Cornell, Robert
Pierce e W. C. Wilson.
Entre os primeiros a serem ordenados, contavam-se o próprio Joseph P. Widney,
Elsie e DeLance Wallace, Lucy P. Knott e E. A. Girvin.
Os 38 anos de experiência que teve Phineas F. Bresee, como pastor,
superintendente, editor, membro da junta de colégio e pregador em reuniões públicas
de avivamento no Metodismo, adicionados à sua característica personalidade
magnética, entraram no esmerado aprumo eclesiástico que ele trouxe à união de
diferentes igrejas de santidade num só corpo nacional.
O Ano da União: 1907-1908. A Associação de Igrejas Pentecostais da América, a
Igreja do Nazareno e a Igreja de Cristo de Santidade foram levadas a uma associação
mútua por C. W. Ruth, superintendente geral assistente da Igreja do Nazareno, que
tinha extensos laços de amizade através do movimento Wesleyano de Santidade.
Delegados da Associação de Igrejas Pentecostais da América e da Igreja do
Nazareno reuniram-se em assembléia geral, em Chicago, de 10 a 17 de Outubro
de 1907. Os grupos em processo de união concordaram quanto a um governo da
igreja que equilibrava a necessidade de uma superintendência com a
independência de congregações locais.
Competia aos superintendentes nutrir e cuidar de igrejas já organizadas e estimular
a organização de igrejas em toda a parte, mas a sua autoridade não devia interferir
com as ações independentes de uma igreja totalmente organizada. Além disso, a
Assembléia Geral adotou um nome para o corpo resultante de ambas as
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organizações: a Igreja Pentecostal do Nazareno. Phineas F. Bresee e Hiram F.
Reynolds foram eleitos superintendentes gerais. Esteve presente e participou no
trabalho da assembléia uma delegação de observadores da Igreja de Cristo de
Santidade. Durante o ano seguinte, ocorreram dois novos adicionamentos. Em Abril de
1908, P. F. Bresee organizou a congregação da Igreja Pentecostal do Nazareno em
Peniel, Texas, que trouxe à igreja figuras proeminentes da Associação de Santidade
do Texas e abriu a porta de entrada a outros membros. Em Setembro, a Conferência
de Santidade da Igreja Cristã de Pensilvânia, uma vez recebida a dispensa que lhe foi
concedida pela sua Conferência Geral, dissolveu-se e, sob liderança de H. G.
Trumbaur, uniu-se à Igreja Pentecostal do Nazareno.
A segunda Assembléia Geral da Igreja Pentecostal do Nazareno reuniu-se em
sessão conjunta com o Conselho Geral da Igreja de Cristo de Santidade, de 8 a 14 de
Outubro de 1908, em Pilot Point, Texas. O ano do processo de união culminou na
manhã de terça-feira, 13 de Outubro, quando R. B. Mitchum apresentou e C. W. Ruth
secundou a proposição: “Que a união das duas igrejas seja agora consumada”. Vários
discursaram a favor da moção. Phineas Bresee tinha-se esforçado continuamente
para o alcance deste almejado fim. Às 10:40 horas, em ambiente de grande
entusiasmo, a moção para a união foi adotada,de pé, por um voto unânime do povo.
A Denominação Muda de Nome. A Assembléia Geral de 1919, em resposta a
memoriais de 35 distritos de assembléia, mudou oficialmente o nome da organização,
para Igreja do Nazareno, em vista do novo sentido que fora associado ao termo
“Pentecostal”.
Novos Adicionamentos
Depois de 1908 vários outros corpos se uniram à Igreja do Nazareno:
A Missão Pentecostal. Em 1898, J. O. McClurkan, um evangelista presbiteriano de
Cumberland, liderou na formação da Aliança Pentecostal, em Nashville, de que
resultou a fusão do povo de santidade do Tennessee e estados adjacentes. Este
corpo tinha um acentuado espírito missionário, tendo enviado pastores e professores
a Cuba, Guatemala, México e Índia. McClurkan faleceu em 1914. Esse grupo, então
conhecido como Missão Pentecostal, uniu-se à Igreja Pentecostal do Nazareno em
Novembro de 1915.
Igreja Pentecostal da Escócia. Em 1906, George Sharpe, da Igreja Congregacional
de Parkhead, Glasgow, foi expulso do seu púlpito por pregar a doutrina wesleyana
da santidade cristã. Oitenta membros que saíram com ele formaram, imediatamente,
a Igreja Pentecostal de Parkhead. Outras congregações foram organizadas e, em
1909, formou-se a Igreja Pentecostal da Escócia. Este corpo uniu-se à Igreja
Pentecostal do Nazareno em Novembro de 1915.
Associação de Leigos de Santidade. A Associação de Leigos de Santidade foi
formada sob S. A. Danford, em 1917, em Jamestown, Dakota do Norte, para servir a
causa do avivamento da santidade wesleyana nas Dakotas, Minnesota e Montana.
Este grupo tinha um periódico intitulado O Leigo de Santidade.
J. G. Morrison foi eleito presidente em 1919 e liderou uma organização que
contava mais de 25 outros evangelistas e obreiros. Em 1922, Morrison, com a maior
parte dos obreiros e mais de 1.000 membros, uniu-se à Igreja do Nazareno.
Associação de Fé Missionária Hephzibah. Este corpo missionário, centralizado em
Tabor, Iowa, organizado em 1893 por Elder George Weavers, enviou
subsequentemente mais de 80 obreiros a mais de meia dúzia de países. Por volta de
1950, o trabalho em Tabor, a missão Sul Africana e outras partes da organização se
uniram à Igreja do Nazareno.
Missão Internacional de Santidade. David Thomas, homem de negócios e
pregador leigo, fundou a Missão de Santidade, em Londres, no ano de 1907. Sob a
liderança de David Jones, desenvolveu-se extensivo trabalho missionário na parte
Sul da África, tendo recebido a igreja um novo nome em 1917: Missão
Internacional de Santidade. Uniu-se à Igreja do Nazareno a 29 de Outubro de
9
1952, com 28 igrejas e mais de 1.000 membros na Inglaterra sob a
superintendência de J. B. Maclagan, bem como um trabalho liderado por 36
missionários na África.
Igreja de Santidade do Calvário. Em 1934, Maynard James e Jack Ford, que
dirigiam o esforço evangelístico itinerante (ou “trekking”) na Missão Internacional
de Santidade, formaram a Igreja de Santidade do Calvário. A 11 de Junho de 1955,
efetuou-se a união com a Igreja do Nazareno, trazendo à denominação cerca de 22
igrejas e mais de 600 membros. A adição da Missão Internacional de Santidade e
da Igreja de Santidade do Calvário consumou-se, em grande parte, graças à visão
e aos esforços do superintendente distrital George Frame.
Igreja de Obreiros do Evangelho do Canadá. Organizada em Ontário por Frank
Goff, em 1918, esta igreja surgiu dum grupo anterior chamado Obreiros de
Santidade. Uniu-se à Igreja do Nazareno, a 7 de Setembro de 1958, adicionando
cinco igrejas e cerca de 200 membros ao Distrito Central Canadiano.
Igreja do Nazareno (Nigéria). Nos anos de 1940 organizou-se na Nigéria, sob
liderança indígena, uma igreja wesleyana de santidade. Adotou o nome de Igreja do
Nazareno, derivando em parte as suas crenças doutrinais e o próprio nome dum
Manual da Igreja do Nazareno Internacional. Sob a liderança de Jeremiah U.
Ekaidem, uniu-se a esta a 3 de Abril de 1988. Formou-se um novo distrito com 39
igrejas e 6.500 membros.
TAREFA
Ao completar estes tópicos, baseado nos itens B e C, responda às
seguintes questões:
10
8- Com referência à Ordenação Feminina, qual a tendência nestes grupos?
Cite Exemplos.
11
D ) Reforma Protestante – Século XVI
1. Precursores da Reforma:
12
cuidava da casa e dos 7 filhos, carregando lenha da floresta para cozinhar e
ainda achava tempo para ensinar os filhos. Desde menino aprendeu os dez
mandamentos de cor, o Pai nosso e a respeitar a Igreja. A base da sua fé era a
figura de um Deus vingativo, esperando a falha e não o acerto. Aos trezes anos
foi estudar na escola Franciscana de Magdeburgo mas, para manter-se tinha
que esmolar, e para manter-se tranquilo com a sua consciência confessava
continuadamente e pagava todas as penitências, impostas pelos padres. Uma
Senhora chamada Ursula que o via esmolar resolveu acolhê-lo em casa e
assumir os seus estudos. O Jovem Lutero desenvolvia-se cada vez mais.
Aos 18 anos ele ansiava estudar em uma universidade, o Pai que já
estava em melhores condições financeiras, enviou-o ao centro intelectual do
pais, Erfurt. Lá destacou-se por seu afinco pelos estudos e no 3º semestre
obteve o grau de bacharel em filosofia e com a idade de 21 anos já era doutor
em Filosofia. Ele orava muito, e sentia muito prazer nisto. Sua alma suspirava
por Deus e pelo Seu conhecimento. Foram vários os incidentes que o
tornaram, não um advogado como o pai queria, mas um religioso: Na Biblioteca
da Faculdade encontrou uma Bíblia completa escrita em latim; uma
enfermidade que o fragilizara bastante; quando voltava para sua casa, numa
ocasião, foi ferido por uma espada e quase morreu; além do assassinato de
um colega da universidade. O que mais o abalou no entanto, foi quando teve
que enfrentar uma tempestade. Então fez uma promessa de que se Santa Ana
o salvasse, se tornaria um monge. Tornou-se um monge agostiniano. Um dia
no convento encontrou uma velha Bíblia em Latim presa a uma cadeira. Leu-a
durante semanas e ficou enbevecido pelas verdades que descobriu. Mais tarde
o Vigário Geral da Ordem agostiniana, ofereceu-lhe uma Bíblia. Na leitura dela
achou consolo mas não a paz, continuou a orar, jejuar e se penitenciar por
causa dos seus pecados. Tornou-se padre e ao completar 25 anos professor
de Filosofia em Wittemberg. No meio de suas atividades, ele obteve o
doutorado em Bíblia e um pouco mais tarde em Teologia.
A partir do seu estudo constante da Biblia, descobriu que aquele Deus
vingativo que lhe apresentaram era um Deus justo que planejou salvar a todos.
Testemunhando a sua transformação ele disse: “ Desejando ardentemente
compreender as palavras de Paulo comecei o estudo da carta aso Romanos.
Porém logo no primeiro capítulo consta que a justiça de Deus se revela no
Evangelho. Eu detestava as palavras – justiça de Deus.... porque a justiça de
Deus que eu conhecia, era a ação de um Deus Santo que o leva a castigar os
pecadores...” No entanto depois de meditar sobre esse ponto durante muitos
dias e noites, Deus na sua graça me mostrou a Palavras: O Justo viverá pela
fé. Vi então que a justiça de Deus, nesta passagem é a justiça que o homem
piedoso recebe de Deus pela fé, como dádiva.” A partir daí Lutero passou a
pregar a verdadeira religião – não um sistema de doutrinas mas, como uma
nova vida em Cristo. Sua fama de pregador espalhou-se, deixou de trabalhar
para a Igreja Romana mas para a Igreja dos Salvos.
Em Outubro de 1517 fixou as suas 95 teses cujo teor é que Cristo requer
arrependimento e tristeza pelo pecado e não penitência. Apesar de não ter sido
feito como um ataque, este ato tornou-se o pivô da Reforma. Em agosto de
1518 ele foi chamado a Roma, seus amigos não permitiram ainda assim teve
que ir a Augsburg e a ordem do Papa era que ele se retratasse das heresias,
que segundo eles, vinha pregando, não retratou-se e para não morrer lá
mesmo teve que fugir. Tornou-se muito celebre pelo que pregava e escrevia,
13
mas foi excomungado através de uma bula do Papa Leão X. Lutero queimou a
bula e continuou pregando e fazendo a reforma.
Aos sessenta e dois anos, escondido no Castelo de Wartburgo, sempre
esperava que o Papa cumprisse a promessa de queimá-lo vivo, mas Deus não
quis e levou para junto de Si por meio de um ataque de coração.
2. Definição
Movimento liderado por Martinho Lutero que teve como propósito, restaurar a
Igreja fazendo-a retornar ao verdadeiro Cristianismo Primitivo.
3. Causas da Reforma
• Centralização do poder,
• corrupção e imoralidade do clero,
• opressão fomentada pela igreja através da Inquisição,
• venda de indulgências como condição para resgatar a alma do
purgatório,
• falta de uma pregação baseada no evangelho simples de Jesus,
14
• Que se voltasse a pregar: Salvação pela graça mediante a fé
• Que os crentes soubessem que podem entrar no “Santo dos Santos”
• Que a Bíblia era a única Regra de Fé e Pratica
• Que houvesse uma separação entre a Igreja e o Estado
15
contrária ao divórcio. Ele rompeu com ela e nomeou
Primaz em toda a Inglaterra o Teológo Thomas
Cranmer da Universidade de Cambridge que se
tornou-se arcebispo de Cantuária. Ele aprovou o
divórcio e o novo casamento do rei. Em 1534 o rei
declarou-se chefe da Igreja católica Inglesa. Durante
todo o seu reinado, a igreja na Inglaterra era católica
na doutrina ,mas independente de Roma.
Pelo Ato dos Seis Artigos, assinado em 1539, Henrique VIII mantinha todos os
dogmas católicos, exceto o da autoridade papal. Esta dubiedade foi atacada tanto por
protestantes como por católicos: os protestantes reprovavam a fidelidade aos dogmas
católicos, e os católicos reprovavam o cisma.
Henrique VIII Morreu em 1547 e foi substituído pelo seu filho Eduardo VI de
apenas 9 anos de idade. Neste período a Inglaterra foi influenciada por
protestantes vindos da Europa e quase tornou-se protestante sob a liderança
de Cranmer.
Em 1553 morre o pequeno rei e assume a sua irmã Maria, uma católica
fanática que foi chamada de “A sanguinária”. Reinou cinco anos e retomou o
catolicismo romano, mandou queimar a Cranmer e mais de trezentos clérigos
e teólogos protestantes.
A “Sanguinária” morreu em 1558 e sua meia-irmã Elizabete I reinou em
seu lugar até 1603. Apesar de protestante não apreciava de todo a teologia e o
governo reformados. Seu desejo era estabelecer em seu pais uma igreja de
meio termo. Isto é uma teologia moderadamente protestante e um governo e
liturgia moderadamente católicas. Tendo conseguido isto, os reformadores
europeus a consideravam católica demais e Roma a considerava protestante
demais. Sua mensagem principal e que identificava com a reforma é que
pregava a salvação pela graça. Elizabete conseguiu manter a Igreja unida
enquanto a Igreja Alta (formada pelos que queriam a volta do catolicismo –
ritualistas) e a Igreja Baixa (formada pelos herdeiros da doutrina de Cranmer
queria o protestantismo – evangelicais) viviam divididas entre si.
Neste primeiro século de Reforma Protestante , tres principais grupos
ocupam o cenário: Os Anglicanos, os Luteranos e os Reformados ( Calvinistas)
16
Wesley Retifica o Anglicanismo
F) Puritanismo
“A influência de Jesus tem crescido com o passar dos anos e nunca foi tão
poderosa como nos últimos 125 anos. A influência de Cristo pode se comparar ao
avanço das marés. A maré se projeta e cresce através da vinda sucessiva de
ondas. À medida que uma nova onda chega, ela eleva o nível da água um pouco
17
mais acima. Semelhantemente, à medida que aquela onda recua, há uma
recessão. A próxima onda coloca o nível da água em um nível acima da onda
anterior. Portanto, desta forma, cada um dos períodos de recuo, quando as ondas
retornam, é menos notado do que na vez anterior.”
Foi um período muito difícil, exatamente como o nosso hoje. Nessa época, um
simples monge desconhecido redescobriu a verdade de que somos justificados pela
graça e que não somos salvos por nossas obras mescladas com os sacramentos da
Igreja, mas que o sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos purifica de todo pecado; e
que o crente no Senhor Jesus pode chegar a conhecê-Lo sem a mediação da Igreja.
Lutero redescobriu que o cristianismo é na realidade uma experiência direta da alma
com o Senhor Jesus agora, e que na ressurreição futura, o corpo terá esta
experiência. Nós temos a impressão de que com a Reforma a alma da Europa foi
libertada. Houve uma explosão de louvor, de hinos sendo escritos e grande alegria,
como uma experiência direta da alma com o Senhor Jesus. Houve também uma
purificação da vida moral e a família foi fortalecida; houve avanços na medicina e em
outras áreas do conhecimento científico.
O mundo nunca mais foi o mesmo após este grande avivamento que bem
conhecemos como a Reforma. Mas, na realidade, não foi um movimento perfeito; e
especialmente na Inglaterra havia uma preocupação por parte dos crentes de que a
Reforma não houvesse se estendido o suficiente. Os Reis da Inglaterra tinham
controle sobre a Igreja e podiam tolerar que houvesse uma reforma dentro dela, mas
não queriam permitir a reforma de coisas vindas do Catolicismo, e que já estavam
estabelecidas. O receio deles era que se a Igreja se reformasse totalmente, na
Inglaterra e na Escócia, eles perderiam o poder.
18
que não podiam ser demonstrados nem apoiados pela Escritura, deviam ser tirados.
Esse grupo não queria que se permitisse o acréscimo cada vez maior de tradições
humanas no culto, pois isso quebraria o segundo mandamento, obscureceria a
clareza do Evangelho e impediria que o poder de Deus viesse sobre a Igreja. Por
causa desse desejo, esses crentes fervorosos na Igreja, na Inglaterra e na Escócia,
vieram a ser chamados e conhecidos como Os Puritanos. A palavra vem do inglês e
significa purificar.
19
Tudo isso nos ensina que não devemos perder a paciência e ficar
desencorajados se não temos resultados à primeira vista. Deus pode estar nos
usando para preparar uma tremenda bênção que a geração seguinte irá desfrutar. E
mesmo que não vivamos o suficiente para ver essa bênção, nos alegraremos juntos
no grande dia da colheita, no último dia. O que importa é que o Senhor Jesus vai
receber a glória e será coroado com mil coroas naquele grande dia. O calendário de
Deus não funciona segundo os nossos desejos.
Durante muitos anos o Rei Carlos I governou de forma irregular, sem nenhuma
reunião do Parlamento. Subitamente, ele se viu diante da possibilidade de uma guerra
com a Escócia. Isso fez com que convocasse o Parlamento para conseguir os
recursos necessários para sair à guerra. Ele convocou o que se chamou de Breve
Parlamento. Com surpresa e horror constatou que aquele Parlamento, na grande
maioria, era composto de homens favoráveis aos Puritanos. Imediatamente dissolveu
o Parlamento, antes que tomassem qualquer decisão e começassem a reformar o
país. Mas o problema continuava: não havia dinheiro no tesouro real. Enquanto isso,
em Edimburgo, o Rei começara uma “guerra litúrgica” contra a Escócia, que já tinha
purificado o culto de todos os acréscimos humanos. Os escoceses estavam furiosos
com a possibilidade de que qualquer tipo de catolicismo fosse introduzido outra vez no
culto, pois a Igreja da Escócia era muito mais reformada do que a Igreja da Inglaterra.
Então, o Rei resolveu mandar as suas tropas e obrigar a Igreja da Escócia a seguir o
Livro Comum de Oração que era usado na Igreja da Inglaterra. Naquele tempo, o Rei
era monarca da Inglaterra e da Escócia. Os escoceses tinham chegado à conclusão
de que o livro de orações tinha muita coisa remanescente do catolicismo em termos
humanos, por isso o haviam abandonado. O Rei então enviou uma alta autoridade
eclesiástica para a Catedral principal da Escócia e durante o culto ele começou a ler o
livro de orações. Mas o povo da Escócia estava muito bem preparado para agir.
Naqueles dias não havia bancos confortáveis nas catedrais como temos hoje. Todos
traziam banquinhos que eram usados na ordenha das vacas. Uma fonte diz que, no
decorrer do culto, uma moça simplesmente pegou o banquinho de três pernas e o
jogou na cara do bispo. De repente a catedral se encheu de banquinhos de três
pernas voando de um lado para outro, e aqueles que eram da Igreja da Inglaterra
começaram a correr para salvar a pele.
20
encontro na Capela de Westminster). A Assembléia de Westminster foi uma grande
assembléia, composta de pastores e teólogos de todas as partes das Ilhas Britânicas,
e que escreveram nossos símbolos, debaixo da autoridade da Igreja, ou seja: a
Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Maior e o Breve Catecismo, além
de um livro de regulamento para o culto e uma edição de livros de salmos metrificados
para serem cantados no culto. A lei determinava que esta seria a Confissão de Fé em
toda a Inglaterra. Esta é a confissão de fé vigente nos dias de John Wesley, com
seus 39 artigos.
2. Características do Movimento
21
3 – Gênese do Arminianismo Wesleyano
A resposta de Susana a João Wesley foi: “Essa doutrina, como mantida pelos
calvinistas rígidos, é muito horripilante, e deve ser odiada, porque diretamente
acusa ao Deus altíssimo de ser o autor do pecado. Penso que você raciocina
bem contra ela, porque é inconsistente com a justiça e a bondade de Deus,
deixar alguém sob a necessidade física ou moral de cometer pecado e então
puní-la poe ele. Deus tem uma eleição, mas é baseada na sua presciência, e
de modo algum derroga (anula) a livre graça ,nem prejudica a liberdade do
homem.”
No entendimento de Susana, a presciência de Deus o habilita a prever o fim de tudo e
de todas as pessoas. Ele provê salvação de uns e condenação de outros, mas não é
ele a causa determinante de uma e de outra situação. Os eleitos são os que se voltam
para Deus e os condenados são todos os que o rejeitam.
22
O casal, Samuel e Susana, repudiavam a doutrina da eleição incondicional.
Acreditavam que Deus por sua presciência sabe de tudo que há de acontecer e
conhece os que aceitarão a Graça, mas de modo algum intervém na liberdade do
homem. Samuel, o pai de Wesley, escreve: “Deus fez o homem reto e agente livre. A
presciência de Deus dirige a livre agência do homem, mas não a anula, salvando-o
quando Ele queira ou não, ou condenando-o injustamente.” ( Oráculo Ateniense I, 58)
Nesse tempo, 1727, Wesley é ordenado diácono e auxilia o velho pai em sua
paróquia. É um tempo de busca por uma vida mais sanata. Lê obras, como: “A Vida de
Deus na Alma do Homem”, de Scougal, e obras de William Law: “A Perfeiçãp Cristã”, e
“Chamado Sério para uma Vida Devota e Santa”.
Em 1738, no dia 24 de Maio, na rua Aldersgate, algo importante ocorreu com Wesley.
Seu coração se aquece de forma inusitada; seu pensamento recebe novas luzes, sua
vida se inflama com o poder de Deus. Passou a ter paz e a sentir-se seguro quanto à
salvação. Sua teologia adquire um sabor que antes não possuia. Nesse tempo, John
Wesley, seu irmão Carlos e George Whitifield trabalham juntos.
4- Metodismo e Arminianismo
23
Foi o metodismo que propiciou a divulgação do arminianismo. Hoje, este “arminianis-
mo agressivo”, é sem dúvida nenhuma, o maior grupo de crentes no mundo.
4- Cada homem deve exercer sua livre vontade para aceitar a Cristo, ainda que
se creia que Deus é onipotente, insiste em que a vontade de Deus, em salvar a todos
os homens, pode ser frustrada, pois o homem pode determinar se quer ser salvo ou
não.
24
7 – A Inglaterra no Século XIX
A guerra civil americana deixou como herança uma terrível crise moral e
espiritual. Alguns pastores metodistas acreditaram que estas poderiam ser
confrontadas com o retorno à fé dos seus fundadores. Sob a liderança de John
C. Mcclintock celebraram o centenário da denominação cujo tema central foi: A
Perfeição Cristã – o tema central da Bíblia. Durante o ano do centenário as
reuniões de oração se multiplicaram e os Palmers continuaram a trabalhar.
Dirigiram muitos acampamentos em Nova Yorque, Michigan e Illinóis. Enquanto
isto o Presidente da União de Pastores Metodistas dirigia uma série de
discussões que deram origem ao Primeiro Acampamento Nacional para a
Promoção da Santidade. Desta reunião originou-se uma Associação.
A Associação Nacional de Encontros de Avivamento para a Promoção da
Santidade Cristã em Vineland, New Jersey. Esta associação reunia-se em
acampamentos a cada ano nos mais variados lugares e, era sempre um
pentecostes. Pouco a pouco a mensagem ia ganhando o coração dos
metodistas. Dois grandes nomes destes acampamentos foram John Inskip e o
25
Bispo Matheu Simpson. E em cada uma dessas reuniões o Espírito Santo
operava a vontade de Deus. Esta associação deu uma dinâmica nacional ao
movimento os que participavam do movimento:
• reuniam-se semanalmente nas Igrejas ou nas casas para buscar a Segunda
bênção,
• Contavam com o apoio de grandes líderes denominacionais existentes,
• Davam muito ênfase ao ministério dos leigos e mulheres
Fundaram associações com o propósito de – 1) espalhar a doutrina, 2)
ensinar a doutrina 3) ter comunhão.
4) O Exército da Salvação
26
Fundador – Foi William Booth um Metodista que depois de ser
santificado tornou-se um Evangelista de ruas e praças. Organizaram-se em
1878 em um sistema, como exercito, razão do nome. Booth foi o primeiro
General in chef , o líder do Movimento. Um outro nome influente deste grupo
foi Samuel Longan Brengle, autor de um excelente livro de Santidade
chamado: “ Para que todos Sejam santos”.
Definição geral e legal: "A Igreja Metodista adota os princípios de fé aceitos pelo
Metodismo Universal, os quais tem por fundamento as Sagradas Escrituras do Antigo
e do Novo Testamentos, testemunho escrito da revelação divina, dado por homens
movidos pelo Espírito Santo, as quais contém tudo quanto é necessário para a
salvação e são suficiente regra de fé e prática para os cristãos".
27
Episcopal. Definição particular e específica - "O metodismo tem suas doutrinas, mas
dá mais ênfase à vida moral e espiritual. O avivamento espiritual, promovido por João
Wesley e seus cooperadores, visava à santidade de vida, à harmonização da vontade
do homem com a vontade de Deus" (História do Metodismo de Paul E. Buyers, pg. 83,
Imprensa Metodista, 1945).
Sua declaração muito familiar, num resumo, declara: "As nossas doutrinas
principais, que encerram todas as demais, são o arrependimento, a fé e a
santificação. A primeira é o vestíbulo da religião; a segunda, a porta; a terceira, a
própria religião".
Conforme já foi dito, "o padrão de doutrinas metodistas consiste nos 25 Artigos de
Religião , nos 52 Sermões de Wesley e suas Notas sobre o Novo Testamento e o
Credo Apostólico. Os "Sermões" e as "Notas" são verdadeiros símbolos cristãos.
Neles estão contidos as verdades fundamentais da fé cristã. Em resumo, os
"Sermões" de Wesley apontam:
5 - A provisão feita para tal necessidade e impossibilidade, assim como para o perdão
dos pecados passados, feita na salvação oferecida por Cristo.
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- ALGUMAS DOUTRINAS MAIS ENFATIZADAS NO METODISMO
5 - A possibilidade de apostasia final - é possível para uma pessoa que tenha sido
genuinamente regenerada cair de novo em pecado e perder-se para sempre.
Confirmam esta doutrina as seguintes passagens das Escrituras: Ezequiel 33.12-20;
Hebreus 6.4-8; João 15.1-6; Romanos 11.20-22; Hebreus 3.12-14; 1 Timóteo 1.19-20;
2 Pedro 2.4; 20-22.
29
7 - As Escrituras Sagradas - A Bíblia é a fonte de toda a verdade evangélica e a
Igreja Metodista considera as Escrituras Sagradas como a única e suficiente regra de
nossa fé e prática.
VOCABULÁRIO
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J ) Os 16 “ARTIGOS DE FÉ” da Igreja do Nazareno e a declaração de fé
convencionada.
ARTIGOS DE FÉ
I. O Deus Trino
1. Cremos num só Deus infinito, eternamente existente, Soberano do universo; que
somente Ele é Deus, criador e administrador, santo na Sua natureza, atributos e
propósitos; que Ele, como Deus, é trino no Seu ser, revelado como Pai, Filho e
Espírito Santo.
(Gênesis 1; Levítico 19:2; Deuteronômio 6:4-5; Isaías 5:16; 6:1-7; 40:18-31; Mateus 3:16-17; 28:19-20; João 14:6-
27; I Coríntios 8:6; II Coríntios 13:14; Gálatas 4:4-6; Efésios 2:13-18)1
31
5.3. Cremos que o pecado atual ou pessoal constitui uma violação voluntária da vontade
conhecida de Deus, feita por uma pessoa moralmente responsável. Portanto, não deve ser
confundido com limitações involuntárias e inescapáveis, enfermidades, faltas, erros, falhas
ou outros desvios de um padrão de perfeita conduta, que são os efeitos residuais da
Queda do Homem. Contudo, tais efeitos inocentes não incluem atitudes ou respostas
contrárias ao espírito de Cristo que, propriamente, podem ser consideradas pecados do
espírito.
Cremos que o pecado pessoal é, primária e essencialmente, uma violação da lei do
amor; e, que em relação a Cristo, pecado pode ser definido como descrença.
(Pecado Original: Gênesis 3; 6:5; Jó 15:14; Salmo 51:5; Jeremias 17:9-10; Marcos 7:21-23; Romanos 1:18-25; 5:12-
14; 7:1—8:9; I Coríntios 3:1-4; Gálatas 5:16-25; I João 1:7-8 Pecado Pessoal: Mateus 22:36-40; (com I João 3:4);
João 8:34-36; 16:8-9; Romanos 3:23; 6:15-23; 8:18-24; 14:23; I João 1:9—2:4; 3:7-10)
VI. Expiação
6. Cremos que Jesus Cristo, pelos Seus sofrimentos, pelo derramamento do Seu próprio
sangue e pela Sua morte na Cruz, fez uma expiação completa para todo o pecado
humano; e que esta Expiação é a única base de salvação; e que é suficiente para cada
pessoa da raça de Adão. A Expiação é benignamente eficaz para a salvação dos
irresponsáveis e para as crianças na inocência, mas somente é eficaz para a salvação
daqueles que chegam à idade da responsabilidade, quando se arrependem e crêem.
(Isaías 53:5-6, 11; Marcos 10:45; Lucas 24:46-48; João 1:29; 3:14-17; Atos 4:10-12; Romanos 3:21-26; 4:17-25; 5:6-
21; I Coríntios 6:20; II Coríntios 5:14-21; Gálatas 1:3-4; 3:13-14; Colossenses 1:19-23; I Timóteo 2:3-6; Tito 2:11-
14; Hebreus 2:9; 9:11-14; 13:12; I Pedro 1:18-21; 2:19-25; I João 2:1-2)
VIII. Arrependimento
8. Cremos que o arrependimento, que é uma sincera e completa mudança do
pensamento no que diz respeito ao pecado, incluindo o sentimento de culpa pessoal e o
afastamento voluntário do pecado, é exigido de todos aqueles que, por ato ou propósito,
se fazem pecadores contra Deus. O Espírito de Deus dá a todos que quiserem arrepender-
se a ajuda benigna da penitência do coração e a esperança da misericórdia, a fim de que
possam crer para o perdão e a vida espiritual.
(II Crônicas 7:14; Salmos 32:5-6; 51:1-17; Isaías 55:6-7; Jeremias 3:12-14; Ezequiel 18:30-32; 33:14-16; Marcos
1:14-15; Lucas 3:1-14; 13:1-5; 18:9-14; Atos 2:38; 3:19; 5:31; 17:30-31; 26:16-18; Romanos 2:4; II Coríntios 7:8-11;
I Tessalonicenses 1:9; II Pedro 3:9)
32
9. Cremos que a justificação é aquele ato gracioso e judicial de Deus, pelo qual Ele
concede pleno perdão de toda a culpa, a remissão completa da pena pelos pecados
cometidos e a aceitação como justo a todos aqueles que crêem em Jesus Cristo e O
recebem como Senhor e Salvador.
10. Cremos que a regeneração, ou o novo nascimento, é aquela obra da graça de Deus
pela qual a natureza moral do arrependido que confia em Deus é vivificada
espiritualmente, recebendo uma vida distintamente espiritual, capaz de fé, amor e
obediência.
11. Cremos que a adoção é aquele ato gracioso de Deus pelo qual o crente justificado e
regenerado se constitui um filho de Deus.
12. Cremos que a justificação, a regeneração e a adoção são simultâneas na
experiência daqueles que buscam a Deus e são obtidas na condição de haver fé,
precedida pelo arrependimento; e que o Espírito Santo testifica desta obra e estado
de graça.
(Lucas 18:14; João 1:12-13; 3:3-8; 5:24; Atos 13:39; Romanos 1:17; 3:21-26, 28; 4:5-9, 17-25; 5:1, 16-19; 6:4; 7:6;
8:1, 15-17; I Coríntios 1:30; 6:11; II Coríntios 5:17-21; Gálatas 2:16-21; 3:1-14, 26; 4:4-7; Efésios 1:6-7; 2:1, 4-5;
Filipenses 3:3-9; Colossenses 2:13; Tito 3:4-7; I Pedro 1:23; I João 1:9; 3:1-2, 9; 4:7; 5:1, 9-13, 18)
X. Inteira Santificação
13. Cremos que a inteira santificação é aquele ato de Deus, subseqüente à regeneração,
pelo qual os crentes são libertados do pecado original, ou depravação, e levados a um
estado de inteira devoção a Deus e à santa obediência do amor tornado perfeito.
É operada pelo batismo com o Espírito Santo e compreende, numa só experiência, a
purificação do coração e a permanente presença íntima do Espírito Santo, dando ao crente
poder para uma vida santa e para serviço.
A inteira santificação é garantida pelo sangue de Jesus, realiza-se instantaneamente
pela fé, precedida pela inteira consagração; e desta obra e estado de graça o Espírito
Santo testifica.
Esta experiência é também conhecida por vários termos que representam diferentes
aspectos dela, tais como: “perfeição cristã”, “perfeito amor”, “pureza do coração”, “batismo
com o Espírito Santo”, “plenitude da bênção” e “santidade cristã”.
14. Cremos que há uma distinção bem definida entre um coração puro e um caráter
maduro. O primeiro é obtido instantaneamente, como resultado da inteira santificação; o
último resulta de crescimento na graça.
Cremos que a graça da inteira santificação inclui o impulso para crescer na graça.
Contudo, este impulso deve ser conscientemente alimentado; e deve ser dada cuidadosa
atenção aos requisitos e processos de desenvolvimento espiritual e avanço no caráter e
personalidade semelhantes a Cristo. Sem tal esforço intencional, o testemunho do crente
pode ser enfraquecido e a própria graça comprometida e mesmo perdida.
(Jeremias 31:31-34; Ezequiel 36:25-27; Malaquias 3:2-3; Mateus 3:11-12; Lucas 3:16-17; João 7:37-39; 14:15-23;
17:6-20; Atos 1:5; 2:1-4; 15:8-9; Romanos 6:11-13, 19; 8:1-4; 8-14; 12:1-2; II Coríntios 6:14—7:1; Gálatas 2:20;
5:16-25; Efésios 3:14-21; 5:17-18, 25-27; Filipenses 3:10-15; Colossenses 3:1-17; I Tessalonicenses 5:23-24;
Hebreus 4:9-11; 10:10-17; 12:1-2; 13:12; I João 1:7, 9) (“Perfeição cristã”, “perfeito amor”: Deuteronômio 30:6;
Mateus 5:43-48; 22:37-40; Romanos 12:9-21; 13:8-10; I Coríntios 13; Filipenses 3:10-15; Hebreus 6:1; I João 4:17-
18. “Pureza do coração”: Mateus 5:8; Atos 15:8-9; I Pedro 1:22; I João 3:3; “Batismo com o Espírito Santo”:
Jeremias 31:31-34; Ezequiel 36:25-27; Malaquias 3:2-3; Mateus 3:11-12; Lucas 3:16-17; Atos 1:5; 2:1-4; 15:8-9
“Plenitude da bênção”: Romanos 15:29 “Santidade cristã”: Mateus 5:1—7:29; João 15:1-11; Romanos 12:1—15:3; II
Coríntios 7:1; Efésios 4:17—5:20; Filipenses 1:9-11; 3:12-15; Colossenses 2:20—3:17; I Tessalonicenses 3:13; 4:7-8;
5:23; II Timóteo 2:19-22; Hebreus 10:19-25; 12:14; 13:20-21; I Pedro 1:15-16; II Pedro 1:1-11; 3:18; Judas 20-21)
XI. A Igreja
15. Cremos na Igreja, a comunidade que confessa a Jesus Cristo como Senhor, o povo
da aliança de Deus feito novo em Cristo, o Corpo de Cristo chamado e congregado pelo
Espírito Santo através da Palavra.
Deus chama a Igreja a exprimir a sua vida na unidade e comunhão do Espírito; na
adoração através da pregação da Palavra, na observação dos sacramentos e no ministério
em Seu nome; pela obediência a Cristo e responsabilidade mútua.
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A missão da Igreja no mundo é a de continuar a obra redentora de Cristo no poder do
Espírito, através de viver santo, evangelismo serviço.
A Igreja é uma realidade histórica que se organiza em moldes culturalmente
condicionados; existe tanto como um corpo universal quanto congregação local; separa
pessoas chamadas por Deus para ministérios específicos. Deus chama a Igreja para viver
sob a Sua orientação, enquanto ela anticipa a consumação na vinda do nosso Senhor
Jesus Cristo.
(Êxodo 19:3; Jeremias 31:33; Mateus 8:11; 10:7; 16:13-19, 24;18:15-20; 28:19-20; João 17:14-26; 20:21-23; Atos
1:7-8; 2:32-47; 6:1-2;13:1; 14:23; Romanos 2:28-29; 4:16; 10:9-15; 11:13-32; 12:1-8; 15:1-3;I Coríntios 3:5-9; 7:17;
11:1,17-33; 12:3,12-31; 14:26-40; II Coríntios 5:11-6:1, Gálatas 5:6, 13-14; 6:1-5,15; Efésios 4:1-17; 5:25-27;
Filipenses 2:1-16; I Tessalonicenses 4:1-12; I Timóteo 4:13; Hebreus 10:19-25; I Pedro 1:1-2, 13; 2:4-12, 21; 4:1-2;
10-11; I João 4:17; Judas 1:24; Apocalipse 5:9-10)
XII. Batismo
16. Cremos que o batismo cristão, ordenado pelo nosso Senhor, é um sacramento que
significa a aceitação dos benefícios da expiação de Jesus Cristo, para ser administrado
aos crentes e é declarativo da sua fé em Jesus Cristo como seu Salvador e do seu pleno
propósito de andar obedientemente em santidade e justiça.
Sendo o batismo símbolo da nova aliança, as crianças poderão ser batizadas quando os
pais ou tutores o pedirem, os quais ficarão na obrigação de lhes assegurar o necessário
ensino cristão.
O batismo pode ser administrado por aspersão, afusão ou imersão, segundo o desejo do
candidato.
(Mateus 3:1-7; 28:16-20; Atos 2:37-41; 8:35-39; 10: 44-48; 16:29-34; 19:1-6; Romanos 6:3-4; Gálatas 3:26-28;
Colossenses 2:12; I Pedro 3:18-22)
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21. Cremos no juízo vindouro, no qual cada pessoa terá de comparecer diante de Deus,
para ser julgada segundo os seus feitos nesta vida.
22. Cremos que uma vida gloriosa e eterna é assegurada a todos aqueles que crêem em
Jesus Cristo, nosso Senhor, para salvação, e O seguem obedientemente; e que os que
são impenitentes até o fim sofrerão eternamente no inferno.
(Gênesis 18:25; I Samuel 2:10; Salmo 50:6; Isaías 26:19; Daniel 12:2-3; Mateus 25:31-46; Marcos 9:43-48; Lucas
16:19-31; 20:27-38; João 3:16-18; 5:25-29; 11:21-27; Atos 17:30-31; Romanos 2:1-16; 14:7-12; I Coríntios 15:12-58;
II Coríntios 5:10; II Tessalonicenses 1:5-10; Apocalipse 20:11-15; 22:1-15)
Declaração de Fé Convencionada
26. Reconhecendo que o direito e privilégio de alguém ser membro de uma
igreja se baseia no facto da sua regeneração, devemos requerer somente uma
declaração de fé essencial à experiência cristã. Julgamos, portanto, que será
suficiente crer nas seguintes breves declarações.
Cremos:
26.1. Que há um só Deus—o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
26.2. Que as Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos, dadas por
inspiração plena, incluem toda a verdade necessária à fé e à vida cristã.
26.3. Que todo o ser humano nasce com uma natureza corrompida e é,
portanto, inclinado ao mal, e isto continuamente.
26.4. Que aquele que continua impenitente até o fim fica perdido eternamente
e sem esperança.
26.5. Que a expiação mediante Jesus Cristo é para toda a raça humana; e
que aquele que se arrepende e crê no Senhor Jesus Cristo é justificado,
regenerado e salvo do domínio do pecado.
26.6. Que os crentes, depois da regeneração, deverão ser inteiramente
santificados pela fé no Senhor Jesus Cristo.
26.7. Que o Espírito Santo testifica do novo nascimento e também da inteira
santificação dos crentes.
26.8. Que o nosso Senhor voltará, os mortos serão ressuscitados e se
realizará o juízo final.
35
IDENTIDADE NAZARENA
UNIDADE II – Panorana Teológico Global
e- Igrejas Pentecostais
f- Igrejas Neo-Pentecostais
IDENTIDADE NAZARENA
UNIDADE II – PANORAMA TEOLÓGICO GLOBAL – HISTÓRIA E
DOUTRINAS FUNDAMENTAIS
A) IGREJAS METODISTAS
1) Igreja Metodista
João Wesley, Carlos Wesley e o amigo George Whitefield, foram os
responsáveis pelo Avivamento de Santidade que sacudiu a Inglaterra
e mais tarde os Estados Unidos da América. A Igreja Anglicana se
preocupava muito com a aristocracia e a pregação aos pobres era
negligenciada. Estes três amigos, em especial. João Wesley falavam
nas praças públicas, nas portas das fabricas e nas casas. Onde quer
que João Wesley pregava, as pessoas se convertiam. Os crentes que
se convertiam ele os agrupava em sociedades e conforme cresciam
ele mesmo designava pregadores e líderes. Essas sociedades eram
divididas em Irmandades e Grupos de oração. Desde a época em
que estudava em Oxford já fazia reuniões regulares de oração com
os seus colegas. Devido a postura deles, quanto à busca de Deus na
vida, os colegas debochavam deles chamando-os de metodistas. Os
irmãos Wesley não tinham a intenção de romper com a Igreja
Anglicana, ao contrário, queriam reformar a igreja, queriam incentivá-
los a pregar a mensagem da Santidade. A ruptura aconteceu de
forma lenta, mas aconteceu.
1) Carlos Wesley, foi muito importante para o desenvolvimento da
doutrina Metodista. Isto porque ele conseguia expressar a
doutrina da santdade através da música.
2) A. Kenneth Curtis enfatiza: “ O Metodismo de forma suave e
amável, mudou a sociedade britanica. Mesmo quando alcançou
posições políticas, encorajou um espírito de liberalidade que
levou à melhoria das condições na Inglaterra.” Muitos atribuem
a João Wesley o fato de não haver uma revolução como a que
os franceses tiveram que enfrentar no século XVIII.
3) Doutrinas Principais
a) O Legado Metodista - Eles passaram para as próximas
gerações que cristianismo não é o mero assentimento nominal à
exatidão doutrinária. Mas sim, a experiência, aquele toque de
Deus no coração que leva a pessoa a um novo nascimento. Isto
sim é que faz a pessoa ser genuinamente cristão. A valorização
da experiência pessoal ocorreu paralelamente à valorização das
doutrinas essenciais da fé cristã.
b) Doutrina:
• Arminianos –criam na justificação pela fé que se processava
na hora do novo nascimento. Wesley foi o responsável pela
grande divulgação do arminianismo.
• Acreditavam na perfeição cristã ou perfeito amor. A ênfase
era no fato de que quando Deus derrama o seu amor no
coração regenerado, ele expulsa o pecado e a pessoa tem a
possibilidade de não pecar. E para se obter esta experiência é
necessário se ter fé.
• Etica Cristã – A Igreja deve influenciar a Sociedade. Se
opuseram ao álcool, guerra e escravidão.
Exército de Salvação
Metodista Livre
Metodista Wesleyana
Igreja do Nazareno
Igreja Evangelica Holinnes no Brasil
Igreja Missionária Unida
Igreja de Deus – ( sede em Cleveland, Tennessee.Começou em 1886
num avivamento dirigido no sudeste do Estado por Richard
G.Spurling.)
Igreja de Cristo
Igreja de Deus Pentecostal – ( Oral Roberts pertenceu a esta igreja.)
Igreja de Deus em Cristo ( É a segunda igreja protestante em
importância nos Estados Unidos.É uma igreja de negros fundada por
C.H.Mason e C.P.Jones.
Menonitas
B) IGREJAS LITURGICAS
1) Católica Romana
Desde o Concílio de Trento, realizado entre 1545 e 1563, a igreja
cristã subordinada à autoridade papal passou a denominar-se
Católica Apostólica Romana, em oposição às igrejas protestantes
constituídas a partir da Reforma. Define-se como una, santa, católica
e apostólica e considera seu chefe como legítimo herdeiro da cátedra
do apóstolo Pedro, sagrado papa, segundo o Evangelho, pelo próprio
Cristo.
O termo catolicismo foi usado por alguns autores (Aristóteles, Zenão,
Políbio), antes da era cristã, com o sentido de universalidade.
Aplicado à igreja, aparece pela primeira vez por volta do ano 105 da
era cristã na carta de Inácio, bispo de Antioquia. Nos textos mais
antigos, aplica-se à igreja geral considerada em relação às igrejas
locais. Nos autores do século II da era cristã (Justino, Ireneu,
Tertuliano, Cipriano), o termo assume duplo significado: o de
universalidade geográfica, pois na opinião desses autores a igreja já
havia atingido os confins do mundo; e o de igreja verdadeira,
ortodoxa, autêntica, em contraposição às seitas que começavam a
surgir.
a) Luterana
Embora apresentem ligeiras diferenças entre si, as igrejas luteranas
mantêm-se na essência fiéis às diretrizes fixadas pelo agostiniano
Martinho Lutero.
As igrejas luteranas provêm do movimento de que resultou a igreja
reformada pela atividade e doutrina de Lutero. Embora este
pretendesse denominá-la Igreja Evangélica, ela foi logo chamada
luterana, por analogia a outras confissões oriundas da Reforma e
igualmente evangélicas - calvinismo, anabatismo, anglicanismo.
Apesar disso, e da tendência contemporânea à unificação, não existe
uma instituição eclesiástica luterana universalmente reconhecida.
Por isso se fala mais apropriadamente em igrejas luteranas.
Princípios fundamentais. A doutrina de Lutero articulou-se em torno
de dois elementos fundamentais: a "justificação pela fé" e a
autoridade única das Escrituras. A primeira foi produto da intuição
teológico-religiosa que veio ao encontro das angústias de Lutero
sobre sua salvação, ao refletir sobre uma passagem da epístola de
São Paulo aos romanos: "O justo viverá da fé" (Rm 1:17).
b) Calvinistas ou reformadas
b) Presbiteriana
O CONGREGACIONALISMO NO BRASIL
Site: www.uiecb.com.br
D .Igrejas Pacifistas
1) Anabatista
2) Igreja Batista
E) Igrejas Pentecostais
Com cultos muito concorridos e entusiásticos, em que a par da leitura
de textos bíblicos usam-se linguagem e música populares, o
pentecostalismo tornou-se na segunda metade do século XX o
movimento religioso de maior expansão no mundo ocidental.
Pentecostalismo é o movimento de renovação carismática evangélica
baseado na crença de que a experiência do batismo no Espírito
Santo deve ser normativa para todos os cristãos. São muitas as
denominações pentecostais, mas todas têm em comum o batismo no
Espírito Santo, a crença nos dons e a oração não-convencional. O
nome pentecostalismo provém da festa judaica de Pentecostes, pois
foi por ocasião dessa festa, após a morte de Jesus, que o Espírito
Santo desceu sobre os discípulos reunidos em assembléia, conforme
está descrito nos Atos dos Apóstolos (At 2:1-4).
Os pentecostais acreditam que as pessoas batizadas pelo
Espírito Santo poderão ser agraciadas não só com o carisma de falar
outras línguas ("glossolalia"), mas também com pelo menos um dos
demais dons sobrenaturais: a profecia, a cura, a interpretação de
línguas, as visões etc. Ao contrário da profecia, a glossolalia não tem
por fim edificar nem instruir, mas apenas confirmar a presença do
Espírito divino.
Histórico. O movimento de reforma carismática que fundou o
pentecostalismo originou-se em Topeka, Kansas, nos Estados
Unidos, em 1901, quando vários fiéis, sob a liderança do pastor
Charles Fox Parham, passaram a falar em outras línguas. Já no
século XIX haviam ocorrido fenômenos semelhantes nos Estados
Unidos e na Inglaterra, mas os pentecostais foram os primeiros a dar
primazia à doutrina prática. O avivamento da rua Azuza em 1906
também foi fator de expansão pentecostal, nascendo ali igrejas, como
a Assembléia de Deus.
O pentecostalismo cresceu principalmente dentro do
movimento mundial de santidade (Holiness), que se desenvolveu a
partir do metodismo americano do século XIX. Dos Estados Unidos e
Inglaterra, o movimento espalhou-se pelo mundo, levado por
missionários metodistas e pregadores itinerantes. Sua pregação
enfatizou a experiência consciente do batismo no Espírito Santo e a
esperança de uma restauração da igreja no Novo Testamento. Do
pentecostalismo dito clássico, originado do movimento americano,
surgiu nas últimas décadas do século XX o chamado pentecostalismo
autônomo, dissidente do primeiro, formado em torno de novas
lideranças e baseado na tríade cura, exorcismo e prosperidade.
Os principais pioneiros do pentecostalismo foram o pastor
metodista norueguês Thomas Ball Barratt, que fundou movimentos na
Noruega, Suécia e Inglaterra; o líder do movimento da Santidade,
Jonathan Paul, na Alemanha; Lewi Pethrus, na Suécia; e Ivan
Voronaev, na Rússia, que em 1920 começou um ministério em
Odessa que se espalhou pelas nações eslavas e fundou mais de 350
congregações na Rússia.
F) Igrejas Neo-Pentecostais
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Neopentecostalismo"
2) A Trindade
4) Quanto à Salvação
2- Fundamentalismo
3 – Secularismo
2 - Fundamentalismo
Fundamentalismo foi o movimento que nasceu no princípio do século XX para marcar de vez a sua
oposição ao liberalismo, significando, à partida, uma clara e indefectível adesão aos grandes
fundamentos do cristianismo histórico, nomeadamente: (1) a inerrância bíblica; (2) a divindade de Jesus
Cristo; (3) o nascimento virginal de Cristo; (4) a morte vicária de Cristo, que ele morreu para redimir a
humanidade; (5) a ressurreição física de Cristo e a esperança da segunda vinda. Não se trata de um termo
de reação meramente atribuído à linha dura dos conservadores que se recusavam a cooperar com os
liberais. Encarna, sim, um conceito mais profundo com implicações de caráter histórico, doutrinário e
ético.
O movimento fundamentalista nasceu, de fato, nos dias em que o liberalismo ousou começar a instalar-se
no seio das comunidades cristãs e a tomar de assalto igrejas e escolas confessionais de teologia, pondo
sobretudo em causa a autoridade das Escrituras. No princípio, repito, fundamentalista era identificação
clara com os fundamentos da fé bíblica e oposição firme ao modernismo racionalista. Por outras palavras,
era o mesmo que ser chamado cristão no sentido mais puramente bíblico da igreja primitiva. Mas o termo
fundamentalismo foi assumindo outros contornos semânticos e acumulando significados mais radicais à
medida que se ia usando para representar condutas extremas de intolerância e violência mais fora do que
dentro do próprio cristianismo.
A teologia liberal, por outro lado, tem as suas raízes no iluminismo; movimento filosófico que desde o
século XVII vinha enfatizando a supremacia do livre pensamento, da razão pura e da capacidade de todo
o ser humano para progredir e se aperfeiçoar por si mesmo. No largo espectro de idéias que a teologia
liberal representa, são de salientar as seguintes. (1) A Bíblia dá testemunho de Deus, mas não é revelação
direta de Deus nem é, no sentido rigoroso do termo, a Palavra de Deus; e, como tal, ela deve interpretar-se
como obra literária em seu contexto histórico, com base numa análise crítica fundada nos pressupostos
filosóficos da nossa cultura, e especialmente direcionada para as afirmações de Jesus sobre paz, justiça,
compaixão e amor. (2) Os relatos bíblicos são primariamente simbólicos, não sendo necessariamente
credíveis do ponto de vista científico e histórico. (3) A ciência moderna é, também ela, fonte de revelação
no que respeita às leis que governam o universo e a vida. (4) A humanidade não herdou fisicamente o
pecado original, e Satanás não existe. (5) O homem é obra de um Deus bom e permanece inerentemente
bom em progresso constante até à perfeição.
Ora com o evoluir do Iluminismo, foi-se instalando a dúvida em torno dos principais temas da fé cristã.
A credibilidade dos Evangelhos foi posta em causa. Insinuou-se que estes não eram a história verdadeira
de Jesus, mas apenas histórias acerca de Jesus; histórias escritas mais tarde do que realmente foram, e
entretanto impregnadas de mitos, lendas e tradições várias. Insinuavam os mentores desta nova idéia que
o verdadeiro Jesus de Nazaré se oculta por detrás de uma enorme massa de informação duvidosa, que Ele
não foi mais do que uma importante figura religiosa do seu tempo e que a real imagem dessa figura
precisa de ser redescoberta.
Uma das expressões mais radicais da teologia liberal surgiu recentemente encarnada no movimento
revisionista do chamado Jesus Seminar, o qual questiona a autenticidade dos Evangelhos e rejeita quase
tudo o que os evangelhos afirmam que Jesus disse ou fez. Trata-se de uma nova ideologia pagã onde não
há mais lugar para Cristo, nem para o evangelho de Cristo, nem sequer para a tradição cristã. As
conclusões deste grupo de críticos foram posteriormente divulgadas em vinte e uma teses, das quais aqui
destaco apenas doze: (1) Não existe um deus exterior ao mundo material; (2) O darwnismo matou de vez
a doutrina de uma criação especial conforme a narrativa bíblica; (3) A desliteralização da narrativa bíblica
das origens acabou de vez com o dogma do pecado original; (4) Os milagres de Jesus são uma afronta à
justiça e integridade de Deus; (5) Jesus não é divino; (6) A idéia de Jesus como redentor é fantasiosa e
arcaica; (7) Jesus não ressuscitou dos mortos; (8) O nascimento virginal de Jesus é um insulto à
inteligência moderna; (9) Não existem mediadores entre Deus e o homem; (10) O reino de Deus é uma
viagem sem fim e uma perpétua odisséia; (11) A Bíblia não contém modelos objetivos de conduta; (12)
As reconstruções da pessoa e obra de Jesus podem ser sempre modificadas.
Liberalismo e fundamentalismo eram basicamente as únicas posições sustentadas pela maioria dos
protestantes e evangélicos do século XX até ao surgimento da neo-ortodoxia.
Mas esse não foi desde então o caso. As variantes e sensibilidades cristãs das últimas décadas dentro de
cada um destes sistemas são cada vez mais acentuadas. A unidade deixou de existir quer no liberalismo
quer no conservadorismo. Há um mundo de diferença entre os que se afirmaram fundamentalistas em
1909 e em sete anos produziram uma série de manifestos sobre os princípios fundamentais de fé cristã, e
alguns ditos fundamentalistas de hoje. Muitos, porém, dos que assim são chamados permanecem lúcida e
equilibradamente fiéis aos mesmos princípios, valores e ideais por que se bateram os fundadores deste
movimento cristão, cujo único anseio foi mesmo o regresso às origens.
Até finais do século XIX, os ataques desferidos contra o Cristianismo eram ataques vindos de fora:
ataques de inspiração filosófica e científica: Ataques filosóficos de caráter racionalista como os de
Descartes, Espinosa e Leibniz, que elevaram a razão e afrontaram a crença na revelação objetiva da
Bíblia; Ataques filosóficos de caráter naturalista e materialista como os de Dewey e Hobbes, que puseram
em causa o sobrenatural e passaram a justificar e explicar tudo com base em causas naturais; E ataques de
fundamento e inspiração científica como os de Copérnico e Darwin, que reduziram o homem ao plano do
puramente animal e esvaziaram o mundo de um Deus criador que cuida da sua criação. Em vez de
olharem para o homem como um ser caído, depravado e pecador, esses mentores do liberalismo
imaginaram-no a progredir até à perfeição sem qualquer necessidade de um ser sobrenatural.
Hoje, como no passado, há um mundo de diferença entre cristianismo e cristandade.Duas visões distintas
de Deus e da sua Palavra, duas visões distintas de Cristo e da sua cruz, duas visões distintas da igreja e do
reino de Deus, duas visões distintas da fé e do discipulado cristão.
Vivemos num tempo em que velhos paradigmas se esboroam e outros novos gradualmente se instalam.
As igrejas de Cristo já passaram várias vezes por situações semelhantes às que agora enfrentam. Nada há
novo debaixo do sol e todas essas crises nada mais são do que crises recicladas.
Como acabamos de recordar, o cristianismo esteve dividido por mais de um século entre liberais e
fundamentalistas ou conservadores; os primeiros, cultivando uma espécie de fé secularizada e desviante
da essência do cristianismo nascente; os segundos, batendo- se pela sã doutrina, cumprindo uma missão
excelente na proclamação e defesa da verdade, mas nem sempre harmonizando ortodoxia com ortopraxia
e tantas vezes se rendendo à cultura do presente século38. Esse é o desafio que cada um de nós continua a
receber. O evangelho de Cristo não se materializa num cristianismo de mera cristandade. Na pureza
cristalina das suas origens, ele se proclama e expande como poder transformador da própria cultura que é
boa nova para os pobres, dá liberdade aos cativos e anuncia o ano aceitável do Senhor. O liberalismo
acomodou-se à cultura materialista e secular, deixou-se servilmente acorrentar por uma forma de neo-
paganismo que não só vira as costas ao sobrenatural e se limita a construir um mundo sem Deus, mas
também declara o homem como medida de todas as coisas, e ao mesmo tempo o afirma refém de si
mesmo, perdido nos meandros de uma vida sem sentido e pronto a abalar as estruturas mais sagradas da
sua própria existência.
Num tempo de tão claras mudanças como é o nosso; num tempo em que novas revoluções
vertiginosamente se fazem sentir em todas as áreas da vida – na ciência, na filosofia e nas comunicações;
num tempo em que o maravilhoso pagão parece querer afirmar-se como alternativa à fé cristã, é
necessário retomar em pleno o paradigma universal que Cristo inspirou e os apóstolos encarnaram, para
de novo fazer germinar em nossa cultura os princípios e valores do Evangelho. Nós não fomos chamados
a reinventar a fé cristã, mas sim a ser fiéis às suas origens. Se o nome em que nos revemos ou com que
nos alcunham é o de conservador ou fundamentalista, que importa? A nossa missão é servir Cristo e
defender a todo o custo os princípios e valores sagrados do evangelho; esse evangelho que é Boa Nova e
poder de Deus para a salvação de todo aquele que Crê; esse mesmo evangelho que simultaneamente é
doutrina e vida, fé e ação, testemunhado pela palavra e pelo exemplo, em constante fidelidade e
obediência a Jesus Cristo nosso único Salvador, Mediador e Senhor.
3 - SECULARISMO
Dimensões do Secularismo
No centro dessa filosofia secular está o Humanismo, onde a vida se
torna centrada no homem e não centrada em Deus. Em vez de todas as coisas
serem criadas Por e para Deus, os secularistas acreditam que a razão humana
é quem dá a última palavra e que o mais importante na vida é o direito de viver,
ser feliz e buscar a felicidade.
A maioria de nós, percebendo ou não, é bombardeado diariamente pelo
ponto de vista pragmático da realidade, onde significado é encontrado somente
dentro do próprio universo.
( Uma Igreja de Alto Impacto. Linus Morris. Ed. Mundo Cristão. SP. 2003. p. 31 )
“ O mundo secular em volta de nós cristãos, está dizendo em alta voz: “ Nós podemos
cuidar de nos mesmos. Não precisamos de Deus, da igreja ou de um sacerdote. Nós
estamos no controle. E se não estamos devemos trabalhar ainda mais para o retomar.
O problema não é falta de fé, mas falta de competência. Se você está doente,
precisa de um médico competente; se você é pobre, precisa de políticos competentes;
se há problemas técnicos, você precisa de engenheiros competentes; se há guerras,
você precisa de negociadores competentes. Deus, a igreja, e os ministros têm sido
usados por séculos para preencher as brechas da incompetência, mas hoje as
brechas estão preenchidas de outras maneiras e nós já não precisamos de respostas
espirituais para questões práticas. ( Henri J.M.Nouwen. O Perfil do Líder Cristão no Século XXI.
Worship Prod.Americana.SP.1993 p.22)
4 - Características do Cristianismo Atual – ( F.Ferreira)
∆ Ressurgimento de uma cultura pagã que afeta o culto. Esse paganismo é revelado
em aspectos tais como: A reverência cede lugar à descontração ; o bem-estar do fiel é
mais importante que sua contrição ; Deus é transformado numa espécie de força,
sempre à disposição do usuário, mas que não lhe incomoda nem exige mudança
comportamental.
∆ Ameaça de ser seduzido pela cultura circundante. ( A cultura está sob julgamento da
Palavra de Deus e não a Palavra sob julgamento da cultura.)
O Ministério da mulher
Desde o inicio do Movimento de Santidade do Século XIX a mulher tem tido um
papel muito importante, elas cuidavam das necessidades da Igreja e Os pobres
da comunidade eram levados a Cristo,. Muitas trabalhavam sozinhas
desenvolvendo um ministério evangelístico/social. Outras faziam o mesmo ao
lado de seus maridos. Elas pregavam e davam sua opinião em todos Os
assuntos da igreja.
O Ministério da Mulher na Igreja do Nazareno – Desde Os primeiros dias a
Igreja do Nazareno reconheceu oficialmente o Ministério da Mulher. Dr. Bresee
disse: “ Alguns de nossos melhores homens são mulheres” – Tres dos nossos
grupos originais já ordenavam mulheres.
Na formação da Igreja a mais efetiva agencia de promoção das missões
estrangeiras foi a Sociedade de Missões Estrangeiras de Mulheres. Os
esforços da Mulher na Igreja tem sido notável na construção do Reino de Deus.
Elas tem preenchido uma posição da qual a igreja não deve prescindir.
Como tudo começou? – O trabalho das mulheres começou em 1895 com a
formação da Associação das Igrejas Pentecostais da América . Em 1907
quando da oficialização da Igreja a recomendação da Assembléia foi a
seguinte:
“ Que a Sociedade Auxiliar de Mulheres para Missões Estrangeiras continue,
dentro do possível, a fazer missões da forma tão nobre e efetiva que vem
fazendo deste 1895. E que em cada Igreja local haja uma Sociedade
Missionária de Mulheres.”
O trabalho delas, no entanto, não cresceu muito até que em 1915 O Comitê de
Missões Estrangeiras, formado por 14 mulheres reviram Os conceitos e
paradigmas ao ponto de conseguirem que a Assembléia Geral Oficializasse A
Sociedade Missionária de Mulher. O Propósito dela era: Alistar mulheres jovens
e crianças da Igreja do Nazareno em um serviço ativo de missões, unindo-os
em oração, levando-os a interessar-se pelas necessidades do mundo e a
levantar fundos para a Evangelização.
O compromisso social
No princípio o Programa extensivo missionário da igreja focou sua atenção na
pregação da salvação em seu aspecto espiritual. E não desenvolveu muito a
área social, por ocasião da formação da Igreja havia somente alguns orfanatos.
Em 1908 a Assembléia Geral nomeou um Comitê do Bem Estar Social e em
1919 formou a Junta Geral do Bem Estar, na ocasião já havia muitos orfanatos
e progamas de assistência mas realmente, nunca chegou a ser um trabalho de
nível geral. Devido às dificuldades de desenvolver projetos nível geral em 1923
a referida junta foi desfeita, isto não significa que a Igreja não se preocupa com
o Bem Estar Social, mas esta responsabilidade passou para a Sociedade
Missionária com o Ministério de Compaixão.
Piedade Vital
A nossa herança é preciosa. Desde Os primeiros anos a Igreja tem enfatizado
que há um padrão, o padrão dos santos, começa em pureza sexual, fidelidade
matrimonial, honestidade quanto aos negócios, boa reputação quanto ao uso
do dinheiro e abstinência de álcool, cigarros ou qualquer outro tipo de droga e
esta continua sendo a nossa posição até hoje, como se vê no Manual.
Há a necessidade de se Ter critérios determinantes quanto à entretenimento,
esporte e vestimenta e etc.
Vida de santidade
Para Os Wesleyanos e Nazarenos “ santidade de vida” implica em perfeição,
uma perfeição cristã. A mesma não é adâmica, nem divina.
Para entender esta verdade temos que ter bem clara em nossa mente a
distinção da definição Wesleyana de pecado.
Vale ressaltar também que, perfeição cristã é uma vida inteiramente
dependente de Deus.
Educação
A Igreja do Nazareno entende a educação como um veículo de transformação.
A Igreja dá suporte a 11 Universidades nos Estados Unidos,
Canadá, na África (Kenia – 700 alunos)e na Coréia, ( dois
seminários de nível superior e mais de quarenta colégios bíblicos
que dão treinamento teológico. 2 escolas de enfermagem de nível
técnico e mais de 430 escolas de ensino secundário.
1) Soberania de Deus
2) Criação do ser humano
3) Natureza humana
4) Pecado original
5) Definição de pecado
6) Conseqüências da queda
7) Transmissão do pecado- Traducianismo
8) Expiação
9) Eleição
10) Segurança da Salvação
11) Graça e livre arbítrio
12) Santidade
6 ) VISÃO MINISTERIAL DA IGREJA DO NAZARENO: ATUALIZAÇÃO E
PROJEÇÕES
• Comunhão – Koinonia
• Proclamação – Kerigma
• Ensino - Didake
• Serviço – Diakonia
1) Desafios organizacionais
Uma igreja para o povo
Desde o início a Igreja do Nazareno existe por causa de pessoas de diversos
níveis social, educacional, político e de todos Os backgrounds. Denominações
foram cativas pela visão de fé cristã que transcende suas diferenças. O povo
que se tornou nazareno deu provas de suas convicções em um evangelho que
salva e dá poder a todo que o recebe.
Diferenças são secundárias
As diferenças em coisas secundárias não eram o bastante para dividir, pois
havia e continua havendo um interesse em estar unidos naquilo que é
fundamental. O que nos interessa guardar é a fé que um dia foi entregue aos
santos. (Judas 3)
Nossa Herança
O testemunho daqueles que sacrificaram suas vidas para trazer à existência a
Igreja do Nazareno não deixam dúvida quanto à sua razão de ser. Não há
justificativas para deixar nossas convicções no esquecimento. As convicções
garantem a vida da Igreja.
2) Desafios teológicos
3) Desafios Educativos
4) Desafios Missiológicos
Século
I - 01-100
I I - 101-
101-200
Os pais da igreja
igreja tornam-
tornam-se importantes na defesa da fé/ Credo Apostólico.
130-
130-160 - Montano-
Montano- Frígia. Montanismo
156-
156- Surge o termo "Igreja Católica"
III - 201-
201-300
Sabélio perturba a igreja com a sua doutrina "Modalista" que negava a Trindade e ensinava
várias manifestações de Deus.
Pais da igreja: Tertulian, Minucius Felix, Commodian, Orígenes, Hippolytus, Caius, Novatian,
Dinoysius o grande, Gregory Thaumaturgus, Julius Africanus, Anatolius.
IV - 301-
301-400
360-
360-422 - Pelágio - Pelagianismo / João Cassiano: Monge Francês de Marselha
Marselha e o
semipelagianismo.
V - 401-
401-500
354-
354-430 - Agostinho
400
400 - Maria passa a ser considerada "Mãe de Deus" e os cristãos começam a interceder pelos
mortos.
451 - Concílio
Concílio de Calcedônia , onde se tratou especificamente das duas naturezas de Jesus
Cristo. / Surge a doutrina da Virgindade perpétua de Maria.
######################
VI - 501-
501-600
VII - 601-
601-700
VIII - 701-
701-800
IX - 801 -900
X - 901-
901-1000
XI - 1001-
1001-1100
XII - 1101-
1101- 1200
XIII - 1201-
1201-1300
XIV - 1301-
1301-1400
1328-
1328-1384-
1384- John Wycliff - Precursor da Reforma.No ano de 1380, em Oxford, Inglaterra,
defendeu o direito que o povo tinha de ler a Bíblia, traduzindo-
traduzindo-a para o Inglês.
XV - 1401-
1401-1500
1373-
1373-1415 - John Huss - Precursor da Reforma - Reitor da Universidade de Praga, Boêmia,
exalta
exalta as Escrituras acima dos "Dogmas". Foi queimado vivo.
1422-
1422-1498 - Jerônimo Savonarola - Outro Precursor da Reforma.
######################
XVI - 1501-
1501-1600
1525-
1525-1530 – William Tyndale ( 1494-
1494-1536) Traduz o N.T. para o Inglês e produz 15 mil cópias
1573 - A igreja de Roma altera a composição dos livros da Bíblia, ratificados em 367, e inclui 7
livros, dando-
dando-lhes canonicidade.
XVII - 1601-
1601-1700
1600 - ( 1600-
1600-1760) Surge o Pietismo - Movimento
Movimento de Santidade para a renovação da Igreja
Luterana. Johann Arndt ( 1555-
1555-1621); Philipp Jacob Spenner(1635-
Spenner(1635-1705) ; Nikolaus L.Von
Zinzendorf ( 1700-
1700-1760).
1650-
1650-1950 ( Período entendido como "Modernidade", até a queda do muro de Berlim em 1989.
XVIII - 1701-
1701-1800
1727 - Nasce o maior avivamento missionário da história da igreja reformada, com os irmãos
morávios. Em 13/08/1727 um grupo de crentes morávios pietistas foi mui fortemente tocado pelo
Espírito Santo. A reunião de oração durou 100 anos.
1753 - Primeira publicação integral da Bíblia em Português, traduzida pelo protestante João
Ferreira de Almeida.
1780 - A E.B.D. é fundada por R.Raikes, na Inglaterra, para ministrar
ministrar educação Cristã às crianças
pobres que não freqüentavam a escola.
XIX - 1801-
1801-1900
1843-
1843- Fundação da Igreja Metodista Wesleyna - USA
1865 - Surge na Inglaterra, o "Exército da Salvação" por William Booth. / Hudson Taylor
Taylor
evangeliza o interior da China.
1895-
1895- Em Outubro, Pr.Dr.Phineas F.Bresee e Dr.J.P.Widney, com um grupo de aproximadamente
aproximadamente
100 pessoas,iniciaram a “Igreja do Nazareno” em Los Angeles.
XX - 1901-
1901-2000
1930-
1930-1964 - Igreja Católica no Brasil e o Estado Brasileiro firmam, informalmente, concordata
semi--oficial e generosos subsídios para
moral. O Estado apóia a igreja dando a ela um estato semi
muitos projetos, como a construção da Basílica de N.S. da Aparecida.
1964-
1964-1985 - A Igreja Católica brasileira passa a ser opositora moral do regime militar,
denunciando a tortura e a desigualdade social. O catolicismo
catolicismo progressista, ativista e libertário
floresce. Criação das "comunidades Eclesiais de Base" e órgãos militantes, como a "Pastoral da
Terra" e o "Conselho Indigenista Missionário".
1986-
1986-2007 - A igreja Católica brasileira deixa de ser "oposição", função que é ocupada pelos
partidos
partidos políticos e pela sociedade civil. O para João Paulo II põe freio no clero progressista.
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IGREJA PÓS-
PÓS-MODERNA -
XXI - 2001-
2001-2100
a) A Missão Peniel
Depois de servir como pastor da Missão Peniel por um ano, uma nova
porta se abriu. Alguns amigos interessados em promover a doutrina da
santidade, alugaram um prédio de comércio na Rua Main (central) 317
em Los Angeles e convidou–o para pregar em seus cultos pela manhã,
e o Dr. J.P. Widney à noite. No terceiro domingo de manhã com a
presença de 86 pessoas organizaram a Igreja do Nazareno com o
propósito declarado de pregar a santidade e levar o evangelho,
prioritariamente, aos pobres. Poucos dias depois a membresia subiu
para 135 membros.O nome foi escolhido a fim de homenagear a Jesus e
não ter cor denominacional. Além do Dr. Bresee outros metodistas de
renome juntaram-se a eles. No dia da organização o irmão Widney
pregou uma mensagem cuja síntese foi: “A essência do Cristianismo não
consistia em receber um credo, nem em observar as formas e rituais de
uma igreja mas sim, aceitar a vida de Cristo, para tornar Cristo o Senhor
dela mesma”.
CAPÍTULOS CONTEÚDO
I ESCRITURA SAGRADA
II DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE
III ETERNOS DECRETOS DE DEUS
IV CRIAÇÃO
V PROVIDÊNCIA
VI QUEDA DO HOMEM, O PECADO E O SEU CASTIGO
VII PACTO DE DEUS COM O HOMEM
VIII CRISTO O MEDIADOR
IX LIVRE ARBÍTRIO
X VOCAÇÃO EFICAZ
XI JUSTIFICAÇÃO
XII ADOÇÃO
XIII SANTIFICAÇÃO
XIV FÉ SALVADORA
XV ARREPENDIMENTO PARA A VIDA
XVI BOAS OBRAS
XVII PERSEVERANÇA DOS SANTOS
XVIII CERTEZA DA GRAÇA E DA SALVAÇÃO
XIX LEI DE DEUS
XX LIBERDADE CRISTÃ E LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
XXI CULTO RELIGIOSO E O DOMINGO
XXII JURAMENTOS LEGAIS E OS VOTOS
XXIII MAGISTRADO CIVIL
XXIV MATRIMÔNIO E DIVÓRCIO
XXV IGREJA
XXVI COMUNHÃO DOS SANTOS
XXVII SACRAMENTOS
XXVIII BATISMO
XXIX CEIA DO SENHOR
XXX CENSURAS ECLESIÁSTICAS
XXXI SÍNODOS E CONCÍLIOS
XXXII ESTADO DO HOMEM DEPOIS DA MORTE E A RESSUREIÇÃO DOS
MORTOS
XXXIII JUÍZO FINAL
PREFÁCIO AOS NOVOS CAPÍTULOS
XXXIV ESPÍRITO SANTO
XXXV AMOR DE DEUS E DAS MISSÕES
NOTA HISTÓRICA
A AUTORIDADE DA CONFISSÃO DE FÉ E DOS CATECISMOS
COFISSÃO DE FÉ DE WESTMISTER
CAPÍTULO I
DA ESCRITURA SAGRADA
Referências - Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14;
Heb. 1:1-2; Luc. 1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19.
II. Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os
livros do Velho e do Novo Testamento, que são os seguintes, todos dados por inspiração de
Deus para serem a regra de fé e de prática:
O VELHO TESTAMENTO
O NOVO TESTAMENTO
III. Os livros geralmente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem
parte do cânon da Escritura; não são, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem de modo
algum podem ser aprovados ou empregados senão como escritos humanos.
IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não
depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma
verdade) que é o seu autor; tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus.
Ref. II Tim. 3:16; I João 5:9, I Tess. 2:13.
VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e
para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser
lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por
novas revelações do Espíri'to, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto, ser
necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das coisas
reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao governo da
Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da
natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser
observadas.
Ref. II Tim. 3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14.
VII. Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo
evidentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a
salvação, em um ou outro passo da Escritura são tão claramente expostas e explicadas, que não
só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma
suficiente compreensão delas.
VIII. O Velho Testamento em Hebraico (língua vulgar do antigo povo de Deus) e o Novo
Testamento em Grego (a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que
ele foi escrito), sendo inspirados imediatamente por Deus e pelo seu singular cuidado e
providência conservados puros em todos os séculos, são por isso autênticos e assim em todas as
controvérsias religiosas a Igreja deve apelar para eles como para um supremo tribunal; mas, não
sendo essas línguas conhecidas por todo o povo de Deus, que tem direito e interesse nas
Escrituras e que deve no temor de Deus lê-las e estudá-las, esses livros têm de ser traduzidos nas
línguas vulgares de todas as nações aonde chegarem, a fim de que a palavra de Deus,
permanecendo nelas abundantemente, adorem a Deus de modo aceitável e possuam a esperança
pela paciência e conforto das escrituras.
Ref. Mat. 5:18; Isa. 8:20; II Tim. 3:14-15; I Cor. 14; 6, 9, ll, 12, 24, 27-28; Col. 3:16; Rom.
15:4.
CAPÍTULO II
DE DEUS E DA SANTÍSSIMA TRINDADE
Ref. Deut. 6:4; I Cor. 8:4, 6; I Tess. 1:9; Jer. 10:10; Jó 11:79; Jó 26:14; João 6:24; I Tim.
1:17; Deut. 4:15-16; Luc. 24:39; At. 14:11, 15; Tiago 1:17; I Reis 8:27; Sal. 92:2; Sal. 145:3;
Gen. 17:1; Rom. 16:27; Isa. 6:3; Sal. 115:3; Exo3:14; Ef. 1:11; Prov. 16:4; Rom. 11:36; Apoc.
4:11; I João 4:8; Exo. 36:6-7; Heb. 11:6; Nee. 9:32-33; Sal. 5:5-6; Naum 1:2-3.
II. Deus tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a vida, glória, bondade e bem-aventurança.
Ele é todo suficiente em si e para si, pois não precisa das criaturas que trouxe à existência, não
deriva delas glória alguma, mas somente manifesta a sua glória nelas, por elas, para elas e sobre
elas. Ele é a única origem de todo o ser; dele, por ele e para ele são todas as coisas e sobre elas
tem ele soberano domínio para fazer com elas, para elas e sobre elas tudo quanto quiser. Todas
as coisas estão patentes e manifestas diante dele; o seu saber é infinito, infalível e independente
da criatura, de sorte que para ele nada é contingente ou incerto. Ele é santíssimo em todos os
seus conselhos, em todas as suas obras e em todos os seus preceitos. Da parte dos anjos e dos
homens e de qualquer outra criatura lhe são devidos todo o culto, todo o serviço e obediência,
que ele há por bem requerer deles.
Ref. João 5:26; At. 7:2; Sal. 119:68; I Tim. 6: 15; At - . 17:24-25; Rom. 11:36; Apoc. 4:11;
Heb. 4:13; Rom. 11:33-34; At. 15:18; Prov. 15:3; Sal. 145-17; Apoc. 5: 12-14.
III. Na unidade da Divindade há três pessoas de uma mesma substância, poder e eternidade
- Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo, O Pai não é de ninguém - não é nem gerado,
nem procedente; o Filho é eternamente gerado do Pai; o Espírito Santo é eternamente
procedente do Pai e do Filho.
Ref. Mat. 3:16-17; 28-19; II Cor. 13:14; João 1:14, 18 e 15:26; Gal. 4:6.
CAPÍTULO III
DOS ETERNOS DECRETOS DE DEUS
I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria
vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus
é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou
contingência das causas secundárias, antes estabelecidas.
Ref. Isa. 45:6-7; Rom. 11:33; Heb. 6:17; Sal.5:4; Tiago 1:13-17; I João 1:5; Mat. 17:2; João
19:11; At.2:23; At. 4:27-28 e 27:23, 24, 34.
II. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias
imagináveis, ele não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura, ou como coisa que
havia de acontecer em tais e tais condições.
Ref. At. 15:18; Prov.16:33; I Sam. 23:11-12; Mat. 11:21-23; Rom. 9:11-18.
III. Pelo decreto de Deus e para manifestação da sua glória, alguns homens e alguns anjos
são predestinados para a vida eterna e outros preordenados para a morte eterna.
Ref. I Tim.5:21; Mar. 5:38; Jud. 6; Mat. 25:31, 41; Prov. 16:4; Rom. 9:22-23; Ef. 1:5-6.
IV. Esses homens e esses anjos, assim predestinados e preordenados, são particular e
imutavelmente designados; o seu número é tão certo e definido, que não pode ser nem
aumentado nem diminuído.
Ref. Ef. 1:4, 9, 11; Rom. 8:30; II Tim. 1:9; I Tess, 5:9; Rom. 9:11-16; Ef. 1: 19: e 2:8-9.
VI. Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também, pelo eterno e mui
livre propósito da sua vontade, preordenou todos os meios conducentes a esse fim; os que,
portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo, são eficazmente
chamados para a fé em Cristo pelo seu Espírito, que opera no tempo devido, são justificados,
adotados, santificados e guardados pelo seu poder por meio da fé salvadora. Além dos eleitos
não há nenhum outro que seja remido por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado,
santificado e salvo.
Ref. I Pedro 1:2; Ef. 1:4 e 2: 10; II Tess. 2:13; I Tess. 5:9-10; Tito 2:14; Rom. 8:30; Ef.1:5; I
Pedro 1:5; João 6:64-65 e 17:9; Rom. 8:28; I João 2:19.
VII. Segundo o inescrutável conselho da sua própria vontade, pela qual ele concede ou
recusa misericórdia, como lhe apraz, para a glória do seu soberano poder sobre as suas criaturas,
o resto dos homens, para louvor da sua gloriosa justiça, foi Deus servido não contemplar e
ordená-los para a desonra e ira por causa dos seus pecados.
Ref. Mat. 11:25-26; Rom. 9:17-22; II Tim. 2:20; Jud. 4; I Pedro 2:8.
VIII. A doutrina deste alto mistério de predestinação deve ser tratada com especial prudência
e cuidado, a fim de que os homens, atendendo à vontade revelada em sua palavra e prestando
obediência a ela, possam, pela evidência da sua vocação eficaz, certificar-se da sua eterna
eleição. Assim, a todos os que sinceramente obedecem ao Evangelho esta doutrina fornece
motivo de louvor, reverência e admiração de Deus, bem como de humildade diligência e
abundante consolação.
Ref. Rom. 9:20 e 11:23; Deut. 29:29; II Pedro 1:10; Ef. 1:6; Luc. 10:20; Rom. 5:33, e 11:5-6,
10.
CAPÍTULO IV
DA CRIAÇÃO
Ref. Rom. 9:36; Heb. 1:2; João 1:2-3, Rom. 1:20; Sal. 104:24; Jer. 10: 12; Gen. 1; At. 17:24;
Col. 1: 16; Exo. 20: 11.
II. Depois de haver feito as outras criaturas, Deus criou o homem, macho e fêmea, com
almas racionais e imortais, e dotou-as de inteligência, retidão e perfeita santidade, segundo a sua
própria imagem, tendo a lei de Deus escrita em seus corações, e o poder de cumpri-la, mas com
a possibilidade de transgredi-la, sendo deixados à liberdade da sua própria vontade, que era
mutável. Além dessa escrita em seus corações, receberam o preceito de não comerem da árvore
da ciência do bem e do mal; enquanto obedeceram a este preceito, foram felizes em sua
comunhão com Deus e tiveram domínio sobre as criaturas.
Ref. Gen. 1:27 e 2:7; Sal. 8:5; Ecl. 12:7; Mat. 10:28; Rom. 2:14, 15; Col. 3:10; Gen. 3:6.
CAPÍTULO V
DA PROVIDÊNCIA
I. Pela sua muito sábia providência, segundo a sua infalível presciência e o livre e
imutável conselho da sua própria vontade, Deus, o grande Criador de todas as coisas, para o
louvor da glória da sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia, sustenta, dirige, dispõe
e governa todas as suas criaturas, todas as ações e todas as coisas, desde a maior até a menor.
Ref. Nee, 9:6; Sal. 145:14-16; Dan. 4:34-35; Sal. 135:6; Mat. 10:29-31; Prov. 15:3; II Cron.
16:9; At.15:18; Ef. 1:11; Sal. 33:10-11; Ef. 3:10; Rom. 9:17; Gen. 45:5.
II. Posto que, em relação à presciência e ao decreto de Deus, que é a causa primária, todas
as coisas acontecem imutável e infalivelmente, contudo, pela mesma providência, Deus ordena
que elas sucedam conforme a natureza das causas secundárias, necessárias, livre ou
contingentemente.
Ref. Jer. 32:19; At. 2:13; Gen. 8:22; Jer. 31:35; Isa.10:6-7.
III. Na sua providência ordinária Deus emprega meios; todavia, ele é livre para operar sem
eles, sobre eles ou contra eles, segundo o seu arbítrio.
Ref. At. 27:24, 31; Isa. 55:10-11; Os.1:7; Rom. 4:20-21; Dan.3:27; João 11:34-45; Rom. 1:4.
Ref. Isa. 45:7; Rom. 11:32-34; At. 4:27-28; Sal. 76:10; II Reis 19:28; At.14:16; Gen. 50:20;
Isa. 10:12; I João 2:16; Sal. 50:21; Tiago 1:17.
V. O mui sábio, justo e gracioso Deus muitas vezes deixa por algum tempo seus filhos
entregues a muitas tentações e à corrupção dos seus próprios corações, para castigá-los pelos
seus pecados anteriores ou fazer-lhes conhecer o poder oculto da corrupção e dolo dos seus
corações, a fim de que eles sejam humilhados; para animá-los a dependerem mais intima e
constantemente do apoio dele e torná-los mais vigilantes contra todas as futuras ocasiões de
pecar, para vários outros fins justos e santos.
Ref. II Cron. 32:25-26, 31; II Sam. 24:1, 25; Luc. 22:31-32; II Cor. 12:7-9.
VI. Quanto àqueles homens malvados e ímpios que Deus, como justo juiz, cega e endurece
em razão de pecados anteriores, ele somente lhes recusa a graça pela qual poderiam ser
iluminados em seus entendimentos e movidos em seus corações, mas às vezes tira os dons que
já possuíam, e os expõe a objetos que a sua corrupção torna ocasiões de pecado; além disso os
entrega às suas próprias paixões, às tentações do mundo e ao poder de Sataná5: assim acontece
que eles se endurecem sob as influências dos meios que Deus emprega para o abrandamento dos
outros.
Ref. Rom. 1:24-25, 28 e 11:7; Deut. 29:4; Mar. 4:11-12; Mat. 13:12 e 25:29; II Reis 8:12-13;
Sal.81:11-12; I Cor. 2:11; II Cor. 11:3; Exo. 8:15, 32; II Cor. 2:15-16; Isa. 8:14.
VII. Como a providência de Deus se estende, em geral, a todos os crentes, também de um
modo muito especial ele cuida da Igreja e tudo dispõe a bem dela.
CAPÍTULO VI
DA QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E DO SEU CASTIGO
I. Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo
do fruto proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado
deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória.
II. Por este pecado eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim
se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes
do corpo e da alma.
Ref. Gen. 3:6-8; Rom. 3:23; Gen. 2:17; Ef. 2:1-3; Rom. 5:12; Gen. 6:5; Jer. 17:9; Tito 1:15;
Rom.3:10-18.
III. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito dos seus pecados foi imputado a
seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram
transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária.
Ref. At. 17:26; Gen. 2:17; Rom. 5:17, 15-19; I Cor. 15:21-22,45, 49; Sal.51:5; Gen.5:3;
João3:6.
IV. Desta corrupção original pela qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o
bem e inteiramente inclinados a todo o mal, é que procedem todas as transgressões atuais.
Ref. Rom. 5:6, 7:18 e 5:7; Col. 1:21; Gen. 6:5 e 8:21; Rom. 3:10-12; Tiago 1:14-15; Ef. 2:2-
3; Mat. 15-19.
V. Esta corrupção da natureza persiste, durante esta vida, naqueles que são regenerados; e,
embora seja ela perdoada e mortificada por Cristo, todavia tanto ela, como os seus impulsos, são
real e propriamente pecado.
Ref. Rom. 7:14, 17, 18, 21-23; Tiago 3-2; I João 1:8-10; Prov. 20:9; Ec. 7-20; Gal.5:17.
VI. Todo o pecado, tanto o original como o atual, sendo transgressão da justa lei de Deus e
a ela contrária, torna, pela sua própria natureza, culpado o pecador e por essa culpa está ele
sujeito à ira de Deus e à maldição da lei e, portanto, exposto à morte, com todas as misérias
espirituais, temporais e eternas.
Ref. I João 3:4; Rom. 2: 15; Rom. 3:9, 19; Ef. 2:3; Gal. 3:10; Rom. 6:23; Ef. 6:18; Lam, 3:39;
Mat. 25:41; II Tess. 1:9.
CAPÍTULO VII
DO PACTO DE DEUS COM O HOMEM
I. Tão grande é a distância entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas racionais lhe
devam obediência como ao seu Criador, nunca poderiam fruir nada dele como bem-aventurança
e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de Deus, a qual foi ele
servido significar por meio de um pacto.
II. O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida
prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência pessoal.
Ref. Gal. 3:12; Rom. 5: 12-14 e 10:5; Gen. 2:17; Gal. 3: 10.
III. O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor
dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto ele
livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele
para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a vida o seu Santo
Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer.
Ref. Gal. 3:21; Rom. 3:20-21 e 8:3; Isa. 42:6; Gen. 3:15; Mat. 28:18-20; João 3:16; Rom.
1:16-17 e 10:6-9; At. 13:48; Ezeq. 36:26-27; João 6:37, 44, 45; Luc. 11: 13; Gal. 3:14.
IV. Este pacto da graça é freqüentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de Testamento,
em referência à morte de Cristo, o testador, e à perduravel herança, com tudo o que lhe pertence,
legada neste pacto.
V. Este pacto no tempo da Lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a
Lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro
pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia
de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e
eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena
remissão dos pecados e a vida eterna: essa dispensarão chama-se o Velho Testamento.
Ref. II Cor. 3:6-9; Rom. 6:7; Col. 2:11-12; I Cor. 5:7 e 10:14; Heb. 11:13; João 8:36; Gal. 3:7-
9, 14.
VI. Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substância, as ordenanças pelas
quais este pacto é dispensado são a pregação da palavra e a administração dos sacramentos do
batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanças, posto que poucas em número e
administradas com maior simplicidade e menor glória externa, o pacto é manifestado com maior
plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações, aos judeus bem como aos gentios. É
chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos de graça diferentes em substância mas
um e o mesmo sob várias dispensações.
Ref. Col. 2:17; Mat. 28:19-2; I Cor. 11:23-25; Heb. 12:22-24; II Cor. 3:9-11; Luc. 2:32; Ef.
2:15-19; Luc. 22:20; Gal. 3:14-16; At. 15: l 1; Rom. 3:21-22, 30 e 4:16-17, e 23-24; Heb. 1:1-
2.
CAPÍTULO VIII
DE CRISTO O MEDIADOR
I. Aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho
Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e
Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a
eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado,
justificado, santificado e glorificado.
Ref. Isa. 42: 1; I Ped. 1: 19-20; I Tim. 2:5; João 3:16; Deut. 18:15; At. 3:20-22; Heb. 5:5-6;
Isa. 9:6-7; Luc. 1:33; Heb. 1:2; Ef. 5:23; At. 17:31; II Cor.5:10; João 17:6; Ef. 1:4; I Tim. 2:56;
I Cor. 1:30; Rom.8:30.
II. O Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Trindade, sendo verdadeiro e eterno Deus, da
mesma substância do Pai e igual a ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre si
a natureza humana com todas as suas propriedades essenciais e enfermidades comuns, contudo
sem pecado, sendo concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da Virgem Maria e da
substância dela. As duas naturezas, inteiras, perfeitas e distintas - a Divindade e a humanidade -
foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão composição ou confusão;
essa pessoa é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, porém, um só Cristo, o único Mediador
entre Deus e o homem.
Ref. João 1:1,14; I João 5:20; Fil. 2:6; Gal. 4:4; Heb. 2:14, 17 e 4:15; Luc. 1:27, 31, 35; Mat.
16:16; Col. 2:9; Rom. 9:5; Rom. 1:3-4; I Tim. 2:5.
III. O Senhor Jesus, em sua natureza humana unida à divina, foi santificado e sem medida
ungido com o Espírito Santo tendo em si todos os tesouros de sabedoria e ciência. Aprouve ao
Pai que nele habitasse toda a plenitude, a fim de que, sendo santo, inocente, incontaminado e
cheio de graça e verdade, estivesse perfeitamente preparado para exercer o ofício de Mediador e
Fiador. Este ofício ele não tomou para si, mas para ele foi chamado pelo Pai, que lhe pôs nas
mãos todo o poder e todo o juízo e lhe ordenou que os exercesse.
Ref. Sal. 45:5; João 3:34; Heb. 1:8-9; Col. 2:3, e 1:9; Heb. 7:26; João 1: 14; At. 10:38; Heb.
12:24, e 5:4-5; João 5:22, 27; Mat. 28:18.
IV. Este ofício o Senhor Jesus empreendeu mui voluntariamente. Para que pudesse exercê-
lo, foi feito sujeito à lei, que ele cumpriu perfeitamente; padeceu imediatamente em sua alma os
mais cruéis tormentos e em seu corpo os mais penosos sofrimentos; foi crucificado e morreu; foi
sepultado e ficou sob o poder da morte, mas não viu a corrupção; ao terceiro dia ressuscitou dos
mortos com o mesmo corpo com que tinha padecido; com esse corpo subiu ao céu, onde está
sentado à destra do Pai, fazendo intercessão; de lá voltará no fim do mundo para julgar os
homens e os anjos.
Ref. Sal. 40:7-8; Heb. 10:5-6; João 4:34: Fil. 2-8; Gal. 4:4; Mat. 3:15 e 5:17; Mat. 26:37-38;
Luc.22:24; Mat. 27.46; Fil 2:8; At. 2:24, 27 e 13:37; I Cor.15:4; João 20:25-27; Luc. 24:50-51;
II Ped. 3:22; Rom. 8:34; Heb. 7:25; Rom. 14:10: At. 1:11, João5:28-29; Mat. 13:40-42.
V. O Senhor Jesus, pela sua perfeita obediência e pelo sacrifício de si mesmo, sacrifício
que pelo Eterno Espírito, ele ofereceu a Deus uma só vez, satisfez plenamente à justiça do Pai. e
para todos aqueles que o Pai lhe deu adquiriu não só a reconciliação, como também uma
herança perdurável no Reino dos Céus.
Ref. Rom. 5: 19 e :25-26; Heb. 10: 14; Ef. 1: 11, 14; Col.1:20; II Cor.5: 18; 20; João 17:2;
Heb.9:12,15.
VI. Ainda que a obra da redenção não foi realmente cumprida por Cristo senão depois da
sua encarnação; contudo a virtude, a eficácia e os benefícios dela, em todas as épocas
sucessivamente desde o princípio do mundo, foram comunicados aos eleitos naquelas
promessas, tipos e sacrifícios, pelos quais ele foi revelado e significado como a semente da
mulher que devia esmagar a cabeça da serpente, como o cordeiro morto desde o princípio do
mundo, sendo o mesmo ontem, hoje e para sempre.
VII. Cristo, na obra da mediação, age de conformidade com as suas duas naturezas, fazendo
cada natureza o que lhe é próprio: contudo, em razão da unidade da pessoa, o que é próprio de
uma natureza é às vezes, na Escritura, atribuído à pessoa denominada pela outra natureza.
Ref. João 10:17-l8; I Ped. 3:18; Heb. 9:14; At. 20:28; João3:13
VIII. Cristo, com toda a certeza e eficazmente aplica e comunica a salvação a todos aqueles
para os quais ele a adquiriu. Isto ele consegue, fazendo intercessão por eles e revelando-lhes na
palavra e pela palavra os mistérios da salvação, persuadindo-os eficazmente pelo seu Espírito a
crer e a obedecer, dirigindo os corações deles pela sua palavra e pelo seu onipotente poder e
sabedoria, da maneira e pelos meios mais conformes com a sua admirável e inescrutável
dispensação.
Ref. João 6:37; 39 e10:15-16; I João 2:1; João 15:15; Ef. 1:9; João 17:6; II Cor. 4:13; Rom.
8:9, 14 e 15:18-19; João 17:17; Sal. 90:1; I Cor. 15: 25-26; Col. 2:15; Luc. 10: 19.
CAPÍTULO IX
DO LIVRE ARBITRIO
I. Deus dotou a vontade do homem de tal liberdade, que ele nem é forçado para o bem ou para
o mal, nem a isso é determinado por qualquer necessidade absoluta da sua natureza.
Ref. Tiago 1:14; Deut. 30:19; João 5:40; Mat. 17:12; At.7:51; Tiago 4:7.
II. O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo
que é bom e agradável a Deus, mas mudavelmente, de sorte que pudesse decair dessa
liberdade e poder.
III. O homem, caindo em um estado de pecado, perdeu totalmente todo o poder de vontade
quanto a qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação, de sorte que um homem natural,
inteiramente adverso a esse bem e morto no pecado, é incapaz de, pelo seu pr6prio poder,
converter-se ou mesmo preparar-se para isso.
Ref. Rom. 5:6 e 8:7-8; João 15:5; Rom. 3:9-10, 12, 23; Ef.2:1, 5; Col. 2:13; João 6:44, 65;
I Cor. 2:14; Tito 3:3-5.
IV. Quando Deus converte um pecador e o transfere para o estado de graça, ele o liberta da
sua natural escravidão ao pecado e, somente pela sua graça, o habilita a querer e fazer com toda
a liberdade o que é espiritualmente bom, mas isso de tal modo que, por causa da corrupção,
ainda nele existente, o pecador não faz o bem perfeitamente, nem deseja somente o que é bom,
mas também o que é mau.
Ref. Col.1: 13; João 8:34, 36; Fil. 2:13; Rom. 6:18, 22; Gal.5:17; Rom. 7:15, 21-23; I João
1:8, 10.
V. É no estado de glória que a vontade do homem se torna perfeita e imutavelmente livre para
o bem só.
CAPÍTULO X
DA VOCAÇÃO EFICAZ
I. Todos aqueles que Deus predestinou para a vida, e só esses, é ele servido, no tempo por ele
determinado e aceito, chamar eficazmente pela sua palavra e pelo seu Espírito, tirando-os por
Jesus Cristo daquele estado de pecado e morte em que estão por natureza, e transpondo-os para
a graça e salvação. Isto ele o faz, iluminando os seus entendimentos espiritualmente a fim de
compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e
dando lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua
onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que
eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça.
Ref. João 15:16; At. 13:48; Rom. 8:28-30 e 11:7; Ef. 1:5,10; I Tess. 5:9; 11 Tess. 2:13-14;
IICor.3:3,6; Tiago 1:18; I Cor. 2:12; Rom. 5:2; II Tim. 1:9-10; At. 26:18; I Cor. 2:10, 12: Ef.
1:17-18; II Çor. 4:6; Eze. 36:26, e 11:19; Deut. 30:6; João 3:5; Gal. 6:15; Tito 3:5; I Ped. 1:23;
João 6:44-45; Sal. 90;3; João 9:3; João6:37; Mat. 11:28; Apoc. 22:17.
II. Esta vocação eficaz é só da livre e especial graça de Deus e não provem de qualquer coisa
prevista no homem; na vocação o homem é inteiramente passivo, até que, vivificado e renovado
pelo Espírito Santo, fica habilitado a corresponder a ela e a receber a graça nela oferecida e
comunicada.
Ref. II Tim. 1:9; Tito 3:4-5; Rom. 9:11; I Cor. 2:14; Rom. 8:7-9; Ef. 2:5; João 6:37; Eze.
36:27; João5:25.
III. As crianças que morrem na infância, sendo eleitas, são regeneradas e por Cristo salvas,
por meio do Espírito, que opera quando, onde e como quer, Do mesmo modo são salvas todas as
outras pessoas incapazes de serem exteriormente chamadas pelo ministério da palavra.
Ref. Gen. 17:7; Sal. 105:8-10; Eze. 16-20-21; Luc. 18:1516; At. 2:39; Gal. 3:29; João 3:8 e
16:7-8; I João 5: 12; At. 4:12.
IV. Os não eleitos, posto que sejam chamados pelo ministério da palavra e tenham algumas
das operações comuns do Espírito, contudo não se chegam nunca a Cristo e portanto não podem
ser salvos; muito menos poderão ser salvos por qualquer outro meio os que não professam a
religião cristã, por mais diligentes que sejam em conformar as suas vidas com a luz da natureza
e com a lei da religião que professam; o asseverar e manter que podem é muito pernicioso e
detestável.
Ref. Mat. l3:14-15; At. 28:24; Mat. 22:14; Mat. 13:20-21, e 7:22; Heb. 6:4-5; João 6:64-66, e
8:24; At. 4:12; João 14:6 e 17:3; Ef. 2:12-13; II João 10: l 1; Gal. 1:8; I Cor. 16:22.
CAPÍTULO XI
DA JUSTIFICAÇÃO
I. Os que Deus chama eficazmente, também livremente justifica. Esta justificação não
consiste em Deus infundir neles a justiça, mas em perdoar os seus pecados e em considerar e
aceitar as suas pessoas como justas. Deus não os justifica em razão de qualquer coisa neles
operada ou por eles feita, mas somente em consideração da obra de Cristo; não lhes imputando
como justiça a própria fé, o ato de crer ou qualquer outro ato de obediência evangélica, mas
imputando-lhes a obediência e a satisfação de Cristo, quando eles o recebem e se firmam nele
pela fé, que não têm de si mesmos, mas que é dom de Deus.
Ref. Rom. 8:30 e 3:24, 27-28; II Cor. 5:19, 21; Tito 3:5-7; Ef. 1:7; Jer. 23:6; João 1:12 e
6:44-45; At. 10:43-44; Fil. 1:20; Ef. 2:8.
II. A fé, assim recebendo e assim se firmando em Cristo e na justiça dele, é o único
instrumento de justificação; ela, contudo não está sozinha na pessoa justificada, mas sempre
anda acompanhada de todas as outras graças salvadores; não é uma fé morta, mas obra por
amor.
Ref. Jão 3:16, 18, 36; Rom. 3:28, e 5: I; Tiago 2:17, 22, 26; Gal. 5:6.
III. Cristo, pela sua obediência e morte, pagou plenamente a dívida de todos os que são
justificados, e, em lugar deles, fez a seu Pai uma satisfação própria, real e plena. Contudo,
como Cristo foi pelo Pai dado em favor deles e como a obediência e satisfação dele foram
aceitas em lugar deles, ambas livremente e não por qualquer coisa neles existente, a justificação
deles é só da livre graça, a fim de que tanto a justiça restrita como a abundante graça de Deus
sejam glorificadas na justificação dos pecadores.
Ref. Rom. 5:8, 9, 18; II Tim. 2:5-6; Heb. 10:10, 14; Rom. 8:32; II Cor. 5:21; Mat. 3:17; Ef.
5:2; Rom. 3:26; Ef. 2:7.
IV. Deus, desde toda a eternidade, decretou justificar todos os eleitos, e Cristo, no
cumprimento do tempo, morreu pelos pecados deles e ressuscitou para a justificação deles;
contudo eles não são justificados enquanto o Espírito Santo, no tempo próprio, não lhes aplica
de fato os méritos de Cristo.
Ref. Gal. 3:8; I Ped. 1:2, 19-20; Gal. 4:4; I Tim. 2:6; Rom. 4:25; I Ped. 1:21; Col. 1:21-22;
Tito 3:4-7.
V. Deus continua a perdoar os pecados dos que são justificados. Embora eles nunca
poderão decair do estado de justificação, poderão, contudo, incorrer no paternal desagrado de
Deus. e ficar privados da luz do seu rosto, até que se humilhem, confessem os seus pecados,
peçam perdão e renovem a sua fé e o seu arrependimento.
Ref. Mat. 6:12; I João 1:7, 9, e 2:1-2; Luc. 22:32; João 10:28; Sal. 89:31-33; e 32:5.
VI. A justificação dos crentes sob o Velho Testamento era, em todos estes respeitos. a
mesma justificação dos crentes sob o Novo Testamento.
Todos os que são justificados é Deus servido, em seu único Filho Jesus Cristo e por ele, fazer
participantes da graça da adoção. Por essa graça eles são recebidos no número dos filhos de
Deus e gozam a liberdade e privilégios deles; têm sobre si o nome deles, recebem o Espírito de
adoção, têm acesso com confiança ao trono da graça e são habilitados, a clamar "Abba, Pai";
são tratados com comiseração, protegidos, providos e por ele corrigidos, como por um pai;
nunca, porém, abandonados, mas selados para o dia de redenção, e herdam as promessas, como
herdeiros da eterna salvação.
Ref. Ef. 1:5; Gal. 4:4-5; Rom. 8:17; João 1: 12; Jer. 14:9; II Cor. 6:18; Apoc. 3:12; Rom.
8:15; Ef. 3:12; Gal. 4:6; Sal. 10313; Prov. 14.26; Mat. 6:30, 32; Heb. 12:6; Lam. 3:31-32; Ef.
4:30; Heb. 6:12; I Ped. 1: 3-4; Heb. 1: 14.
CAPÍTULO XIII
DA SANTIFICAÇÃO
Ref. I Cor. 1:30; At. 20:32; Fil. 3:10; Rom. 6:5-6; João 17:17, 19; Ef. 5-26; II Tess. 2:13;
Rom. 6:6, 14; Gal. 5:24; Col., 1:10-11; Ef. 3:16-19; II Cor. 7:1; Col. 1:28, e 4:12; Heb. 12:14.
II. Esta santificação é no homem todo, porém imperfeita nesta vida; ainda persistem em
todas as partes dele restos da corrupção, e daí nasce uma guerra contínua e irreconciliável - a
carne lutando contra o espírito e o espírito contra a carne.
Ref. I Tess. 5:23; I João 1:10; Fil. 3:12; Gal. 5:17; I Ped.2:11.
III. Nesta guerra, embora prevaleçam por algum tempo as corrupções que ficam, contudo,
pelo contínuo socorro da eficácia do santificador Espírito de Cristo, a parte regenerada do
homem novo vence, e assim os santos crescem em graça, aperfeiçoando a santidade no temor de
Deus.
Ref. Rom. 7:23, e 6:14; I João 5:4; Ef. 4:15-16; II Ped. 3:18; II Cor. 3:18, e 7: 1.
CAPÍTULO XIV
DA FÉ SALVADORA
I. A graça da fé, pela qual os eleitos são habilitados a crer para a salvação das suas almas, é a
obra que o Espírito de Cristo faz nos corações deles, e é ordinariamente operada pelo ministério
da palavra; por esse ministério, bem como pela administração dos sacramentos e pela oração,
ela é aumentada e fortalecida.
Ref. Heb. 10:39; II Cor. 4:13; Ef. 1:17-20, e 2:8; Mat. 28:19-20; Rom. 10:14, 17: I Cor. 1:21;
I Ped. 2:2; Rom. 1:16-17; Luc. 22:19; João 6:54-56; Rom. 6:11; Luc. 17:5, e 22:32.
II. Por essa fé o cristão, segundo a autoridade do mesmo Deus que fala em sua palavra, crê
ser verdade tudo quanto nela é revelado, e age de conformidade com aquilo que cada passagem
contém em particular, prestando obediência aos mandamentos, tremendo às ameaças e
abraçando as promessas de Deus para esta vida e para a futura; porém os principais atos de fé
salvadora são - aceitar e receber a Cristo e firmar-se só nele para a justificação, santificação e
vida eterna, isto em virtude do pacto da graça.
Ref. João 6:42; I Tess. 2:13; I João 5:10; At. 24:14; Mat. 22:37-40; Rom. 16:26; Isa. 66:2; Heb.
11:13; I Tim. 6:8; João1:12; At. 16:31; Gal. 2:20; At. 15: 11.
III. Esta fé é de diferentes graus, é fraca ou forte; pode ser muitas vezes e de muitos modos
assaltada e enfraquecida, mas sempre alcança a vitória, atingindo em muitos a uma perfeita
segurança em Cristo, que é não somente o autor, como também o consumador da fé.
Ref. Rom. 4:19-20; Mat. 6:30, e 5: 10; Ef. 6:16; I João 4:5; Heb. 6:11, 12, 10:22 e 12:2.
CAPÍTULO XV
DO ARREPENDIMENTO PARA A VIDA
I. O arrependimento para a vida é uma graça evangélica, cuja doutrina deve ser tão pregada
por todo o ministro do Evangelho como a da fé em Cristo.
Ref. At. 11: 18; Luc. 24:47; Mar. 1: 15; At. 20:21.
II. Movido pelo reconhecimento e sentimento, não só do perigo, mas também da impureza
e odiosidade do pecado como contrários à santa natureza e justa lei de Deus; apreendendo a
misericórdia divina manifestada em Cristo aos que são penitentes, o pecador pelo
arrependimento, de tal maneira sente e aborrece os seus pecados, que, deixando-os, se volta para
Deus, tencionando e procurando andar com ele em todos os caminhos dos seus mandamentos.
Ref. Eze. 18:30-31 e 34:31; Sal.51:4; Jer. 31:18-19; II Cor.7:11; Sal. 119:6, 59, 106; Mat.
21:28-29.
III. Ainda que não devemos confiar no arrependimento como sendo de algum modo uma
satisfação pelo pecado ou em qualquer sentido a causa do perdão dele, o que é ato da livre graça
de Deus em Cristo, contudo, ele é de tal modo necessário aos pecadores, que sem ele ninguém
poderá esperar o perdão,
Ref. Ez. 36:31-32 e 16:63; Os. 14:2, 4; Rom. 3:24; Ef. 1: 7; Luc. 13:3, S; At. 17:30,31.
IV. Como não há pecado tão pequeno que não mereça a condenação, assim também não há
pecado tão grande que possa trazer a condenação sobre os que se arrependem
verdadeiramente.
Ref. Rom. 6:23; Mat. 12:36; Isa. 55: 7; Rom. 8:1; Isa. 1: 18.,
V. Os homens não devem se contentar com um arrependimento geral, mas é dever de todos
procurar arrepender-se particularmente de cada um dos seus pecados.
VI. Como todo o homem é obrigado a fazer a Deus confissão particular das suas faltas,
pedindo-lhe o perdão delas, fazendo o que, achará misericórdia, se deixar os seus pecados,
assim também aquele que escandaliza a seu irmão ou a Igreja de Cristo, deve estar pronto, por
uma confissão particular ou pública do seu pecado e do pesar que por ele sente, a declarar o seu
arrependimento aos que estão ofendidos; isto feito, estes devem reconciliar-se com ele e recebê-
lo em amor.
Ref. Sal. 32:5-6; Prov. 28:13; I João 1:9; Tiago 5: 16; Luc. 17:3-4; Josué 7:19; II Cor. 2:8.
CAPÍTULO XVI
DAS BOAS OBRAS
I. Boas obras são somente aquelas que Deus ordena em sua santa palavra, não as que, sem
autoridade dela, são aconselhadas pelos homens movidos de um zelo cego ou sob qualquer
outro pretexto de boa intenção.
Ref. Miq. 6:8; Rom. 12:2; Heb. 13:21; Mat. I5:9; Isa. 29:13; I Ped. 1:18; João 16:2; Rom.
10:2;1 Sam. I5:22; Deut. 10:12-13; Col. 2:16, 17, 20-23.
II. Estas boas obras, feitas em obediência aos mandamentos de Deus, são o fruto e as
evidências de uma fé viva e verdadeira; por elas os crentes manifestam a sua gratidão,
robustecem a sua confiança, edificam os seus irmãos, adornam a profissão do Evangelho, tapam
a boca aos adversários e glorificam a Deus, cuja feitura são, criados em Jesus Cristo para isso
mesmo, a fim de que, tendo o seu fruto em santificação, tenham no fim a vida eterna.
Ref. Tiago 2:18, 22; Sal. 116-12-13; I Ped. 2:9; I João 2:3,5; II Ped. 1:5-10; II Cor. 9:2; Mat.
5:16; I Tim. 4:12; Tito 2:5, 912; I Tim. 6:1; I Pedr. 2:12, 15; Fil. 1,11; João 15:8; Ef. 2:10; Rom.
6:22.
III. O poder de fazer boas obras não é de modo algum dos próprios fiéis, mas provém
inteiramente do Espírito de Cristo. A fim de que sejam para isso habilitados, é necessário, além
da graça que já receberam, uma influência positiva do mesmo Espírito Santo para obrar neles o
querer e o perfazer segundo o seu beneplácito; contudo, não devem por isso tornar-se
negligentes, como se não fossem obrigados a cumprir qualquer dever senão quando movidos
especialmente pelo Espírito, mas devem esforçar-se por estimular a graça de Deus que há neles.
Ref. João I5:4-6; Luc. 11:13; Fil. 2:13, e 4:13; II Cor. 3:5; Ef. 3:16; Fil. 2:12; Heb. 6:11-12;
Isa. 64:7.
IV. Os que alcançam pela sua obediência a maior perfeição possível nesta vida estão tão
longe de exceder as suas obrigações e fazer mais do que Deus requer, que são deficientes em
muitas coisas que são obrigados a fazer.
V. Não podemos, pelas nossas melhores obras, merecer da mão de Deus perdão de pecado
ou a vida eterna, porque é grande a desproporção que há entre eles e a glória porvir, e infinita a
distância que vai de nós a Deus, a quem não podemos ser úteis por meio delas, nem satisfazer
pela dívida dos nossos pecados anteriores; e porque, como boas, procedem do Espírito e, como
nossas, são impuras e misturadas com tanta fraqueza e imperfeição, que não podem suportar a
severidade do juízo de Deus; assim, depois que tivermos feito tudo quanto podemos, temos
cumprido tão somente, o nosso dever, e somos servos inúteis.
Ref. Rom. 3:20, e 4:2,4, 6; Éf. 2:8-9; Luc. 17:lO;Gal. 5:2223; Isa. 64-6; Sal. 143, 2, e 130:3.
VI. Não obstante o que havemos dito, sendo aceitas por meio de Cristo as pessoas dos
crentes, também são aceitas nele as boas obras deles, não como se fossem, nesta vida,
inteiramente puras e irrepreensíveis à vista de Deus, mas porque Deus considerando-as em seu
Filho, é servido aceitar e recompensar aquilo que é sincero, embora seja acompanhado de
muitas fraquezas e imperfeições.
Ref. Ef. 1:6; I Ped. 2:5; Sal. 143:2; II Cor. 8:12; Heb. 6:10; Mat. 2,5:21, 23.
VII. As obras feitas pelos não regenerados, embora sejam, quanto à matéria, coisas que Deus
ordena, e úteis tanto a si mesmos como aos outros, contudo, porque procedem de corações não
purificados pela fé, não são feitas devidamente - segundo a palavra; - nem para um fim justo - a
glória de Deus; são pecaminosas e não podem agradar a Deus, nem preparar o homem para
receber a graça de Deus; não obstante, o negligenciá-las é ainda mais pecaminoso e ofensivo a
Deus.
Ref. II Reis 10:30, 31; Fil. 1:15-16, 18; Heb. 11:4, 6; Mar. 10:20-21; I Cor. 13:3; Isa. 1:12;
Mat. 6:2, 5, 16; Ag. 2:14; Amós 5:21-22; Mar. 7:6-7; Sal. 14:4; e 36:3; Mat. 2,5:41-45, e 23:23.
CAPÍTULO XVII
DA PERSEVERANÇA DOS SANTOS
I. Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santificou pelo
seu Espírito, não podem decair do estado da graça, nem total, nem finalmente; mas, com toda a
certeza hão de perseverar nesse estado até o fim e serão eternamente salvos.
II. Esta perseverança dos santos não depende do livre arbítrio deles, mas da imutabilidade
do decreto da eleição, procedente do livre e imutável amor de Deus Pai, da eficácia do mérito e
intercessão de Jesus Cristo, da permanência do Espírito e da semente de Deus neles e da
natureza do pacto da graça; de todas estas coisas vêm a sua certeza e infalibilidade. ,
Ref. II Tim. 2:19; Jer. 31:3; João 17:11, 24; Heb 7:25; Luc. 22:32; Rom. 8:33, 34, 38-39; João
14:16-17; I João 2:27 e 3:9; Jer. 32:40; II Tess. 3:3; I João 2:19; João 10:28.
III. Eles, porém, pelas tentações de Satanás e do mundo, pela força da corrupção neles
restante e pela negligência dos meios de preservação, podem cair em graves pecados e por
algum tempo continuar neles; incorrem assim no desagrado de Deus, entristecem o seu Santo
Espírito e de algum modo vêm a ser privados das suas graças e confortos; têm os seus corações
endurecidos e as suas consciências feridas; prejudicam e escandalizam os outros e atraem sobre
si juízos temporais.
Ref. Sal. 51:14; Mat. 26:70-74; II Sam. 12:9, 13; Isa. 64:7, 9; II Sam. 11:27; Ef. 6:30; Sal.
51:8, 10, 12; Apoc. 2:4; Isa. 63:17; Mar. 6:52; Sal. 32:3-4; II Sam. 12:14; Sal. 89:31-32; I Cor.
11:32.
CAPÍTULO XVIII
DA CERTEZA DA GRAÇA E DA SALVAÇÃO
I. Ainda que os hipócritas e os outros não regenerados podem iludir-se vãmente com
falsas esperanças e carnal presunção de se acharem no favor de Deus e em estado de Salvação,
esperança essa que perecerá, contudo, os que verdadeiramente crêem no Senhor Jesus e o amam
com sinceridade, procurando andar diante dele em toda a boa consciência, podem, nesta vida,
certificar-se de se acharem em estado de graça e podem regozijar-se na esperança da glória de
Deus, nessa esperança que nunca os envergonhará.
Ref. Deut. 29:19; Miq. 3:11; João 5:41; Mat. 8:22-23; I João 2:3 e 5: 13; Rom. 5:2, S; II Tim.
4:7-8.
II. Esta certeza não é uma mera persuasão conjectural e provável, fundada numa falsa
esperança, mas uma infalível segurança da fé, fundada na divina verdade das promessas de
salvação, na evidência interna daquelas graças a que são feitas essas promessas, no testemunho
do Espírito de adoção que testifica com os nossos espíritos sermos nós filhos de Deus, no
testemunho desse Espírito que é o penhor de nossa herança e por quem somos selados para o dia
da redenção.
Ref. Heb. 6:11, 17-19; I Ped. 1:4-5, 10-11; I João 3:14; Rom.8:15-16; Ef.1: 13-14, e 4:30; II
Cor.1:21-22.
III. Esta segurança infalível não pertence de tal modo à essência da fé, que um verdadeiro
crente, antes de possuí-la, não tenha de esperar muito e lutar com muitas dificuldades; contudo,
sendo pelo Espírito habilitado a conhecer as coisas que lhe são livremente dadas por Deus, ele
pode alcançá-la sem revelação extraordinária, no devido uso dos meios ordinários. É, pois,
dever de todo o fiel fazer toda a diligência para tornar certas a sua vocação e eleição, a fim de
que por esse modo seja o seu coração no Espírito Santo confirmado em paz e gozo, em amor e
gratidão para com Deus, em firmeza e alegria nos deveres da obediência que são os frutos
próprios desta segurança. Este privilégio está, pois, muito longe de predispor os homens à
negligência.
Ref. I João 5:13; I Cor. 2:12; I João 4:13; Heb. 6:11-12; II Ped. 1:10; Rom. 5:1-2, 5. 14:17, e
15:13; Sal. 119:32; Rom. 6:1-2; Tito 2:11-12, 14; II Cor. 7: 1; Rom. 8: 1; 12; I João 1:6-7, e 3:2-
3.
IV. Por diversos modos podem os crentes ter a sua segurança de salvação abalada,
diminuída e interrompida negligenciando a conservação dela, caindo em algum pecado especial
que fira a consciência e entristeça o Espírito Santo, cedendo a fortes e repentinas tentações,
retirando Deus a luz do seu rosto e permitindo que andem em trevas e não tenham luz mesmo os
que temem; contudo, eles nunca ficam inteiramente privados daquela semente de Deus e da vida
da fé, daquele amor a Cristo e aos irmãos, daquela sinceridade de coração e consciência do
dever; dessas bênçãos a certeza de salvação poderá, no tempo próprio, ser restaurada pela
operação do Espírito, e por meio delas eles são, no entanto, suportados para não caírem no
desespero absoluto.
Ref. Sal. 51: 8, 12, 14; Ef. 4:30; Sal. 77: 1-10, e 31:32; I João 3:9; Luc. 22:32; Miq. 7:7-9;
Jer. 32:40; II Cor. 4:8-10.
CAPÍTULO XIX
DA LEI DE DEUS
I. Deus deu a Adão uma lei como um pacto de obras. Por este pacto Deus o obrigou, bem
como toda sua posteridade, a uma obediência pessoal, inteira, exata e perpétua; prometeu-lhe a
vida sob a condição dele cumprir com a lei e o ameaçou com a morte no caso dele violá-la; e
dotou-o com o poder e capacidade de guardá-la.
Ref. Gen. 1:26, e 2:17; Ef. 4:24; Rom. 2:14-15, e 10:5, e 5:12, 19.
II. Essa lei, depois da queda do homem, continuou a ser uma perfeita regra de justiça.
Como tal, foi por Deus entregue no monte Sinai em dez mandamentos e escrita em duas tábuas;
os primeiros quatro mandamentos ensinam os nossos deveres para com Deus e os outros seis os
nossos deveres para com o homem.
Ref. Tiago 1:25 e 2:8, 10; Deut. 5:32, e 10:4; Mat. 22:37-40.
III. Além dessa lei, geralmente chamada lei moral, foi Deus servido dar ao seu povo de
Israel, considerado uma igreja sob a sua tutela, leis cerimoniais que contêm diversas ordenanças
típicas. Essas leis, que em parte se referem ao culto e prefiguram Cristo, as suas graças, os seus
atos, os seus sofrimentos e os seus benefícios, e em parte representam várias instruções de
deveres morais, estão todas abrogadas sob o Novo Testamento.
Ref. Heb.10:1; Gal. 4:1-3; Col. 2:17; Exo. 12:14; I Cor.5:7; II Cor. 6:17; Col. 2:14, 16-17; Ef.
2:15-16.
IV. A esse mesmo povo, considerado como um corpo político, Deus deu leis civis que
terminaram com aquela nacionalidade, e que agora não obrigam além do que exige a sua
eqüidade geral.
V. A lei moral obriga para sempre a todos a prestar-lhe obediência, tanto as pessoas
justificadas como as outras, e isto não somente quanto à matéria nela contida, mas também pelo
respeito à autoridade de Deus, o Criador, que a deu. Cristo, no Evangelho, não desfaz de modo
algum esta obrigação, antes a confirma.
Ref. I João 2:3-4, 7; Rom. 3:31; Tiago, 2:8, 10, 11; Rom-. 3:19- Mat. 5:18-19.
VI. Embora os verdadeiros crentes não estejam debaixo da lei como pacto de obras, para
serem por ela justificados ou condenados, contudo, ela lhes serve de grande proveito, como aos
outros; manifestando-lhes, como regra de vida, a vontade de Deus, e o dever que eles têm, ela os
dirige e os obriga a andar segundo a retidão; descobre-lhes também as pecaminosas poluções da
sua natureza, dos seus corações e das suas vidas, de maneira que eles, examinando-se por meio
dela, alcançam mais profundas convicções do pecado, maior humilhação por causa deles e
maior aversão a eles, e ao mesmo tempo lhes dá uma melhor apreciação da necessidade que têm
de Cristo e da perfeição da obediência dele. Ela é também de utilidade aos regenerados, a fim
de conter a sua corrupção, pois proíbe o pecado; as suas ameaças servem para mostrar o que
merecem os seus pecados e quais as aflições que por causa deles devem esperar nesta vida,
ainda que sejam livres da maldição ameaçada na lei. Do mesmo modo as suas promessas
mostram que Deus aprova a obediência deles e que bênção podem esperar, obedecendo, ainda
que essas bênçãos não lhes sejam devidas pela lei considerada como pacto das obras - assim o
fazer um homem o bem ou o evitar ele o mal, porque a lei anima aquilo e proibe isto, não é
prova de estar ele debaixo da lei e não debaixo da graça.
Ref. Rom. 6:14,e 8:1; Gal. 3:13; Rom. 7:12, 22, 25; Sal.119:5; I Cor. 7:19; Rom.7:7, e 3:20;
Tiago 1:23, 25; Rom. 7:9,14, 24; Gal. 3:24; Rom. 8:3-4; Rom. 7:25; Tiago 2:11; Esdras 9:13-
14; Sal. 89:30-34 e 37:11, e 19:11; Gal. 2:16; Luc. 17:10; Rom. 6:12,-14; Heb. 12:28-29; I Ped.
3:8-12; Sal. 34:12, 16.
VII. Os supracitados usos da lei não são contrários à graça do Evangelho, mas suavemente
condizem com ela, pois o Espírito de Cristo submete e habilita a vontade do homem a fazer
livre e alegremente aquilo que a vontade de Deus, revelada na lei, requer se faça.
CAPÍTULO XX
DA LIBERDADE CRISTÃ E DA LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA
I. A liberdade que Cristo, sob o Evangelho, comprou para os crentes consiste em serem eles
libertos do delito do pecado, da ira condenatória de Deus, da maldição da lei moral e em serem
livres do poder deste mundo. do cativeiro de Satanás, do domínio do pecado, do mal das
aflições, do aguilhão da morte, da vitória da sepultura e da condenação eterna: como também
em terem livre acesso a Deus, em lhe prestarem obediência, não movidos de um medo servil,
mas de amor filial e espírito voluntário. Todos estes privilégios eram comuns também aos
crentes debaixo da lei, mas sob o Evangelho, a liberdade dos cristãos está mais ampliada,
achando-se eles isentos do jugo da lei cerimonial a que estava sujeita a Igreja Judaica, e tendo
maior confiança de acesso ao trono da graça e mais abundantes comunicações do Espírito de
Deus, do que os crentes debaixo da lei ordinariamente alcançavam.
Ref. Tito 2:14; I Tess. 1: 10; Gal. 3:13; Rom. 8: 1; Gal. 1:4; At. 26:18; Rom. 6:14; I João 1:7;
Sal. 119:71; Rom. 8:28; I Cor, 15:54-57; Rom. 5l: 1-2; Ef. 2:18 e 3:12; Heb. 10: 19; Rom. 8:14.
15; Gal. 6:6; I João 6:18; Gal. 3:9, 14, e 5: 1; At. 15: 10; Heb. 4:14, 16, e 10: 19-22; João 7:38-
39; Rom. 5:5.
II. Só Deus é senhor da consciência, e ele deixou livre das doutrinas e mandamentos humanos
que em qualquer coisa, sejam contrários à sua palavra ou que, em matéria de fé ou de culto
estejam fora dela. Assim crer tais doutrinas ou obedecer a tais mandamentos como coisa de
consciência é trair a verdadeira liberdade de consciência; e requerer para elas fé implícita e
obediência cega e absoluta é destruir a liberdade de consciência e a mesma razão.
Ref. Rom. 14:4, 10; Tiago 4:12; At. 4:19, e 5:29; Mat. 28:8-10; Col. 2:20-23; Gal. 1: 10, e
2:4-5, e 4:9-10, e 5: 1;. Rom, 14:23; At. 17:11; João 4:22; Jer. 8:9; I Ped. 3: 15.
III. Aqueles que, sob o pretexto de liberdade cristã, cometem qualquer pecado ou toleram
qualquer concupiscência, destroem por isso mesmo o fim da liberdade cristã; o fim da liberdade
é que, sendo livres das mãos dos nossos inimigos, sem medo sirvamos ao Senhor em santidade e
justiça, diante dele todos os dias da nossa vida.
Ref. Luc. 1:74-75; Rom. 6:15; Gal. 5:13; I Ped. 2:16; II Ped. 3: 15.
IV. Visto que os poderes que Deus ordenou, e a liberdade que Cristo comprou, não foram
por Deus designados para destruir, mas para que mutuamente nos apoiemos e preservemos uns
aos outros, resistem à ordenança de Deus os que, sob pretexto de liberdade cristã, se opõem a
qualquer poder legítimo, civil ou religioso, ou ao exercício dele. Se publicarem opiniões ou
mantiverem práticas contrárias à luz da natureza ou aos reconhecidos princípios do Cristianismo
concernentes à fé, ao culto ou ao procedimento; se publicarem opiniões, ou mantiverem práticas
contrárias ao poder da piedade ou que, por sua própria natureza ou pelo modo de publicá-las e
mantê-las, são destrutivas da paz externa da Igreja e da ordem que Cristo estabeleceu nela,
podem, de justiça ser processados e visitados com as censuras eclesiásticas.
Ref. I Ped. 2:13-16; Heb. 13:17; Mat. 18:15-17; II Tess.3:14; Tito3:10; I Cor. 5:11-13; Rom.
16:17; II Tess. 3:6.
CAPÍTULO XXI
DO CULTO RELIGIOSO E DO DOMINGO
I. A luz da natureza mostra que há um Deus que tem domínio e soberania sobre tudo, que é
bom e faz bem a todos, e que, portanto, deve ser temido, amado, louvado, invocado, crido e
servido de todo o coração, de toda a alma e de toda a força; mas o modo aceitável de adorar o
verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e tão limitado pela sua vontade revelada, que não
deve ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem
sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas
Escrituras.
Ref. Rom. 1:20; Sal. 119:68, e 31:33; At. 14:17; Deut. 12:32; Mat. I5:9, e 4:9, 10; João 4:3,
24; Exo. 20:4-6.
II. O culto religioso deve ser prestado a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo - e só a ele;
não deve ser prestado nem aos anjos, nem aos santos, nem a qualquer outra criatura; nem,
depois da queda, deve ser prestado a Deus pela mediação de qualquer outro senão Cristo.
Ref. João 5:23; Mat. 28:19; II Cor. 13:14; Col. 2:18; Apoc 19:10; Rom. l:25; João 14:6; I
Tim. 2:5; Ef. 2:18; Col. 3:17.
III. A oração com ações de graças, sendo uma parte especial do culto religioso, é por Deus
exigida de todos os homens; e, para que seja aceita, deve ser feita em o nome do Filho, pelo
auxílio do seu Espírito, segundo a sua vontade, e isto com inteligência, reverência, humildade,
fervor, fé, amor e perseverança. Se for vocal, deve ser proferida em uma língua conhecida dos
circunstantes.
Ref. Fil. 4:6; I Tim. 2:1; Col. 4:2; Sal. 65:2, e 67:3; I Tess. 5:17-18; João 14:13-14; I Ped.
2:5; Rom. 8:26; Ef. 6:8; João 5:14; Sal. 47:7; Heb. 12:28; Gen. 18:27; Tiago 5:16; Ef. 6:18; I
Cor. 14:14.
IV. A oração deve ser feita por coisas lícitas e por todas as classes de homens que existem
atualmente ou que existirão no futuro; mas não pelos mortos, nem por aqueles que se saiba
terem cometido o pecado para a morte.
Ref. Mat. 26:42; I Tim. 2:1-2; João 17:20; II Sam. 7:29, e 12:21-23; Luc. 16:25-26; I João 5:
16.
Ref. At. 15:21; Apoc. 1:3; II Tim. 4:2; Tiago 1:22: At. 10:33; Heb. 4:2; Col. 3:16; Ef. 5:19;
Tiago 5:13; At. 16:25; Mat. 28:19; At. 2:42; Deut. 6:13; Ne. 10:29; Ec. 5:4-5; Joel 2:12; Mat.
9:15.
VI. Agora, sob o Evangelho, nem a oração, nem qualquer outro ato do culto religioso é
restrito a um certo lugar, nem se torna mais aceito por causa do lugar em que se ofereça ou para
o qual se dirija, mas, Deus deve ser adorado em todo o lugar, em espírito e verdade - tanto em
famílias diariamente e em secreto, estando cada um sozinho, como também mais solenemente
em assembléias públicas, que não devem ser descuidosas, nem voluntariamente desprezadas
nem abandonadas, sempre que Deus, pela sua providência, proporciona ocasião.
Ref. João 5:21; Mal. 1:11; I Tim. 2:8; João 4:23-24; Jer. 10: 25; Jó 1:5; II Sam. 6:18-20;
Deut. 6:6-7; Mat. 6: 11, e 6:6; Isa. 56:7; Heb. 10:25; Prov. 5:34; At. 2:42.
VII. Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção do tempo seja destinada ao
culto de Deus, assim também em sua palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo,
preceito que obriga a todos os homens em todos os séculos, Deus designou particularmente um
dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por Ele; desde o princípio do mundo, até
a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último da semana; e desde a ressurreição de Cristo foi
mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado Domingo, ou dia do
Senhor, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão.
Ref. Exo. 20:8-11; Gen. 2:3; I Cor. 16:1-2; At. 20:7; Apoc.1:10; Mat. 5: 17-18.
VIII. Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado
os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante
todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos
seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em
exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia.
CAPÍTULO XXII
DOS JURAMENTOS LEGAIS E DOS VOTOS
I. O Juramento, quando lícito, é uma parte do culto religioso pelo qual o crente, em ocasiões
necessárias e com toda a solenidade, chama a Deus por testemunha do que assevera ou promete;
pelo juramento ele invoca a Deus para julgá-lo segundo a verdade ou falsidade do que jura.
Ref. Deut. 10:20; Exo..20:7; Lev. 19:12; II Cor. 1:23; II Cron. 6:22-23.
II. O único nome pelo qual se deve jurar é o nome de Deus, nome que se pronunciará com
todo o santo temor e reverência; jurar, pois, falsa ou temerariamente por este glorioso e
tremendo nome ou jurar por qualquer outra coisa é pecaminoso e abominável, contudo, como
em assuntos de gravidade e importância o juramento é autorizado pela palavra de Deus, tanto
sob o Novo Testamento como sob o Velho, o juramento, sendo exigido pela autoridade legal,
deve ser prestado com referência a tais assuntos.
Ref. Deut. 6:13; Jer. 5:7; Mat. 5:34,.37; Tiago 5:12; Heb. 6:16; I Reis 5:31; Esdras 10:5.
III. Quem vai prestar um juramento deve considerar refletidamente a gravidade de ato tão
solene e nada afirmar de cuja verdade não esteja plenamente persuadido, obrigando-se tão
somente por aquilo que é justo e bom e que tem como tal, e por aquilo que pode e está resolvido
a cumprir. É, porém, pecado recusar prestar juramento concernente a qualquer coisa justa e boa,
sendo ele exigido pela autoridade legal.
IV. O juramento deve ser prestado conforme o sentido claro e óbvio das palavras, sem
equívoco ou restrição mental. Não pode obrigar a pecar, mas sendo prestado com referência a
qualquer coisa não pecaminosa, obriga ao cumprimento, mesmo com prejuízo de quem jura.
Não deve ser violado, ainda que feito a hereges ou infiéis.
V. O voto é da mesma natureza que o juramento promissório; deve ser feito com o mesmo
cuidado religioso e cumprindo com igual fidelidade.
VI. O voto não deve ser feito a criatura alguma, mas somente a Deus; para que seja
aceitável, deve ser feito voluntariamente, com fé e consciência de dever, em reconhecimento de
misericórdias recebidas ou para obter o que desejamos. Pelo voto obrigamo-nos mais
restritamente aos deveres necessários ou a outras coisas, até onde ou quando elas conduzirem a
esses deveres.
VII. Ninguém deve prometer fazer coisa alguma que seja proibida na palavra de Deus ou que
embarace o cumprimento de qualquer dever nela ordenado, nem o que não está em seu poder
cumprir e para cuja execução não tenha promessa ou poder de Deus; por isso os votos
monásticos que os papistas fazem do celibato perpétuo, pobreza voluntária e obediência regular,
em vez de serem graus de maior perfeição, não passam de laços supersticiosos e iníquos com os
quais nenhum cristão deve embaraçar-se.
Ref. At. 23:12; Mar. 6:26; I Cor. 2:9; Ef. 4:28; I Tess. 4:11-12; I Cor. 7:23.
CAPÍTULO XXIII
DO MAGISTRADO CIVIL
I. Deus, o Senhor Supremo e Rei de todo o mundo, para a sua glória e para o bem público,
constituiu sobre o povo magistrados civis que lhe são sujeitos, e a este fim, os armou com o
poder da espada para defesa e incentivo dos bons e castigo dos malfeitores.
II. Aos cristãos é licito aceitar e exercer o ofício de magistrado, sendo para ele chamado; e
em sua administração, como devem especialmente manter a piedade, a justiça, e a paz segundo
as leis salutares de cada Estado, eles, sob a dispensação do Novo Testamento e para conseguir
esse fim, podem licitamente fazer guerra, havendo ocasiões justas e necessárias.
Ref. Prov. 8:15-16; Sal. 82:3-4; II Sam. 23:3; Luc. 3:14; Mat. 8:9-10; Rom. 13:4.
III. Os magistrados civis não podem tomar sobre si a administração da palavra e dos
sacramentos ou o poder das chaves do Reino do Céu, nem de modo algum intervir em matéria
de fé; contudo, como pais solícitos, devem proteger a Igreja do nosso comum Senhor, sem dar
preferência a qualquer denominação cristã sobre as outras, para que todos os eclesiásticos sem
distinção gozem plena, livre e indisputada liberdade de cumprir todas as partes das suas
sagradas funções, sem violência ou perigo. Como Jesus Cristo constituiu em sua Igreja um
governo regular e uma disciplina, nenhuma lei de qualquer Estado deve proibir, impedir ou
embaraçar o seu devido exercício entre os membros voluntários de qualquer denominação
cristã, segundo a profissão e crença de cada uma. E é dever dos magistrados civis proteger a
pessoa e o bom nome de cada um dos seus jurisdicionados, de modo que a ninguém seja
permitido, sob pretexto de religião ou de incredulidade, ofender, perseguir, maltratar ou injuriar
qualquer outra pessoa; e bem assim providenciar para que todas as assembléias religiosas e
eclesiásticas possam reunir-se sem ser perturbadas ou molestadas.
Ref. Heb. 5:4; II Cron. 26:18; Mat. 16:19; I Cor. 4:1-2; João 15:36; At. 5:29; Ef. 4:11-12;
Isa. 49:23; Sal. 105:15; 11 Sam.23:3.
IV. É dever do povo orar pelos magistrados, honrar as suas pessoas, pagar-lhes tributos e
outros impostos, obedecer às suas ordens legais e sujeitar-se à sua autoridade, e tudo isto por
amor da consciência. Incredulidade ou indiferença de religião não anula a justa e legal
autoridade do magistrado, nem absolve o povo da obediência que lhe deve, obediência de que
não estão isentos os eclesiásticos. O papa não tem nenhum poder ou jurisdição sobre os
magistrados dentro dos domínios deles ou sobre qualquer um do seu povo; e muito menos tem o
poder de privá-los dos seus domínios ou vidas, por julgá-los hereges ou sob qualquer outro
pretexto.
Ref. I Tim. 2:1-3; II Ped. 2:17; Mat. 22:21; Rom. 13:2-7, e 13:5; Tito 3:1; I Ped. 2:13-14, 16;
Rom. 13:1; At. 25:10-11; II Tim. 2:24; I Ped. 5:3.
CAPÍTULO XXIV
DO MATRIMÔNIO E DO DIVÓRCIO
I. O casamento deve ser entre um homem e uma mulher; ao homem não é licito ter mais de urna
mulher nem à mulher mais de um marido, ao mesmo tempo.
II. O matrimônio foi ordenado para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da
raça humana por uma sucessão legítima e da Igreja por uma semente santa, e para impedir a
impureza.
III. A todos os que são capazes de dar um consentimento ajuizado, é lícito casar; mas é
dever dos cristãos casar somente no Senhor; portanto, os que professam a verdadeira religião
reformada não devem casar-se com infiéis, papistas ou outros idólatras; nem devem os piedosos
prender-se desigualmente pelo jugo do casamento aos que são notoriamente ímpios em suas
vidas ou que mantém heresias perniciosas.
Ref. Heb. 13:4; I Tim. 4:3; Gen.24:57-58; I Cor. 7:39; II Cor. 6:14.
IV. Não devem casar-se as pessoas entre as quais existem os graus de consagüinidade ou
afinidade proibidos na palavra de Deus, tais casamentos incestuosos jamais poderão tornar-se
lícitos pelas leis humanas ou consentimento das partes, de modo a poderem coabitar como
marido e mulher.
VI. Posto que a corrupção do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a fim de
indevidamente separar aqueles que Deus uniu em matrimônio, contudo só é causa suficiente
para dissolver os laços do matrimônio o adultério ou uma deserção tão obstinada que não possa
ser remediada nem pela Igreja nem pelo magistrado civil; para a dissolução do matrimônio é
necessário haver um processo público e regular. não se devendo deixar ao arbítrio e discreção
das partes o decidirem seu próprio caso.
CAPÍTULO XXV
DA IGREJA
I. A Igreja Católica ou Universal, que é invisível, consta do número total dos eleitos que já
foram, dos que agora são e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, seu cabeça;
ela é a esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas.
II. A Igreja Visível, que também é católica ou universal sob o Evangelho (não sendo restrita a
uma nação, como antes sob a Lei) consta de todos aqueles que pelo mundo inteiro professam a
verdadeira religião, juntamente com seus filhos; é o Reino do Senhor Jesus, a casa e família de
Deus, fora da qual não há possibilidade ordinária de salvação.
Ref. I Cor. 1:2, e 12:12-13,; Sal .2:8; I Cor. 7 :14; At. 2:39; Gen. 17:7; Rom. 9:16; Mat. 13:3
Col. 1:13; Ef. 2:19, e 3:15; Mat. 10:32-33; At. 2:47.
III. A esta Igreja Católica Visível Cristo deu o ministério, os oráculos e as ordenanças de
Deus, para congregamento e aperfeiçoamento dos santos nesta vida, até o fim do mundo, e pela
sua própria presença e pelo seu Espírito, os torna eficazes para esse fim, segundo a sua
promessa.
IV. Esta Igreja Católica tem sido ora mais, ora menos visível. As igrejas particulares, que
são membros dela, são mais ou menos puras conforme neles é, com mais ou menos pureza,
ensinado e abraçado o Evangelho, administradas as ordenanças e celebrado o culto público.
V. AS igrejas mais puras debaixo do céu estão sujeitas à mistura e ao erro; algumas têm
degenerado ao ponto de não serem mais igrejas de Cristo, mas sinagogas de Satanás; não
obstante, haverá sempre sobre a terra uma igreja para adorar a Deus segundo a vontade dele
mesmo.
Ref. I Cor. 1:2, e 13:12; Mat. 13:24-30, 47; Rom. 11.20-22; Apoc. 2:9; Mat. 16:18.
VI. Não há outro Cabeça da Igreja senão o Senhor Jesus Cristo; em sentido algum pode ser
o Papa de Roma o cabeça dela, mas ele é aquele anticristo, aquele homem do pecado e filho da
perdição que se exalta na Igreja contra Cristo e contra tudo o que se chama Deus.
Ref. Col. 1:18; Ef. 1:22; Mat. 23:8-10; I Ped. 5:2-4; II Tess. 2:3-4.
CAPÍTULO XXVI
DA COMUNHÃO DOS SANTOS
I. Todos os santos que pelo seu Espírito e pela fé estão unidos a Jesus Cristo, seu Cabeça,
têm com Ele comunhão nas suas graças, nos seus sofrimentos, na sua morte, na sua ressurreição
e na sua glória, e, estando unidos uns aos outros no amor, participam dos mesmos dons e graças
e estão obrigados ao cumprimento dos deveres públicos e particulares que contribuem para o
seu mútuo proveito, tanto no homem interior como no exterior.
Ref. I João 1:3; Ef. 3:16-17; João 1:16; Fil. 3:10; Rom. 6:56, e8:17; Ef. 4:15-16; I Tess.5:11,
14; Gal. 6:10.
II. Os santos são, pela sua profissão, obrigados a manter uma santa sociedade e comunhão
no culto de Deus e na observância de outros serviços espirituais que tendam à sua mútua
edificação, bem como a socorrer uns aos outros em coisas materiais, segundo as suas respectivas
necessidades e meios; esta comunhão, conforme Deus oferecer ocasião, deve estender-se a todos
aqueles que em qualquer lugar, invocam o nome do Senhor Jesus.
III. Esta comunhão que os santos têm com Cristo não os torna de modo algum participantes
da substância da sua Divindade, nem iguais a Cristo em qualquer respeito; afirmar uma ou outra
coisa, é ímpio e blasfemo. A sua comunhão de uns com os outros não destrói, nem de modo
algum enfraquece o título ou domínio que cada homem tem sobre os seus bens e possessões.
CAPÍTULO XXVII
DOS SACRAMENTOS
Ref. Ron. 6:11; Gen. 17:7-10; Mat. 28:19; I Cor. ll:23, e 10:16, e 11:25-26; Exo. 12:48; I Cor.
10:21; Rom. 6:3-4; I Cor. 10:2-16.
II. Em todo o sacramento há uma relação espiritual ou união sacramental entre o sinal e a
coisa significada, e por isso os nomes e efeitos de um são atribuídos ao outro.
III. A graça significada nos sacramentos ou por meio deles, quando devidamente usados,
não é conferida por qualquer, poder neles existentes; nem a eficácia deles depende da piedade
ou intenção de quem os administra, mas da obra do Espírito e da palavra da instituição, a qual,
juntamente com o preceito que autoriza o uso deles, contém uma promessa de benefício aos que
dignamente o recebem.
Ref. Rom. 2:28-29; I Ped. 3:21; Mat. 3:11; I Cor. 12:13; Luc. 22:19-20; I Cor. 11:26.
IV. Há só dois sacramentos ordenados por Cristo, nosso Senhor, no Evangelho - O Batismo
e a Santa Ceia; nenhum destes sacramentos deve ser administrado senão pelos ministros da
palavra legalmente ordenados.
CAPÍTULO XXVIII
DO BATISMO
I. O batismo é um sacramento do Novo Testamento, instituído por Jesus Cristo, não só para
solenemente admitir na Igreja a pessoa batizada, mas também para servir-lhe de sinal e selo do
pacto da graça, de sua união com Cristo, da regeneração, da remissão dos pecados e também da
sua consagração a Deus por Jesus Cristo a fim de andar em novidade de vida. Este sacramento,
segundo a ordenação de Cristo, há de continuar em sua Igreja até ao fim do mundo.
Ref. Mat. 28:19; I,Cor. 12:13; Rom. 4:11; Col. 2:11-12; Gal. 3:27; Tito 3:5; Mar. 1:4; At.
2:38; Rom. 6:3-4; Mat. 28:19-20.
II. O elemento exterior usado neste sacramento, é água com a qual um ministro do
Evangelho, legalmente ordenado, deve batizar o candidato em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo.
III. Não é necessário imergir na água o candidato, mas o batismo é devidamente administrado
por efusão ou aspersão.
IV. Não só os que professam a sua fé em Cristo e obediência a Ele, mas os filhos de pais
crentes (embora só um deles o seja) devem ser batizados.
Ref. At. 9:18; Gen. 17:7, 9; Gal. 3:9, 14; Rom. 4:11-12; At. 2:38-39.
V. Posto que seja grande pecado desprezar ou negligenciar esta ordenança, contudo, a
graça e a salvação não se acham tão inseparavelmente ligadas com ela, que sem ela ninguém
possa ser regenerado e salvo os que sejam indubitavelmente regenerados todos os que são
batizados.
Ref. Luc.7:30; Exo. 4:24-26; Deut. 28:9; Rom. 4:11; At. 8:13, 23.
VI. A eficácia do batismo não se limita ao momento em que é administrado; contudo, pelo
devido uso desta ordenança, a graça prometida é não somente oferecida, mas realmente
manifestada e conferida pelo Espírito Santo àqueles a quem ele pertence, adultos ou crianças,
segundo o conselho da vontade de Deus, em seu tempo apropriado.
VII. O sacramento do batismo deve ser administrado uma só vez a uma mesma pessoa.
CAPÍTULO XXIX
DA CEIA DO SENHOR
I . Na noite em que foi traído, nosso Senhor Jesus instituiu o sacramento do seu corpo e
sangue, chamado Ceia do Senhor, para ser observado em sua Igreja até ao Fim do mundo, a fim
de lembrar perpetuamente o sacrifício que em sua morte Ele fez de si mesmo; selar aos
verdadeiros crentes os benefícios provenientes. desse sacrifício para o seu nutrimento espiritual
e crescimento nele e a sua obrigação de cumprir todos os seus deveres para com Ele; e ser um
vínculo e penhor da sua comunhão com Ele e de uns com os outros, como membros do seu
corpo místico.
II. Neste sacramento não se oferece Cristo a seu Pai, nem de modo algum se faz um sacrifício
pela remissão dos pecados dos vivos ou dos mortos, mas se faz uma comemoração daquele
único sacrifício que Ele fez de si mesmo na cruz, uma só vez, e por meio dele uma oblação de
todo o louvor a Deus; assim o chamado sacrifício papal da missa é sobremodo ofensivo ao
único sacrifício de Cristo, o qual é a única propiciação por todos os pecados dos eleitos.
Ref. Heb. 9:22, 25-26, 28; Mat. 26:26-27; Luc. 22:19-20; Heb. 7:23-24, 27, e 10:11-12, 14, 18.
III. Nesta ordenança o Senhor Jesus constituiu seus ministros para declarar ao povo a sua
palavra de instituição, orar, abençoar os elementos, pão e vinho, e assim separá-los do comum
para um uso sagrado, tomar e partir o pão, tomar o cálice dele participando também e dar ambos
os elementos aos comungantes e tão somente aos que se acharem presentes na congregação.
IV. A missa ou recepção do sacramento por um só sacerdote ou por uma só pessoa, bem como
a negação do cálice ao povo, a adoração dos elementos, a elevação ou procissão deles para
serem adorados e a sua conservação para qualquer uso religioso, são coisas contrárias à natureza
deste sacramento e à instituição de Cristo.
VII. Os que comungam dignamente, participando exteriormente dos elementos visíveis deste
sacramento, também recebem intimamente, pela fé, a Cristo Crucificado e todos os benefícios
da sua morte, e nele se alimentam, não carnal ou corporalmente, mas real, verdadeira e
espiritualmente, não estando o corpo e o sangue de Cristo, corporal ou carnalmente nos
elementos pão e vinho, nem com eles ou sob eles, mas espiritual e realmente presentes à fé dos
crentes nessa ordenança, como estão os próprios elementos aos seus sentidos corporais.
VIII. Ainda que os ignorantes e os ímpios recebam os elementos visíveis deste sacramento,
não recebem a coisa por eles significada, mas, pela sua indigna participação, tornam-se réus do
corpo e do sangue do Senhor para a sua própria condenação; portanto eles como são indignos de
gozar comunhão com o Senhor, são também indignos da sua mesa, e não podem, sem grande
pecado contra Cristo, participar destes santos mistérios nem a eles ser admitidos, enquanto
permanecerem nesse estado.
Ref. I Cor. 11:27, 29, e 10:21; II Cor. 6:14-16; I Cor. 5:6-7, 13; II Tess. 3:6, 14-15; Mat. 7:6.
CAPÍTULO XXX
DAS CENSURAS ECLESIÁSTICAS
I. O Senhor Jesus, como Rei e Cabeça da sua Igreja, nela instituiu um governo nas mãos
dos oficiais dela; governo distinto da magistratura civil.
Ref. Isa. 9:6-7; I Tim. 5:17; I Tess. 5:12; At. 20:17, 28; I Cor. 12:28.
II. A esses oficiais estão entregues as chaves do Reino do Céu. Em virtude disso eles têm
respectivamente o poder de reter ou remitir pecados; fechar esse reino a impenitentes, tanto pela
palavra como pelas censuras; abri-lo aos pecadores penitentes, pelo ministério do Evangelho e
pela absolvição das censuras, quando as circunstâncias o exigirem.
Ref.Mat.l6:19,e18:17-18;João 20:21-23;IICor.2:6-8.
III. As censuras eclesiásticas são necessárias para chamar e ganhar para Cristo os irmãos
ofensores para impedir que outros pratiquem ofensas semelhantes, para purgar o velho fermento
que poderia corromper a massa inteira, para vindicar a honra de Cristo e a santa profissão do
Evangelho e para evitar a ira de Deus, a qual com justiça poderia cair sobre a Igreja, se ela
permitisse que o pacto divino e os seios dele fossem profanados por ofensores notórios e
obstinados.
IV. Para melhor conseguir estes fins, os oficiais da Igreja devem proceder na seguinte
ordem, segundo a natureza do crime e demérito da pessoa: repreensão, suspensão do sacramento
da Ceia do Senhor e exclusão da Igreja.
CAPÍTULO XXXI
DOS SÍNODOS E CONCÍLIOS
III. Todos os sínodos e concílios, desde os tempos dos apóstolos, quer gerais quer
particulares, podem errar, e muitos têm errado; eles, portanto, não devem constituir regra de fé e
prática, mas podem ser usados como auxílio em uma e outra coisa.
CAPÍTULO XXXII
DO ESTADO DO HOMEM DEPOIS DA MORTE E DA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
Ref. Gen. 3:19; At. 13:36; Luc. 23:43; Ec. 12:7; Apoc. 7:4, 15; II Cor. 5: 1, 8; Fil. 1:23; At.
3:21; Ef. 4:10; Rom. 5:23; Luc. 16:25-24.
II. No último dia, os que estiverem vivos não morrerão, mas serão mudados; todos os
mortos serão ressuscitados com os seus mesmos corpos e não outros, posto que com qualidades
diferentes, e ficarão reunidos às suas almas para sempre.
III. Os corpos dos injustos serão pelo poder de Cristo ressuscitados para a desonra, os
corpos dos justos serão pelo seu Espírito ressuscitados para a honra e para serem semelhantes ao
próprio corpo glorioso dele.
CAPÍTULO XXXIII
DO JUIZO FINAL
I. Deus já determinou um dia em que, segundo a justiça, há de julgar o mundo por Jesus
Cristo, a quem foram pelo Pai entregues o poder e o juízo. Nesse dia não somente serão
julgados os anjos apóstatas, mas também todas as pessoas que tiverem vivido sobre a terra
comparecerão ante o tribunal de Cristo, a fim de darem conta dos seus pensamentos, palavras e
obras, e receberem o galardão segundo o que tiverem feito, bom ou mau, estando no corpo.
Ref. At. 17:31 ; João 5:22, 27; Judas 6; II Ped. 2:4; II Cor.5:10; Ec. 12:14; Rom. 2:16, e
14:10, 12; Mat. 12:36-37.
II. O fim que Deus tem em vista, determinando esse dia, é manifestar a sua glória - a glória
da sua misericórdia na salvação dos eleitos e a glória da sua justiça na condenação dos réprobos,
que são injustos e desobedientes. Os justos irão então para a vida eterna e receberão aquela
plenitude de gozo e alegria procedente da presença do Senhor; mas os ímpios, que não
conhecem a Deus nem obedecem ao Evangelho de Jesus Cristo, serão lançados nos eternos
tormentos e punidos com a destruição eterna proveniente da presença do Senhor e da glória do
seu poder.
Ref. Rom. 9:23; Mat. 2.5:21; Rom. 2:5-6; II Tess. 1:7-8; Mat. 25:31-34; At. 3:19.
III. Assim como Cristo, para afastar os homens do pecado e para maior consolação dos
justos nas suas adversidades, quer que estejamos firmemente convencidos de que haverá um dia
de juízo, assim também quer que esse dia não seja conhecido dos homens, a fim de que eles se
despojem de toda confiança carnal, sejam sempre vigilantes, não sabendo a que hora virá o
Senhor, e estejam prontos para dizer - "Vem logo, Senhor Jesus". Amém.
Ref. II Ped. 3:11, 14; II Cor. 5:11; II Tess. 1:5-7; Luc. 21:27-28; Mat. 24:36, 42-44; Mar.
13:35-37; Luc. 12:35-36; Apoc. 22:20.
CAPÍTULO XXXIV
DO ESPÍRITO SANTO
II. É Ele o Senhor e Doador da vida, presente em toda parte na natureza, e é a fonte de
todos os pensamentos bons, desejos puros e conselhos santos que se encontram nos homens.
Por Ele os Profetas foram levados a falar a Palavra de Deus, e todos os autores da Sagrada
Escritura foram inspirados a registrar de um modo infalível a disposição e a vontade de Deus.
A dispensação do Evangelho foi-lhe entregue de um modo especial. O Espírito Santo prepara o
caminho para o Evangelho, acompanhado com seu poder persuasivo e recomenda a sua
mensagem à razão e à consciência dos homens, de maneira que os que rejeitam a oferta
misericordiosa, ficam não somente sem desculpa, mas também culpados de terem resistido ao
Espírito Santo.
Ref. Rom. 8:2; Gn.1:2; Sl.139:7; Jo.16:13,14; II Pe. 1:19-21; Jo. 14:16 e 16:7-11; At.7:51-53.
III. O Espírito Santo, o qual o Pai prontamente dá a todos os que Lho pedirem, é o único
agente eficaz na aplicação da redenção. Ele convence os homens do pecado, leva-os ao
arrependimento, regenera-os pela sua graça e persuade-os e habilita-os a abraçar a Jesus Cristo
pela fé. Ele une todos os crentes a Cristo, habita neles como seu Consolador e Santificador, dá-
lhes o espírito de adoção e de oração, e cumpre neles todos os graciosos ofícios pelos quais eles
são santificados e selados até o dia da redenção.
IV Pela presença do Espírito Santo nos seus corações, todos os crentes, estando
intimamente unidos a Cristo, a Cabeça, estão assim unidos uns aos outros na Igreja, que é o seu
corpo. Ele chama e unge os ministros para o seu santo ofício, prepara todos os outros oficiais
na Igreja para o seu trabalho especial e concede vários dons e graças aos demais membros. Ele
torna eficazes a Palavra e as ordenanças do Evangelho. Por Ele a Igreja será preservada e
aumentada até cobrir a face da terra, será purificada e, afinal, tornada perfeitamente santa na
presença de Deus.
Ref. Ef.1:22,23; At.20:28; I Cor.12:11; Ef.5:27.
CAPÍTULO XXXV
DO AMOR DE DEUS E DAS MISSÕES
I Em seu amor infinito e perfeito - e tendo provido no pacto da graça, pela mediação e
sacrifício do Senhor Jesus Cristo, um caminho de vida e salvação suficiente e adaptado a toda a
raça humana decaída como está - Deus determinou que a todos os homens esta salvação de
graça seja anunciada no Evangelho.
II. No Evangelho Deus proclama o seu amor ao mundo, revela clara e plenamente o único
caminho da salvação, assegura vida eterna a todos quantos verdadeiramente se arrependem e
crêem em Cristo, e ordena que esta salvação seja anunciada a todos os homens, a fim de que
conheçam a misericórdia oferecida e, pela ação do Seu Espírito, a aceitem como dádiva da
graça.
III. As Escrituras nos asseguram que os que ouvem o Evangelho e aceitam imediatamente
os seus misericordiosos oferecimentos, gozam os eternos benefícios da salvação: porém, os que
continuam impenitentes e incrédulos agravam a sua falta e são os únicos culpados pela sua
perdição.
IV. Visto não haver outro caminho de salvação a não ser o revelado no Evangelho e visto
que, conforme o usual método de graça divinamente estabelecido, a fé vem pelo ouvido que
atende à Palavra de Deus, Cristo comissionou a sua Igreja para ir por todo o mundo e ensinar a
todas as nações. Todos os crentes, portanto, têm por obrigação sustentar as ordenanças
religiosas onde já estiverem estabelecidas e contribuir, por meio de suas orações e ofertas e por
seus esforços, para a dilatação do Reino de Cristo por todo o mundo.
Desde Julho de 1643 até Fevereiro de 1649, reuniu-se em uma das salas da Abadia de
Westminster, na cidade de Londres, o Concílio conhecido na história pelo nome de Assembléia
de Westminster. Este Concílio foi convocado pelo Parlamento Inglês, para preparar uma nova
base de doutrina e forma de culto e governo eclesiástico que devia servir para a Igreja do Estado
nos Três Reinos.
Em um sentido, a ocasião não foi propícia. Já começara a luta entre o Parlamento e o
rei Carlos I, e durante as sessões do Concílio o país foi agitado pela revolução em que o rei
perdeu a vida e Cromwell tomou as rédeas do governo. Em outro sentido, a ocasião foi
oportuna. Os teólogos mais eruditos daquele tempo tomaram parte nos trabalhos da
Assembléia. A Confissão de Fé e os Catecismos foram discutidos ponto por ponto,
aproveitando-se o que havia de melhor nas Confissões já formuladas, e o resultado foi a
organização de um sistema de doutrina cristã baseado na Escritura e notável pela sua coerência
em todas as suas partes.
O Parlamento não conseguiu o que almejava quando nomeou os membros do Concílio.
A Confissão de Pé foi aprovada, mas apenas poucos meses a Igreja Presbiteriana foi
nominalmente a Igreja do Estado na Inglaterra.
A Confissão de Westminster foi a última das confissões formuladas durante o período
da Reforma. Até agora tem havido na história da Igreja somente dois períodos que se
distinguiram pelo número de credos ou confissões que neles foram produzidos. O primeiro
pertence aos séculos IV e V, que produziram os credos formulados pelos concílios ecumênicos
de Nicéia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia; o segundo sincroniza com o período da
Reforma. Os símbolos do primeiro período chamam-se "credos", os do segundo "confissões".
Uma comparação entre o Credo dos Apóstolos, por exemplo, e a Confissão de Westminster
mostrará a diferença. O Credo é a fórmula de uma fé pessoal e principia com a palavra "Creio".
A Confissão de Fé de Westminster segue o plano adotado no tempo da Reforma, é mais
elaborada e apresenta um pequeno sistema de teologia. Esse sistema é conhecido pelo nome de
Calvinismo, por ser o que João Calvino ensinou, e foi aceito pelas Igrejas Reformadas, que
diferiam das Luteranas.
A utilidade de uma Confissão de Fé evidenciou-se na história das Igrejas Reformadas
ou Presbiterianas. Sendo a Confissão de Westminster a mais perfeita que elas têm podido
formular, serve de laço de união e estreita as relações entre os presbiterianos de todo o mundo.
Os Catecismos especialmente têm servido para doutrinar a mocidade nas puras verdades do
Evangelho.
No tempo em que se reuniu a Assembléia, e por muito tempo antes, todos sustentavam a
necessidade da união da Igreja e do Estado, e originalmente havia no Capítulo que trata do
Magistrado Civil uma seção ensinando essa necessidade.
Ao formar-se a Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos da América do Norte, em 1788,
essa seção foi omitida, pois ali quase todos entendiam que a Igreja devia estar livre de toda
união com o Estado, sendo ambos livres e independentes na esfera que lhes pertence.
Em 1887, ou quase cem anos mais tarde, a Igreja geralmente chamada Igreja do Norte
eliminou a última parte da Seção IV do Capítulo XXIV, que dizia:
"O viúvo não pode desposar nenhuma parente carnal de sua mulher nos graus de parentesco
em que não possa desposar uma das suas próprias parentes, nem a viúva poderá casar-se com
um parente carnal de seu marido nos graus de parentesco em que não possa casar-se com um de
seus próprios parentes".
O Sínodo do Brasil organizado em 1888, fez igual eliminação.
No ano 1903 a mesma Igreja do Norte dos Estados Unidos fez outras emendas mais
importantes que, por serem de interesse geral, ficam aqui registradas. As duas Seções que
foram modificadas, rezam do modo seguinte:
Nosso Senhor Jesus Cristo é o único Cabeça da Igreja, e a pretensão de qualquer homem ser
vigário de Cristo e cabeça da Igreja, é contrária à Escritura nem tem base alguma na História e é
uma usurpação que desonra a nosso Senhor Jesus Cristo.
Também foram acrescentados mais dois Capítulos à Confissão de Fé, que são os seguintes: