ZÉMOR, P.A Comunicação Pública. In. SILVA, PDF
ZÉMOR, P.A Comunicação Pública. In. SILVA, PDF
ZÉMOR, P.A Comunicação Pública. In. SILVA, PDF
)
ELISABETH BRANDÃO
EM HELOIZA MATOS
JORGE DUARTE
COMU�ICAÇÃO VÚULICA PIÉRRE ZÉMOR
bém a da comunicação do debate público que acom que concorrem para a entropia da Comunicação Pú
panha as tomadas de decisão ou que pertencem à blica. Em contrapartida, uma condição favorável seria
prática política. simplificar os procedimentos para poder tornar claros
os dados e informações que são levados ao púb lico.
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as tarefas de definir ou atualizar o planejamento glo
A terceira face da política institucional é sua
bal de ações de um ministério ou de uma cidade, em
face quase oculta mas essencial na medida em que
qualquer caso a comunicação tem um lugar essencial condiciona a missão e a estrutura : trata-se da identi
para identificar as opiniões, mediar essas opiniões e
dade
avaliações junto ao corpo dirigente das instituições ou
órgãos e levar ao conhecimento do público o que faz
o órgão. 2. IDENTIDADE, IMAGEM E LEGITIMIDADE DOS SER
Pode-se representar, por círculos concêntricos VIÇOS PÚBLICOS.
o campo intervenção da comunicação institucional. O Em matéria de política institucional, a identi
primeiro círculo é o que se refere à área interna, de· · dade é o que permite a uma organização desenvolver
pessoal. Depois, vem o ambiente operacional (ou mi um sentimento de existir enquanto ser coerente e
cro-ambiente) que é o da comuniçação com os· usuá específico, assumindo sua história e reconhecendo
rios. É a área que trata de disponibilizar os dados pú seu lugar em relação aos outros.
blicos, o atendimento, a oferta de serviços do órgão e O imaginário organizacional está fundado sobre
as relações públicas que devem ser desenvolvidas três imagens (ou projeções) internas : a da instituição
com vários parceiros ou interlocutores (associações para aqueles que dela fazem parte; a das qualidades
locais, categorias, mídia). ideais éticas e profissionais que estabelecem sua vo
As campanhas publicitárias periódicas ou even cação e sua missão; e por fim, a dos grupos influen
tuais reforçam a comunicação com o meio ambiente tes, internos ou externos ao serviço público.
setorial (ou meso-ambiente), as relações interminis A identidade está no coração da comunicação
teriais, estratégico-políticas com os representanres de um emissor institucional, pois ao mesmo tempo,
habilitados dos atores sociais e com a imprensa. E o ela forja o clima interno e marca o d iscurso externo.
campo privilegiado da justificação e da valorização Ela se manifesta nas produções simbólicas : estilo de
institucional.
discurso oficial, de conduzir reuniões, ritmos de ativi
Por fim está· o ambiente geral ( ou macro ambi
dade, organização do tempo, ritos e hábitos, distribu
ente, na linguagem empresarial) onde se faz a comu ição e design dos espaços internos traduzindo poder
nicação às vezes cívica, às vezes política cuja finali (organograma) e influência (sociograma); história de
L------,dade é a difusão das regras do Estado de direito, a seus mitos, tabus ... Existe assim uma verdadeira cul
mudança de comportamentos sociais, ou mudanças
tura organizacional que se transmite notadamente
ociais e políticas e onde as relações entre poderes
pelo recrutamento e pela cooptação do corpo de fun
úblicos e cidadãos são objeto de numerosas media
cionários de acordo com um perfil ou um "molde" de
.--------ç..,ões, sobretudo as que são feitas com os jornalistas e
identidade. Mas, mesmo lentamente, a identidade
a mídia.
evolui: a identidade é uma trajetória.
A segunda face da política institucional e de sua A identidade de uma instituição pública, funda
comunicação concerne às estruturas, isto é, a organi: da sobre o sentimento de pertencer de seu pessoal,
zação dos meios próprios (inerentes) à missão da está associada a sua legitimidade. A imagem que o
instituição. A atuação da comunicação é importante servidor público tem de seu papel está fortemente
para na escolha do tipo de estrutura. Seja qual for a marcada por aquela que o usuário (cidadão) tem da
estrutura adotada na instituição, a mobilização dos função pública. O funcionário sofre influências das
funcionários para atuar nesta estrutura depende em "idéias recebidas" ( por ele percebida no trato com o
grande parte do trabalho da comunicação interna. público) sobre a administração e a prática institucio
nal do serviço público é aquela percebida pelo públi-
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co. paço público. Isso apenas obscurece os objetivos do
A legitimidade se refere pode provir por vezes serviço público e a legitimidade dos atores.
do sagrado, por vezes da história - e portanto da re
verência feita à tradição - por vezes do respeito à lei.
No serviço público, o foco está mais geralmente vol 2. A COMUNICAÇÃO I NTERNA
tado tanto para o funcionamento institucional herda Para conduzir a política de um serviço público, .
do do passado quando sobre os procedimentos legais mobilizar sua estrutura, assegurar a informação e a
guiados pela racionalidade. Se existe crise de legiti formação de pessoal, seu atendimento e o diálogo
midade d o serviço público é que esta racionalidade interno e contribui r para a formação permanente, a
não está suficientemente partilhada com os cidadãos. comunicação interna tem por base a identidade.
Se o d iálogo deve acompanhar os procedimentos, é Sua função primeira é de ouvir. Hoje em dia
sobre o serviço ofertado que pode se operar, com existem novas e variadas técnicas de trabalhar com o
uma legitimidade renovada, uma melhor identificação público interno, que vão desde sondagens, estudos
da instituição pública. qualitativos, reuniões, debates alimentados por rela
Desta inevitável aproximação entre identidade tórios, apresentação de proposições até difusão de
e legitimidade nascem os conflitos que afetam a ima entrevistas filmadas com membros do pessoal, além
gem que se quer do serviço público. dos canais mais tradicionais.
Em primeiro lugar, a imagem percebida no ex Enfim, a comunicação interna tem também por
terior não pode, pelo menos por muito tempo, ser objetivo se preocupar em fazer com que os membros
diferente da imagem real que . existe no interior de de uma instituição sejam na medida do possível, os
uma instituição pública. O respeito ao princípio da primeiros informados e tomem conhecimento do que
transparência condiciona a longo prazo a legitimida está ocorrendo no órgão dentro dele mesmo e não
de. A afinal de contas, o funcionamento interno do por fontes externas.
serviço público é conhecido pelo público em geral,
pois uma parte considerável da população trabalha
em funções públicas ou semipúblicas.
A autenticidade é portanto, uma regra funda
mental para a Comunicação Pública. Esta, aliás, é
uma exigência por vezes difícil de ser cumprida, uma
vez que os políticos eleitos ficam sempre tentados a
ultrapassar sua legitimidade, promovendo uma ima
gem do local ou da instituição, muito pouco identifica
da com a que o povo tem.
A estabilidade e a coerência da imagem institu
cional correm também perigo devido a diversidade de
atividades agrupadas em um mesmo órgão, dificul
tando a formação de uma imagem coesa e coerente.
Por isso, assim como pela preocupação com a
"imagem pública", muitas vezes os múltiplos serviços
são oferecidos de forma desordenada e se multipli
cam as peças de comunicação, slogans e campanhas
divulgadas e distribuídas de qualquer maneira no es-
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I�STITUIÇÃO CAMPO DA FINALIDADES DA l REFERENTES FORMAS E MODALIDADES DA
PUBLICA COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO
LINGUAGEM COMU NICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES