O Divórcio em Roma Na Antiguidade
O Divórcio em Roma Na Antiguidade
O Divórcio em Roma Na Antiguidade
DEBEITO DE JUSTINIANO
6. Justiniano reformou drasticamente a ação clássica para
recuperar o dote, o qual devia ser sempre restituído e a correspondente
ação tornou-se transmissível aos herdeiros da pessoa ligitimada a pro-
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pôla. O s imóveis deviam restituir-se imediatamente e os móveis no
prazo d u m ano. A "actio de dote" como se chama agora é fortalecida
por "hypotheca generalis" sobre os bens do marido.
Assim, u m marido indiferente ao divórcio poderia hesitar e m
perder o dote reciprocamente, havendo filhos, o direito de retenção
do marido seria capaz de inibir a mulher. Tais motivos, entretanto,
não bastariam diante da perspectiva de casamento mais rico.
C o m o advento do Cristianismo c o m o religião oficial do império
era de se esperar a mudança radical no m o d o de encarar o divórcio.
O consentimento constituía de fato a base do casamento cristão,
como do romano, m a s para o cristão o poder da vontade se esgotava
na criação do vínculo, excluindo a idéia paga romana, segundo a qual
o que fora criado mediante acordo pudesse dissolver-se por força de
acordo contrário ou distrato. Tal era a doutrina cristã e o Império
era oficialmente cristão; ele abrangia, porém, dentro de suas fronteiras,
u m a população mui heterogênea, boa parte da qual não obedecia ao
novo ensinamento. Por isso, eram comuns as penalidades eclesiásticas
contra divorciados que contraíam novo casamento. M e s m o os mais
enérgicos imperadores cristãos não ousaram erradicar completamente
a velha lei, procurando antes restringir sua aplicação. Impuseram
penalidades cada vez mais severas (vimô-lo, já) contra o divórcio, salvo
nos casos reconhecidos pelo legislador.