Degustacao
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PLANEJAMENTO
SUCESSÓRIO
Teoria e prática
3ª edição
Revista, atualizada
e ampliada
2024
TESTAMENTO
2. “Assim como em Roma, se hoje falecer o autor da herança ab intestato, prevalecerá a sucessão
legítima. Por outro lado, declarando uma pessoa sua disposição de última vontade, estará
possibilitando o ingresso no campo da sucessão testamentária, que, ao contrário do que
se possa imaginar, não exclui a sucessão legítima, mas com ela convive, se for o caso – se
houver herdeiros necessários-, para o efeito final de se ver distribuído o acervo sucessório
entre herdeiros legítimos e herdeiros e/ou legatários nomeados em testamento.” (CAHALI,
Francisco José; HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Direito das Sucessões. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2014)
3. TELLES, Inocêncio Galvão. Direito das sucessões: noções fundamentais. 6. ed. Coimbra:
Coimbra editora, 1991. p. 117.
4. RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Sucessões. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019.
5. NONATO, Orosimbo. Estudos sobre sucessão testamentária. Rio de Janeiro: Forense, 1957.
p. 60.
6. Art. 1.860 do Código Civil: “Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo,
não tiverem pleno discernimento.
Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos.”
Art. 1.861 do Código Civil: “A incapacidade superveniente do testador não invalida o testa-
mento, nem o testamento do incapaz se valida com a superveniência da capacidade.”
“Seria absurdo reconhecer-se validade a um ato de última vontade em que o seu autor
não tem a compreensão do que está realizando e não percebe ou não consegue avaliar a
extensão do que está sendo feito, com as graves consequências de ordem patrimonial e
familiar que tem a disposição mortuária.” (VELOSO, Zeno. Testamentos: noções gerais; for-
mas ordinárias; codicilo; formas especiais. In: HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes;
PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Direito das sucessões e o novo Código Civil. Belo Horizonte: Del
Rey, 2004. p. 129)
7. Importante lembrar que, com a promulgação do Estatuto a Pessoa com Deficiência (Lei n.
13.146/15), houve uma significativa mudança no regime de capacidades do Código Civil,
abolindo a incapacidade absoluta aos que, por enfermidade ou deficiência mental, não
tivessem o necessário discernimento para a práticas de atos e os que, mesmo por causa
transitória, não pudessem exprimir sua vontade. A incapacidade absoluta passa a atender
ao critério etário, atingindo apenas os menores de 16 anos. A partir de então, eventual
deficiência intelectual ou mental não implica, necessariamente, a incapacidade do sujeito.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, assim, privilegia a dignidade da pessoa humana e a
igualdade, ao assegurar às pessoas com deficiência o pleno exercício de seus direitos.
Art. 85 da Lei 13.146/2015: “A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos
de natureza patrimonial e negocial.
§ 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao ma-
trimônio, à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo constar da sentença as razões e
motivações de sua definição, preservados os interesses do curatelado.
13. Conforme Jorge Duarte Pinheiro, professor lusitano, o testamento é um negócio unilateral,
tendo apenas uma parte, um autor. A exigência de uma declaração de aceitação para que
se produzam os efeitos desejados pelo testador não dá corpo a um contrato, ou seja, não
há verdadeiro encontro de vontades. (PINHEIRO, Jorge Duarte. O direito das sucessões
contemporâneo. 3ª. ed. Lisboa: AAFDL, 2009. p. 81)
Segundo Zeno Veloso, a manifestação de vontade do disponente não é mero pressuposto do
qual decorrem efeitos jurídicos necessários, pré-estabelecidos, mas, além disso, a vontade é
de resultado, prescrevendo, indicando, ordenando diversas consequências, principalmente
de natureza patrimonial. (VELOSO, Zeno. Testamentos: noções gerais; formas ordinárias;
codicilo; formas especiais. In: HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes; PEREIRA, Rodrigo
da Cunha. Direito das sucessões e o novo Código Civil. Belo Horizonte: Del Rey, 2004. p. 123).
14. Art. 1.858 do Código Civil: “O testamento é ato personalíssimo, podendo ser mudado a
qualquer tempo.”
15. NONATO, Orosimbo. Estudos sobre sucessão testamentária. Rio de Janeiro: Forense, 1957.
p. 102.
16. FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: sucessões. 6ª. ed.
Salvador: Juspodivm, 2021. p. 420.
17. NONATO, Orosimbo. Estudos sobre sucessão testamentária. Rio de Janeiro: Forense, 1957.
p. 121.
18. PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado dos testamentos. Leme: BH Editora,
2005. p. 46, v. 1.
19. Art. 1.863 do Código Civil: “É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco
ou correspectivo.”
São três as formas usadas pelo testamento conjuntivo: a) simultâneo, quando as pessoas
dispõem em favor de um terceiro. Como era comum fazer-se tal testamento entre côn-
juges, os doutrinadores clássicos exemplificam considerando normal sua realização no
casamento; hoje, no entanto, é crescente o número de conviventes, até do mesmo sexo; b)
recíproco, quando a pessoa institui a outra como sua beneficiaria e vice-versa, recolhendo
o que sobrevivesse; c) correspectivo, quando o testador faz disposições, em retribuição de
outras que tenham sido feitas a ele, ou, como diz Clóvis, “cujas disposições são feitas em
retribuição de outras correspondentes”. (CATEB, Salomão de Araujo. Direito das Sucessões.
8. ed. São Paulo: Atlas, 2015).
20. CATEB, Salomão de Araujo. Direito das Sucessões. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
21. NONATO, Orosimbo. Estudos sobre sucessão testamentária. Rio de Janeiro: Forense, 1957.
p. 110.
22. “Prevalece o testamento, ainda elaborado muito antes da morte. O decurso do tempo não
apresenta importância. O direito romano, antes de 418, conhecia a prescrição decenal
baseada na presunção da mutabilidade do querer. Justiniano aboliu essa prescrição que,
realmente, se fundava em uma presunção arbitrária de variatio voluntatis do testador.
No direito moderno, pouco importa a data do testamento, desde que lhe não verifique a
revogação, ou o rompimento. Ele se mantém e produz todo os seus efeitos.” (Ibid., p. 190).
23. Art. 1.881 do Código Civil: “Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular
seu, datado e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de
pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de
certo lugar, assim como legar móveis, roupas ou joias, de pouco valor, de seu uso pessoal.”
24. CARVALHO, Luiz Paulo Vieira de. Direito das Sucessões. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019.
25. Art. 1.862 do Código Civil: “São testamentos ordinários:
I - o público;
II - o cerrado;
III - o particular.”
2.2.1 Testamento público
Primeiramente, no art. 1.864 e seguintes do Codex, temos o testamento
público, que é inteiramente realizado em Tabelionato de Notas, por seu
titular ou por seu substituto legal, em seu livro de notas31.
1. Art. 1.857 § 2º. do Código Civil: “São válidas as disposições testamentárias de caráter não
patrimonial, ainda que o testador somente a elas se tenha limitado.”
2. “O codicilo é ato de última vontade (rectius, com eficácia causa mortis), que se configura
a partir de escrito particular datado e assinado, sendo restrito a disposições de pequeno
valor, a estipulações especiais sobre o enterro do declarante e a nomeação ou substituição
de testamenteiros. A capacidade para lavrar o codicilo é a mesma exigida para o testamento,
não admitindo a lei que uma pessoa escreva o ato a rogo do autor da herança. Por essa
razão, o codicilo só poderá ser realizado por aqueles que saibam e possam escrever no
momento de sua lavratura.” (TEPEDINO, Gustavo. Fundamentos do Direito Civil: Direito das
Sucessões. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020).
Art. 1.881 do Código Civil: “Toda pessoa capaz de testar poderá, mediante escrito particular
seu, datado e assinado, fazer disposições especiais sobre o seu enterro, sobre esmolas de
pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de
certo lugar, assim como legar móveis, roupas ou joias, de pouco valor, de seu uso pessoal.”
3. Art. 77, § 2º., da Lei de Registros Públicos (Lei n. 6.015/1973): “A cremação de cadáver
somente será feita daquele que houver manifestado a vontade de ser incinerado ou no
interesse da saúde pública e se o atestado de óbito houver sido firmado por 2 (dois)
médicos ou por 1 (um) médico legista e, no caso de morte violenta, depois de autorizada
pela autoridade judiciária.”
4. O corpo humano depois de morto é decomposto, assim como qualquer outro ser vivo.
Passa então a servir de ecossistema para outros organismos como artrópodes, bactérias,
microorganismos patogênicos e destruidores de matéria orgânica e outros, podendo pôr em
risco o meio ambiente e a saúde pública. Durante o processo de decomposição do corpo é
liberado um líquido chamado pelo CONAMA de “produto da coliqüação”, conhecido também
como necrochorume. Este líquido é o responsável pela contaminação do solo e aqüíferos
subterrâneos. (...) É sabido apenas que sua densidade é maior que a da água. Isto favorece
a infiltração pelo solo até atingir o aqüífero subterrâneo. (...) Quando o necrochorume
alcança o aqüífero subterrâneo ele contamina a água que pode estar sendo usada como
fonte de água potável. Se pessoas desinformadas beberem a água contaminada podem
pegar patogenias graves como a febre tifóide, hepatite A, tétano, tuberculose e outras.
(CARNEIRO, Victor Santos. impactos causados por necrochorume de cemitérios: meio
ambiente e saúde pública, p. 6-8).
5. Produto laboratorial do projeto de extensão Pauta Verde – Uma Experiência em Jornalismo
Ambiental, desenvolvido por alunos da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da
UNESP (FAAC). Disponível em: http://www.impactounesp.com.br/.
Seja para quem “vai”, seja para quem “fica”, o planejamento dessas
situações, por certo, representa maior tranquilidade a todos os envolvidos.