RDC 301 2019
RDC 301 2019
RDC 301 2019
CAPÍTULO II
DO SISTEMA DA QUALIDADE FARMACÊUTICA
Seção I
Da introdução
Art. 4º O detentor de uma autorização para fabricação deve fabricar medicamentos,
de forma a garantir que correspondam à finalidade pretendida, satisfaçam os requisitos
do registro ou da autorização para uso em ensaio clínico, conforme apropriado, de forma
a não colocar os pacientes em risco devido à segurança, qualidade ou eficácia
inadequadas.
§ 1º O cumprimento deste objetivo de qualidade é responsabilidade da
administração superior da empresa e exige a participação e o comprometimento da equipe
em todos os níveis da organização, bem como de seus fornecedores e distribuidores.
§ 2º Para alcançar este objetivo de qualidade de forma confiável, deve haver um
Sistema da Qualidade Farmacêutica abrangente e corretamente implementado,
incorporando as Boas Práticas de Fabricação e Gerenciamento dos Riscos de Qualidade.
§ 3º O Sistema da Qualidade Farmacêutica deve ser totalmente documentado e ter
sua efetividade monitorada, por meio de revisão gerencial, de forma a promover a
melhoria contínua da qualidade.
§ 4º Todos os componentes do Sistema da Qualidade Farmacêutica devem dispor
de recursos adequados e pessoal competente, além de instalações e equipamentos
apropriados e suficientes.
Art. 5º O Gerenciamento da Qualidade é um conceito abrangente, que cobre todas
as questões que determinam, isolada ou conjuntamente, a qualidade de um produto.
§ 1º O Gerenciamento da Qualidade corresponde à soma dos arranjos organizados
com o objetivo de garantir que os medicamentos tenham a qualidade exigida para o uso
pretendido.
§ 2º O gerenciamento da Qualidade incorpora as Boas Práticas de Fabricação.
Art. 6º As Boas Práticas de Fabricação se aplicam a todas as etapas do ciclo de vida
do produto, desde a fabricação de medicamentos experimentais, transferência de
tecnologia, fabricação comercial até a descontinuação do produto.
Parágrafo único. O Sistema da Qualidade Farmacêutica pode se estender ao estágio
do desenvolvimento farmacêutico, de forma a facilitar a inovação e a melhoria contínua,
e fortalecer o vínculo entre o desenvolvimento farmacêutico e as atividades de fabricação.
Art. 7º O tamanho e a complexidade das atividades da empresa devem ser levados
em consideração ao se desenvolver um novo Sistema de Qualidade Farmacêutica ou
modificar um já existente.
Art. 30. As pessoas que ocupam cargos de responsabilidade devem ter as suas
funções específicas registradas em descrições de cargo e a autoridade adequada para
execução das suas responsabilidades.
§ 1º As funções de responsabilidade podem ser delegadas para pessoas designadas
com um nível satisfatório de qualificação.
§ 2º Não deve haver lacunas ou sobreposições de responsabilidade injustificadas no
que diga respeito ao pessoal envolvido na aplicação das Boas Práticas de Fabricação.
Art. 31. A administração superior da empresa tem a responsabilidade final de
garantir que um Sistema da Qualidade Farmacêutica efetivo esteja implementado para
atingir os objetivos da qualidade; e que as atribuições, responsabilidades e autoridades
sejam definidas, comunicadas e implementadas em toda a organização.
Art. 32. A administração superior da empresa deve estabelecer uma política da
qualidade que descreva as definições e intenções gerais da empresa em relação à
qualidade e deve, ainda, garantir adequação e efetividade contínuas do Sistema da
Qualidade Farmacêutica e da conformidade com as BPF, por meio da participação na
revisão do gerenciamento.
Seção III
Do pessoal-chave
Art. 33. A administração superior deve designar o Pessoal-Chave da Gestão,
incluindo o Responsável pela Produção, o Responsável pelo Controle de Qualidade,
Pessoa(s) Delegada(s) pelo Sistema de Gestão da Qualidade Farmacêutica para a
liberação dos produtos.
Parágrafo único. Deve haver independência entre o Responsável pela Produção e
as Pessoa(s) Delegada(s) pelo Sistema de Gestão da Qualidade Farmacêutica designada(s)
para as liberações dos produtos.
Art. 34. As posições-chave, normalmente, devem ser ocupadas por pessoal em
tempo integral.
Art. 35. Os Responsáveis pela Produção e Controle de Qualidade devem ser
independentes entre si.
§ 1º Em grandes organizações, pode ser necessário delegar algumas das funções do
Pessoal-Chave.
§ 2º Um responsável pela unidade da qualidade ou responsável pela garantia da
qualidade pode ser nomeado, dependendo do tamanho e estrutura organizacional da
empresa.
§ 3º Quando a separação prevista no parágrafo anterior ocorrer, algumas das
responsabilidades descritas a seguir são compartilhadas com o Responsável pelo Controle
Art. 53. Devem ser adotadas medidas para garantir que nenhuma pessoa afetada por
uma doença infecciosa ou que tenha lesões abertas na superfície exposta do corpo seja
envolvida na fabricação de medicamentos.
Art. 54. Toda pessoa que entrar nas áreas de fabricação deve usar roupas protetoras
adequadas às operações a serem executadas.
Art. 55. É proibido comer, beber, mascar, fumar, ou armazenar alimentos, bebidas,
materiais derivados do tabaco ou medicamentos de uso pessoal nas áreas de produção e
armazenamento.
Art. 56. Qualquer prática que não seja higiênica dentro das áreas de fabricação ou
em qualquer outra área em que o produto possa ser adversamente afetado deve ser
proibida.
Art. 57. Deve ser evitado contato direto entre as mãos do operador e o produto
exposto, assim como com qualquer parte do equipamento que entre em contato com os
produtos.
Art. 58. O pessoal deve ser instruído sobre a utilização das instalações para lavagem
das mãos.
Art. 59. Quaisquer requerimentos específicos para a fabricação de grupos especiais
de produtos, por exemplo preparações estéreis, estão estabelecidos nas nas instruções
normativas específicas.
Seção VI
Dos consultores
Art. 60. Os consultores devem ter instrução, treinamento e experiência adequados,
para que estejam aptos a orientarem sobre o assunto para o qual foram selecionados.
Art. 61. Os registros devem ser mantidos com informações sobre nome, endereço,
qualificações e tipo de serviço prestado por consultores.
CAPÍTULO IV
DAS INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS
Seção I
Da introdução
Art. 62. As instalações e os equipamentos devem estar localizados, projetados,
construídos, adaptados e mantidos de acordo com as operações a serem executadas.
Art. 63. O desenho e o projeto devem minimizar risco de erros e permitir limpeza e
manutenção efetiva, de modo a evitar a contaminação cruzada, o acúmulo de pó ou sujeira
ou quaisquer prejuízos para a qualidade dos produtos.
Seção II
Das instalações
Subseção I
Das disposições gerais
Art. 64. As instalações devem estar situadas em um local que, quando considerado
juntamente com as medidas para proteger o processo de fabricação, apresente risco
mínimo de causar qualquer contaminação de materiais ou produtos.
Art. 65. As instalações devem ser cuidadosamente mantidas, garantindo que as
operações de reparo e manutenção não apresentem quaisquer riscos para a qualidade dos
produtos.
Art. 66. As instalações devem ser limpas e, quando for o caso, desinfetadas de
acordo com procedimentos detalhados e escritos.
Art. 67. A iluminação, temperatura, umidade e ventilação devem ser adequadas,
não devendo prejudicar, direta ou indiretamente, os medicamentos durante a sua
fabricação e armazenamento, ou o funcionamento preciso dos equipamentos.
Art. 68. As instalações devem ser projetadas e equipadas de forma a garantir
máxima proteção contra a entrada de insetos ou outros animais.
Art. 69. Devem ser tomadas medidas para impedir a entrada de pessoas não
autorizadas nas instalações em geral.
Art. 70. As áreas de produção, armazenamento e controle de qualidade não devem
ser utilizadas como passagem por pessoal que não trabalhe nessas áreas.
Subseção II
Das áreas de produção
Art. 71. A contaminação cruzada deve ser prevenida para todos os produtos por
meio de um projeto adequado e da operação apropriada das instalações de fabricação.
§ 1º As medidas para prevenir a contaminação cruzada devem ser proporcionais aos
riscos.
§ 2º Os princípios do Gerenciamento de Riscos da Qualidade devem ser utilizados
para avaliar e controlar os riscos.
§ 3º Dependendo do nível de risco, pode ser necessário dedicar instalações e
equipamentos para operações de fabricação e/ou embalagem de forma a controlar o risco
apresentado por alguns medicamentos.
§ 4º Instalações dedicadas são necessárias para fabricação, quando:
I - o risco não pode ser adequadamente controlado por medidas operacionais e/ou
técnicas;
II - os dados científicos da avaliação toxicológica não dão suporte a um risco
controlável, como potencial alergênico de materiais altamente sensibilizantes, incluindo
os beta-lactâmicos;
III - os limites de resíduos relevantes, derivados da avaliação toxicológica, não
podem ser satisfatoriamente determinados por um método analítico validado.
Art. 72. As instalações devem, preferencialmente, ser planejadas de uma maneira
que permita que a produção seja conduzida em áreas interligadas de acordo com uma
ordem lógica, que corresponda à sequência das operações e aos níveis de limpeza
requeridos.
Art. 73. O espaço de trabalho e de armazenamento durante o processamento deve
permitir a disposição ordenada e lógica dos equipamentos e materiais, a fim de minimizar
o risco de mistura entre os diversos produtos farmacêuticos, ou os seus componentes,
evitar a contaminação cruzada e minimizar o risco de omissão ou de aplicação incorreta
de qualquer uma das etapas de fabricação ou controle.
Art. 74. Nas áreas onde matérias-primas, materiais de embalagem primária,
produtos intermediários ou a granel estiverem expostos ao ambiente, as superfícies
internas (paredes, pisos e tetos) devem ser lisas, livres de rachaduras e juntas abertas, e
não devem liberar material particulado, permitindo limpeza fácil e efetiva e, se necessário,
desinfecção.
Art. 75. As tubulações, luminárias, pontos de ventilação e outras instalações devem
ser projetados e instaladas de forma a evitar a criação de reentrâncias e facilitar a limpeza.
Art. 76. Sempre que possível, o acesso para manutenção deve estar localizado
externamente às áreas de fabricação.
Art. 77. Os ralos devem ser sifonados e ter dimensões adequadas.
Parágrafo único. Canaletas abertas devem ser evitadas, entretanto, se necessárias,
essas devem ser rasas para facilitar a limpeza e a desinfecção.
Art. 78. As áreas de produção devem ser efetivamente ventiladas, com instalações
de tratamento do ar apropriadas aos produtos manipulados, incluindo temperatura e, onde
necessário, umidade e filtração, às operações realizadas e ao ambiente externo.
Art. 79. A pesagem de matérias-primas usualmente deve ser realizada em uma sala
separada, projetada para tal uso.
Art. 80. Nos casos em que é gerado pó, como durante as operações de amostragem,
pesagem, mistura e processamento, ou na embalagem de produtos sólidos, devem ser
tomadas medidas específicas para evitar a contaminação cruzada e facilitar a limpeza.
Seção I
Da introdução
Art. 113. A documentação constitui parte essencial do Sistema de Gestão da
Qualidade Farmacêutica, sendo fundamental para operar em conformidade com os
requisitos das Boas Práticas de Fabricação.
§1º Os vários tipos de documentos e mídias utilizados devem ser totalmente
definidos no Sistema de Gestão da Qualidade do fabricante.
§2º A documentação pode existir em uma variedade de formas, incluindo mídia
impressa, eletrônica ou fotográfica.
§3º O principal objetivo do sistema de documentação utilizado deve ser estabelecer,
controlar, monitorar e registrar todas as atividades que, direta ou indiretamente, afetam
todos os aspectos da qualidade dos medicamentos.
§4º O Sistema de Gestão da Qualidade deve incluir detalhes instrutivos suficientes
para facilitar o entendimento comum dos requerimentos, além de permitir o registro
satisfatório dos vários processos e a avaliação de quaisquer observações, para que a
aplicação contínua dos requisitos possa ser demonstrada.
Art. 114. Existem dois tipos principais de documentação utilizados para gerenciar
e registrar a conformidade com as Boas Práticas de Fabricação, as instruções (orientações,
requerimentos) e os registros/relatórios.
Parágrafo único. As boas práticas de documentação devem ser aplicadas de acordo
com o tipo de documento.
Art. 115. Devem ser implementados controles adequados para garantir a precisão,
integridade, disponibilidade e legibilidade dos documentos.
§1º Os documentos de instrução devem estar livres de erros e disponíveis por
escrito.
§2º O termo "escrito" significa registrado ou documentado em mídia a partir da qual
os dados podem ser processados em um formato legível.
Seção II
Da geração e controle de documentação
Art. 116. Todos os tipos de documentos devem ser definidos e cumpridos.
§1º Os requisitos devem ser igualmente aplicados a todos os tipos de mídia de
documento.
§2º Sistemas complexos precisam ser compreendidos, bem documentados,
validados e controles adequados devem estar presentes.
Art. 122. As entradas manuscritas devem ser feitas de maneira clara, legível e
indelével.
Art. 123. Os registros devem ser realizados ou completados sempre que uma ação
for realizada e de modo a permitir que todas as atividades significativas relativas à
fabricação de medicamentos sejam rastreáveis.
Art. 124. Toda a alteração feita no registro de um documento deve ser assinada e
datada; a alteração deve permitir a leitura da informação original.
Parágrafo único. Quando apropriado, o motivo da alteração deve ser registrado.
Seção IV
Da retenção de documentos
Art. 125. Deve ser claramente definido com qual registro cada atividade de
fabricação está relacionada e onde este registro está localizado.
Parágrafo único. Devem existir controles seguros e, se necessário, validados, de
forma a garantir a integridade do registro durante todo o período de retenção.
Art. 126. A documentação de lote deve ser mantida por um ano após a expiração
do lote a que se refere ou por pelo menos, cinco anos, após a certificação do lote por
Pessoa Delegada pelo Sistema de Gestão da Qualidade Farmacêutica, o que for mais
longo.
§1º No caso de medicamentos experimentais, a documentação de lote deve ser
mantida por, pelo menos, cinco anos após a conclusão ou descontinuação formal do
último estudo clínico em que o lote tiver sido utilizado.
§2º Outros requisitos para a retenção de documentação podem estar descritos na
legislação em relação a tipos específicos de produto (por exemplo, Medicamentos de
Terapia Avançada) e podem especificar sobre a necessidade de períodos de retenção mais
longos a determinados documentos.
Art. 127. O período de retenção de outros tipos de documentos deve ser definido de
acordo com a necessidade destes para com o que fornecem suporte.
§1º A documentação crítica, incluindo dados brutos (por exemplo, relacionados
com validação ou estabilidade), a qual suporta informações de registro, deve ser mantida
enquanto a autorização permanecer em vigor.
§2º A obsolescência e a posterior não retenção de dados, como por exemplo estudos
de validação e estabilidade, que tenham sido substituídos por um conjunto completo de
novos dados é aceitável desde que a documentação não tenha determinação temporal de
retenção em vigor por força de estar relacionada a um lote comercial.
Seção V
Das especificações
Art. 128. Deve haver especificações devidamente autorizadas e datadas para
matérias-primas, material de embalagem e produtos acabados.
Subseção I
Das especificações para matérias-primas e materiais de embalagem
Art. 129. As especificações de matérias-primas e materiais de embalagem primários
ou impressos devem incluir ou fazer referência aos itens abaixo, se aplicável:
I - uma descrição dos materiais, incluindo:
a) o nome e a referência do código interno;
b) a referência, se houver, a uma monografia farmacopeica;
c) os fornecedores aprovados e, se for pertinente, o fabricante original do material;
d) um modelo ou arte dos materiais impressos.
II - instruções para amostragem e análise;
III - requisitos qualitativos e quantitativos com limites de aceitação;
IV - condições de armazenamento e precauções;
V - o período máximo de armazenamento antes de uma reanálise.
Subseção II
Das especificações para produtos intermediários e a granel
Art. 130. As especificações para produtos intermediários e a granel devem estar
disponíveis para etapas críticas ou se esses produtos forem adquiridos ou expedidos.
Parágrafo único. As especificações devem ser semelhantes às especificações para
matérias-primas ou para produtos acabados, conforme o caso.
Subseção III
Das especificações para produtos acabados
Art. 131. As especificações para produtos acabados devem incluir ou fazer
referência a(o):
I - nome do produto e o código de referência, quando aplicável;
II - fórmula;
§1º Este registro deve ser baseado nas partes relevantes da Fórmula de Fabricação
e nas Instruções de Processo atualmente aprovadas, e deve conter as seguintes
informações:
I - nome e o número do lote do produto;
II - datas e horários de início de fases intermediárias significativas e de conclusão
da produção;
III - identificação (iniciais ou rubricas) do(s) operador(es) que realizou(aram) cada
etapa significativa do processo e, quando apropriado, o nome de qualquer pessoa que
verificou essas operações;
IV - número do lote e/ou número do controle analítico, bem como as quantidades
de cada matéria-prima efetivamente pesada, incluindo o número do lote e a quantidade
de qualquer material recuperado ou reprocessado adicionado;
V - qualquer operação de fabricação ou evento relevante e equipamento principal
usado;
VI - registro dos controles em processo e as iniciais da(s) pessoa(s) que os
executaram e os resultados obtidos;
VII - o rendimento obtido do produto em diferentes e relevantes etapas de
fabricação;
VIII - observações sobre quaisquer problemas incluindo os detalhes, com
autorização assinada para qualquer desvio da Fórmula de Fabricação e Instruções de
Processo;
IX - aprovação das operações de fabricação pela pessoa responsável.
§2º Nos casos de processos validados, continuamente controlados e monitorados,
os relatórios gerados automaticamente podem ser limitados a resumos de conformidade
e relatórios de dados de exceção/resultados fora de especificações.
Subseção III
Registro de embalagem de lote
Art. 137. Deve ser mantido Registro de Embalagem do Lote para cada lote ou parte
de lote processado.
Parágrafo único. Este registro deve ser baseado nas partes relevantes das Instruções
de Embalagem.
Art. 138. O registro de embalagem do lote deve conter as seguintes informações:
I - nome e número do lote do produto;
II - a(s) data(s) e horários das operações de embalagem;
Art. 162. Devem ser tomadas precauções especiais quando se trabalhar com
materiais ou produtos secos, a fim de evitar a geração e a disseminação de pó.
Parágrafo único. O conceito acima se aplica particularmente ao manuseio de
materiais altamente perigosos, incluindo materiais altamente sensibilizantes.
Art. 163. Em todos os momentos durante o processo, todos os materiais, recipientes
de granel, itens principais de equipamentos e, quando necessário, as salas utilizadas
devem ser rotuladas e identificadas com uma indicação do produto ou material que está
sendo processado, sua concentração, quando aplicável, e número do lote.
Parágrafo único. Quando for o caso, essa indicação também deve mencionar o
estágio de produção.
Art. 164. As etiquetas aplicadas em recipientes, equipamentos ou instalações devem
ser claras, não ambíguas e no formato acordado pela empresa.
Parágrafo único. É recomendável e útil que, em adição ao texto nas etiquetas, se
utilizem cores para indicar o status (por exemplo, em quarentena, aprovado, reprovado,
limpo).
Art. 165. Devem ser realizadas verificações para garantir que os dutos e outras
partes de equipamentos usados para o transporte de materiais e produtos de uma área para
outra estejam conectados de maneira correta.
Art. 166. Qualquer desvio de instruções ou procedimentos deve ser evitado.
Parágrafo único. Caso ocorra um desvio, ele deve ser aprovado formalmente por
uma pessoa competente, com o envolvimento da Unidade da Qualidade, quando
apropriado.
Art. 167. O acesso às instalações de produção deve ser restrito ao pessoal
autorizado.
Seção III
Da prevenção da contaminação cruzada na produção
Art. 168. A fabricação de produtos não medicinais deve ser evitada em áreas e
equipamentos destinados à produção de medicamentos, porém desde que justificada, pode
ser autorizada desde que as medidas de prevenção à contaminação cruzada descritas nesta
seção e no Capítulo IV forem aplicadas.
Parágrafo único. A produção e/ou armazenamento de agrotóxicos, tais como
pesticidas (exceto quando utilizados para a fabricação de medicamentos) e herbicidas,
não podem ser autorizados em áreas utilizadas para a fabricação e/ou armazenamento de
medicamentos.
Art. 169. A contaminação de uma matéria-prima ou de um produto por outra
matéria-prima ou produto deve ser evitada.
I - medidas técnicas:
a) instalação de fabricação dedicada (instalações e equipamentos);
b) áreas de produção autocontidas com equipamentos de produção e sistemas de
aquecimento, ventilação e ar condicionado separados. Também pode ser desejável isolar
certas utilidades de outras usadas em outras áreas;
c) desenho do processo de fabricação, instalações e equipamentos para minimizar
o risco de contaminação cruzada durante o processo, manutenção e limpeza;
d) uso de “sistemas fechados” para produção e transferência de material/produto
entre equipamentos;
e) uso de sistemas de barreira física, incluindo isoladores, como medidas de
contenção;
f) remoção controlada de poeira próxima à fonte do contaminante, por exemplo, por
meio de exaustão localizada;
g) dedicação de equipamentos, de partes que entram em contato com o produto ou
de partes selecionadas que sejam mais difíceis de limpar (por exemplo, filtros), e
dedicação de ferramentas de manutenção;
h) uso de tecnologia de descartáveis de uso único;
i) uso de equipamentos projetados para facilitar a limpeza;
j) uso apropriado de antecâmaras e cascata de pressão para confinar um potencial
contaminante derivado do ar em uma área específica;
k) minimização do risco de contaminação causado pela recirculação ou reentrada
de ar não tratado ou insuficientemente tratado;
l) uso de sistemas de limpeza automáticos locais (Clean in place) de eficácia
validada;
m) para áreas comuns de lavagem, separação das áreas de lavagem, secagem e
armazenamento de equipamentos.
II - medidas organizacionais:
a) dedicação de toda a instalação de produção ou o uso de uma área de produção
autocontida em campanha organizada por tempo, seguida por um processo de limpeza de
eficácia validada;
b) manutenção de roupas de proteção específicas dentro de áreas onde produtos com
alto risco de contaminação cruzada são processados;
Art. 177. Processos e procedimentos podem passar por uma revalidação crítica
periódica com a finalidade de garantir que eles permaneçam capazes de alcançar os
resultados pretendidos.
Seção V
Das matérias-primas
Art. 178. A seleção, qualificação, aprovação e manutenção de fornecedores de
matérias-primas, juntamente com o seu processo de compra e aceitação, devem ser
documentados como parte do sistema de qualidade farmacêutica.
§1º O nível de supervisão deve ser proporcional aos riscos apresentados pelos
materiais individuais, levando-se em conta a sua origem, o processo de fabricação, a
complexidade da cadeia de suprimento e a utilização final a que o material é colocado no
medicamento.
§2º A evidência da aprovação de cada fornecedor/material deve estar disponível.
§3º A equipe envolvida nessas atividades deve possuir um conhecimento atualizado
sobre os fornecedores, da cadeia de suprimento e dos riscos associados envolvidos.
§4º Sempre que possível, as matérias-primas devem ser adquiridas diretamente do
seu fabricante.
Art. 179. Os requisitos de qualidade estabelecidos pelo fabricante para as matérias-
primas devem ser discutidos e acordados com os fornecedores.
Parágrafo único. Aspectos apropriados da produção, teste e controle, incluindo os
requisitos de manuseio, rotulagem, embalagem e procedimentos de distribuição,
reclamações, recolhimento e reprovação devem estar documentados como parte de um
acordo formal de qualidade ou especificação.
Art. 180. Para a aprovação e manutenção de insumos farmacêuticos ativos os itens
seguintes são necessários:
§1º A rastreabilidade da cadeia de suprimento deve ser estabelecida e os riscos
associados devem ser formalmente avaliados e verificados periodicamente, desde as
matérias-primas até o medicamento acabado, devendo ser tomadas medidas adequadas
para reduzir os riscos à qualidade do insumo farmacêutico ativo.
§2º Os registos da cadeia de suprimento e da rastreabilidade de cada insumo
farmacêutico ativo, incluindo seus materiais de partida, devem ser mantidos e estar
plenamente disponíveis no fabricante do medicamento.
§3º Auditorias devem ser realizadas junto aos fabricantes e distribuidores de
insumos farmacêuticos ativos a fim de confirmar que estes estejam cumprindo com as
boas práticas de fabricação e os requisitos das boas práticas de distribuição.
§4º As auditorias de que trata o parágrafo anterior podem ser realizadas pela própria
empresa ou por meio de uma entidade que atue em seu nome, nos termos de um contrato.
§5º As auditorias devem ter duração e escopo adequados para assegurar que seja
feita uma avaliação completa e clara das BPF; deve-se dar atenção especial ao potencial
de contaminação cruzada de outros materiais no local.
§6º O relatório deve refletir totalmente o que foi feito e visto na auditoria, sendo
quaisquer deficiências claramente identificadas e as ações corretivas e preventivas
necessárias implementadas.
Art. 181. Os excipientes e fornecedores de excipientes devem ser controlados
apropriadamente com base nos resultados de uma avaliação formalizada do risco de
qualidade.
Art. 182. Para cada entrega de matéria-prima, os recipientes devem ser verificados
quanto à integridade da embalagem, incluindo o selo de evidência de violação quando
pertinente; e para correspondência entre a nota de entrega, o pedido de compra, as
etiquetas do fornecedor e as informações aprovadas pelo fabricante do medicamento para
o fabricante e fornecedor dos excipientes.
Parágrafo único. As verificações durante o recebimento de cada entrega devem ser
documentadas.
Art. 183. Se uma entrega de material for composta de diferentes lotes, cada lote
deve ser considerado em separado para amostragem, análise e liberação.
Art. 184. As matérias-primas da área de armazenamento devem ser adequadamente
etiquetadas.
Parágrafo único. As etiquetas devem, minimamente, conter as seguintes
informações:
I - nome do produto e a referência do código interno, quando aplicável;
II - número de lote dado no recebimento;
III - status do conteúdo (por exemplo, em quarentena, em análise, aprovado,
reprovado), quando aplicável;
IV - data de validade ou data de reteste, indicando a necessidade de um novo teste,
quando aplicável.
Art. 185. Quando sistemas de armazenamento totalmente computadorizados forem
usados, as informações de que trata o art. 184 não precisam necessariamente estar em
forma escrita na etiqueta.
Art. 186. Devem existir procedimentos ou medidas apropriadas para assegurar a
identidade do conteúdo de cada recipiente de matéria-prima.
Art. 187. Os recipientes de granel, de onde foram retiradas as amostras, devem ser
identificados.
Art. 188. Somente matérias-primas que tiverem sido liberadas pelo departamento
de Controle de Qualidade e que estiverem dentro de sua data de reteste devem ser
utilizadas.
Art. 189. Os fabricantes de produtos acabados são responsáveis por quaisquer testes
de matérias-primas conforme descrito no dossiê de registro.
Parágrafo único. Podem ser utilizados resultados parciais ou totais do fabricante de
matéria-prima aprovado, porém, em cada lote, minimamente, deve ser realizado o teste
de identificação.
Art. 190. Quando da utilização de resultados parciais ou totais do fabricante de
matéria-prima aprovado no certificado de análise do fabricante do produto acabados, os
seguintes itens devem ser avaliados:
I - deve ser dada atenção especial ao controle da cadeia de distribuição, em suas
etapas de transporte, distribuição, armazenamento e recebimento, visando manter as
características de qualidade das matérias-primas e garantir que os resultados dos testes
permaneçam aplicáveis ao material entregue;
II - o fabricante do medicamento deve realizar auditorias por conta própria ou por
meio de terceiros, em intervalos apropriados, com base no risco do(s) local(is) de teste
(incluindo amostragem) das matérias-primas, a fim de assegurar a conformidade com as
Boas Práticas de Fabricação e com as especificações e métodos de análise descritos no
dossiê de registro;
III - o certificado de análise fornecido pelo fabricante/fornecedor da matéria-prima
deve ser assinado por uma pessoa designada com qualificação e experiência apropriadas.
A assinatura garante que cada lote tenha sido verificado quanto à conformidade com a
especificação do produto acordada, a menos que essa garantia seja fornecida
separadamente;
IV - o fabricante do medicamento deve ter uma experiência adequada ao lidar com
o fabricante da matéria-prima (incluindo a experiência com possíveis intermediários), o
que inclui a avaliação de lotes previamente recebidos e o histórico de conformidade antes
de se reduzirem os testes internos. Qualquer mudança significativa nos processos de
fabricação ou testes deve ser considerada;
V - o fabricante do medicamento também deve realizar uma análise completa (por
sua conta ou por meio de um laboratório contratualmente aprovado) em intervalos
apropriados, com base no risco, e comparar os resultados com o certificado de análise do
fabricante ou fornecedor para verificar sua confiabilidade:
a) caso este teste identifique qualquer discrepância, uma investigação deve ser
realizada e medidas apropriadas devem ser tomadas;
Art. 211. Cuidados especiais devem ser tomados ao se usar rótulos cortados e
quando a sobre impressão for realizada fora da linha de produção.
Parágrafo único. Rótulos acondicionados em rolo são mais indicados do que
unidades cortadas e soltas.
Art. 212. Verificações devem ser feitas para garantir que qualquer leitor de código
eletrônico, contadores de etiquetas ou dispositivos similares estejam operando
corretamente.
Art. 213. Informações impressas ou em relevo sobre materiais de embalagem
devem ser distintas e resistentes ao desbotamento ou apagamento.
Art. 214. O controle on-line do produto durante a embalagem deve incluir, pelo
menos, a verificação dos seguintes itens:
I - aparência geral das embalagens;
II - se as embalagens estão completas;
III - se os produtos e materiais de embalagem corretos foram usados;
IV - se impressões aplicadas durante o processo de embalagem estão corretas;
V - funcionamento correto dos monitores de linha.
Art. 215. Amostras retiradas da linha de embalagem não podem ser devolvidas.
Art. 216. Os produtos que estiveram envolvidos em um evento incomum só podem
ser reintroduzidos no processo após inspeção especial, investigação e aprovação da parte
de pessoal autorizado.
Parágrafo único. Um registro detalhado desta operação deve ser mantido.
Art. 217. Qualquer discrepância significativa ou incomum, observada durante a
reconciliação da quantidade de produto a granel e materiais de embalagem impressos e o
número de unidades produzidas, deve ser investigada e satisfatoriamente contabilizada,
antes da liberação.
Art. 218. Após a conclusão de uma operação de embalagem, quaisquer materiais de
embalagem codificados não utilizados devem ser destruídos, sendo sua destruição
registrada.
Parágrafo único. Caso materiais impressos não codificados retornem ao estoque,
um procedimento documentado deve ser seguido.
Seção IX
Dos produtos acabados
Art. 219. Os produtos acabados devem ser mantidos em quarentena até a sua
liberação final, sob as condições estabelecidas pelo fabricante.
Art. 220. A avaliação de produtos acabados e a documentação necessária antes da
liberação do produto para venda está descrita no Capítulo de Controle de Qualidade.
Art. 221. Após a liberação, os produtos acabados devem ser armazenados como
estoque utilizável sob as condições estabelecidas pelo fabricante.
Seção X
Dos materiais rejeitados, recuperados e devolvidos
Art. 222. Os materiais e produtos rejeitados devem ser claramente identificados
como tal e armazenados separadamente em áreas restritas.
§1º Eles devem, ser devolvidos aos fornecedores ou, quando apropriado,
reprocessados ou destruídos.
§2º Qualquer ação tomada deve ser aprovada e registrada por pessoal autorizado.
Art. 223. O reprocessamento de produtos rejeitados deve ser um fato excepcional.
§1º Deve ser realizado somente se a qualidade do produto final não for afetada, se
as especificações forem atendidas e se for feita de acordo com um procedimento definido
e autorizado, após a avaliação dos riscos envolvidos.
§2º O registro do reprocessamento deve ser mantido.
Art. 224. A recuperação total ou parcial de lotes anteriores que estejam em
conformidade com a qualidade requerida para a incorporação em um lote do mesmo
produto, em um estágio definido de fabricação, deve ser autorizada antecipadamente.
§1º Esta recuperação deve ser realizada de acordo com um procedimento definido
após a avaliação dos riscos envolvidos, incluindo qualquer possível efeito no prazo de
validade.
§2º A recuperação deve ser registrada.
Art. 225. A necessidade de testes adicionais de qualquer produto acabado que tenha
sido reprocessado, ou na qual um produto recuperado tiver sido incorporado, deve ser
levada em consideração pelo Sistema de Gestão da Qualidade Farmacêutica.
Art. 226. Os produtos devolvidos pelo mercado e que deixaram o controle do
fabricante devem ser destruídos, a menos que sua qualidade seja satisfatória; eles podem
ser considerados para revenda, reembalagem ou recuperação em um lote subsequente,
somente após terem sido avaliados criticamente pelo Sistema de Gestão da Qualidade
Farmacêutica, conforme um procedimento escrito.
Art. 245. Além das informações que fazem parte da documentação do lote, outros
dados brutos, como livros e ou registros de laboratório, devem ser mantidos e prontamente
disponibilizados.
Subseção II
Da amostragem
Art. 246. A amostragem deve ser realizada e registrada de acordo com
procedimentos escritos e aprovados, contendo:
I - o método de amostragem;
II - o equipamento a ser utilizado;
III - a quantidade da amostra a ser colhida;
IV - instruções para qualquer subdivisão necessária da amostra;
V - o tipo e condição do recipiente de amostra a ser usado;
VI - a identificação dos recipientes amostrados;
VII - quaisquer precauções especiais a serem observadas, especialmente no que diz
respeito à amostragem de materiais estéreis ou nocivos;
VIII - as condições de armazenamento;
IX - instruções para a limpeza e armazenamento de equipamentos de amostragem.
Art. 247. As amostras devem ser representativas do lote de materiais ou produtos
do qual são retiradas.
Art. 248. Outras amostras também podem ser coletadas para monitorar a parte mais
estressada de um processo, tais como o início ou fim de um processo.
Art. 249. O plano de amostragem utilizado deve ser adequadamente justificado e
baseado em uma abordagem de gerenciamento de risco.
Art. 250. Os recipientes das amostras devem ser rotulados indicando o conteúdo,
com o número do lote, a data de amostragem e os recipientes dos quais as amostras foram
retiradas.
Art. 251. Os recipientes devem ser gerenciados de maneira a minimizar o risco de
mistura e proteger as amostras de condições adversas de armazenamento.
Subseção III
Das análises
Art. 252. Os métodos analíticos devem ser validados.
Art. 253. Um laboratório que estiver usando um método analítico e que não realizou
a validação original, deve realizar a verificação do método de teste durante sua
transferência.
Art. 254. Todos os testes descritos no registro ou na especificação devem ser
realizados de acordo com os métodos aprovados.
Parágrafo único. Os resultados obtidos devem ser registrados.
Art. 255. Os resultados dos parâmetros identificados como atributos críticos de
qualidade devem ser analisados quanto a tendências e verificados, visando garantir que
sejam consistentes entre si.
Art. 256. Quaisquer cálculos devem ser examinados criticamente.
Art. 257. Os testes realizados devem ser registrados, e os registros devem conter,
minimamente, os seguintes dados:
I - nome do material ou produto e, quando aplicável, forma farmacêutica;
II - número do lote e, se for caso, fabricante e/ou fornecedor;
III - referências às especificações relevantes e procedimentos de teste;
IV - resultados de testes, incluindo observações e cálculos, e referência a quaisquer
certificados de análise;
V - datas dos testes;
VI - iniciais ou rubricas das pessoas que realizaram o teste;
VII - iniciais das pessoas que verificaram os testes e os cálculos, quando apropriado;
VIII - declaração clara de aprovação ou reprovação (ou outra decisão de status) e a
assinatura datada da pessoa responsável designada;
IX - referência aos equipamentos utilizados.
Art. 258. Todos os controles em processo, incluindo aqueles feitos na área de
produção pelo pessoal de produção, devem ser executados de acordo com os métodos
aprovados pelo Controle de Qualidade e os resultados registrados.
Art. 259. A qualidade dos reagentes de laboratório, soluções, vidrarias, padrões de
referência e meios de cultura deve ser especificada.
§1º Os materiais de que trata o caput deste artigo devem ser preparados e
controlados de acordo com procedimentos escritos.
§2º As verificações e testes realizados nos materiais de que trata o caput deste artigo
devem ser proporcionais ao seu uso e aos dados de estabilidade disponíveis.
Art. 260. As substâncias químicas de referência devem ser adequadas para o uso
pretendido.
§1º As substâncias químicas de referência devem ser preparadas e controladas de
acordo com procedimentos escritos.
§2º As verificações e testes realizados devem ser proporcionais ao seu uso e aos
dados de estabilidade disponíveis.
§3º Sua qualificação e certificação devem ser claramente declaradas e
documentadas.
Art. 261. Sempre que existirem substâncias químicas de referência farmacopeicas
de uma fonte oficialmente reconhecida, estas devem, preferencialmente, ser usadas como
substâncias químicas de referência primária, a menos que tecnicamente justificado.
§1º O uso de substâncias químicas de trabalho é permitido, desde que sua
rastreabilidade até as substâncias químicas de referência tenha sido demonstrada e
documentada.
§2º As substâncias químicas de referência farmacopeicas compendiais devem ser
usadas para o propósito descrito na monografia apropriada.
Art. 262. Os reagentes de laboratório, soluções, substâncias químicas de referência
e meios de cultura devem ser identificados com a data de preparação e abertura e a
assinatura da pessoa que os preparou.
§1º A data de validade dos reagentes e meios de cultura deve ser indicada no rótulo,
juntamente com as condições de armazenamento específicas.
§2º Para soluções volumétricas, a última data de padronização e o último fator de
correção devem ser indicados.
Art. 263. Quando necessário, a data de recebimento de qualquer substância usada
para testes, como reagentes, soluções, substâncias químicas de referências e padrões, deve
ser indicada no recipiente.
Parágrafo único. Instruções de uso e armazenamento devem ser seguidas.
Art. 264. Pode ser necessária a realização de um teste de identificação e outros testes
em reagentes antes de seu uso.
Art. 265. O meio de cultura deve ser preparado de acordo com os requisitos do
fabricante do meio, a menos que tecnicamente justificado.
Art. 266. O desempenho de todos os meios de cultura deve ser verificado antes do
uso.
Seção III
Do contratante
Art. 302. O Sistema da Qualidade do Contratante deve incluir o controle e revisão
de quaisquer atividades terceirizadas.
Art. 303. O contratante é responsável por garantir que sejam implementados
processos para assegurar o controle das atividades terceirizadas.
Parágrafo único. Os processos de que trata o caput devem incorporar princípios de
Gerenciamento de Risco da Qualidade e contemplar os seguintes aspectos:
I - antes de terceirizar as atividades, o Contratante é responsável por avaliar a
legalidade, a adequação e a competência do Contratado para realizar com sucesso as
atividades terceirizadas;
II - o Contratante é responsável por assegurar por meio do contrato que os princípios
e diretrizes de BPF, conforme interpretados nesta norma, sejam seguidos;
III - o Contratante deve fornecer ao Contratado todas as informações e
conhecimentos necessários para realizar as operações contratadas corretamente de acordo
com as normas vigentes e com o registro do produto em questão;
IV - o Contratante deve garantir que o Contratado seja comunicado de quaisquer
problemas associados ao produto ou ao trabalho, que possam representar um risco para
suas instalações, equipamentos, pessoal, outros materiais ou outros produtos;
V - o Contratante deve monitorar e revisar o desempenho do Contratado e a
identificação e implementação de qualquer melhoria necessária.
Art. 304. O Contratante é responsável por revisar e avaliar os registros e os
resultados relacionados às atividades terceirizadas.
Art. 305. O Contratante deve assegurar, por conta própria ou com base na
confirmação da Unidade de Qualidade do Contratado, que todos os produtos e materiais
entregues a ele pelo Contratado foram processados de acordo com as BPF e segundo o
registro do produto.
Seção IV
Do contratado
Art. 306. O Contratado deve possuir as condições necessárias para executar
satisfatoriamente o trabalho solicitado pelo Contratante, por meio de instalações
adequadas, equipamentos, conhecimento, experiência e pessoal competentes.
Art. 307. O Contratado deve assegurar que todos os produtos, materiais e
conhecimentos a ele entregues sejam adequados para o propósito a que se destinam.
Art. 308. O Contratado não deve repassar a terceiros qualquer trabalho confiado a
ele sob o contrato, sem a prévia avaliação e aprovação do Contratante.
Parágrafo único. Acordos firmados entre o Contratado e qualquer terceiro devem
assegurar que a informação e o conhecimento, incluindo aqueles oriundos da avaliação
da adequação do terceiro, sejam disponibilizados da mesma forma que entre o Contratado
e o Contratante.
Art. 309. É vedado ao contratado a realização de alterações não autorizadas, fora
dos termos do Contrato, que possam afetar adversamente a qualidade das atividades
terceirizadas para o Contratante.
Art. 310. O Contratado deve estar ciente que as atividades terceirizadas, inclusive
a análise de contratos, podem estar sujeitas a inspeção pelas autoridades competentes.
Seção V
Do contrato
Art. 311. Deve ser elaborado contrato entre o Contratante e o Contratado, no qual
estejam especificadas suas respectivas responsabilidades e processos de comunicação
relacionados às atividades terceirizadas.
Art. 312. Os aspectos técnicos do contrato devem ser elaborados por pessoas
competentes e adequadamente informadas sobre atividades terceirizadas relacionadas e
acerca das Boas Práticas de Fabricação.
Art. 313. Todos os acordos firmados para atividades terceirizadas devem atender às
regulamentações em vigor, ao registro do produto em questão e deve haver concordância
dos termos por ambas as partes.
Art. 314. O contrato deve descrever claramente qual das partes é responsável pela
condução de cada etapa da atividade terceirizada, por exemplo, da gestão do
conhecimento, transferência de tecnologia, cadeia de suprimentos, subcontratação,
qualidade e compra de materiais, teste e liberação de materiais, bem como a realização
de controles de produção e qualidade, incluindo controles em processo, amostragem e
análise.
Art. 315. Todos os registros relacionados às atividades terceirizadas, tais como a
fabricação, os registros analíticos e de distribuição, bem como as amostras de referência,
devem ser mantidos ou estar disponíveis para o Contratante.
Art. 316. Quaisquer registros pertinentes para a avalição da qualidade de um
produto no caso de reclamações, suspeitas de desvios, ou informações para a investigação
de suspeita de falsificação devem estar acessíveis e especificados em procedimentos
específicos do Contratante.
Art. 317. O contrato deve permitir que o Contratante audite atividades terceirizadas
executadas pelo Contratado, ou seus subcontratados mutuamente acordados.
CAPÍTULO IX
DAS RECLAMAÇÕES E RECOLHIMENTO DO PRODUTO
Seção I
Da introdução
Art. 318. Deve haver um sistema e procedimentos apropriados para registrar,
avaliar, investigar e revisar reclamações, incluindo possíveis desvios de qualidade; e, se
necessário, para recolhimento dos medicamentos destinados a uso humano, incluindo os
experimentais, de forma efetiva e imediata, da rede de distribuição.
Art. 319. Os princípios de Gerenciamento de Risco da Qualidade devem ser
aplicados à investigação e avaliação de desvios de qualidade, e ao processo de tomada de
decisão para ações corretivas, preventivas e outras ações de redução de riscos em relação
ao produto.
Art. 320. Quando evidenciado desvio de qualidade de medicamento, a autoridade
sanitária deve ser informada, conforme legislação específica, quando do desvio possa
decorrer recolhimento do produto ou redução na oferta deste ao mercado.
Art. 321. No caso de atividades terceirizadas, deve haver contrato no qual estão
descritos o papel e as responsabilidades do fabricante, do detentor do registro e/ou do
patrocinador e de quaisquer outros terceiros pertinentes em relação à avaliação, tomada
de decisões, disseminação de informações e implementação de ações de redução de riscos
relativos a um produto defeituoso.
Parágrafo único. O contrato de que trata o caput deve abordar a maneira de se
contatar os responsáveis em cada parte para a gestão de desvios de qualidade e de questões
de recolhimento.
Seção II
Do pessoal e organização
Art. 322. Pessoal adequadamente treinado e experiente deve ser responsável por
gerenciar investigações de reclamações e defeitos de qualidade e por decidir as medidas
a serem tomadas, a fim de gerir qualquer risco potencial apresentado por essas questões,
incluindo recolhimentos.
§1º O pessoal de que trata o caput deve ser independente da organização de vendas
e marketing, a menos que haja uma justificativa plausível para outro procedimento.
§2º Se o Responsável Técnico pela certificação para liberação do lote ou lotes em
questão não fizer parte da equipe responsável pelas ações de que trata o caput deste artigo,
ele deve ser formalmente informado sobre quaisquer investigações, ações de redução de
risco e operações de recolhimento, em tempo hábil.
Art. 323. Devem ser disponibilizados pessoal treinado e recursos suficientes para o
manuseio, avaliação, investigação e revisão de reclamações e desvios de qualidade,
visando implementar quaisquer ações de redução de riscos.
Parágrafo único. Deve ser disponibilizado pessoal treinado e recursos suficientes
para a gestão de interações com as autoridades sanitárias dos países com as quais a
empresa tenha relações comerciais.
Art. 324. O uso de equipes interdisciplinares deve ser considerado, incluindo
pessoal adequadamente treinado em Gerenciamento da Qualidade.
Art. 325. Nas situações em que o tratamento de reclamações e desvios de qualidade
for gerenciado de forma centralizada dentro de uma organização, as funções e
responsabilidades relativas das partes envolvidas devem ser documentadas.
Parágrafo único. O gerenciamento centralizado não deve, no entanto, resultar em
atrasos na investigação e no gerenciamento da problemática.
Seção III
Dos procedimentos para tratamento e investigação de reclamações, incluindo
possíveis desvios de qualidade
Art. 326. Deve haver procedimentos escritos descrevendo as ações a serem tomadas
após o recebimento de uma reclamação.
Art. 327. Todas as reclamações devem ser documentadas e avaliadas visando a
identificação se representam um possível desvio de qualidade ou outro problema.
Art. 328. Deve-se dar atenção especial ao recebimento de uma reclamação ou
suspeita de desvio de qualidade relacionado à falsificação.
Art. 329. As reclamações que não indicarem um desvio de qualidade, mas que
representarem um possível efeito adverso, devem ser documentadas e comunicadas ao
grupo ou pessoa responsável pela investigação e gerenciamento de reclamações dessa
natureza.
Art. 330. Devem existir procedimentos para facilitar um pedido de investigação da
qualidade de um lote de um medicamento, a fim de apoiar uma investigação sobre a
notificação de um evento adverso suspeito.
Art. 331. Quando uma investigação de desvio de qualidade for iniciada, devem ser
implementados procedimentos para abordar, minimamente, os seguintes itens:
I - descrição do desvio de qualidade relatado;
II - determinação da extensão do desvio de qualidade;
Seção VI
Do recolhimento de produtos e outras ações para a redução dos riscos
Art. 342. Devem existir procedimentos escritos, que sejam regularmente revistos e
atualizados, para a determinação das atividades de recolhimento e de outras ações de
mitigação de riscos.
Art. 343. Após um produto ter sido distribuído ao mercado, qualquer retirada da
rede de distribuição em decorrência de desvio de qualidade deve ser considerada e
gerenciada como um recolhimento.
Parágrafo único. O recolhimento não se aplica à recuperação ou devolução de
amostras do produto da rede de distribuição para facilitar uma investigação sobre um
problema ou desvio de qualidade.
Art. 344. Deve haver a capacidade de realização das operações de recolhimento a
qualquer momento.
Parágrafo único. Em certos casos, pode ser necessário iniciar as operações de
recolhimento, visando proteger os pacientes, antes da determinação das causas raízes e
compreensão da extensão do desvio.
Art. 345. Os registros de distribuição de lote/produto devem estar prontamente
disponíveis para as pessoas responsáveis pelo recolhimento.
Art. 346. Os registros de distribuição devem conter informações suficientes sobre
atacadistas e clientes diretamente abastecidos, mesmo quando se trate de produtos
exportados e amostras médicas.
Art. 347. No caso de medicamentos destinados a ensaios clínicos, todos os locais
de ensaio devem ser identificados e os países de destino devem ser indicados.
§1º No caso de medicamentos destinados a ensaios clínicos para o qual tenha sido
emitido um registro sanitário, o fabricante do medicamento deve, em cooperação com o
patrocinador do estudo, informar o detentor do registro de qualquer defeito de qualidade
que possa estar relacionado com o medicamento autorizado.
§2º O patrocinador deve implementar um procedimento para a rápida revelação dos
produtos submetidos a estudos randomizados cegos, quando isso for necessário para um
recolhimento efetivo.
§3º O patrocinador deve garantir que o procedimento divulgue a identidade do
produto em teste no estudo randomizado cego à medida em que isto for estritamente
necessário ao recolhimento.
Art. 348. Deve ser realizada uma análise sobre a extensão da ação de recolhimento
na rede de distribuição do produto, que considere os riscos ao paciente, após consulta à
autoridade sanitária.
Art. 349. A autoridade sanitária deve ser informada nos casos em que uma ação de
recolhimento proposta não seja executada pelo fato de o prazo de validade do
medicamento estar expirado.
Art. 350. Todas as autoridades sanitárias competentes interessadas devem ser
informadas com antecedência nos casos em que exista a intenção do recolhimento.
§1º Em situações muito graves, isto é, naquelas com o potencial de causar sérios
impactos à saúde do paciente, pode ser necessário tomar medidas rápidas de redução de
risco antes de se notificar as Autoridades Competentes.
§2º Sempre que possível, deve-se acordar as medidas com as Autoridades
Competentes, antes da sua execução.
Art. 351. Deve-se considerar se a ação de recolhimento proposta pode afetar
diferentes mercados de diferentes maneiras, e, se este for o caso, devem ser desenvolvidas
e discutidas as ações apropriadas de redução de risco específicas do mercado com as
autoridades sanitárias competentes.
Art. 352. Deve ser considerado o risco de desabastecimento de um medicamento
que não tenha uma alternativa registrada levando em conta o seu uso terapêutico, antes
de se decidir sobre uma medida de redução do risco como um recolhimento.
Parágrafo único. Qualquer decisão de não se executar uma ação de redução de risco
que de outra forma seria necessária deve ser previamente acordada com a Autoridade
Competente.
Art. 353. Os produtos recolhidos devem ser identificados e armazenados
separadamente em um local seguro enquanto aguardam uma decisão sobre seu destino.
Parágrafo único. Deve-se emitir e documentar uma disposição formal de todos os
lotes recolhidos.
Art. 354. A justificativa para qualquer decisão de reprocesso dos produtos
recolhidos deve ser documentada e discutida com a autoridade sanitária.
Art. 355. A extensão do prazo de validade remanescente para qualquer lote
reprocessado que possa vir a ser recolocado no mercado deve ser considerada junto à
Autoridade Sanitária.
Art. 356. O progresso do processo de recolhimento deve ser registrado até o
encerramento.
Art. 357. Deve ser emitido um relatório final sobre o recolhimento, incluindo uma
reconciliação entre as quantidades entregues e recuperadas dos produtos/lotes em
questão.
Art. 358. A eficácia do sistema de recolhimento deve ser periodicamente avaliada
para a confirmação de que este permanece robusto e adequado ao uso.
§1º As avaliações de que trata o caput devem ser realizadas durante as horas úteis
e não úteis de funcionamento.
§2º Ações simuladas de recolhimento devem dispor de avaliação documentada e
justificada sobre quando devem ser empregadas.
Art. 359. Em adição aos recolhimentos, outras ações de mitigação de riscos podem
ser consideradas para se gerenciar os riscos apresentados pelos desvios de qualidade.
§1º As ações de que trata o caput podem incluir a emissão de comunicações
preventivas aos profissionais de saúde em relação ao uso de um lote potencialmente com
desvios.
§2º As ações devem ser consideradas caso a caso e devem ser discutidas com as
autoridades sanitárias competentes em questão.
CAPÍTULO X
AUTOINSPEÇÃO
Art. 360. Devem ser realizadas autoinspeções a fim de monitorar a implementação
e a conformidade com os princípios das Boas Práticas de Fabricação, e propor as medidas
corretivas necessárias.
Art. 361. As questões relacionadas com pessoal, instalações, equipamento,
documentação, produção, controle de qualidade, distribuição dos medicamentos,
procedimentos para gerenciamento de reclamações e recolhimentos, bem como a
autoinspeção, devem ser examinadas em intervalos regulares, seguindo um programa pré-
estabelecido com o fim de verificar sua conformidade com os princípios de Garantia da
Qualidade.
Art. 362. As autoinspeções devem ser conduzidas de forma independente e
detalhada por pessoa(s) competente designada pela empresa.
Parágrafo único. Auditorias independentes, realizadas por especialistas externos,
podem ser utilizadas.
Art. 363. Todas as autoinspeções devem ser registradas.
Art. 364. Os relatórios devem conter todas as observações feitas durante as
inspeções e, quando aplicável, as propostas com medidas corretivas.
Art. 365. As declarações sobre as ações tomadas posteriormente também devem ser
registradas.
CAPÍTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 366. O inciso VII, do art. 8º, passa a vigorar 06 (seis) meses após a vigência da
norma.
Art. 367. O art. 10 passa a vigorar após 03 (três) meses após a vigência da norma.
Art. 368. Os requisitos normativos dos dispositivos art. 74; art. 75 e seu parágrafo
único; art. 76 e seu parágrafo único; art. 77 contidos nesta Resolução não se aplicam às
empresas de gases medicinais.
Art. 369. De forma que as empresas se adéquem e atendam aos requerimentos
normativos constantes do art. 171 constante nesta Resolução, estão estabelecidos os
seguintes prazos, a contar da vigência da norma:
I - em até 06 (seis) meses da vigência da Resolução, as empresas já deverão ter
concluído as (re) estruturações/integrações de seus Sistemas de Qualidade Farmacêutica
e de Gerenciamento de Risco; terem capacitado e treinado seus colaboradores (de
diversos departamentos caso se envolvam nas atividades de operações produtivas,
incluindo principalmente o gerenciamento/controle de risco de contaminação cruzada);
identificado e contratado serviços/profissionais qualificados (profissional toxicologista
capacitado; treinamento; com perícia e experiência prática) para as determinações dos
valores de Exposição Diária Permitida dos produtos, de forma a subsidiar as reavaliações
dos limites residuais máximos permitidos carreados entre produtos, no que tange às
validações dos procedimentos de limpeza de superfícies de equipamentos em contato com
os produtos;
II - em até 12 (doze) meses de vigência da norma, quando da introdução de
quaisquer produtos (comerciais e experimentais) nas linhas de produção, as empresas já
deverão atender, na íntegra, o novo requisito normativo;
III - em até 12 (doze) meses da vigência da Resolução, as empresas já deverão
atender, na íntegra, o novo requisito normativo para todos produtos (comerciais e
experimentais) com pelo menos uma das seguintes características: genotoxicidade;
carcinogenicidade; toxicidade reprodutiva/desenvolvimental; altamente sensibilizantes;
IV - em até 24 (vinte e quatro) meses da vigência da Resolução, as empresas já
deverão cumprir, na íntegra, o novo requisito normativo para 30% de todos os produtos
do portfólio (comercial e experimentais);
V - em até 36 (trinta e seis) meses da vigência da Resolução, as empresas já deverão
cumprir, na íntegra, o novo requisito normativo para 60% de todos os produtos do
portfólio (comercial e experimentais);
VI - em até 48 (quarenta e oito) meses da vigência da Resolução, as empresas já
deverão cumprir, na íntegra, o novo requisito normativo para 100% de todos os produtos
do portfólio (comercial e experimentais).
Art. 370. Os requisitos do art. 178 passam a vigorar para produtos legados 1 (um)
ano após a vigência desta Resolução.
WILLIAM DIB
Diretor-Presidente