Tendência Escolanovista 31 - 01 - 2018
Tendência Escolanovista 31 - 01 - 2018
Tendência Escolanovista 31 - 01 - 2018
O ideário da Escola Nova veio para contrapor o que era considerado “tradicional” e para reagir
contra uma visão fragmentada, de valorização do transcendente, do universal, do que é fixo na vida,
chamando a atenção sobre a realidade integral das pessoas, suas aspirações e o valor relativo dos
fatos. No fim do século XIX, muitas das mudanças que seriam ditas como originais pelo
“escolanovismo” da década de 20, já eram colocadas em prática.
A escrita tornou-se uma das capacidades fundamentais para o indivíduo. Deveria ser uma
técnica mais racional, seguindo os princípios de Ferrier, para não causar uma “fadiga inútil”. Ocorreu
uma modificação nos traços e nas formas de escrita. A leitura oral, prática presente em todo o período
anterior de nossa história, principalmente devido ao pequeno número de letrados e de livros, deveria
ser substituída pala prática da leitura silenciosa.
O conhecimento não era transmitido pelo professor para memorização,mas ele era
estabelecido entre os alunos e esses objetos ou fatos. Dewey alega que a questão educativa da
criança deve ser voltada ao pensar, transformar uma capacidade natural em hábito por meio de uma
atividade. Desde o primeiro dia de aula o aluno aprende que o que faz a grandeza da vida não é
dominar, mas sim servir. A escola deve organizar a sala de aula como um espaço privilegiado que
possibilite o aluno uma ação efetiva sobre a realidade ou a representação, como também facilitar a
articulação entre o interesse do aluno e a sua ação.
A escola integral e única proposta pelo manifesto era definida em oposição à escola existente,
chamada de “tradicional”. Assim conceituava o manifesto a “escola ou educação nova”:
“A educação nova, alargando sua finalidade para além dos limites das classes, assume, com uma
feição mais humana, a sua verdadeira função social, preparando-se para formar ‘a hierarquia
democrática’ pela ‘hierarquia das capacidades’, recrutadas em todos os grupos sociais, a que se
abrem as mesmas oportunidades de educação. Ela tem, por objeto, organizar e desenvolver os
meios de ação durável com o fim de ‘dirigir o desenvolvimento natural e integral do ser humano
em cada uma das etapas de seu crescimento’,de acordo com uma certa concepção de mundo.”
Coerentemente com essa definição da “educação nova”, os educadores propunham um programa
de política educacional amplo e integrador, assim registrado no manifesto: “A seleção dos alunos nas
suas aptidões naturais, a supressão de instituições criadoras de diferenças sobre base econômica, a
incorporação dos estudos do magistério à universidade, a equiparação dos mestres e professores em
remuneração e trabalho, a correlação e a continuidade do ensino em todos os graus e a reação contra
tudo que lhe quebra a coerência interna e a unidade vital, constituem o programa de uma política
educacional, fundada sobre a aplicação do princípio unificador que modifica profundamente a
estrutura íntima e a organização dos elementos constitutivos do ensino e dos sistemas escolares.”(
Helena Bomeny). O escolanovismo desenvolveu-se no Brasil no momento em que o país sofria
importantes mudanças econômicas, políticas e sociais.
O escolanovismo brasileiro está ligado a certas concepções de John Dewey, que acredita ser a
educação o único meio realmente efetivo para a construção de uma sociedade democrática, que
respeite as características individuais de cada pessoa, inserindo-o em seu grupo social com respeito à
sua unicidade, mas, como parte integrante e participativa de um todo.
Anísio Teixeira foi o mais importante seguidor das idéias deweyanas no Brasil. As ideias de
John Dewey e Durkheim possibilitaram aos intelectuais e educadores renovadores compreender o
processo de modernização da sociedade brasileira e, conseqüentemente, a necessidade de um novo
ensino e de uma nova escola.
O grande nome do movimento na América foi o filósofo e pedagogo John Dewey (1859-1952).
Ele influenciou a elite brasileira com o movimento da Escola Nova. Para John Dewey a Educação, é
uma necessidade social. Por causa dessa necessidade as pessoas devem ser aperfeiçoadas para
que se afirme o prosseguimento social, assim sendo, possam dar prosseguimento às suas ideias e
conhecimentos.
Para John Dewey, a escola não pode ser uma preparação para a vida, mas sim, a própria vida.
Assim, a educação tem como eixo a vida-experiência e aprendizagem, fazendo com que a função da
escola seja a de propiciar uma reconstrução permanente da experiência e da aprendizagem dentro de
sua vida. Então, para ele, a educação teria uma função democratizadora de igualar as oportunidades.
De acordo com o ideário da escola nova, quando falamos de direitos iguais perante a lei,
devemos estar citando os direitos de oportunidades iguais perante a lei. Os fundamentos da
escolanovista influenciaram pedagogicamente o ensino público e refletiram-se nas instituições
universitárias, inspirando as reformas educacionais em outros países.