Testes Globais Módulo
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TESTES GLOBAIS/MÓDULO
GRUPO I
Ricardo Reis, “Odes – Livro Primeiro”, in Fernando Pessoa, Poesia dos Outros Eus
(ed. Richard Zenith), Lisboa, Assírio & Alvim, 2007, pp. 144-145.
1 Divindades.
2 Divindade contemporânea de Júpiter.
3 Verao.
4 Cruel, impiedoso.
2. Explicite, de acordo com o sujeito poético, o modo como o ser humano se deve comportar perante
a “vida”.
3. Exponha o código de conduta ou o ideal ético, defendido pelo sujeito poético, perante a iminência
da morte.
GRUPO II
Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
Leia o texto.
Parece fácil mas não é. Eles explicam tudo numa conferência TED e no documentário lançado
este ano e intitulado Minimalism: A Documentary About the Important Things. Porque é que não é
fácil? Por ser preciso passar à prática e confiar que vai valer a pena. Por ser preciso reprogramar a
ideia que se tem de abundância.
20 O emprego milionário, a casa à altura com carro a condizer e outros sinais exteriores de riqueza
podem parecer uma meta cativante que todos querem alcançar (e que eles alcançaram). Só que,
pouco tempo antes de a vida ter surpreendido Joshua e Ryan, já eles tinham percebido que manter
esse estilo de vida não lhes dava a satisfação sonhada. E, para infelicidade de ambos, o consumo
compulsivo só ampliava a sensação de vazio e os níveis de stresse, medo, desgaste e depressão. Em
25 síntese, não era Vida. Não os tornava mais livres nem lhes fazia sentido. Seis anos passados, a dupla
tem um site, um blog, um podcast, alguns livros e mais de quatro milhões de seguidores.
Clara Soares, in Visão, edição online de 23 de novembro de 2016 (consultado em dezembro de 2016).
5. A oração subordinada sublinhada na frase “Imagine alguém que atinge o topo do sucesso no mundo
empresarial” (ll. 3-4) é
(A) adverbial consecutiva.
(B) adjetiva relativa restritiva.
(C) adjetiva relativa explicativa.
(D) substantiva completiva.
7. A afirmação “Dois cenários que podiam fazer parte da sinopse de um filme.” (l. 7) exemplifica a
modalidade
(A) epistémica com valor de certeza.
(B) epistémica com valor de probabilidade.
(C) deôntica com valor de obrigação.
(D) deôntica com valor de permissão.
8. Indique o valor lógico do articulador que introduz o último período do primeiro parágrafo.
GRUPO III
Viver a vida de forma minimalista foi a opção dos dois jovens cuja desgraça os fez apreciar a vida de
forma diferente.
Produza um texto expositivo, entre 130 e 170 palavras, sobre o modo como podemos ou devemos viver,
considerando as consequências decorrentes das nossas opções de vida.
GRUPO I
A – Mensagem
OCIDENTE
Com duas mãos – o Ato e o Destino –
Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu
Uma ergue o facho trémulo e divino
E a outra afasta o véu.
1. Demonstre de que forma o “Ato” e o “Destino” foram importantes para a realização dos Descobri-
mentos.
B – Poetas contemporâneos
Leia o poema.
4. Apresente a situação denunciada no poema, tendo em conta o contexto histórico da sua escrita –
1965. Justifique a sua resposta com elementos textuais.
GRUPO II
Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
Leia o texto.
1. O texto põe em destaque o papel de Maria Lamas na defesa dos direitos das mulheres numa época
(A) em que essa ação não era bem recebida pelo poder politico, pois considerava que existiam já
instituições públicas de auxílio e apoio às mulheres.
(B) em que essa ação não era bem recebida pelas mulheres, marcadas por uma educação retrograda e
conservadora.
(C) em que era necessário lutar pelos direitos das mulheres que não estavam protegidas pela Obra
das Mães da Educação Nacional.
(D) em que as principais violações dos direitos das mulheres ocorriam nas aldeias e vilas, lugares
recônditos e esquecidos.
9. Refira o recurso expressivo presente no segmento “revelando como ninguém havia feito (ou fez)
as mulheres e a sua vida nas cidades, nas vilas e aldeias, nos lugares esquecidos e escondidos.”
(ll. 8-9).
10. Identifique a função sintática desempenhada pelo constituinte sublinhado na frase “Ouviu-as
falar da pobreza” (ll. 12-13).
GRUPO III
GRUPO I
A – Contos
Depois, o sol desanda para trás da casa. Começa a acercar-se a tardinha. Batola, que acaba de
dormir a sesta, já pode vir sentar-se, cá fora, no banco que corre ao longo da parede. A seus pés,
passa o velho caminho que vem de Ourique e continua para o sul. Por cima, cruzam os fios da eletri-
cidade que vão para Valmurado, uma tomada de corrente cai dos fios e entra, junto das telhas, para
5 dentro da venda.
E o Batola por mais que não queira, tem de olhar todos os dias o mesmo: aí umas quinze casinhas
desgarradas e nuas; algumas só mostram o telhado escuro, de sumidas que estão no fundo dos
córregos. Depois disso, para qualquer parte que volte os olhos, estende-se a solidão dos campos.
E o silêncio. Um silêncio que caiu, estiraçado por vales e cabeços, e que dorme profundamente. Oh,
10 que despropósito de plainos sem fim, todos de roda da aldeia, e desertos!
Carregado de tristeza, o entardecer demora anos. A noite vem de longe, cansada, tomba tão va-
garosamente que o mundo parece que vai ficar para sempre naquela magoada penumbra.
Lá vêm figurinhas dobradas pelos atalhos, direito às casas tresmalhadas da aldeia. Nenhuma
virá até à venda falar um bocado, desviar a atenção daquele poente dolorido. São ceifeiros, exaustos
15 da faina, que recolhem. Breve, a aldeia ficará adormecida, afundada nas trevas. E António Barras-
quinho, o Batola, não tem ninguém para conversar, não tem nada que fazer. Está preso e apagado
no silêncio que o cerca.
Ergue-se pesadamente do banco. Olha uma última vez para a noite derramada. Leva as mãos
à cara, esfrega-a, amachucando o nariz, os olhos. Fecha os punhos, começa a esticar os braços.
20 E abre a boca num bocejo tão fundo, o corpo torcido numa tal ansiedade, que parece que todo ele se
vai despegar aos bocados. Um suspiro estrangulado sai-lhe das entranhas e engrossa até se
alongar, como um uivo de animal solitário.
Quando consegue dominar-se, entra na venda, arrastando os pés. E, sem pressentir que aquela
noite é a véspera de um extraordinário acontecimento, lá se vai deitar o Batola, derrotado por mais
25 um dia.
“Sempre é uma companhia”, in Manuel da Fonseca, O fogo e as cinzas, Lisboa, Editorial Caminho, 2011, pp. 150-151.
2. Indique três traços caracterizadores dos habitantes de Alcaria, fundamentando a resposta com
citações textuais.
B1
Leia o texto.
Agora que veio o tempo da Páscoa, o governo mandou distribuir por todo o país bodo geral, assim
reunindo a lembrança católica dos padecimentos e triunfos de Nosso Senhor às satisfações tempo-
rárias do estômago protestativo. […] No entanto, os governos, por supremos que sejam, como este,
perfeitíssimo, sofrem de males da vista cansada, talvez da muita aplicação ao estudo, da pertinaz
5 vigília e vigilância. […] Lesse o governo com atenção suficiente os jornais sobre os quais todas as
manhãs, tardes e madrugadas mandou passar zelosos olhares, peneirando outros conselhos e opi-
niões, e veria quão fácil é resolver o problema da fome portuguesa, tanto a aguda como a crónica,
a solução está aqui, no Bovril, um frasco de Bovril a cada português, para as famílias numerosas
o garrafão de cinco litros, prato único, alimento universal, pancresto remédio, se o tivéssemos to-
10 mado a tempo e horas não estávamos na pele e no osso, Dona Clotilde. Ricardo Reis vai-se infor-
mando, toma nota destas receitas úteis, não é como o governo, que insiste em fatigar os olhos nas
entrelinhas e nas adversativas, perdendo o certo pelo duvidoso. Se a manhã está agradável sai de
casa, um pouco soturna apesar dos cuidados e desvelos de Lídia, para ler os jornais à luz clara do
dia, sentado ao sol, sob o vulto protetor de Adamastor, já se viu que Luís de Camões exagerou mui-
15 to, este rosto carregado, a barba esquálida, os olhos encovados, a postura nem medida nem má, é
puro sofrimento amoroso o que atormenta o estupendo gigante, quer ele lá saber se passam ou não
passam o cabo as portuguesas naus.
José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis, 21.a ed., Lisboa, Editorial Caminho, 2013.
4. Refira dois aspetos que possam caracterizar socialmente o Portugal da década de 1930, funda-
mentando a resposta com citações textuais pertinentes.
B2
Leia o texto.
Foram as ordens, vieram os homens. De sua própria vontade alguns, aliciados pela promessa de
bom salário, por gosto de aventura outros, por desprendimento de afetos também, à força quase
todos. Deitava-se o pregão nas praças, e, sendo escasso o número de voluntários, ia o corregedor
pelas ruas, acompanhado dos quadrilheiros1, entrava nas casas, empurrava os cancelos dos quin-
5 tais, saía ao campo a ver onde se escondiam os relapsos2, ao fim do dia juntava dez, vinte, trinta
homens, e quando eram mais que os carcereiros atavam-nos com cordas, variando o modo, ora
presos pela cintura uns aos outros, ora com improvisada pescoceira3, ora ligados pelos tornozelos,
como galés ou escravos. Em todos os lugares se repetia a cena, Por ordem de sua majestade, vais
trabalhar na obra do convento de Mafra, e se o corregedor era zeloso, tanto fazia que estivesse o
10 requisitado na força da vida como já lhe escorregasse o rabo da tripeça4, ou pouco mais fosse que
menino. Recusava-se um homem primeiro, fazia menção de escapar, apresentava pretextos, a mu-
lher no fim do tempo, a mãe velha, um rancho de filhos, a parede em meio, a arca por confortar, o
alqueive5 necessário, e se começava a dizer as suas razões não as acabava, deitavam-lhe a mão os
quadrilheiros, batiam-lhe se resistia, muitos eram metidos ao caminho a sangrar.
1 Soldados que faziam a ronda das ruas. 2 Pessoas reincidentes em crimes. 3 Preso pelo pescoço. 4 Ter idade avançada.
5 Terra que se lavra e se deixa em pousio, para que descanse. 6 Animais quadrúpedes. 7 Árvore leguminosa do Brasil.
5. Explicite as reações quer dos que eram forçados a partir quer dos seus familiares.
GRUPO II
Responda às questões. Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
Leia o texto.
Mais do que histórias em que os gritos dos mortos se misturam com os dos vivos, compondo um
15 coro trágico que não cessa de evocar a inevitável desolação da existência, a irremediável solidão dos
homens, esta trilogia é sobretudo um hino ao poder redentor das palavras e também da amizade.
Toda a trilogia parece querer sublinhar esse poder salvífico da palavra.
Os romances da trilogia ambientam-se naquela singular atmosfera de elementos naturais fe-
rozes e opressivos, de uma Natureza não subjugada pelo Homem (de fogo e de vento, de gelo e de
20 rios indomáveis), tão característica da Islândia, e que ao mesmo tempo nos remete sempre para a
memória lírica do mito, para um tempo dominado por uma sombria e avassaladora solidão onde
ecoam as sagas e os seus heróis trágicos. Essa solidão é um elemento essencial em O coração do
homem (bem como nos outros dois volumes da trilogia).
O volume agora publicado, O coração do homem, poderia ser lido como uma espécie de manifes-
25 to (em forma de romance) sobre a fragilidade da vida, e também sobre como por vezes permitimos
que a vida estagne, que se torne mais difícil.
O leitor segue a tristeza e a privação, a vida e a morte, acompanhando as descobertas do rapaz,
e os três livros podem ser entendidos como uma espécie de trilogia de “romances de formação”,
mas que ao mesmo tempo se misturam com “livros de viagem” através de uma natureza hostil, de
30 enormes paisagens desoladas, austeras e terrivelmente frias, que os homens enfrentam rudemente
de maneira quase obstinada até à exaustão.
Com o autor islandês atravessamos o desespero silencioso da condição humana, numa despu-
dorada cartografia afetiva das nossas angústias. E também de muitos dos nossos demónios.
José Rico Direitinho, in Público, edição online de 07 de outubro de 2016 (consultado em novembro de 2016, com supressões).
4. O segmento sublinhado em “[…] na orla de uma baía que […] é tão larga que a vida não a consegue
atravessar […] (ll. 4-5) integra uma oração subordinada
(A) substantiva relativa.
(B) adverbial concessiva.
(C) adjetiva relativa restritiva.
(D) adverbial consecutiva.
6. A frase “Toda a trilogia parece querer sublinhar esse poder salvífico da palavra.” (l. 17) configura
a modalidade
(A) epistémica com valor de probabilidade.
(B) deôntica com valor de obrigação.
(C) apreciativa.
(D) deôntica com valor de permissão.
8. Transcreva o referente do pronome sublinhado no segmento “que a vida não a consegue atra-
vessar.” (ll. 4-5).
10. Refira a classe de palavras a que pertence o termo “que” (l. 30).
GRUPO II
A busca da felicidade e a necessidade de realização pessoal são objetivos que o ser humano procura
alcançar.
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 150 e um máximo de 250 palavras, apresente
o seu ponto de vista sobre esta temática.
Fundamente a sua opinião recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo
menos, um exemplo significativo.