231 - Abraman

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 48

A revista brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos. Ano 26 / edição 148.

2013
A BOLA COMEÇA A ROLAR
GRANDES EVENTOS MOVIMENTAM A
ECONOMIA E GERAM OPORTUNIDADES EM GESTÃO DE ATIVOS

ESPECIAL AES -TIETÊ, 1ª EMPRESA LATINOAMERICANA CERTIFICADA PELA PAS 55

capa 148.indd 1 1/16/13 12:06 PM


Nosso foco é o seu negócio.
Para ter sucesso é preciso ter foco. Foco em competência,
excelência, tecnologia e precisão. A NSK foca o seu
negócio e por isso está ao seu lado, oferecendo o que há
de melhor para o crescimento dos seus resultados.

2 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

sumário 148.indd 2 1/16/13 10:27 AM


manutenção REVISTA OFICIAL DA ABRAMAN
| ANO 26 | Nº 148
NOVEMBRO/DEZEMBRO 2012

Sumário
05 Palavra do Presidente
« Feliz 2013! Como numa corrida de revezamento, o fim de uma etapa
coincide com o início da próxima.

07 Ação Brasil
« Escola Técnica Silva Freire, no Rio, completa 115 anos de formação de
qualidade, com o apoio da ABRAMAN.

08 PNQC
« ABRAMAN lidera ações de melhoria contínua e crescimento de
profissionais e empresas.

12 Capa
« Arenas desportivas modernas, que incorporam novas atrações, como
shopping centers, restaurantes e lojas, além dos estádios, unem o esporte

22
ao mundo do laser e do comércio, com investimentos milionários.

Destaque
« Com investimentos de R$ 1,15 bilhão em trens, equipamentos e obras,

26
a expansão do MetrôRio traz boas notícias para cariocas e visitantes.

Educaçao
« Universidades abrem inscrições para MBAs nas áreas de Manutenção e

28
Gestão de Ativos em 2013.

Artigo
« Alan Kardec escreve sobre A evolução do Processo de Gestão.

14 30 28º CBM
« Expoman 2013 é lançada em São Paulo, com grande procura.

33 Gestão de Ativos
« AES Tietê é a primeira empresa da América Latina encaminhada para
certificação pela norma PAS 55.

CAPA:Arte Images Retrato Falado 38 Manutenção, Conhecimento e Inovação


« Trabalho Técnico premiado em 2º lugar no 27º Congresso Brasileiro de
Manutenção

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO/DEZEMBRO 2012 3

sumário 148.indd 3 1/16/13 12:11 PM


FILIAL III (MG) Bruno Ferreira
MANUTENÇÃO é uma publicação
bimestral da ABRAMAN – Hiram Reis Filho (CEGELEC)

Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos (COMAU) Carlos Alberto Barros Gutiérrez
ISSN 0102-9401 hiram.reis@comau.com.br (NM ENGENHARIA)
Endereço FILIAL IV (RJ) Luciana Corrêa
Avenida Marechal Câmara 160,
Ernesto Roberto Pinto de Oliveira (MANSERV)
grupo 320, Edifício Orly - Centro
(METRÔ-RIO) Eduardo de Santana Seixas
CEP 20 020-080
Rio de Janeiro, RJ eroberto@metrorio.com.br (RELIASOFT)

Tel.: (21) 3231-7000 FILIAL V (SP-MS) Fabiana Gimenez


Fax: (21) 3231-7002 Célio Cunha de Almeida Prado (SKANSKA)
Críticas, dúvidas e sugestões: Fabio Gomes
(SABESP)
revistamanutencao@abraman.org.br
ccprado@sabesp.com.br (ABRAMAN)
www.abraman.org.br
FILIAL VII (PR-SC) Joazir Nunes Fonseca
As ideias expressas nos artigos assinados Takao Paulo Hara (ELETROBRÁS - UNISE)
não refletem necessariamente a opinião da Renata Gonçalves Ramos
(HARA ENGENHARIA)
ABRAMAN.
takaophara@gmail.com (COMAU)
Presidente FILIAL VIII (DF-GO-MT-TO) Thiago Gadelha
João Ricardo Barusso Lafraia Carlos Humberto de Souza e Silva (METRÔ RIO)
(PETROBRAS / REDUC) (ELETRONORTE – TOCANTINS) Wagner Gorza
Vice-presidente carloshumberto@eln.gov.br (ARCELORMITTAL)
Rogério Arcuri Filho FILIAL IX (ES)
(ELETRONUCLEAR) Paulo Barbosa
Diretor de Administração (ASSERTEC ENGENHARIA)
Bernardo Frydman assertec.vix@gmail.com
(PETROBRAS) FILIAL X (MA-PI)
Roger Toledo Gissoni CORRESPONDENTE INTERNACIONAL
DIRETORES NACIONAIS (CEMAR) França
Carlos Waldemar Wilke Diehl roger.gissoni@cemar-ma.com.br Celso de Azevedo
(BRASKEM) FILIAL XI (CE-RN) (ASSETSMAN)
Evandro de Figueiredo Neto Cícero Roberto de Oliveira Moura cazevedo@assetsman.com
(ARCELORMITTAL TUBARÃO) (PETROBRAS)
Hélio Burle de Menezes crmoura@petrobras.com.br
(CHESF) FILIAL XII (PE-AL-PB)
Pedro Augusto Cardoso da Silva Marco Antonio Souza Brito
(METRÔ RIO) (CPS – TEROTEC)
Ricardo Medeiros terotecbrito@uol.com.br
(FURNAS) FILIAL XIII (AM)
Gerente executivo
Athayde Araújo Tell Ribeiro
Douglas Lopes Alvarenga manutenção
(PETROBRAS)
(ABRAMAN) douglas.lopes@petrobras.com.br
Jornalista Responsável
Antonio Alberto Prado
DIRETORES DAS FILIAIS CONSELHO EDITORIAL AAPrado & Associados
FILIAL I (PA-AC-AP-RO-RR) Alexandre Fróes
Wladson de Souza Lima (NSK) Projeto Gráfico, Diagramação
(ENGENORTE ENGENHARIA) Antonio Carlos Vaz Morais e Pré-Impressão
wladson@engenorte.com.br (PETROBRAS)
Retrato Falado
FILIAL II (BA-SE) Arlete Paes
Carlos Alberto Stagliorio David Freitas
(SKF)
(STAGLIORIO ENGENHARIA)
Impressão
stagliorio@stagliorio.com.br
Laser Press

4 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

Expediente 148.indd 4 1/16/13 10:28 AM


PALAVRA DO PRESIDENTE

FELIZ ANO NOVO!


O poema de Carlos Drummond de Andrade resume,
com maestria e precisão, o milagre da renovação cons-
tante que constrói, ano após ano, as etapas dos projetos
permanentes no ritmo de um moto perpétuo que faz
com que mantenhamos esta corrida de revezamento na
qual o fim de uma etapa coincide com o início da próxi-
ma para tudo começar novamente.

Em dezembro último, marcando o encerramento das


atividades do ano, fizemos, em São Paulo, o lançamento
da Expoman 2013, que se realizará, como tradicional-
mente, em paralelo ao 28º Congresso Brasileiro de Ma-
nutenção e Gestão de Ativos, que será na Bahia.

O encontro com os associados para apresentação da


Expoman, realizado no Instituto de Engenharia, teve
um resultado bastante positivo, com reservas de espa-
ços que totalizaram cerca de 40% da área ofertada para
a exposição.
João Ricardo Lafraia, presidente da ABRAMAN
Um indicador que nos chamou a atenção foi o inte-
resse demonstrado por uma nova gama de empresas
especializadas em softwares de gerenciamento de Ma-
nutenção e Gestão Ativos, ERP’s, instituições de ensino Outra notícia auspiciosa que sinaliza os novos tempos
e gerenciamento global de Manutenção. de ascensão da filosofia de Gestão de Ativos é o marco
histórico registrado pela AES Tietê que se tornou a pri-
São novos segmentos que se alinham a nossos tradi- meira empresa da América Latina recomendada à cer-
cionais expositores, as grandes empresas industriais, tificação PAS 55. A indicação, em processo conduzido
fabricantes de máquinas e equipamentos e fornecedores pela auditora especializada TWPL - The Woodhouse
de serviços, para formarem um amplo leque de oferta de Partnership será validada pelo IAM - Institute of As-
expertises variadas. set Management, entidade britânica que desenvolveu a
nova norma de Gestão de Ativos Físicos.
Este perfil ampliado de nossa comunidade mostra
que o esforço estratégico no sentido de dar uma nova Trata-se de um momento extraordinário, que mostra o
identidade à ABRAMAN, definindo a essência de sua descortino da ABRAMAN ao trazer para o Brasil a nor-
missão como uma Associação Brasileira de Manutenção ma PAS 55, traduzi-la para o português e firmar acor-
e Gestão de Ativos, permite a cristalização de um novo do com a associação britânica para liderar o processo
patamar que começa no chão de fábrica e avança até os de certificação no Brasil. Nesta edição de nossa revista
círculos da alta gerência. tratamos deste importante tema em entrevista com o di-
retor de Operações e Manutenção da AES Tietê, Ítalo
Este novo perfil levou-nos até mesmo a aventar a pos- Freitas.
sibilidade de uma definição atualizada dos objetivos de
nossa Expoman que, na prática, tornou uma “Expo- Com a satisfação do dever cumprido, encerramos um
mag”, ou Exposição de Manutenção e Gestão de Ativos, ano pródigo em avanços importantes para nossa comu-
a refletir o âmbito maior de nossa atividade. nidade de Manutenção e Gestão de Ativos. Este é um

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 5

Expediente 148.indd 5 1/16/13 10:28 AM


PALAVRA DO PRESIDENTE

Centro de Exames e Qualificação Profissional


momento de reflexão sobre as conquistas obtidas e • Participação da Abraman nas redes sociais Facebook
sobre os desafios que se apresentam no novo ano. e Tweeter
Profissionais que desenvolveram suas competências na Dúvidas, inscrições, valores, normas de requisito,
• Assinatura do convênio com a Petrobras/Sequi
prática Desta
e nãoforma,
tiveram oportunidade de obter um
como disse Drummond, fechamos o ano
consultar nosso site: www.sp.senai.br/robertosimonsen,
para a condução da certificação desta entidade pela
certificado podem comparecer no CEQUAL-SP e
velho e abrirmos o novo ano com o mesmo espírito de clicar
ABRAMAN CEQUAL, selecionar a ocupação
no ícone
submeter-se a exames escrito e prático para
renovação e de entusiasmo de um recomeço. testar desejada e baixar
• Consolidação no o27º
Manual
CBM do doDia
Candidato.
VIP dedicado ao
seus conhecimentos e adquirir a Qualificação tema de Gestão de Ativos;
E, com a chegada de um ano novo, sempre é bom
Profissional. • Início de
Horário dasatendimento
tratativas comdoaCEQUAL:
ABNT paraSegunda
que a a Sexta-
relembrar as principais realizações do ano que passou. ABRAMAN participe como protagonista16h
feira das 8h às 11h 30min e das 13h às na 30min.
Certificações ABRAMAN/PNQC: preparação da ISO-55.000 no Brasil
E são muitas,
 Caldeireiro entre elas, mas não exclusivamente:
de Manutenção; • AcertoOtotal
NOTA: das diferenças
processo com o Senai
de Certificação envolvendo
Profissional atende
 Caldeireiro Montador; o PNQC, bem como a retomada
aos requisitos da Norma ABNT NBR ISO/IEC do Conselho
 Eletricista de Manutenção; Nacional de
17024:2004 e Qualificação e Certificação
a LEI de Diretrizes e Basede daPessoal
Educação
• Mudança do nome
 Instrumentista de Manutenção;da ABRAMAN para Associação na Área de
Brasileira–LDB. Manutenção (CNQC)
 MecânicoBrasileira de Manutenção e Gestão de Ativos
de Manutenção. • Criação e funcionamento da Comissão ABRAMAN
• Realização da Reunião do Global Forum (GFMAM) de Gestão de Ativos que desenvolveu o Modelo
durante nosso 27º CBM Brasileiro de Gestão de Ativos
• Primeiro exame de certificação de Profissionais de
Confiabilidade e Manutenção do SMRP conduzido Isto tudo, somado às mudanças já realizadas em 2011,
pela ABRAMAN no Brasil dão a segurança de que a ABRAMANEscola SENAIcaminha
“Robertopara
Simonsen”
• Conclusão do projeto do MBA ABRAMAN em Rua uma nova etapa
Monsenhor na sua
Andrade, 298brilhande existência.- São Paulo - SP
- Brás - 03008-000
Gestão de Ativos, que deverá serE-mail:
lançado no início
cequal101@sp.senai.br - Tel.: (11) 3322-5026 - www.sp.senai.br/robertosimonsen
de 2013 Um excelente 2013 a todos os nossos associados,
www.sp.senai.br/redessociais
• Lançamento da nova página na Internet da ABRAMAN amigos, parceiros colaboradores e suas famílias!

Centro de Exames e Qualificação Profissional


Profissionais que desenvolveram suas competências na Dúvidas, inscrições, valores, normas de requisito,
prática e não tiveram oportunidade de obter um consultar nosso site: www.sp.senai.br/robertosimonsen,
certificado podem comparecer no CEQUAL-SP e clicar no ícone CEQUAL, selecionar a ocupação
submeter-se a exames escrito e prático para testar desejada e baixar o Manual do Candidato.
seus conhecimentos e adquirir a Qualificação
Profissional. Horário de atendimento do CEQUAL: Segunda a Sexta-
feira das 8h às 11h 30min e das 13h às 16h 30min.
Certificações ABRAMAN/PNQC:
 Caldeireiro de Manutenção; NOTA: O processo de Certificação Profissional atende
 Caldeireiro Montador; aos requisitos da Norma ABNT NBR ISO/IEC
 Eletricista de Manutenção; 17024:2004 e a LEI de Diretrizes e Base da Educação
 Instrumentista de Manutenção; Brasileira–LDB.
 Mecânico de Manutenção.

Escola SENAI “Roberto Simonsen”


Rua Monsenhor Andrade, 298 - Brás - 03008-000 - São Paulo - SP
E-mail: cequal101@sp.senai.br - Tel.: (11) 3322-5026 - www.sp.senai.br/robertosimonsen
www.sp.senai.br/redessociais

6 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

Ação 148.indd 6 1/17/13 10:40 AM


AÇÃO BRASIL

al Filial IV (RJ)

n,
Escola Técnica Silva Freire: 115
anos de formação de qualidade
E
a-
scola Técnica Estadual de Transporte Pinto de Oliveira, que compôs a mesa solene, pre-
Engenheiro Silva Freire, a mais antiga sidida pelo deputado Paulo Melo, em companhia
e instituição de ensino técnico ferroviá- da professora Sandra Santos, diiretora do ISERJ
rio do País, situada no bairro do Enge- - Instituto Superior de Educação do Rio de Janei-
o nho Novo, no Rio, completou seus 115 ro; Marcelo Pontes, diretor da Supervia, jornalista
anos de fundação em novembro último com ses- Mário Silva Lopes, chefe da Assessoria de Comu-
são solene realizada na Assembléia Legislativa do nicação Social da Rio Trilhos e o professor Roberto
Estado do Rio de Janeiro que incluiu a formatura Willians, diretor da Escola Técnica Silva Freire.
das turmas de técnicos ferroviários que concluíram
seus cursos em 2012 e lançamento da frente parla- O professor Willians agradeceu à Assembléia Le-
mentar mista em defesa do setor metro-ferroviário, gislativa pelo apoio ao segmento metroferroviário
en” presidida pelo deputado estadual e discorreu sobre a história da ferrovia no Brasil,
SP Paulo Ramos. mostrando a importân-
sen A escola tem o apoio do cia da Escola Silva Freire
iais MetrôRio e seu corpo do- para a formação de pro-
cente tem ativa participa- fissionais qualificados.
ção no GPAA - Grupo Per- O deputado Paulo Melo
manente de Auto Ajuda entregou ao professor Ro-
na Área de Manutenção berto Willians uma moção
Metroferroviária. da ALERJ em homenagem
aos 115 anos.
l A ABRAMAN e o GPAA
foram representados
pelo diretor da Filial IV
da ABRAMAN, Ernesto
n,

a-

en”
SP
sen
ais

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 7

Ação 148.indd 7 1/16/13 10:28 AM


PNQC

ABRAMAN reestrutura-se
para avançar no
desenvolvimento do PNQC
Por Evandro de Figueiredo Neto, Diretor Nacional responsável pelo PNQC e Fábio da
Costa Gomes, gerente do PNQC

D esde a implantação do Programa Na-


cional de Qualificação e Certificação
de Pessoal da Área de Manutenção
(PNQC), em 1990, a ABRAMAN vem
liderando ações com o objetivo de pro-
porcionar a melhoria contínua e o crescimento dos pro-
fissionais e empresas da área de manutenção.
Em janeiro de 2007 alcançamos o resultado de ter-
• Atualização da parceria existente entre a
ABRAMAN e o SENAI para operacionalização dos
CEQUAL – Centro de Exames de Qualificação.
Em 20/10/2011, a ABRAMAN e o SENAI DN atuali-
zaram os requisitos da parceria existente para operacio-
nalização do PNQC com a assinatura de um novo termo
de cooperação técnico e financeira. Esta ação foi estraté-
gica para a melhoria contínua do PNQC. Conseguimos
mos o sistema de gestão do nosso Programa reconhecido um alinhamento total com um dos principais parceiros
pelo INMETRO e fomos acreditados como um Organis- da ABRAMAN, neste processo – o SENAI.
mo de Certificação de Pessoal (OPC). Com um novo mo- Aos poucos, considerando as particularidades de
delo de gestão e novas tecnologias, aumentamos nossa cada Departamento Regional do SENAI, estamos nego-
capacidade de monitoramento e controle junto aos pro- ciando e conseguindo suas adesões ao contrato principal.
cessos voltados à certificação profissional.
Em abril de 2011, tivemos a nossa acreditação reno- • Reestruturação do CNQC – Conselho Nacional
vada junto ao órgão citado, com validade até janeiro de de Qualificação e Certificação de Pessoal da Área de
2015. Ao longo da existência do PNQC, pudemos rodar Manutenção. Este Conselho é responsável por traçar as
o PDCA, adquirir mais experiência e identificar oportu- grandes diretrizes e deliberar ações para a gestão e ope-
nidades de melhorias dentro das metodologias de quali- ração do PNQC.
ficação e certificação. Em 02/08/2012, na sede da ABRAMAN, foi realiza-
Considerando a quebra de paradigmas necessária da a cerimônia de posse dos novos membros do CNQC
para adequação do processo de certificação à realidade e a primeira reunião deste Grupo Diretivo.
atual do mercado nacional, tomamos as seguintes ações:

Composição do CNQC

Membros Institucionais: Empresa/Entidade:

Athayde Araújo Tell Ribeiro ABRAMAN


Braz Alves de Cerqueira SITICOMMM
Evandro de Figueiredo Neto ABRAMAN
Fábio da Costa Gomes ABRAMAN
Gustavo Levin SEQUI-PETROBRAS
João Antônio Conte ABENDI
João Ricardo Barusso Lafraia ABRAMAN
José Alfredo Bello Barbosa FBTS
Maurício Ballarine SENAI DN

8 REVISTA MANUTENÇÃO –NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

PMQC_148.indd 8 1/16/13 10:29 AM


Composição do CNQC

Membros Convidados: Empresa/Entidade:

Antônio Cesar Favaro UNICAMP


João Roberto Campaner SENAI SP
Luiz Eduardo Campino Rodrigues SENAI RJ
Márcio Barreto DETRONIC
Marlon Marcelo Fonseca AMT
Paulo Tarcísio Fialho Lopes TEREME
Robson dos Santos Cardoso SENAI ES
Rodolfo Barbosa Guedes NUCLEP

Nota: Também fará parte do Conselho, como convidado da ABRAMAN,


um representante da empresa BAYER.

Membros Sócios da ABRAMAN: Empresa/Entidade:

Alexandre Jorge Tavares de Souza CHESF


André Bessa V&M Tubes
Andre Luiz D`Avila Pinto ELFE
Bernardo Frydman PETROBRAS
Georges Chaoubah VOTORANTIM
Gilson Araújo dos Santos MANSERV
Hélio Loureiro Moro ESTEL
Ildemar Pinto Nunes (*) TRANSPETRO
Jader Weber Brun BRASKEM
João Dante Fontana dos Santos SADIA
Maurício Xavier VALE
José Antônio de Oliveira CENIBRA
José Bruni ISS
Marcelo Monteiro de Carvalho CONVERTEAN
Marcos Antônio de Rezende SAINT-GOBAIN
Mauro Ambrosano PETROQUIMICA SUAPE
Pedro Augusto Cardoso da Silva METRÔ RIO

Nota: Também farão parte do Conselho, como sócios da ABRAMAN,


representantes das empresas MAGNESITA; COMAU E FURNAS.

(*) Presidente do CNQC, eleito na referida zada pela transparência da ABRAMAN em demons-
cerimônia/reunião trar ao associado as tendências do mercado.

Objetivos da Reunião: apresentação Institucional AMPLIADO O ESCOPO DE CERTIFICAÇÃO


da ABRAMAN, apresentação do Programa Nacional PARA A ÁREA DE CONSTRUÇÃO E MONTAGEM.
de Qualificação e Certificação de Pessoal da Área
de Manutenção – PNQC, cerimônia de posse dos No dia 08/11/2012, na sede da ABRAMAN, foi as-
membros do CNQC, revisão do regimento interno sinado um contrato com a Petrobras, cujo objeto é a
do CNQC, eleição e posse do presidente do CNQC migração da metodologia de qualificação da Petro-
e assuntos gerais. bras para a ABRAMAN nas modalidades de Inspe-
tor de Construção e Montagem em Instrumentação
A importância desta reestruturação esta caracteri- e Elétrica.

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 9

PMQC_148.indd 9 1/16/13 10:29 AM


Contextualizamos com o texto existente no plano Enseja-se, portanto, a implantação no mercado na-
de trabalho do projeto, utilizado como justificativa da cional, através da ABRAMAN, de uma sistemática
Petrobras, para sua implantação: eficaz para a avaliação inicial dos candidatos às refe-
ridas certificações, bem como uma permanente ava-
A elevada e crescente demanda do mercado nacio- liação de desempenho dos inspetores certificados já
nal em serviços de fabricação, construção e monta- em atuação, buscando assim uma prolífica avaliação
gem, imposta principalmente pela expansão da Pe- da competência técnica destes profissionais atuantes,
trobras, mostra diversas oportunidades para melhoria através de uma ação de certificação e fiscalização com
nesta cadeia. Para cumprir seu planejamento estraté- métodos de avaliação sistêmica e periódica.
gico, a Companhia precisa implementar empreendi-
mentos com prazos e custos cada vez mais reduzidos,
garantindo um nível de qualidade adequado e con- Expectativas da Certificação para 2013
fiabilidade para as instalações entregues. Desta for-
ma, percebe-se a necessidade do mercado fornecedor As expectativas do PNQC, para 2013 estão direta-
nacional atingir um nível de competência elevado, mente ligadas à estratégia da ABRAMAN, cuja Visão
especialmente nas disciplinas técnicas de elétrica e está voltada para a ampliação do conceito Manuten-
instrumentação, que se configuram áreas de conheci- ção para a Gestão de Ativos.
mento altamente estratégicas. Sabe-se que iniciativas
isoladas não são suficientes para atingir o efeito dese- Dentro deste contexto, a ABRAMAN traduziu a Nor-
jado sobre o mercado como um todo e que o mesmo ma PAS 55, estabeleceu parceria com a SMRP para
necessita de ações integradas sobre fabricantes de in- certificação de enngenheiros de Manutenção e Con-
sumos e equipamentos e sobre os profissionais, tanto fiabilidade e vêm participando ativamente do Fórum
de nível operacional como os integradores e execu- Global de Manutenção e Gestão de Ativos.
tantes em geral, quanto de nível acadêmico mais ele-
vado, como engenheiros e especialistas diversos. No que tange ao Programa de Certificação, nossa
meta para 2013 é:
Espera-se desta forma que o mercado nacional atin-
ja um nível mais alto de excelência e competitividade
em inspeção de construção e montagem nas discipli- Manter a acreditação do INMETRO,

nas de elétrica e instrumentação, as quais atendam respondendo a duas auditorias anuais
inclusive às necessidades mais atuais da Petrobras,
viabilizando-se assim o alcance dos objetivos estra-
tégicos da Companhia, relacionados especialmente à Revisar a metodologia de qualificação

melhoria do desempenho da cadeia de fornecimento e certificação do PNQC
de bens e serviços. Para atendimento desta expectati-
va, o mercado deve se preparar para requisitos técni-
cos mais rigorosos, bem como sistemas da qualidade •Dar continuidade a implantação do projeto
mais consistentes. SEQUI / Petrobras

É importante salientar que as diretrizes contratuais


dos empreendimentos da Engenharia da Petrobras Dar continuidade à parceria estabelecida

exigem que os profissionais envolvidos com proces- com a SMRP (estão previstos dois eventos de
sos críticos ou especiais que têm impacto direto na aplicação de exames em 2013)
confiabilidade dos equipamentos e instalações sejam
certificados por sistemas independentes de fabri-
cantes e/ou prestadores de serviços de construção e •Implantar sistemática para credenciamento
montagem. Neste contexto, o Inmetro adota a norma de organismos de treinamentos
ISO 17024 para definir as regras de acreditação de or-
ganismos de certificação de pessoal, que são entida-
des de terceira parte, independentes e imparciais. A Desenvolver programas de certificação,

ABRAMAN já é acreditada para área de Manutenção voltados para a área de construção e
e tem todos os meios de adaptar seu sistema de ges- montagem, entre outras metas.
tão e processos operacionais para obter a acreditação
para a área de Construção e Montagem

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 10

PMQC_148.indd 10 1/16/13 10:29 AM


CAPA

Revolucionário sistema de
monitoramento de máquinas
com tecnologia exclusiva SPM
HD ® para baixas rotações.
Inclui o que existe de mais
sofisticado em análise de
vibrações, balanceamento e
alinhamento a laser.

Indicativo de medição com SPM HD ® – Shock Pulse Sintomas de falhas em rolamentos


respectiva foto do ponto Method em alta definição para com a técnica de SPM HD ®
monitoramento de baixas rotações

Gráfico de tendências Alarme por bandas Comentários gravados por voz

Representante no Brasil: TecnoFASS Engenharia e Consultoria


INFORMAÇÕES E CONTATOS 11– 4624 6767 spm@tecnofass.com.br

tecnofass.com.br leonovabyspm.com REVISTA


spminstrument.com
MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 11

materia capa.indd 11 1/16/13 10:25 AM


CAPA

Entrega das primeiras


arenas abre a grande safra
desportiva do Brasil
“Brasil está vazio na tarde de domingo, né? Olha o sambão, aqui é o país do futebol”

A canção de au-
toria de Milton
Nascimento e
Fernando Brant,
imortalizada
nas vozes de Elis Regina e Wil-
son Simonal, volta a ganhar vida
em toda a sua plenitude, a partir
de 2013, com a inauguração das
primeiras arenas da Copa de 2014
- o Mineirão, em Belo Horizonte
e o Castelão, em Fortaleza. Até
o final do ano estará completo o
elenco de grandes estádios onde
a bola começa a rolar já na pri-
meira das grandes competições
mundiais promovidas no Brasil,
a Copa das Confederações.

O movimento faz girar, também,


a roda da fortuna, com aumento
de investimentos e de atividade
econômica em negócios de pres-
tação de serviços, que incluem
elevada participação de Gestão
de Ativos e Manutenção, com
reflexos no aumento PIB, como
avaliam os analistas. Luís Fernandes, secretário nossa capacidade de gestão mas, também, para me-
executivo do Ministério do Esporte na apresentação lhorar a infraestrutura do país” comemorou.
recente do painel “Grandes eventos: Planejamento
para o sucesso”, promovido pela Soccerex, empresa Mais de R$ 33 bilhões em investimento estão sen-
mundial de negócios de futebol, realizado no Rio, do canalizados para infraestrutura, com destaque
destacou os investimentos do governo para Copa do para a área de transporte e sistemas viários. Espera-
Mundo e os ganhos financeiros que os megaeven- -se que, aproximadamente 3,7 milhões de turistas,
tos proporcionarão ao país. Fernandes estimou que brasileiros e estrangeiros, deverão gerar, no período
mais de US$ 90 bilhões serão somados ao PIB bra- do evento, R$ 9,4 bilhões, com a criação de 700 mil
sileiro, até 2019. “Receber a Copa e as Olimpíadas é empregos, permanentes e temporários, num seg-
uma oportunidade maravilhosa não só para mostrar mento variado de atividades, entre as quais Manu-

12 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

materia capa.indd 12 1/16/13 11:38 AM


tençao e Gestão de Ativos. A disputa quadrienal entre as melhores seleções
do mundo mobiliza bilhões de pessoas de todos os
Outro dado superlativo refere-se ao estímulo a no- continentes, de todas as culturas, inflama paixões e,
vos negócios. Segundo levantamento do Sebrae, a ao mesmo tempo, reduz diferenças entre os povos
Copa do Mundo de 2014 deve gerar quase mil opor- dos mais distintos países que, durante os 90 minu-
tunidades para micro e pequenas empresas nas 12 tos de uma partida, criam laços comuns ao com-
cidades-sede em todas as regiões do Brasil. Preparar partilhar a mesma emoção, ao mesmo tempo. É um
os empresários para aproveitar e preencher estes es- acontecimento raro, sem similar, e por isso digno de
paços negociais é o foco do programa Sebrae 2014. reconhecimento universal.

O Mapa de Oportunidades engloba nove setores Os esportes e, especialmente o futebol, transfor-


da economia: agronegócio, comércio varejista, cons- maram-se, assim, num dos negócios mais lucrativos
trução civil, madeira e móveis, economia criativa do mundo envolvendo atividades de construção,
(artesanato, gastronomia, entretenimento, entre ou- patrocínios, merchandise, direitos de transmissão,
tros), moda (têxtil e confecção), serviços, tecnologia entre numerosas outras que, segundo estimativas
da informação e comunicação (TIC) e turismo. dos empreendedores, faz girar em torno de US$ 40

No segmento de transporte e mobilidade urbana, bilhões de dólares por ano. Neste cenário Gestão
por exemplo, além de intervenções nas vias próxi- de Ativos enquadra-se como atividade determinan-
mas ao estádio, São Paulo ganhará um monotrilho te para manter o funcionamento de uma máquina
que ligará o Aeroporto de Congonhas às linhas de complexa que se move em várias frentes.
metrô e trem que chegam até a arena. O valor da
obra, que tem previsão de ser concluída até maio de No setor elétrico, para citar um exemplo, os im-
2014, é de R$ 1,882 bilhão, sendo R$ 1,082 bilhão pactos serão ponderáveis. O grupo de trabalho que
de financiamento federal e R$ 799,5 milhões de con- acompanha o andamento das obras de reforço do
trapartida do governo estadual. sistema de geração e distribuição para a Copa do
Mundo debruça-se sobre o suprimento de energia
elétrica para os três aeroportos do Estado de São

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 13

materia capa.indd 13 1/16/13 10:25 AM


CAPA

Paulo – Guarulhos, Congonhas e Viracopos – e para que vai além dos aficionados do futebol. Isto signi-
a Arena Corinthians visando a atender o aumento fica intensa movimentação financeira e abertura de
exponencial da demanda à época da abertura dos novas expectativas de negócios em segmentos va-
jogos. Nada pode dar errado num momento em que riados.
são esperados 32 chefes de Estado e delegações es-
trangeiras, cercados por um exército estimado em No Estádio do Maracanã, por exemplo, 110 novos
mais de cinco mil jornalistas internacionais, com camarotes, com cerca de 80 metros quadrados, situ-
câmeras ligadas sobre os anfitriões. E, neste quadro ados a 80 metros do gramado, abrem espaços luxuo-
de grandes responsabilidades, o pelotão de gestores sos para empresas que queiram criar um clima ade-
de ativos e de manutenção estará na retaguarda para quado para recepcionar visitantes em instalações
assegurar o sucesso. com infraestrutura hoteleira que demanda apoio de
serviços profissionais para operá-las e mantê-las.
Segundo os operadores do sistema, a alimentação
atual de energia para Congonhas e Guarulhos é sufi- “Os torcedores vão poder sentir a vibração da
ciente para atender a demanda da Copa. No caso de arquibancada”, comemora Ícaro Moreno Júnior,
Viracopos, em Campinas, a CPFL - Companhia Pau- presidente da EMOP - Empresa de Obras Públicas,
lista de Força e Luz fez o estudo para atender à am- responsável pelo projeto de modernização do está-
pliação do aeroporto. Segundo o secretário de Ener- dio. As novas instalações incluem ar condicionado,
gia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo banheiros exclusivos e sala de estar mobiliada de
Grüdtner, o monitoramento dos empreendimentos acordo com o gosto do cliente. Externamente, uma
do setor elétrico para atender as cidades-sede da área privada com 25 confortáveis poltronas para as-

Copa tem sido frequente. sistir as partidas completa o clima esportivo e de


lazer.
No Mineirão, a segunda arena a entrar em ritmo
de Copa, passou por um retrofit que ampliou sua O público menos abonado terá, também, conforto
capacidade para 62 mil torcedores. O estádio de BH semelhante ao dos grandes estádios europeus, com
receberá três jogos da Copa das Confederações, em cobertura que protegerá a quase totalidade dos as-
junho, e seis da Copa do Mundo, em 2014, quando sentos, que formarão um conjunto de cadeiras es-
será palco da semifinal. peciais, “premium”, camarotes e tribuna de honra,
confortáveis e retráteis, com distância entre elas que
Um dos aspectos mais vanguardistas das novas permite a passagem sem ter de levantar-se.
arenas brasileiras é a transformação das instalações
em “malls” que incluem muito mais do que está- Restaurantes, 60 bares nos cinco pavimentos, lo-
dios. Casa de shows, lounges para promoção de jas e grande número de instalações sanitárias - no
eventos empresariais enquanto assiste-se às parti- total serão mais de 200 banheiros, o dobro do que
das, shopping centers e restaurantes comporão, na havia antes da reconstrução - bebedouros, fraldários
maioria dos novos centros desportivos, centros de e outras instalações comporão um quadro atraente
lazer completos que atrairão um público ampliado para a programação de fins de semana das famílias.

14 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

materia capa.indd 14 1/16/13 10:25 AM


Novos equipamentos de alta tecnologia destacam- trabalhadores, além de duas plataformas de apoio
se do lado externo, onde a ação se realizará, entre os erguidas sobre a arquibancada para apoiar a pré-
quais cerca de 400 refletores de alta definição que montagem dos cabos da cobertura.
permitirão visibilidade total para jogadores, torci-
da e imprensa oferecendo padrões semelhantes aos A estrutura metálica será içada simultaneamente
dos mais avançados centros esportivos do mundo. por 120 macacos hidráulicos e sobre ela será colo-
cada a lona tensionada de fibra de vidro e teflon.
Desenvolvido pela GE Iluminação, o sistema tem
projetores EF2000, com potência de 2 mil watts cada A complexa operação é completada por super-
um. Foram projetados para iluminar amplas áreas guindastes que elevam os cabos e equipamentos à
externas, como instalações esportivas, circuitos de altura necessária.
corrida, estacionamentos, fachadas de prédios, por-
tos, aeroportos e recintos cobertos com pé direito Esses cabos são instalados nos anéis de compres-
alto, como ginásios e halls para shows. são, no topo do estádio, numa operação chamada
de “big lift”. O gerente de montagem do Consórcio
A luminosidade oferecida é adequada para trans- Maracanã Rio 2014, Claudio Casares, explica que a
missões por TV, com uniformidade, eliminando decisão de usar alpinistas profissionais para mon-
zonas de sombras e permitindo o controle do ofus- tagem da cobertura levou em conta a complexidade
camento da luz e concentrando o facho de luz no operacional da tarefa. “Durante o planejamento da
campo. obra, vimos que precisaríamos deste tipo de mão
As obras do Maracanã, onde será realizada a fi- de obra especializada devido à impossibilidade de

nal da Copa de 2014, avança em ritmo febril, com termos dois guindastes ocupando o mesmo espaço”.
um contingente de mais de cinco mil trabalhadores,
em dois turnos, concentrados nos serviços de aca-
bamento e colocação da cobertura de 70 metros de A reforma do Maracanã dividiu-se em duas fases.
comprimento que cobrirá a quase totalidade dos 80 A primeira teve como foco a recuperação estrutural
mil assentos. do estádio, com demolição e reconstrução da arqui-
bancada e construção de quatro novas rampas de
Um marco tecnológico do velho “Maraca”, que acesso. Esta parte da obra envolveu muita atividade
escreve um capítulo da história da construção, é o com concreto e estruturas metálicas. A segunda eta-
içamento dos cabos da cobertura com ações que in- pa é a de colocação dos acabamentos, que demanda
cluem o apoio de “trabalhadores alpinistas”, pesso- mais mão de obra e cuidados para preservar as ins-
al treinado para ajustar os cabos de aço nos pontos talações.
mais altos e críticos da estrutura metálica e coloca-
ção da cobertura no topo. Esta é a obra mais desa- Palco da grande final da Copa do Mundo de 2014
fiadora da fase final da construção, com a utilização e um dos principais cartões postais do Brasil, o está-
de quatro andaimes para montagem dos catwalks, dio carioca renovado exigiu investimentos de quase
as passarelas de serviço onde se movimentam os R$ 900 milhões e permitirá, entre outras amenida-

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 15

materia capa.indd 15 1/16/13 10:25 AM


CAPA

des, que o torcedor possa assistir os jogos mais pró- O palco de abertura do maior espetáculo
ximo e com visão completa do campo a partir de esportivo da Terra
qualquer ponto do estádio.
Da mesma forma que no Maracanã, engenheiros
Ícaro Moreno explica que a setorização das ar- e técnicos que trabalham na construção da Arena
quibancadas permitirá a rápida movimentação das Corinthians, no bairro de Itaquera, zona leste pau-
pessoas e atende ao padrão de evacuação exigido listana, passaram as últimas semanas envolvidos na
pela FIFA, que é de 8 a 12 minutos para que todo o colocação da cobertura metálica do estádio, com 75
estádio esteja vazio. metros de altura e 140 toneladas de peso.

Para isso foram construídas quatro rampas de Construído segundo as exigências do padrão FIFA
acesso ao longo do anel, além das duas rampas mo- que, a cada Copa, emite um documento técnico a
numentais que já existiam. Estão sendo instalados respeito dos padrões exigidos das arenas, o proje-
16 elevadores e seis novas escadas rolantes, que to- to do estádio do Corinthians permitirá, entre outros
talizarão 12 ao final das obras. critérios técnicos, que todos os expectadores aco-
modem-se sentados em posições que não interfiram
O estádio, uma vez pronto, terá uma elevada taxa com a visão de quem encontra-se atrás. Isto parece
de ocupação, com a realização de uma média de 100 uma exigência banal mas, do ponto de vista de pro-
eventos por ano, entre os quais campeonatos de fu- jeto, demanda criatividade e competência.
tebol, outros eventos esportivos, promoções musi-
cais e culturais.

A questão ambiental está sendo tratada de manei-


ra inovadora pelos construtores, com ênfase na eco-
nomia de recursos naturais.

As melhorias são baseadas no sistema LEED - Le-


ardership in Energy and Environmental Design,
do Green Building Council Brasil, que chancela as
obras com um selo concedido a empreendimentos
verdes que cumprem requisitos de eficiência ener-
gética, economia de água, diminuição das emissões
de CO2 e otimização do uso de materiais de constru-
ção ecológicos, entre outros requisitos.

O estádio terá um sistema de controle de imagem


e de som e uma central de monitoramento que po-
derá acompanhar o torcedor desde a sua passagem
pela roleta eletrônica até a sua cadeira, em qualquer
parte do estádio. Os assentos, outra exigência da FIFA, devem ser
todos rebatíveis.
Entre os equipamentos de comunicação incluem-
se quase quatro mil alto-falantes, 360 câmeras de Segundo os padrões mais avançados, a arena do
segurança e mais de 400 monitores de TV de 42 po- Corinthians será, também, um grande centro de
legadas. compras e lazer, com restaurantes, shopping e locais
para eventos.
Os equipamentos mecânicos e elétricos, como ilu-
minação, ventilação, sistemas de energia, incêndio Entre as condições observadas pelos arquitetos e
e segurança predial, serão monitorados por softwa- construtores, segurança foi uma das condições sine
res de última geração especialmente projetados para qua non considerando-se que a cerimônia de aber-
cada tipo de função. tura contará com a presença de chefes de Estado
e delegações de todos os países representados na

16 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

materia capa.indd 16 1/16/13 10:26 AM


competição que virão a São Paulo para a largada da
maratona do futebol mundial.

Como manda o contrato, as chaves do estádio


serão entregues à FIFA 21 dias antes da abertura
e devolvidas ao Corinthians cinco dias depois do
encerramento. Neste período a arena será um local
internacional.

Do ponto de vista arquitetônico, a colocação da


cobertura metálica e de 17 mil peças pré-moldadas,
algumas com 50 toneladas de peso e cerca de quatro
mil delas construídas no próprio canteiro de obras,
constitui especial desafio para engenheiros e técni-
cos, bem como para os operadores dos guindastes,
entre os quais uma super máquina sobre esteiras e
torre de 114 metros, com capacidade para erguer
1.500 toneladas. Este é o maior guindaste em ope-
ração no Brasil.

O novo Maracanã iluminado (à esquerda) em edição eletrônica sobre foto

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 17

materia capa.indd 17 1/16/13 10:26 AM


ENTREVISTA

Gestão de Ativos, pedra


de toque do sucesso
C
Com mais de 40 anos de experiência
em grandes obras de engenharia em
todo o País, o engenheiro Frederico
Marcos de Almeida Horta Barbosa, o
responsável operacional pela constru-
ção da Arena Corinthians acerta o seu relógio para
a entrega inadiável do grande palco no momento
em que as cortinas do espetáculo abrirem-se, em
2014. Ele tem registrado no livro comemorativo
da construção d arena
o dia e hora do início
dos trabalhos e resume,
neste entrevista à Ma-
nutenção, que o grande
diferencial que garantiu
eficiência ímpar a este
projeto foi uma cuidado-
sa Gestão de Ativos que
permite que, como numa
grande orquestra, o ma-
estro seja capaz de reger
à distância os compassos
de todos os instrumen-
tos que irão compor uma
sinfonia perfeitamente
afinada.

“Selecionamos e con-
tratamos as empresas
prestadoras de serviços e
as gerenciamos. Implan-
tamos nosso sistema de Frederico Barbosa e Tite na obra do novo estádio do Corinthians
qualidade e gestão de ati-
vos, segundo os concei-
tos da TEO - Tecnologia Empresarial Odebrecht, as-
segurando produtividade e controle de montagem.
Foi um planejamento muito bem feito”, orgulha-se

Quais foram os grandes desafios na execução de


uma obra de grande porte, com prazo imutável e
sob os holofotes da mídia?

Toda obra tem os seus desafios. Na arena Co-


rinthias, tivemos os desafios da construção e ins-
talação da cobertura metálica, da fabricação dos

18 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

materia capa.indd 18 1/16/13 10:26 AM


REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 19

materia capa.indd 19 1/16/13 10:26 AM


ENTREVISTA

pré-moldados, com peças de até 50 toneladas; dos de 2011. Depois da palestra sobre segurança e das
trabalhos de terraplenagem ao pegarmos a primeira orações já começamos a produzir. Esta foi uma obra
temporada de chuvas; das dificuldades para fazer diferenciada também nesse aspecto da eficiência e
as fundações quando tivemos de colocar doze ba- rapidez.
te-estacas, bem como os desafios dos acabamentos
para que as instalações sejam entregues completas Podemos resumir isto numa Gestão de Ativos de
e perfeitas. Todos esses desafios estão sendo supe- qualidade?
rados, o que é gratificante tendo em vista a enver-
gadura da obra, com altura e peso extraordinários. Sim, este foi um diferencial, comparando-se com
Mas é importante destacar que temos equipamen- outras obras. Foi um trabalho de “planeja-ação”,
tos modernos, entre os quais melhores guindastes e segundo a expressão que costumamos usar. Isto
nossos especialistas estão bem preparados. significa planejar e agir para que as coisas ocorram
simultaneamente. Assim, planejamos e agimos com
Quais foram os pontos de destaque no cenário da os projetistas, ao mesmo tempo que mobilizamos
construção? para a execução da infraestrutura do canteiro, das
centrais de produção, do refeitório, vestiário, área
Mão de obra e tecnologia atuaram em conjunto, de lazer, administrativo e almoxarifado. Tudo isso
completando-se num conjunto harmonioso. Nas fizemos em paralelo com a produção. Atuamos com
fundações, por exemplo, a terraplenagem foi muito mais de 40 empresas fornecedoras e gerenciamos
bem planejada, tendo envolvido grande atividade cerca de 2 mil pessoas que trabalham na obra. Te-
de contenção de taludes e drenagem para preparar mos de fazer com que esta constelação se movi-
o terreno para trabalharmos nas fundações. Fize- mente de forma harmoniosa de forma que toda a
mos os acessos ao canteiro para que pudéssemos equipe faça projetos e produza, oferecendo as con-
operar sem interrupção, mesmo com chuva, para dições para que o pessoal seja mobilizado
termos condições de cravar estacas. Tivemos que na hora certa para que não
cravar quase 4 mil estacas. Par isso trouxemos para se perca tempo
a obra doze bate-estacas hidráulicos, mais produti-
vos, mais seguros, que exigem menos manutenção.
São equipamentos modernos, de maior precisão,
que se movimentam com mais rapidez o que facili-
ta o acesso ao canteiro e ocupa menos espaço. Isto
permitiu que concluíssemos as fundações em pra-
zo recorde. A mesma qualidade de gestão ocorreu
quando fomos fabricar os pré-moldados. Fizemos
as peças mais pesadas no canteiro para evitar
transporte complicado. As peças menores, que
ocupam muita área, foram fabricadas fora do
canteiro, num planejamento muito bem dese-
nhado e executado. Contratamos as empresas
e as gerenciamos com base em nosso sistema
de qualidade e gestão e a nossa TEO - Tec-
nologia Empresarial Odebrechet. Este esforço
em boa Gestão de Ativos permitiu o alcance
de produtividade e o controle de frequência
de montagem, com a participação de pes-
soas experientes que trouxemos para esse
trabalho. Foi um planejamento muito bem
feito. Lembro que implantamos a infra-
estrutura no canteiro em paralelo com o
que se estava produzindo. Não perdemos
tempo algum. Destaco que, 15 minutos
depois de começada a obra, já estávamos produzin-
do. Começamos a obra às 7h30 do dia 30 de maio

20 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO


MBRO 2012

materia capa.indd 20 1/16/13 10:26 AM


com nada e para que a produtividade seja alta por çamos para o final da obra a tendência é crescer o
meio de muita motivação que envolva as pessoas número de especialistas em alumínio, gesso, grani-
para que procurarem os caminhos e as formas de to e toda a parte de fabricação da estrutura. Temos
produzir. mais de 30 engenheiros trabalhando no projeto,
além de encarregados experientes. O processo de
Como estão os prazos? liderança é muito importante no canteiro. A receita
é investir no ser humano, dar condições de trabalho
Vamos entregar tudo pronto. A operação será do e motivar as pessoas para que se envolvam na obra.
cliente, no caso o Corinthians. Os proprietários vão Implantamos programas sociais que envolvem des-
trazer os operadores para acompanhar a finalização de o treinamento de pessoas, formação de profissio-
da obra, receber os manuais, as garantias dos forne- nais especializados e alfabetização. Até casamento
cedores dos equipamentos e vão treinar antes da comunitário promovemos. O desafio é permanente.
operação. Alguns equipamentos específicos para a Completamos mais de 60% da obra, mas temos de
obra foram contratados junto a prestadores de ser- continuar com todos os cuidados para não perder
viços, como o super-guindastes, os bate-estacas hi- o que conquistamos. Atenção à segurança é uma
dráulicos, vários tipos de escavadeiras e de perfu- preocupação constante. Não podemos terminar o
ratrizes, entre outros. Para a montagem da cobertura estádio depois do apito de abertura da Copa. Esta
foram duas empresas, mas a gestão de tudo é nossa. obra foi a última a começar, mas estamos cumprin-
Nossos encarregados e especialistas coordenam tudo. do e até mesmo adiantando todos os prazos. Graças
à boa gestão esta obra é a que apresenta a melhor
A Odebrecht tem cerca de 1500 pessoas na obra, performance com relação ao cronograma.
mais cerca de 600 de terceiros. À medida que avan-

Arquibancadas estão prontas

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 21

materia capa.indd 21 1/16/13 10:26 AM


DESTAQUE

MetrôRio completa em
2013 a entrada em
operação de novos trens
de última geração
C
om investimentos de R$ 1,15 bilhão em de levitação magnética no país, além do pioneirismo
trens, equipamentos e obras, a expan- no desenvolvimento de tecnologias avançadas em li-
são do MetroRio oferecerá, em meados gas metálicas.
de 2013, uma boa safra para a comu- A mudança do contrato abriu caminho para inves-
nidade fluminense, bem como para os timentos em melhorias e expansão dos serviços que
milhares de visitantes que co- antes estavam restritos à opera-
meçarão a chegar à cidade para ção e manutenção das Linhas 1
os grandes eventos esportivos e 2. Entre as ações permitidas
mundiais. Estes frutos resultam pelo novo modelo de conces-
da antecipação do plano de in- são incluem-se a construção
vestimentos da empresa, ante- da conexão Pavuna-Botafogo,
riormente previstos para serem a modernização do Centro de
realizados em 2018, segundo os Controle de Tráfego, sistemas de
termos da renovação do contrato energia, sinalização e ventilação
de concessão. com sistema de ar condicionado
mais potente, além de extensão
A decisão permitiu, entre ou- de linhas e novas estações.
tros investimentos, a compra de
19 novos trens, encomendados à O resultado final será a melho-
gigante chinesa CRC, com um to- ria dos serviços prestados para
tal de 114 vagões de passageiros, mais de 1,1 milhão de passagei-
que começaram a ser entregues ros/dia previstos até 2014 e a
em fins 2011 e se completarão abertura de oportunidades para
até março de 2013. Atualmente, profissionais qualificados numa
sete dos novos trens estão em ampla gama de funções de nível
operação. A CRC - Changchun técnico e superior.
Railway Company, com sede na
cidade de mesmo nome, capital No quesito manutenção, o Me-
da Província de Jilin, no noroeste trôRio vem aumentando os in-
da China, foi fundada em 1954 vestimentos desde que assumiu
Joubert Fortes Flores
e tem experimentado grandes o serviço, com a privatização, a
avanços tecnológicos, o que per- partir de 1998. Antes da priva-
mite a conquista de posições de liderança no merca- tização, os investimentos em manutenção represen-
do ferroviário mundial. A empresa desenvolveu o tavam cerca de 2% do orçamento da empresa e hoje
primeiro trem de metrô da China, o primeiro mono- chegam a 12%, nível que se equipara aos dos siste-
trilho e foi, também, a primeira a utilizar o sistema mas mais avançados do mundo.

22 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

Destaque 148.indd 22 1/16/13 10:30 AM


“Até 2007 tínhamos obrigação de operar, manter A viagem de navio para o Brasil demora, aproxi-
e fazer investimentos limitados no sistema”, lembra madamente, 53 dias e os trens, embora prontos, vêm
Joubert Fortes Flores Filho, diretor de Engenharia, desmontados.Nas oficinas da MetrôRio têm as suas
Gerenciamento e Desenvolvimento da empresa. A re- partes agrupadas para a formação do conjunto com-
novação do período de concessão e o novo contrato posto por seis carros com passagens internas abertas.
abriram a possibilidade de antecipar investimentos
que permitiram a ampliação da frota, que era muito Comparados às composições mais antigas, os novos
reduzida diante das demandas da cidade. “O mate- trens oferecem aos usuários um sistema de ar condi-
rial rodante tinha qualidade muito boa, mas a tecno- cionado melhor posicionado e mais eficiente de ar
logia era dos anos 70”, acrescenta. condicionado, tração elétrica que, embora não moto-
rize todos os carros, é mais econômica em consumo
Os novos trens chineses são montados nas instala- de energia e sistema de monitoramento interno de
ções da CRC em ChangChun, e transportados para a diagnóstico, que representa um grande avanço para
cidade portuária de Dalian onde são embarcados para as equipes de manutenção ao indicar falhas, tanto
o Brasil. A carroceria, ou caixa, o compartimento dos para o condutor quanto para a Manutenção.
passageiros, é fabricado segundo a última tecnolo-
gia desenvolvida para ligas metálicas pela empresa Os trens dispõem de câmeras com imagens do con-
chinesa. Os conjuntos de eixo-rodas, ou trucks, são dutor e dos vagões e incorporam avanços tecnológi-
adquiridos de fornecedores mundiais tradicionais, o cos como portas com fechamento a ar comprimido,
freio é fornecido por empresa alemã e a tração elétri- entre outros itens importantes para a operação e para
ca por japoneses, num processo que se aproxima do a segurança dos passageiros. “Todo este salto tecnoló-
modelo da indústria automobilística onde as partes gico envolveu treinamento muito grande para as pes-
são fornecidas pela cadeia de fabricantes de partes. soas. Durante oito meses especialistas do MetrôRio

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 23

Destaque 148.indd 23 1/16/13 10:30 AM


DESTAQUE

viveram na China para capacitarem-se à operação e


manutenção dos novos trens”, informa Joubert. Por
contrato, o operador tem a possibilidade de comprar
peças de reposição suficientes para um período de
30 meses.

Além da aquisição dos trens, o MetrôRio está in-


vestindo na expansão dos pátios para ampliação das
posições de estacionamento para manutenção que,
para os novos vagões, exigem acesso superior. Uma
via de teste foi construída para completar o sistema.
A modernização da sinalização de comando e con-
trole do pátio antigo foi realizada para promover a
integração com as novas instalações. As adequações
envolveram a compra de novas prensas porque os ro-
deiros dos novos trens são diferentes. “Todas as má-
quinas necessárias foram compradas e estão sendo
instaladas, entre elas uma socadora para a via perma-
nente da linha 2”, resume Joubert.

“Tínhamos posições para 34 trens e precisamos


agregar mais 19. Trata-se de um aumento muito gran-
de que exigiu adequações no centro de controle com
a transformação dos painéis, que incorporaram no-
vas tecnologias, e atualização do centro de contro-
le. Construímos, ainda, mais 3 quilômetros de linha
para interligar as linhas 1 e 2, sendo 1,7 quilômetros
em viaduto e 1,3 quilômetros em superfície”, infor- Novos trens modernos e confortáveis no Rio
ma.

Outro elemento importante deste novo cenário técnicos para compor nossas equipes. A formação
tecnológico é um simulador para a preparação de está bastante aculturada em nossa companhia”, des-
condutores. Para operar e garantir a manutenção do taca Joubert.
equipamento três engenheiros foram enviados para a
França para a fase de testes. Parte dos especialistas recrutados no mercado ex-
terno são engenheiros com formação ferroviária. São
A formação profissional é outro item fundamental recrutadas, também, profissionais com conhecimen-
para que se possa garantir o sucesso de toda a ope- tos de processos que são treinados nas atividades es-
ração. No âmbito da área de Recursos Humanos, o pecíficas da ferrovia.
MetrôRio mantém uma “Escola de Transportes” ori-
ginalmente desenvolvida para a formação de condu- “Durante muito tempo no Brasil a ferrovia teve
tores de trens e agentes de segurança. pouco desenvolvimento. Com o avanço do transporte
ferroviário de carga esta mão de obra voltou a ter des-
“O condutor demanda sete meses para ser habilita- taque. Hoje temos uma maior oferta de profissionais
do a operar um trem. O mesmo tempo é exigido para qualificados, mas a demanda também aumentou”,
a formação de um agente de segurança, para que este- diz. O cenário tecnológico do segmento tem sido en-
ja apto a operar todos os equipamentos das estações. riquecido, ainda, com recursos de informatização e
automação.
A formação foi expandida para as atividades de
manutenção. A Escola de Transportes forma os pro- A aproximação da Copa do Mundo, segundo Jou-
fissionais com a qualificação que necessitamos. Te- bert, não implica em mudanças radicais nas estraté-
mos, também, programas voltados para a atração de gias de investimentos pois, segundo ele, não have-

24 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

Destaque 148.indd 24 1/16/13 10:30 AM


rá problemas para o bom atendimento aos usuários
considerando-se que as duas estações próximas ao
Maracanã são suficientes para o atendimento de par-
tidas com público de 90 mil pessoas. “Isto não dife-
re muito do que já temos em termos de capacidade
de transporte ao final do campeonato”, crê. Alerta,
contudo, que o panorama para os Jogos Olímpicos
de 2016 será diferente pois as atividades esportivas
ocorrerão em vários locais e afetarão a cidade como
um todo.

A rede do metrô, com a extensão da Linha 1 até a


Barra da Tijuca e mais 19 quilômetros, sete estações
e, pelo menos, mais novos 15 trens, além da conexão
com o sistema de ônibus dará conta do recado. A Ci-
dade Maravilhosa estará, certamente, preparada para
movimentar as multidões, sem atropelos.

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 25

Destaque 148.indd 25 1/16/13 10:30 AM


EDUCAÇÃO

Universidades abrem inscrições


para Pós-Graduações em 2013
ABRAMAN renova parcerias para cursos de pós-graduação lato sensu
nas áreas de Engenharia de Manutenção e Gestão de Ativos

A safra de novos investimentos em infra-


estrutura, que começa a acelerar no País
à medida que se aproximam os grandes
eventos esportivos e que avançam os
grandes projetos do PAC em vários setores da econo-
mia, movimenta o cenário acadêmico de Manuten-
de excelência para a implantação de programas de
MBA em Gestão de Ativos, com conteúdo técnico e
profissional de alto nível, preparado por executivos
amplamente reconhecidos que formam a Comissão
de Gestão de Ativos da ABRAMAN.

ção e Gestão de Ativos com uma ampla e qualifica- Assim, em novembro último, minutas de propostas
da oferta de MBAs e cursos de pós-graduação lato foram encaminhadas às instituições que se interessa-
sensu, visando a atender à demanda por qualificação ram pela iniciativa, dentre as quais a Fundação Gor-
profissional. ceix, de Ouro Preto, MG, que deverá ser a primeira
a subscrever o acordo. Outras instituições empenha-
Neste cenário, algumas das mais tradicionais insti- das nestes programas avançados são a Unicastelo, de
tuições universitárias brasileiras têm mantido parce- Campinas, SP - que já mantém, em associação com a
rias com a ABRAMAN e estão na lista dos melhores Pragma Academy, parceria com a ABRAMAN para
programas oferecidos. Dentre elas, destacam-se a Es- a realização de seu MBA em Gerenciamento da En-
cola Politécnica da UFRJ - Universidade Federal do genharia de Manutenção e concede viagem-prêmio
Rio de Janeiro, que realiza o MBA-ENGEMAN tam- à África do Sul, sede da Pragma, para o melhor Tra-
bém em conjunto com o COPIMAN; a UFF - Univer- balho de Conclusão de Curso - a FGV, do Rio de Ja-
sidade Federal Fluminense; a PUC, de Minas Gerais neiro, e a UTFPR - Universidade Tecnológica Federal
e a INPG/Sustentare, de Santa Catarina. Nestes cursos, do Paraná. Segundo Alan, “é objetivo da ABRAMAN
são oferecidos descontos nas mensalidades e outras iniciar todos estes MBAs ao longo do primeiro se-
vantagens para os associados individuais da ABRA- mestre de 2013”.
MAN em dia com suas anuidades.
Como pode ser observado, trata-se, sem dúvida,
Os cursos de pós-graduação lato sensu (MBA e Es- de um substancioso cardápio para alimentar os inte-
pecialização) têm carga mínima de 360 horas, con- lectos e aprimorar a qualificação da comunidade de
forme exigência do MEC. Como exemplo, o MBA- Manutenção e Gestão de Ativos, num momento de
ENGEMAN - Pós-Graduação em Engenharia de procura crescente de profissionais bem preparados.
Manutenção, está com as matrículas abertas já para
sua 27ª Turma, com início marcado para 9 de março
de 2013, duração de 400 horas e aulas ministradas
aos sábados nas instalações do Centro de Tecnologia
da UFRJ, na Ilha do Fundão, Rio de Janeiro. Para se
inscrever, o candidato deve apresentar diploma de
graduação.

Como grande novidade para 2013, destaca-se a ini-


ciativa da ABRAMAN de promover, sob a condução
de Alan Kardec, ex-presidente e atual coordenador
da Comissão de Gestão de Ativos, além de integrante
do corpo docente do MBA-ENGEMAN, acordos com
instituições acadêmicas brasileiras e internacionais

26 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

MBA.indd 26 1/16/13 10:31 AM Açokorte_


s Instituição
Pós-Graduações em Manutenção (Lato Sensu) apoiadas pela ABRAMAN

Cidade Curso
Início
das aulas
Condições
Especiais
para
Contato
Mais
Informações
(2013)
ABRAMAN
(21) 2562-7280 / 2562-7290
UFRJ Rio de Janeiro Desconto
Engenharia de Manutenção 9 de março 9641-2107
para Associados www.poli.ufrj.br
(Escola Politécnica) (RJ) (MBA-ENGEMAN) (27ª Turma) mba_engeman@poli.ufrj.br
Individuais jhbenzecry@yahoo.com.br

Desconto (11) 3395-8081 / (19) 3327-1719


Unicastelo Campinas MBA em Gerenciamento da 6 de abril pragma.academy@ www.pragmabrasil.com.br
para Associados
(SP) Engenharia de Manutenção (6ª Turma) pragmabrasil.com.br
Individuais gerson.arcos@unicastelo.br

UFF Niterói Gestão Estratégica da Produção Abril Desconto mba1@latec.uff.br


para Associados www.latec.uff.br
(LATEC) (RJ) e Manutenção (MBA-GPM) (12ª Turma) Individuais (21) 2629-5617 / 2629-5619

22 e 23 Desconto
Joinville (47) 3026-4950
INPG/Sustentare Engenharia de Manutenção de abril para Associados www.sustentare.net
(SC) sustentare@sustentare.net
(12ª Turma) Individuais

Engenharia de Inspeção 2 de março


e Manutenção na Indústria (10ª Turma) Desconto
Rio de Janeiro (21) 3553-4112 / 3553-4113
FUNCEFET do Petróleo para Associados www.funcefet-rj.com.br
(RJ) secretaria@ipetec.com.br
Engenharia de Equipamentos Individuais
2 de março
On e Off Shore (13ª Turma)

2º Semestre Vantagens
Vitória (27) 3335-5631 / 3335-5654
UNIVIX Engenharia de Manutenção (7ª Turma - especificamente www.univix.br
(ES) posgraduacao@univix.br
previsão) pactuadas

Vantagens (31) 3269-3259 / 3269-3280


PUC-MG Belo Horizonte 22 de março
Engenharia de Manutenção especificamente atendimentoiec@pucminas.com.br www.pucminas.br/iec
(IEC) (MG) (20ª Turma)
pactuadas

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 27

Açokorte_Anuncio_Abraman.indd
MBA.indd 27 1 06/12/2012
1/16/13 14:05:37
5:32 PM
27º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO
ARTIGO

A evolução do Processo
da Gestão
Alan Kardec (*)

A busca da excelência na gestão, indispen-


sável para o sucesso empresarial e pes-
soal, tem apresentado grande evolução
nos últimos anos e podemos destacar
três grandes etapas:
contrapartida, observa-se uma redução do custo – ver
figura a seguir. Este é um exemplo de uma boa gestão
deste processo.

1- Capacitação das pessoas e modernização dos ativos,

2- Gestão de cada
processo da organização,

3- Gestão de ativos.

É necessário, de imedia-
to, esclarecer que gestão de
ativos não é um novo nome
para a Manutenção e sim
um processo global do qual
o processo de Manutenção
é, apenas, uma parte.

1- Primeira Etapa. Vigo-


rou até meados da década Entretanto permanecia, ainda uma lacuna traduzi-
Alan Kardec
de 90, embora, infelizmen- da por uma questão fundamental: a otimização dos
te, muitos gerentes ainda diversos processos presentes em uma organização
continuem apenas, com este viés. Tinha como dire- não significa, necessariamente, a otimização do seu
cionador que a capacitação das pessoas e a moder- macro processo; observa-se, em alguns casos, até o
nização dos ativos seriam suficientes para alcançar a contrário, como por exemplo:
excelência, tanto empresarial como pessoal. - O processo de Engenharia ao procurar minimizar,
exclusivamente, o custo de capital, pode estar preju-
2- Segunda Etapa. Iniciou em meados da década dicando o chamado LCC – Life Cycle Cost, ou o custo
de 90. Tinha como direcionador o reconhecimen- do ciclo de vida dos ativos. “Nem sempre o menor
to que a primeira etapa é imprescindível, mas não custo inicial significa o menor custo ao longo da vida
suficiente, para alcançar a excelência – era preciso dos ativos”.
incorporar a gestão nos diversos processos da or- - O processo de operação, ao priorizar somente a
ganização. Exemplificando, no caso do processo de produção, dificulta ou mesmo não libera o ativo para
Manutenção, a boa gestão pode ser sintetizada, par- a necessária intervenção quando requerida pela pre-
cialmente, demonstrando como os diversos tipos de ditiva. Esta ação pode levar a perdas muito maiores
Manutenção influenciam os indicadores estratégicos pela falha intempestiva do ativo, o que impede o
da organização. Na medida em que se evolui para a bom planejamento de materiais sobressalentes, dis-
Manutenção preditiva e para a Engenharia da Manu- ponibilidade de pessoal mais adequado para a inter-
tenção tem-se o aumento das variáveis confiabilida- venção, etc. Isto pode ter como consequência perdas
de, disponibilidade, segurança, meio ambiente e, em da produção, atendimento deficiente aos clientes,

28 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

MBA.indd 28 1/16/13 10:31 AM


ocorrências operacionais, acidentes pessoais, agres- Observa-se que o processo Manutenção é, apenas,
são ao meio ambiente, entre outras. uma parte do macro processo denominado de Gestão
- O mesmo acontece com todos os demais proces- de Ativos que engloba todo o Ciclo de Vida.
sos da organização. É preciso, ao atuar nos diversos
processos, analisar, também, as consequências para Curso de MBA de Gestão de Ativos
os resultados globais da organização.
Considerando a importância do tema e para per-
3- Terceira Etapa. Denominada Gestão de Ativos mitir aos gestores das organizações se capacitarem,
surgiu em meados da década passada como conse- a ABRAMAN, seguindo as orientações do Global Fo-
qüência da lacuna observada na segunda etapa - é rum, sediado em Zurique, na Suíça, criou uma comis-
preciso ter um processo global de gestão em que o são composta de executivos de empresas nacionais,
mais importante é a busca da excelência para os re- internacionais e de universidades com o objetivo de
sultados empresarias da organização. É aí que entra a elaborar um curso de MBA. Após meses de trabalho
Gestão de Ativos! foi elaborada a grade curricular e o programa deste
- Vamos exemplificar, novamente, com o proces- curso seguindo, fielmente, os pilares básicos traçados
so da Manutenção, presente em todas organizações pelo Global Forum, bem como o modelo de um acor-
produtivas. O viés ainda fortemente presente de “re- do padrão de parceria.
dução de custo a qualquer custo” pode trazer con-
sequências danosas para a organização como, por O próximo passo foi estabelecer contatos com qua-
exemplo, entre outras: tro instituições de ensino visando a formar esta par-
√ Redução da Confiabilidade, ceria para a realização do MBA. São elas:
√ Redução da Disponibilidade,
√ Aumento do risco de acidentes operacionais - Fundação GORCEIX, Ouro Preto – MG.
e pessoais, Já aprovada.
√ Maior possibilidade de danos ambientais.
- UNICASTELO, São Paulo – SP, Fundação Getúlio
As perdas decorrentes dos indicadores acima tra- Vargas, Rio de Janeiro – RJ e UTFPR, Curitiba - PR.
zem grandes prejuízos para a organização em termos Processos em análise.
de faturamento, do bom atendimento aos clientes,
de prejuízos decorrentes de acidentes operacionais, Estes MBA’s deverão iniciar-se no primeiro
danos às pessoas decorrentes do maior número de semestre de 2013.
acidentes e, por último, mas não menos importante,
as pesadas multas decorrentes de danos provocados CONCLUSÃO
ao Meio Ambiente.
Este novo desafio, empresarial e pessoal, passa pela
Sinteticamente, a Gestão de Ativos engloba os Gestão de Ativos. É esta nova prática de gestão que
seguintes processos: está alavancando os melhores resultados e vai permi-
Projeto Básico – Projeto de Detalhamento tir que a sua organização e você tenham mais com-
– Aquisição – Fabricação e Montagem petitividade e maior empregabilidade. Parodiando o
– Qualificação das Pessoas – Pré-Operação grande mestre Gandhi:
– Operação e Manutenção – Envelhecimento /
Modernização – Descarte (Reciclagem). “Para construir uma nova história é preciso
trilhar novos caminhos”.
E pode ser sintetizada na figura a seguir:
Esta caminhada depende de você – é uma
grande oportunidade. Aproveite-a!

(*) Alan Kardec

Coordenador da Comissão de Gestão de


Ativos - CGA, da ABRAMAN.

Consultor empresarial e de Manutenção.

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 29

MBA.indd 29 1/16/13 10:31 AM


28º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS

Expoman 2013 atrai interesse


de novos setores e movimenta
reserva de espaço
O Instituto de Engenharia, em São Paulo,
foi palco da apresentação do novo mo-
delo proposto para a Expoman 2013, que
inclui oportunidades para divulgação de
produtos e participação em pacotes de
eventos e comunicação diferenciada para os investidores.
O maior evento de Manutenção e Gestão de Ativos do
têm tido presença tradicional ao longo dos anos.
O 28º Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão
de Ativos, a Expoman 2013 e o 5º Congresso Mundial
de Manutenção e Gestão de Ativos serão realizados
no Centro de Convenções da Bahia,. em Salvador, de
23 a 27 de setembro de 2013. A Expoman 2013 terá
uma área de 2.700 metros quadrados com estandes
País tem ampliado o seu perfil e atraído o interesse modulares de 20 a 80 metros quadrados, servidos por

João Ricardo Lafraia, presidente da ABRAMAN

de uma ampla gama de setores de tecnologia avança- toda a infraestrutura necessária.


da e de sistemas de gestão que optam por participar Em sua apresentação, o presidente da ABRAMAN,
da exposição, ao lado das grandes empresas indus- João Ricardo Lafraia, destacou que a reformulação es-
triais produtoras e consumidoras de equipamentos tratégica da associação, que evoluiu de sua base tra-
para Manutenção e usuários de bens e serviços, que dicional solidamente estabelecida em Manutenção

30 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

28º CBM.indd 30 1/16/13 10:31 AM


OS

Expoman 2013 - Condições

• Valor do metro quadro - R$500,00


• Pagamento em até sete parcelas iguais
• Vencimento da 1ª em fev/2013 e a última em ago/2013
• Número máximo de parcelas tem como limite ago/2013

Benefícios extras
• Texto no catálogo de expositores
• Convites para a Expoman 2013
• 30 minutos para palestra sobre inovação
• Descontos para publicidade na revista Manutenção
• Inscrições gratuitas para o 28º CBM e 5º Congresso Mundial

28º Congresso Brasileiro de Manutenção e Gestão de Ativos,


5º Congresso Mundial de Manutenção e Gestão de Ativos, Expoman 2013.
Um universo de oportunidades para novos negócios e para a
consolidação de relacionamentos permanentes.

Informações:

(11) 2212-0642, email manutencao@eventoseficacia.com;


www.abraman.org.br

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012 31

28º CBM.indd 31 1/16/13 10:31 AM


28º CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENÇÃO E GESTÃO DE ATIVOS

para Gestão de Ativos, o que a eleva a patamares de


direção nas empresas. Este novo cenário tem se refle-
tido, também, no perfil da Expoman, com a presença
crescente de representantes de sistemas de gestão e de
tecnologia avançada para controle e gerenciamento.

“A Expoman já é uma ‘Expomag”, sugeriu Lafraia


ao destacar a presença crescente de atividades liga-
das à Gestão de Ativos. Mas lembrou a importância
de Manutenção neste contexto ampliado e o papel
fundamental do “hands on”, isto é, dos profissionais
que executam as tarefas cruciais para a produção.

Lafraia enfatizou a importância da qualidade da


gestão para a garantia de crescimento sustentado
para que o País possa progredir com qualidade. “O
objetivo da ABRMAN é divulgar o que há de melhor
em Manutenção e Gestão de Ativos. A Bahia permi-
tirá uma semana de imersão no que há de melhor no
Brasil e no mundo em termos de inovação de tecno-
logias e de processos”, avaliou.

Ao final do evento, o presidente da ABRAMAN


proferiu palestra sobre “O Modelo Brasileiro de Ges-
tão de Ativos” tendo lembrado que a entidade bra-
sileira é uma das fundadoras do Global Forum, ins-
tituição internacional que conta com a participação
das grandes organizações mundiais de Manutenção e
Gestão de Ativos, criada em 2010.

Lembrou que a chave deste processo é “olhar o ati-


vo ao longo de seu ciclo de vida, ao invés de pro-
mover avaliações pontuais sobre o que é mais barato
no momento da compra”. Como destacou Lafraia, “a
ótica não é reduzir manutenção, mas avaliar os riscos
e tomar decisões conscientes. Não existe um custo
ótimo, mas o melhor custo diante do risco” disse.

Finalmente, estimulou os participantes do lança-


mento da Expoman 2013 a empenharem-se para tra-
zer para o maior evento brasileiro de Manutenção e
Gestão de Ativos os gestores e a direção das empre-
sas para interagirem com esta comunidade. Lembrou
que a realização do 5º Congresso Mundial de Manu-
tenção e Gestão de Ativos na Bahia, junto com o 28º
CBM oferecerá oportunidade para que os gestores
estrangeiros que vierem ao Brasil possam avaliar as
oportunidades de investimentos que são oferecidas
no País, particularmente, na Bahia.

32 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 2012

28º CBM.indd 32 1/16/13 10:31 AM


GESTÃO DE ATIVOS

AES Tietê a primeira


empresa da América Latina
recomendada para a PAS 55
ABRAMAN liderou lançamento da PAS 55 em português

A AES Tietê, geradora de energia elé-


trica que opera grandes usinas hi-
drelétricas e PCHs nos estados de
São Paulo e Minas Gerais, controlada
pelo grupo internacional AES presente em todos
os continentes com centenas de instalações, será
Como foi conduzido o processo de certificação?

Nosso parceiro para a condução do processo e veri-


ficação do cumprimento das exigências estabelecidas
pela PAS 55 foi a consultoria britânica TWPL - The
Woodhouse Partnership Limited. O organismo cer-
a primeira empresa da América Latina certificada tificador será IAM - Institute of Asset Management,
pela norma de gestão de ativos PAS 55. associação de Gestão de Ativos do Reino Unido que
A empresa brasileira foi desenvolveu a norma. O
recomendada para certifi- processo na AES Tietê co-
cação do IAM-Institute of meçou em 2010.
Asset Management, do Rei-
no Unido, pela consultoria Por que a empresa
internacional TWPL - The decidiu-se pela PAS 55?
Woodhouse Partnership Li-
mited, que conduziu o pro- Sentimos necessidade de
cesso de auditoria, segundo reestruturar nossos proces-
as normas da PAS 55. sos de gestão devido aos
nossos indicadores que, à
A introdução dos con- época, estavam baixos.
ceitos da nova norma de
Gestão de Ativos já começa Precisávamos alcançar
a provocar mudanças nas Usina de Água Vermelha uma melhor performance de
atitudes dos colaboradores, nossos ativos e começamos a
como registra Ítalo Freitas, diretor de Operação e avaliar quais os melhores métodos e processos dis-
Manutenção da AES Tietê, responsável pela con- poníveis que nos permitissem adequar-nos a padrões
dução do processo na empresa. mundiais de excelência de gestão.
“É interessante observar que em nossas reuniões
mensais de avaliação de performance coordenado- Identificamos a norma PAS 55 que oferecia muita
res e gerentes, que costumavam focar seus relatos coisa relacionada com nosso negócio pois tem foco
nas intervenções corretivas e nas prioridades re- em grandes ativos, o que se ajustava à AES Tietê que
lacionadas com consertos de equipamentos, come- tem um parque de geração com 12 hidrelétricas.
çam a incorporar uma nova linguagem com abor-
dagens sobre o risco das falhas de equipamentos Ela se adequava, portanto, à nossos objetivos. Meus
para a produção, seus impactos no negócio e como primeiros contatos com a PAS 55 foram em 2004
planejar melhor. Não era comum ouvir-se estes ti- quando trabalhei na Inglaterra e na Espanha.
pos de avaliações há três anos, antes de iniciarmos
o processo de certificação”, resume Ítalo nesta en- Aproximei-me do IAM quando estavam ainda na
trevista que concedeu à Manutenção. primeira edição da norma.

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVEMBRO / DEZEMBRO 33

AES Tietê 148.indd 33 1/16/13 10:32 AM


GESTÃO DE ATIVOS

34 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012

AES Tietê 148.indd 34 1/16/13 10:32 AM


Como foi o processo de auditoria?

Tudo começa com uma análise de lacunas. Foi ve-


rificado se as indicações da PAS 55 estavam alinha-
das com a realidade da empresa para obter-se uma
fotografia do momento. As lacunas registradas eram
relativamente grandes numa série de pontos que a
AES Tietê não atendia. A partir das constatações ini-
ciamos o projeto de implantação das recomendações
da PAS 55 para melhoria de performance para cada
gap, com equipes dedicadas à essas tarefas. Tínha-
mos alguns benchmarks no setor elétrico, como a
Scottish Power, por exemplo. Não há uma empresa
com todos os itens do PAS 55 como benchmark. Iden-
tificamos algumas para fazer benchmarking em ítens
que nos interessavam, com foco em nosso projeto.
Depois da identificação dos gaps um passo impor-
tante foi defender os benefícios que a PAS 55 poderia
agregar para a empresa. A defesa da melhoria do pro-
cesso deve ser feita junto à presidência da empresa
pois o sucesso do projeto depende muito do nível
de conhecimento da alta gestão. Se os gestores têm
conhecimentos dos ativos, desde o chão de fábrica,
os caminhos para introdução de mudanças são mais
curtos. Assim, a primeira coisa foi mostrar à diretoria
os benefícios que seriam obtidos com a implantação
de uma gestão focada nos ativos para darmos um im-
pulso no projeto.

Qual o custo da implantação das melhorias?

A avaliação do custo do projeto envolve desde


custo evitado até custo do investimento empregado
para implantação. Quando o ativo está operando se-
gundo conceitos preventivos, com custo evitado, o
impacto maior é eliminado ao buscar-se a falha antes
que ocorra uma parada de forma a não gerar preju-
ízos para a empresa. A defesa do projeto para alta
diretoria não pode circunscrever-se à conquista da
PAS 55. A argumentação deve centrar-se em torno da
melhoria da gestão dos ativos da empresa. Isso vai
gerar benefícios financeiros em consequência de uma
melhor performance.

O processo já tem trazido resultados?

Os melhores resultados decorrem do desafio que


tem mobilizado todos os funcionários da AES Tietê
para a busca de melhoria de performance. A PAS 55 é
um ícone que representa o prêmio que será ganho ao
final do processo. O desafio é convencer que melho-
res processos vão beneficiar a empresa que, ao final,
será identificada no mercado como benchmark. A
PAS 55 estimula essa vontade dos funcionários para

REVISTA MANUTENÇÃO –NOVENBRO / DEZEMBRO 2012 35

AES Tietê 148.indd 35 1/16/13 10:32 AM


GESTÃO DE ATIVOS

focar no que deve ser feito. Por exemplo, implanta- de Ativos está incutida. Depois disso produzem re-
mos o processo do operador conduzir a confiabilida- latórios identificado sugestões e possíveis gaps e se
de. O operador sai a campo com seu computador de foi atingido o nível 3. Se tudo estiver de acordo, a
mão e vai coletando informações do ativo que per- empresa é recomendada para certificação.
mitam identificar problemas com antecedência para
que possam ser evitados. Fomos premiados pela AES Como está a empresa agora?
mundial por um programa da empresa que reconhe-
ce histórias de sucesso com o caso de um operador É interessante observar que, quando temos nossas
da Usina de Água Vermelha que, na rota de inspeção reuniões mensais de performance, coordenadores e
dos equipamentos, identificou um vazamento d’água gerentes que, antes do processo da PAS 55, focavam
no gerador que poderia ter causado a parada de uma suas observações em questões relacionadas a ativi-
máquina de 230 megawatts por cerca de 60 dias, com dades corretivas e em consertar equipamentos, hoje
prejuízos elevados para a empresa. falam em riscos e seus impactos no negócio e como
planejar. Trata-se de uma nova postura, diferente da
Esta descoberta não teria ocorreria normalmente que observávamos há três anos, quando iniciamos o
numa inspeção? processo. Em 2015 teremos uma re-certificação e, a
cada ano, uma auditoria interna de Gestão de Ati-
Não. Lembre-se que a primeira etapa da PAS 55 foi vos. O processo deverá estender-se para outras áre-
a identificação dos gaps, quais os ativos críticos e as da AES mundial por meio do Asset Management
esse gerador era um deles. Ainda não tínhamos uma Framework da empresa, grupo liderado pelo Brasil
rota definida para identificar pontos críticos. Ela en- responsável pela disseminação das novas práti-
trou na rota do operador. Antes disso não tínhamos cas de Gestão de Ativos. As empresas AES, à nível
pleno conhecimento da criticidade de nossos ativos. mundial,falarão a mesma linguagem. Os mesmos pa-
Este ganho veio logo no início do processo de im- drões irão reger Gestão de Ativos.
plantação de Gestão Ativos. O ganho foi decorrente
de um processo que evitou a parada da máquina de
230 MW, depois da definição O exemplo da AES Tietê deverá estimular
do mapa de risco. A empresa tem de identificar quais outras empresas?
são os riscos. Esse foi um dos grandes pontos de nos-
sa implantação: relacionar os riscos de segurança, de Nota-se um movimento
continuidade operativa, bem como os riscos relacio- quanto ao interesse por Ges-
nados com normas regulatórias, com a Aneel, com o tão de Ativos nas empresas.
Ministério de Minas e Energia, entre outros. Se você O impacto da primeira abrirá
tem uma matriz e suas decisões baseiam-se nos riscos caminho para outras que irão
do negócio, identificados e quantificados, isto permi- buscar a certificação estimulan-
te uma melhor utilização de seus ativos. do um processo que tornar-se-á
padrão para as organizações
Como o processo de certificação será completado? que queiram posicionar-se
perante seus acionistas e
Após a identificação dos gaps, a consultoria revisa, clientes como empresas
item por item, toda a lista da PAS 55 para identificar baseadas em ativos de
qual o maturidade em cada item, numa classificação qualidade. Gestão de
que vai de a 1 a 5. Quando começamos o processo Ativos veio para ficar.
nossa classificação era de 1,9.Tínhamos de alcançar As empresas têm de
3 e chegamos a 3,3. Estamos, portanto, maduros para investir nisso por-
certificação. Por que não alcançar os 5? Aí é que entra que o gerenciamento
a questão da Gestão de Ativos, pois 5 pode não inte- do custo do ciclo de
ressar à empresa em todos os itens avaliados. É preci- vida dos ativos se
so ver o que interessa à organização e onde é preciso torna importante
avançar, diante dos custos. O processo de preparação diante das restri-
para a certificação passa por uma auditoria com foco ções de recursos.
nas evidências de maturidade. A implantação do pro-
cesso é verificada in loco. Os auditores conversam Ítalo Freitas, diretor de Operação e Manutenção da AES Tietê
com as pessoas para verificar se a política de Gestão

36 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012

AES Tietê 148.indd 36 1/16/13 10:32 AM


Fique a frente dos
seus concorrentes
Assine:

A informação mais
atualizada sobre
lubrificantes e lubrificação
Agência Virtual Ltda

REVISTA MAssinaturas pelo site www.lubes.com.br


ANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012 37

MCI 148.indd 37 1/16/13 10:32 AM


MCI - Manutenção, Ciência e Inovação

Trabalho Técnico premiado em 2º lugar no 27º CBM


GESTÃO DE ATIVOS: O COMISSIONAMENTO
ANTECIPADO NA CONSTRUÇÃO E MONTAGEM COMO VETOR
POSITIVO NA PRESERVAÇÃO
DA CONFIABILIDADE
Luiz Alberto Verri (1)

Resumo 1) Introdução:
Inicialmente se mostra o gráfico que chamamos de “Ciclo Observem a figura I abaixo:
da Confiabilidade”, no qual se percebe que o grande ganho na
confiabilidade dos ativos se dá atuando-se na porção “evitar
trabalhos”, ao invés de “planejar trabalhos”; ou pior, em “exe-
cutar trabalhos” de manutenção.
Dentre as ações para “evitar trabalhos”, uma bastante efe-
tiva é realizar um bom comissionamento durante a fase de
construção e montagem dos ativos, seja da Unidade comple-
ta, seja nos investimentos parciais (“kapex”).
O autor narra a seguir, as estratégias que praticou, na
construção de duas grandes unidades industriais. Chamou
esta prática de Comissionamento Antecipado, pois uma das
suas características é que começa já na fase final da cons-
trução civil.
São descritos a estratégia de montagem da equipe, as
principais verificações e testes (geral e em cada especiali-
dade), a utilização de espaço na EAP (Estrutura Analítica do
Projeto) para garantir que o comissionamento seja efetuado
e um inédito sistema de “Registro de Observações de Campo Figura I: Ciclo de Confiabilidade
pela Operação”, destinados a “pegar” irregularidades atra-
vés de operadores, durante a fase de Construção. Na mesma nota-se claramente que, na Gestão de Ati-
Mostra também os diversos exemplos de ações realizadas vos, para obter-se confiabilidade (e ao mesmo tempo dimi-
que vieram refletir na grande continuidade operacional das nuir os custos), é necessário trabalharse no lado esquerdo
Unidades, já no primeiro ano de operação. do ciclo (à montante). Ou seja, é necessário evitar trabalhos.

(1) Sócio individual ABRAMAN nº 01841; Project Management


Professional
(PMP); Mestre em Qualidade pela UNICAMP; Ex Gerente de
Empreendimentos da Refinaria de Paulínia da Petrobras.

38 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012

MCI 148.indd 38 1/16/13 10:32 AM


Dentre as medidas para atingir este objetivo, está o que desta base vai um equipamento importante. Já o pedreiro, o
chamamos de comissionamento antecipado, uma das mais oficial, o encarregado da obra, não têm esta noção. Mas o
rentáveis das práticas. Técnico de mecânica tem noção da importância de qual
Vamos, inicialmente, entender o que é comissionamento. A equipamento que vai ser instalado em cima da base.
origem da palavra comissionamento vem da palavra comissão. Se for um equipamento que exige um alinhamento muito
Antigamente, notadamente na década de 50, quando se fa- fino, a qualidade da execução da base tem que ser excelente.
zia uma obra, e depois isso se estendeu para os anos 60, 70, 80 Se for um equipamento estático que não vai exigir tanto, o
e 90, a prática era a seguinte: alinhamento poderá ser menos preciso.
Existia uma comissão designada pela diretoria da empresa, Pode-se designar um engenheiro experiente em manu-
formada por pessoal da operação, manutenção, da área de ne- tenção, e o mesmo pode deflagrar todo o processo. Basta ex-
gócio, do projeto de detalhamento e do pessoal de construção plicar ao mesmo, com nível de detalhe suficiente, a filosofia
e montagem. do comissionamento antecipado.
Essa comissão, então, ia fazer a aceitação da Unidade. Era A seguir descreve-se o que é comissionamento antecipa-
um processo longo e doloroso. do, através de uma seleção de textos do livro citado na Bi-
Longo porque já estava tudo construído, assim era necessá- bliografia. Esta descrição, em forma de apresentação, deve
rio fazer testes e verificações em tudo o que já estava montado. ser apresentada para todos os atores do Projeto/Obra.
E doloroso, porque eram encontrados muitos defeitos. Era Quais são os atores? Os atores são as montadoras, o
uma briga constante entre o pessoal que havia montado e o pessoal da ENGENHARIA ou empresa contratada para o ge-
pessoal que estava recebendo. Era muito comum uma grande renciamento da obra e o próprio pessoal da empresa “dona”
pressão para que se recebesse (a Unidade) e uma grande pres- do projeto.
são pra que não a recebesse, portanto duas forças formidáveis
de sentidos opostos. 2. TERMINOLOGIA/ DEFINIÇÕES
A pressão para receber era porque o prazo era muito impor- Observa-se que a terminologia que aqui definiremos é a
tante. E a pressão para não receber era porque a operabilidade mais utilizada, inclusive internacionalmente.
futura também era muito importante.
Era uma verdadeira “briga”, demorava-se muito e tinha- Definições:
se como resultado um atraso na entrada efetiva da operação
e mesmo assim essa comissão não conseguia tirar todos os 2.1. Comissionamento:
problemas que existiam na Unidade, até porque alguns vinham É um conjunto de atividades destinadas a:
desde a fase de detalhamento de projeto. Isto existe até hoje em • Preservação
Projetos de Capital, infelizmente. • Verificação de funcionalidade dos itens, conjunto de
Percebeu-se, na experiência do autor, que era relativamente itens e de sistemas operacionais
simples atuar, já na fase da obra, para antecipar a resolução de Caracterizando-se por:
futuros problemas. • Testes
Na área elétrica, podíamos ver a qualidade na montagem de • Verificações
eletrodutos, no momento em que estão sendo realizados, em • Aferições
que estão sendo lançados, para não ter amassamentos nem • Calibrações
rebarbas, pois depois ao passar a fiação poderíamos, por exem- • Ajustes
plo, ter problemas, e apresentar rachadura no isolamento da fia- • Testes de simulação a “frio”, e energizados sem carga
ção, depois essa rachadura poderia apresentar defeito intermi-
tente, difícil até de “pegar” no comissionamento. Temos assim, 2.2. Condicionamento
com o comissionamento antecipado, uma chance muito grande
de “pegar” potenciais problemas nas fases iniciais do Projeto. Tem a finalidade de verificar a conformidade dos equi-
Verifica-se que é possível estender isso para outras áreas, pamentos e sistemas montados, aos requisitos de projeto,
além da elétrica. desempenho técnico e de qualidade que garantem o seu fun-
Na mecânica, por exemplo, o Técnico que conhece mecâni- cionamento conforme as necessidades do processo em que
ca, e quando a base do equipamento está em construção, ou está inserido, com confiabilidade adequada.
até já terminou a base, ele verifica se essa base está fora do A qualidade aqui mencionada é aquela que além da qua-
prumo, fora do nível. O Técnico então, imediatamente pode acio- lidade técnica intrínseca, atende também aos requisitos de
nar o pessoal pra regularizar a base, pois ele sabe que em cima segurança e de não agressão ao meio ambiente.

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012 39

MCI 148.indd 39 1/16/13 10:32 AM


MCI - Manutenção, Ciência e Inovação

Nas figuras abaixo temos as representações de todas as com o comissionamento antecipado.


fases de execução de um Projeto, incluindo as fases de con- A Empresa a ser contratada para conduzir o comissio-
dicionamento e comissionamento. namento antecipado necessitará que os recursos previstos
O comissionamento antecipado é a realização das ati- para esse serviço nos outros contratos sejam mobilizados
vidades de condicionamento e comissionamento, com an- com a antecedência necessária.
Para isso necessitamos:
Antecipar a mobilização do pessoal referente ao comis
sionamento nos contratos de montagem celebrados.
Revisar, nos contratos celebrados nas licitações em
andamento, a terminologia adotada, tornando-a
coerente com a que aqui adotamos.
Designar uma equipe própria ou realizar uma licitação
para que uma empresa especialista em MANUTENÇÃO
tenha como escopo o comissionamento antecipado.

3. ESTRUTURAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO


Figura: II: Fases do desenvolvimento de um Projeto –Comissionamento Recursos típicos:
Tradicional – Parte A Um Engenheiro para coordenação geral
Um Engenheiro para cada especialidade:
• Eletricista
• Instrumentação
• Mecânica
• Caldeiraria

Técnicos para as especialidades:


Eletricidade (1) – Instrumentação (1)
Mecânica (1) – Caldeiraria (1) – Tubulação (2)
Isolamento/Refratário/Pintura (1)
Operadores: dois (se empresa for contratada pode ser
Figura: III: Fase do Desenvolvimento de um Projeto – Comissionamento Tra- pessoal próprio)
dicional Parte B Apoio Administrativo: um Assistente – 1 Ajudante

4. TAREFAS A DESENVOLVER
tecedência possível e desejável, durante a fabricação dos A seguir, descrevemos as atividades do
equipamentos, de seu transporte, seu recebimento e na Comissionamento antecipado, no geral e por especiali
montagem dos sistemas permitindo o pronto início da pré- dades. Nessas últimas, em razão da objetividade,
operação e operação assistida desses equipamentos e sis- citamos apenas alguns exemplos.
temas com a confiabilidade requerida.
Na figura IV, vemos o mesmo conjunto de etapas, agora 4.1. Equipamentos

4.1.0. Obtenção de informações sobre os equipamentos


a. Lista de equipamentos por classe
b. Folha de Dados de cada equipamento
c. Número de Pedido de Compras e Fornecedor de cada
equipamento
d. Estágio da compra de cada equipamento
e. Previsão de Inspeção em fábrica
f. Previsão de entrega na Planta
g. Previsão de início de montagem

Figura IV: Fase do desenvolvimento de um Projeto – Comissionamento Antecipado

40 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012

MCI 148.indd 40 1/16/13 10:32 AM


4.1.1. Analisar os contratos de fornecimento e montagem equipamentos e sistemas que operam com temperatura
verificando as atribuições de cada um em relação às ati elevada, de acordo com as especificações de projeto.
vidades de comissionamento. Fazer matriz de atribuições. h. Conferir o aperto das porcas/parafusos das bases dos
equipamentos após a cura da argamassa do grautea-
4.1.2. Interagir com Empreendimentos e Engenharia, mento.
definindo linha de ação em função das cláusulas dos 4.2. Sistemas
contratos e das necessidades do comissionamento ante 4.2.0. Verificar com a Operação a definição dos Sistemas
cipado - Definir tarefas da equipe e seu relacionamento Operacionais e seus Subsistemas.
com a Fiscalização. 4.2.1. Obter os seus fluxogramas e ordem de precedência
de entrada em Operação.
4.1.3. Reunir-se com fornecedores e montadores (junto 4.2.2. Reunir-se com Fiscalização e montadoras para co-
com a Fiscalização) solicitando o inicio das atividades de nhecer o Plano de Montagem de Equipamentos e Sistemas.
comissionamento previstos no contrato e negociando as 4.2.3. Definir com a Fiscalização os pontos de inspeção
necessidades do comissionamento antecipado. e espera na montagem dos sistemas e subsistemas.
4.2.4. Validar com todos os envolvidos – montadora – fis-
4.1.4. Elaborar o Manual de Comissionamento de calização – operação – manutenção, os procedimentos para
Equipamentos teste dos sistemas.
a. Elaborar Programa de Inspeção e Testes 4.2.5. Escrever os procedimentos de teste de sistema
b. Elaborar Procedimentos de Testes que porventura ainda não existirem.
c. Elaborar Procedimentos de Transporte 4.2.6. Elaborar Formulários para registro das Inspeções
d. Elaborar Procedimentos de Recebimento, Preservação e Testes 4.2.7. Reunir todas as informações e documenta-
e Armazenagem e. Elaborar Formulários para registro ções acima citadas num MANUAL DE COMISSIONAMENTO DE
das Inspeções e Testes SISTEMAS.
4.2.8. Planejar com o Apoio Administrativo a forma de Or-
4.1.5. Planejar com o Apoio Administrativo a forma de ganizar os documentos com confiabilidade e rastreabilidade.
Organizar os documentos com confiabilidade e rastrea 4.2.9. Planejar a execução desses procedimentos.
bilidade. Apoios, logística e infra-estrutura (pessoal, equipamentos,
materiais, insumos, momento de execução, documenta-
4.1.6. Programar as Atividades ção

4.1.7. Coordenar a execução 4.2.10. Programar as Atividades

4.1.8. Documentar não conformidades e correções 4.2.11. Coordenar a execução


necessárias, inclusive as de projeto como subsidio para
a adequação everificação posterior dos documentos 4.2.12. Documentar não conformidades e correções ne-
AS BUILT. cessárias, inclusive as de projeto como subsidio para a exe-
cução e verificação dos documentos AS BUILT.
4.1.9. Verificações Gerais
4.3. Especialidades
a. Verificar sobressalentes (existência e integridade)
b. Verificar se a copia do manual que acompanha o 4.3.1 CALDEIRARIA (exemplos)
equipamento contêm todos os desenhos e documentos
previstos, inclusive as instruções de montagem e operação. • Verificar se todos os equipamentos estão com placa de
c. Verificar o acesso para remoção e reinstalação dos identificação, contendo os dados exigidos pela NR-13,
equipamentos quando esses necessitam de manuten inclusive para os equipamentos auxiliares de grandes
ção (onde for o caso). máquinas e equipamentos de pacote.
d. Verificar a existência de dispositivos de montagem • Verificar se foi emitido o relatório de inspeção inicial
(onde for o caso). com medição de espessura, por equipamento, incluindo o
e. Quando for o caso, conferir e inspecionar componentes relatório de teste hidrostático, efetuado na base e assinado
f. Ferramentas fornecidas desmontadas.
g. Conferir a existência de isolamento térmico para

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012 41

MCI 148.indd 41 1/16/13 10:32 AM


MCI - Manutenção, Ciência e Inovação

por profissional habilitado. • Checar todo o sistema de selagem (painel de controle,


• Verificar se as PSV’s foram calibradas e instaladas em conexões, filtros, manômetros, instrumentos e tubulações).
lugar correto, após a limpeza final dos equipamentos e tu- • Certificar-se do perfeito funcionamento das injeções
bulações. de “flushing”, nitrogênio e/ou ar conforme sistema adotado.
• Verificar se as juntas dos flanges dos equipamentos e
tubulações estão de acordo com a especificação (Tipo, COMPRESSORES ALTERNATIVOS:
Material, Espessura). Recomendação: Não utilizar juntas • Remover válvulas para verificação e limpeza
de padrão inferior ao S-1212, mesmo para juntas provisórias. • Verificar sistema de atuadores das válvulas
• Verificar o aperto das porcas dos estojos e dos parafu- • Verificar sistema de lubrificação dos pistões e hastes
sos dos flanges de equipamentos e tubulações. (gotejador) “AIR COOLER” (Ventiladores):
• Verificar limpeza interna dos equipamentos antes do • Verificar tensões das correias de acionamento.
fechamento. • Conferir lubrificação dos mancais.
• Verificar se todas as tubulações de pequeno diâmetro • Conferir todos os ângulos das pás dos ventiladores
- TPD (drenos, vents, tomadas de flanges de orifício) estão conforme especificações do fabricante.
bem suportadas.
GERAL:
4.3.2. MECÂNICA (Exemplos) • Girar manualmente o equipamento rotativo para certi
ficar-se de que estejam livres.
BOMBAS CENTRÍFUGAS: • Verificar os calços de alinhamento e nivelamento. De
• Certificar-se do alinhamento entre os flanges da bom- vem ser colocados no acionador e devem ser de latão ou
ba e linhas de sucção e descarga. O desalinhamento máximo aço inox e no máximo três calços por pedestal.
permitido deve ser tal que permita o livre movimento dos pa- • Certificar-se de que não haja pé “manco” nos equipa
rafusos aos furos dos flanges. O atendimento a este critério mentos rotativos.
minimiza as tensões sobre a bomba. • Verificar a lubrificação dos acoplamentos lubrificados.
• Conferir o alinhamento entre a bomba e o acionador • Conferir se as travas dos acoplamentos flexíveis foram
(motor elétrico ou turbina). devidamente removidas antes de partir o equipamento.
• Instalar “telas” / (filtros com áreas de passagem me-
nores) sobre o filtro original existente na sucção da bomba, 4.3.3. INSTRUMENTAÇÃO (Exemplos) SDCD
preparando-a para pré-operação. Obs.: Esses filtros deverão • Executar:
ser removidos com a normalização da operação da unidade. Inspeção da instalação (ar condicionado, alimentação
• Certificar-se da existência de drenos e “vents” das car- elétrica, aterramento) Loop-Test
caças, onde necessário. • Verificar: Softwares operacionais (back-ups) Softwares
aplicativos (back-ups)
TURBINAS A VAPOR: • Elaborar:
• Conferir se os reguladores de velocidade tipo hidráuli- Documentação do Loop-Test PLC Pacotes: grandes má
co estão devidamente abastecidos com óleo. quinas, sistemas de movimentação, redes de válvulas, etc.
• Fazer o teste de desarme por sobre velocidade com a • Executar:
turbina desacoplada. Obs.: Repetir o teste três vezes para Inspeção da instalação (ar condicionado, alimentação
assegurar que a rotação de desarme esteja de acordo com elétrica, aterramento) Loop-Test
especificação. • Verificar:
Documentação da configuração
COMPRESSORES DE GÁS: Softwares operacionais (back-ups)
• Verificar sistema de lubrificação (bombas principais e Softwares aplicativos (back-ups)
auxiliares com seus acionadores, reservatório de óleo, siste- • Elaborar:
ma de aquecimento, filtros, etc). Documentação do Loop-Test
• Verificar resfriador de óleo/trocador de calor SISTEMAS DE INTERTRAVAMENTO
• Conferir pré-carga e testar o acumulador de pressão do • Executar:
sistema de óleo lubrificante. Inspeção da instalação (ar condicionado, alimentação
elétrica, aterramento) Loop-Test

42 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012

MCI 148.indd 42 1/16/13 10:32 AM


• Verificar: ATERRAMENTOS
Documentação da configuração • Executar:
Softwares operacionais (back-ups) Medições
Softwares aplicativos (back-ups) • Verificar:
• Elaborar: Atendimento das normas e enquadramento dos valores
Documentação do Loop-Test Elaborar:
VALVULAS DE CONTROLE E MOTORIZADAS • Relatórios das medições
• Executar:
Loop-Test CABOS E CONDUTORES ELÉTRICOS
Teste de calibração (por amostragem se esta atividade Verificar
constar da montagem) • Situação dos Eletrodutos
• Verificar: • Layout correto do eletroduto
Identificação na área • Conexão inicial e final
Calibradores inteligentes • Utilização de conectores e terminais corretos
Computador portátil para calibração e configuração • Confecção adequada das terminações
Softwares operacionais (back-ups) • Faseamento correto
Softwares aplicativos (back-ups) Para cabos e condutores até 0,6/1kV:
• Elaborar: • Continuidade elétrica dos condutores
Documentação do Loop-Test • Medição da resistência de isolamento conforme nor
Documentação da calibração (controle de qualidade) das mas pertinentes: 500V fase terra para condutores isola
válvulas dos 450/600V – 1minuto 1000V fase terra para cabos
0,6/1kV – 1 minuto Os valores encontrados deverão ser
4.3.4. ELÉTRICA (Exemplos) maiores ou iguais a 50 MΩ. Desvios nos valores encon
MOTORES trados entre fases ou condutores iguais e adjacentes de
• Executar: verão ser investigados. Para cabos e condutores até 15kV:
Testes de Isolação • Continuidade elétrica dos condutores e blindagens
Medida ôhmica do enrolamento • Medição da resistência de isolamento conforme
Teste de polarização normas pertinentes:
Testes de rotação 2500V (mínimo) fase terra – 1minuto
• Verificar: • Teste de tensão DC aplicada conforme normas
Certificados pertinentes
• Elaborar: A tensão aplicada não deverá exceder ao menor valor
Relatórios dos testes dentre os seguintes: 65kV ou 80% do valor da tensão de
PAINEIS, DISJUNTORES, RELÉS, ETC teste de fábrica ou às especificações do fabricante ou da
• Executar: ANSI/IEEE Std 48 ou IEEE 386. Elaborar
Testes de atuação • Relatório de Testes
Testes de calibração
Resistência ôhmica dos contatos (disjuntores)
• Verificar:
Parâmetros de configuração dos relés
Componentes dos painéis (TP’s; TC’s; botoeiras, etc.)
Aperto das conexões dos barramentos
Computador portátil para calibração e configuração
Softwares operacionais (back-ups)
Softwares aplicativos (back-ups)
• Elaborar:
Relatórios dos testes

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012 43

MCI 148.indd 43 1/16/13 10:32 AM


MCI - Manutenção, Ciência e Inovação

5. MONTAGEM DA EQUIPE DE COMISSIONAMENTO ANTECI-


PADO Pode-se concomitantemente contratar, então, uma
O ideal é que todo o pessoal tenha trabalhado em manu- empresa com vocação na área de manutenção, particular-
tenção. Porquê? Porque o pessoal de manutenção é que já mente nas áreas de mecânica e instrumentação, que são as
se defrontou com os problemas oriundos do projeto de deta- áreas mais sensíveis, junto com elétrica. Essa empresa deve
lhamento e de montagem. É necessário pessoal experiente possuir profissionais de todas as áreas, mecânica, elétrica,
de manutenção. Por exemplo, 20 anos de manutenção. instrumentação, construção civil (complementar como é
Todo profissional que tem 20 anos de manutenção, cer- chamada na área petroquímica e petróleo). O ideal seria con-
tamente já “pegou” muitos problemas com plantas em fun- seguir também um inspetor de equipamento, no caso das
cionamento. Esses problemas eram de projeto, montagem ou indústrias petroquímicas e de petróleo, porque será pessoa
de qualidade intrínseca do equipamento. que vai pegar os problemas na área de caldeiraria. Mas um
Desta forma, esta pessoa tem muito mais condições de bom técnico de caldeiraria também resolve, vai fazer o mes-
“pegar” as coisas enquanto os equipamentos estão sendo mo papel.
montados, porque já sabe os pontos que podem dar mais Fica-se, então, com uma equipe dedicada, com mais ou
problemas no futuro, O problema que o gestor de projeto se menos doze profissionais; uma área pode ter dois, outra
defronta, porém, é a falta de gente. Onde é que vamos con- área pode ter três, mas não mais que isso.
seguir gente? Não existe dentro da empresa empreendedora No papel, o Técnico dessa empresa é o fiscal, mas algu-
pessoal de manutenção sobrando, esperando uma obra. mas vezes será necessário que o mesmo ensine mesmo os
Para um Projeto de planta industrial que os americanos testes de comissionamento ao pessoal da obra. Seria escopo
chamam de “greenfield”, que quer dizer começar toda a plan- da contratada montadora fazer os testes, e fazer o serviço
ta da terraplanagem, a recomendação é que se faça o proces- com qualidade, mas todos sabem que infelizmente não é as-
so de contratação do pessoal de manutenção, não lá ao final sim, já que a indústria de construção civil talvez seja a área
da Obra, mas quando o Projeto estiver na construção civil, que tenha os menores índices de qualidade.
ou melhor, ainda, no processo do Projeto de detalhamento. Alguns exemplos para melhor entendimento: o eletro-
Mas isso vai depender do orçamento, da cultura da em- duto que é montado com rebarbas pode danificar a fiação,
presa, vai depender de uma série de coisas. O importante é a base da bomba desnivelada vai dificultar ou mesmo im-
levar isto em consideração, e adotar algum procedimento possibilitar o alinhamento; válvulas importantes podem não
que garanta a existência destes recursos na hora certa. estavam corretamente especificadas, ou podem também
A montagem da equipe não pode ser muito depois do não estar corretamente armazenadas, e certamente darão
meio da construção civil, porque senão coisas importantes problemas na pré operação ou mesmo durante a campanha.
poderão já ter passado. Se iniciar o processo de agregar o O leitor que é da área de engenharia e/ou manutenção,
pessoal, quando estivermos no meio da montagem eletrome- certamente vai se lembrar de muitos outros exemplos de
cânica, vamos ainda pegar coisas importantes, mas deixar problemas encontrados depois da montagem executada,
de pegar outras coisas igualmente importantes, que já estão comprovando que realmente vale a pena fazer o comissio-
“invisíveis”. namento antecipado aqui defendido.
Às vezes, principalmente quando o Projeto não é “gre-
enfield”, e sim uma planta que já tem uma unidade junto 6. AVANÇO FÍSICO COMO DIFERENCIAL DE QUALIDADE
operando, uma grande unidade como uma refinaria, e se É muito possível que o leitor tenha presenciado obras
está construindo mais plantas no “site”, a recomendação é que estão “quase prontas”, com avanço físico por volta de
admitir um pouco de gente a mais de manutenção, para esse 99% em que se demoram meses para completar os aproxi-
fim, que será aproveitada depois na manutenção da Unidade. madamente 1,0% que faltam.
Esse processo algumas vezes é difícil. O que se defende É uma lógica perversa (e burra para o Empreendedor),
é a necessidade de se ter pelo menos quatro pessoas pró- pois geralmente a medição do pagamento para a contratada
prias da manutenção no time do Projeto, uma de cada espe- é pelo avanço físico. E, lá quando foi elaborada a EAP (Estru-
cialidade. Muitas vezes, o pessoal de manutenção reluta em tura Analítica do Projeto), foi tudo exclusivamente pondera-
ceder gente para essas atividades. Isto é um erro, pois a do em medidas físicas: metros de cabo, toneladas de tubo,
cessão será um excelente investimento, o qual evitará ne- m³ de concreto e assim por diante.
cessidade de muitos recursos (incluindo pessoas) no futuro E o que ocorre? A qualidade é sacrificada, pois se o que
próximo. vale $$ é a quantidade lançada ou montada, “vale o que
está escrito”, ou seja, temos quase a totalidade dos equi-

44 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012

MCI 148.indd 44 1/16/13 10:32 AM


pamentos e materiais lançados e montados, mas faltam
“pequenos” itens que impedem os Sistemas Operacionais de
estarem prontos para partir. São juntas em flanges, compo-
nentes eletrônicos, Vents,
drenos, pequenas interligações, ligações erradas, etc.
Isto leva tempo para corrigir depois de tudo montado. E o fato
é agravado porque a contratada já faturou quase tudo, vai
desmobilizando a equipe, os melhores profissionais já estão
sendo deslocados para outras obras. É o caos!

Recomenda-se deixar propositadamente 5% (cinco por


cento) para o que se pode chamar de “verificação final” ou
“Comissionamento”. Assim, medem-se os 95% por quantita-
tivos montados, mas deixa-se 5% (que em uma montagem
eletromecânica é um valor significativo) para o final, que
chamamos
de “comissionamento”.
A montadora então percebe que se deixar pouca coisa
pendente, poderá mais rapidamente faturar os 5% restantes.
E esses 5% são medidos não por quantitativos monta-
dos, mas por “Sistemas Operacionais prontos para operar”, o
que obriga um pente fino em todos os sistemas e correções
precoces das não conformidades.
Assim, quando se chega aos 99% de avanço, realmente
se está muito próximo de iniciar a partida. E com Qualidade.

7. REGISTRO DE OBSERVAÇÃO DE CAMPO PELA OPERAÇÃO


(ROC’S) Figura V. Registro de Observação de Campo - ROC
Este é um registro que se cria, utilizando propositada-
mente, no nome, as palavras “pela Operação” porque se per- O controle pode ser feito por meio de um formulário, cuja
cebe que tanto o pessoal das montadoras como o pessoal da 1ª folha se apresenta na figura VI.
empresa que gerencia a Obra respeita muito os Técnicos de No mesmo podemos observar:
Operação, já que os primeiros não entendem quase nada dos • O quantitativo total das ROC’s emitidas, por situação
processos de Operação da Planta e sabem da importância • O detalhamento da situação de cada uma delas
desses Técnicos de Operação para a Empresa Empreende- A observação e emissão dos ROC’s podem começar 1
dora, pois serão os que vão trabalhar na Produção, razão de (um) ano antes da partida efetiva da Planta, e é fundamental
ser da Planta Industrial cuja montagem está em curso. para a Qualidade final da Obra.
O sistema é simples: Todas as irregularidades de monta-
gem ou mesmo de Projeto e equipamento ou sistema já mon-
tado (ou até mesmo no projeto), que são vistos por esses
Técnicos de Operação (ou o de Manutenção, que passa ao
Técnico de Operação), gera um documento como o da figura V:

Uma vez emitida o ROC (que tem que ser aprovada pelo
Gerente do Projeto), faz-se uma “marcação cerrada” para
sua execução, antes da partida da Planta.

Figura VI. : Controle de ROC’s

REVISTA MANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012 45

MCI 148.indd 45 1/16/13 10:32 AM


MCI - Manutenção, Ciência e Inovação

8. CONTROLE DE SOP’S
Uma prática que ajuda muito é o controle de término de
montagem por Sistemas Operacionais (vapor, água, nafta,
etc.), bem como os testes de malhas de instrumentação. A
contratada informa o que está pronto, conforme a figura VII
abaixo, e o pessoal próprio vai lá conferir. Se alguma coisa
não estiver conforme, deve ser imediatamente relatado para
a Fiscalização, para sua correção.

Figura VII: Situação da Montagem por SOP’s - Contratada

Notar na figura VII acima, que tanto os SOP’s como os


testes de malhas de instrumentação estão subdivididas em
duas áreas distintas.
Ainda com relação à figura, o termo “Remontagem STH’s”,
significa que o sistema foi completado, desmontado para o
Teste Hidrostático efetuado o TH e já está montado após o
Teste Hidrostático, podendo ser entregue à préoperação.
O sistema é, assim, passado à equipe de pré-operação
e partida, que simulando a operação com fluídos não infla-
máveis, já adianta bastante o processo da partida. Com esta
pratica muito tempo pode ser ganho.

9. CONCLUSÃO
Abaixo, a figura que mostra a Operabilidade, no primei-
ro ano de funcionamento, de uma Unidade que foi montada
com a utilização das práticas aqui descritas. Os dados e fa-
tos são muito mais significativos do que qualquer conjunto Fig. VIII: Fator operacional da Unidade de Coque – 2005.
de palavras.

10. BIBLIOGRAFIA
VERRI, Luiz Alberto. Sucesso em Projetos de Capital.
Qualitymark,
Rio de Janeiro, 2010.

46 REVISTA MANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012

MCI 148.indd 46 1/16/13 10:32 AM


REVISTA MANUTENÇÃO – NOVENBRO / DEZEMBRO 2012 47

MCI 148.indd 47 1/16/13 10:32 AM


MCI 148.indd 48 1/16/13 10:32 AM

Você também pode gostar