A Apometria e A TVI Segundo A Animagogia
A Apometria e A TVI Segundo A Animagogia
A Apometria e A TVI Segundo A Animagogia
Marques, Adilson
244 p.
ISBN 978-65-80035-19-9
Editora
Apresentação ........................................................................................... 7
PARTE I
Tratamentos Complementares de Saúde e Espiritualidade
PARTE II
Estudos de Caso
APRESENTAÇÃO
Tratamentos Complementares de
Saúde e Espiritualidade
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
ANIMAGOGIA E ESPIRITISMO:
UM ESTUDO COMPARATIVO
NO ÂMBITO DAS CIÊNCIAS DO ESPÍRITO
seria aceitar que Deus existe, mas deixar de lado qualquer sistema;
e que o ideal seria nos preocuparmos com as nossas imperfeições,
ao invés de querer penetrar no que é impenetrável.
Na Animagogia, Deus também é pensado enquanto “inteli-
gência suprema e causa primária de todas as coisas”. E, neste caso,
tanto das coisas que nos agradam como também daquelas que nos
desagradam. E as coisas que nos desagradam seriam criadas por
Deus não para nos punir ou como castigo, mas apenas para que
aprendamos a purificar o coração, amando incondicionalmente.
O mesmo ensinamento se encontra no Tao Te Ching, no qual Lao
Tsé afirma que ser benevolente com os amigos é fácil. O importante
é ser benevolente com todos.
Ou seja, na Animagogia, ao se compreender que Deus é a “causa
primária de todas as coisas”, procura-se parar de julgar ou de culpar
outro ser humanizado (seja este encarnado ou desencarnado) pelo
que nos acontece. Da mesma forma, o orgulho e a vaidade também
devem ser deixados de lado quando se compreende que tudo
aquilo que conquistamos na vida (casa, emprego etc.) também foi
o fruto da “causa primária”. Da mesma forma, ter essa compreen-
são seria importante para deixarmos de lamentar ou de nos fazer
de vítimas quando algo que não está de acordo com a nossa von-
tade acontece.
A Animagogia enfatiza que ao invés de acusar o governo, a religião
rival, os pais, o bandido etc. de não terem feito a coisa “certa”, já
que Deus seria a “causa primária de todas as coisas”, enfatiza o valor
do perdão, de não se ofender e compreender que a pessoa que nos
fez algum “mal”, não deixou de ser um instrumento nas mãos de
Deus, mesmo que inconscientemente. Este ensinamento da Anima-
gogia vem ao encontro do que também ensinava Mahatma Gandhi.
Este, por exemplo, costumava dizer que Deus estava em todas as
coisas, tanto na arma de um bandido, como no bisturi de um médico,
mas quem mataria ou salvaria uma vida seria Deus e não o bandido
ou o médico. Esses seriam instrumentos da qual Deus se utilizaria
para fazer com que cada um apenas receba o que necessita e merece,
respeitando o livre-arbítrio exercido na escolha do gênero de provas
pelo ser incorpóreo.
Nesse sentido, ninguém morreria antes da hora, o que também
é ensinado pela Doutrina Espírita na questão 853 de O livro dos
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Verdade é: “sim, sem dúvida, e que não existem senão pela dis-
posição de órgãos destinados a percebê-los”.
Então podemos compreender que o Espírito Verdade transmitiu
para Kardec ensinamentos budistas, com outras palavras, obvia-
mente, e que também estão na estrutura metafísica da Anima-
gogia, lembrando que Buda, há mais de dois mil e quinhentos anos,
ensinava aos seus discípulos que o ego é composto por cinco
atributos responsáveis pela criação do mundo material ilusório. O
ego seria uma espécie de consciência provisória responsável em
fazer com que o Espírito encarnado tivesse percepções de algo que,
na essência, não existe: os sabores, os odores, as formas materiais,
as sensações, etc.
O problema disso tudo é que essa Matrix é a causa do nosso
sofrimento, pois nossa tendência é a de se apegar àquilo que
consideramos agradável, querendo que tal situação permaneça
eterna; ou ter aversão a tudo que acreditamos ser desagradável,
esquecendo que até as vicissitudes negativas da vida também não
são permanentes. E o Espírito Verdade ensina que “tudo está em
tudo” (questão 33), concluindo que o “Bem” e o “mal”, o “belo” e
o “feio” existem dentro de nós e não fora, onde tudo não passa de
ondas e vibrações energéticas. Para a Animagogia, apesar da maté-
ria existir e ter uma finalidade providencial, ou seja regras para o
seu funcionamento, ou seja, as lei naturais, ela existe na forma
como nosso ego foi programado para decodificar a manifestação
da energia cósmica universal. Por exemplo, pai Joaquim de Aruan-
da, um preto-velho que faz palestras em centros espiritualistas e
também na internet, costuma afirmar que existem as decodifi-
cações coletivas (caso contrário um enxergaria mesa onde o outro
enxergaria cadeira, apesar dessa ilusão ser facilmente estimulada
com a hipnose, como já tivemos condições de verificar em expe-
riências com essa técnica) e as decodificações individuais (fruto
do gênero de provas que cada um escolheu para passar), o que vai
fazer com que uns não tenham medo de sangue e outros des-
maiem ao ver o menor sinal desse líquido, por exemplo.
E o Espírito Verdade, na questão 22 de O Livro dos Espíritos,
afirma que existe matéria em estados que não percebemos. Ou
seja, existiria matéria que não produziria nenhuma impressão em
nossos sentidos. Enfim, essa seria a razão para não enxergamos a
A Apometria e a TVI segundo a Animagogia 61
ditei nas verdades criadas pelo ego e deixei o orgulho falar mais
alto, não percebendo que eu estava sendo apenas um instrumento
para escrever aquele livro. Krishna ensina o mesmo para Arjuna
na Baghavad Gita.
Talvez seja por isso que os verdadeiros mestres espirituais, de
todos os tempos, afirmaram que devemos sempre fazer o Bem
pelo “Bem”, ou seja, desinteressadamente. Porém, como ainda
costumamos fazer o Bem pelo “mal”, ou seja, motivados pelo
orgulho, pela vaidade etc., nos preocupamos com os frutos do
nosso trabalho e deixamos de nos aprimorar, sendo derrotados
pelo ego. Como salientamos acima, na Psicosofia de Krishna,
presente no clássico Baghavad Gita, encontramos a seguinte
afirmação: aquele que desconhece esse ensinamento, acredita que
ele é quem faz os atos materiais e, por isso, sente prazer ou sofre
por algo que não foi ele o real artífice.
Em suma, quando um ato que já estava escrito para acontecer
se realiza, e o vivenciamos interiormente com vaidade, com o
desejo de receber uma recompensa, seja na Terra ou no Céu etc.,
não o aproveitamos para o nosso aprimoramento espiritual. O
Espírito, ainda imaturo, foi derrotado pelo ego.
Enfim, sendo Deus a causa primária de todas as coisas, só vamos
nos aprimorar quando amamos o papel que Deus escolheu para
representarmos naquele momento. Enquanto estivermos iludidos
pelo ego, ao invés de amar a situação, ou seja, emanarmos amor
incondicionalmente, nós alteraremos prazer e desprazer com as
coisas que acontecem. Ou vamos nos orgulhar com aquilo que
acreditamos ter feito ou vamos nos lamentar e culpar alguém, ou
nos fazer de vítimas quando algo que não gostaríamos acontece.
É por isso que Krishna ensina que o “senhor da mente” é aquele
que pelo poder do Espírito alcançaria perfeito domínio sobre seus
atos externos, ficando internamente desapegado deles. Este com-
preenderia que a fonte dos atos é Deus e realiza os atos que precisa
realizar sem apego ou interesse. Porém, aqueles que trabalham
por lucro pessoal (motivados pelo ego) procedem “mal”, afirma
Krishna, e colherão o fruto dos seus “maus” atos.
Para Krishna, quem não tem essa consciência, não purifica seu
coração. Assim, iludido por maya, deixa de amar a Deus, a causa
primária de todas as coisas, para sentir prazer ou regozijo quando
70 Adilson Marques
acontece algo que lhe agrada, ou sente desprazer com algo que
seu ego considera desagradável. Assim, complementando este
ensinamento de Krishna, a Animagogia defende que podemos
optar em sermos “instrumentos amorosos” ou “instrumentos
nervosos” de acordo com a energia que escolhemos emanar. Mas
seremos sempre instrumentos para o ato que o outro merece e
necessita receber naquele momento.
Em outras palavras, se emanamos amor e o outro merece
receber amor em função do que plantou no passado, aumenta a
probabilidade de sermos os instrumentos escolhidos para que este
amor chegue até aquele outro Espírito humanizado. Mas, quando
emanamos egoísmo, o mesmo também vai acontecer. Porém, mais
cedo ou mais tarde, pela lei do carma, a energia que emanamos
para o Universo voltará para nós (amor ou egoísmo), não importa
a forma material ou visível com que esta energia vai se manifestar,
pois essa forma será sempre a colheita de algo anteriormente
plantado.
Assim, foi por essa razão que o Espírito que se identifica como
Dr. Felipe disse que escrever aquela primeira edição do livro não
teve nenhum valor para mim. Teria faltado amor no ato de escrevê-
lo e sobrado orgulho. Ou seja, existe uma relação oximorônica
entre a liberdade e a necessidade, ou seja, entre o livre-arbítrio e
a fatalidade. E a sabedoria esta em se entregar e confiar em Deus,
com pureza de intenção, sem se apegar aos frutos do trabalho,
aceitando que nada acontece sem a permissão divina, seja para o
Bem, seja para o “mal”.
Muitos questionam se os nossos sentimentos também não
estariam escritos, como acontece com os seguidores de Shiva, uma
vez que Deus seria o criador de todas as coisas. Nesse caso, a
questão anterior seria discutir se o sentimento é também uma
coisa. A Animagogia, nesta questão, se aproxima dos ensina-
mentos de Krishna e não necessariamente do shivaismo.
Mas, enfim, se a encarnação serve para nosso aperfeiçoamento
espiritual ou iluminação, como ela é executada?
Segundo a Doutrina Espírita, é através da “expiação”. E o que o
Espírito Verdade entende por expiação? Na questão 132 de O Livro
dos Espíritos encontramos que é “passar pelas vicissitudes da
existência corporal”. Muitos espiritistas interpretam a palavra
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seja, ninguém nasce para bater, matar ou oprimir o outro, mas para
aprender a amar. Porém, pode vir a ser o escolhido para realizar os
atos acima se ainda não domina o ego e se o outro, sua vítima, por
alguma razão, merecer passar por eles.
Em resumo, podemos dizer que somente após o Espírito huma-
nizado se libertar dos liames que o prendem ao ego da encarnação
anterior é que poderá planejar sua futura encarnação. Só o ator
escolhe e não a personagem que ele vivencia.
Assim, com seus mentores e instrutores planeja os grandes
acontecimentos de sua existência. E Deus, como causa primária,
será o responsável por criar os fatos materiais que irão gerar a prova
do Espírito humanizado. Tais fatos materiais serão vivenciados pelo
Espírito humanizado para colocar em prática o que aprendeu no
mundo espiritual. Em outras palavras, um Espírito humanizado que
deseja ser mais paciente ou tolerante será colocado diante de
situações que estimulem sua impaciência para que ele, diante
daquela situação, exercite a paciência e a tolerância.
Nos atendimentos complementares de saúde, sobretudo, com
os seres humanizados desencarnados que se fazem de vítimas,
sempre se busca mostrar a eles que o outro foi um instrumento
para sua provação e que o outro só faz aquilo que necessitamos e
merecemos. E, da mesma forma, também somos instrumentos,
mesmo que de forma inconsciente, para o carma positivo ou nega-
tivo do outro. Através da técnica apométrica, dentro do contexto
da Animagogia, a proposta é de ajudá-lo a se lembrar de suas vidas
passadas e vivenciar a lei de causa e efeito na prática.
Assim, se Deus é a causa primária de todas as coisas e o livre-
arbítrio foi exercido antes da encarnação, para que tudo possa
acontecer de acordo com a “vontade divina”, os Espíritos huma-
nizados desencarnados seriam também contrarregras desse pro-
cesso, atuando de diferentes formas para que o “teatrinho” acon-
teça sem improvisos. E, segundo a Animagogia, ninguém, esteja
encarnado ou desencarnado, conseguiria interferir na encarnação
de outro Espírito humanizado, sem que este mereça. Ou seja, se
“estiver escrito” que alguém precise passar por uma determinada
vicissitude negativa, alguém precisará ser o instrumento para
aquela ação, e alguém será escolhido para realizá-la. Em outras
palavras, seríamos sempre instrumentos, conscientes ou não, para
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2 – A Fé plena
Para a prática da Animagogia é impossível vivenciar tais desa-
pegos se não os pensarmos de forma recursiva e complementar
aos ensinamentos espirituais (Psicosofia) de Krishna, e que for-
mam o segundo pilar de nosso programa educativo. Podemos
resumi-los na Fé plena em Deus e em seus desígnios. Não se trata
aqui de fé cega e nem racionalizada. A primeira acredita que Deus
fará o que você deseja e não o que precisa; e a segunda é uma fé
que precisa da comprovação racional ou científica. A Fé plena é a
aceitação ativa de que nada acontece em nossa vida humanizada
que não esteja de acordo com o gênero de provas que escolhemos
A Apometria e a TVI segundo a Animagogia 89
3 – A felicidade incondicional
Os dois pilares descritos anteriormente só sustentam esse
edifício animagógico se relacionados com o seu terceiro pilar: os
ensinamentos de Buda. De forma resumida, sua Psicosofia nos leva
a vivenciar a vida humanizada em um estado de plenitude, ou seja,
de felicidade incondicional. Em outras palavras, o Espírito huma-
nizado que se liberta dos desejos, das percepções e das sensações
criadas pelo ego, não se vincula mais às emoções presentes nas
formações mentais do “eu acho”, “eu penso”, “eu faço” etc. Assim,
não se prende mais a nada que gera sofrimento, portanto, é capaz
de vivenciar sua vida humanizada em estado de graça (nirvana),
ou seja, é feliz incondicionalmente, lembrando que felicidade para
o Buda não é euforia, mas paz de espírito.
90 Adilson Marques
4 – o amor universal
Por último, o quarto pilar da animagogia é composto pelos
ensinamentos espirituais do Cristo. Podemos, de forma resumida,
afirmar que eles se constituem na vivência plena do amor incon-
dicional. Assim, o Homo spiritualis é feliz e ama o inimigo, ama
aquele que o critica, ama aquele que o despreza, ama aque que
quer defender verdades, ama a vítima e o algoz, ama a si mesmo
da forma como existe neste mundo fenomênico.
Quando vivemos irradiando amor, deixamos também de julgar
ou criticar, pois conseguimos compreender que ninguém é capaz
de agir diferentemente de sua natureza. Na perspectiva da Anima-
gogia o amor e a felicidade já estão dentro de cada um, são atri-
butos do Espírito, mas podem estar adormecidos. E ninguém con-
segue despertá-los de uma hora para outra. A experiência ao longo
das encarnações ajuda a se libertar do apego cultural, um dos frutos
do orgulho e do egoísmo.
Estes são, portanto, os quatro pilares da Animagogia: o desa-
pego aos bens materiais, sentimentais e culturais; a Fé plena; a
Felicidade incondicional e o Amor universal. São, portanto, pilares
não-racionais, uma vez que a razão é um dos atributos do ego,
junto com as formas materiais, as percepções, as sensações e a
memória. Além desses quatro pilares, outras Psicosofias rea-
limentam e complementam a Animagogia. Podemos citar, entre
outras, os ensinamentos espirituais do Espírito Verdade, presentes
em O livro dos Espíritos, que estudamos no capítulo anterior, e que
nos esclarece sobre a vida ativa após a morte e também sobre a
A Apometria e a TVI segundo a Animagogia 91
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
Estudos de Caso
CAPÍTULO 7
NAUFRÁGIO NO EGITO
No dia 31 de janeiro de 2006, em uma reunião de Apometria,
uma das médiuns desdobradas se depara com um naufrágio. Ela
descreve muitas pessoas desesperadas tentando se salvar. A mé-
dium percebe que são desencarnados iludidos, ou seja, que acre-
ditam que ainda estão se afogando. O grupo, então, mentaliza
vários botes que são plasmados no local onde aqueles se en-
contram. A médium continua descrevendo a cena, afirmando que
os vê subindo nos botes. Quando isso acontece, todos ficam mais
calmos, ela afirma. Mais energia é enviada pelo grupo e os botes
com os desencarnados são envolvidos em uma forte luz branca e
levados para uma espécie de hospital, segundo ela. Após o término
do trabalho, um dos mentores incorpora em uma das médiuns e
esclarece o grupo informando que a tragédia ainda não havia
acontecido, mas que a imprensa, em breve, noticiaria o fato.
Não se passou nem uma semana e um acidente no Egito foi
divulgado pela imprensa. Mais de mil pessoas morreram naquele
naufrágio. E, na primeira reunião apométrica após a tragédia, um
preto-velho confirmou que a energia que o grupo enviou naquele
A Apometria e a TVI segundo a Animagogia 145
CAPÍTULO 8
SOFRIMENTO OU FELICIDADE:
QUAL O CAMINHO PARA O
DESPERTAR DO HOMO SPIRITUALIS
casado com a mulher com quem hoje ele convivia. Com esta,
tiveram dois filhos. Porém, a consulente o seduziu, naquela outra
existência, e o fez se afastar da esposa. Além disso, ela não aceitou
cuidar dos filhos do casal, alegando que jamais cuidaria dos filhos
de outra mulher. Assim, ela teria abandonado as duas crianças que,
atualmente, são seus filhos biológicos.
Continuei a história que veio em minha mente, e confirmada
pelo Caboclo. Este tentou explicar a ela que na encarnação atual
a justiça havia se restabelecido. Ou seja, quando o marido a aban-
donou, nada mais estava acontecendo do que a Lei de causa e
efeito em ação. Para que ela parasse de sofrer bastava, segundo
o Caboclo, perdoar o ex-marido e também a mulher com quem
ele se uniu no presente. Disse também que o fato que ela
vivenciou nada mais era do que uma oportunidade de aprender
cuidar, com amor, dos Espíritos humanizados que havia
abandonado no passado, por causa de seu individualismo. Mas
ela não aceitou a informação. Continuou alegando que era um
“espírito de Luz” e que nunca faria uma coisa dessas, nem em
vidas passadas.
Infelizmente, este caso demonstrou mais uma vez que a Apo-
metria não é capaz de passar por cima do livre-arbítrio de ninguém.
A Animagogia (educação espiritual) presente nesse atendimento
reforça a tese de que após escolher o gênero de provas, cria-se,
na vida de cada Espírito humanizado, uma série de provações. E,
após a encarnação, o livre-arbítrio está no mundo interior. Não
poderia ter sido diferente a vida dessa consulente. Ela teria que
casar com a pessoa certa, precisaria ter dois filhos e, no momento
preciso, ser abandonada pelo marido que passaria a viver com
outra pessoa, a mulher que ele abandonou no passado.
Em relação à consulente, ela tinha que cuidar daqueles que
também abandonou no passado. Como ela dizia que não cuidaria
de crianças que não fossem geradas por ela, dessa vez estava tendo
a oportunidade de criar os filhos que gerou, mas sozinha.
O caso é mais um que evidencia que a reencarnação é um fato
e que a Lei de causa e efeito regula nossa vida humanizada durante
a encarnação. Para essa mulher parar de sofrer bastaria ela aceitar
o que aconteceu e ainda agradecer a Deus a oportunidade de
aprender a amar aqueles que ela abandonou no passado e também
A Apometria e a TVI segundo a Animagogia 155
seu sofrimento ou por ter “morrido antes da hora”. É por isso que
a doutrina espírita diz que “fora da caridade não há salvação”. E
caridoso é aquele que sempre é benevolente, indulgente e perdoa
aqueles que ferem seu ego, não importa o que aconteça. Em outras
palavras, o ser caridoso não sofre e passa pelas vicissitudes, positi-
vas ou negativas, com a Paz de Deus no coração. Foi o que aconte-
ceu com aquele Espirito humanizado que perdoou e ainda reen-
carnou como mãe do outro, aceitando cuidar do seu antigo “algoz”.
158 Adilson Marques
CAPÍTULO 9
A prece por ele seria uma forma de energia balsâmica que ajuda
o desencarnado que passou pela experiência do suicídio a sentir
uma paz momentânea e um alívio de seu sofrimento. Em pouco
tempo, porém, se o próprio desencarnado não mudar seu padrão
consciencial, o mesmo som e imagens recomeçam, assim como a
dor insuportável do corpo se despedaçando, narram os próprios
desencarnados nas experiências mediúnicas.
Um dos clássicos da literatura espírita sobre suicídio é o livro
Memória de um suicida, escrito por um Espírito que diz ter vivido
a personalidade Camilo Castelo Branco, o famoso escritor por-
tuguês. Para a maioria dos espiritistas que escrevem sobre o
assunto, qualquer suicídio seria uma forma de transgressão à Lei
de Deus, o que contradiz a resposta do Espírito Verdade, na questão
número 853 de O livro dos Espíritos. Nesta questão encontramos
que Deus sabe antecipadamente a hora e o gênero de morte de
cada um, ou seja, Deus, em nenhum momento, pode ser “pego de
surpresa” com o suicídio de um de seus filhos. O Espírito huma-
nizado, antes de encarnar, pode não saber que irá cometer esse
ato, mas Deus já sabia com antecedência, como o pai que sabe se
o filho tem condições ou não de realizar uma determinada tarefa
material, afirma também pai Joaquim de Aruanda.
E se atentarmos à resposta do Espírito Verdade na questão 944,
sobre o suicídio, que afirma não ter o homem o direito de dispor
de sua própria vida, pois apenas Deus tem esse direito, e que o
suicídio voluntário é uma transgressão dessa lei, podemos inter-
pretar de uma forma diferente daquela adotada por alguns
espiritistas que acreditam que o suicida morreu antes da hora,
contradizendo também o ensinamento da questão 853 que
afirma o seguinte: não importa o perigo, ninguém morre antes
da hora.
E os trabalhos de Apometria com alguns desencarnados pare-
cem evidenciar esse ensinamento, ou seja, que apenas Deus tem
esse direito, significando que o suicídio só se concretiza quando
Deus assim também o permitir. Em outras palavras, mesmo que o
Espírito humanizado tente por diversas vezes o suicídio, seu plano
só se concretizará quando Deus o permitir. E, como já abordamos
em outro capítulo, a Terra é um mundo de provas e expiações, e
uma delas é vencer a tentação do suicídio.
160 Adilson Marques
CAPÍTULO 10
não havia percebido ainda sua nova condição, mas já dava sinais
de que estava chegando à conclusão de que havia “morrido”. O
animagogo, para evitar falar que ele estava “morto”, iniciou um
diálogo falando que a morte não existia e concluiu dizendo que
ele havia desencarnado.
Ingenuamente, ele perguntou: “O que é isto?”. Essa pergunta
desconcertou por um instante o grupo. Mas, depois do “choque”,
o animagogo procurou humildemente esclarecê-lo de que não se
encontrava mais preso a um corpo físico. Ao tomar consciência,
talvez pela primeira vez, que estava “morto”, quis saber como seria
viver como desencarnado. Ao ser lembrado que essa não era a
primeira vez que passava pela experiência do desencarne, o
animagogo pediu a ele para ficar tranquilo e fazer uma prece
pedindo auxílio a Deus. Dessa forma, ele seria conduzido para um
local adequado, no mundo astral, para continuar se readaptando,
com muito amor e paz, à verdadeira vida.
Ele disse que não sabia rezar e pediu ao grupo para fazer uma
oração por ele. Atendendo ao seu pedido, a prece foi realizada e
ele falou que via duas entidades e que não estava sentindo medo.
Dentro de alguns segundos o médium voltou do transe em que se
encontrava.
Partindo do pressuposto que não se trata de um caso de alucinação
coletiva, podemos dizer que esse caso demonstra um sensível e
positivo trabalho de esclarecimento em que o Espírito soube que
estava “morto” sem que isso gerasse problemas mais graves para ele.
O mesmo pôde ser socorrido tranquilamente pela espiritualidade.
Discutiremos agora outro caso de descoberta da “morte”. Aqui,
curiosamente, além de tal descoberta, houve ainda outra também
singular: a de como funciona a comunicação mediúnica entre os
seres humanizados desencarnados e os encarnados. Quando o
processo psicofônico teve início, ficou evidente que o desen-
carnado comunicante não havia se conscientizado do fato que mais
assusta a humanidade: a morte. Ele, porém, não demonstrava raiva
nem manifestava qualquer tipo de sofrimento. Apenas parecia
desorientado. Como no caso anterior, o desencarnado cumpri-
mentou todo o grupo e queria saber onde estava.
Sua indagação foi respondida e o grupo se colocou à disposição
para tirar outras possíveis dúvidas. Ele nos agradeceu por mostrar
172 Adilson Marques
CAPÍTULO 11
DIALOGANDO COM OS
“FALSOS PROFETAS”
CAPÍTULO 12
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
ANEXOS
ANEXO 1
VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA MORRRER?
para vocês e para nós. Se querem óleo, vão comprar!” 25-10 — Então
as moças sem juízo saíram para comprar óleo, e, enquanto estavam
fora, o noivo chegou. As cinco moças que estavam com as lam-
parinas prontas entraram com ele para a festa do casamento, e a
porta foi trancada. 25-11 — Mais tarde as outras chegaram e
começaram a gritar: “Senhor, senhor, nos deixe entrar!” 25-12 —
O noivo respondeu: “Eu não sei quem são vocês!”. 25-13 — E Jesus
terminou, dizendo: — Portanto, fiquem vigiando porque vocês não
sabem qual será o dia nem a hora.
Grande parábola! Vamos entender primeiro os elementos dela
para depois falarmos sobre o assunto de hoje. Na Bíblia, Cristo é
codificado como o noivo da humanidade dos Espíritos que habitam
o planeta Terra. Assim, cada ser humano é uma noiva do Cristo, é
uma noiva que está se preparando para o casamento com o Cristo.
Esse é o primeiro aspecto dessa historinha. E as noivas ficam na
escuridão esperando o noivo, não os noivos! Ele é o Cristo, o amor, e
para essa vigília é preciso ter Luz. Algumas têm a Luz e outras não. Estas
não conseguem se unir ao noivo, não conseguem entrar no recinto
do casamento, ou seja, no reino espiritual. Ou seja, os Espíritos que
estão vivendo no orbe terrestre um dia casarão com o Cristo; alcan-
çarão a elevação espiritual. Mas, enquanto esperam por esse momen-
to, os Espíritos precisam se manter preparados para o encontro,
porque não sabem qual será o dia e a hora que irão casar com o Cristo,
ou seja, o dia e à hora em que voltarão para o mundo espiritual. Em
outras palavras: o dia e a hora em que vocês vão morrer!
Esse é o tema da palestra de hoje e a pergunta que eu quero
fazer para vocês é a seguinte: você está preparado para morrer?
Será que você está pronto para abandonar a encarnação, para
abandonar a roda da encarnação e ir viver no mundo espiritual?
Essa é a minha pergunta e o tema da conversa de hoje, que será
realizada a partir da parábola das dez moças esperando o
casamento. Será que você esta pronto para morrer? Será que dá
para sair da carne nesse exato momento e ter Luz suficiente para
ingressar no recinto do casamento?
Pergunta de um participante – Sócrates dizia que a Filosofia
era uma preparação para a morte. Seria algo semelhante ao
conhecimento espiritual? A Filosofia como um instrumento de
transformação da consciência?
200 Adilson Marques
fiel de Krishna, teve que passar pelo Umbral, pelo menos por um
minuto. Agora eu vou começar a conversa de hoje.
Como é que eu me liberto da Terra? Quando é que eu vou estar
apto a me libertar da Terra? Quando eu passar a viver o presente!
Ou seja, passe a viver o que você tem hoje e não o futuro. O futuro
não existe e quem projeta ou cria futuros está preso à Terra, está
gerando tempo para estar na Terra ou, pelo menos, uma previsão
de tempo para estar. Se você está pensando no que vai fazer
amanhã, você não está pronto para morrer. Porque você não sabe
se vai estar vivo amanhã. E se você desencarnar essa noite? Se isso
acontecer, você vai querer viver o amanhã que você projetou e
não vai conseguir se desligar do mundo material, do mundo que
você projetou para ter amanhã. A vida foi feita não para viver
amanhãs, e é por isso que a vida é completamente instável. Hoje
você sai à rua e não sabe se volta para casa.
E mesmo tendo a consciência dessa instabilidade, você projeta
futuros como se fosse normal sair de casa e voltar. Mas você não
sabe se voltará. É essa consciência que é a preparação para a morte.
Eu estou saindo de casa; vou voltar? Não sei. Não sei se vou voltar,
não sei o que vai acontecer na rua, não sei o que poderá se suceder.
Quando eu voltar, eu verei se voltei. Se preparar para a morte é
isso: viver o que você esta vivendo neste momento sem se
preocupar com mais nada, sem projetar mais nada. Mas você vive
sempre preparando o dia de amanhã, mesmo dizendo: o dia de
amanhã pertence a Deus. Quem vive projetando-se para o futuro
não está preparado para morrer. Enquanto você disser: hoje de
noite, amanhã de manhã, na semana que vem, no mês que vem,
no ano que vem eu vou fazer isso e aquilo..., saiba que você deixou
de se preparar para a morte e, quando ela vier, você vai estar
comprando óleo para a sua lamparina e não vai casar com o Cristo,
não vai entrar no recinto do casamento.
Pergunta de um participante – Para se desligar da matéria,
devemos fazer uma evolução na consciência... É possível morrer e
só depois fazer essa evolução na consciência, nos desprendendo
da matéria?
Resposta – Não é pode, vai. Se você não se desprender na carne,
você vai se desprender depois dela, porque ninguém pode assumir
uma nova encarnação enquanto estiver preso a uma anterior. Ou
204 Adilson Marques
seja, enquanto você achar que é o João, você vai estar preso a essa
encarnação e para você vir como Maria, Josefina ou qualquer outro
nome, você terá que se libertar do João. Porém, se você se liberta
durante a ligação com uma matéria carnal, isso conta pontos para
a sua elevação espiritual. Depois que você sai da carne, tal
libertação não conta mais pontos para a evolução. O Espírito
Verdade diz: “a evolução só se dá no mundo material, fora dele
existem os intervalos entre encarnações para o espírito se preparar
para uma nova encarnação”. Por isso, o libertar-se do João após a
morte será parte do preparatório para uma nova encarnação e não
uma elevação espiritual.
Então vamos continuar. Outra coisa que te prende a matéria
carnal são os desejos carnais. E não estou falando em sexo não.
Estou falando em desejar estar vivo, em desejar ganhar um
presente, em desejar ganhar na loteria, em desejar saúde para
você, em desejar que a sua mulher ou o seu marido trate você bem.
Qualquer desejo baseado em elementos materiais te prende ao
mundo material. Você fica na dependência daquilo acontecer para
ser feliz. Quem se prepara para a morte não cria raízes na Terra,
não se fixa na Terra, por isso ele não deseja nada da Terra. Ele não
deseja nem um prato de comida, nem uma casa para morar, nem
um carinho de quem quer que seja. Ele é autossuficiente, tendo
Deus no seu coração. Esse é outro aspecto do preparatório para a
morte. Quem está com a sua lamparina acessa, com o seu
querosene em ordem no momento em que o noivo chega, não tem
desejo algum. Se tivesse, a única coisa que ele desejaria é que o
noivo chegasse antes. E sabe por quê? Porque a noiva que quer
que o noivo chegue logo, valoriza o casamento, valoriza
positivamente o casamento, ou seja, a morte.
A morte, para quem está preparado para ela, é um momento
de felicidade, é um momento de ternura, é um momento de
realização. Mas o ego induz o Espírito a acreditar que deve
permanecer vivo e que viver é bom e morrer é ruim. É por isso que
você cria desejo em cima de desejo e, pior que isso, nenhum desejo
realizado te satisfaz. Repare bem nisso! Você deseja uma coisa e,
no momento que consegue o que deseja, pode ter alguns
momentos de satisfação, mas logo vem o ego e cria um novo
desejo. Para quê? Para te manter preso, para te manter enraizado
A Apometria e a TVI segundo a Animagogia 205
falou que você não deve comer, disse que você não deve se
preocupar e essa preocupação é uma paixão. Você é apaixonado
pela ideia de que tem que dar o alimento para os seus. Se você
acredita nisso, não está pronto para morrer. Sabe o que vai
acontecer, se você morrer agora? Vai dizer assim: “e agora, meu
Deus, minha mulher e meus filhos, como vão ficar?” Ou seja, você
vai voltar para trás e vai perder o noivo.
Comentário de um participante – Eu acho que as variações do
mundo são boas porque provém de Deus. Não importa se somos
tristes ou alegres, mas saber que tudo é passageiro e curtir cada
momento sempre esperar o próximo ou comparar ao anterior.
Resposta – Então o bom não é a variação do mundo. O bom é o
estado de espírito com o qual você vive a variação do mundo. É isso
que eu chamo de Bem: tudo aquilo que provêm de Deus. E o Bem
não é bom e nem mal, é apenas Bem. É essa a diferença! Agora, se
você achar a tristeza boa você será masoquista. A tristeza não é boa
é Bem porque o bom é aquilo que você gosta e o Bem é aquilo que
não importa se você gosta ou se você não gosta, mas como vem de
Deus é fruto do amor do Pai por mim. Por isso, além do planejamento
do futuro, dos desejos, das paixões... Você precisa se desligar das
posses. São elas que criam as paixões e os desejos. Deixe o mundo
enterrar os mortos e venha comigo. Você já cumpre a Lei, então
abandone todas as suas posses e me siga! Não foram essas as pala-
vras do Cristo? Só que, quando se fala em possuir, vocês pensam
logo em objetos, em posse material, em posse das coisas. Você
precisa se libertar delas, é claro. Você precisa se libertar do seu carro,
da sua casa, do seu emprego se quiser morrer em paz. Caso contrário,
vai morrer preocupado com o que seu filho vai fazer com a herança
que você deixar; vai morrer preocupado com o que seu filho ou a
sua mulher vai fazer com a casa que você deixar... Mas você precisa
libertar-se de outras posses também. Além da posse material, você
precisa se libertar da posse sentimental: o meu filho, a minha
mulher, o meu amigo, o meu inimigo... O “meu” é uma posse, o
“meu” quando dirigido a outro ser humano é uma posse
sentimental. Se você não se libertar desse “meu filho”, não está
pronto para morrer, para se encontrar com o Cristo.
Se você estiver preocupado com o filho, vai ficar aqui querendo
tomar conta do filho; se você não se liberta da sua esposa, você
208 Adilson Marques
vai morrer e vai querer ficar aqui tomando conta dela e se você
não se libertar do seu inimigo, vai morrer e virar obsessor, pois
estará preso a matéria carnal para se vingar. Para se estar preparado
para a morte, é necessário que você se liberte dos sentimentos
que te levam a possuir o próximo. E a terceira posse que você
precisa se libertar é a moral: o “eu sei”. “Eu sei” o que vai acontecer
depois da morte; “eu sei” como é o mundo espiritual... Quem diz
isso não está preparado para morrer porque o seu ego não te deixa
saber o que acontece deste lado da vida. O seu ego não tem ele-
mentos para isso. Por isso, preparar-se para a morte não é buscar
cultura; é libertar-se das culturas. Aprender a morrer não é adquirir
novas verdades que sejam mais ou menos espiritualizadas, mas é
alcançar o “eu não sei nada”. Porque só quando você não souber
de nada, poderá aprender algo.
O Cristo disse: “louvado seja Deus que mostra ao simples,
aquele que não sabe nada o que esconde dos sábios”. Não que
Deus queira esconder alguma coisa de alguém, mas porque Ele não
pode chegar a um sábio e ensinar porque o sábio “sabe”. Depois
de me ouvir falar que você não deve programar futuro, que não
deve prender-se a desejos, que não deve apaixonar-se por nada
nesse mundo, que não deve possuir as coisas desse mundo, seja
materiais, pessoas ou culturas, será que você está preparado para
morrer? Mas até agora eu falei de elementos do mundo. Você tem
que doar o que você quer, você tem que doar o que você é
apaixonado, você tem que doar o que você possui. Mas agora eu
vou falar que você tem que doar você. Ou seja, libertar-se de você.
A última coisa que você precisa fazer para se preparar para morrer
é deixar de ser quem você é.
Você tem que deixar de ser o José, a Maria, o Pedro... Enquanto
você for José, Maria, Pedro... Estará preso na Terra porque o José,
a Maria e o Pedro são da Terra e não Espíritos. Quem não se liberta
do ego não se prepara para voltar a ser só um Espírito. E sabe o que
acontece quando você se liberta do ego? Acaba o egoísmo, o
querer para si... Todos os que se identificam com uma persona-
lidade são egoístas. É dele que surge a paixão, o desejo, o esperar
o amanhã... Então, você tem que vir descendo, libertando-se do
planejamento, do futuro, do desejo, das paixões, das posses, mas
tudo isso você só conseguirá quando se libertar do José, da Maria,
A Apometria e a TVI segundo a Animagogia 209
do Pedro... É por isso que eu deixei esta parte para o final, porque
esse final é o início. E sabe por quê?
Porque o José, a Maria e o Pedro vão morrer. O José que você é
hoje, essa personalidade transitória, vai morrer e quem se apega
ao José prolonga a existência do José e um dia vai ficar sem saber
o que fazer. Por que o José morreu! O José acabou e agora meu
Deus? O José morreu, como é que eu faço? Como é que eu vivo se
o José está morto? Cadê a minha masculinidade, a minha femi-
nilidade, cadê ao meu corpo bonito ou feio? Esse é o ponto
fundamental da vida. Quem não se prepara para morrer não viveu,
quem não se prepara para morrer perdeu a encarnação. Portanto,
seja vigilante com o seu ego. Não o deixe planejar futuros, criar
desejos, paixões, posses e uma personalidade. Você não sabe a
hora do casamento. Não deixe para se preocupar com isso no
momento da morte porque ela dá tempo para você se preocupar
com ela. Para morrer, basta estar vivo. Morrer sem ser para se casar
com o Cristo não vale de nada. Simplesmente será mais uma
encarnação e você terá que viver outras até chegar o dia em que
essa noiva prometida terá que se casar com o Cristo. Então, para
que ficar adiando o casamento? Quem adia o casamento com o
Cristo esta simplesmente jogando o tempo fora, perdendo oportu-
nidades de criar uma grande família, de viver uma relação que
satisfaz por si só.
Se você quer um conselho: passe a acordar de manhã e se veja
se está preparado para morrer. E se você trabalha na apometria,
na umbanda, no centro espírita, na igreja católica, na igreja evan-
gélica ou no raio que o parta, e não ajudar o próximo a se preparar
para morrer, você não fez nada. Essa é a única ajuda que você pode
dar a alguém que está vivo, no sentido de estar ligado ao ego, preso
à matéria. Você precisa o ensinar a morrer, estando ele vivo
(encarnado) ou morto (desencarnado). É isso que este preto-velho
faz e é isso que o pastor, o padre e você devem fazer: ensinar a
morrer, ensinar a estar preparadíssimo para o casamento com o
Cristo.
Que a graça de Deus esteja com todos.
210 Adilson Marques
ele deu uma gostosa risada e disse que ela sairia curada da “sín-
drome da perna inquieta”. Na hora do atendimento apométrico,
uma médium vidente viu que, agarrado na perna da consulente
havia um suposto Espírito sem as pernas.
Com um comando, ele se manifestou em uma médium de
incorporação e, revoltado, contou uma história insólita. Disse que,
em outra encarnação, aquela senhora passou propositadamente
com uma carroça em cima de suas pernas, amputando-as. Em
seguida, ele teria morrido por hemorragia e ficado vagando até
saber que ela tinha também morrido e reencarnado. Assim, ele a
procurou e quando a encontrou, ficou agarrado nas pernas dela,
iniciando o problema. Para apaziguar o ódio desse irmão espi-
ritual, foi feito com ele uma regressão de memória. O mesmo
lembrou-se que, numa vida anterior, a pessoa que atualmente era
vítima da “síndrome da perna inquieta” era sua escrava e, por ela
não aceitar submeter-se aos seus caprichos, ele a matou.
Como consequência da Lei de causa e efeito, na encarnação
seguinte, ele passou pela vicissitude negativa de ter suas pernas
amputadas pela carroça. Atualmente, a senhora teve oportu-
nidade de encarnar e ele continuou no plano espiritual, porém,
como ela agiu com intenções egoístas ao passar por cima de suas
pernas com a carroça, adquiriu o “merecimento” de ter esse
suposto Espírito agarrado em suas pernas durante esses anos
todos, causando-lhe a famosa “síndrome da perna inquieta”,
segundo a nomenclatura dos médicos da Terra. Após ser es-
clarecido, reconstruímos através de pulsos energéticos as pernas
desse suposto Espírito e ele aceitou ser levado pela espiri-
tualidade para uma colônia espiritual onde será preparado para
uma nova encarnação. Em seguida fizemos a limpeza das ener-
gias deletérias acumuladas na perna dessa senhora através do
envio de pulsos energéticos.
1 – O que é a Animagogia?
Resposta: É um programa de educação espiritual, de cunho univer-
salista e transreligioso, criado em 2003 na ONG Círculo de São
Francisco, na cidade de São Carlos. A Animagogia parte do pressu-
posto que somos Espíritos eternos vivenciando uma experiência
humanizada e que a matéria existe de forma relativa, não sendo
apenas uma projeção da mente, como afirma o pensamento
230 Adilson Marques