Sistema National de Educaçao
Sistema National de Educaçao
Sistema National de Educaçao
De acordo com Gil, os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa são
investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à análise das diversas posições
acerca de um problema. (GIL, 2007, apud GERHARDT, SILVEIRA, 2009).
2. Perspectivas educacionais em Moçambique após independência
Moçambique se deparou com uma estrutura patrimonial do sistema colonial, tanto materialcomo
humana, assim como, também, com uma educação que foi implementada nas zonaslibertadas.Na
área da educação, o país deparava com a insuficiência das instituições escolares e com a falta
dos professores e técnicos para atuarem nesta referida área. O autor citado afirma que durante
muitos anos, vários moçambicanos não frequentaram a escola por razões decorrentes do
sistema colonial, baseado na descriminação, por este motivo, depois da independência,
houve a expansão das escolas que se deu através das iniciativas das populações e através
das campanhas de alfabetização feitas no país Segundo Uaciquete (2010), no setor
educacional, por meio do Governo de transição, muitas ações foram levadas a cabo para
discutir o sistema educacional, tais como:
Estes momentos foram considerados como momentos de esforço por parte da FRELIMO(Frente
de Libertação de Moçambique), nos quais o povo foi mobilizado para a construção das escolas e
onde a FRELIMO retirou todas as matérias de ensino que não estavam ligadas às ideologias da
Frente e introduziu outras matérias de ensino, destacando-se a história e a geografia de
Moçambique.
Neste contexto, algumas ideias foram consideradas como prioridades de um momento recente
que necessita de uma árdua batalha para conquistá-las. Essas prioridades foram ilustradas da
seguinte maneira: criar uma sociedade nova e um ‘homem novo com a capacidade e
mentalidade livre, capaz de ser independente da ajuda estrangeira, organizar uma nova nação
com o sistema do Estado novo equiparada às nações modernas, desenvolver uma economia
com a base na agricultura e indústria. Chegar a estas metas levaria Moçambique a se tornar um
país moderno com uma sociedade moderna.
De acordo com o Relatório publicado pela AfriMAP (2012), após a independência em junho de
1975, na área da educação, o padrão que a FRELIMO adotou se baseava no padrão utilizado nas
zonas libertadas na época da guerra da libertação. O referido padrão de ensino se coloca nos
seguintes parâmetros:
O ensino primário corresponde a sete anos de escolaridade com subdivisão em duas partes,
EP1 (Primeiro nível de ensino primário) da 1ª a 5ª classe e EP2 (Segundo nível do ensino
primário) da 6ª a 7ª classe. O ensino secundário corresponde a cinco anos de escolaridade
com subdivisão em dois períodos, o primeiro período, ESG1, da 8ª a 10ª classe e o segundo,
ESG2, que vai da 11ª a 12ª classe. Por outro lado, o ensino técnico profissional correspondente
ao EP2, ESG1 e ESG2 do ensino geral, relacionado ao nível elementar básico e médio.
1970, de 90% se reduziu para 70 %, em 1980, 84% correspondia às mulheres e 55% aos homens.
As mudanças na área da educação não aconteceram só através da expansão ou mudança dos
conteúdos de ensino, mas também na maneira como sistema foi administrado, com a
participação de um número significativo da comunidade. Depois da independência, muitas
dificuldades abalaram o país, muito embora com tantos esforços feitos pelo governo e
funcionário públicos, com a obtenção da independência, o país foi abandonado por técnicos
portugueses o que originou crises por falta de pessoas qualificadas. O governo tinha o objetivo
de expandir em nível do país as experiências obtidas nas zonas libertadas, mas este objetivo
sofreu impacto porque houve a mudança da conjuntura, o movimento da libertação passou a
ser partido-Estado.
Educação geral;
Educação de adultos;
Educação técnico-profissional;
Formação de professores;
Educação superior.
Primário
Secundário;
Médio
Superior.
O subsistema da educação geral foi estruturado em Ensino Primário (EP) que tem duração de
sete classes, ou com a duração mínima de sete anos, cinco anos para 1º grau (EP1) e dois anos
para 2º grau (EP2), e Ensino Secundário Geral (ESG) com a duração de cinco anos e com
subdivisão de dois períodos, o primeiro período que vai da 8ª à 10ª classe (ESG1), o segundo
período que vai da 11ª à 12ª classe (ESG2). Muitas normas administrativas e
regulamentares foram adotadas com o estabelecimento do Sistema Nacional da Educação,
no qual a escola passou a ser obrigatória até 7ª classe.
O SNE proibia a discriminação e exigia a garantia de acesso à formação sem considerar a cor da
pele, sexo, religião ou raça, exigia também a existência da igualdade de oportunidade para
toda a população de Moçambique. O Sistema Nacional de Educação procurava estabelecer uma
nova fase da educação no país, possibilitando a diminuição do analfabetismo e dando ao povo o
acesso ao conhecimento científico, para possibilitar o seu desenvolvimento, mas como já foi dito,
o governo enfrentava várias dificuldades para estabelecer o seu programa na área da educação,
no que diz respeito à democratização do ensino e suas estruturas, como por exemplo, aconteceu
nos primeiros momentos da independência em que o governo tinha objetivos ambiciosos, mas
por outro lado existiam muitas dificuldades de caráter financeiro, as escolas em si e a
disponibilidade de professores de qualidade. Os recursos existentes, muitas vezes não eram
utilizados de uma boa forma e não existia uma gestão financeira de qualidade profissional.
(AfriMAP, 2012)As dificuldades socioeconômicas que Moçambique enfrentava após a
independência, os governos racistas e minoritários da África do Sul e da Rodésia somavam-se às
pressões para desestabilizar o país. O governo da FRELIMO era considerado marxista-leninista e
o apoio que a FRELIMO recebeu dos outros movimentos de libertação de outros países,
principalmente na África, não tiveram êxito nestes dois países vizinhos de Moçambique. A
Rodésia do Sul (atual Zimbábue) desempenhou papel importante na criação de movimento
de guerrilha para prejudicar o governo da FRELIMO, este movimento que veio a ter apoio do
governo do apartheid da África do Sul com a queda do regime separatista da Rodésia, esse
conflito deu origem à guerra civil, o movimento existente ou apoiado pelos esses dois países
vizinhos transformou-se em Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO), em oposição
ao regime da FRELIMO, recebia financiamento externo e era apoiado por diversas áreas da
sociedade moçambicana que não se contentavam com as políticas ideológicas da Frente.O
conflito armado entre estas duas forças políticas, FRELIMO e RENAMO, causou duras perdas
ao país na área da educação, houve grandes problemas, sobretudo com a destruição das
infraestruturas escolares. Nos anos de 1981 a 1987, 50% das escolas primárias, 13% da rede
escolar secundária, 22,5% dos centros de formação de professores e muitos centros de
alfabetização da população adulta fecharam, o deslocamento de milhares de pessoas para
as zonas urbanas, em busca de segurança, levou ao esvaziamento das escolas de várias
regiões de Moçambique. No ano de 1992, só restava 1,2 milhão de alunos do ensino primário,
número igual ao que existia em 1983. Este conflito teve consequências sofridas ao longo das
últimas décadas, muito embora o conflito.
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