Revista Humanidades 2019 Artigos Juntos - 2
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Revista Humanidades 2019 Artigos Juntos - 2
ISSN 2448-1734
HUMANIDADES SERTANEJAS
Revista do Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Etnociência. UESB-
CNPq
ISSN 2448-1734
HUMANIDADES SERTANEJAS
Revista do Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Etnociência. UESB-CNPq
Volume 1 - Número 4 - 2019
4
V. 1, N 4, Dez 2019
https://diadorim.ibict/handle/1/2256
Coordenadores Revista
EXPEDIENTE
Editor responsável
Conselho editorial
Revisão
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Nenhuma responsabilidade pode ser atribuída por quaisquer ações e/ou efeitos que resultam da utilização do material, embora
tenham sido envidados esforços para fornecer informações que sejam pesquisadas, o conselho editorial não assume quaisquer
responsabilidades pela precisão, uso / abuso das informações dos autores, e/ou de suas interpretações.
6
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UESB/PERGAMUM
Anual.
Inclui bibliografia.
ISSN 2448-1734
https://diadorim.ibict/handle/1/2256
SUMÁRIO
Apresentação 8
Apresentação
Dessa forma, o Grupo tem realizado encontros regulares que culminam com o estudo
de temas transversais valorizando os princípios básicos da construção do conhecimento nas
populações humanas, seus ambientes, necessidades e possibilidades que resultam em
correlações entre a diversidade biológica e cultural.
Propor metas e ações que disseminem informações e interaja com a sociedade por
meio de palestras, seminários, e amostras, por certo, desenvolverá o sentimento coletivo e o
espírito de cooperação nos indivíduos associados, e estenderá vantagens particulares à
sociedade, pelo ensino, pesquisa e extensão.
Os coordenadores.
10
INTRODUÇÃO
Sob esse ponto de vista, podemos citar como exemplo a obra de Renato Ortiz
“Mundialização da Cultura”, quando é possível se conformar com uma cultura popular
internacional, a ocidentalização do mundo, a globalização do planeta.
Na interseção entre a vida pública e privada, no resgate do cotidiano e na celebração
de eventos, no trato com a vida e com a morte, sem despojar-se de suas raízes dispersas, os
imigrantes se integraram aos novos ambientes, às novas situações e comportamentos, criando
o próprio universo de inserção na sociedade local. Mantiveram-se fiéis ao país de origem,
pelo uso da língua, pelas tradições e lutavam para preservar a identidade cultural.
A construção de um espaço arquitetônico e social, a implantação de instituições
religiosas e sociais foi intermediadora nas situações de conflitos, no banditismo e processos
políticos. Mas, a criação de mecanismos diversos incluindo a mão-de-obra local contribuiu
para a integração ao contexto da sociedade. Os hábitos e costumes regionais mesclados com
os europeus como, casamento, alimentação, língua, jogos, festas, religião, danças, são
fenômenos que naturalmente se intercalaram.
Canclini (2000), ao longo dos sete capítulos da obra Culturas Híbridas recobre um
universo cultural abrangente, e orienta suas proposições para as infindáveis relações
produzidas e impulsionadas pelas culturas híbridas. Vistas sob o ângulo que conjuga a
sociologia, antropologia, história da arte e comunicação, as questões como a cultura erudita, a
popular e de massa; políticas culturais e mercado; estado e poder; modernismo sem
modernização; desafios da educação; processos simbólicos e bens artísticos permitem ao autor
a inserção no debate sobre o que se deve fazer para entrar e sair de uma condição de
modernidade geram crises e impõem radicalizações.
Responder aos ditames e interpretações sobre a assimilação e aculturação usando as
referências sociais, a análise ganha importância fundamental quando comparadas a espaços
específicos. Se considerarmos os dados demográficos, políticos, econômicos e etnográficos
que abordam diferentes temas como, identidade, cidadania, etnicidade, e fronteiras, os
conceitos revelam contingentes crescentes de vieses quantitativos e qualitativos na
experiência imigratória.
18
devem ter seus próprios métodos e valores, admitindo outras maneiras de entender, conceber e
recriar o mundo.
Em suas reflexões metodológicas, ANDRÉ (1986) alerta para o cuidado do
pesquisador na utilização do termo etnografia, pois, esta envolve uma infinidade de outras
técnicas (anotações de campo, gravações de áudio e vídeo, questionários, entrevistas, diários
de campo, diários de alunos, estudo de documentos, documentos, e referencias bibliográficas
etc.).
CONCLUSÃO
Parafraseando ANDRÉ, (1995, P.45), A pesquisa etnográfica caracteriza-se por um
contato direto do pesquisador com a situação investigada, na qual processos e relações
cotidianas são reconstruídos a partir da descoberta de novos fenômenos e eventos, e esta
modalidade de pesquisa, não pode limitar-se à descrição de situações, ambientes, pessoas, ou
à reprodução de falas ou depoimentos de colaboradores. Os pesquisadores buscam por meio
do perfil do sujeito social investigado, um estudo recente que busca a reconstrução de ações e
interações, ressignificações sobre pontos de vista de categorias de pensamento e lógicas.
Procura conhecer a base cultural da relação com o ambiente, à cultura de referência de
determinados contextos locais, a ancestralidade e a hibridação causada por grupos,
comunidades, tradições e costumes, que se mobilizaram no sentido de atravessar o Atlântico,
no caso dos imigrantes italianos, para ocupar o espaço físico sertanejo, de espaços incultos e
influenciar mudanças com significativas transformações progressistas.
As transformações sociais, econômicas, religiosas, culturais entre outras tem motivado
as ciências humanas e sociais a assumirem metodologias qualitativas, e interpretativas
indicadas pela quantidade de fontes e produtos informacionais advindo das tecnologias. A
cada década a capacidade de adentrarmos o espaço remoto da tradição introduz perspectivas
de assimilarmos as representações sociais, símbolos, signos e formas de poder, como forma
de desvelar o homem.
Portanto, identificar como o indivíduo/grupos/sociedades, percebe a realidade, e
reconstroem identidades em condições adversas, ao pesquisador permite estabelecer
estratégias de análise na superação dos entraves, das diferenças étnicas, e delimitar os
processos de aculturação ou assimilação. É de suma importância para a compreensão, a
manifestação dos indivíduos quanto à concepção de “cultura”.
24
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27
Resumo
Introdução: O Papiloma Vírus Humano (HPV) é uma DST de destaque no mundo por
causarem a maioria dos casos de câncer de colo do útero. Metodologia: Uma revisão
qualitativa de literatura foi elaborada a partir de artigos, livros e manuais públicos. Os textos
foram selecionados através das palavras-chaves “enfermagem”, “HPV” e “prevenção” e
tinham que ter sido escritos entre os anos de 2008 e 2014. Referencial teórico: As formas de
prevenção e as ações governamentais constituem atividades imprescindíveis com o objetivo
de educar e proteger homens e mulheres do HPV. Assim, é de extrema importância a
conscientização da população na redução da transmissão do HPV e possíveis enfermidades
associadas ao vírus. Conclusão: A atuação do enfermeiro é importante na redução dos índices
do HPV e no acompanhamento dos pacientes infectados. Além disso, é necessária a formação
de uma equipe multidisciplinar para realizar ações diretas e indiretas para a prevenção do
HPV.
Abstract
Introduction: The Human Papilloma Virus (HPV) is a prominent STD in world that causes
most cases of cervical cancer. Methods: Articles, books and public manuals conducted a
qualitative literature review. To the texts selection, had been used the keywords “nursing”,
“HPV” and “prevention” and it must had been written between 2008 and 2014. Theoretical
framework: Prevention and government actions are essential to educate and protect men and
women from HPV. Thus, it is extremely important public awareness in HPV transmission
reduction rates and other possible diseases associated with the virus. Conclusion: Nursing
actions are important to reduce HPV-related rates and with infected patients monitoring. In
addition, a multidisciplinary team is required to perform direct and indirect prevention actions
for HPV.
1Discente do curso de enfermagem da Centro Universitário Jorge Amado em Salvador, Bahia, Brasil.
2Doutor pela Faculdade de Medicina da Bahia Universidade Federal da Bahia e Professor Adjunto.
28
INTRODUÇÃO
O maior risco para o portador do HPV são as coinfecções com outras enfermidades,
dentre elas os vírus da imunodeficiência humana (HIV), das hepatites (HAV, HBV e HCV) e
demais DST como, por exemplo, sífilis, tricomoníase, gonorreia e clamídia. Nestes casos, a
coinfecção entre HPV e outra doença enfermidade pode alterar o sistema imunológico de
forma que o organismo não seja capaz de controlar os estímulos, resultando num pior
prognostico do paciente ou no desenvolvimento de outros sinais clínicos e síndromes3.
Para o portador do sexo masculino, por seu sistema reprodutor ser externo, a
apresentação da atividade viral se resume, na grande maioria, na formação de condilomas
queratinizados, mais popularmente conhecidos como “verrugas”. O tratamento destes
condilomas é simplesmente baseado na sua remoção cirúrgica nas regiões afetadas, prática de
extrema importância pois é nesse local onde estão grande parte das partículas virais e
responsável pela transmissibilidade desta DST. Já as mulheres, devido a maior dificuldade de
visualização e o tropismo do vírus por células de mucosas, são mais propícias a evoluírem
silenciosamente para canceres de colo uterino, um dos mais significantes arrebatadores nos
índices de morbimortalidade causados por infecções virais3.
Apesar da infecção por HPV poder ser estabilizada e tratada, o vírus ou suas partículas
virais não são completamente extintos do organismo, permanecendo no sistema do indivíduo
para o resto de sua vida. Por estes motivos portadores do HPV necessitam estar em
29
acompanhamento por uma equipe composta por médicos e enfermeiros que melhore a
qualidade de vida do paciente e conscientize o portador da alta transmissibilidade e
periculosidade do vírus diante da população. Assim, neste trabalho avaliamos, de acordo com
a literatura, as medidas de prevenção mais utilizadas e eficazes contra o HPV e a importância
do enfermeiro na redução da transmissibilidade do vírus.
METODOLOGIA
MÉTODOS DE BUSCA
Para realização da revisão bibliográfica foi utilizado o método integrativo. A busca foi
realizada em banco de dados de acesso livre que possuíam trabalhos científicos e artigos
publicados em português nas bases de dados do DeCS, MeSH, MEDLINE/PubMed, SciELO
e LILACS.
Por fim, como ponto de corte relacionado a avaliação da qualidade metodológica dos
textos, foram selecionados como adequados os estudos que apresentassem grupo de controle e
de discussão sobre o tema em estudo, e que demonstrassem resultados sobre a prevenção do
HPV.
CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Resolução do COFEN nº 311/2007, Capítulo III, que dispõe sobre o ensino, pesquisa e
produção técnico-científica.
REFERENCIAL TEÓRICO
O HPV
O HPV é um vírus que se infecta a pele ou mucosas, podendo afetar tanto homens e
mulheres e, dentre as regiões afetadas, estão células do epitélio basal da pele, dos tecidos ou
órgãos. Alguns dos subtipos virais epidermotrópicos podem ser localizados nas regiões das
mãos e dos pés se manifestando como, popularmente chamadas, “verrugas”. Os subtipos que
infectam mucosas por sua vez, afetam revestimentos da boca, garganta, trato respiratório ou
epitélio ano-genital, formando condilomas planos e/ou acuminados. A maior parte das
infecções por HPV são benignas e elas desaparecem espontaneamente entre 1 e 5 anos4.
EPIDEMIOLOGIA
anos. Uma realidade que deve ser combatida com vistas a reduzir a incidência de mulheres
com câncer uterino7.
HPV Information Centre. Human Papillomavirus and Related Cancers – Brazil, Summary
Report 200910. IC: intervalo de confiança
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
A maioria das infecções por HPV é assintomática e auto resolutiva, ou seja, pelo
menos 80% delas regridem espontaneamente, sem evoluir para infecção persistente, com
potencial para evoluir para o câncer5. Caso não ocorra regressão em fases posteriores,
observa-se, em mulheres, a evolução para câncer de colo uterino dentre um intervalo de
tempo de 10 anos ou mais. O diagnóstico clínico da infecção, por sua vez, é difícil, pois a
maioria das mulheres infectadas manifestam a infecção de forma latente ou subclínica, não
havendo tratamento e favorecendo a livre transmissão do vírus9.
Vários estudos têm identificado os fatores de risco para a infecção HPV, que incluem
a quantidade de parceiros sexuais, início da atividade sexual, tabagismo, anticoncepcional
oral, outras DST como a Chlamydia e Herpes genital, inflamação crônica, imunossupressão e
32
PREVENÇÃO
A prevenção primária tem como foco evitar o contágio da doença, ou seja, visam à
diminuição da incidência da doença com a finalidade de promover a saúde e a proteção do
HPV. através de programas apropriados para incentivar comportamentos saudáveis, como o
uso de preservativos e também o uso de estratégias de vacinação14.
O esquema básico de vacinação de ambas as vacinas consiste em três doses. Cada dose
contém 0,5mL e é administrada pela via intramuscular. A segunda dose deve ser administrada
1-2 meses após a primeira, e a terceira dose, 6 meses após a primeira15.
A vacina conhecida como quadrivalente previne contra quatro tipos de HPV: os tipos
16 e 18, que estão presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e os tipos 6 e 11,
que se encontram em 90% dos casos de verrugas genitais. O outro tipo de vacina é a
bivalente, específica para os subtipos de HPV 16 e 1815.
Outra diferença refere-se ao local da lesão, a bivalente previne até 70% dos casos de
lesões no colo do útero, já a vacina quadrivalente protege lesões no colo do útero, vulva,
vagina e ânus e verrugas genitais além de poder ser aplicada também em homens. A tabela 2
apresenta a cobertura da vacina contra o vírus HPV no Brasil.
35
De acordo com a tabela as adolescentes com idade de 13 anos são as que apresentam
menor adesão a vacina nas três doses.
O GOVERNO E O HPV
A vacina atuará como um meio de prevenção ao câncer de colo de útero somente para
os indivíduos que previamente tiverem acesso a ela antes do início da vida sexual. Fora deste
contexto, o combate ao câncer cervical deve ser feito, ainda, por meio de detecção de lesões
precursoras e seu devido tratamento e seguimento clínico19.
O ENFERMEIRO E O HPV
tem fundamental importância no cotidiano assistencial da enfermeira que atua nas equipes de
saúde, a partir de suas atribuições, propostas pelo Ministério da Saúde21.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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39
RESUMO
As graves crises sociais desse mundo moderno apontam questões onde o homem e a natureza
confrontam-se através das suas relações com o meio em que vivem. A construção da
identidade de uma comunidade é influenciada pelo usufruto dos espaços públicos de uma
cidade enquanto elementos de relações culturais. O estudo discute os aspectos funcionais
desses locais públicos e as ações das instituições políticas nas construções de praças que
influencie na formação da identidade de um povo. As narrativas dos entrevistados e a análise
dos locais existentes indicam existir fragmentações do espaço que provocam a desordem
social, o esfacelamento e a sua apropriação através da violência e corrupção.
INTRODUÇÃO
espaço é maciço, contínuo, indivisível. Tão indivisível quanto a sociedade total, de que ele é o
território e com a qual sua relação é igualmente indivisível”. (p. 17 e 18).
As pessoas que passam e as que permanecem em tempos variados nos espaços públicos,
nesses espaços construídos, tornam-se sujeitos à discussão, quando consideradas a estética e a
funcionalidade desses locais. A humanização da cidade de uma forma geral, para essas
pessoas contraditórias, provoca a necessidade de soluções rápidas e em curto prazo para as
práticas sociais que dão significados e ressignificam esses espaços.
Como questão principal, apontamos a necessidade de discutir as questões políticas e da
violência que permeiam nas definições dos espaços públicos de uma cidade. A análise dos
espaços que mostram suas estruturas estéticas e localização espacial supõe existir um
distanciamento desses locais com as pessoas que transitam ou permanecem nesses espaços.
Essa descaracterização do espaço indica mudanças nos referenciais e comportamento de toda
uma comunidade, provocando o esfacelamento e a fragmentação do indivíduo.
O entendimento de que os espaços públicos de uma cidade sejam identificados enquanto
ponto de referência para os indivíduos, mostra que o usufruir desses locais como um simples
ato de consumo, o ir ou vir, o passar ou ficar, precisa ser equacionado. A construção de uma
identidade concreta a partir do lugar que possa representar uma referência na vida de cada
uma passa pela necessidade de redimensionamento e conteúdos definidos para as estruturas
modernas.
As cidades constituem vários tempos e interpretações, prometem e promovem
ambientes e experiências diversificadas. Cruzam diversidades, paradoxos, ambigüidades,
condições, virtualidades, variedades de vidas, de sonhos, de interpretações e fronteiras,
formando um universo que permite uma variedade imensa de recortes para análise. Seus
aglomerados urbanos, suas ruas, bairros, avenidas, praças, etc., criam condições de formas de
viver para todos que ali tem seus momentos. Os espaços são organizados com funções e
modelos diferenciados, subtendendo que a sua utilização possa vir a atender e contemplar os
tempos de vida de cada pessoa. É a história de cada um se processando nesse conjunto
indissociável e dinâmico de coisas e ações, onde tudo se transforma de forma condicionada.
Ianni (1997) nos mostra que na cidade, as pessoas, a coletividade de uma forma geral,
lhe conferem as suas formas e movimento, tensão e vibração, faz o seu colorido e produz o
som. Considera uma “[...] fábrica de preconceitos”, quando identifica formas de intolerância,
discriminação, racismo, opressão ou tirania, ou seja: quando na mesma escala em que se
desenvolve a diversidade e a liberdade pode desenvolver-se a desigualdade e a intolerância.
42
que estabelece o Código Florestal Brasileiro e a Lei Federal 6.766/79 que dispõe sobre
parcelamento do Solo Urbano.
O Código de Áreas Verdes e Arborização Urbana de uma cidade é o instrumento legal
e de gerenciamento mais importante que pode existir para assegurar a existência de espaços
que desempenhem funções de melhorias do ambiente urbano e da qualidade de vida dos seus
habitantes. São essas leis e códigos que vão direcionar a elaboração dos projetos para a
construção de tudo aquilo que é público.
A cidade é construída por homens que não se esgotam numa dimensão biológica e ou
funcional, mas compõem, através de sua existência em sociedade, o processo de construção
social da realidade. Apresenta-se com uma sobreposição, articulação, justaposição de
territórios. A identificação dos movimentos, fluxos e as diferentes formas de apropriação que
as pessoas passam a ter com o espaço que usa, é um passo para identificar essa relação. São
espaços de múltiplos usos, espaços contraditórios considerando o homem como ser individual
e único nas suas maneiras de pensar, sentir e viver o mundo que habita. Santos (1997) quando
indica o espaço total, fala de uma multiplicidade de influências superpostas, onde diz que
“[...] o espaço é maciço, contínuo, indivisível. Tão indivisível quanto a sociedade total, de que
ele é o território e com a qual sua relação é igualmente indivisível”. (p. 17 e 18). Os grupos
que fazem parte de uma territorialidade resistem, estabelecem pactos e influenciam a
formação de outros territórios. A estrutura que eles revelam, as relações que se estabelecem
entre eles são dinâmicas numa sociedade complexa. As questões políticas influenciam na
formação desses grupos a partir do que é estabelecido, diminuindo ou ampliando a violência
entre eles.
A vida em sociedade é resultado de um processo cultural que se concretiza pelas
relações sociais que instituem símbolos que expressam uma determinada visão de mundo
comum, manifestando-se em várias formas de comunicação como a linguagem,
comportamentos, artefatos materiais, etc. Os símbolos instituídos terão capacidade de
influenciar e controlar o comportamento humano, dependendo da sua capacidade de transmitir
e reforçar um sistema ideológico já dado. A sociedade então pode ser considerada um
agregado de relações sociais, e a cultura é seu conteúdo, enfatizando os recursos acumulados
que as pessoas adquirem como herança, na medida em que os utilizam, transformam,
acrescentam e transmitem.
45
Construir uma relação ainda é restrito e experimental para abordar com maior precisão
seus problemas, pela falta de um arsenal metodológico estudado. A tradição de descrição e de
objetividade dificulta lidar com a relatividade das questões que se colocam quando se defronta
com a diversidade cultural. O conhecimento de uma cultura exige que haja um envolvimento
nos códigos que determinam as relações culturais, sendo necessário aceitar a experiência de
vida expressa no discurso dos indivíduos evitando enquadrá-la a partir da realidade objetiva
do pesquisador, o qual deve admitir as diferentes realidades que correspondem a diferentes
apreensões individuais ou grupais de seu mundo.
As relações sociais que são produzidas na cidade resultam em formas materiais e
funcionais que sustentam o processo de produção do capital, marcadas pelos códigos e
símbolos que se constroem na vida cotidiana e que estabelecem um sentido particular. Uma
análise sobre o seu espaço deve contemplar o acionamento destes códigos, associados os
contextos e domínios específicos, a universos simbólicos distintos, nos quais os indivíduos
estão sendo permanentemente reconstruídos a partir das relações que mantêm.
A vida cotidiana é estruturada espacial e temporalmente de modo diferente em cada
sociedade. O tempo da vida cotidiana nas pequenas cidades é marcado pela regularidade dos
fatos (períodos de colheitas, festas religiosas, datas comemorativas, dentre outras), que é
regida pela natureza e pelas tradições, com pouca interferência externa, dando uma impressão
de estagnação. No nosso trabalho de campo verificamos que os fatos acontecem para fazer
prevalecer o interesse da comunidade, ou seja: em fazer acontecer o que é de melhor para a
satisfação da grande maioria. Um exemplo marcante foi a disputa entre o que é considerado
“sagrado” e o “profano”, quando o primeiro jogo do Brasil na Copa de Mundo coincidiu com
o horário da procissão do padroeiro da cidade. Prevaleceu o bom senso: a igreja optou em
mudar o horário da procissão, considerando que a paixão nacional teria a prioridade no
momento.
É comum a expressão "a cidade não cresce", para definir o caráter cíclico dos
acontecimentos. Ao contrário, nas grandes cidades, tudo parece se modificar com maior
rapidez, levando a impressão de progresso, dada a articulação que mantêm com outros
espaços e a grande ordem de interferência de fatores externos por que seus habitantes são
sempre surpreendidos e têm que promover novas adaptações.
O movimento total do espaço se dará quando as suas categorias tenham a sua
utilização combinada. Santos (1997) diz que “[...] o espaço social, como toda realidade social,
é definido metodologicamente e teoricamente por três conceitos gerais: a forma, a estrutura e
a função” (p. 38). Esses conceitos teorizam a necessidade de reconstrução do espaço para que
46
não seja o veículo das desigualdades sociais. O autor nos mostra que devemos nos preparar de
forma que a construção desses espaços seja verdadeiramente humana, que possa unir os
homens e não os dividir em classes de exploradores e explorados.
O espaço público se traduz em um espaço semiótico, marcado pelo domínio do
simbólico sobre o funcional. Seus equipamentos devem significar, devem traduzir um
universo real ou imaginário que será a fonte do prazer ou do trabalho, abrindo possibilidades
de ações coerentes com a representação.
As pequenas cidades são esquecidas como integrantes da totalidade da sociedade
moderna, sempre vistas em oposição às grandes cidades, ou como uma repetição atrasada
destas. A disputa maior fica por conta da capital do estado em detrimento com as cidades do
interior. Da mesma forma as maiores cidades do interior se sobrepõe sobre as cidades de
menor porte. Se as grandes cidades mostram-se complexas, símbolo de modernidade,
atraentes e representavam o futuro, as pequenas cidades são simples, símbolo do atraso,
abandonadas e fadadas a ficarem no passado; entretanto, mesmo assim, estas apresentam
relações sociais a partir de códigos particulares e constituem territórios específicos, cuja
lógica só pode ser entendida no desenrolar de sua vida cotidiana, mergulhando-se no universo
cultural que lhes dá sentido. O convívio na cidade pequena é marcado pelas relações sociais
que geralmente exerce um controle muito eficaz sobre os membros de sua coletividade.
Além do ambiente da casa que tem como referência a família, o ambiente fora de casa
é altamente controlado, em primeiro lugar pela "vizinhança", e só então o espaço fora da
vizinhança ganha importância. O espaço limite dos "vizinhos" serve de encontros e lazer,
como as praças, bares, lanchonetes, clubes sociais, igrejas, ou campos de futebol de várzea. A
forma de comportamento das pessoas está sujeita a uma determinada forma de controle,
porque nas pequenas cidades "todo mundo conhece todo mundo e se mete na vida de todo
mundo". Os espaços demarcados desta maneira são utilizados como referência para distinguir
seus usuários como pertencentes a uma rede de relações e, para pertencer a esta rede, é
preciso que se cumpram determinadas regras de convivência.
A vivência nesta coletividade, buscando o reconhecimento social, significa, portanto,
aderir ao seu sistema de valores e desempenhar comportamentos para cumprir o papel social
que foi designado pelo grupo. A conveniência é, assim, "um gerenciamento simbólico da face
pública de cada um de nós desde que nos achamos na rua". Ela engendra de forma simultânea
a maneira com que se é percebida pelos outros e um meio de se obrigar à submissão pela
regulação interna que se desenvolve no sujeito, ditando comportamentos adquiridos por
herança, seja afetiva, política ou econômica. Os usuários obedecem às regras sem
47
necessariamente dar-se conta disso, pois o padrão está internalizado e, para obter o
reconhecimento da coletividade e aproveitar-se das relações sociais profundamente marcadas
pela pessoalidade, não se devem transgredir as regras culturais, "não se pode causar falatório
na cidade", assim, cai no ditado: se fizer algo errado cai na boca do povo.
Certeau (1994) destaca a riqueza dos relatos das experiências dos sujeitos em relação
ao espaço. Este autor considera que, no momento em que uma pessoa transforma sua
experiência em relato, já está filtrando e estabelecendo ligações com o universo cultural que
lhe está internalizado. Relata que "esses comportamentos de relato, oferecem, portanto um
campo muito rico à análise da espacialidade. [...] O relato tem papel decisivo. Sem dúvida
'descreve'. Mas 'toda descrição é mais que uma fixação', é 'um ato culturalmente criador'".
Neste sentido, observa-se que mesmo nas pequenas cidades, com uma estrutura material
simples, seus habitantes percebem sua diferenciação interna, mantêm diferentes
comportamentos e relações dependendo do lugar onde estejam.
É comum os habitantes dos bairros utilizarem-se de expressões como "vou subir para a
cidade", quando vão se deslocar de seu espaço de vizinhança em direção à área central ou
quando usam a expressão “vou para a capital”, quando vão viajar para a capital de algum
estado. Estas expressões não estão associadas a uma diferenciação topográfica e tampouco se
encontram fora do perímetro considerado urbano. O fato de "subir" ou “ir para a capital”
denota o reconhecimento de uma hierarquia social, e a "cidade" está relacionada com a
percepção de que, no espaço principal, desenrolam-se relações diferenciadas daquelas
desenvolvidas na vizinhança do bairro ou nas cidades do interior, muitas vezes compostas por
uma população com forte tradição cultural.
Nas pequenas cidades, em qualquer lugar do comércio ou instituição pública em que
se esteja, "se sabe com quem está falando". As práticas que se desenrolam são entre pessoas, e
não entre indivíduos, que são sempre identificadas com particularidades, reconhecidas e
localizadas social e espacialmente. Nas cidades do interior algo marca cada indivíduo: Dona
Maria de João do Bar ou Zezinho que é filho de Bento Souza. Se "todo mundo se conhece" e
tal reconhecimento torna o controle social mais rígido, reconhecem-se também as diferenças
internas de cada grupo social e o lugar de cada um na estrutura social e espacial da cidade.
A pequena cidade também abriga grupos heterogêneos do ponto de vista de sua origem
étnica, sexo, idade, procedência, linhagens, crenças e ofícios. Os vários grupos que compõem
a sociedade entram em conflito, fazem alianças, nas quais reconhecem de alguma forma,
interesses e valores diferentes através de suas experiências. São exemplos os camelôs, os
48
suas aparências e os modos de como a estética dos pontos foi projetada, podem produzir
hábitos e costumes no cotidiano de cada comunidade. Os espaços são restritos e apresentam
fatores que comprometem esses momentos de vivências. Na maioria das praças e espaços
públicos das cidades tem dois tipos de público de permanência nesses locais: o primeiro que
pode ser considerado como grupo do dia, são os vendedores de acarajé, vendedores
ambulantes (pipoca, quebra-queixo, picolé, etc) engraxates, fotógrafos, jornaleiros, bilheteiros
de loterias, artesãos, camelôs, chaveiros, lavadores e guardadores de carros que usam seus
momentos para comercializarem produtos em busca de seus sustentos, como também, pessoas
de diversas faixas etárias (crianças, mães e babás, idosos, dentre outros); no segundo grupo,
os da noite, são as prostitutas e travestis, mendigos, desempregados, trombadinhas, gangs
juvenis, traficantes e menores de rua que permanecem por tempos variados ou transitam
nesses locais. As cidades tendem a aglomerar pobreza, dor, sofrimento e abandono.
Na praça central de uma pequena cidade "onde tudo acontece" (conforme é visto pelos
seus habitantes), estão localizadas as residências da elite local, onde formam "redes de
prestígio" com integrantes de um determinado estrato social que não necessariamente
possuem poder econômico, mas concentram as famílias tradicionais. Esse mesmo local pode
servir de espaços de socialização de jovens no domingo à noite, ou ainda a realização das
festas religiosas congregando várias classes de renda, unidas pela crença religiosa. Assim, a
apropriação do espaço é determinada pelas relações que se estabelecem entre seus membros,
pelo manejo de símbolos e códigos comuns.
Numa pequena cidade, de qualquer ponto mais alto, a vista alcança seus limites.
Mesmo assim, a diversidade está presente. Os bairros apresentam um caráter comum que
estabelece uma identificação aos habitantes da cidade. Esta identificação não é, muitas vezes,
perceptível aos olhos de um visitante, mas é reconhecida mentalmente pelas pessoas que
habitam na mesma cidade. A identificação dos bairros depende não apenas dos indivíduos (de
dentro), mas também de como o restante da cidade os vêem. É comum a identificação de
bairros pelos códigos de valores que possuem, por exemplo, áreas com fortes tradições rurais
são denominadas como o bairro do "povo da roça", sendo consideradas mais "caipiras" que as
outras, ou então de "gente de briga", pelos incidentes e contravenções presentes no local, ou
as de "gente rica", como áreas habitadas por grupos de melhores condições financeiras, ou
ainda de "gente pão-dura".
Apesar da predominância da pessoalidade nas relações sociais na pequena cidade,
trata-se também de uma sociedade complexa, dividida em classes e que comporta inúmeros
universos alternativos, como por exemplo, diferentes religiões, grupos políticos ou tradições
50
étnicas que, ao se apropriarem do espaço, podem constituir, portanto, territórios próprios. Tal
sociedade não é fechada e, com a crescente ampliação dos sistemas de comunicação e a
interação com outros espaços, há a consequente modificação de seus padrões sociais. As
territorialidades instituídas por determinados códigos culturais podem ser substituídas por
outras, originadas por lógicas distintas e por um novo universo cultural.
Assim como a cultura é constantemente reconstruída a partir das diferentes
experiências dos sujeitos ou grupos, as territorialidades instituídas a partir dos espaços vividos
estão permanentemente se modificando, dependendo da perspectiva e do acionamento dos
códigos simbólicos que as caracterizam.
São esses espaços que passam a se transformar em um local próprio para o trabalho
informal e de moradia. Formam-se redes de organizações com regras próprias, demarcando os
pontos de trabalho e atividades, tendo lideranças hiearquizadas. O acordo local privilegia o
grupo mais forte, que faz da praça um espaço básico de trabalho, transgressão, convivência e
sobrevivência, onde a sua utilização cotidiana traça o destino do local público.
A cultura pública instituída com seus atos e manifestações, gerados principalmente nos
espaços públicos mudam a forma de viver de toda uma comunidade. A valorização e/ou
desvalorização do imóvel próximo a esses locais são imunes a essas apropriações de uso, onde
é apontado a necessidade de sucessivos processos de intervenções que possa planejar as
funções do panorama urbano.
A “contaminação do espaço” é sempre atribuída aos mais pobres. Os conflitos entre as
classes sociais geram a articulação de soluções privatizantes, visando banir ou anular a
dimensão pública. Como exemplo, as praças são cercadas ou administradas pelo condomínio
fechado, ou quando esses locais são vigiados por uma guarda municipal.
Neste sentido, para contemplar a cultura e as territorialidades urbanas, devemos
atentar para a subjetividade que compõe a produção material do espaço. É no desenrolar da
vida cotidiana que podemos compreender as divergências, as transgressões, ou a obediência à
ordem imposta, interpretando, enfim, as relações sociais que dão conteúdo ao espaço
geográfico.
Há sempre na cidade uma dimensão pública de vida coletiva a ser organizada onde
emerge um poder urbano, autoridade político-administrativa encarregada de sua gestão. Na
maioria das vezes, essas gestões mostram evidências claras de uma política discriminatória
por parte do poder público, apresentando-se como um forte elemento produtor da segregação
espacial, o que significa o controle minucioso das trocas daquele lugar com o exterior.
51
A organização desses pontos passa pela distribuição dos seus trajetos, a fixação de
equipamentos e acessórios que tornam esses espaços em significativos locais de
entretenimento, encontro, sociabilidade e integração de grupos da comunidade, a organização
das atividades, o controle dos fluxos, tornando empreendimentos necessários para a
constituição dos espaços públicos. O meio físico e suas funções, administrados pelo poder
público constituem extratos que fixam e regulam o cotidiano de vida da comunidade. O seu
uso público está intimamente ligado à manutenção, conservação e segurança que estes
espaços recebem.
As diferentes funções que os espaços públicos oferecem aos seus habitantes
condicionam cada um a depender de como este espaço possa ser utilizado. As funções
estéticas, ecológicas (paisagística e ambiental), lazer, educativas, sociais, psicológicas,
administrativas, policiais e comerciais, elaboram condições do fluxo ou a permanência da
pessoa no local a ela destinado enquanto ponto público e de acesso livre.
Acreditamos que os processos de urbanização de forma desenfreados que as cidades
têm desencadeados provocaram tomadas de decisões repentinas ocasionando a construção de
espaços sem uma avaliação mais profunda das necessidades vitais para os seus possíveis
freqüentadores, que passam a usufruir as condições existentes desses territórios próprios,
resistindo à homogeneização e robotização de maneira a constituir processos de
singularização individuais e coletivos.
Violência na cidade é uma expressão que pode designar o fenômeno social de
comportamento deliberadamente transgressor e agressivo ocorrido em função do convívio
urbano. É determinada por valores sociais, culturais, econômicos, políticos e morais de uma
sociedade. Ela tem algumas qualidades que a diferencia de outros tipos de violência; e se
desencadeia em conseqüência das condições de vida e do convívio no espaço urbano. Sua
manifestação mais evidente é a criminalidade; e a mais constante é a infração dos códigos
elementares de conduta civilizada. Seu crescimento vem a partir da aceitação social da ruptura
constante das normas jurídicas e o desrespeito à noção de cidadania. A sociedade admite
passivamente tanto a violência dos agentes do estado contra as pessoas mais pobres quanto o
descompromisso do indivíduo com as regras de convívio.
A impunidade pela ocupação de espaços públicos por donos de bares, mototaxi,
camelôs e carros particulares; as infrações de trânsito; a incompetência administrativa; a
imperícia profissional; a negligência causadora de acidentes e o desrespeito ao consumidor
geram violência de todo tipo. Entre os cidadãos habituados a esses comportamentos,
encontram eco as formas violentas de fazer justiça, como a pena de morte, e mesmo o
52
CONSIDERAÇÕES
Entendendo a necessidade de que nos espaços públicos de uma cidade o Poder Público
tenha uma ação de valorização desses locais, e que sejam construídos equipamentos para
atender a comunidade que venha frequentar esses espaços, procuramos mostrar nossa
preocupação com a forma com que vem sendo tratado esse ponto, partindo do princípio de
53
que a inexistência das desigualdades sociais depende da atenção que seja dado a todos, sem
distinção de qualquer natureza.
Entendendo que o espaço público é de todos e não é de ninguém, onde existem as
trocas cotidianas fazendo desse local enquanto um espaço de socialização considera que esse
ambiente que em tempos passados estaria ao alcance de todos, vem sendo titulado sob
diversas formas por proprietários que cercam seus limites a cada dia que passa, impedindo o
acesso daqueles que não são os donos. Para a maioria da comunidade, principalmente as que
vivem em zonas urbanas, só restam os espaços públicos quando a eles são destinados. E, é
esse espaço que precisa ser mantido o mais funcional possível, de modo que as pessoas
tenham suas oportunidades de estar em liberdade na sua vida cotidiana.
Nossas observações e registros que pudemos elaborar de forma generalizada e
preliminar, indicam que existem questões que precisam ser levantadas para que tenhamos uma
melhor compreensão dos assuntos aqui tratados. Adianto em esclarecer e admitir, que esse
nosso estudo precisa apontar as opiniões das pessoas que estão à frente das decisões de
construções dessas praças e espaços públicos, para que não fique aqui caracterizada a idéia de
que essas mesmas pessoas sejam os únicos responsáveis por tudo que apontamos, segundo
nosso entendimento, como algo passível de modificações ou erro. Da mesma forma,
consideramos que precisa ser observado o entendimento das circunstâncias e momentos em
que foram definidas as construções desses espaços.
Finalizamos afirmando que temos esperança de um dia poder estar em um mundo
melhor, um mundo mais justo e acolhedor sem distinção de nenhuma natureza, que possa
trazer a paz e a felicidade dentro de cada um. Que os homens possam construir o equilíbrio
das diferenças, considerando as diversidades existentes.
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VELHO, Gilberto. A Utopia Urbana: um estudo de antropologia social. Rio de Janeiro: Zahar,
1989.
55
Alguns candidatos têm a sorte de ter proponente ou secundador que possui não apenas
nível de conhecimento suficiente, mas também o tempo e a capacidade de transmitir esse
conhecimento ao candidato. Portanto, o próprio proponente do candidato pode ser seu mentor
ou, ainda, o secundador da proposta enviada à oficina (THE BERKSHIRE MENTORING
PROGRAMME, 2020).
Entretanto, com freqüência, esse não é o caso e, por culpa do proponente ou
secundador, o atendimento ao candidato pode ser negligenciado (MASONIC MENTORING
& ROYAL ARCH REPRESENTATIVES, 2020a).
Por outro lado, acredita-se que não basta depender apenas de destes irmãos, por mais
bem-intencionados que sejam, pois eles tem deveres para com sua loja ou pela incapacidade
de participarem regularmente das sessões deixariam o candidato negligenciado (WEST
KENT FREEMASONS, 2020b).
Contudo, é nesta situação que o mentor se destaca, como alguém que pode fornecer o tempo e
o conhecimento necessários para cuidar do Candidato e desenvolver sua compreensão da
ordem (MASONIC MENTORING & ROYAL ARCH REPRESENTATIVES, 2020a;
THE BERKSHIRE MENTORING PROGRAMME, 2020; WEST KENT
FREEMASONS, 2020b).
6) - Porque o mentor se faz necessário e é preciso valorizar o pupilo?
Atualmente, é notório a evasão de irmãos em lojas, obediências e potências espalhadas
por todo o planeta. Há uma tendência mundial de os irmãos deixarem a maçonaria, logo após
seu ingresso, permanecendo muito pouco tempo na ordem. E, se é verdade que o futuro da
Arte Real depende dos irmãos mais novos, a maçonaria precisa fazer sentido para eles afim de
que se tenha retenção (PERKINS, 2016).
Neste ponto crucial é que o mentor pode e deve auxiliar, assumindo relevante papel
ação decisiva. Os pupilos, como iniciantes na maçonaria são o futuro da ordem e garantem a
propagação de seus mais elementares princípios (MASONIC LODGE OF EDUCATION,
2020).
A tutoria não é nova em Maçonaria, já existe há tempos e serve para ajudar os maçons
inexperientes, destacando-se aqui que não só os iniciantes, mas também os inexperientes em
suas realizações de trabalho e motivar os maçons experientes para ajudá-los a preencher seu
verdadeiro potencial (WEST KENT MASONS, 2020a).
Ela não é obrigação de um único indivíduo, mas de toda a loja, porém um
compromisso com a maçonaria que se traduz por uma jornada ao longo da vida. Contudo,
também uma responsabilidade exercida desde a noite do primeiro grau, estendendo-se muito
59
além da noite do terceiro grau. Dar e receber orientação constitui-se em faceta fundamental de
dedicação aos conceitos de fraternidade e, sobretudo, de seu anseio que é o constante auto-
aperfeiçoamento (GRAND LODGE OF OHIO, 2020).
7) - Qual é a função do mentor e o papel do pupilo?
A função do mentor da loja é praticar o amor fraternal, ser fiel a todos os irmãos em
sua oficina e garantir que os irmãos mais novos, ou os recém-nomeados para o cargo, tenham
um irmão mais experiente designado para atuar como seu próprio mentor pessoal. Portanto,
em sua nobre missão, o mentor, além de ser o obreiro (GRAND LODGE AF&AM OF
MAINE, 2013):
(a) - Com idéias estimulantes;
(b) - Estar interessado em discutir as ideias dos outros;
(c) - E apoiar a mudança pessoal, institucional e educacional;
(d) - Sendo capaz de se adaptar às mudanças no tempo para influenciar e controlar
desenvolvimentos futuros;
(e) - Estando disposto a dar tempo ao relacionamento para permitir que ele se desenvolva;
(f) - Se prontificando para compartilhar preocupações com outros,
(g) - Ser aberto, inspirador, confiável e prudente;
(h) - Incentivando e prestando ajuda aos aprendizes, estimulando-os a valorizar seu próprio
trabalho e auto - desenvolvimento;
(i) - Focando na abordagem e compartilhando objetivos claros e metas transparentes,
(j) - Sendo capaz de inspirar confiança,
(l) - De merecer, mas não exigir respeito,
(m) - E ser conhecedor, mas não autoritário ou exigente.
É (GRAND LODGE F&AM OF WISCONSIN., 2020; WEST LANCASHIRE
FREEMASONS, 2020):
● PROFESSOR - Identificar os conhecimentos que o pupilo tem e competências e habilidades
que precisam ser desenvolvidas.
● GUIA - Decifrar as regras não escritas da maçonaria, em especial hábitos e costumes.
● CONSELHEIRO - Mostrar o caminho e as alternativas para que o pupilo caminhe por si só,
aconselhando-o a tentar resolver o problema antes de procurar ajuda. O Pupilo deve ser capaz
de pensar nos problemas, em vez de sempre depender de Mentor para fornecer uma solução.
● MOTIVADOR - O mentor deve dar ao pupilo feedback positivo após a execução de tarefa
difícil ou complexa ou ao perseguir com esforço meta ambiciosa.
60
● CONSULTOR - O mentor deve orientar seu Pupilo para desenvolver interesses alcançáveis
e estabelecer metas realísticas, flexíveis ou não rígidas, fazendo-se sentir desafiado, mas não
incapaz. É preciso que o Mentor se concentrar nos resultados dos esforços do pupilo, não
tanto nas atividades necessárias para realizá-las.
O papel do pupilo é o de ser um bom aluno, sendo capaz de aprender, praticar e aplicar
o que foi aprendido, assim sendo deve ser versátil para se envolver em atividades maçônicas
dentro e fora do templo, ajudando sua oficina e os membros da loja.
8) - Qual apoio a loja deve dar ao mentor e ao pupilo da oficina?
O mentor tem suas próprias necessidades de aperfeiçoamento, sendo que para isto ele
deve ser estudioso, apaixonado pelos livros e amante da leitura e da escrita, o que não o
impede de estabelecer contato com irmãos que já foram mentores de sua loja ou de outra
oficina.
Ele conversando com o outro sobre suas angústias e dúvidas e ouvindo dele sobre suas
ansiedades e queixas, de modo a mutualmente relatar problemas vivenciados por um e
soluções experimentadas por outro e vice-versa, trocando experiências que possam suprir as
necessidades de ambos, resultando em prazer e proveito entre as partes envolvidas.
O pupilo merece o apoio integral dos membros da oficina, pois assim como todo e
qualquer candidato é estranho para os obreiros da arte real, a maçonaria é estranha para ele.
Não é apenas e tão somente à loja em que ele se une, mas a grande fraternidade maçônica
universal, possuidora de história secular. Possui um sistema intrincado de leis, um grande
número de propósitos, ideais e obrigações, um conjunto de direitos, privilégios e deveres e um
conjunto de marcos a serem preservados.
É sempre bom ter em mente que todo candidato é um estranho para a maçonaria, da
mesma forma que a arte real é estranha para ele, portanto deve ser respeitosamente tratado.
9) - Como este suporte se evidencia?
Qualquer falta percebida de conhecimento detalhado por parte do mentor pode ser
facilmente resolvida com o apoio do Coordenador de Tutoria da Loja. Se fizer necessário, este
pode solicitar auxílio fraternal dos irmãos experientes do quadro de oficiais da oficina.
Entretanto, é altamente recomendado que a loja ou oficina maçônica tenha um
programa eficiente de treinamento que deve ser continuamente disponibilizado para o mentor.
10) - O mentor é escolhido ou pode ser indicado?
Em muitos casos, a escolha óbvia, o mentor pode ser o proponente do candidato ou o
secundador de sua proposta. Onde isso não for possível, o líder da oficina define, podendo
consultar ou não outros membros.
61
Seja qual for a decisão, o mentor deve ser cuidadosamente escolhido e ter qualidades
particulares. Observou-se muitas vezes que a maior dificuldade neste programa de suporte é
encontrar o mentor apropriado para o pupilo adequado.
11) - Quais os benefícios para a loja, obediência e potência?
A tutoria fornece benefícios ao mentor, seu pupilo e sua loja (GRAND
LODGE F&AM OF WISCONSIN, 2020):
O mentor além de ter a satisfação pessoal de promover o crescimento e
desenvolvimento maçônico de seu pupilo, também se aprimora (Ex.: Estimula sua capacidade
de liderança, sua habilidade interpessoal se intensifica, seu convívio social se enriquece etc),
pois quem ensina aprende e ressignifica seus conhecimentos, fazendo novas descobertas.
O mentor pode facilitar este período de ajuste por meio de comunicação sincera,
honesta e transparente, permeada por fraterno e respeitoso entendimento das necessidades,
anseios e angústias humanas e, finalmente, se pautar em efetiva orientação voltada para
superação de obstáculos e imperfeições e, sobretudo, valoração do ser humano. Para o
aprendiz novato, a orientação permite uma transição mais suave de um grau para o outro em
sua loja.
O mentor deve oportunizar a seu pupilo trabalhar em projetos desafiadores,
interessantes e relevantes, permitindo - o ter a chance de tentar tarefas diferentes, complexas e
avançadas que lhe serão exigidas em sua trajetória evolutiva na carreira maçônica.
Ao usar o mentor como modelo, o pupilo pode aprender com o exemplo por ele dado.
Além disso, o pupilo pode expressar abertamente suas ideias com seu mentor ou, ainda,
desabafar frustrações, demonstrar medos e relatar desejos, pois não é incomum, o pupilo por
ser novo na sublime ordem, ingressar na maçonaria com expectativas irreais e ilusões
ingênuas.
Para a loja, pode ajudar a criar vínculo indissolúvel entre os membros que, por fim,
aumenta a retenção de membros, fortalecendo conexão permanente de um irmão com outro,
de forma que toda a oficina seja formada por um corpo único de homens livres e de bons
costumes, dotados de moral ilibada e ética impoluta, com acentuada responsabilidade social
(FREEMASONS VICTORIA, 2020).
É importante garantir que todos os irmãos sintam que estão sendo cuidados e que
fazem parte de um movimento maior para melhorar a si mesmos, a sua comunidade/sociedade
e além (GRAND LODGE OF OHIO, 2020).
12) - Onde ocorrem este programa em nível mundial
62
forma indelével sua entrada na sublime ordem universal (GRAND LODGE OF OHIO,
2020).
O mentor deve visitar o candidato imediatamente após a confirmação de seu nome
para a iniciação e explicar que ele deve ser seu mentor, um amigo que se esforçará para ajudá-
lo a aprender algo sobre a Maçonaria e alguém que o guiará e aconselhará (THE MOST
WORSHIPFUL GRAND LODGE OF FREE AND ACCEPTED MASONS OF
FLORIDA, 2020).
O principal objetivo desta primeira reunião é apresentar o candidato de maneira geral à
maçonaria como um todo e prepará-lo em mente e espírito para receber iniciação. Ele deve se
encontrar com o novo irmão com frequência e dar a ele a instrução que é tão essencial para
que ele se torne, tanto na teoria, quanto na prática, um verdadeiro maçom (THE MOST
WORSHIPFUL GRAND LODGE OF FREE AND ACCEPTED MASONS OF
FLORIDA, 2020).
Ele deve ser encorajado a fazer perguntas e respondê-las, desde que as respostas não
envolvam os graus que ele não recebeu ou outras informações a que, posteriormente, terá
direito. O mentor não só acompanhará o candidato na iniciação, bem como além de aprendiz,
instruirá também o companheiro e o mestre. Ao longo destes graus, perguntas que por ventura
não poderem ser respondidas em um grau inferir serão respondidas em outro superior.
Sugere-se que este programa poderia ser constituído das seguintes fases baseadas nas
etapas do processo de desenvolvimento pessoal do pupilo sob a perspectiva de seu mentor
(PROVINCIAL GRAND LODGE OF SHROPSHIRE, 2020 Adaptado; THE
PROVINCE OF DEVONSHIRE, 2020), quais sejam:
● Recrutamento e preparo para a iniciação,
● Tornando-se Aprendiz registrado,
● Gerando-se Companheiro de ofício,
● Formando-se Mestre Maçom,
● Preparo para exercer cargos em loja,
● Evoluir: Sagrado Arco Real, Mestre da Marca, Nautas da Arca Real, Cavaleiros Templários
e de Malta etc, Graus Maçônicos aliados e/ou altos corpos filosóficos.
Todas estas atividades associam-se aos estágios do processo de orientação maçônica,
as quais: (1) - admitir PERTENCER, (2) - sentir necessidade de ENTENDER e (3) querer
realmente PARTICIPAR.
64
RESUMO
Este estudo está centrado nos hábitos posturais de cabeleireiros escovistas, profissionais que
atuam na área da beleza, que permanecem por tempo prolongado numa mesma posição em pé
e mantem uma postura inadequada, podendo adquirir ao longo da sua vida profissional vários
problemas de saúde por sobrecarregar as estruturas osteomusculares, promovendo uma série
de prejuízos à saúde e verificará a causas de queixas e lesões osteomusculares e as
contribuições que a fisioterapia preventiva e da ergonomia podem promover na prevenção
dessas lesões, visando promover à sensibilização desses profissionais quanto à importância da
ergonomia e da fisioterapia preventiva na prevenção das lesões e de profissionais de saúde a
atentarem politicas para o setor. A pesquisa será um levantamento bibliográfico de caráter
descritivo e exploratório. Através do estudo podemos observar que assumir uma postura por
tempos prolongados podem sobrecarregar as estruturas do corpo, essa sobrecarga pode causa
desde desconforto até uma lesão osteomusculares, comprometendo a função do membro e
causando afastamento do trabalho. A fisioterapia preventiva e a ergonomia atuam de forma
eficaz na prevenção desses males que trazes acometimento da saúde do trabalhador evitando
assim o seu adoecimento, trazendo melhoria da saúde de qualidade de vida.
1
Acadêmico do VII semestre do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB/Jequié-BA.
2
Pós Doutora em História Política, Professora adjunta do Departamento de Ciências Humanas e Letras da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia e Líder do Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Etnociência, CNPq.
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa trata sobre a postura assumida pelos cabeleireiros escovistas durante a
realização de suas tarefas, bem como a utilização de equipamentos pesados como secador e as
complicações que esse hábito possa trazer para o sistema osteomuscular.
Sabe-se que o profissional cabeleireiro escovista é um dos mais requisitados nos
salões de beleza. Dentre as ações realizadas por estes profissionais preocupa-nos, além do
excesso de trabalho, a postura inadequada, devido à manipulação de equipamentos pesados
como secador, à realização de movimentos repetitivos ou que exigem muita força na sua
execução, fatos que tornam esses profissionais vulneráveis ao desenvolvimento de Lesões por
esforço repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionado ao trabalho LER/DORT.
A abordagem justifica-se pelo fato das pessoas a cada dia está mais preocupado com
sua imagem impulsionado com isso o setor, fazendo com que o numero de estabelecimentos
de beleza aumente, atraindo assim novos profissionais para está área.
Pressupõe-se que a falta de capacitação do profissional, o ambiente de trabalho
improprio, a carga horaria excessiva, a realização de movimentos repetitivos, aliando a
postura em pé de forma inadequada e uso de equipamentos pesados como os secadores podem
ter contribuição para o aparecimento de lesões osteomusculares em cabeleireiros escovistas.
O trabalho tem por objetivos identificar os malefícios que a postura inadequada pode
trazer para os profissionais do setor e como minimizar e/ou evitar essas lesões evitando assim
o afastamento do profissional do posto de serviço.
Apesar de ser uma das profissões que mais cresce no país, nota-se que ainda falta à
atenção do poder público para este setor no que tange a saúde bem como os direitos
trabalhistas e por meu irmão e minha esposa serem profissionais desse seguimento despertou-
me o interesse por este estudo, pois frequentemente ouvia suas queixas sobre a ocorrência de
algia e/ou desconforto na realização de suas atividades laborativas.
Desta forma com a realização deste estudo pretendo aprofundar conhecimento acerca
das complicações da atividade enfatizando a prevenção dos distúrbios osteomusculares que
mais atinge essa categoria. O estudo abordará aspectos da saúde de profissionais de que atuam
em salão de beleza, uma das profissões que mais cresce no país, tendo relevância social, pois
visa à prevenção de doenças e a promoção da saúde das pessoas que estão nesta área de
atuação.
69
CONTEXTUALIZANDO
3
Acadêmica de Terapia Ocupacional, Departamento de Terapia Ocupacional, Universidade Federal do Paraná – UFPR, Curitiba,
PR, Brasil.
4
Doutora em Engenharia de Produção, Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, São Carlos, SP, Brasil Professora Adjunta,
Curso de Terapia Ocupacional, Universidade Federal do Paraná – UFPR, Curitiba, PR, Brasil
71
O cabeleireiro escovista é um dos profissionais mais exigidos no setor, uma vez que
a maioria dos procedimentos disponíveis no salão de beleza exige o trabalho deste
profissional. O serviço do cabeleireiro escovista inclui passar muitas horas em pé com um
secador de aproximadamente 2 kg numa mão e uma escova na outra, realizando movimentos
repetitivos, com muitas horas de duração o que pode levar a um aumento da sobrecarga do
sistema osteomuscular, podendo predispor a algia e edema e posterior comprometimento da
função, principalmente nas mãos, punho, ombro provocando a incapacitação temporária ou
permanente deste trabalhador.
Segundo Mussi7 (2005), É uma das atividades pouco estudadas no âmbito da Saúde
do Trabalhador no Brasil [...] estes profissionais estão sujeitas a diferentes agravos à saúde
devido aos fatores de risco às suas atividades.
Esses agravos além de causar dor e comprometimento da função na maioria das
vezes provoca afastamento temporário e até permanente do serviço gerando ônus para as
empresas e para o governo uma vez que a grande maioria será tratada pelos SUS.
Segundo Medeiros8 e Medeiros9 (2012), Os profissionais cabeleireiros passam
bastante tempo em pé e realizando procedimentos repetitivos. Nesse contexto podem ser
assim definidos como: [...] profissionais polivalentes que trabalham em horários
5
Engenheiro Químico formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), especialista em Engenharia de Segurança do
Trabalho com Mestrado em Engenharia, pela UFRGS e licenciatura cursada no Programa Especial de Graduação de Professores para a
Educação Profissional, pela UFSM. Atualmente, trabalha como Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Colégio Técnico
Industrial de Santa Maria (CTISM. Maria (UFSM).
6
Engenheiro Mecânico formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Mestrado e Doutorado em Engenharia Metalúrgica e
dos Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente trabalha como Professor de Ensino Básico, Técnico e
Tecnológico do Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (CTISM), escola técnica vinculada à Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM).
7
Dra. em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (2005), Especialização em Ergonomia de Sistemas
de Produção pela Escola Politécnica da USP (1999) e Mestrado em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da USP (1997). É professora
colaboradora e Co-coordenadora do Curso de Especialização em Medicina do Trabalho da Faculdade de Medicina da USP. É Diretor Técnico
de Saúde (designada) do Serviço de Saúde Ocupacional do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP. Tem experiência na área de
Saúde e Trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: Saúde do Trabalhador e Ergonomia.
8
Professor(a) Auxiliar I da Universidade Federal de Campina Brande (UFCG), Cajazeiras/PB, Brasil.
9
Professor(a) Auxiliar I da Universidade Federal de Campina Brande (UFCG), Cajazeiras/PB, Brasil.
72
extremamente irregulares e, na maioria das vezes, em posições desconfortáveis. Por isso, faz-
se necessário um atendimento e uma atenção especial a esses profissionais, pois seu trabalho
envolve numerosos fatores de risco para a saúde, principalmente por passarem toda a jornada
de trabalho na postura em pé.
O emprego do secador como instrumento de trabalho pode ocasionar desconforto e
algias nos ombros, punhos, coluna, cotovelos, pelo seu peso e seu uso por tempo prolongado
aliando a uma postural imprópria sobrecarrega as articulações colaborando com os ímpetos de
problemas de saúde que comprometem o bem estar, pois as dores dificultam a realização das
atividades laborativas podendo afetar o convívio social.
A manutenção da postura em pé imóvel além de causar desconforto pode acarretar
vários outros problemas por tensionar os músculos e sobrecarregar as estruturas do corpo.
As estruturas que mais são utilizadas na realização de suas atividades sofrerão mais,
estão mais propícias a desenvolverem lesões. Em seu trabalho Mussi7 (2005, p. 44),
Identificou que a postura assumida durante a realização das atividades está entre os fatores de
risco para LER/DORT e que a localização da dor foi 48,6% nos ombros, 74,3% no pescoço e
38,6% na coluna.
Sabe-se que os problemas da coluna vertebral relacionada à postura corporal é um
das que mais afeta a humanidade, sendo dor lombar uma das principais causadoras de
inabilidade para o serviço. A postura inadequada é a principal causa de problemas de coluna,
devido aos maus hábitos de manter as pernas retas e dobrar a coluna.
Mussi7 (2005), observou que a permanência na postura em pé leva as dores e
afastamento do trabalho devido à presença de dor, especialmente na coluna vertebral e
membros inferiores.
Para Rocha4 e Simonelli5 (2012). As atividades dos cabeleireiros foram definidas
como demanda inicial de análise e, após entrevistas com os trabalhadores quanto às suas
atividades de trabalho, a demanda foi reformulada para a análise da atividade de escova
desenvolvida por eles. A reformulação se refere à consideração da percepção dos
trabalhadores quanto à sua carga de trabalho e as influências desta em sua saúde. .
Para Raiser10; Cantos10 e Machado11 (2011), no campo da beleza, profissionais como
os cabeleireiros sofrem com o mau posicionamento corporal devido a falta de conhecimento
da ergonomia que lhes proporcionaria maior conforto e/ou melhor desempenho de suas
capacidades profissionais. A posição de trabalho que na maior parte do tempo é em pé
Acadêmicos do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. s/d.
10
11
Orientadora, Professora do curso de cosmetologia e estética da universidade da vale do Itajaí-UNIVALI, balneário Camboriú, Santa
Catarina. 2011.
73
dificulta a circulação sanguínea nas pernas, gerando edemas, e problemas futuros. Causam
dores na coluna lombar pela má postura e pelo excesso de tempo na mesma posição.
Neste sentido, reitera-se que os problemas de saúde dos cabeleireiros escovistas,
possivelmente estarão em ascensão, sendo sua prevenção e controle de interesse da saúde
coletiva.
Entende-se que esses profissionais trabalham numa postura desconfortável durante
muito tempo e que a realização de movimentos repetitivos e o uso de secador aumenta a
probabilidade de o profissional desenvolver lesão. Nesse sentido busca-se uma proposta que
venha minimizar o tempo de trabalho na posição de pé e a sobrecarga com a correção
postural.
MATERIAL E MÉTODOS
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Através do levantamento bibliográfico fica evidenciado que assumir uma postura por
tempos prolongados podem sobrecarregar as estruturas do corpo, estando ou não numa
postura correta e aliando a realização movimentos repetitivos, o uso de equipamentos pesados
como secadores, causa fadiga muscular, dor e/ou desconforto podendo levar LER/DORT e
pode influenciar para o aparecimento de varizes, muitas das vezes comprometendo a função
do membro e causando afastamento do trabalho. A fisioterapia preventiva e a ergonomia
podem contribuir para alivio da dor e como prevenção do acometimento do sistema
osteomuscular, uma vez que o profissional fisioterapeuta irar orientá-los sobre a postura
durante o trabalho, a importância das pausas durante a realização de suas atividades e a
realização de exercícios cinesioterapêuticos e alongamentos para relaxar os membros mais
utilizados primando por evita o seu adoecimento, trazendo melhoria da saúde de qualidade de
vida. Desta forma a intervenção de um programa de fisioterapia preventiva e ergonomia
74
RESULTADOS DA PESQUISA
Foram entrevistados 10 profissionais em 3 salões de beleza da cidade de Itagibá nos
dia 17 e 18 de junho de 2016, com idade que varia de 23 anos a 35 anos, dos 10 participantes
8 eram do sexo feminino e 2 do sexo masculino com uma renda mensal variável de R$ 500,00
a R$ 2.000,00, uma participante foi eliminada por possuem doença preexistente que a
desqualificaria para a pesquisa. Dos noves participantes que restaram apenas 1 fez curso de
capacitação antes de iniciar a profissão (Gráfico 1).
Quanto a localização da dor referida 34% dos entrevistados disseram sentir dor
principalmente nas mãos, punho e braços; 22% sentia dor no principalmente no pescoço; 22%
referia sentir maior dor na coluna e 22% disseram sentir dores principalmente nos pes e
pernas (Gráfico 3).
Para avaliar a intensidade da dor segundo a percepção dos profissionais foi aplicada a
escala visual da dor para avaliar com que intesidade os participantes classificavam a sua dor
anexo 1 e Gráfico 4.
76
6000%
56
5000%
4000%
3000%
22,22 22,22
2000%
1000%
0% 22%
0 56% 22%
Gráfico 7 8-10 HORAS 10-12 HORAS 12-14 HORAS
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
pesquisa, mostrando o trabalho ergonômico, para que assim as pessoas possam compreender a
importância de uma postura correta, podendo evitar problemas posturais. Lembrando que o
tratamento fisioterapêutico deve ser indicado só quando a prevenção não pode ser realizada.
Após a realização da pesquisa, colocamos para as entrevistados as seguintes propostas:
A. Atuação do fisioterapeuta do trabalho para orientação nos salões de beleza da cidade;
B. Orientação daos profissionais quanto os malefícios causados as estruturas
osteomusculares pelo excesso do tempo de trabalho e a postura inadequada durante
esse uso as atividades profissionais;
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
RESUMO
INTRODUÇÃO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
REFERÊNCIAS
AMARAL, Sueli Angelica do; CUNHA, Murilo Bastos da; DANTAS, Edmundo Brandão.
Manual de Estudo de Usuários da Informação - São Paulo: Atlas, 2015.
FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. 5. ed. [rev.] - São Paulo: Saraiva, 2006.
SCHIEL, Ulrich; TEIXEIRA, Cenidalva Miranda de Sousa. A internet e seu impacto nos
processos de recuperação da informação. Ciência da Informação. Brasília, n.1, p. 65-71;
jan./abr. 1997.
87
RESUMO
Os desafios enfrentados por jovens que adentram as universidades têm se tornado objeto de
estudo por abordar temas preocupantes relacionados a saúde mental desses indivíduos. O
presente estudo visa diagnosticar as causas de distúrbios biopsicossociais em jovens
universitários, tendo como objetivo propiciar soluções possíveis para o enfretamento do
problema. A pesquisa foi realizada na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, no
município de Jequié, através da aplicação de questionários semiestruturados. As hipóteses
levantadas foram acerca da dificuldade na transição do ensino médio para a universidade,
preocupações relacionas aos gastos das famílias a fim de mantê-los, e as atribuições geradas
pela quantidade de disciplinas e tarefas a desenvolver nos semestres. A conclusão se embasa
nos resultados obtidos, sustentando a problemática atribuída ao despreparo emocional destes
indivíduos ao se incluírem no ambiente acadêmico.
ABSTRACT
The challenges faced by young people entering universities have become the subject of study
by addressing issues of concern related to the mental health of these individuals. The present
study aims to diagnose the causes of biopsychosocial disorders in university students, aiming
to provide possible solutions for problem solving. The research was carried out at the
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, in the municipality of Jequié, through the
application of semi-structured questionnaires. The hypotheses raised were about the difficulty
in the transition from high school to university, concerns related to household spending in
order to maintain them, and the attributions generated by the number of disciplines and tasks
to be developed in the semesters. The conclusion is based on the obtained results, sustaining
the problematic attributed to the emotional unpreparation of these individuals when being
included in the academic environment.
INTRODUÇÃO
Os desafios enfrentados por jovens que adentram a Universidade têm sido motivo de
preocupação para os órgãos de Saúde Pública, uma vez que a tensão ocasionada pela transição
do ensino médio para o universitário interfere no cotidiano dos novos acadêmicos,
ocasionando na vida desses indivíduos, problemas de adaptação à nova realidade que os
tornam suscetíveis a um mal-estar psicossocial, despertando nosso interesse para realização da
referida pesquisa.
O modelo biopsicossocial amplamente difundido e pesquisado por especialistas de
diversas áreas do conhecimento tem a função de desvendar o progresso de doenças a partir de
fatores biológicos, psicológicos e sociais, respectivamente os genéticos, estados de humor,
comportamento, familiares, socioeconômicos e médicos.
Para realizar esse estudo fez-se necessário recorrermos ao conceito de saúde, que de
acordo com a Organização Mundial de Saúde, é “um estado de completo bem-estar físico,
mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade”.
(OMS, 1946). Buscou-se também o termo biopsicossocial, que abrange a totalidade do
indivíduo, sendo que tal conceito possibilita a função de desvendar o progresso de doenças a
partir de fatores biológicos, psicológicos e sociais. Associados, respectivamente a genéticos,
estados de humor, e socioeconômicos.
Adotou-se na pesquisa, a concepção de França (1996, p.12) que diz:
OS CAMINHOS DA PESQUISA
Biopsicossocial
O conceito da palavra biopsicossocial é inerente ao ser humano, visto que somos seres
vivos, característica atrelada ao biológico, e como seres humanos considerados animais
racionais, particularidade relacionada com o fato de pensarmos, somos sociais e agregado
pelas relações.
“O conceito biopsicossocial origina-se na medicina psicossomática, que propõe visão
integrada, holística do ser humano, em oposição à abordagem cartesiana, que divide o ser
humano em partes”. (Limongi – França, 1996)
“Toda pessoa é um complexo biopsicossocial, isto é, tem potencialidades biológicas,
psicológicas e sociais que respondem simultaneamente às condições de vida. Estas respostas
apresentam variadas combinações e intensidades nestes três níveis e podem ser mais visíveis
em um deles, embora todas sejam sempre interdependentes. ” (Limongi – França, 1996).
Saúde
Abordar este termo significa trazer memória histórica de como a saúde vem sendo
tratada desde o princípio da humanidade: o culto ao corpo, as doenças associadas a castigos
divinos, princípios da visão epidemiológica, surgimento de profissões e, consequentemente
90
divisão do trabalho para especializar o cuidado a saúde. Mas conceituar esta palavra entender
o indivíduo em sua totalidade.
“Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo
somente da ausência de uma doença ou enfermidade”. (OMS, 1946)
“Saúde é um direito de todos e dever do Estado. ” (CF, 1988).
Crise
A expressão “crise” provém da palavra grega krisis, que significa “decisão” e deriva
do verbo krino, que quer dizer “eu decido, separo, julgo” (Moreno, Peñacoba, González-
Gutierrez & Ardoy, 2003; Sánchez & Amor, 2005). “Crise”, ainda pode ser definida como um
estado de desequilíbrio emocional do qual uma pessoa que se vê incapaz de sair com os
recursos de afrontamento que habitualmente costuma empregar em situações que a afetam
emocionalmente (Parada, 2004).
Vivenciar uma crise é uma experiência normal de vida, que reflete oscilações do
indivíduo na tentativa de buscar um equilíbrio entre si mesmo e o seu entorno. Quando este
equilíbrio é rompido, está instaurada a crise, que é uma manifestação violenta e repentina de
ruptura de equilíbrio. Essa alteração no equilíbrio, gerada por um fracasso na resolução de
problemas que o indivíduo costuma utilizar, causa sentimentos de desorganização,
desesperança, tristeza, confusão e pânico (Wainrib & Bloch, 2000).
Ansiedade
Ansiedade não é considerada um fenômeno necessariamente patológico, mas uma
função natural do organismo, que permite que ao mesmo estar preparado, ou preparar-se para
responder, da melhor forma possível, a uma situação nova e desconhecida, bem como a uma
situação já conhecida e interpretada como potencialmente perigosa (Silva, 2010).
A ansiedade pode ser definida enquanto evento clínico, quando implica em um
comprometimento ocupacional do indivíduo, impedindo o andamento de suas atividades
profissionais, sociais e acadêmicas, abrange um grau de sofrimento considerado significativo
e também quando as respostas de hesitação ocuparem um tempo considerável do dia
(Zamignani; Bonaco, 2005).
Desse modo, elegemos para iniciação, a pesquisa bibliográfica, revisão de literatura
em dicionários, enciclopédias e textos de autores contemporâneos visando abarcar um
número de indicações e estudos que pudessem fundamentar as hipóteses levantadas, e
indicavam quais as dificuldades incluídas na transição do ensino médio para a universidade,
91
como: deficiência no ensino médio, cobranças dos familiares por aproveitamento, a questão
financeira e a quantidade de disciplinas e tarefas para desenvolver no semestre.
As hipóteses foram testadas a partir de aplicação dos questionários semiestruturados,
em que foram incluídas perguntas que possuíam relações entre saúde mental, física e a
inserção na universidade. A pesquisa foi realizada no mês de setembro com alunos da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, no município de Jequié. Foram selecionados de
modo aleatório 25 alunos distribuídos pelos 14 cursos oferecidos no campus, dentre eles,
tanto alunos moradores do município quanto advindos de outras cidades.
A análise dos relatos foi feita com intuito de abranger o significado que tem para o
jovem a entrada na universidade, bem como as causas e consequências dos distúrbios
biopsicossociais em jovens universitários e as propostas de metas e ações que possam
minimizar os efeitos causados por questões que possivelmente e no futuro próximo sejam
solucionadas.
RESULTADO E DISCUSSÃO
O esforço, geralmente acompanhado de crises e conflitos de vários estudantes para
adentrar as universidades tem sido objeto de estudo, com intuito de entender as condições
psicológicas as quais os jovens são expostos, entretanto há ainda certo tabu ao tratar de saúde
mental, o que suscita aspecto negativo sobre o tema.
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
REFERÊNCIAS
CARLETO CT, Moura RCD, Santos VS, Pedrosa LAK. Adaptação à universidade e
transtornos mentais comuns em graduandos de enfermagem. Rev. Eletr. Enf. [Internet].
Disponível em: http://doi.org/10.5216/ree.v20.43888.
RESUMO
ABSTRACT
(Use of educational software in the rehabilitation of child athletes). This research deals
with humanization in health, and how the sociocultural aspects present in daily life can be
worked in the areas of Humanities and Social Sciences in order to maintain a health care
planning. An approach justified by the intensity of the theme has been promoted by health
organizations in Brazil, considering that, besides looking biomedical, other views can be
scaled to the rights of consumers. The objective is to know what is the perception of
physiotherapy students, freshmen and graduates, who have about humanization in health and
its relationship with humanities disciplines in the curriculum. The present study was
conducted from August to September 2019. This is a descriptive study of a qualitative nature.
A semi-structured questionnaire containing four questions was applied. The collected data
were analyzed according to Bardin's perspective. The results revealed that students have
difficulty in relating a humanization in health with humanities disciplines present in the
curricular series of the referred course, suggesting a reorganization in the focus given to these
disciplines, to better approach or student the humanized reality of care, order to include as
guidelines of the Unified Health System.
Key-words: Humanization; Health, Fisioterapy, Trasncultural.
94
INTRODUÇÃO
Visando promover um ensino menos tecnicista e mais focado no ser humano em sua
integralidade no curso de fisioterapia, é sugerido pelo Ministério da Educação por meio das
diretrizes curriculares do referido curso o seguinte:
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dentre as respostas obtidas, chama atenção para a frequência que surge o conceito de
humanização que se relaciona com o de saúde holística, definido como, uma visão em saúde
que busca considerar o paciente como um todo, não dissociando o corpo físico do corpo
espiritual, e observando assim, os vários fatores que podem influenciar o ser/ter saúde.
(Pitombeira, Xavier, Barroso & Oliveira, 2016)
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
REFERÊNCIAS
MEYER, P. F.; COSTA, I. do C. C.; GICO,V. de V.: Ciências sociais e fisioterapia: uma
aproximação possível. História, Ciências, Sade. Manguinhos: Rio de Janeiro, v. 13, n. 4, p.
877-90, out.-dez. 2006.
Angeli Souza de Jesus, Maíra Santana Santos, Mariana Alves dos Santos*
1,2,3 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, acadêmica do curso de Fisioterapia,
Campus de Jequié.
RESUMO
A proposta de estudo ora apresentada visa abordar aspectos e questões que abrangem desde os
serviços oferecidos que norteiam o Programa de Saúde Humanizada PNH no SUS –
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE, e suas repercussões segundo a visão do usuário atendido. As
indagações levantadas dizem respeito ao tipo de atendimento previsto, e a configuração dos
profissionais que atendem de acordo com as propostas das políticas públicas desde a
implantação da modalidade. Dessa maneira, utilizamos o conhecimento prévio para identificar
os pressupostos que cercam a questão, bem como afirmar considerações que serão testadas
com o decorrer da pesquisa. Com objetivo de agregar conhecimentos relacionados aos
desafios e benefícios da Politica Nacional de Humanização (PNH) no município de Jequié,
procuramos discernir o conhecimento da comunidade quanto aos modos de atendimento as
políticas públicas previstas. Além disso, é importante pontuar a contribuição das Ciências
Sociais na formação dos profissionais de saúde para construção de uma inter-relação pessoal
entre profissional e usuário do sistema, e para tanto, empregamos metodologias de revisão de
literaturas, pesquisas bibliográficas, e a elaboração de questionários aplicados aleatoriamente
a sujeitos da pesquisa no município para a consecução do estudo. Esses procedimentos
tiveram como finalidade testar hipóteses e obter referencial que pudesse corroborar ou refutar
os precedentes da situação atual da questão. As considerações preliminares indicam que a
avaliação do sistema apesar de inúmeras queixas quanto ao atendimento, falta de preparo para
a humanização o acolhimento de pessoas que necessitam desse amparo, longos tempos de
espera em filas e deficiências de recursos físicos e materiais, pode ocorrer. Pela privação dos
meios de acesso aos princípios básicos sobre o PNH por parte dos pacientes e profissionais
que promovem a saúde.
INTRODUÇÃO
Já com base em uma perspectiva oposta o sistema de saúde vem cumprindo seus
princípios e satisfazendo os usuários, de acordo com o ponto de vista do entrevistado 10,
“Acredito que o sistema em si é humanizado, principalmente em relação aos seus princípios e
diretrizes, mas existem alguns profissionais ou situações que não favorecem a humanização.”
(C.S.A. estudante, 19 anos).
Quando utilizamos o termo humanização, precisamos ter conhecimento sobre o seu
significado que é o ato ou efeito de tornar-se benévolo ou mais sociável. Politica Nacional de
Humanização foi instituída em 1999 na assistência hospitalar, com o objetivo de respeitar as
singularidades tanto do paciente como do profissional, aceitando os limites de cada um e
melhorando a convivência. O Humaniza SUS existe desde 2003 para efetivar os princípios do
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SUS no cotidiano das praticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e
incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários. A PNH deve estar
presente e inserida em todas as politicas e programas do SUS.
UM PROGRAMA DE HUMANIZAÇÃO
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
SUMÁRIO
Apresentação 8