Willie Maurer
Willie Maurer
Willie Maurer
Willie Maurer
vida, obras e contribuições para
o ensino da Matemática no Brasil
editora ifg
Neste livro,
são reconstituídas a história
do professor/educador Willie
Maurer e suas contribuições
para o ensino de Matemática
no Brasil. Apresenta-se o
resultado de uma investigação
aprofundada a respeito da
dimensão pessoal e profissional
desse professor/educador no
contexto social, identificando
suas produções, tanto as
publicadas quanto as não
publicadas, e mapeando
os desdobramentos de sua
atuação profissional por meio
da análise de documentos
pessoais e institucionais,
fotografias, publicações e
entrevistas. Pretende-se que
este livro divulgue para a
comunidade acadêmica quem
foi Willie Maurer, compondo
uma forma de homenagem,
reconhecimento e divulgação
do trabalho por ele realizado.
Espera-se também que possa
servir de referência para
trabalhos cuja temática abranja
a formação de professores.
Willie
Maurer
vida, obras e contribuições para
o ensino da Matemática no Brasil
CIÊNCIAS DA
NATUREZA
Willie Maurer
Vida, obras e contribuições para
o ensino da Matemática no Brasil
Os textos assinados, no que diz respeito tanto à linguagem quanto ao conteúdo, não
refletem necessariamente a opinião do Instituto Federal de Goiás. As opiniões são de
responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.
ISBN 978-65-99089-71-8
CDD 925.1
Catalogação na publicação:
Maria Aparecida Andrade de Oliveira Tsu – CRB1/1604
Editora IFG
Prefácio7
Introdução11
Entrevista 25
Fotografia 29
Documentos históricos 31
Autobiografia 34
Discursos 78
Artigos 82
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória
de Willie Maurer 111
C
omeço este prefácio com uma referência a um poema de Ber-
tolt Brecht para caracterizar a atuação do professor Glen Cézar
Lemos na história da Matemática e da Educação Matemática
de Goiás: os homens imprescindíveis são aqueles que lutam a
vida toda. Além de ter contribuído para a formação de alunos nos diversos
níveis de nosso ensino em sua vida acadêmica, com seu valioso trabalho
diário como professor do Instituto Federal de Goiás e da Pontifícia Uni-
versidade Católica de Goiás, ele produziu, com sua tese de doutorado, aqui
transformada em livro, uma preciosa síntese dessa história, apresentando
a gênese de uma geração de professores de Matemática.
Considero sua pesquisa de doutorado um ato político, que se posiciona
em defesa da Educação Matemática de nosso estado e, tendo como núcleo a
vida e a obra do professor Willie Alfred Maurer, descreve fatos que nos aju-
dam a entender o movimento histórico dessa área do conhecimento.
O projeto de escrever sobre a vida do professor Maurer era antigo e foi
aventado por outros professores. A efetivação do trabalho, contudo, exigia
disciplina, fôlego, tempo e motivação. No ano de 2005, no VI Seminário de
História da Matemática, promovido em Brasília pela Sociedade Brasileira
de História da Matemática, manifestei a intenção de realizar esse trabalho
quando expus o pôster intitulado “Willie Alfred Maurer, vida e obra”. Na
ocasião, notei que a pesquisa não seria fácil por perceber que o desvenda-
mento de fatos importantes relacionados ao Maurer requereria uma inves-
tigação profunda, a qual implicaria um preparo teórico específico, além da
busca por informações que não estavam concentradas em um lugar apenas.
Durante meu doutoramento no câmpus de Rio Claro/SP da Univer-
sidade Estadual Paulista, conversei com o professor Irineu Bicudo sobre a
possiblidade de orientar o professor Glen Cézar Lemos no desenvolvimento
dessa pesquisa. Com a aceitação do professor Irineu, tudo se acertou de-
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
8 o ensino da Matemática no Brasil
Duelci A. de F. Vaz
COORDENA O NÚCLEO DE ESTUDO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA (NEPEM/IFG)
GOIÂNIA, SETEMBRO DE 2019.
Introdução
N
este livro, são reconstituídas a história de um professor/educa-
dor e suas contribuições para o ensino de Matemática no Brasil.
Para tanto, apresenta-se o resultado de uma investigação apro-
fundada a respeito da dimensão pessoal e profissional desse
professor/educador no contexto social, identificando suas produções, tan-
to as publicadas quanto as não publicadas, e mapeando os desdobramentos
de sua atuação profissional por meio da análise de documentos pessoais e
institucionais, fotografias, publicações e entrevistas. A exposição se desen-
volve, assim, como foco em duas vertentes: o homem e sua obra.
O Grupo de Pesquisa em História da Matemática (GPHM) tem se dedi-
cado à história de instituições e de pessoas que participaram, de modo sig-
nificativo, no desenvolvimento da Matemática no Brasil. Desse modo, ao
associar a História à Educação Matemática, entende-se que “a Matemática
não se limita a um sistema de regras e verdades rígidas, mas é algo humano
e envolvente” (BARONI; TEIXEIRA; NOBRE, 2004, p. 167), o que possibilita a
pesquisa de personagens históricas como Willie Alfredo Maurer.
Johann Gustav Droysen (1863 apud LORIGA, 2011, p. 14) escreveu,
em 1863, que, se chamássemos A o gênio individual, a saber, tudo o que
o homem é, possui e faz, então esse A seria formado por a+x, em que a
conteria tudo o que lhe vem das circunstâncias externas, de seu país, de
seu povo, de sua época etc. e em que x representaria a sua contribuição
pessoal, a obra da sua livre vontade. Ao abordarmos o A correspondente
a Willie Maurer, daremos especial ênfase ao pequeno x, tomando por
base a reflexão destes autores: Burke (1991, 2000, 2002, 2008), Char-
tier (2009), Chizzotti (1991), Dosse (2009, 2012), Ginzburg (1991),
Loriga (2011), Minayo (1996, 1993), Pinsky (2009, 2011), Poupart (2010),
Revel (1998), entre outros.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
12 o ensino da Matemática no Brasil
A revista fundada por eles, Annales d’Histoire Économique et Sociale, fez críti-
cas implacáveis a historiadores tradicionais. A exemplo de Lamprecht, Turner
e Robinson, Febvre e Bloch, opunham-se ao predomínio da história política.
Ambicionavam substituí-la por algo a que se referiam com uma “história mais
ampla e mais humana”, que abrangeria todas as atividades humanas e esta-
ria menos preocupada com a narrativa de eventos do que com a análise das
“estruturas”, termo que, desde então, se tornou o preferido dos historiadores
franceses da chamada “Escola dos Annales”. (BURKE, 2002, p. 30).
outro, à demanda por uma nova antropologia, em razão dos apelos vindos
de vários setores para aprimorar o conhecimento sobre a vida cotidiana.
As teorias sociais voltadas para as explicações macroestruturais não
davam conta dos problemas, das tensões e dos conflitos que tomam lugar
na dinâmica da vida cotidiana, mostrando-se, portanto, “impotentes para
compreender e satisfazer esta necessidade de uma hermenêutica social do
campo psicológico individual” (FERRAROTTI, 1988, p. 20). Nesse contexto,
o método biográfico apresentou-se como alternativa para fazer a mediação
entre as ações e a estrutura, entre a história individual e a história social.
Dosse (2009) esclarece que, influenciada pela produção italiana dos
anos 1980, a discussão historiográfica da segunda geração dos Annales
abriu outra frente de trabalho. Nessa época, nascia uma coleção da edi-
tora Einaudi, dirigida por Carlo Guinzburg, Edoardo Grendi, Carlo Poni e
Giovanni Levi, intitulada Microstorie. Ao longo da década, essa editora e as
obras por ela publicadas ajudaram a consolidar os conceitos desta que pas-
sou a ser uma importante abordagem: a Micro-História, que, contudo, não
se resumiu ao que está presente nessa coleção de livros. Pelo contrário,
adquiriu certa autonomia e passou a apresentar características singulares
a cada estudioso que a utilizou, tanto por sua proposta interdisciplinar
quanto por sua constituição como método.
Surgida sob a influência dos Annales, a Micro-História foi um dos
exemplos mais convincentes de oposição aos métodos tradicionais de in-
vestigação e à concepção corrente da História, a História dos grandes feitos.
Seu desenvolvimento favoreceu até um rompimento com as tradicionais
barreiras disciplinares, abrindo espaço para a pesquisa interdisciplinar. Con-
forme Burke (1991, p. 11), as diretrizes dadas pelos Annales propunham,
individual. Sobre isso, Loriga (1991 apud DOSSE, 2009, p. 258) defende o
ponto de vista da pluralidade na biografia:
permitiu, então, a abordagem histórica pelo foco num indivíduo, seja ele
ilustre ou desconhecido. Wachtel (2001 apud DOSSE, 2009) reitera que isso
é possível, pois os destinos individuais estão situados em diversas redes
que se cruzam: a casa e a família, o espaço regional, o universo espiritual,
os fatos de uma época.
Segundo Le Goff (1996 apud DOSSE, 2009), a biografia individual ou
coletiva implica o estudo de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos
que representam uma classe social, uma profissão, uma fé ou crença, desde
que se defina, previamente, a estrutura social a que pertencem. Pode-se
igualmente examinar a maneira pela qual as crises de um indivíduo com-
plexo refletem as tensões de uma época, e como as soluções pessoais do
conflito fazem eco às transformações de uma cultura, apropriando-se ou
impregnando-se delas.
Assim, o indivíduo é, ao mesmo tempo, ator crítico e produto de sua
época. Seu percurso ilumina a história por dois ângulos distintos: um,
explícito, pela iniciativa voluntária do observador que propõe uma aná-
lise da sociedade na qual o personagem está inscrito, e o outro, implícito,
avaliado no percurso do personagem que ilustra, por sua vez, as tensões,
os conflitos e as contradições de um tempo, todos essenciais para a com-
preensão do período. Neste caso, o indivíduo encarna, ele mesmo, tais ten-
sões (DOSSE, 2009).
Dosse (2009) afirma que, como escritor de biografia, o historiador
se dirige a um público que aguarda uma narrativa de acontecimentos
encadeados e uma intriga codificada por fatos interpretados. A estrutu-
ra do gênero biográfico apresenta, assim, uma característica essencial: os
eventos contados pela narrativa do historiador provêm de documentos e
não da imaginação.
Nesse campo, o estudo de um pequeno evento, circunscrito histori-
camente no tempo e no espaço, como é o caso da história de vida de Willie
Maurer, permite a compreensão, numa análise em escala microscópica, de
uma realidade mais ampla. A fim de compor essa Micro-História, a pesqui-
sa pode ser realizada utilizando os vários tipos de fontes.
História e biografia 23
Fontes históricas
Entrevista
Não é raro ouvir dizer que dirigir uma entrevista é uma arte. Ainda que exis-
tam divergências sobre o que implica essa arte, não resta dúvida de que a
entrevista, pouco importa sua forma, sempre foi considerada como um meio
adequado para levar uma pessoa a dizer o que pensa, a descrever o que viveu
ou o que viu, ou aquilo de que foi testemunha. Há, certamente, uma espécie
de convicção de base, de que, idealmente, uma boa entrevista deveria permi-
tir que o entrevistado se reporte satisfatoriamente, e que aquilo que ele diz
seja considerado, segundo as posições epistemológicas dos pesquisadores,
como uma história verdadeira, uma reconstrução da realidade ou uma mera
encenação desta. (POUPART, 2010, p. 227).
É este que se expressa, mas sua voz carrega o tom de outras vozes, refletindo
uma realidade de grupo, gênero, etnia, classe, momento histórico e social.
A entrevista dá voz ao interlocutor para que ele fale do que está aces-
sível à sua mente no momento da interação com o entrevistador, em um
processo de influência mútua, e produz um discurso compartilhado pelos
dois atores: pesquisador e participante. Para Alberti (2005, p. 102), a en-
trevista deve ser
As entrevistas livres são feitas através de um relato oral que coleta informa-
ções em que o interlocutor desenvolve suas ideias quase sem interferência
do entrevistador. Tem-se uma narrativa que segue uma sequência em fun-
ção do que e como o sujeito recorda, da seleção que ele faz de acontecimen-
tos e pessoas a ele relacionadas e do que ele pretende relatar. (FERNANDES,
1991 apud ROSA; ARNOLDI, 2006, p. 31).
Fotografia
Documentos históricos
Ação da mão sobre papeis, sobre telas, sobre pedras e onde mais for pos-
sível deixar traços, a escrita registra, inventa e conserva sempre mais ou
menos, ao contar, muitos atos da experiência humana. Como ferramenta
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
32 o ensino da Matemática no Brasil
Autobiografia
Havia nas vizinhanças, além dos italianos, uma família de espanhóis, uma
família de russos, um polaco, um francês, um americano, um alemão dege-
nerado, uma família de matutos e mesmo um quilombo de negros, sem falar
nos portugueses e turcos que moravam na vila. Só não conheci japoneses e
judeus. (MAURER, [199-], p. 2).
Em Nova Odessa, que era a vila mais próxima, havia uma colônia de
letões batistas, refugiados da Rússia, com os quais sua família estabeleceu
relação logo cedo.
Sua lembrança mais antiga é a do trabalho, que começava às seis ho-
ras da manhã com a ordenha das vacas no curral. Seu salário era o leite to-
mado direto da teta da vaca com torrões de açúcar mascavo. Enquanto ele
e seus dois irmãos mais velhos ordenhavam as vacas, sua mãe preparava o
café da manhã, sempre acompanhado de mingau de fubá. O ritmo de tra-
balho continuava até a noite. Ele, por ser o caçula, era o mais poupado e se
tornou mensageiro do pai. Sua obrigação era ir até a vila em seu cavalo de
estimação para buscar a correspondência e despachar a manteiga e os ovos
que seu pai fornecia a dois fregueses de São Paulo. Entre outras tarefas, ele
tinha que pôr em um envelope a correspondência e postá-la. Aconteceu
uma vez de ele trocar a correspondência, de modo que um freguês recebeu
a do outro. Fato que ele nunca esqueceu: “pode se imaginar a carraspana
que eu recebi, mas o meu remorso foi maior do que a carraspana e o fato
nunca mais se repetiu” (MAURER, [199-], p. 5).
Outro fato de que Maurer se recorda foi o seu primeiro e único tom-
bo do cavalo. O seu segundo cavalo era “passarinheiro” e ele não sabia. “Eu
vinha em um galope desabrido e despreocupado quando, ao passar por
um brejo, um passarinho espevitado levantou voo e meu cavalo fez um
rodopio de 180º e eu fui atirado ao chão, felizmente caí sobre os pés, como
gato” (MAURER, [199-], p. 5).
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
38 o ensino da Matemática no Brasil
1 “Cabriolé (do francês cabriolet) é uma carruagem leve de duas rodas, puxada por um cavalo.”
(CABRIOLÉ, 2019).
2 Huguenote é a denominação dada aos calvinistas franceses pelos seus inimigos nos sécu-
los XVI e XVII.
A vida de Willie 39
3 Júlia Valentim da Silveira Lopes de Almeida (1862–1934) era escritora, com vasta produ-
ção literária e abolicionista brasileira. Viveu parte da infância em Campinas/SP.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
40 o ensino da Matemática no Brasil
7 Originária da Escola Alemã, a Neue Deutsche Schule, era ligada à comunidade luterana de
Campinas/SP, fundada pelo pastor luterano Johann Jacob Zink, que viera para o Brasil em
1869, e posteriormente foi incorporada pela Deutsche Schule, passando a ser administrada,
sucessivamente, por Carlos Cristóvão Zink e Ernesto Manuel Zink, respectivamente filho e
neto de Johann.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
42 o ensino da Matemática no Brasil
8 O Instituto Bento Quirino foi uma instituição de ensino profissional masculino que fun-
cionava em um prédio da região central de Campinas/SP, construído em 1916 e preservado
até hoje. Posteriormente, passou a ser o Ginásio Industrial Bento Quirino, atualmente Colé-
gio Técnico de Campinas (Cotuca), subordinado à Unicamp.
A vida de Willie 43
9 João Ribeiro (1860–1934) foi um tradutor admirável e filólogo distinto. Publicou três gra-
máticas da língua portuguesa, as quais, correspondentes aos três graus do ensino da língua
— primário, médio e superior —, foram adotadas no ensino oficial da época.
10 Antonio Bandeira Trajano (1843–1921) foi um professor e autor de livros didáticos de
Matemática e membro da comissão tradutora da Bíblia. Natural de Portugal, veio ao Brasil por
volta de 1859, transformando-se em um dos fundadores da Igreja Presbiteriana de São Paulo.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
44 o ensino da Matemática no Brasil
11 A Reforma Rocha Vaz aconteceu em 1925. De acordo com Corrêa (2010, p. 361), “durante seis
anos a reforma tentou romper com a ideia dos preparatórios ou parcelados, deixando, como única
opção educativa, o modo de ensino seriado, além de forçar a continuidade e a articulação dos
estudos obrigatórios com duração de 5 anos no secundário. [...] Essa reforma, no entanto, não foi
totalmente aplicada, pois em 1929 ainda existiam escolas com exames preparatórios, sem currí-
culo definido. Visou a moralização do ensino, não tendo nenhum sentido inovador. Foi mais uma
reforma com características administrativas, tal como as demais que caracterizaram a época.”
12 William Anthony Granville publicou o livro Elements of the differential and integral cal-
culus em Boston, nos Estados Unidos, no ano de 1911.
A vida de Willie 45
Nessa época, Maurer conheceu Luiz de Freitas, que, até falecer, foi
seu amigo inseparável por 30 anos. O Freitas, como costumava chamá-lo,
não dispunha de nenhum diploma de curso superior, mas, por sua sede de
saber, apresentava uma imensa formação enciclopédica. Chegou à escola
para ser professor de Português e História do Brasil. Tornaram-se ami-
gos graças a uma afinidade espiritual centrada no apreço pela cultura. Eles
saíam da escola ao término das aulas e percorriam as livrarias e sebos que
ficavam no começo da Rua da Glória, em São Paulo. Era raro o dia em que
voltavam para casa sem um pacote de livros. Tão habitual era esse passeio
que os dois eram conhecidos como “a dupla”. Quando, por acaso, um apa-
recia sozinho, logo perguntavam onde estava o companheiro.
Em 1930, Willie Maurer casou-se com uma lituana, cujo nome era
Apolônia, mas a chamavam de “Pola”. Eles se conheceram na pensão de
Dona Emília, uma letã vinda de Nova Odessa. Apolônia mudou-se para o
Brasil com o pai, que, boêmio e aventureiro, emigrou em busca de fortuna
fácil, mas, malsucedido, morreu na indigência.
O casamento de Willie e Pola perdurou por 44 anos, até 23 de abril
de 1975, quando um câncer a levou aos 69 anos.
A vida de Willie 47
Ela começou a ter um problema de estômago, mas ela relutava muito para
ir ao médico, pois ela tinha um trauma de guerra, em relação a hospital,
trazido da Europa, tanto é que a Silvia nasceu em casa, ela não quis ir para
maternidade. Devido a essa relutância, seu problema gástrico foi piorando,
foi complicando, a gente insistia com ela para que buscasse tratamento e ela
acabou procurando um médico especialista, ele tirou as “chapas”, examinou
e então disse que era simples e que ia operá-la, mas ela continuou relutando,
relutando... e a coisa começou a piorar porque a comida já não parava no es-
tômago e então não teve jeito, ela voltou ao médico. Era um grande médico
na época e, se não me engano, seu nome era Dr. Raissen e ele disse pra ela ir
para o Hospital Albert Eisntein, que era onde ele ia operá-la e pronto. Só que
ele falou tudo isso, baseado em todos os laudos que ele tinha feito há cinco
ou seis meses atrás, aí quando chegou no hospital para realizar a cirurgia,
estávamos no quarto, eu, a Silvia e o Willie. Foi quando veio uma enfermeira
pedindo para descermos na sala de operação. Descemos os três e o Dr. Rais-
sen chegou e disse “olha, infelizmente em decorrência desses cinco meses, a
coisa que era pequena explodiu e se tornou um câncer que tomou conta de
tudo, então não tem mais possibilidade de nada, agora é só uma questão de
tempo para ela morrer”. Como ele sabia da dificuldade dela para ir ao hospi-
tal, falou: “eu agora não sei o que vocês decidem, eu posso mantê-la sedada,
e ela não vai sentir dor, não vai acordar e, após um periódo de tempo, ela
morre ou deixo-a normal, mas, nesse caso, ela vai sentir muitas dores, enfim
vocês decidam.” O Maurer ficou desolado, muito atrapalhado, sem ação ne-
nhuma e a Silvia também. Foi quando interferi e falei “olha, ela tinha pavor
de hospital, mas ela vai sofrer, então deixa ela sedada, dormindo quietinha e
pronto”. Fizeram isso e em 48 horas ela morreu. (LANE, 2012a, p. 8).
diploma universitário, sua mulher sabia apreciar seu afã pela cultura.
Ela conhecia diversas línguas, inclusive o alemão, que era a língua em que
se comunicavam. Só aprendeu o português por força das circunstâncias,
quando sua filha Silvia começou a dominar a conversa no lar.
Com a Revolução Constitucionalista de 1932, a Escola Superior
de Mecânica e Eletricidade (Esme) entrou em crise, porque os alunos
convocados para a guerra se recusaram a pagar as mensalidades atrasadas.
Em razão disso, ela foi transformada no Instituto de Tecnologia de Sâo
Paulo, conforme descrição na Figura 6.
De volta à sua vida social, Maurer afirma que, para reforçar o or-
çamento doméstico, teve de lecionar em escolas noturnas de comércio,
dentre as quais destaca a Escola de Comércio de Bernardo Leite da Silva.
Menciona que, a pedido deste, proferiu uma palestra no dia da Consti-
tuição, em 24 de fevereiro de 1930: “O que eu disse não me recordo, mas
parece que causei boa impressão porque fui sempre constitucionalista”
(MAURER, [199-], p. 25). Relata ainda que seu maior desejo à época era ser
revisor de jornal. Chegou a receber várias apresentações do senhor Plínio
Salgado, quando ainda não era “chefe nacional” do partido político Ação
Integralista Brasileira (AIB). Contudo, nada conseguiu nesse terreno e ja-
mais ingressou no jornalismo; apenas escreveu alguns artigos para o Cor-
reio Paulistano e para a Gazeta de São Paulo.
O então vice-presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie, dou-
tor Eduardo Horácio Weeden — quem, efetivamente, dirigia o Instituto
— ofereceu a Maurer algumas aulas de Álgebra e Geometria na recém-
-criada Escola Técnica do Mackenzie. Segundo Maurer ([199-], p. 30),
tamanha era minha penúria que precisei deixar minha mulher e filha (nas-
cida em 1933), em casa de meus pais, em Campinas, por algum tempo. Mas
logo as coisas melhoraram com o aumento do número de aulas.
entre os patrioteiros da terra que achavam que havia aqui gente su-
ficientemente capacitada para ocupar as cátedras, o que certamente
era excesso de pretensão” (MAURER, [199-], p. 25). Para Matemática e
Física, foram contratados três professores italianos: Luigi Fontappié para
Análise, Giácomo Albanese para Geometria e Gleb Wataghin para Física.
Maurer e seu irmão Theodoro Henrique, que lecionavam em uma depen-
dência da Mackenzie, se interessaram pela nova instituição, mas nenhum
dos dois tinha certificado do Colégio Oficial, requisito indispensável para
ingressar na faculdade.
Naquela época, havia o Exame de Madureza, cujo objetivo era aten-
der os estudantes que não podiam frequentar o ginásio. Anualmente du-
rante três anos, os interessados prestavam exames em um ginásio reco-
nhecido. Maurer e seu irmão se prepararam em casa por conta própria. Em
1936, prestaram os primeiros exames no Ginásio Ypiranga. Aprovados,
prestaram o segundo exame em 1937 e o terceiro em 1938. Concluíram
o Exame de Madureza em janeiro de 1938 e se inscreveram no vestibular
da USP, que seria realizado em fevereiro do mesmo ano. Sua inscrição foi
para Matemática e a de seu irmão para Letras. O vestibular constava de
quatro disciplinas: Matemática, Física, Lógica e Sociologia. Ambos foram
aprovados “com distinção”. Era oferecida uma bolsa de estudos para os
candidatos aprovados com nota igual ou superior a 7. Embora preenchesse
esse requisito, não pôde ser beneficiado com a bolsa porque não era bra-
sileiro nem naturalizado. Explica que não se naturalizou em razão de uma
lei que obrigava todo estrangeiro com menos de quarenta anos a cumprir
um ano de serviço militar, o que ele não poderia fazer por ter esposa e fi-
lha. Afirma ainda que sua carreira na faculdade não foi das mais brilhantes
por ter de trabalhar para sustentar a família.
dizendo que ele vivia com livros, era no sábado, domingo e feriado, não tinha
nada que o afastasse dos livros, estava sempre estudando. (LANE, 2012a, p. 5).
13 Gleb Vassielievich Wataghin foi um físico ucraniano, naturalizado italiano, nascido na
cidade de Birsula. Foi um líder científico que deu grande impulso às pesquisas no Brasil.
Professor e pesquisador em Física na USP, foi tutor de, entre outros, César Lattes, Oscar Sala,
Mário Schenberg, Roberto Salmeron, Marcelo Damy de Souza Santos e Jayme Tiomno. O
Instituto de Física Gleb Wataghin, da Unicamp, foi nomeado em sua homenagem.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
52 o ensino da Matemática no Brasil
Aceitei e desde então nos tornamos grandes amigos. Tanto era sua deferên-
cia para comigo que um belo dia me propôs uma sociedade incomum: ele
entrava com tudo e eu com nada. Graças a esta generosidade ímpar, eu con-
segui comprar minha casa em 1950. (MAURER, [199-], p. 32).
quem adorava o sítio, na verdade, era a sua mulher, a Pola. Ela trabalhava,
plantava, fazia coisas, mexia e tudo mais. Ele chegava no sítio e ficava estu-
dando... (risos). Era sempre a Matemática a preferida da história toda. Mas
ele também gostava de fazer as coisas tipo ele mesmo construir a casa. Ele
comprou o sítio em um acerto com parentes e lá não tinha casa, só tinha uma
casa do caseiro, um casebre de pau-a-pique e ele resolveu construir a casa,
então eu ajudei muito, quer dizer (risos) a gente ia derrubar árvore lá no
mato para fazer o telhado, assentar os tijolos com barro, enfim montamos a
casa todinha, então essa parte ele gostava de fazer. Ele montou um carneiro
mecânico para bombear água de um córrego, que passava na parte baixa,
no fundo do sítio, para uma caixa situada na parte alta da propriedade pra
depois distribuir para a casa. Ele estudava a parte de melhor aproveitamento
de tudo. Também montamos lá no sítio, eu e ele, um moinho de vento para
bombear água de um poço, carregar baterias. Quer dizer, ele gostava muito
de todas essas coisas e o resto era ler Matemática, estudar Matemática.
Não posso deixar de falar nas greves repetidas dos alunos da Engenharia.
Quase sempre os alunos tinham uma boa dose de razão, sobretudo quando
se revoltavam contra mestres incompetentes. Em uma dessas greves, a mais
acirrada e demorada, os alunos vieram me procurar para servir de mediador
entre eles e o CTA da Escola (Centro Técnico Administrativo). Embora de má
vontade, o CTA cedeu, mas minha missão fracassou. Como último recurso,
apelaram para Brasília, que enviou um emissário cujo nome não me lembro,
que, mediante promessas que não seriam cumpridas, conseguiu conciliar o in-
conciliável e a greve terminou sem que nada mudasse. (MAURER, [199-], p. 40).
14 Por meio de convênio com a Secretaria de Educação, Sangiorgi obteve a liberação de ponto
para a participação de 25 professores da rede pública. Essa atividade abriu caminho para a cria-
ção, aos moldes do School Mathematics Study Group, dos EUA, do GEEM, em outubro de 1961.
A professora Renate Gompertz Watanabe guarda, em seu acervo pessoal, o diploma recebido no
curso. Nele consta “Curso de Especialização em Matemática”, com aprovação nas provas e nos
trabalhos exigidos, nas disciplinas de “Lógica Matemática e Aplicações”, “Teoria dos Conjuntos”,
“Álgebra Moderna” e “Seminários de Ensino de Matemática”. Assinam o documento o reitor da
Universidade Mackenzie, Henrique Thut; o diretor da Faculdade de Filosofia, Willie Maurer; o
professor George Springer, da Universidade de Kansas (EUA); o professor Osvaldo Sangiorgi, da
Universidade Mackenzie, e os professores Luiz Jacy Monteiro e Alésio De Caroli, ambos da USP.
15 João Batista Damasco Penna foi professor do Colégio Universitário anexo à USP, da Uni-
versidade Mackenzie e do Colégio Rio Branco em São Paulo. Foi o diretor da coleção Atuali-
dades pedagógicas, da Companhia Editora Nacional. Fizeram parte dessa coleção os livros do
intelectual cubano Alfredo Miguel Aguayo.
16 Francisco Antônio Lacaz Netto nasceu em 6 de fevereiro de 1911 na cidade de Guaratin-
guetá/SP. Graduou-se em Farmácia em 1929 e em Engenharia Geográfica em 1932 pela Escola
Politécnica da USP e em Matemática em 1936 pela FFCL, também da USP. Foi professor em
diversos colégios na cidade de São Paulo e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
na Universidade Mackenzie, na USP e na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” (Unesp). Em 1950, ingressou no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde foi
professor adjunto, titular, conferencista e professor emérito. Também foi reitor do ITA de
1966 a 1973. Escreveu 25 livros e diversos artigos e monografias sobre Matemática.
A vida de Willie 57
20 Orlando Ferreira de Castro, natural de Buriti Alegre/GO, fez o curso primário em sua
cidade natal e o Curso Ginasial e Científico no Colégio Dom Bosco, em Goiânia, no período de
1944 a 1951. Concluiu o curso superior na Escola de Engenharia do Brasil Central em 1959.
Foi professor na Escola de Engenharia e na Faculdade de Artes Visuais da UFG.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
60 o ensino da Matemática no Brasil
União Estadual dos Estudantes, ele foi escolhido como presidente de uma
entidade informal chamada de Frente Universitária Pró-Ensino Federal.
Nessa assembleia, foi pronunciado, pela primeira vez entre os estudantes
presentes, o nome Universidade Federal de Goiás.
A partir da instalação da Frente, iniciou-se uma enorme campanha
pela criação da Universidade, o que incluiu visitas a instituições, autorida-
des e pessoas influentes com o objetivo de obter apoio para a causa. Nessa
época, a Escola de Engenharia do Brasil Central tinha cerca de 40 alunos.
Apesar de pequena, a turma lutou muito pela federalização, que era vista
como a salvação da crise instalada na escola. Para reforçar o movimento, a
Frente buscou o apoio da Faculdade de Farmácia e Odontologia e também
da Faculdade de Direito de Goiás. Esta última, por sua grande quantidade
de alunos e pela própria característica do curso, uniu-se ao movimento.
A participação dos alunos foi intensa. Promoveram comícios, toma-
ram parte em debates, fizeram várias viagens ao Rio de Janeiro e a Brasília,
confeccionaram diversas faixas e as fixaram pelas ruas de Goiânia e, prin-
cipalmente, deram imenso apoio ao professor Colemar Natal e Silva21, que
tinha aderido ao movimento estudantil. Integrava a campanha o aluno
da Faculdade de Farmácia Manoel Berilo, que, amigo do deputado federal
Gerson de Castro Costa, solicitou ao congressista respaldo no sentido de
propor o projeto de lei que criaria a UFG. Costa se comprometeu com uma
comissão de alunos a apresentar o projeto, o que ocorreu em junho de
1959, provocando uma grande movimentação na comunidade estudan-
til goiana. No ano seguinte, o então presidente da República, Juscelino
Kubitscheck, sancionou a criação da UFG por meio da Lei n. 3.834-C.
Quanto à criação e ao desenvolvimento do IMF, o professor Juarez
Milano relatou, em seu pronunciamento na comemoração dos 23 anos do
21 Colemar Natal e Silva nasceu em Niquelândia/GO no dia 24 de agosto de 1907. Fez o es-
tudo primário na Cidade de Goiás e o ginásio no Colégio Lyceu de Goiás. Fez o curso jurídico
na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Foi professor na Faculdade de Direito de Goiás e
secretário da comissão encarregada de escolher o local para a edificação de Goiânia. Fundou
a Academia Goiana de Letras e a Universidade Federal de Goiás, sendo seu primeiro reitor.
Faleceu em Goiânia em 23 de fevereiro de 1996.
A vida de Willie 61
22 Irapuan Costa Júnior nasceu no dia 23 de dezembro de 1937. Formou-se em Engenharia
Civil e Física Atômica e Nuclear pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi Professor da
Escola de Engenharia da UFG, fundador e Diretor da Engenharia e Comércio Ltda (ENCOL).
Presidente do Banco Brasileiro Comercial S/A (BBC); Diretor Técnico e Presidente da Centrais
Elétricas de Goiás (CELG). Foi Prefeito da cidade de Anápolis/GO em 1973, Governador do Esta-
do de Goiás (1975–1979); Deputado Federal (1983–1987), PMDB/GO e Senador (1987–1995).
A vida de Willie 65
sei que lá “pelas tantas”, ele acabou tendo uns desentendimentos com a en-
tidade mantenedora, [...] entrou em rota de colisão com a administração da
universidade, por não concordar com a situação imposta na época. [...] onde
o clima de trabalho pra ele ficou bastante insustentável e ele pediu demissão,
foi quando ele foi pra Goiás.
23 Esther de Figueiredo Ferraz (1915–2008) foi advogada, professora e secretária do estado
em São Paulo. Foi a primeira mulher a ocupar o posto de ministra da Educação, o que ocorreu
durante o governo do general João Figueiredo, de 1982 a 1985. Também foi a primeira reito-
ra da Universidade Mackenzie.
24 Posteriormente, as salas da diretoria e da secretaria do Instituto receberam seu nome
como homenagem.
A vida de Willie 67
25 O Cenafor foi instituído pelo Decreto-Lei n. 616, de 9 de junho de 1969, sob a forma
de fundos, vinculado ao Ministério da Educação e Cultura com sede e foro na cidade de
São Paulo/SP, cuja finalidade era a preparação e o aperfeiçoamento de docentes, técnicos
e especialistas.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
68 o ensino da Matemática no Brasil
Então, na época a Silvia trouxe ele para morar na nossa casa. Aí ele ficou mo-
rando lá, e realmente foi envelhecendo e foi impressionante como o Willie
foi definhando, quer dizer, foi encurvando coisa e tal. Mas, mesmo assim,
você chegava perto e ele tava lá com livro. Então, eu brincava que ele tava
lendo a mesma página o dia inteiro... (risos). Ele lia, cochilava e depois volta-
va a ler de novo, quer dizer, a ideia dele era ler Matemática. [...] se ele ficasse
em São Paulo, ele ficava estudando Matemática; se ele fosse para o sítio, ele
ficava estudando Matemática. Ele fazia as coisas no sítio assim, o que inte-
ressava, mas, basicamente, a ideia dele era Matemática e, que eu me lembro,
ele não tinha hobby nenhum (LANE, 2012a, p. 5).
quando ele esteve comigo no início dos anos 80, o que eu achei mais mar-
cante nele, foi perceber que “aquela alegria” ainda estava com ele, que aquela
vontade de fazer ainda estava com ele, que ele tinha planos, planos e planos,
como se ele estivesse começado tudo outra vez. [...] me impressionava ver
uma figura como o professor Willie com tanto entusiasmo, tanta vontade,
tantos projetos, tantas expectativas e, também por isso, nós o trouxemos
aqui, para a PUC Goiás (SILVEIRA, 2012, p. 5).
foi uma forma de ele ter uma remuneração que fosse o suficiente para ele se
manter em Goiânia, porque ele teria inicialmente que morar em um hotel.
[...] Inclusive, o que ele me falou na primeira visita, antes de contratá-lo, foi:
A vida de Willie 69
nessa época, ele vai sozinho num fusca, eu estudei tudo para saber o que
tinha acontecido e cheguei à seguinte conclusão: no fim de tarde, quando o
sol vai baixando, fica aquela dificuldade para exergar. Ele devia estar bastante
cansado, porque já estava próximo de Goiânia, ele também era bem surdo e
tinha dificuldades de visão. Imaginei o seguinte, ele estava dirigindo e, pro-
vavelmente, o carro balançou na estrada, quer dizer, ele saiu da mão dele e
entrou pela contramão e, nesta entrada, na contramão, veio um caminhão do
outro lado, o cara do caminhão se assustou com ele completamente na conta-
mão e tirou o caminhão para tentar escapar dele e os grampos da carroceria
do caminhão pegaram na frente, na estrutura do fusca, com vidro da frente
e tudo, mas com uma velocidade tão grande que o caminhão bateu e arran-
cou a capota do fusca inteirinha fazendo só “zup”. Não espirrou vidro nem
nada nele e ele continuou dirigindo. O caminhão nem parou, o caminhão foi
embora, mas houve aquele barulho e, assim, a uns 50 metros do local, tinha
um posto de gasolina e aí a turma toda do posto ficou gritando ou, ou, ou...
aí acho que ele percebeu e parou, encostou no posto e arrumou um táxi, que
o levou para Goiânia. Só depois removeram o fusca para Goiânia para colocar
outra capota e, depois do acontecido, acho que ele desistiu de dirigir.
A vida de Willie 71
ele sempre foi muito ativo. Ele pegava a bengalinha dele e ia lá embaixo com-
prar alguma coisa, ele não ficava dependendo dos outros não, sempre queria
ajudar aqui em casa, ele falava assim: “deixa que eu lavo a louça”, ele tinha
que estar participando. Só que, depois de um tempo, é que ele começou a
cair, caiu aqui em casa e se machucou. Caiu lá na Rua Raposo Tavares e liga-
ram para minha mãe ir buscá-lo. [...] aí ele meio que se entregou, começou
a ficar mais na cama, como que desistiu de viver. [...] os dois últimos anos
foram ruins. Se alimentava na cama, saia só pra tomar banho e logo tivemos
que pôr cama hospitalar. Com isso, ele ficava lendo, o tempo todo lendo, es-
tava de cama, mas a cabeça funcionava cem por cento, era totalmente lúcido
e lembrava-se de tudo (LANE, 2012c, p. 6).
Eu tive a honra de adotar alguns livros dele. [...] Os livros de cálculo eu usei
todos eles do 1º ao 4º volume. [...] Quanto à exposição, ele escrevia de uma
forma leve e, às vezes, pecava pelo excesso de clareza. [...] eram simples, com
clareza e com rigor. Continham vários exemplos, bem criativos e oportunos,
ou seja, bem elaborados e no lugar certo. A teoria é muito clara e a lista de
exercícios é extensa, com exercícios bem fundamentados e com respostas.
Seus livros são muito bem estruturados. [...] os alunos usavam os livros do
professor Willie Maurer como referência, isso quando não eram adotados.
excelente qualidade em uma época em que havia uma carência de livros es-
critos em Língua Portuguesa que se dedicassem ao ensino desse conteúdo.
A coleção de livros de Cálculo Diferencial e Integral originou-se da
apostila de Cálculo II (1952) e dos livros de Lições de Cálculo Infinite-
simal (1960). Mesmo com as modificações tanto na disposição como no
aprofundamento das exposições, Maurer conservou o caráter didático
predominante nas obras de referência. A coleção foi dividida em quatro
volumes, de forma que os conteúdos pudessem atender aos currículos dos
cursos superiores da área de Ciências Exatas instituídos com a Reforma
Universitária de 1968. Cada volume se destinava a um semestre letivo dos
dois primeiros anos desses cursos, que eram denominados cursos básicos.
O volume 1 trata de um curso introdutório ao Cálculo Infinitesimal,
justificando sua origem por meio de problemas das áreas de Física e Geo-
metria. O livro contém cerca de 1.200 exercícios com respostas, dos quais
120 são acompanhados do percurso para a solução. O volume 2 constitui
um complemento em profundidade e extensão do primeiro, examinando as
funções reais e suas propriedades, principalmente em relação à continuida-
de, à derivabilidade e à integrabilidade. Esse volume contém aproximada-
mente 600 exercícios com respostas e testes, dos quais cerca de 100 estão
resolvidos. O volume 3 é dedicado ao estudo das funções reais de duas ou
mais variáveis, das derivadas parciais, das integrais múltiplas e de suas
aplicações. Contém uma média de 600 exercícios com respostas, entre os
quais aproximadamente 60 apresentam a resolução. O volume 4 destina-se
ao estudo das equações diferenciais ordinárias e de suas aplicações na so-
lução de problemas na área de Ciências Exatas. Esse volume também apre-
senta uma variedade de exercícios com respostas e vários com resoluções.
Discursos
Fez críticas à reforma agrária imposta pelo governo federal por meio
do Estatuto da Terra (Lei n. 4.504, de 30 de novembro de 1964) e aos ór-
gãos Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA) e Instituto Nacional
de Desenvolvimento Agrário (INDA).
Artigos
não se pode dizer que a UnB seja uma Universidade brasileira, equaciona-
da com a realidade nacional, adequada ao meio em que foi implantada. [...]
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
84 o ensino da Matemática no Brasil
na verdade, o mínimo que se pode dizer da UnB é que ela nasceu de cos-
tas voltada para o Brasil. Destinada a ser, desde o início, um grande centro
de alta pesquisa, sobretudo em ciências pura e em tecnologia avançada, no
melhor estilo das mais renomadas universidades americanas, não lhe cabe
nenhum papel de destaque na solução dos genuínos problemas nacionais ou
mesmo regionais, mais modestos, menos espalhafatosos, mas nem por isso
menos importantes. [...] A verdade inexorável é que só teremos uma autên-
tica universidade brasileira quando, libertados da mística dos paradigmas
importados e dos preconceitos dos padrões rígidos e intangíveis, fizermos
do Homem, em toda sua plenitude, o objeto e o objetivo do ensino em geral e
da universidade em particular, visando aperfeiçoar-lhe as aptidões de modo
que venha a fazer melhor aquilo que já está fazendo. (MAURER, 1967a, p. 22).
Ele foi diretor desta Faculdade por bastante tempo, durante o qual ele teve
várias iniciativas, tais como implementar o laboratório de Física dentro de
uma instituição de ensino privado, que não disponibilizava de muitos re-
cursos, mas era um macrolaboratório de Física, inclusive com microscopia
eletrônica. (KAUFMANN, 2012, p. 5).
Conseguiu também uma verba com Ernesto Luiz de Oliveira, seu con-
terrâneo da cidade de Campinas/SP e então presidente de uma instituição que,
criada pelo presidente Juscelino Kubitschek, tinha o objetivo de dar assistên-
cia financeira às escolas de Engenharia que se dispusessem a desenvolver pes-
quisas tecnológicas. Embora a FFCL não se enquadrasse nesse critério, Maurer
obteve uma boa subvenção, que lhe permitiu ampliar o laboratório e comprar
um equipamento mais sofisticado, da marca Leybold, outra empresa alemã
especializada em equipamentos didáticos. Segundo o professor Kaufmann
(2012, p. 3), “o professor Willie, para a época, teve grandes empreendimentos
e iniciativas dentro do Mackenzie que resultaram em progressos expressivos”.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
88 o ensino da Matemática no Brasil
correção total e não tinha ambições políticas como, por exemplo, de querer
ser diretor, querer ser o melhor, ou seja, ele é realmente um exemplo que
está faltando hoje em dia. [...] realmente é uma personalidade que deixou
marcas não só no Mackenzie, como em outras instituições e na Matemática
Brasileira, como professor, como professor de Matemática avançada.
E como gestor:
mesmo com todo o rigor dele, esse aparente rigor, esse conservadorismo, ele
tinha espírito empreendedor, ele percebia estudantes com ideias e com vontade
de empreender, ele dava “aquela força”, isso era uma característica dele, enquan-
to outros professores “puxavam o breque”, dava um passo pra trás. Ele era mais
arriscado, ele achava que valia a pena empreender, arriscar, promovia e estimu-
lava por motivo próprio, porque, se não fosse o estímulo dele, ele não teria cons-
tituído grupo de pesquisa. Absolutamente, isso era uma característica dele, ele
promovia empreendimentos, ele era sensível a propostas, sem perder o rigor do
que ensinava, por isso que ele era tão respeitado. (KAUFMANN, 2012, p. 9).
seu nome ainda não era consenso. A turma do contra não desistia, mas con-
seguimos com o Conselho permissão para que ele participasse das reuniões,
embora sem direito a voto, mas com direito à palavra para expor algumas
ideias. Suas argumentações surtiram efeito, tanto que efetivamos a criação
do IMF com intensa participação dos estudantes. (GABRIEL..., 2009, p. 12).
o professor Gabriel Roriz convidou o professor Willie Maurer que estava na Uni-
versidade Mackenzie e ele veio para UFG em 1963 e começou organizar o IMF, já
com uma ideia mais progressista, ou seja, propôs a substituição das cátedras por
uma nova carreira docente, pois não queríamos o cargo de professor catedrático,
e sim um departamento de Matemática onde haveria uma sequência na carrei-
ra, cujos cargos iriam de auxiliar até a classe de professor titular.
Elder Rocha Lima, Eurico Calixto Godoy, Hermógenes Coelho Jr., René
Ayres Carvalho, Saleh Jorge Daher, Tiettre Couto Rosa e Walter Brokes.
Também foi contratado o professor Wilson Natal e Silva, procedente da
Escola de Agronomia. Contudo, foi necessário buscar reforço em São Pau-
lo, de onde vieram os professores Germano Braga Rego, Geraldo Alves
Ferreira, Gerson Muccilo, Guy Ribeiro de Andrade, Odécio Sanches, Jua-
rez Milano, Agenor Cortarelli, todos oriundos da FFCL de Rio Claro, e o
professor Sérgio Pedro Schneider, formado pela FFCL da Universidade Ma-
ckenzie. Segundo o professor Milano, o que os motivou a vir trabalhar em
Goiânia foi “a remuneração e a possibilidade de construir algo que vinha
ao encontro de suas aspirações” (MILANO, 1986, p. 4).
2 Humberto de Alencar Castelo Branco (1897–1967) foi militar e político brasileiro, primeiro pre-
sidente do governo militar instaurado pela revolução de 1964 e foi um de seus principais líderes.
Contribuições a instituições e ao ensino da Matemática 99
O professor Willie, naquela época, era visto e considerado por todos no MAF,
como se ele fosse um “dicionário vivo” disponível para a gente ir tirar dúvidas.
Tudo que queríamos saber, principalmente sobre Física, Estatística e Matemá-
tica, íamos à sua procura para tirar as dúvidas e o professor Willie se tornou o
ponto de referência de “todo mundo”. [...] O professor Willie era muito zeloso
com o nível e a qualidade das aulas dos professores do MAF (COSTA, 2012, p. 7).
Um dia ele me mostrou uma prova que ele tinha aplicado e já tinha corrigido.
Ele resolveu me mostrar para reforçar uma afirmação que sempre dizia: “o nos-
so aluno não sabe escrever Matemática”, era incrível, ele fazia anotações em
vermelho e essa prova estava inteirinha rabiscada por ele. Quero dizer, ele re-
fazia a prova em cima da prova do aluno. Eu tenho a impressão que ele gastava
horas e horas para corrigir as provas devido ao seu elevado grau de exigência.
dar mais atenção aos “mais fracos”; nisso ele insistia muito e dizia sempre
“dar aulas para os bons é muito fácil, você tem que se dedicar aos mais fra-
cos”. O professor Willie afirmava sempre que, para ser um bom professor, “a
primeira coisa é saber conduzir um aluno para que ele aprenda de fato, para
que ele entenda de fato e não ficar demonstrando conhecimento para meia
dúzia de gente”. Essa era uma característica muito forte do Willie, ele era uma
pessoa muito doce, mas, ao mesmo tempo, muito enérgica e disciplinada.
(LOMBARDI, 2012, p. 5).
Contribuições a instituições e ao ensino da Matemática 103
O professor Willie Maurer era uma pessoa que entendia não só de Matemáti-
ca, parecia que sabia de tudo um pouco. [...] O quadro dele era perfeito, mesmo
já estando um pouco trêmulo. Ele era muito calmo e de uma clareza espantosa.
Ele ia escrevendo no quadro e explicando pausadamente e no final ele marca-
va os exercícios do livro que ele estava usando. Os exercícios que não conse-
guíamos resolver, íamos à sua procura e ele ajudava ou indicava o caminho,
dava sugestões. Se, mesmo assim, não conseguíssemos resolver, ele resolvia
no quadro para todo mundo ver. No final das aulas, ele ficava tirando dúvidas,
passava do horário fazendo exercícios no quadro até o aluno entender. [...] ele
era uma pessoa dotada de enorme conhecimento e o interessante é que ele
conseguia descer ao nível do aluno. O aluno conseguia perceber para que ser-
via a teoria matemática que estava sendo estudada, principalmente por causa
dos exemplos que ele utilizava. A maneira que ele ia desenvolvendo a teoria
era diferente, porque ele tinha uma tranquilidade, uma calma nas exposições.
[...] ele tinha uma alegria contagiante durante suas aulas. A postura dele era
muito correta, o semblante sempre alegre, ele ficava muito feliz na sala de
aula. [...] Uma coisa que eu achava muito interessante era quando ele termina-
va de fazer uma demonstração, ele suspirava de alegria. Mesmo com toda sua
experiência, ele vibrava internamente, parecia que era a primeira vez que ele
estava fazendo aquilo. O seu entusiasmo era algo que o tornava tão diferente
dos demais professores. [...] Eu, por exemplo, aprendi muito com ele. Eu ficava
observando sua postura e suas atitudes na sala de aula.
ele ficava se recompondo para não dar uma má resposta para aquele aluno.
Eu nunca o vi maltratar ou dar uma má resposta a nenhum aluno. Às vezes,
ele parava, passava a mão no pescoço, falava assim “é... vamos ver”, de vez
em quando fazia uma brincadeira, dava uma risadinha para tentar amenizar
a situação, mas, de forma alguma, maltratava o aluno. O professor Willie
tinha muita paciência, nunca destratava o aluno e também nunca demons-
trava estar nervoso (ALVES, 2012, p. 5).
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
104 o ensino da Matemática no Brasil
a 2 � e2 x 2
� dx
a2 � x2
e ele disse: “pois é, Armando, agora você caiu numa integral elíptica”. Falei: o
que que é isso? E ele foi contar: “é um grupo de integrais que você não resolve
algebricamente, só por métodos numéricos, e a origem desse nome é exata-
mente por causa desse problema do comprimento do arco da elipse”. [...] Aí
perguntei para ele: professor, como é que parametriza uma elipse? O que é o
parâmetro? Aí ele fez esta construção “bonitinha” aqui, que guardo até hoje.
Então, ele disse assim: Armando, primeiro você esboça no plano xy a elipse de equação
Contribuições a instituições e ao ensino da Matemática 105
x2 y2
+ =1
a 2 b2
Tome um ponto P(x,y) na elipse e sobre ele trace a reta rb , paralela ao eixo x, e
ra , paralela ao eixo y. Agora, trace duas circunferências, uma Ca , de raio“a”, e a
outra Cb , de raio b, ambas centradas na origem. Marque o ponto Pa de abscissa
x na interseção da reta ra com a circunferência de raio “a”, analogamente o
ponto Pb de ordenada y com a reta rb . Como Pa pertence a circunferência Ca ,
suas coordenadas em função do ângulo t em radianos, no sentido anti-horário,
como eixo “x” podem ser escritas como Pa (acost, asent) . Analogamente, Pb
pertence à circunferência Cb e, então, Pb (acost, asent) . Então, como o ponto
P(x,y) tem a mesma abscissa do ponto Pa e a mesma ordenada do ponto Pb , ele
pode ser escrito como P (acost, asent) que pertence à elipse
x2 y 2
e: + =1
a 2 b2
Portanto,
�x = a cos t
e:� , t � [0, 2p ]
� y = bsen t
Na época, nós do MAF tínhamos, vamos dizer assim, até um certo orgulho
em saber que existia entre nós um professor do “naipe” do professor Willie
Maurer. Realmente, na época foi muito bom, o departamento cresceu muito
com a presença dele e a universidade também (LOPES, 2012, p. 15).
quando ele encerrou suas atividades aqui na PUC Goiás, fiquei com uma
sensação de insegurança muito grande, porque perdemos uma pessoa que
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
106 o ensino da Matemática no Brasil
N
este livro, reconstituímos a história da vida do professor Willie
Maurer e de suas contribuições para o ensino da Matemática
no Brasil. Convictos da dificuldade ou mesmo da impossibi-
lidade de recompor fielmente o passado, ousamos fazer essa
reconstituição ancorando-a em fontes escritas e orais, tais como a auto-
biografia do professor Maurer, seus documentos pessoais e institucionais
e depoimentos de pessoas que conviveram com ele. Esses depoimentos
forneceram informações indispensáveis, complementaram e enriquece-
ram os dados contidos nos documentos escritos.
Durante a pesquisa, foi possível resgatar dois livros inéditos do pro-
fessor Willie Maurer, que certamente constituem fontes preciosas para
estudos futuros. Os livros que integravam sua biblioteca de uso pessoal
foram encontrados na UFG e na PUC Goiás. Com a reunião desses livros,
que incluem obras raras, formou-se a coleção Professor Willie A. Maurer,
que está disponível para pesquisa na Biblioteca Central da UFG.
Ao perscrutar a vida desse grande professor, constatamos ter sido ele
autodidata, pois, na maior parte de sua trajetória acadêmica, não seguiu
os cursos regulares da época, o que não o impediu de se tornar um mestre
da ciência matemática e de merecer o respeito e a admiração de todos os
que o conheceram.
O professor Willie não se prendia a bens materiais, não tinha ambi-
ções políticas nem interesse em ocupar cargos importantes. Entretanto,
desempenhou funções de destaque por onde passou, graças à sua com-
petência profissional. Sempre trabalhou com o propósito de melhorar o
ensino da Matemática e da Física, visando ao desenvolvimento científico
e tecnológico do país. Nas palavras dele, “são os professores mais do que
qualquer outro profissional que devem fazer da perfeição um lema e da
autocrítica uma norma”.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
108 o ensino da Matemática no Brasil
Willie e a família
Figura 1
Cédula de
Identidade de
Willie Alfredo
Maurer – …
20/12/1982
Fonte: Cópia
do documento
original, cedido
por Guilherme
e Lilian M.
Lane, netos de
Willie Maurer.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
112 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 2
Família Maurer – década
de 1940
Em pé da esquerda para
direita: Willie Alfredo
Maurer, João Miranda,
Theodoro Henrique Maurer
Jr., Mary Blanche Vogel
Maurer, José Henrique
Maurer, Octacilia Borges
Maurer, Paulo Maurer,
Ernest Graff, Clara Maurer
Miranda.
Figura 3
Willie Alfredo
Maurer –
década de
1930
Fonte: Acervo
do autor.
Figura 4
Apolônia e
Willie Maurer
– década de
1960
Fonte: Cópia da
foto original,
cedida pelo
senhor Fred
Lane.
Figura 5
Fotografias
do sítio do
professor Willie
Maurer em
Mairinque (SP)
– década de
1950
Fonte: Cópia
das fotos
originais,
cedidas por
Guilherme e
Lilian M. Lane,
netos de Willie
Maurer.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
114 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 6
Willie Maurer,
Silvia T. Lane
Maurer e
Apolônia
Maurer –
década de
1950
Fonte: Abrapso
(2019).
Figura 7
Ingridi
Maurer, neta
do professor
Maurer –
década de
1990
Fonte: Cópia
das fotos
originais,
cedidas por
Guilherme e
Lilian M. Lane.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 115
Figura 8
Silvia T. Maurer
Lane, filha
do professor
Maurer
– década de
2000
Fonte: Abrapso
(2019).
Figura 9
Guilherme
(à esquerda),
neto do
professor
Maurer; João
Vitor (centro),
bisneto, e Lilian
(à direita), neta
– 28/04/2012
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
116 o ensino da Matemática no Brasil
A carreira do professor
Figura 10
Lista de
formandos da
USP – 1940
Fonte: Acervo
do autor.
Figura 11
Nota de
divulgação
do Ginásio
Saldanha da
Gama com
indicação do
professor Willie
Maurer como
integrante do
corpo docente
– fevereiro de
1944
Fonte: Acervo
digital da Folha
(GINÁSIO...,
1944, p. 14).
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 117
Figura 12
Nota de
divulgação do
Colégio
Bandeirantes
com indicação
do professor
Willie Maurer
como
integrante do
corpo docente
– fevereiro de
1944
Fonte: Acervo
digital da Folha
(COLÉGIO...,
1944, p. 41).
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
118 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 13
Boletim da
Sociedade de
Matemática de
São Paulo com
indicação do
professor Willie
Maurer como
sócio-fundador
– junho de
1946
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 119
Figura 14
Ofício da
USP com
convocação
ao professor
Willie Maurer
para integrar
comissão de
concurso –
abril de 1954
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
120 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 15
Carta da
Campanha do
Livro Didático
e Manuais
de Ensino
(Caldeme) com
convite ao
professor Willie
Maurer – abril
de 1956
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 121
Figura 16
Carta de Willie
Maurer em
resposta ao
convite da
Caldeme – abril
de 1956
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
122 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 17
Documentos
da XII
Conferência
Nacional de
Educação e da
XIII Conferência
Nacional de
Educação
das quais
participou
o professor
Maurer – 1956
e 1961
Fonte: Acervo
do autor.
Figura 18
Nota do
jornal Folha da
Manhã sobre
concurso para
docência com
referência à
participação
do professor
Willie Maurer
na comissão
examinadora –
março de 1959
Fonte: Acervo
digital da folha
(CONCURSO...,
1959, p. 6).
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 123
Figura 19
Reportagens
publicadas no
jornal Folha
de S. Paulo
com referência
à mediação
do professor
Willie Maurer
no processo
de greve na
Universidade
Mackenzie –
março e abril
de 1960
Fonte: Acervo
digital da Folha
(POSSIBILIDA-
DE..., 1960, p.
14; SEM SOLU-
ÇÃO..., 1960, p.
8; CONTINUA...,
1960, p. 10;
ENGENHARIA...,
1960, p. 5).
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
124 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 20
Fotografia do
documento
de criação
do Grupo
de Rádio
Astronomia
Mackenzie
(GRAM) pelo
professor
Willie Maurer
– setembro de
1960
Fonte: Centro
de Rádio-
Astronomia
e Astrofísica
Mackenzie
(CRAAM).
Transcrição
COMUNICADO:
Tenho a satisfação de comunicar que, por iniciativa de um grupo de alunos desta
Faculdade, sob a orientação do Sr. Pierre Kaufmann que cerca de ano e meio acha-
se em contato com a Rádio-Astronomia, acaba de ser constituído o Grupo de Rádio-
Astronomia anexo ao Departamento de Física da Faculdade de Filosofia Ciências e
Letras da Universidade Mackenzie.
Mediante convênio celebrado com o Departamento de Rádio-Astronomia da
Associação de Amadores de Astronomia de São Paulo, este último passará a trabalhar
conjuntamente com o Grupo de Rádio-Astronomia, ora instituído.
Objetivos. O G.R.A. tem por objetivo o desenvolvimento da Rádio-Astronomia para o
que se propõe à realização do seguinte programa imediato:
construção e operação de um rádio-telescópio de 300 MHz para estudos solares.
manutenção e operação do rádio-telescópio de trânsito de 300 MHz do Departamento
de Rádio-Astronomia da Associação de Amadores de Astronomia de São Paulo.
organização de seminários para preparação e melhor adaptação do pessoal.
Pessoal – inicialmente o Grupo está constituído por alunos dos cursos de Física e Matemática desta
Faculdade e por alguns elementos da equipe do Departamento de Rádio-Astronomia da A.A.A.
Instalação – a Direção da Faculdade já entrou em entendimentos com a Administração
do Instituto Mackenzie a fim de que o equipamento rádio astronômico seja instalado no
Cabuçú, a 32 km. da Capital.
A manutenção e construção do equipamento, bem como cursos e seminários processar-
se-ão em dependências da Faculdade e do Departamento de Rádio-Astronomia.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 125
Figura 21
Notícia sobre
a criação do
Grupo de
Radiastro-
nomia da
Mackenzie no
jornal Folha de
S. Paulo com
apoio do
professor
Maurer –
outubro de
1960
Fonte: Acervo
digital da
folha (GRUPO...,
1960, p. 10).
Figura 22
Certificado
do professor
Willie Maurer
como sócio
honorário
do Centro
Acadêmico
Filosofia
Mackenzie –
maio de 1960
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
126 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 23
Presidente
Juscelino
Kubitschek
na solenidade
oficial de
assinatura da
Le i n. 3.834-C
– dezembro de
1960
Fonte: Reis
(2010, p. 28).
Figura 24
Carta dos
alunos do
Centro
Acadêmico de
Filosofia da
Mackenzie ao
professor Willie
Maurer – abril
de 1963
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 127
Figura 25
Ofício enviado
pelo professor
Willie Maurer
ao reitor da
Universidade
Mackenzie com
a demanda
por melhorias
salariais –
fevereiro de
1963
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
128 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 26
Contrato de
trabalho de
Willie Maurer
com a UFG –
maio de 1963
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 129
Figura 27
Convite do
professor Willie
Maurer ao
professor
Colemar Natal
e Silva para
aula inaugural
no IMF –
fevereiro de
1964
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
130 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 28
Portaria de
designação do
professor Willie
Maurer como
diretor do IMF
– novembro de
1963
Fonte: Acervo
do autor.
Transcrição
PORTARIA 186/63
Figura 29
Segundo
contrato de
trabalho do
professor Willie
Maurer com a
UFG – março
de 1964
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
132 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 30
Regimento
interno do
Instituto de
Matemática e
Física da UFG,
elaborado
sob a direção
do professor
Maurer –
novembro de
1963
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 133
Figura 31
Portaria de
concessão de
gratificação
ao professor
Willie Maurer
pelo cargo
de direção –
março de 1964
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
134 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 32
Ofícios do
professor
Maurer à
Reitoria da
UFG sobre a
situação e a
estrutura do
IMF – agosto a
dezembro de
1964
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 135
Figura 33
Declaração
do professor
Willie Maurer
em defesa dos
professores
Gabriel Roriz,
Marcelo Cunha
Moraes e Elder
Rocha Lima –
março de 1965
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
136 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 34
Ofício do
professor Willie
Maurer com
solicitação de
demissão da
UFG – fevereiro
de 1965
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 137
Figura 35
Ofício do
professor
Willie Maurer
com entrega
do cargo de
diretor do IMF
– fevereiro de
1965
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
138 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 36
Ofício do
reitor da
Universidade
de Brasília
com convite
ao professor
Willie Maurer
para integrar
comissão de
implantação
da Faculdade
de Tecnologia
nessa
instituição –
maio de 1966
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 139
Figura 37
Relatório do
professor
Maurer sobre
a criação da
Faculdade de
Tecnologia da
UnB – 1966
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
140 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 38
Ofício de
designação
do professor
Maurer como
membro da
comissão para
estudo da
implantação
do sistema
departamental
na Universida-
de Mackenzie –
junho de 1967
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 141
Figura 39
Ato de
designação
do professor
Maurer como
coordenador
da comissão
especial de
reestruturação
da Universida-
de Mackenzie –
julho de 1967
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
142 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 40
Plano de
reestruturação
da
Universidade
Mackenzie,
elaborado sob
a coordenação
do professor
Willie Maurer –
novembro de
1967
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 143
Figura 41
Carta de
encaminha-
mento do
plano de
reestruturação
da Universida-
de Mackenzie –
abril de 1968
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
144 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 42
Ato de
designação da
Comissão de
Implantação
da Reforma
Universitária da
Universidade
Mackenzie, sob
a presidência
do professor
Maurer –
fevereiro de
1969
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 145
Figura 43
Ato de
designação
do professor
Maurer como
responsável
pela adaptação
do Estatuto da
Universidade
Mackenzie –
fevereiro de
1969
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
146 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 44
Primeira carta
do professor
Maurer de
renúncia
ao cargo de
presidente da
Comissão de
Implantação
da Reforma
Universitária
da Universida-
de Mackenzie –
maio de 1969
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 147
Figura 45
Segunda carta
do professor
Maurer de
renúncia
ao cargo de
presidente da
Comissão de
Implantação
da Reforma
Universitária
da Universida-
de Mackenzie –
junho de 1969
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
148 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 46
Placas em
homenagem a
Willie Maurer
na UFG –
década de
1970
Fonte: Instituto
de Física da
UFG.
Figura 47
Carteira de
trabalho e
contrato de
trabalho do
professor Willie
Maurer com
o Instituto
Mackenzie
com seu
desligamento
- fevereiro de
1970
Fonte: Cópia
do documento
original, cedido
por Guilherme
e Lilian M.
Lane, netos de
Willie Maurer.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 149
Figura 48
Convite do
professor
Juarez Milano
ao professor
Maurer para
retornar ao
IMF – março de
1970
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
150 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 49
Segundo
contrato de
trabalho do
professor
Maurer com
a UFG – abril
de 1970 a
fevereiro de
1972
Fonte: Cópia
do documento
original, cedido
por Guilherme
e Lilian M.
Lane, netos de
Willie Maurer.
Figura 50
Portaria de
rescisão
contratual
do professor
Maurer com
a UFG –
dezembro de
1971
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 151
Figura 51
Certificado de
participação
do professor
Maurer no
Simpósio
Nacional de
Ensino de
Física – janeiro
de 1976
Fonte: Acervo
do autor.
Figura 52
Contrato de
trabalho do
professor
Maurer com a
Universidade
de Uberlândia
– março
de 1976 a
fevereiro de
1978
Fonte: Cópia
do documento
original, cedido
por Guilherme
e Lilian M.
Lane, netos de
Willie Maurer.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
152 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 53
Carta do
professor Luiz
de Gonzaga
ao professor
Maurer sobre
andamento
de contrato na
PUC Goiás –
julho de 1982
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 153
Figura 54
Cartaz do 2º
Seminário de
Matemática
Professor Willie
A. Maurer da
PUC Goiás –
junho de 1985
Fonte: Acervo
do autor.
Figura 55
Professor
Willie Maurer
e professora
Maria Angélica
– março de
1986
Fonte: Cópia
da fotografia
origial, cedida
pelo professor
Clarimar José
Coelho.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
154 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 56
Fotografias do
Professor Willie
Maurer reunido
com colegas
de trabalho
e alunos do
curso de
Licenciatura
em Matemática
– PUC-Goiás –
março de 1986
Fonte: Cópia
da fotografia
original, cedida
pelo professor
Clarimar José
Coelho.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 155
Figura 57
Aula da
Saudade da
turma de
formandos em
Licenciatura
em Matemática
da PUC Goiás –
julho de 1986
Fonte: Cópia
da fotografia
original, cedida
pela professora
Bercholina
H. Alves.
Figura 58
Professor Willie
Maurer em
sala de aula –
setembro de
1986
Fonte: Cópia
da fotografia
original, cedida
pelo professor
Clarimar José
Coelho.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
156 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 59
Discurso do
professor Jua-
rez Milano em
comemoração
aos 23 anos do
IMF –
novembro de
1986
Fonte: Acervo
do autor.
Figura 60
Folder de
divulgação da
Semana do
IMF da UFG –
novembro de
1986
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 157
Figura 61
Autógrafo
concedido
no seminário
“A História do
Sino Mudo” –
junho de 1991
Fonte: Cópia
do original
cedido pelo
professor
Maxwell
Gonçalves
Araújo.
Figura 62
Título de
professor
emérito –
outubro de
1991
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
158 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 63
Informações
funcionais
do professor
Maurer na PUC
Goiás –
fevereiro de
2009
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 159
Figura 65
Capa da
apostila de
Física – 1952
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 161
Figura 66
Capa do livro
de Geometria
Analítica –
1953
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
162 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 67
Capa do livro
de Lições de
Trigonometria
– 1953
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 163
Figura 68
Capa do livro
Matemática
para o curso
ginasial – 1958
Fonte: Acervo
do autor.
Figura 69
Capas dos
livros da
coleção
de Lições
de Cálculo
Infinitesimal
– volumes I,
II, III, IV e V –
1959/60
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
164 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 70
Capas dos
livros da
coleção de
Cálculo
Diferencial
e Integral –
volumes 1, 2,
3 e 4 – 1967
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 165
Figura 71
Livro de
Tópicos
da História da
Matemática
e da Física
– originais
manuscritos e
datilografados
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
166 o ensino da Matemática no Brasil
Discursos
Figura 72
Discurso do
professor
Maurer como
paraninfo da
primeira turma
do Ginásio
Saldanha da
Gama – década
de 1930
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 167
Figura 73
Discurso
Educação para
o desenvol-
vimento,
proferido
pelo professor
Maurer na
formatura de
uma turma de
Engenharia
da USP –
dezembro de
1967
Fonte: Acervo
do autor.
Willie Maurer: vida, obras e contribuições para
168 o ensino da Matemática no Brasil
Figura 74
Discurso
Desenvolvi-
mento esconso
e universidade
alienada,
proferido pelo
professor
Maurer na
formatura de
uma turma de
Engenharia da
UFU – julho de
1980
Fonte: Acervo
do autor.
Anexo
Acervo fotográfico e documental sobre a trajetória de Willie Maurer 169
Artigos
Figura 75
Artigo
A universidade
e o homem,
publicado por
Maurer no
jornal Folha
de S. Paulo –
agosto de 1967
Fonte: Maurer
(1967a, p. 22).
Figura 76
Artigo
O fantasma da
mediocridade
eficiente,
publicado por
Maurer no
jornal Folha de
S. Paulo –
outubro de
1973
Fonte: Maurer
(1973, p.12).
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ROSA, Maria Virgínia F. P. C.; ARNOLDI, Marlene Aparecida G.C. A entrevista qualita-
tiva: mecanismos para validação dos resultados. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
Entrevistas
BORGES, Venício Veloso. Venício Veloso Borges: entrevista. Entrevistador: Glen Cé-
zar Lemos. Goiânia, 2011.
SILVEIRA, Augusto Fleury Veloso da. Augusto Fleury Veloso da Silveira: entrevista.
Entrevistador: Glen Cézar Lemos. Goiânia, 2011.
COSTA, Armando Paulino da. Armando Paulino da Costa: entrevista. In: COSTA,
Armando P. da; LOPES, Valdemar P. Armando Paulino da Costa e Valdemar Pereira
Lopes: entrevista. Entrevistador: Glen Cézar Lemos. Goiânia, 2011.
LOPES, Valdemar Pereira. Valdemar Pereira Lopes: entrevista. In: COSTA, Armando
P. da; LOPES, Valdemar P. Armando Paulino da Costa e Valdemar Pereira Lopes: entre-
vista. Entrevistador: Glen Cézar Lemos. Goiânia, 2011.
LANE, Fred. Fred Lane: entrevista. Entrevistador: Glen Cézar Lemos. Goiânia, 2012a.
LANE, Guilherme Maurer. Guilherme Maurer Lane: entrevista. In: LANE, Guilherme
M.; LANE, Lilian M. Guilherme Maurer Lane e Lilian Maurer Lane: entrevista. Entrevis-
tador: Glen Cézar Lemos. Goiânia, 2012b.
LANE, Lilian Maurer. Lilian Maurer Lane: entrevista. In: LANE, Guilherme M.;
LANE, Lilian M. Guilherme Maurer Lane e Lilian Maurer Lane: entrevista. Entrevis-
tador: Glen Cézar Lemos. Goiânia, 2012c.
Duelci Vaz
COORDENA O NÚCLEO DE ESTUDO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA (NEPEM/IFG)
ISBN 978-65-99089-71-8
9 786599 089718