Lei Das Armas PDF
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º 5/2006, de 23 de Fevereiro
[ Nº de artigos:131 ]
Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro (versão actualizada)
__________________________
CAPÍTULO I
Disposições gerais
SECÇÃO I
Objecto, âmbito, definições legais e classificação das armas
Artigo 1.º
Objecto e âmbito
1 ‐ A presente lei estabelece o regime jurídico relativo ao fabrico, montagem, reparação,
importação, exportação, transferência, armazenamento, circulação, comércio, aquisição, cedência,
detenção, manifesto, guarda, segurança, uso e porte de armas, seus componentes e munições,
bem como o enquadramento legal das operações especiais de prevenção criminal.
2 ‐ Ficam excluídas do âmbito de aplicação da presente lei as actividades relativas a armas e
munições destinadas às Forças Armadas, às forças e serviços de segurança, bem como a outros
serviços públicos cuja lei expressamente as exclua, bem como aquelas que se destinem
exclusivamente a fins militares.
3 ‐ Ficam ainda excluídas do âmbito de aplicação da presente lei as actividades referidas no n.º 1
relativas a armas de fogo e munições cuja data de fabrico seja anterior a 1 de Janeiro de 1891,
bem como aquelas que utilizem munições obsoletas, constantes de portaria do Ministério da
Administração Interna, ou outras armas e munições de qualquer tipo que obtenham essa
classificação por peritagem individual da Polícia de Segurança Pública (PSP).
4 ‐ Ficam também excluídos do âmbito de aplicação da presente lei:
a) As espadas, sabres, espadins, baionetas e outras armas tradicionalmente destinados a honras e
cerimoniais militares ou a outras cerimónias oficiais;
b) Os marcadores de paintball, respectivas partes e acessórios.
5 ‐ A detenção, uso e porte de arma por militares dos quadros permanentes das Forças Armadas e
por membros das forças e serviços de segurança são regulados por lei própria.
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contida em invólucro de gelatina, cuja energia à saída da boca do cano não seja superior a 13 J;
ai) «Arma submarina» a arma branca destinada unicamente a disparar arpão quando submersa em
água;
aj) «Arma de tiro a tiro» a arma de fogo sem depósito ou carregador, de um ou mais canos, que é
carregada mediante a introdução manual de uma munição em cada câmara ou câmaras ou em
compartimento situado à entrada destas;
al) «Arma veterinária» o mecanismo portátil com a configuração de uma arma de fogo destinado
unicamente a disparar projéctil de injecção de anestésicos ou outros produtos veterinários sobre
animais;
am) «Bastão eléctrico» a arma eléctrica com a forma de um bastão;
an) «Bastão extensível» o instrumento portátil telescópico, rígido ou flexível, destinado a ser
empunhado como meio de agressão ou defesa;
ao) «Besta» a arma branca dotada de mecanismo de disparo que se destina exclusivamente a
lançar virotão;
ap) «Boxer» o instrumento metálico ou de outro material duro destinado a ser empunhado e a
ampliar o efeito resultante de uma agressão;
aq) «Carabina» a arma de fogo longa com cano de alma estriada;
ar) «Espingarda» a arma de fogo longa com cano de alma lisa;
as) «Estilete» a arma branca, ou instrumento com configuração de arma branca, composta por uma
haste perfurante sem gumes e por um punho;
at) «Estrela de lançar» a arma branca, ou instrumento com configuração de arma branca, em forma
de estrela com pontas cortantes que se destina a ser arremessada manualmente;
au) «Faca de arremesso» a arma branca, ou instrumento com configuração de arma branca,
composta por uma lâmina integrando uma zona de corte e perfuração e outra destinada a ser
empunhada ou a servir de contrapeso com vista a ser lançada manualmente;
av) «Faca de borboleta» a arma branca, ou instrumento com configuração de arma branca,
composta por uma lâmina articulada num cabo ou empunhadura dividido longitudinalmente em
duas partes também articuladas entre si, de tal forma que a abertura da lâmina pode ser obtida
instantaneamente por um movimento rápido de uma só mão;
ax) «Faca de abertura automática ou faca de ponta e mola» a arma branca, ou instrumento com
configuração de arma branca, composta por um cabo ou empunhadura que encerra uma lâmina,
cuja disponibilidade pode ser obtida instantaneamente por acção de uma mola sob tensão ou outro
sistema equivalente;
az) «Pistola» a arma de fogo curta, de tiro a tiro, de repetição ou semiautomática;
aaa) «Pistola‐metralhadora» a arma de fogo automática, compacta, que utiliza munições para arma
de fogo curta;
aab) «Réplica de arma de fogo» a arma de fogo de carregamento pela boca, apta a disparar um ou
mais projécteis, utilizando carga de pólvora preta ou similar, que não seja classificada no âmbito do
n.º 3 do artigo 1.º;
aac) «Reprodução de arma de fogo» o mecanismo portátil com a configuração de uma arma de fogo
que, pela sua apresentação e características, possa ser confundida com as armas previstas nas
classes A, B, B1, C e D, com exclusão das reproduções de arma de fogo para práticas recreativas,
das armas de alarme ou de salva não transformáveis e das armas de starter;
aad) «Revólver» a arma de fogo curta, de repetição, com depósito constituído por tambor contendo
várias câmaras;
aae) «Arma de starter» o dispositivo tecnicamente não susceptível de ser transformado em arma
de fogo, com a configuração de arma de fogo, destinado unicamente a produzir um efeito sonoro,
para ser utilizado em actividades desportivas e treinos de caça;
aaf) «Arma com configuração de armamento militar» a arma de fogo que, pela sua configuração ou
características técnicas, seja susceptível de ser confundida com equipamentos, meios militares e
material de guerra ou classificada como tal.
2 ‐ Partes das armas de fogo:
a) «Alma do cano» a superfície interior do cano entre a câmara e a boca;
b) «Alma estriada» a superfície interior do cano com sulcos helicoidais ou outra configuração em
espiral, que permite conferir rotação ao projéctil, dotando‐o de estabilidade giroscópica;
c) «Alma lisa» a superfície interior do cano não dotada de qualquer dispositivo destinado a imprimir
movimento de rotação ao projéctil;
d) «Báscula» parte da arma de fogo em que se articula o cano ou canos e que obtura a câmara ou
câmaras fazendo o efeito de culatra;
e) «Boca do cano» a extremidade da alma do cano por onde sai o projéctil;
f) «Caixa da culatra» a parte da arma onde está contida e se movimenta a culatra;
g) «Câmara» a parte do cano ou, nos revólveres, a cavidade do tambor onde se introduz a munição;
h) «Cano» a parte da arma constituída por um tubo destinado a guiar o projéctil no momento do
disparo;
i) «Cão» a peça de um mecanismo de percussão que contém ou bate no percutor com vista ao
disparo da munição;
j) «Carcaça» a parte da arma curta de que faz parte ou onde se fixa o punho e que encerra o
mecanismo de disparo;
l) «Carregador» o contentor amovível onde estão alojadas as munições numa arma de fogo;
m) «Coronha» a parte de uma arma de fogo que se destina a permitir o seu apoio no ombro do
atirador;
n) «Corrediça» a parte da arma automática ou semiautomática que integra a culatra e que se
movimenta em calhas sobre a carcaça;
o) «Culatra» a parte da arma de fogo que obtura a extremidade do cano onde se localiza a câmara;
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p) «Depósito» o compartimento inamovível de uma arma de fogo onde estão alojadas as munições;
q) «Gatilho ou cauda do gatilho» a peça do mecanismo de disparo que, quando accionada pelo
atirador, provoca o disparo;
r) «Guarda‐mato» a peça que protege o gatilho de accionamento acidental;
s) «Mecanismo de disparo» o sistema mecânico ou outro que, quando accionado através do gatilho,
provoca o disparo;
t) «Mecanismo de travamento» o conjunto de peças destinado a bloquear a culatra móvel na
posição de obturação da câmara;
u) «Partes essenciais da arma de fogo», nos revólveres, o cano, o tambor e a carcaça, nas restantes
armas de fogo, o cano, a culatra, a caixa da culatra ou corrediça, a báscula e a carcaça;
v) «Percutor» a peça de um mecanismo de disparo que acciona a munição, por impacte na escorva
ou fulminante;
x) «Punho» a parte da arma de fogo que é agarrada pela mão que dispara;
z) «Silenciador» o acessório que se aplica sobre a boca do cano de uma arma destinado a eliminar
ou reduzir o ruído resultante do disparo;
aa) «Tambor» a parte de um revólver constituída por um conjunto de câmaras que formam um
depósito rotativo de munições;
ab) «Sistema de segurança de arma» mecanismo da arma que pode ser accionado pelo atirador,
destinado a impedir o seu disparo quando actuado o gatilho.
3 ‐ Munições das armas de fogo e seus componentes:
a) «Bala ou projéctil» a parte componente de uma munição ou carregamento que se destina a ser
lançada através do cano pelos gases resultantes da deflagração de uma carga propulsora ou outro
sistema de propulsão;
b) «Calibre da arma» a denominação da munição para que a arma é fabricada;
c) «Calibre do cano» o diâmetro interior do cano, expresso em milímetros ou polegadas,
correspondendo, nos canos de alma estriada, ao diâmetro de brocagem antes de abertas as estrias,
ou equivalente a este diâmetro no caso de outros processos de fabrico;
d) «Carga propulsora ou carga de pólvora» a carga de composto químico usada para carregar as
munições ou a carga de pólvora preta ou substância similar usada para carregar as armas de
carregamento pela boca;
e) «Cartucho» o recipiente metálico, plástico ou de vários materiais, que se destina a conter o
fulminante, a carga propulsora, a bucha e a carga de múltiplos projécteis, ou o projéctil único,
para utilização em armas de fogo com cano de alma lisa;
f) «Bucha» a parte componente de uma munição em plástico ou outro material, destinada a separar
a carga propulsora do projéctil ou múltiplos projécteis, podendo também incorporar um recipiente
que contém projécteis;
g) «Cartucho carregado» a munição para arma de fogo com cano de alma lisa contendo todos os
seus componentes em condições de ser disparado;
h) «Cartucho vazio» o cartucho para arma de fogo com cano de alma lisa não contendo nenhum dos
componentes necessários ao disparo;
i) «Cartucho de letalidade reduzida» o cartucho carregado com projéctil ou carga de projéctil não
metálicos com vista a não ser letal;
j) «Cartucho carregado com bala» a munição carregada com projéctil único, para arma com cano de
alma lisa, ou arma com cano raiado para utilização de munições para arma com cano de alma lisa;
l) «Chumbos de caça» os projécteis, com diâmetro até 4,5 mm, com que se carregam os cartuchos
de caça;
m) «Componentes para recarga» os cartuchos, invólucros, fulminantes ou escorvas, carga
propulsora e projécteis para munições de armas de fogo;
n) «Fulminante ou escorva» o componente da munição composto por uma cápsula que contém
mistura explosiva, a qual, quando deflagrada, provoca uma chama intensa destinada a inflamar a
carga propulsora da munição, não fazendo parte da munição nas armas de carregamento pela boca;
o) «Invólucro» o recipiente metálico, de plástico ou de outro material, que se destina a conter o
fulminante, a carga propulsora e o projéctil para utilização em armas com cano de alma estriada;
p) «Munição de arma de fogo» o cartucho ou invólucro ou outro dispositivo contendo o conjunto de
componentes que permitem o disparo do projéctil ou de múltiplos projécteis, quando introduzidos
numa arma de fogo;
q) «Munição com projéctil desintegrável» a munição cujo projéctil é fabricado com o objectivo de
se desintegrar no impacte com qualquer superfície ou objecto duro;
r) «Munição com projéctil expansivo» a munição cujo projéctil é fabricado com o objectivo de
expandir no impacte com um corpo sólido;
s) «Munição com projéctil explosivo» a munição com projéctil contendo uma carga que explode no
momento do impacte;
t) «Munição com projéctil incendiário» a munição com projéctil contendo um composto químico que
se inflama em contacto com o ar ou no momento do impacte;
u) «Munição com projéctil encamisado» a munição com projéctil designado internacionalmente
como full metal jacket (FMJ), com camisa metálica que cobre o núcleo em toda a sua extensão,
com excepção, ou não, da base;
v) «Munição com projéctil perfurante» a munição com projéctil destinado a perfurar alvos duros e
resistentes;
x) «Munição com projéctil tracejante» a munição com projéctil que contém uma substância
pirotécnica destinada a produzir chama, ou chama e fumo, de forma a tornar visível a sua
trajectória;
z) «Munição com projéctil cilíndrico» a munição designada internacionalmente como wadcutter de
projéctil cilíndrico ou de ponta achatada, destinada a ser usada em tiro desportivo, provocando no
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alvo um orifício de contorno bem definido;
aa) «Munição obsoleta» a munição de fabrico anterior a 1 de Janeiro de 1891, ou posterior a essa
data, que tenha deixado de ser produzida industrialmente e que não é comercializada há pelo
menos 40 anos;
ab) «Percussão anelar ou lateral» o sistema de ignição de uma munição em que o percutor actua
sobre um ponto periférico relativamente ao centro da base da mesma;
ac) «Percussão central» o sistema de ignição de uma munição em que o percutor actua sobre a
escorva ou fulminante aplicado no centro da base do invólucro;
ad) «Zagalotes» os projécteis, com diâmetro superior a 4,5 mm, que fazem parte de um conjunto
de múltiplos projécteis para serem disparados em armas de fogo com cano de alma lisa;
ae) «Munição de salva ou alarme» a munição sem projéctil e destinada unicamente a produzir um
efeito sonoro no momento do disparo.
4 ‐ Funcionamento das armas de fogo:
a) «Arma de fogo carregada» a arma de fogo que tenha uma munição introduzida na câmara e a
arma de carregar pela boca em que seja introduzida carga propulsora, fulminante e projéctil na
câmara ou câmaras;
b) «Arma de fogo com segurança accionada» a arma de fogo em que está accionado o mecanismo
que impede o disparo pela pressão no gatilho;
c) «Arma de fogo municiada» a arma de fogo com pelo menos uma munição introduzida no seu
depósito ou carregador;
d) «Ciclo de fogo» o conjunto de operações realizadas sequencialmente que ocorrem durante o
funcionamento das armas de fogo de carregar pela culatra;
e) «Culatra aberta» a posição em que a culatra, a corrediça ou a báscula de uma arma se encontra
de forma que a câmara não esteja obturada;
f) «Culatra fechada» a posição em que a culatra, corrediça ou báscula de uma arma se encontra de
forma a obturar a câmara;
g) «Disparar» o acto de pressionar o gatilho, accionando o mecanismo de disparo da arma, de forma
a provocar o lançamento do projéctil.
5 ‐ Outras definições:
a) «Armeiro» qualquer pessoa singular ou colectiva cuja actividade profissional consista, total ou
parcialmente, no fabrico, compra e venda ou reparação de armas de fogo e suas munições;
b) «Campo de tiro» a instalação exterior funcional e exclusivamente destinada à prática de tiro
com arma de fogo carregada com munição de projécteis múltiplos;
c) «Cedência a título de empréstimo» a entrega de arma a terceiro, para que este se sirva dela
durante certo período, com a obrigação de a restituir findo o mesmo, saindo a arma da esfera de
disponibilidade do seu proprietário;
d) «Carreira de tiro» a instalação interior ou exterior, funcional e exclusivamente destinada à
prática de tiro com arma de fogo carregada com munição de projéctil único;
e) «Casa‐forte ou fortificada» a construção ou compartimento de uso exclusivo do portador ou
detentor, integralmente edificada em betão, ou alvenaria, ou com paredes, soalho e tecto
reforçados com malha ou estrutura metálica, sendo em todos os casos dotado de porta de
segurança com fechadura de trancas e, caso existam, janelas com grades metálicas;
f) «Data de fabrico de arma» o ano em que a arma foi produzida ou, sendo desconhecido, quando
iniciada a sua produção;
g) «Detenção de arma», o facto de ter em seu poder ou disponível para uso imediato pelo seu
detentor;
h) «Disparo de advertência» o acto voluntário de disparar uma arma apontada para zona livre de
pessoas e bens;
i) «Equipamentos, meios militares e material de guerra» os equipamentos, armas, engenhos,
instrumentos, produtos ou substâncias fabricados para fins militares e utilizados pelas Forças
Armadas e forças e serviços de segurança;
j) «Estabelecimento ou local de diversão» todos os locais públicos ou privados, construídos ou
adaptados para o efeito, na sequência ou não de um processo de licenciamento municipal, que se
encontrem a funcionar essencialmente como bares, discotecas e similares, salas de jogos eléctricos
ou manuais e feiras de diversão;
l) «Explosivo civil» todas as substâncias ou produtos explosivos cujo fabrico, comércio,
transferência, importação e utilização estejam sujeitos a autorização concedida pela autoridade
competente;
m) «Engenho explosivo civil» os artefactos que utilizem produtos explosivos cuja importação,
fabrico e comercialização estão sujeitos a autorização concedida pela autoridade competente;
n) «Engenho explosivo ou incendiário improvisado» todos aqueles que utilizem substâncias ou
produtos explosivos ou incendiários de fabrico artesanal não autorizado;
o) «Guarda de arma» o acto de depositar a arma, no domicílio ou outro local autorizado, em cofre
ou armário de segurança não portáteis, casa‐forte ou fortificada, bem como a aplicação de cadeado,
accionamento de mecanismo ou remoção de peça que impossibilite disparar a mesma;
p) «Porte de arma» o acto de trazer consigo uma arma branca ou uma arma municiada ou carregada
ou em condições de o ser para uso imediato;
q) 'Recinto desportivo' o local destinado à prática do desporto ou onde este tenha lugar, confinado
ou delimitado por muros, paredes ou vedações, em regra com acesso controlado e condicionado.
r) «Transporte de arma» o acto de transferência de uma arma descarregada e desmuniciada ou
desmontada de um local para outro, de forma a não ser susceptível de uso imediato;
s) «Uso de arma» o acto de empunhar, apontar ou disparar uma arma;
t) «Zona de exclusão» a zona de controlo da circulação pedestre ou viária, definida pela autoridade
pública, com vigência temporal determinada, nela se podendo incluir os trajectos, estradas,
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estações ferroviárias, fluviais ou de camionagem com ligação ou a servirem o acesso a recintos
desportivos, áreas e outros espaços públicos, dele envolventes ou não, onde se concentrem
assistentes ou apoiantes desse evento;
u) «Cadeado de gatilho» o dispositivo aplicado ou fazendo parte da arma que impede o
accionamento do gatilho e o disparo da arma;
v) «Importação» a entrada ou introdução nos limites fiscais do território nacional de quaisquer
bens, bem como a sua permanência em estância alfandegária ou zona internacional, a aguardar os
procedimentos legais aduaneiros, quando provenientes de países terceiros à União Europeia;
x) «Exportação» a saída dos limites fiscais do território nacional de quaisquer bens com destino a
país terceiro à União Europeia, bem como a sua permanência em estância alfandegária ou zona
internacional a aguardar os procedimentos legais aduaneiros;
z) «Trânsito» a passagem por território nacional, a aguardar os procedimentos legais aduaneiros, de
quaisquer bens oriundos de país terceiro e que se destinam a exportação ou transferência para
outro Estado;
aa) «Homologação de armas e munições» a aprovação de marca, modelo, bem como demais
características técnicas de armas, pelo director nacional da PSP;
ab) «Transferência» a entrada em território nacional de quaisquer bens previstos na presente lei,
quando provenientes de Estados membros da União Europeia, tendo Portugal como destino final, ou
a saída de quaisquer bens de Portugal, tendo como destino final Estados membros da União
Europeia;
ac) «Norma técnica» a informação emitida pela Direcção Nacional da PSP destinada a comunicar
instrução técnica ou procedimental aos titulares de licenças e alvarás emitidos ao abrigo da
presente lei;
ad) «Arma de aquisição condicionada» a arma que só pode ser adquirida por quem tenha licença
habilitante ou autorização da Direcção Nacional da PSP;
ae) «Ornamentação» a exposição de arma em local a indicar pelo requerente e identificado na
correspondente licença F.
af) 'Artigo de pirotecnia' qualquer artigo que contenha substâncias explosivas ou uma mistura
explosiva de substâncias, concebido para produzir um efeito calorífico, luminoso, sonoro, gasoso ou
fumígeno ou uma combinação destes efeitos, devido a reações químicas exotérmicas
autossustentadas;
ag) 'Fogo‐de‐artifício de categoria 1' o artigo de pirotecnia destinado a ser utilizado para fins de
entretenimento que apresenta um risco muito baixo e um nível sonoro insignificante e que se
destina a ser utilizado em áreas confinadas, incluindo os fogos‐de‐artifício que se destinam a ser
utilizados no interior de edifícios residenciais.
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p) As espingardas cujo comprimento de cano seja inferior a 46 cm;
q) As munições com bala perfurante, explosiva, incendiária, tracejante ou desintegrável;
r) As munições expansivas, excepto se destinadas a práticas venatórias;
s) Os silenciadores;
t) As miras telescópicas, excepto aquelas que tenham afectação ao exercício de quaisquer práticas
venatórias, recreativas ou desportivas federadas;
u) As armas de fogo longas semiautomáticas com a configuração das armas automáticas para uso
militar ou das forças de segurança.
3 ‐ São armas da classe B as armas de fogo curtas de repetição ou semiautomáticas.
4 ‐ São armas da classe B1:
a) As pistolas semiautomáticas com os calibres denominados 6,35 mm Browning (.25 ACP ou .25
Auto);
b) Os revólveres com os calibres denominados .32 S & W, .32 S & W Long e .32 H & R Magnum.
5 ‐ São armas da classe C:
a) As armas de fogo longas semiautomáticas, de repetição ou de tiro a tiro, de cano de alma
estriada;
b) As armas de fogo longas semiautomáticas, de repetição ou de tiro a tiro com dois ou mais canos,
se um deles for de alma estriada;
c) As armas de fogo longas semiautomáticas ou de repetição, de cano de alma lisa, em que este
não exceda 60 cm;
d) As armas de fogo curtas de tiro a tiro unicamente aptas a disparar munições de percussão
central;
e) As armas de fogo de calibre até 6 mm ou .22 unicamente aptas a disparar munições de
percussão anelar;
f) (Revogada.)
g) As armas de ar comprimido de aquisição condicionada.
6 ‐ São armas da classe D:
a) As armas de fogo longas semiautomáticas ou de repetição, de cano de alma lisa com um
comprimento superior a 60 cm;
b) As armas de fogo longas semiautomáticas, de repetição ou de tiro a tiro de cano de alma
estriada com um comprimento superior a 60 cm, unicamente aptas a disparar munições próprias do
cano de alma lisa;
c) As armas de fogo longas de tiro a tiro de cano de alma lisa.
7 ‐ São armas da classe E:
a) Os aerossóis de defesa com gás cujo princípio activo seja a capsaicina ou oleoresina de capsicum
(gás pimenta) com uma concentração não superior a 5 % e que não possam ser confundíveis com
armas de outra classe ou com outros objectos;
b) As armas eléctricas até 200 000 V, com mecanismo de segurança e que não possam ser
confundíveis com armas de outra classe ou com outros objectos;
c) As armas de fogo e suas munições, de produção industrial, unicamente aptas a disparar balas não
metálicas ou a impulsionar dispositivos, concebidas de origem para eliminar qualquer possibilidade
de agressão letal e que tenham merecido homologação por parte da Direcção Nacional da PSP.
8 ‐ São armas da classe F:
a) As matracas, sabres e outras armas brancas tradicionalmente destinadas às artes marciais ou a
ornamentação;
b) As réplicas de armas de fogo;
c) As armas de fogo inutilizadas quando destinadas a ornamentação.
9 ‐ São armas e munições da classe G:
a) As armas veterinárias;
b) As armas de sinalização;
c) As armas lança‐cabos;
d) As armas de ar comprimido de aquisição livre;
e) As reproduções de armas de fogo para práticas recreativas;
f) As armas de starter;
g) As armas de alarme ou salva que não estejam incluídas na alínea n) do n.º 2 do presente artigo;
h) As munições para armas de alarme ou salva e para armas de starter.
10 ‐ Para efeitos do disposto na legislação específica da caça, são permitidas as armas de fogo
referidas nas alíneas a), b) e c) do n.º 5, nas alíneas a), b) e c) do n.º 6 e na alínea b) do n.º 8,
excepto se estas se destinarem a ornamentação e com excepção das armas com configuração de
armamento militar.
11 ‐ (Revogado.)
12 ‐ As partes essenciais das armas de fogo estão incluídas na classe em que tiver sido classificada a
arma de fogo de que fazem parte ou a que se destinam.
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Armas da classe A
1 ‐ São proibidos a venda, a aquisição, a cedência, a detenção, o uso e o porte de armas, acessórios
e munições da classe A.
2 ‐ Sem prejuízo do disposto no número anterior, mediante autorização especial do director
nacional da PSP, podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência, a detenção, a utilização, a
importação, a exportação e a transferência de armas e acessórios da classe A destinados a museus
públicos ou privados, investigação científica ou industrial e utilizações em realizações teatrais,
cinematográficas ou outros espectáculos de natureza artística, de reconhecido interesse cultural,
com excepção de meios militares e material de guerra cuja autorização é da competência do
ministro que tutela o sector da defesa nacional.
3 ‐ As autorizações a que se refere o número anterior são requeridas com justificação da motivação,
indicação do tempo de utilização e respectivo plano de segurança.
Artigo 7.º
Armas da classe C
1 ‐ As armas da classe C são adquiridas mediante declaração de compra e venda ou doação,
carecendo de prévia autorização concedida pelo director nacional da PSP.
2 ‐ A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe C podem ser autorizados:
a) Aos titulares de licença de uso e porte de arma da classe C;
b) A quem, nos termos da respectiva lei orgânica ou estatuto profissional, possa ser atribuída ou
dispensada a licença de uso e porte de arma da classe C, após verificação da situação individual.
3 ‐ Sem prejuízo do disposto no número anterior, mediante autorização especial do director
nacional da PSP, podem ser autorizadas a venda, a aquisição, a cedência, a detenção, a utilização, a
importação, a exportação e a transferência de armas e acessórios da classe C destinados a museus
públicos ou privados, investigação científica ou industrial e utilizações em realizações teatrais,
cinematográficas ou outros espectáculos de natureza artística, de reconhecido interesse cultural.
4 ‐ Sem prejuízo do disposto no n.º 2, podem ainda ser autorizadas a venda, a aquisição, a
cedência, a detenção, a utilização, a importação, a exportação e a transferência das armas
referidas nas alíneas a) e c) do n.º 5 do artigo 3.º às entidades privadas gestoras ou concessionárias
de zonas de caça ou pesca.
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5 ‐ As autorizações referidas nos números anteriores deverão ser emitidas no prazo máximo de 30
dias, salvo decisão fundamentada prorrogando o respectivo prazo.
Artigo 10.º
Armas da classe F
1 ‐ As armas da classe F são adquiridas mediante declaração de compra e venda ou doação.
2 ‐ A aquisição, a detenção, o uso e o porte de armas da classe F podem ser autorizados aos
titulares de licença de uso e porte de arma da classe F.
3 ‐ As armas de fogo inutilizadas, bem como as réplicas de armas de fogo, podem ser usadas pelos
titulares de licença F em actividades de reconstituição histórica de factos ou eventos, podendo
apenas efectuar tiros de salva com pólvora preta.
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5 ‐ A autorização referida no n.º 2 deve conter a identificação do comprador e a quantidade e
destino das armas de sinalização a adquirir e só pode ser concedida a quem demonstre
desenvolver actividade que justifique a utilização destas armas.
6 ‐ A detenção, o uso e o porte das armas referidas nos n.os 1 a 4, bem como das armas de starter
e de alarme, só são permitidos no domicílio, transporte e para o exercício das actividades para as
quais foi solicitada autorização de aquisição.
7 ‐ Sem prejuízo do disposto no número anterior, a detenção, uso, porte e transporte de
reproduções de armas de fogo para práticas recreativas, ainda que não contendo as características
previstas na alínea aae) do n.º 1 do artigo 2.º, podem ser temporariamente autorizadas a
praticantes estrangeiros em provas internacionais realizadas em Portugal, pelo período necessário
à sua participação nas provas, mediante requerimento instruído com prova da inscrição no evento,
a formular junto da Direcção Nacional da PSP pela entidade promotora da iniciativa.
8 ‐ A aquisição de armas de starter pode ser autorizada a quem demonstrar, fundamentadamente,
necessitar das mesmas para a prática desportiva ou de treino de caça.
9 ‐ A aquisição de munições para as armas de alarme ou salva e para armas de starter pode ser
autorizada a quem for autorizada a aquisição destas mesmas armas.
10 ‐ A aquisição de armas de ar comprimido de aquisição livre é permitida aos maiores de 18 anos,
mediante declaração aquisitiva.
11 ‐ A aquisição de armas de ar comprimido de aquisição livre destinadas à prática de actividades
desportivas é permitida mediante declaração aquisitiva.
12 ‐ Não é permitido o uso e porte de armas de ar comprimido fora de propriedade privada e dos
locais autorizados.
13 ‐ As reproduções de arma de fogo para práticas recreativas, previstas na alínea ag) do n.º 1 do
artigo 2.º, poderão ser objecto de ocultação das partes pintadas exclusivamente durante o decurso
das provas ou actividades, devendo essa alteração ser imediatamente reposta após o seu termo.
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h) Licença especial para o uso e porte de armas das classes B, B1 e E.
2 ‐ Às situações de isenção ou dispensa de licença legalmente previstas são correspondentemente
aplicáveis as obrigações previstas para os titulares de licença.
3 ‐ O uso e porte de arma por quem desempenha actividades profissionais que o exijam, que não as
desempenhadas pelas Forças Armadas e forças e serviços de segurança, é regulado por despacho
do director nacional da PSP.
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seguintes condições:
a) Se encontrem em pleno uso de todos os direitos civis;
b) Demonstrem carecer de licença de uso e porte de arma dos tipos C ou D para a prática de actos
venatórios, e se encontrem habilitados com carta de caçador com arma de fogo ou demonstrem
fundamentadamente carecer da licença por motivos profissionais;
c) Sejam idóneos;
d) Sejam portadores de certificado médico, nos termos do artigo 23.º;
e) Obtenham aprovação em curso de formação técnica e cívica para o uso e porte de armas de
fogo.
2 ‐ A apreciação da idoneidade do requerente é feita nos termos do disposto nos n.os 2, 3 e 4 do
artigo 14.º
3 ‐ Os pedidos de concessão de licenças de uso e porte de arma das classes C e D são formulados
através de requerimento do qual conste o nome completo do requerente, número do bilhete de
identidade, data e local de emissão, data de nascimento, profissão, estado civil, naturalidade,
nacionalidade e domicílio.
4 ‐ O requerimento deve ser acompanhado do certificado de aprovação para o uso e porte de armas
de fogo da classe C ou D.
Artigo 20.º
Recusa de concessão
Para além da não verificação dos requisitos exigidos na presente lei para a concessão da licença
pretendida, pode o pedido ser recusado, nomeadamente, quando tiver sido determinada a
cassação da licença ao requerente, não forem considerados relevantes os motivos justificativos da
pretensão ou não se considerem adequados para os fins requeridos.
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SECÇÃO II
Cursos de formação e de actualização, exames e certificados
Artigo 21.º
Cursos de formação
1 ‐ Os cursos de formação técnica e cívica para o uso e porte de armas de fogo das classes B1, C e
D, e para o exercício da actividade de armeiro, são ministrados pelas entidades reconhecidas para o
efeito por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da administração
interna e da agricultura.
2 ‐ A frequência, com aproveitamento, dos cursos de formação para o uso e porte de armas de fogo
confere ao formando um certificado com especificação da classe de armas a que se destina, válido
por cinco anos, período durante o qual o formando se pode submeter a exame de aptidão.
3 ‐ O procedimento único de formação e de exame para a obtenção simultânea da carta de caçador
e da licença de uso e porte de arma para o exercício da actividade venatória é regulamentado por
portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da administração interna e da
agricultura.
4 ‐ O procedimento previsto no número anterior é da responsabilidade das organizações do sector
da caça reconhecidas para o efeito pelos ministérios responsáveis pelas áreas da administração
interna e da agricultura.
5 ‐ Os cursos de formação técnica e cívica são da responsabilidade da PSP nos distritos em que se
demonstre que as entidades reconhecidas para o efeito não possuam capacidade para os ministrar.
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‐ Lei n.º 12/2011, de 27 de Abril Fevereiro
Artigo 25.º
Exames de aptidão
1 ‐ Concluídos os cursos de formação têm lugar exames de aptidão.
2 ‐ Os exames serão realizados em data e local a fixar pela PSP e compreendem uma prova teórica
e uma prática.
3 ‐ Os júris de exame são constituídos por três membros a designar pelo director nacional da PSP,
podendo integrar representantes do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das
Pescas, nos casos de atribuição de licenças para uso e porte de armas das classes C e D.
Artigo 26.º
Certificado de aprovação e guia provisória
1 ‐ O certificado de aprovação para o uso e porte de armas de fogo é o documento emitido pela
Direcção Nacional da PSP, atribuído ao candidato que tenha obtido a classificação de apto nas
provas teórica e prática do exame de aptidão.
2 ‐ Ao candidato que tenha obtido aprovação no respectivo exame é emitida, pelo presidente do
júri, uma guia provisória válida por 90 dias, renovável por igual período, que confere ao candidato
os mesmos direitos e deveres do titular da licença correspondente à classe de arma a que ficou
aprovado.
Artigo 28.º
Renovação da licença de uso e porte de arma
1 ‐ A renovação da licença de uso e porte de arma deve ser requerida até ao termo do seu prazo e
depende da verificação, à data do pedido, dos requisitos exigidos para a sua concessão.
2 ‐ O requisito de frequência do curso de formação técnica e cívica para o uso e porte de arma da
classe respectiva é substituído por prova da frequência do curso de actualização correspondente,
previsto no artigo 22.º, sempre que exigível.
3 ‐ Nos 60 dias anteriores à data do termo de validade da licença, a PSP notifica o seu titular para
proceder à renovação, com a expressa advertência de que, em caso de incumprimento, incorre em
contra‐ordenação, nos termos do disposto no artigo 99.º‐A.
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‐ Lei n.º 12/2011, de 27 de Abril Fevereiro
Artigo 32.º
Limites de detenção
1 ‐ Aos titulares das licenças B e B1 só é permitida a detenção até duas armas da classe respectiva.
2 ‐ Ao titular da licença C só é permitida a detenção até duas armas de fogo desta classe, excepto
se a sua guarda for feita em cofre ou armário de segurança não portáteis, casa‐forte ou fortificada
para a guarda das mesmas, devidamente verificados pela PSP.
3 ‐ Ao titular da licença D só é permitida a detenção até duas armas de fogo desta classe, excepto
se a sua guarda for feita em cofre ou armário de segurança não portáteis, devidamente verificados
pela PSP.
4 ‐ Ao titular de licença de detenção de arma no domicílio só é permitida a detenção até duas
armas de fogo, excepto se a sua guarda for feita em cofre ou armário de segurança não portáteis,
devidamente verificados pela PSP.
5 ‐ Independentemente do número de armas detidas ao abrigo das licenças referidas nos números
anteriores, sempre que o titular detiver no total mais de 25 armas de fogo está obrigado a ter
casa‐forte ou fortificada para a guarda das mesmas, devidamente verificada pela PSP.
6 ‐ Sempre que, por razões legais ou de estrutura do edifício, não seja possível a edificação de
casa‐forte ou fortificada, podem estas ser substituídas por cofre com fixação à parede ou a
pavimento, devidamente verificado pela PSP.
Artigo 34.º
Posse e aquisição de munições para as armas das classes B e B1
1 ‐ O proprietário de uma arma das classes B e B1 não pode, em momento algum, ter em seu poder
mais de 250 munições por cada uma das referidas classes.
2 ‐ A aquisição de munições depende da apresentação do livrete de manifesto da arma, do livro de
registo de munições e de prova da identidade do titular da licença.
Artigo 35.º
Aquisição de munições para as armas das classes C e D
1 ‐ A compra e venda de munições para as armas das classes C e D é livre, mediante prova da
identidade do comprador, exibição do livrete de manifesto da respectiva arma ou do documento
comprovativo da cedência a título de empréstimo da mesma, licença de uso e porte de arma e
emissão de factura discriminada das munições vendidas.
2 ‐ Aos titulares das licenças C e D não é permitida a detenção de mais de 5000 munições para
armas da classe D ou de mais de 1000 munições para cada calibre de armas da classe C, salvo por
autorização especial do director nacional da PSP, mediante requerimento do interessado, através
do qual comprove possuir as necessárias condições de segurança para o seu armazenamento.
3 ‐ A legislação regulamentar da presente lei define as medidas necessárias para a implementação
de meios de registo electrónico e gestão centralizada na PSP de todas as aquisições.
Artigo 36.º
Recarga e componentes de recarga
1 ‐ A recarga de munições é permitida aos titulares de licença C e D, não podendo ultrapassar as
cargas propulsoras indicadas pelos fabricantes.
2 ‐ Só é permitida a venda de equipamentos e componentes de recarga a quem apresentar as
licenças referidas no número anterior.
3 ‐ As munições provenientes de recarga não podem ser vendidas ou cedidas e só podem ser
utilizadas na prática de actos venatórios, treinos ou provas desportivas.
SECÇÃO III
Aquisição por sucessão mortis causa e cedência por empréstimo
Artigo 37.º
Aquisição por sucessão mortis causa
1 ‐ A aquisição por sucessão mortis causa de qualquer arma manifestada é permitida mediante
autorização do director nacional da PSP.
2 ‐ Para efeitos do número anterior, a existência de armas deve ser declarada à PSP no prazo de 90
dias sobre a morte do anterior proprietário ou sobre a descoberta das armas por quem estiver na
sua detenção.
3 ‐ O director nacional da PSP pode autorizar que a arma fique averbada em nome do cabeça‐de‐
casal até se proceder à partilha dos bens do autor da herança, sendo neste caso obrigatório o
depósito da arma à guarda da PSP.
4 ‐ Caso o cabeça‐de‐casal ou outro herdeiro reúna as condições legais para a detenção da arma,
pode ser solicitado averbamento em seu nome, ficando a mesma à sua guarda.
5 ‐ A pedido do cabeça‐de‐casal, pode a arma ser transmitida a quem reunir condições para a sua
detenção, sendo o adquirente escolhido pelo interessado, ou pode ser vendida em leilão que a PSP
promova, sendo o valor da adjudicação, deduzido dos encargos, entregue à herança.
6 ‐ Finda a partilha, a arma será entregue ao herdeiro beneficiário, desde que este reúna as
condições legais para a sua detenção.
7 ‐ Decorridos 10 anos sem que haja reclamação do bem, será o mesmo declarado perdido a favor
do Estado.
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de uso e porte de arma;
c) Não exibir ou empunhar armas sem que exista manifesta justificação para tal;
d) Disparar as armas unicamente em carreiras ou campos de tiro ou no exercício de actos
venatórios, actos de gestão cinegética e outras actividades de carácter venatório, nomeadamente
no treino de caça em áreas específicas para o efeito, em provas desportivas ou em práticas
recreativas em propriedades rústicas privadas em condições de segurança para o efeito;
e) Comunicar de imediato às autoridades policiais situações em que tenham recorrido às armas por
circunstâncias de defesa pessoal ou de propriedade;
f) Comunicar às autoridades policiais qualquer tipo de acidente ocorrido;
g) Não emprestar ou ceder as armas, a qualquer título, fora das circunstâncias previstas na
presente lei;
h) Dar uma utilização às armas de acordo com a justificação da pretensão declarada aquando do seu
licenciamento;
i) Manter válido e eficaz o contrato de seguro relativo à sua responsabilidade civil, quando a isso
esteja obrigado nos termos da presente lei;
j) Declarar, no prazo de 30 dias, à entidade licenciadora qualquer alteração do domicílio.
SECÇÃO II
Uso de armas de fogo, eléctricas e aerossóis de defesa
Artigo 41.º
Uso, porte e transporte
1 ‐ O uso, porte e transporte das armas de fogo deve ser especialmente disciplinado e seguir
rigorosamente as regras e procedimentos de segurança.
2 ‐ As armas de fogo curtas devem ser portadas em condições de segurança, em coldre ou estojo
próprio para o seu porte, com dispositivo de segurança, sem qualquer munição introduzida na
câmara, com excepção dos revólveres.
3 ‐ As armas de fogo devem ser transportadas em bolsa ou estojo adequados ao modelo em
questão, com adequadas condições de segurança, de forma separada das respectivas munições,
com cadeado de gatilho ou mecanismo que impossibilite o seu uso ou desmontadas de forma que
não sejam facilmente utilizáveis, ou sem peça cuja falta impossibilite o seu disparo, que deve ser
transportada à parte.
4 ‐ O porte de arma de fogo, armas eléctricas, aerossóis de defesa e munições nas zonas restritas
de segurança dos aeroportos e a bordo de uma aeronave carece de autorização da autoridade
competente, sendo o seu transporte a bordo de aeronaves, como carga, sujeito ao disposto na
Convenção da Aviação Civil Internacional.
5 ‐ O disposto no presente artigo aplica‐se igualmente ao uso, porte e transporte de reproduções
de armas de fogo para práticas recreativas.
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a) O exercício da prática desportiva ou de actos venatórios, actos de gestão cinegética e outras
actividades de carácter venatório, nomeadamente o treino de tiro em zonas caça nas áreas
específicas para o efeito, em provas desportivas e em práticas recreativas em propriedades rústicas
privadas com condições de segurança para o efeito;
b) Como meio de alarme ou pedido de socorro, numa situação de emergência, quando outros meios
não possam ser utilizados com a mesma finalidade;
c) Como meio de repelir uma agressão iminente ou em execução, perpetrada por animal
susceptível de fazer perigar a vida ou a integridade física do próprio ou de terceiros, quando essa
defesa não possa ser garantida por outra forma.
SECÇÃO III
Proibição de detenção, uso e porte de arma
Artigo 45.º
Ingestão de bebidas alcoólicas ou de outras substâncias
1 ‐ É proibida a detenção, uso e porte de arma, bem como o seu transporte fora das condições de
segurança previstas no artigo 41.º, sob a influência de álcool ou de outras substâncias
estupefacientes ou psicotrópicas, sendo o portador de arma, por ordem de autoridade policial
competente, obrigado, sob pena de incorrer em crime de desobediência qualificada, a submeter‐se
a provas para a sua detecção.
2 ‐ Entende‐se estar sob o efeito do álcool quem apresentar uma taxa de álcool no sangue igual ou
superior a 0,50 g/l.
3 ‐ As provas referidas no n.º 1 compreendem exames de pesquisa de álcool no ar expirado, análise
de sangue e outros exames médicos adequados.
4 ‐ Para efeitos do disposto no n.º 1, considera‐se detenção de arma o facto de esta se encontrar
na esfera de disponibilidade imediata do detentor, montada, municiada, e apta a disparar.
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equiparação de certificações emitidas por Estados terceiros para o exercício da actividade de
armeiro a que corresponda alvará do tipo 1, sem prejuízo da aplicabilidade de eventuais tratados
ou acordos de que Portugal seja, no presente domínio, parte celebrante ou aderente.
9 ‐ Aos elementos das forças e serviços de segurança e das Forças Armadas, quando no activo, é
interdito o exercício da actividade de armeiro.
10 ‐ Sem prejuízo do disposto no artigo 68.º‐A, os titulares de alvará de armeiro só podem exercer a
sua actividade em estabelecimentos licenciados para o efeito, de acordo com as regras de
segurança definidas, podendo transaccionar artigos não abrangidos pela presente lei, desde que
destinados à caça, pesca, tiro desportivo e recreativo, para além de todos os bens, materiais e
equipamentos de venda livre, as armas, munições e equipamentos previstos na presente lei que
recaiam no âmbito do seu alvará.
11 ‐ O exercício da actividade de armeiro em feiras da especialidade ou feiras agrícolas, bem como
em exposições, carece de autorização prévia do director nacional da PSP.
12 ‐ As regras de funcionamento, obrigações, requisitos de concessão e taxas a cobrar pela emissão
dos alvarás de armeiro tipos 4 e 5 são estabelecidos por portaria do Ministério da Administração
Interna.
13 ‐ Sem prejuízo das normas de segurança, aos titulares de alvará e seus funcionários é autorizado
o transporte de armas, munições e partes essenciais de armas, para os locais referidos no n.º 11 do
presente artigo, desde que afectas à respectiva actividade comercial.
14 ‐ Os titulares de alvará de armeiro tipo 2 podem ter à sua guarda armas das classes C e D,
desde que acompanhadas do respectivo livrete, bem como de declaração do proprietário da arma.
Artigo 50.º
Cassação do alvará
1 ‐ O director nacional da PSP pode determinar a cassação do alvará de armeiro nos seguintes
casos:
a) Incumprimento das disposições legais fixadas para a prática da actividade;
b) Alteração dos pressupostos em que se baseou a concessão do alvará;
c) Por razões de segurança e ordem pública.
2 ‐ A cassação do alvará é precedida de um processo de inquérito, instruído pela PSP com todos os
documentos atinentes ao fundamento da cassação relativos à infracção e com outros elementos
que se revelem necessários.
3 ‐ O armeiro a quem for cassado o alvará deve encerrar a instalação no prazo de quarenta e oito
horas após a notificação da decisão, sob pena de incorrer em crime de desobediência qualificada,
sem prejuízo de a PSP optar por outro procedimento, nomeadamente o imediato encerramento e
selagem preventiva das instalações.
Artigo 50.º‐A
Comércio electrónico
1 ‐ É permitido aos armeiros o comércio electrónico de bens que recaiam no âmbito do seu alvará,
com excepção de armas, munições e acessórios da classe A e partes essenciais dessas armas.
2 ‐ O comércio electrónico não dispensa que a aquisição de bens permitidos ao abrigo da presente
lei, ou sujeitos a autorização prévia de compra, seja titulada pelos originais ou fotocópias
autenticadas dos documentos necessários para a sua realização, cujo alvará permita a referida
transacção, mantendo‐se as obrigações do n.º 2 do artigo 52.º
3 ‐ Para efeitos do disposto no número anterior, não é admissível a apresentação de fotocópias
autenticadas de autorizações prévias de importação, exportação ou de transferência.
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8/24/2016 :::Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro
Obrigações especiais dos armeiros quanto à actividade
1 ‐ Os titulares de alvará de armeiro, para além de outras obrigações decorrentes da presente lei,
estão, especialmente, obrigados a:
a) Exercer a actividade de acordo com o seu alvará e com as normas legais;
b) Manter actualizados os registos obrigatórios;
c) Enviar à PSP cópia dos registos obrigatórios;
d) Observar com rigor todas as normas de segurança a que está sujeita a actividade;
e) Facultar às autoridades competentes, sempre que por estas solicitado, o acesso aos registos de
armas e munições, bem como a conferência das armas e munições em existência;
f) Facultar às autoridades competentes, sempre que por estas solicitado, o acesso às armas
transferidas de outro Estado membro, bem como à respectiva documentação.
2 ‐ Os armeiros estão, especialmente, obrigados a registar diariamente os seguintes actos:
a) Importação, exportação e transferência de armas;
b) Importação, exportação e transferência de munições;
c) Compra de armas;
d) Venda de armas;
e) Compra e venda de munições;
f) Fabrico e montagem de armas;
g) Reparação de armas;
h) Existências de armas e munições.
i) Armas à sua guarda, nos termos do n.º 14 do artigo 48.º
3 ‐ Em cada um dos registos referidos nas alíneas do número anterior são escrituradas,
separadamente, as armas e munições por classes, indicando‐se o seu fabricante, número, modelo,
calibre, data e entidade com quem se efectuou a transacção, respectiva licença ou alvará, bem
como o número da autorização de compra, quando exigida.
4 ‐ Os registos são efectuados em livros ou suporte informático e devem existir em todos os locais
de fabrico, compra e venda ou reparação de armas e suas munições.
5 ‐ Nos armazéns que o armeiro possua só é obrigatório o registo referido na alínea h) do n.º 2.
6 ‐ O armeiro remete à PSP, até ao dia 5 de cada mês, uma cópia dos registos obrigatórios.
7 ‐ Os registos devem ser mantidos por um período de 20 anos.
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8/24/2016 :::Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro
Manifesto de armas
O manifesto das armas fabricadas ou montadas é sempre feito a favor dos armeiros habilitados com
alvará do tipo 2 ou 3.
Artigo 55.º
Obrigações especiais dos armeiros na reparação de armas de fogo
1 ‐ É proibida a reparação de armas de fogo que não estejam devidamente manifestadas e
acompanhadas dos respectivos livretes de manifesto ou documento que os substitua.
2 ‐ Quando da reparação de armas possa resultar eliminação de número de série de fabrico ou
alteração das suas características, devem as armas ser, previamente, examinadas e marcadas pela
PSP.
3 ‐ As armas sem número de série de fabrico ficam sujeitas ao exame e marcação previstos no
número anterior.
4 ‐ As alterações de características das armas para efeito de maior aptidão venatória ou desportiva
são requeridas ao director nacional da PSP, sendo obrigatório o seu averbamento ao respectivo
manifesto.
Artigo 58.º
Concessão de alvarás
As pessoas singulares ou colectivas que pretendam instalar carreiras ou campos de tiro devem
requerer ao director nacional da PSP a atribuição do respectivo alvará e licenciamento do local,
observando‐se, na parte aplicável, o disposto nos n.os 2 e seguintes do artigo 48.º
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8/24/2016 :::Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro
Artigo 59.º
Cedência e cassação do alvará
São aplicáveis à cedência e à cassação dos alvarás para a exploração e gestão de carreiras e campos
de tiro as disposições constantes dos artigos 49.º e 50.º
CAPÍTULO VII
Importação, exportação, transferência e cartão europeu de arma de fogo
SECÇÃO I
Importação e exportação de armas e munições
Artigo 60.º
Autorização prévia à importação e exportação
1 ‐ A importação e a exportação de armas de aquisição condicionada, munições, fulminantes,
cartuchos ou invólucros com fulminantes, punhos para armas de fogo longas e coronhas retrácteis
ou rebatíveis, partes essenciais de armas de fogo, com excepção da culatra, caixa da culatra e
carcaça, estão sujeitas a prévia autorização do director nacional da PSP.
2 ‐ A autorização pode ser concedida:
a) Ao titular do alvará de armeiro, de acordo com a actividade exercida;
b) Ao titular de licença B, ou isento nos termos da lei, para armas de fogo da classe B;
c) Ao titular de licença B1, C, D, E ou F, para armas da classe permitida pela respectiva licença.
3 ‐ Em cada ano apenas é concedida autorização de importação de uma arma aos titulares das
licenças B, B1, C, D, E e F, ou que delas estejam isentos.
4 ‐ Os cidadãos nacionais regressados de países terceiros após ausência superior a um ano e os
estrangeiros oriundos desses países que pretendam fixar residência em território nacional podem
ser autorizados a importar as suas armas das classes B, B1, C, D, E, F ou G e respectivas munições,
ficando contudo sujeitos à prova da respectiva licença de uso e porte ou detenção.
5 ‐ A autorização prevista no número anterior pode, em casos devidamente fundamentados, ser
concedida, pelo director nacional da PSP, a nacionais regressados de países terceiros antes de
decorrido um ano.
6 ‐ O requerimento, acompanhado pelo certificado de utilizador final, individual ou colectivo,
quando a arma se destine à exportação, indica o tipo, a marca, o modelo, o calibre, o número de
série de fabrico, demais características da arma e a indicação de a arma ter sido sujeita ao controlo
de conformidade.
7 ‐ Em caso de dúvida quanto ao cumprimento pelo país de destino dos critérios previstos no Código
de Conduta da União Europeia sobre exportação de armas, a PSP pode solicitar parecer ao
Ministério dos Negócios Estrangeiros, previamente à concessão da autorização de exportação.
8 ‐ O parecer previsto no número anterior é vinculativo e enviado à PSP no prazo de 10 dias após o
pedido.
9 ‐ Só podem ser admitidas em território nacional as armas homologadas nos termos do artigo 11.º‐
A.
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artigo 62.º, na ausência de autorização prévia, são imediatamente apreendidas.
2 ‐ No caso previsto no número anterior, a notícia da infracção é comunicada à entidade
competente, seguindo‐se, na parte aplicável, o disposto no artigo 80.º
3 ‐ (Revogado.)
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8/24/2016 :::Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro
Artigo 68.º
Transferência dos Estados membros para Portugal
1 ‐ A admissão ou entrada e a circulação de armas de aquisição condicionada, munições,
fulminantes, cartuchos ou invólucros com fulminantes, punhos para armas de fogo longas e
coronhas retrácteis ou rebatíveis, partes essenciais de armas de fogo, com excepção da culatra,
caixa da culatra e carcaça, procedentes de outros Estados membros da União Europeia dependem
de autorização prévia, quando exigida, nos termos dos números seguintes.
2 ‐ A autorização é concedida por despacho do director nacional da PSP, observado o disposto na
presente lei, mediante requerimento do interessado, instruído com os elementos referidos na
alínea f) do n.º 2 do artigo anterior.
3 ‐ As armas que entrem ou circulem em Portugal devem estar acompanhadas da autorização
expedida pelas autoridades competentes do país de procedência.
4 ‐ Cumpridos os requisitos dos números anteriores e após verificação por perito da PSP das
características dos bens referidos no n.º 1, é emitida uma autorização de transferência definitiva,
por despacho do director nacional da PSP, de onde constem os elementos referidos no n.º 2 do
artigo anterior.
5 ‐ Por razões de segurança interna, o Ministro da Administração Interna pode autorizar a
transferência de armas para Portugal com isenção das formalidades previstas nos números
anteriores, devendo comunicar a lista das armas objecto de isenção às autoridades dos restantes
Estados membros da União Europeia.
6 ‐ Só podem ser admitidas em território nacional as armas de fogo, reproduções de armas de fogo,
armas de salva ou alarme, armas de starter e munições homologadas por despacho do director
nacional da PSP, nos termos do artigo 11.º‐A, ficando a autorização de transferência definitiva
condicionada à verificação da conformidade do artigo declarado com o artigo efectivamente
transferido pelo centro nacional de peritagens da PSP.
7 ‐ Nos casos em que a arma cuja transferência foi requerida não coincidir com o resultado da
peritagem, a arma é imediatamente apreendida e comunicada a notícia da infracção à entidade
competente.
Artigo 69.º
Comunicações
1 ‐ A PSP envia toda a informação pertinente de que disponha sobre transferências definitivas de
armas às correspondentes autoridades dos Estados membros da União Europeia para onde se realize
a transferência.
2 ‐ Sempre que o Estado Português esteja vinculado por acordo ou tratado internacional à
notificação de países terceiros relativa à exportação de armas, a PSP faz as comunicações
necessárias à entidade que nos termos das obrigações assumidas for competente para o efeito.
SECÇÃO III
Cartão europeu de arma de fogo
Artigo 70.º
Cartão europeu de arma de fogo
1 ‐ O cartão europeu de arma de fogo é o documento que habilita o seu titular a deter uma ou
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mais armas de fogo em qualquer Estado membro da União Europeia desde que autorizado pelo
Estado membro de destino.
2 ‐ O cartão europeu de arma de fogo é concedido pelo director nacional da PSP e é válido pelo
período de cinco anos, prorrogável por iguais períodos, desde que se verifiquem os requisitos que
levaram à sua emissão.
3 ‐ Os pedidos de concessão do cartão europeu de arma de fogo são instruídos com os seguintes
documentos:
a) Requerimento a solicitar a concessão de onde conste a identificação completa do requerente,
nomeadamente estado civil, idade, profissão, naturalidade, nacionalidade e domicílio;
b) Duas fotografias do requerente a cores e em tamanho tipo passe;
c) Cópia da licença ou licenças de uso e porte de armas de fogo ou prova da sua isenção;
d) Cópia dos livretes de manifesto de armas que pretende averbar, ou dos documentos que os
substituam nos termos da presente lei;
e) Cópia do bilhete de identidade ou passaporte.
4 ‐ O director nacional da PSP pode determinar a todo o tempo a apreensão do cartão europeu de
arma de fogo por motivos de segurança e ordem pública de especial relevo.
5 ‐ São averbadas as armas de propriedade do requerente e aquelas de que é legítimo detentor e
utilizador, bem como o seu extravio ou furto.
Artigo 73.º
Manifesto
1 ‐ O manifesto das armas das classes B, B1, C e D e das previstas na alínea c) do n.º 7 e na alínea
b) do n.º 8 do artigo 3.º é obrigatório, resulta da sua importação, transferência, fabrico,
apresentação voluntária ou aquisição e faz‐se em função das respectivas características,
classificando‐as de acordo com o disposto no artigo 3.º
2 ‐ A cada arma manifestada corresponde um livrete de manifesto, a emitir pela PSP.
3 ‐ Do livrete de manifesto consta o número e data de emissão, classe da arma, marca, calibre,
número de fabrico, número de canos e identificação do seu proprietário.
4 ‐ Em caso de extravio ou inutilização do livrete, é concedida uma segunda via depois de
organizado o respectivo processo justificativo.
Artigo 77.º
Responsabilidade civil e seguro obrigatório
1 ‐ Os titulares de licenças e de alvarás previstos na presente lei ou aqueles a quem a respectiva
lei orgânica ou estatuto profissional atribui ou dispensa da licença de uso e porte de arma são
civilmente responsáveis, independentemente da sua culpa, por danos causados a terceiros em
consequência da utilização das armas de fogo que detenham ou do exercício da sua actividade.
2 ‐ A violação grosseira de norma de conduta referente à guarda e transporte das armas de fogo
determina sempre a responsabilização solidária do seu proprietário pelos danos causados a
terceiros pelo uso, legítimo ou não, que às mesmas venha a ser dado.
3 ‐ Com excepção dos titulares de licenças E ou de licença especial, quando a arma não for da sua
propriedade, é obrigatória a celebração de contrato de seguro de responsabilidade civil com
empresa seguradora mediante o qual seja transferida a sua responsabilidade até um capital mínimo
a definir em portaria conjunta dos Ministros das Finanças e da Administração Interna.
4 ‐ A celebração autónoma do contrato de seguro previsto no número anterior é dispensada sempre
que o respectivo risco esteja coberto por contrato de seguro que cubra simultaneamente a
responsabilidade civil para a prática de actos venatórios.
5 ‐ Se o segurado for titular de mais de uma licença só está obrigado a um único seguro de
responsabilidade civil.
6 ‐ Os titulares de licenças e de alvarás previstos na presente lei ou aqueles a quem a respectiva
lei orgânica ou estatuto profissional atribui ou dispensa da licença de uso e porte de arma, deverão
fazer prova, a qualquer momento e em sede de fiscalização, da existência de seguro válido.
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8/24/2016 :::Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro
Artigo 78.º
Armas declaradas perdidas a favor do Estado
1 ‐ Sem prejuízo do disposto em legislação especial, todas as armas que, independentemente do
motivo da entrega ou decisão, sejam declaradas perdidas a favor do Estado ficam depositadas à
guarda da PSP, que promoverá o seu destino.
2 ‐ As armas referidas no número anterior, desde o momento do depósito à guarda da PSP até à
decisão final, nomeadamente de destruição, venda, afectação a museus públicos ou privados, ou
utilização pelas forças de segurança, devem ser acompanhadas de registo documental, consultável
a todo o tempo pelo interessado, do qual devem constar os seguintes elementos:
a) Identificação da pessoa, ou entidade, que procedeu à entrega;
b) Motivo que determinou a entrega;
c) Agente que recepcionou a entrega e respectiva esquadra;
d) Características da arma, com referência à marca, modelo, calibre, condições de funcionalidade,
estado de conservação e demais características relevantes;
e) Fotografia da arma aquando do depósito, da qual deve ser facultada cópia à pessoa ou entidade
que procedeu à entrega;
f) Decisão final quanto ao destino da arma.
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as necessárias adaptações, o disposto nos artigos 248.º e seguintes do Código de Procedimento e de
Processo Tributário.
Aditado pelo seguinte diploma: Lei n.º 17/2009, de 06 de Maio
Artigo 80.º
Armas apreendidas
1 ‐ Todas as armas apreendidas à ordem de processos criminais ficam na disponibilidade da
autoridade judiciária até decisão definitiva que sobre a mesma recair.
2 ‐ As armas são depositadas nas instalações da PSP, da Guarda Nacional Republicana, da Polícia
Judiciária, ou unidade militar que melhor garanta a sua segurança e disponibilidade em todas as
fases do processo, sem prejuízo do disposto em legislação especial aplicável aos órgãos de polícia
criminal.
3 ‐ Somente serão depositadas armas em instalações da Guarda Nacional Republicana se na área do
tribunal que ordenou a apreensão não operar a PSP.
4 ‐ Excepcionalmente, atenta a natureza da arma e a sua perigosidade, pode o juiz ordenar o seu
depósito em unidade militar, com condições de segurança para o efeito, após indicação do
Ministério da Defesa Nacional.
5 ‐ Compete à PSP, manter, organizar e disponibilizar um ficheiro informático nacional de armas
apreendidas, proceder à sua análise estatística e técnica e difundir informação às entidades
nacionais e estrangeiras.
6 ‐ Todas as entidades que procedam à apreensão de armas de fogo, independentemente do
motivo que determinou a apreensão, comunicam a sua apreensão à PSP, para efeitos de
centralização e tratamento de informação, de acordo com as regras a estabelecer por despacho
dos membros do Governo competentes.
7 ‐ Todas as armas apreendidas devem ser peritadas, registadas as suas características e o seu
estado de conservação, competindo à entidade à guarda de quem ficam, a sua conservação no
estado em que se encontravam à data da sua apreensão.
8 ‐ Do ficheiro informático referido no n.º 5 devem constar, entre outros, os seguintes elementos:
a) Entidade apreensora;
b) Despacho judicial que determinou, ou validou a apreensão, com menção do número do processo
e respectivo tribunal.
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1 ‐ A apresentação de requerimentos, a concessão de licenças e de alvarás, e suas renovações, de
autorizações, a realização de vistorias e exames, os manifestos e todos os actos sujeitos a despacho,
previstos na presente lei, estão dependentes do pagamento por parte do interessado de uma taxa
de valor a fixar por portaria do ministro que tutele a administração interna, sujeita a actualização
anual, tendo em conta o índice médio de preços junto do consumidor oficialmente publicado e
referente ao ano imediatamente anterior.
2 ‐ O disposto na presente lei não prejudica as isenções previstas na lei.
3 ‐ O produto das taxas previstas no n.º 1 reverte a favor da PSP.
4 ‐ Para os efeitos do disposto no n.º 1, podem ser utilizados meios electrónicos de pagamento, nas
condições e prazos constantes da legislação regulamentar da presente lei.
5 ‐ A falta de pagamento voluntário das quantias devidas nos termos do n.º 1 determina a
suspensão automática de toda e qualquer autorização prevista na presente lei.
Artigo 84.º
Delegação de competências
1 ‐ As competências atribuídas na presente lei ao director nacional da PSP podem ser delegadas e
subdelegadas nos termos da lei.
2 ‐ Compete ao director nacional da PSP a emissão de normas técnicas destinadas a estabelecer
procedimentos operativos no âmbito do regime jurídico das armas e munições.
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silenciador, partes essenciais da arma de fogo, artigos de pirotecnia, exceto os fogos‐de‐artifício de
categoria 1, bem como munições de armas de fogo independentemente do tipo de projétil
utilizado, é punido com pena de prisão até 4 anos ou com pena de multa até 480 dias.
2 ‐ A detenção de arma não registada ou manifestada, quando obrigatório, constitui, para efeitos do
número anterior, detenção de arma fora das condições legais.
3 ‐ As penas aplicáveis a crimes cometidos com arma são agravadas de um terço nos seus limites
mínimo e máximo, excepto se o porte ou uso de arma for elemento do respectivo tipo de crime ou
a lei já previr agravação mais elevada para o crime, em função do uso ou porte de arma.
4 ‐ Para os efeitos previstos no número anterior, considera‐se que o crime é cometido com arma
quando qualquer comparticipante traga, no momento do crime, arma aparente ou oculta prevista
nas alíneas a) a d) do n.º 1, mesmo que se encontre autorizado ou dentro das condições legais ou
prescrições da autoridade competente.
5 ‐ Em caso algum pode ser excedido o limite máximo de 25 anos da pena de prisão.
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substâncias referidos no artigo 86.º, é punido com pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa
até 600 dias, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
Artigo 91.º
Interdição de frequência, participação ou entrada em determinados locais
1 ‐ Pode ser temporariamente interdita a frequência, participação ou entrada em estabelecimento
de ensino, recinto desportivo, estabelecimentos ou locais de diversão, locais onde ocorra
manifestação cultural, desportiva ou venatória, feira ou mercado, campo ou carreira de tiro, a
quem for condenado:
a) Pela prática de crime previsto na presente lei praticado num dos locais referidos;
b) Pela prática de crime cometido num desses locais ou que se repercuta significativamente no
mesmo e em cuja preparação ou execução tenha sido relevante uma arma.
2 ‐ O período de interdição tem a duração mínima de um ano e máxima de oito anos nos casos
relativos a estabelecimentos de ensino e a duração mínima de três anos e máxima de oito anos nos
restantes casos, não contando para o efeito, em qualquer das situações, o tempo em que o
condenado esteja sujeito a medida de coação ou em cumprimento de pena ou medida de
segurança privativa da liberdade.
3 ‐ A decisão de interdição é comunicada à PSP e à autoridade administrativa, federação
desportiva, associação ou entidade pública ou privada que regule ou fiscalize o sector ou actividade
ou organize o evento.
4 ‐ O incumprimento faz incorrer o condenado em crime de desobediência qualificada.
5 ‐ A decisão de interdição pode compreender a obrigação de apresentação do condenado no posto
ou unidade policial da área da sua residência no dia ou dias de realização de feira, mercado ou
evento desportivo, cultural ou venatório.
6 ‐ Tendo o crime sido praticado aquando de deslocação de ou para recinto desportivo no quadro da
realização de espetáculo desportivo, pode ter lugar a interdição a que se refere o n.º 1, aplicando‐
se também o disposto nos números anteriores.
7 ‐ Nos casos a que se refere o número anterior e nos restantes casos referentes a recintos
desportivos e previstos no presente artigo é também aplicável o disposto nos artigos 35.º e 38.º da
Lei n.º 39/2009, de 30 de julho, designadamente quanto ao modo de execução da pena e acerca da
comunicação da decisão adotada.
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Artigo 92.º
Interdição de exercício de actividade
1 ‐ Pode incorrer na interdição temporária de exercício de actividade o titular de alvará de armeiro
ou de exploração de campo ou carreira de tiro que seja condenado, a título doloso e sob qualquer
forma de participação, pela prática de crime cometido com grave desvio dos fins para que foi
licenciado ou credenciado ou com grave violação dos deveres e regras que disciplinam o exercício
da actividade.
2 ‐ A interdição temporária tem a duração mínima de 1 ano e máxima de 10 anos, não contando
para este efeito o tempo em que o condenado tenha estado sujeito a medida de coação ou em
cumprimento de pena ou execução de medida de segurança privativas da liberdade.
3 ‐ A interdição implica a proibição do exercício da actividade ou a prática de qualquer acto em
que a mesma se traduza, bem como a concessão ou renovação de alvará, credenciação, licença ou
autorização no período de interdição.
4 ‐ O exercício da actividade ou a prática de actos em que a mesma de traduza durante o período
de interdição faz incorrer em crime de desobediência qualificada.
5 ‐ É aplicável o disposto no n.º 3 do artigo 90.º
Artigo 94.º
Perda da arma
1 ‐ Sem prejuízo de ser declarada perdida a favor do Estado nos termos gerais, qualquer arma
entregue na PSP, por força da aplicação ao condenado de uma pena acessória ou medida de
segurança, pode ser vendida a quem reúna condições para as possuir.
2 ‐ A venda, requerida pelo condenado, é efectuada pela PSP ao comprador indicado por aquele
ou, caso não haja indicação de comprador no prazo de 180 dias contados da apresentação do
requerimento, é levada a leilão nos termos do disposto no artigo 79.º, revertendo o produto da
venda para o condenado, deduzidas as despesas e taxas aplicáveis, a fixar por portaria do ministro
que tutela a administração interna.
Artigo 95.º
Responsabilidade criminal das pessoas colectivas e equiparadas
As pessoas colectivas e entidades equiparadas são responsáveis, nos termos gerais, pelos crimes
previstos no n.º 1 do artigo 86.º e no artigo 87.º
1 ‐ Quem, sendo detentor de arma, deixar caducar a sua licença de uso e porte de arma, tendo ou
não posteriormente promovido a tramitação necessária à sua legalização prevista nos n.os 1 e 3 do
artigo 29.º, é punido com coima de (euro) 250 a (euro) 2500.
2 ‐ A detenção de arma, verificada a caducidade da licença de uso e porte de arma sem que tenha
sido promovida a sua renovação, requerida nova licença aplicável no prazo previsto no n.º 1 do
artigo 29.º ou solicitada a sua titularidade ao abrigo de outra licença aplicável conforme o disposto
no n.º 3 do artigo 29.º, é punida com uma coima de (euro) 400 a (euro) 4000.
3 ‐ A detenção de arma da classe F, verificada a caducidade da licença de uso e porte de arma sem
que tenha sido promovida a sua renovação, requerida nova licença aplicável dentro do prazo
previsto no n.º 1 do artigo 29.º ou solicitada a sua titularidade ao abrigo de outra licença aplicável
conforme o disposto no n.º 3 do artigo 29.º, é considerada detenção ilegal de arma, para efeitos do
disposto no n.º 1 do artigo 97.º
4 ‐ A notificação do auto de notícia relativo à contra‐ordenação prevista no n.º 2 será
complementada com a advertência de que o arguido deve proceder à renovação da licença de uso
e porte de arma caducada, requerer nova licença ou solicitar a sua titularidade ao abrigo de outra
licença aplicável, no prazo de 15 dias, sob pena de, findo esse prazo, a detenção de arma passar a
ser considerada detenção de arma fora das condições legais, para efeitos do disposto no n.º 1 do
artigo 86.º
Artigo 101.º
Exercício ilegal de actividades sujeitas a autorização
1 ‐ Quem, sendo titular de alvará para a exploração de carreira ou campo de tiro, se encontrar a
exercer a actividade em violação das normas e regras legais para o exercício da mesma é punido
com uma coima de (euro) 1000 a (euro) 20 000.
2 ‐ Quem, não estando autorizado pelo director nacional da PSP, organizar manifestação teatral,
cultural ou outra onde sejam utilizadas ou disparadas armas de fogo, mostra ou feira de armas,
leilão ou outro tipo de iniciativa aberta ao público é punido com uma coima de (euro) 1000 a (euro)
20 000.
3 ‐ Quem, não sendo titular de alvará para a exploração de carreira ou campo de tiro, se encontrar
a exercer esta actividade é punido com coima de (euro) 20 000 a (euro) 40 000.
4 ‐ Quem exercer comércio electrónico de armas, munições e acessórios da classe A e partes
essenciais dessas armas é punido com coima de (euro) 2000 a (euro) 20 000.
5 ‐ Quem exercer comércio electrónico em violação do disposto no artigo 50.º‐A é punido com coima
de (euro) 1000 a (euro) 10 000.
6 ‐ Quem frequentar ou utilizar carreira ou campo de tiro não licenciado, conhecendo ou devendo
conhecer, essa falta de licenciamento, é punido com coima de (euro) 500 a (euro) 2000.
Artigo 103.º
Agravação
As coimas são agravadas nos seus limites mínimos e máximos para o triplo se o titular da licença ou
alvará, o organizador ou promotor, for uma entidade colectiva ou equiparada, sendo responsáveis
solidários pelo pagamento os seus sócios, gerentes, accionistas e administradores.
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8/24/2016 :::Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro
Artigo 104.º
Negligência e tentativa
1 ‐ A negligência e a tentativa são puníveis.
2 ‐ No caso de tentativa, as coimas previstas para a respectiva contra‐ordenação são reduzidas para
metade nos seus limites máximos e mínimos.
SECÇÃO IV
Regime subsidiário e competências
Artigo 105.º
Regime subsidiário
1 ‐ Em matéria relativa à responsabilidade criminal ou contra‐ordenacional é aplicável
subsidiariamente o Código Penal, o Código de Processo Penal e o regime geral das contra‐
ordenações.
2 ‐ O disposto no número anterior não prejudica a aplicação à matéria regulada na presente lei do
regime relativo ao combate à criminalidade organizada e económico‐financeira e demais legislação
especial.
Artigo 106.º
Competências e produto das coimas
1 ‐ A instrução dos processos de contra‐ordenação compete à PSP.
2 ‐ A aplicação das respectivas coimas compete ao director nacional, que pode delegar essa
competência.
3 ‐ O produto das coimas previstas neste diploma reverte na percentagem de 40% para o Estado, de
40% para a PSP e de 20% a repartir entre as demais entidades fiscalizadoras do cumprimento da
presente lei.
Artigo 106.º‐A
Exames técnicos
Para efeitos de licenciamento e de fiscalização da aquisição, importação, exportação, transferência
e comércio de armas, a PSP pode realizar exames às armas e suas munições
SECÇÃO V
Apreensão de armas e cassação de licenças
Artigo 107.º
Apreensão de armas
1 ‐ O agente ou autoridade policial procede à apreensão da ou das armas de fogo, munições e
respectivas licenças e manifestos, emitindo documento de apreensão com a descrição da ou das
armas, munições e documentação, quando:
a) Quem a detiver, portar ou transportar se encontrar sob influência do álcool, de estupefacientes,
substâncias psicotrópicas ou produtos de efeito análogo, verificada nos termos da presente lei ou
recusar a submeter‐se a provas para sua detecção;
b) Houver indícios da prática pelo suspeito de crime de maus tratos a cônjuge, a quem com ele
viva em condições análogas às dos cônjuges, a progenitor de descendente comum em 1.º grau, aos
filhos, a pessoa menor ou particularmente indefesa em razão da idade, deficiência, doença ou
gravidez e que esteja a seu cuidado, à sua guarda ou sob a sua responsabilidade de direcção ou
educação e, perante a queixa, denúncia ou a constatação de flagrante, verificarem probabilidade
na sua utilização;
c) Se encontrarem fora das condições legais ou em violação das prescrições da autoridade
competente;
d) Apresentarem indícios sérios de perturbação psíquica ou mental.
2 ‐ A apreensão inclui a arma de fogo detida ao abrigo de isenção ou dispensa de licença ou de
licença especial, bem como a arma de fogo que seja propriedade de entidade pública ou privada.
3 ‐ Para além da transmissão da notícia do crime ao Ministério Público ou à PSP, em caso de contra‐
ordenação, a apreensão nos termos do número anterior é comunicada à respectiva entidade
pública ou privada titular da arma, para efeitos de acção disciplinar e ou de restituição da arma,
nos termos gerais.
4 ‐ Em caso de manifesto estado de embriaguez, de intoxicação por substâncias estupefacientes ou
psicotrópicas ou indícios sérios de perturbação psíquica ou mental de pessoa que detenha, use,
porte ou transporte consigo arma de fogo, a arma pode ser retida por qualquer caçador ou atirador
desportivo ou ainda por qualquer pessoa que o possa fazer em condições de segurança até à
comparência de agente ou autoridade policial.
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Artigo 111.º
Actos da exclusiva competência de juiz de instrução
1 ‐ Quando no âmbito de uma operação especial de prevenção se torne necessário levar a cabo
buscas domiciliárias ou outros actos da exclusiva competência de juiz de instrução, são adoptadas
as medidas necessárias ao acompanhamento por parte deste magistrado, na modalidade
tecnicamente disponível que se revele mais apropriada.
2 ‐ Quando a operação deva ser desenvolvida em mais de uma comarca, intervém o juiz de
instrução que, nos termos a lei, tenha competência no território da comarca em que a operação se
inicie.
CAPÍTULO XI
Disposições transitórias e finais
SECÇÃO I
Regime transitório
Artigo 112.º
Armas manifestadas em países que estiveram sob a administração portuguesa
Os proprietários das armas manifestadas nos países que estiveram sob a administração portuguesa
têm o prazo de 180 dias após a entrada em vigor da presente lei para substituir o documento de
manifesto concedido pelas autoridades portuguesas de então pelo livrete de manifesto concedido
pelo director nacional da PSP e livro de registo de munições.
Artigo 112.º‐A
Reclassificação de armas
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1 ‐ As armas que, no âmbito da presente lei, venham a ser reclassificadas só podem ser detidas e
utilizadas nos termos permitidos pela presente lei.
2 ‐ Se o titular da arma reclassificada não a puder deter e utilizar no âmbito da presente lei, tem
o prazo de seis meses para proceder à sua venda ou inutilização, sob pena de a mesma ser
declarada perdida a favor do Estado.
Aditado pelo seguinte diploma: Lei n.º 17/2009, de 06 de Maio
Artigo 113.º
Transição para o novo regime legal
1 ‐ As licenças e autorizações de uso e porte de arma concedidas ao abrigo de legislação anterior
são convertidas, quando da sua renovação, para as licenças agora previstas, nos seguintes termos:
a) Licença de uso e porte de arma de defesa transita para licença de uso e porte de arma B1;
b) Licença de uso e porte de arma de caça transita para licença de uso e porte de arma C ou D,
conforme os casos;
c) Licença de uso e porte de arma de recreio de cano liso transita para licença de uso e porte de
arma D;
d) Autorização de uso e porte de arma de defesa «modelo V» e «modelo V‐A» transita para licença
especial, aplicando‐se as mesmas regras que a esta relativamente à caducidade e validade, bem
como no que se refere aos requisitos previstos para a sua concessão;
e) Para efeitos do disposto na alínea a) do n.º 3 do artigo 5.º, as referências existentes nas
respectivas leis orgânicas ou estatutos profissionais a licença de uso e porte de arma de defesa
entendem‐se feitas para licença de uso e porte de arma de classe B.
2 ‐ Os armeiros devidamente licenciados que se encontrem no exercício da actividade dispõem de
um prazo de seis meses contados da data da entrada em vigor da presente lei para requerer a
concessão de um alvará para o exercício da actividade pretendida no novo quadro legal [caducado].
3 ‐ Os proprietários dos estabelecimentos que efectuem vendas de armas das classes G e F
dispõem de um prazo de seis meses a contar da data da entrada em vigor da presente lei para
requerer a concessão de um alvará do tipo 3 para a continuação do exercício da actividade
[caducado].
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8/24/2016 :::Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro
havendo nesse caso lugar a procedimento criminal.
2 ‐ Após exame e manifesto, a requerimento do interessado, as referidas armas ficam, se
susceptíveis de serem legalizadas ao abrigo deste diploma, em regime de detenção domiciliária
provisória pelo período de 180 dias, devendo nesse prazo habilitar‐se com a necessária licença,
ficando perdidas a favor do Estado se não puderem ser legalizadas.
3 ‐ O requerimento para a detenção domiciliária provisória deve ser instruído com certificado de
registo criminal do requerente.
4 ‐ Em caso de indeferimento ou decorrido o prazo referido no n.º 2 deste artigo sem que o
apresentante mostre estar habilitado com a respectiva licença, são as armas guardadas em
depósito na PSP, sendo aplicável o disposto no n.º 7 do artigo 18.º
Artigo 116.º
Livro de registos de munições
Mediante a exibição da licença de uso e porte de arma e o manifesto da arma, é emitido pelo
director nacional da PSP, a requerimento do interessado, um livro de registo de munições.
Artigo 116.º‐A
Armas de ar comprimido de aquisição condicionada
1 ‐ Os titulares de armas de ar comprimido de aquisição condicionada, que detenham essas armas à
data da entrada em vigor da presente lei, mantêm o direito a detê‐las e a usá‐las para tiro lúdico,
independentemente de qualquer autorização ou licença, desde que as manifestem no prazo de
seis meses após essa data.
2 ‐ Poderão ainda os titulares dessas armas, no mesmo prazo, aliená‐las a quem for titular de
licença para o efeito.
3 ‐ A falta de cumprimento, no prazo legal, do disposto no n.º 1, ou no n.º 2, implica a perda de
tais armas a favor do Estado.
4 ‐ O direito dos titulares referidos no n.º 1 será certificado por documento a emitir pela Direcção
Nacional da PSP.
Aditado pelo seguinte diploma: Lei n.º 12/2011, de 27 de Abril
Artigo 117.º
Regulamentação a aprovar
1 ‐ São aprovadas por decreto regulamentar as normas referentes às seguintes matérias:
a) Licenciamento e concessão de alvará para a exploração e gestão de carreiras e campos de tiro;
b) Condições técnicas de funcionamento e de segurança das carreiras e campos de tiro.
2 ‐ São aprovadas por portaria do Ministro que tutela a Administração Interna as normas referentes
às seguintes matérias:
a) Condições de segurança para o exercício da actividade de armeiro;
b) Regime da formação técnica e cívica para uso e porte de armas de fogo, incluindo os conteúdos
programáticos e duração dos cursos;
c) Regime do exame de aptidão para obtenção do certificado de aprovação para o uso e porte de
armas de fogo;
d) Modelo das licenças, alvarás, certificados e outros necessários à execução da presente lei;
e) As taxas a cobrar pela prestação dos serviços e demais actos previstos na presente lei.
SECÇÃO II
Revogação e início de vigência
Artigo 118.º
Norma revogatória
São revogados os seguintes diplomas:
a) O Decreto‐Lei n.º 37313, de 21 de Fevereiro de 1949;
b) O Decreto‐Lei n.º 49439, de 15 de Dezembro de 1969;
c) O Decreto‐Lei n.º 207‐A/75, de 17 de Abril;
d) O Decreto‐Lei n.º 328/76, de 6 de Maio;
e) O Decreto‐Lei n.º 432/83, de 14 de Dezembro;
f) O Decreto‐Lei n.º 399/93, de 3 de Dezembro;
g) A Lei n.º 8/97, de 12 de Abril;
h) A Lei n.º 22/97, de 27 de Junho;
i) A Lei n.º 93‐A/97, de 22 de Agosto;
j) A Lei n.º 29/98, de 26 de Junho;
l) A Lei n.º 98/2001, de 25 de Agosto;
m) O Decreto‐Lei n.º 258/2002, de 23 de Novembro;
n) O Decreto‐Lei n.º 162/2003, de 24 de Julho;
o) O artigo 275.º do Código Penal, aprovado pelo Decreto‐Lei n.º 48/95, de 15 de Março, alterado
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8/24/2016 :::Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro
pela Lei n.º 98/2001, de 25 de Agosto.
Artigo 119.º
Legislação especial
Legislação própria, a elaborar no prazo de 180 dias, regula:
a) O uso e porte de armas em actividades de carácter desportivo, incluindo a definição dos tipos de
armas utilizáveis, as modalidades e as regras de licenciamento, continuando a aplicar‐se, até à
entrada em vigor de novo regime, o actual quadro legal;
b) A actividade de coleccionador, designadamente no tocante ao licenciamento, à segurança e aos
incentivos tendentes a promover a defesa património histórico;
c) Lei especial regulará os termos e condições em que as empresas com alvará de armeiro podem
dispor de bancos de provas próprios ou comuns a várias dessas empresas.
Artigo 120.º
Início de vigência
A presente lei entra em vigor 180 dias após a sua publicação, com excepção do disposto nos artigos
109.º a 111.º, que vigoram a partir do dia seguinte ao da publicação da presente lei.
ANEXO
(a que se refere o n.º 3 do artigo 1.º)
(Revogado pela Lei n.º 17/2009, de 6 de Maio).
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