Parte 1 (Tyen) - Capitulo 1
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Parte 1 (Tyen) - Capitulo 1
TYEN
CAPITULO 1
Não que um livro não tivesse valor histórico potencial, mas em comparação com
os tesouros brilhantes que os outros dois alunos do professor Kilraker tinham
desenterrado para a Academia, foi um achado decepcionante. Depois de todos os
meses de viagens, pesquisas, escavações e observação, ele tinha pouco a mostrar
de seu próprio trabalho. Ele tinha finalmente desenterrado uma tumba que ainda
não tinha sido saqueada por ladrões de túmulos e o que continha? Um caixão de
pedra simples, um cadáver sem adornos e um livro antigo.
Ainda assim, os velhos fósseis da Academia não se arrependeriam de
patrocinar sua jornada se o livro fosse significativo. Ele o examinou de perto.
Ele olhou sem acreditar. Por que alguém iria enterrar um livro em branco em
uma tumba, cuidadosamente embrulhada e colocada nas mãos do ocupante? Ele
olhou para o cadáver, mas não respondeu. Então algo chamou sua atenção de volta
ao livro, ainda aberto em uma das últimas páginas. Ele olhou mais de perto.
Próximo a ele formou-se uma mancha escura, depois mais dezenas. Elas se
espalharam e se juntaram acima.
Tyen pronunciou uma palavra que sua mãe teria ficado chocada em ouvir se
ela ainda estivesse viva. Alívio e admiração substituíram a decepção. O livro era
mágico. Embora a maioria dos livros de feitiçaria usasse magia em menor nível e de
maneiras frívolas, eram tão raros que a Academia sempre os levava para sua
coleção. Sua viagem não foi um desperdício.
Então, o que este livro faz? Por que o texto só apareceu quando foi aberto?
Por que ele tem um nome? Mais palavras se formaram na página.
Sua pele formigou. O livro respondeu à pergunta que ele formou em sua
le perguntou.
mente. “Você quer dizer que essas páginas são feitas de sua carne?” e
Sim. Minha capa e páginas são minha pele. Minha encadernação é meu
cabelo, entrelaçados juntos e costurados com agulha, feita de meus ossos, e
cola dos meus tendões.
Sim
Sim, mas apenas quando você me toca. Quando não estou em contato
com um humano vivo, eu sou cega e surda. trancada na escuridão sem noção
do tempo passando. Sem dormir, sem estar morta. Os anos de minha vida
deslizando, perdidos.
E isso era muito mais interessante. Conversando com o livro era como
conversar com a morte. Se o livro era tão antigo quanto a tumba, ele sabia sobre o
tempo antes de ser deixado lá. Tyen sorriu. Ele pode não ter achado jóias ou ouro
para ajudar a pagar a expedição, mas o livro poderia compensar isso com
informações históricas.
Ela era uma mulher, ele lembrou-se. Ele deveria seguir as etiquetas que
cresceu ensinado a seguir. Embora falar com uma mulher poderia ser
diabolicamente complicado, mesmo seguindo as regras e etiquetas Poderia ser rude
começar sua parceria interrogando-a sobre seu passado. Regras de conversação
decretaram que ele só deveria perguntar após ela se sentir confortável.
Quando estou em posse e sendo lida por alguém legal, é sim. Ela
respondeu.
“E quando você não está? Eu posso ver que isso pode ser uma desvantagem
em sua condição, embora você deva ter antecipado isso antes de se tornar um
livro.”
“Então você não escolheu se tornar um livro. O que o seu criador fez a
você?Isso foi uma punição?”
Não, apesar disso ser uma justiça natural por ser tão ambiciosa e
vaidosa. Eu procurei pela atenção dele, e recebi mais do que pretendia.
“E por isso ele te transformou em livro. Que tipo de homem poderia ser tão
cruel?”
Tyen segurou sua respiração e um frio correu por sua espinha. “Roporien!
Mas ele morreu há mil anos atrás.”
Correto.
Então você é…
Pelo menos tão antiga quanto ele. Embora em meu tempo, não era
educado comentar a idade de uma mulher.
Ele sorriu. Ainda não é, e eu não acho que algum dia será. Eu peço
desculpas novamente.
“Eu não sei… O homem que te criou fez coisas terríveis, como você mesma
teve a experiência. Eu não quero seguir sua sombra.” Então, algo ocorreu a ele que
fez sua pele estremecer. “Me perdoe por ser ignorante, mas o livro dele, ou
qualquer outra de suas ferramentas, poderiam ser projetada para propósitos
maléficos. Você é uma dessas ferramentas?”
Eu não fui projetada assim, mas isso não quer dizer que eu não possa
ser usada para esse fim. Uma ferramenta é tão má quanto a mão que a usa.
Como posso saber que você não está mentindo sobre ser má?
Verdade? Mas se você estiver mentindo sobre não ser capaz de mentir?
Tyen franziu enquanto considerava como poderia inventar um teste para ela,
então percebeu algo buzinando logo atrás de sua orelha. Ele se esquivou da
sensação, e então deu um suspiro de alívio quando viu que era Beetle, sua pequena
criação mecânica. Mais do que um brinquedo, ainda que não totalmente o que ele
poderia descrever como animal de estimação, ele se mostrava uma companhia
bastante útil durante as expedições.
- Tyen
… Miko, seu amigo e colega estudante de arqueologia estava se
aproximando.
A voz ecoou na passagem curta que levava para o mundo fora da tumba.
Tyen murmurou um palavrão. Ele olhou para baixo para as páginas. Desculpe,
Vella. Eu tenho que ir. Os passos se aproximaram da porta da tumba. Sem tempo
para escorregá-la para sua bolsa, ele a escondeu debaixo de sua camisa onde ela
se estabeleceu contra o cós de sua calça. Ela era quente - o que era um pouco
perturbador agora que ele sabia que ela era uma coisa consciente criada de carne
humana - mas ele não tinha tempo para pensar nisso. Ele se virou para a porta a
tempo de ver Miko tropeçar em sua vista.
- Agora?
Tyen olhou para trás para a pequena tumba. Embora o Professor Kiralker
gostasse dessas viagens estrangeiras assim como caça ao tesouro, ele esperava
que os estudantes trouxessem evidências de que as jornadas também eram
educacionais. Copiando as decorações tênues nas paredes da tumba teriam dado a
eles algo para marcar. Ele pensou melancolicamente nos novos gravadores
instantâneos que alguns dos professores mais ricos e aventureiros autofinanciados
costumavam registrar seu trabalho. Eles estavam muito além de sua mesada.
Mesmo se não fossem, Kilraker não os levaria em expedições porque eram pesados
e frágeis.
- Eles não gostam que nós escavamos aqui? Ninguém me disse isso!
- Kilraker disse para não dizermos. Ele disse que você iria encontrar algo
impressionante, depois de todas as buscas que fez.
- Preenchendo isso
- Nós não temos tempo! - Miko agarrou sua mão e o puxou para que ambos
olhassem abaixo para o vale. Ele apontou - Vê?
Tyen abriu sua boca para perguntar, quando o chão abaixo dele explodiu.
Ambos jogaram seus braços para proteger seus rostos de poeira e pedra.
- O que mais podemos fazer? Nós estamos presos aqui. Nós devemos falar
com eles. Explicar que eu não...
- Você acha que os aldeões se importam? Eles não têm acesso a esse lucro. -
Miko bufou.
- Eles não parecem preocupados agora. - Miko se virou para fitar a face do
penhasco atrás dele. - Eu não estou esperando para ver se eles estão
punidos. - Ele partiu ao longo da borda da encosta onde se encontrava com o
penhasco.
Tyen seguiu, se mantendo o mais próximo possível de Miko, então ele não
teve que estender seu escudo muito longe para cobrir os dois. Lançado olhares para
as pessoas abaixo, ele viu que eles estavam se apressando para o pé do penhasco,
mas os seixos soltos estavam retardando-os. A feiticeira andou através do centro,
seguindo-os. Ele esperava que isso significasse que, após usar usar magia, ela
precisava se mover da área que ela havia esgotado para acessar outra. Isso poderia
dizer que o alcance dela não era bom como o dele.
Ela parou e o ar tremeu atrás dela, um pulso que se moveu diante dele.
Percebendo que Miko havia se movido a frente, Tyen drenou mais magia e
propagou o escudo para protegê-lo.
O seixo explodiu em uma curta distância abaixo de seu pé. Tyen ignorou as
pedras e poeira saltando em seu escudo e se apressou para alcançar Miko. Seu
amigo alcançou uma fenda na face do penhasco. Firmando seus pés na área
rugosa da abertura estreita e agarrando as bordas, ele começou a subir. Tyen
inclinou sua cabeça para trás. Embora a abertura continuasse um longo caminho
acima do penhasco, ele não chegava ao topo. Em vez disso, em um ponto três
vezes sua altura, ele se abria para formar uma caverna estreita.
- Isso parece uma péssima idéia. - ele murmurou. Mesmo que ele escorregue e
quebre um membro, ou pior, uma vez na caverna, eles estariam encurralado.
A princípio, era mais fácil do que ele esperava, mas logo seus dedos, braços
e pernas estavam cansadas e doloridas pela tensão. Eu deveria ter me exercitado
mais antes de vir para cá. Eu devia ter me juntado ao clube de esportes. Então, ele
sacudiu sua cabeça. Não, não existem exercícios que eu poderia ter fortalecido
meus músculos a não ser subir paredes de penhascos, e eu não ouvi falar de
nenhum clube que considere isso uma atividade recreativa.
O escudo atrás dele estremeceu no impacto súbito. Ele o alimentou com masi
magia, tentando não se imaginar esmagado como um inseto na parede do
penhasco. Miko estava certo em relação aos aldeões? Eles se atreveriam a
matá-lo? Ou a sacerdotisa simplesmente apostou que ele era um feiticeiro bom o
suficiente para deter seus ataques?
- Quase lá. - Miko chamou.
Ignorando a queimação em seus dedos e panturrilhas, Tyen olhou para cima
e viu Miko desaparecer para dentro da caverna. Não longe agora, ele disse a si
mesmo. Ele forçou seus membros a empurrar e puxar, carregando ele para cima em
direção a segurança de uma sombra escura. Olhando para cima novamente, ele viu
que estava a um corpo de distância, em seguida, perto o suficiente para que um
braço estendido pudesse alcançá-lo. Uma vibração atravessou a pedra sob sua mão
e lascas voaram da parede próxima. Ele encontrou outro ponto de apoio, empurrou
para cima, agarrou uma alça, puxou, sentiu o fria sombra da caverna em seu
rosto…
Miko não parou de puxar até as pernas de Tyen estarem dentro da caverna.
Era tão estreito que os ombros de Tyen rasparam ao longo das paredes. Olhando
para baixo, ele viu que não existia nenhum chão na fenda. As paredes de cada lado
simplesmente eram tão próximas que formavam uma quebra que continuava abaixo
dele. Miko estava apoiando suas botas na parede de cada lado.
O “chão” não estava nivelado também. Ele inclinava para baixo à medida que
a caverna afundava. então a cabeça de Tyen agora estava mais baixa que suas
pernas. Ele sentiu o livro escorregar dentro de sua camisa e tentou agarrá-lo, mas
os braços de Miko atrapalharam. O livro caiu dentro da fenda. Ele xingou e
rapidamente criou uma chama. O livro tinha caído além de seu alcance, mesmo que
seus braços eram magros o suficiente para caber no vão.
- No carro de arl? - Tyen balançou sua cabeça - Espero que ele saiba que a
sacerdotisa está jogando pedra em nós ou será uma longa jornada para casa.
- Eu tenho certeza que ele está preparado para voar. - Miko se virou e
continuou ao longo da fenda. - Eu acho que podemos subir daqui. Venha
aqui e traga sua luz.
- Tão perto - ele disse, olhando para cima. - Você pode me levantar lá?
Miko concordou.
Tyen respirou fundo. Ele reuniu magia e a usou para estabilizar o ar diante de
Miko em um quadrado pequeno e plano.
- Professor! - ele gritou, embora ele sabia que era improvável ser ouvido com o
barulho das hélices - Aqui!
Enquanto Tyen colocava sua mochila nas costas, pronto para subir a bordo,
ele pensou no que havia dentro. Ele não tinha nenhum tesouro para mostrar, mas
pelo menos tinha encontrado algo interessante. Abaixando-se sob a corda da grade,
ele acomodou-se no convés estreito, as pernas balançando para o lado. Miko
sentou-se ao lado dele. O carro de aviação começou a subir rapidamente, sua frente
girando lentamente para casa.