Psicologia Social Nas Tramas Dos Direitos PDF
Psicologia Social Nas Tramas Dos Direitos PDF
Psicologia Social Nas Tramas Dos Direitos PDF
Porto Alegre
2020
A Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) é uma entidade civil,
autônoma e sem fins econômicos que reúne e organiza pessoas dedicadas ao estudo,
ensino, investigação e aplicação da Psicologia a partir de um ponto de vista social no
Brasil. Desde a sua criação, no ano de 1980, a ABRAPSO busca ensejar a integração
da Psicologia Social com outros campos, incentivar e apoiar o desenvolvimento de
ações no campo sociocomunitário, bem como garantir o compromisso ético-político
de profissionais, investigadores, especialistas e estudantes da área com as populações
submetidas a desigualdades e explorações sociais e econômicas, em condição de
opressão ou violência de qualquer ordem, contribuindo para a transformação da
sociedade brasileira no sentido da justiça e da igualdade.
Todos os anos a ABRAPSO realiza encontros regionais ou nacionais dedicados a
mobilizar e estimular a dialogia acerca da Psicologia Social. O seu compromisso com
a sistematização e difusão de saberes se expressam por intermédio da publicação de
literatura especializada pela ABRAPSO Editora e pela Revista Psicologia & Sociedade.
http://www.abrapso.org.br/
ISBN 978-65-88473-00-9
20-42367 CDU-34:15:316.6
Índices para catálogo sistemático:
IX - Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao
encarceramento em massa ......................................................................204
Lucas Gonzaga do Nascimento
1 RIFIOTIS, 2008.
2 CADIN; ALBANESE, 2018.
6
Prefácio. A psicologia jurídica com enfoque social – limites, possibilidades e ações
práticas que ainda buscam uma verdade, com olhar centrado na clí-
nica. Seu estudo nos faz pensar os modos como a psicologia jurídica
legitima-se como prática profissional, seus limites e possibilidades,
e arrisco-me dizer, também a falta de visibilidade e de espaço para
outras psicologias emergirem nestes contextos. Refletimos também
sobre quais demandas o sistema jurídico nos traz e qual pode ser nosso
lugar nestes contextos diante a diversidade de possibilidades que a
psicologia efetivamente tem.
Nesse sentido, entendemos importante pensar a psicologia jurídica
e seus desafios contemporâneos em diálogo com diferentes especia-
lidades e áreas da psicologia. Faz-se necessário, portanto, olhar esse
campo para além do seu enfoque investigativo e avaliativo e refletirmos
sobre as diversas interfaces possíveis com o campo jurídico3.
Há enorme potencialidade de interlocuções entre temas caros ao
direito e à psicologia e espaços possíveis, não isentos de travas institu-
cionais, faltas de conhecimento e preparação teórico epistemológica
e contrastes epistêmicos. Entendemos como necessário nomear a
psicologia jurídica como campo e área que integra todas as ações
relacionais com os sistemas de justiça, portanto indo muito além da
psicologia avaliativa, investigativa e da ciência tradicional. Buscamos
trazer outras psicologias e interfaces, desenvolvendo relações amplas
que provocam a área jurídica a sair do seu lugar hegemônico e pro-
blematizar suas decisões, posicionamentos, seus efeitos, seu lugar de
construtor de realidades, normas, ampliação de direitos, bem-estar e
transformação social, focando em uma sociedade mais democrática
e justa. A partir desse contexto, vejo como muito necessário reunir
trabalhos que evidenciem experiências de atuações e pesquisas, assim
como inquietações diversas e reflexões críticas, de forma a mostrar a
diversidade de enfoques possíveis no que se refere ao diálogo entre a
psicologia e o direito.
Podemos então pensar em uma psicologia social jurídica? Isto
implica quais temas, ações e direcionamentos? Que bases epistemo-
3 BRITO, 2012.
7
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
8
Prefácio. A psicologia jurídica com enfoque social – limites, possibilidades e ações
4 ROSE, 2008.
5 BICALHO, 2016.
9
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
10
Prefácio. A psicologia jurídica com enfoque social – limites, possibilidades e ações
Referências
11
I
1 BRITO, 1993.
2 VERANI, 1994.
12
O que a Psicologia Social tem a dizer ao campo jurídico?
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Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
14
O que a Psicologia Social tem a dizer ao campo jurídico?
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Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
10 CFP, 2016.
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O que a Psicologia Social tem a dizer ao campo jurídico?
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Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
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O que a Psicologia Social tem a dizer ao campo jurídico?
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Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
Referências
20
II
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Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
1 A referência ao campo PSI aponta o fato de que, inicialmente, a demanda não estava dire-
cionada para categorias profissionais específicas, mas para um campo de saber que estava se cons-
tituindo e que depois se desdobraria entre profissionais da medicina, psiquiatria e psicologia.
22
Saberes e fazeres da Psicologia Social no campo da Justiça e dos Direitos
2 BRITO, 2012.
3 FOUCAULT, 2010.
4 A pesquisa fundamentou-se na análise de dois casos de homicídio ocorridos no Rio de
Janeiro – o Caso do Edifício Glória, de 1935, e o Caso Marechal Hermes, de 1950. A aná-
lise propõe “uma história dos atravessamentos, dos enlaces, das articulações entre psicologia
do testemunho e justiça criminal” (SILVA, 2017, p. 31).
5 SILVA, 2017.
6 SILVA, 2017, p. 22.
7 FOUCAULT, 2010.
8 MOREIRA; TONELI, 2015.
9 A pesquisa analisou documentos dos Tribunais da região sul do Brasil, buscando com-
preender como se associam enunciados vinculados à ausência paterna e à criminalidade
(MOREIRA; TONELI, 2015).
23
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
10 FOUCAULT, 2005.
11 SILVA, 2017, p. 135.
12 SILVA, 2017, p. 135.
13 FOUCAULT, 2005.
14 FOUCAULT, 2006.
24
Saberes e fazeres da Psicologia Social no campo da Justiça e dos Direitos
15 BRITO, 2012.
16 ARANTES, 2011.
17 ARANTES, 2011, p. 13-14.
25
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
ponto, Arantes propõe “saber como e por que este campo se constitui,
quais os seus procedimentos e de que natureza é sua eficácia”18. Ou
seja, independente do estatuto epistemológico, o que faz com que a
Psicologia Jurídica exista como prática?
Como aponta Brito19, o percurso inicial da Psicologia e, por-
tanto, também da inserção do campo psi na interface com a Justiça,
está mergulhado na visão positivista de ciência. Assim, é possível
compreender porque algumas perspectivas teóricas fundamentadas
numa visão clássica de ciência encontram terreno fértil na interface
com a Justiça, pois respondem tecnicamente às demandas utilitaristas,
produzindo um conjunto de instrumentos.
26
Saberes e fazeres da Psicologia Social no campo da Justiça e dos Direitos
27
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
27 ARANTES, 2008.
28 Mantivemos essa palavra, conforme a proposta de Arantes (2008). Entretanto, o aspecto
de novidade desse mal-estar parece estar vinculado muito mais à organização desse debate,
articulando perspectivas teóricas críticas da Psicologia, tendo em vista que as marcas históricas
que discutimos acima já anunciavam esse tensionamento. Talvez o uso das aspas no texto ori-
ginal já aponte para o uso da palavra como provocação para pensar as continuidades
29 ARANTES, 2008, p. 4.
28
Saberes e fazeres da Psicologia Social no campo da Justiça e dos Direitos
30 ARANTES, 2008, p. 9.
31 LOBO, 2012.
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Saberes e fazeres da Psicologia Social no campo da Justiça e dos Direitos
no GT, mesmo que tenhamos descrito por sua discussão sobre família,
também acionam o debate sobre direito e infância, como no caso de
destituição de poder familiar e situações de risco e vulnerabilidade.
Nesse sentido, é interessante pensar que, mesmo quando a dis-
cussão não está centralizada na interface da Psicologia Social com o
Direito, as questões vinculadas a garantia de direitos, seja através de
um debate mais amplo, ou da inserção da Psicologia em determinadas
políticas públicas, esse debate se faz presente e necessário. Portanto, a
análise mais detalhada de alguns debates internos ao GT possibilita
compreender as tensões e marcas genealógicas da construção desses
campos de saberes. A multiplicidade dos mapas analíticos que a
psicologia social pode acessar aponta para um horizonte possível de
problematizações complexas e inclusivas, mas não menos difíceis de
serem manejadas por profissionais de psicologia.
46 ARANTES, 2008, p. 4.
39
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47 PAULON, 2003.
48 VICENTIN; OLIVEIRA, 2018, no prelo.
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Referências
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44
III
Família acolhedora e
Reintegração familiar:
Impasses e reflexões sobre a medida protetiva para
crianças/adolescentes1
Ayla Bianca Silva Chaves
Laura Cristina Eiras Coelho Soares
Introdução
45
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
3 Na Seção II do ECA foi descrita a família natural, que, conforme o artigo 25, é “a co-
munidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes” (BRASIL, 1990a, art.
25), Por considerar que essa definição não abrange todos os formatos familiares (GENO-
FRE, 2000), optou-se por utilizar o termo família de origem para indicar o núcleo familiar
de onde a criança foi retirada e já tinha convívio e vínculos sociofiliais estabelecidos.
4 BRASIL, 2017.
5 MDS, 2009
6 MOREIRA et al., 2011; MOREIRA, 2014;SOARES; SOUZA; CARDOSO, 2015,
SOUZA; BRITO, 2015.
7 MDS, 2009.
46
Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
47
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
13 VALENTE, 2008.
14 BRASIL, 2008, 2015.
15 BRASIL, 2009, 2017.
16 BRASIL, 2010.
17 BRASIL, 2016.
18 VALENTE, 2008.
48
Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
19 BRASIL, 1988.
20 ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS, 1989
21 BRASIL, 1990b.
22 BRASIL, 1990b.
23 ONU, 1989.
24 BRASIL, 1990b.
25 BRASIL, 2002.
26 ECA – BRASIL, 1990a.
27 BRASIL, 1990a.
28 BRASIL, 1988.
49
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50
Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
35 COUTO, 2010.
36 MDS, 2004.
37 MDS, 2004, p. 31.
38 MDS, 2004, p. 33.
39 ROSA, 2006; MESQUITA, 2011.
40 MDS, 2006.
41 MDS, 2006.
51
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42 CONANDA, 2006.
43 CONANDA, 2006, art. 1º, grifo nosso.
44 BRASIL, 1990a.
45 CONANDA, 2006, art. 14, §1º
52
Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
53
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53 BRASIL, 2010.
54 BRASÍLIA, 2013.
55 IBDFAM, 2013.
56 MARTINS; COSTA; ROSSETTI-FERREIRA, 2010.
57 BRASIL, 2016b.
58 VASCONCELOS; YUNES; GARCIA, 2009; LÍBIO; ZACHARIAS, 2017.
54
Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
59 BRASIL, 2015.
60 BRASIL, 2016.
61 BRASIL, 1990a.
62 BRASIL, 2017.
63 ROSA, 2006; BRITO; SOARES, 2015.
64 SAADALLAH, 2007.
65 SCISLESKI; GONÇALVES; CRUZ, 2015.
55
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56
Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
70 BATISTA, 2015.
71 SOUZA, 2006; JUNQUEIRA; ROENÇA, 2008.
72 COUTO, 2016.
73 AVELINO; BARRETO, 2015
57
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58
Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
81 VALENTE, 2013.
82 BITTENCOURT, 2013.
83 BITTENCOURT, 2013.
84 BELO HORIZONTE, 2016.
85 BRASIL, 2016a.
59
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
86 BRASIL, 2009.
87 BELO HORIZONTE, 2016.
88 CARDOSO, 2018.
89 BELO HORIZONTE, 2016, p. 36-37.
60
Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
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Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
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Outros caminhos...
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Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
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eles pertencem a outra família e que esse vínculo originário deve ser
mantido visando à reintegração familiar.
O acolhimento das crianças por familiares da rede extensa é con-
siderado por autores112 como o caminho mais apropriado ao retirar a
criança, uma vez que as rupturas familiares são diminuídas e, possi-
velmente, aumenta as chances de reintegração familiar com a família
nuclear. A proposta formal no que se refere à colocação de crianças/
adolescentes na família extensa é que o vínculo com o serviço seja
provisório também para os integrantes da família de origem ampliada,
ou seja, os acolhidos podem permanecer, ou não, com os parentes
após o desligamento no serviço. Além disso, a prática da guarda sub-
sidiada ou do acolhimento na família extensa favorece diretamente
a manutenção da convivência familiar, uma vez que a criança e/ou
adolescente são mantidos no seio familiar e, provavelmente, possuem
maior acesso à sua família nuclear de origem.
Em Belo Horizonte já existe um programa de colocação na família
extensa, o PROFEG, que significa Programa Família Extensa Guardiã,
que se trata de uma guarda subsidiada à família extensa. Esse formato de
guarda está fundamentado principalmente em três artigos do ECA113,
a saber, o parágrafo 3º do artigo 19 “a manutenção ou reintegração de
criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qual-
quer outra providência, caso em que será esta incluída em programas
de orientação e auxílio [...]”114. Ainda como fundamentação legal, o
artigo 23 ressalva que a falta ou carência de recursos não justifica a perda
ou suspensão do poder familiar, e por fim, o artigo 34 estipula que “o
poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos
fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança
ou adolescente afastado do convívio familiar”115.
66
Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
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Considerações finais
68
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Referências
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72
Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
Disponível em:https://www.direitosdacrianca.gov.br/conanda/resolucoes/113-
resolucao-113-de-19-de-abril-de-2006/view
73
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Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
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MINISTÉRIO do DESENVOLVIMENTOSOCIAL e
SECRETARIAESPECIAL de DIREITOSHUMANOS. Plano Nacional
de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à
Convivência Familiar e Comunitária. Brasília, DF: Autores, 2006. Disponível
em:http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/
Plano_Defesa_CriancasAdolescentes%20.pdf
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Família acolhedora e Reintegração familiar: Impasses e reflexões sobre a medida ...
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78
IV
Introdução
1 Optamos pela escrita dos termos no gênero feminino dentre as categorias: profissionais
de psicologia, profissionais de serviço social, usuárias do SUAS e entrevistadas, visto que a
maioria das pessoas nestes contextos são deste gênero.
2 BRASIL, 2004.
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A atuação das psicólogas no serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado...
Métodos e Procedimentos:
8 MINAYO; SOUZA, 1999; CASTRO, 2002; BRITO et al., 2005; BARBOSA, 2008
9 FREITAS, 2002; GONZÁLES-REY, 2003; MARCONI; LAKATOS, 2006.
10 MARCONI; LAKATOS, 2006.
11 MARCONI; LAKATOS, 2006.
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Participantes
12 BARDIN, 2000.
13 AGUIAR; SOARES; MACHADO, 2015.
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A atuação das psicólogas no serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado...
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A atuação das psicólogas no serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado...
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A atuação das psicólogas no serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado...
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A atuação das psicólogas no serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado...
Difícil afirmar algo de uma família quando se tem tão pouco tempo
e elementos para poder dizer algo com uma relativa certeza... e outra,
sabemos que não há certezas para nós da psicologia... mas o pedido
que vem pra nós do juiz é: houve ou não houve abuso? Tiro ou não
tiro a criança da família? (Cibele).
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A atuação das psicólogas no serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado...
Eu acho que é uma demanda percebida pelo usuário, ele traz as de-
mandas. É quando ele entende a importância de um profissional,
de uma escuta qualificada, de um acolhimento. Que entende que
aqui é um lugar de proteção que a gente vai poder dar uma atenção
diferenciada. Eu vejo que boa parte dos usuários tem essas demandas.
(Cibele).
91
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
A gente que cria essa demanda, a gente que vai buscar a família pro
atendimento. Então tem objetivos mais determinados, pela questão
do trabalho, né? A gente até tem um plano de atendimento que cons-
trói junto com a família, mas tem esses objetivos mais definidos, né?
Tem limites, né? Voltados pro insight… Então, é diferente. Mas os
recursos e as técnicas que a gente usa têm que ser as mesmas... Uma
clínica ampliada na verdade né?! (Bruna).
92
A atuação das psicólogas no serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado...
Uma coisa que chama muito atenção que foi a primeira coisa que eu
sentei na cadeira junto com a coordenação e me disseram: “Psicólogo
aqui não faz psicoterapia”. Foi a primeira coisa que eu escutei. E isso
tipo, aquela coisa: bom, então que eu faço?! (Fábio).
22 BRASIL, 2009b.
23 BRASIL, 2009b, p. 49.
93
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94
A atuação das psicólogas no serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado...
24 BRASIL, 2007.
25 BRASIL, 2013.
26 BRASIL, 2007, p.33.
27 BRASIL, 2007, p. 38
28 MACÊDO; PESSOA ; ALBERTO, 2015.
95
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
29 BRASIL, 2013, p. 50
30 BRASIL, 2007, p. 45.
31 CLOTET, 2007, p. 12.
96
A atuação das psicólogas no serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado...
32 COIMBRA,1996, p. 56.
97
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A atuação das psicólogas no serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado...
99
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
34 JAPIASSU, 2016, p. 5.
35 BRASIL, 2013, p.48.
36 SAWAIA, 2001.
100
A atuação das psicólogas no serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado...
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Considerações finais
Referências
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A atuação das psicólogas no serviço PAEFI (Programa de Atendimento Especializado...
105
V
106
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
Participação e mobilização
107
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
108
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
Com relação aos pobres cabia ainda uma distinção entre “pobres
dignos” e “pobres viciosos” segundo uma escala de moralidade advinda
dos ideais do higienismo associado aos ideais eugênicos.
109
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
9 ARANTES, 1995.
10 MARQUES et al., 2002, p. 155.
11 COIMBRA, 1995.
12 ARANTES, 1995, p. 213.
110
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
111
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
16 BRASIL, 1990.
112
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
227 trata dos direitos fundamentais que devem ser garantidos a to-
das as crianças e adolescentes, e o artigo 228 preconiza que “são
penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às
normas da legislação especial”18.
Segundo Pinheiro19, o cenário político-social na época da elabo-
ração da Constituição de 1988, ou seja, num período de reabertura
política (pós-ditadura militar) e de redemocratização do país, quando
o movimento social estava em cena em busca de direitos e melhores
condições de vida, acabou fazendo com que várias articulações e emen-
das populares, promovidas por esses mesmos movimentos sociais em
parceria com alguns poucos deputados constituintes ligados à causa da
infância, fizessem com que a concepção de criança enquanto sujeito
de direitos ganhasse espaço na Constituição.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por sua vez, foi
elaborado em 1990 para regulamentar esses dois artigos da Constituição
de 1988 e continuou adotando a concepção de criança e adolescente
como sujeitos de direitos.
Tratar crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, na con-
cepção da Constituição de 1988 e do ECA, é adotar a doutrina da
Proteção Integral, ou seja, é trabalhar com a universalização dos
direitos e o respeito à diferença, admitindo que todas as crianças e
adolescentes brasileiros, independentemente de qualquer classifica-
ção, como por exemplo a condição socioeconômica, são detentoras
de direitos – contrapondo-se à cisão entre menores e crianças – em
condições especiais por estarem em desenvolvimento.
O ECA, em seu art. 4º, ratifica o artigo 227 da Constituição e
preconiza que
113
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
20 BRASIL, 1990.
21 Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: [...] II - criação de conselhos munici-
pais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e con-
troladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio
de organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais; (BRASIL, 1990)
22 Brasil, 1990, art.89
114
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
115
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
116
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
Loic Wacquant vai nos dizer que nesse período houve uma “subs-
tituição progressiva de um (semi) Estado-providência por um Estado
penal e policial”29, cujas principais características serão a crescente
criminalização da miséria, a individualização da condição de pobreza
e o aumento da intervenção do aparelho policial e judiciário.
Aliado a isso a produção de subjetividade na atual lógica neoli-
beral coloca a pobreza como um problema individual e relacionada
27 PASSETTI, 2007.
28 NASCIMENTO; SCHEINVAR, 2007, p.5.
29 WACQUANT, 2003, p.19.
117
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
118
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
Um avanço que deve ser pontuado foi a posição firme e segura dos
conselheiros de não consentir com as várias ordens do Ministério
Público e Poder Judiciário que requisitavam ao conselho tutelar
a realização de acordos de pensões alimentícias, estudos psicosso-
119
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
120
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
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Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
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Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
124
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
o que acontece é que nós nos atrelamos tão profundamente nos aten-
dimentos da demanda, mergulhamos tão profundo nas mais variadas
situações apresentadas ao conselho tutelar, que deixamos esses peque-
no-grandes detalhes (das atribuições políticas e coletivas) do lado, e
com momentos de reflexão é que nos damos conta de que existe essa
outra demanda que é também nossa atribuição, e que se torna secun-
dária. (Conselheiro Tutelar da Região Centro-Oeste).
125
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
37 BAZÍLIO, 2008.
126
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
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Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
128
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
39 Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: I - políticas sociais básicas;
II - políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que deles
necessitem; III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às
vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão; IV - serviço
de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes desaparecidos; V
- proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do
convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crian-
ças e adolescentes; VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de
crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-ra-
cial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com
deficiências e de grupos de irmãos.
40 COSTA, 2008.
129
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
Figura 1:
Fonte:
130
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
131
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
Breve conclusão
Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
(...)
Só a bailarina que não tem
(...)
Reparando bem, (...)
41 SCHEINVAR,2006, p. 11.
132
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
42 BUARQUE, 1982.
43 COIMBRA; NASCIMENTO, 2009.
44 COIMBRA; NASCIMENTO, 2009a, s/p.
133
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
134
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
135
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
Referências
136
Práticas cotidianas dos conselhos tutelares: Problematizando o mundo das “faltas”
137
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
VALLA, V. V. Controle social ou controle público? In: SETA, M.H. de; PEPE,
V.L. E; OLIVEIRA, G. O. de (Org.). Gestão e vigilância sanitária: modos atuais
do pensar e fazer. Rio de Janeiro, Fiocruz, 2006.p. 49-60.
Música
138
VI
Introdução
139
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
140
Depoimento Especial e Lei n. 13.431/2017: A Psicologia convida ao debate
5 RAMOS, 2010.
141
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
142
Depoimento Especial e Lei n. 13.431/2017: A Psicologia convida ao debate
143
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
19 RAMOS, 2010.
20 ROVINSKI, 2010, p. 12. Segundo a psicóloga Sonia Rovinski (2010): “As bonecas anatô-
micas apresentam os órgãos genitais com suas cavidades, protuberâncias, pelos etc. para representar
um “corpo humano masculino e feminino real. A ideia é que esse tipo de material favoreça a
narrativa sobre partes sexuais pela criança; possibilitando a dramatização da criança que não pode
ou não sabe desenhar ou falar sobre o ocorrido. O objetivo é que por intermédio da manipulação
com as bonecas a criança verbalize e o psicólogo possa averiguar se houve ou não abuso sexual”.
21 Para informações sobre o extinto Programa Sentinela no Rio de Janeiro, ver: http://
www.observatoriodainfancia.com.br/article.php3?id_article=243
22 “Teste de revelação” era a nomenclatura utilizada por alguns Conselhos Tutelares
(CT) do Rio de Janeiro que demandavam ao Sentinela atendimento de crianças suposta-
mente violentadas sexualmente. Com a instituição do Secabexs essa demanda se perpetuou
e passou a ser ponto de problematização e debate entre as equipes dos Secabexs/CREAS e os
CTs. Esta pesquisadora trabalhou no Secabexs de Santa Cruz no período entre 2005/2007.
23 Há um Caderno de Assistência Social produzido pela Secretaria Municipal de Assistência
Social do Rio de Janeiro (2008, Volume 16) que discute por meio de vários artigos o Serviço de
Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (Secabexs) que substituiu
o Programa Sentinela. O Secabexs também já foi extinto e até hoje não houve substituto.
144
Depoimento Especial e Lei n. 13.431/2017: A Psicologia convida ao debate
24 Esta escolha geográfica tem relação com os seguintes aspectos: Porto Alegre é a região
que gerou o método e por isso pioneira em sua implantação e o Rio de Janeiro por ter sido
uma das regiões que mais suscitou críticas ao método, e que buscou o debate da psicologia
junto ao Conselho profissional.
25 LATOUR, 2012, p. 27-30.
26 COIMBRA; NASCIMENTO, 2006.
145
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
Alegre e no Rio de Janeiro, para falarem para uma câmera, que seria um
não-humano27 importante em dois aspectos: (1) a filmagem amplia o
acesso ao debate e (2) a câmera é um dos atores principais do DSD/DE.
O que significa falar para uma câmera, que registra e eterniza a imagem
e a voz de quem depõe? Essa é uma questão fundamental, pois sempre
que qualquer pessoa – cientista, estudante, legislador ou profissional
– for debater o tema, por meio do documentário, deverá lembrar que
ele é uma fixação de um momento e, por isso, será sempre incompleto
e parcial, podendo ser traduzido como uma historiografia que, por
ser um registro que traduz e fixa uma versão, não é “desinteresseira”28.
A filmagem deu origem a um documentário29, média-metragem,
que contempla 46 minutos de debate sobre o Depoimento Especial
(DE), e foi lançado no II Congresso Brasileiro de Enfrentamento à
Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes de 14 a 16 de maio
de 2018, em Brasília30. Importante ressaltar que buscamos conhecer
os métodos DSD/DE dentro do recorte geográfico de Rio de Janeiro
e Porto Alegre, pelas razões já referidas e, além das vozes dos cientistas
e profissionais, incluímos as vozes dos participantes que passaram
pelo DSD/DE e que não trazem uma voz científica, isto é, uma
voz oriunda de uma produção de saber formalizada por parâmetros
acadêmicos, mas uma voz de quem vivenciou o método. A partir da
aproximação sobre os métodos existentes veio à tona uma discussão
sobre a racionalidade inquisitória presente na oitiva de crianças no
Sistema de Justiça brasileiro e, a partir dessa análise, a aproximação a
documentos e Projetos de Lei que tramitaram no Congresso Nacional,
visando a regulamentar a matéria. A existência desses instrumentos
27 Para a Teoria Ator Rede (TAR) os “não-humanos” também são atores na rede do
Sistema de Garantia de Direitos.
28 BAREMBLITT, 2002.
29 Documentário “(H)OUVE?” disponível no link: www.youtube.com/watch?v=mD-
MxTzwGDbget=4s
30 Em alusão ao18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual
de crianças e adolescentes. Saiba mais do Congresso aqui: https://cbevs.weebly.com/
146
Depoimento Especial e Lei n. 13.431/2017: A Psicologia convida ao debate
147
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
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Depoimento Especial e Lei n. 13.431/2017: A Psicologia convida ao debate
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Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
150
Depoimento Especial e Lei n. 13.431/2017: A Psicologia convida ao debate
151
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
Referências
152
Depoimento Especial e Lei n. 13.431/2017: A Psicologia convida ao debate
(H)Ouve? – Doc. Dir.: Silvia Ignez Silva RAMOS; Henrique LIGEIRO. Prod.:
Branca MURAT e Silvia Ignez Silva RAMOS. YouTube. 12 de junho de 2018.
46:00min. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mDMxTzwGDbg.
153
VII
Protege-RS:
Relações entre justiça, segurança e direitos
humanos
Pâmela Nische Alves
Neuza Maria de Fátima Guareschi
154
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
1 AGAMBEN , 2009.
2 AGAMBEN , 2009, p. 63.
3 AGAMBEN , 2009.
155
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
156
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
157
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
9 VALADÃO, 2005.
158
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
10 VALADÃO, 2005.
11 O objetivo do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), elaborado pelo Mi-
nistério da Justiça em conjunto com diversas organizações da sociedade civil é, identificando
os principais obstáculos à promoção e proteção dos direitos humanos no Brasil, eleger priori-
dades e apresentar propostas concretas de caráter administrativo, legislativo e político-cultural
que busquem equacionar os mais graves problemas que hoje impossibilitam ou dificultam a
sua plena realização. O PNDH é resultante de um longo e muitas vezes penoso processo de
democratização da Sociedade e do Estado brasileiro (BRASIL, 1996, p. 3).
12 Apoiar a criação nos Estados de programas de proteção de vítimas e testemunhas de
crimes, expostas a grave e atual perigo em virtude de colaboração ou declarações prestadas
em investigação ou processo penal. (BRASIL, 1996, p. 9).
159
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
160
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
161
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
16 http://www.sdh.gov.br/assuntos/combates-as-violacoes/programas/programa-de-
-protecao-a-vitimas-e-testemunhas-ameacadas?blockedDomain=www.sdh.gov.br
17 BRASIL, 1999.
162
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
163
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
19 PAULY, 2010.
164
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
165
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
166
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
elas? Poderia esta ser uma estratégia para manter em segredo histórias
que não deveriam vir à tona?
Ocorre, então, uma desqualificação de determinadas vidas em
relação a outras. Sabemos que ambas figuras compunham o corpo
de usuários atendidos pelos Provitas executados em outras cidades.
Tanto testemunhas arroladas judicialmente que relatavam o crime
organizado, onde comumente faziam parte de alguma associação
criminosa, e vítimas de violências que chegavam ao Ministério Público
ou organizações de direitos humanos solicitando proteção frente a
ameaças ou atentados de mortes e coação que ocorriam em circuns-
tância de um relato de violações de Estado ou crimes de corrupção. Já
no Rio Grande do Sul, ao se estatizar e manter o Protege-RS dentro
da estrutura do Estado, vemos a supressão da categoria de vítimas
de coação ou violência, o que acaba por modificar intensamente a
forma como a proteção passa a ser estabelecida, bem como os sujeitos
que se qualificam a garantir a proteção do Estado. E o que faz valer
um testemunho em detrimento de outro? Como a testemunha vai se
constituindo como uma peça processual, para além de sua condição
de vítima de violência?
Sem intuito de proferir verdades absolutas sobre o tema exposto,
certas de que toda produção de conhecimento é, em certa medida,
uma forma de ficção, trazemos Michel Foucault21 como aliado para
escrever no e com o escuro. O filósofo, em um curso ministrado no
Collège de France em 1977-1978, intitulado “Segurança, Território
e População”, refere as transformações das tecnologias de poder no
decorrer das práticas de governo exercidas sobre a vida da população.
Trata-se de um rompimento com as formas de poder centrado na
figura do soberano que exercia seu poder sobre a morte, definindo
assim quem deve morrer e quem pode permanecer vivo. É a partir
da sua influência sobre a morte que se delimitará os que merecem
permanecer vivos. Todavia, na passagem do século XVIII ao XIX,
diante do advento dos Estados-nação, as tecnologias de poder foram
21 FOUCAULT, 2008.
167
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
22 FOUCAULT, 2016.
23 FOUCAULT, 2016,p. 206.
168
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
169
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
25 AGAMBEN, 2008.
26 RUIZ, 2011.
27 RUIZ, 2011, p. 37.
28 RUIZ, 2011, p. 35.
170
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
171
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
172
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
31 LEÃO, 2013.
32 RUIZ, 2011. p. 35.
33 RUIZ, 2011. p. 32.
173
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
Considerações finais
174
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
35 LEVI, 2004.
36 ANSARA, 2012, p. 299.
37 GAGNEBIN, 2006.
175
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
176
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
42 GAGNEBIN, 2006.
177
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
Referências
178
Protege-RS: Relações entre justiça, segurança e direitos humanos
179
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
180
VIII
A reintegração social de
pessoas que cumpriram pena
de privação de liberdade no
Método APAC:
Reflexões a partir da Psicologia Social Jurídica
Luiz Felipe Viana Cardoso
Marcos Vieira Silva
181
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
182
A reintegração social de pessoas que cumpriram pena de privação de liberdade no ...
9 BARATTA, 1990.
10 SÁ, 2015.
11 Texto elaborado a partir da dissertação de mestrado Da reintegração social à inclusão
psicossocial: um estudo com pessoas que cumpriram pena de privação de liberdade no
Método APAC, de autoria de Luiz Felipe Viana Cardoso, sob a orientação de Marcos Vieira-
-Silva e Maria Nivalda de Carvalho-Freitas, no Programa de Pós-graduação em Psicologia da
Universidade Federal de São João del-Rei, com apoio financeiro da CAPES. Agradecimento à
FAPEMIG pela bolsa de professor visitante do orientador da pesquisa de mestrado.
183
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
184
A reintegração social de pessoas que cumpriram pena de privação de liberdade no ...
185
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
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A reintegração social de pessoas que cumpriram pena de privação de liberdade no ...
187
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
188
A reintegração social de pessoas que cumpriram pena de privação de liberdade no ...
26 BARATTA, 1990
27 BARATTA, 1990, p. 2.
28 SÁ, 2015.
189
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
Método
29 SÁ, 2015.
30 BARBALHO; BARROS, 2014; SÁ, 1987.
31 VINUTO, 2014.
32 MATA-MACHADO, 2002; MINAYO, 2010.
190
A reintegração social de pessoas que cumpriram pena de privação de liberdade no ...
33 BARDIN, 2011.
34 MINAYO, 2010.
35 BARDIN, 2011.
191
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
Resultados e discussão
36 BARATTA, 1990.
37 SÁ, 2015.
38 SOUZA, 2012.
192
A reintegração social de pessoas que cumpriram pena de privação de liberdade no ...
A APAC foi muito boa pra mim. Me ensinou muito. Muita coisa que
eu aprendi dentro da APAC. Nem sonhava aprender vários cursos.
Tantas coisas que eu fiz lá dentro. Com um [inaudível]...um grande
aprendizado. (Participante 11.)
39 BARATTA, 1990.
40 BRAGA, 2014.
41 BARATTA, 1990.
42 SÁ, 2015.
43 ANDRADE et al., 2015.
193
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
Assim, mesmo que para alguns seja ruim tanta disciplina, eles
percebem essa rotina na APAC como uma experiência necessária
de adequação à rotina e ao padrão de funcionamento da sociedade.
194
A reintegração social de pessoas que cumpriram pena de privação de liberdade no ...
45 FOUCAULT, 1998.
46 FERREIRA, 2016; OTTOBONI, 2014.
195
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
47 SÁ, 2015.
196
A reintegração social de pessoas que cumpriram pena de privação de liberdade no ...
197
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
Considerações finais
50 BARATTA, 1990.
51 CNJ, 2014.
52 MASSOLA, 2015.
53 MIRANDA, 2015.
198
A reintegração social de pessoas que cumpriram pena de privação de liberdade no ...
54 LINO, 2012.
55 SÁ, 2015.
56 BARATTA, 1990.
199
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
57 BARATTA, 1990, p. 2.
58 LINO, 2012.
59 FERREIRA, 2016
60 BARATTA, 1990.
200
A reintegração social de pessoas que cumpriram pena de privação de liberdade no ...
Referências
BRASIL. Lei n. 7210. Brasília, DF: Casa Civil, 1984. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm
EBC - AGÊNCIA BRASIL. Com 726 mil presos, Brasil tem terceira maior
população carcerária do mundo. 2017.Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.
201
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
com.br/geral/noticia/2017-12/populacao-carceraria-do-brasil-sobe-de-622202-
para-726712-pessoas
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. 13. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1998.
202
A reintegração social de pessoas que cumpriram pena de privação de liberdade no ...
203
IX
204
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
205
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
2 Ver http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/08/1909315-seis-meses-apos-mas-
sacres-estados-ainda-tem-presidios-superlotados.shtml?loggedpaywall
3 Ver https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/08/14/massacre-silen-
cioso-mortes-por-doencas-trataveis-superam-mortes-violentas-nas-prisoes-brasileiras.htm
4 Ver http://depen.gov.br/DEPEN/noticias-1/noticias/infopen-levantamento-nacional-
-de-informacoes-penitenciarias-2016/relatorio_2016_22111.pdf
206
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
5 MATSUMOTO, 2009.
6 WACQUANT, 2011.
7 PASTANA, 2009.
207
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
208
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
12 FOUCAULT, 2014.
13 cf. FERNANDES, 1972.
209
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
210
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
211
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
212
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
25 Ibid., p. 68.
26 FOUCAULT, 2010, p. 11.
27 Ibid., p. 29.
213
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
214
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
30 Ibid.
215
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
31 BARATTA, 2011.
32 RAUTER, 2006.
33 BATISTA, 2013.
216
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
217
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
218
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
219
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
39 MARTÍN-BARÓ, 2017.
40 BARATTA, op. cit.
41 BOCCO, 2013.
220
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
222
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
43 Ibid., p. 88.
44 BECKER, 1977, p. 60 apud D’ELIA FILHO, 2007, p. 46.
45 Ibid., p. 103.
223
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
46 Ibid., p. 105.
47 BATISTA, 2011, p. 77.
48 BARATTA, op. cit., p. 161.
224
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
225
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
226
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
227
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
228
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
229
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
59 Ibid., p. 142.
230
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
não seja o único ponto importante a ser discutido, é um dos que mais
tem sido debatidos e utilizados por agentes do Estado no incremento
do punitivismo. A Psicologia ocupa um lugar estratégico nessa discus-
são, podendo indicar caminhos alternativos que valorizem a vida e a
liberdade, não como um mero discurso humanístico, mas como uma
afirmação potente da conscientização e da redução de danos60 como as
maneiras mais adequadas para lidarmos com a questão das drogas. O
proibicionismo, ao longo das últimas décadas, gerou obscurantismo,
medo e danos à saúde pública mais drásticos do que o uso de qualquer
droga. O comércio ilegal prospera e a política repressiva transforma as
áreas mais empobrecidas em verdadeiros campos de guerra, com inúme-
ras mortes de policiais, varejistas de drogas, moradores etc. Mudanças
radicais nas políticas de drogas, indo em direção à legalização, podem
efetivamente enfraquecer o comércio ilegal, favorecendo outras lógicas
mais afeitas à vida e à garantia de direitos.
Considerações finais
60 TÓFOLI, 2015.
231
Psicologia Social na trama do(s) Direito(s) e da Justiça
232
Para além das grades e prisões: Por uma Psicologia crítica frente ao encarceramento...
Referências
BATISTA, Vera M. O globo da morte. In: RAUTER, C.; PASSOS, E.; BARROS,
Regina B. de (Org.). Clínica e política: subjetividade e violação dos direitos
humanos.Rio de Janeiro: Equipe Clínico-Grupal; Grupo Tortura Nunca Mais.
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