Equaterapia e Psicologia PDF

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UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP

ICH - INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE PSICOLOGIA

EQUOTERAPIA E PSICOLOGIA: UM ESTUDO SOBRE O PAPEL


DO PSICÓLOGO NESSA PRÁTICA

Rose Helen Ribeiro Gonçalves

MANAUS, 2007
UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP
ICH - INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA

EQUOTERAPIA E PSICOLOGIA: UM ESTUDO SOBRE O PAPEL


DO PSICÓLOGO NESSA PRÁTICA

Relatório de Pesquisa apresentado


como requisito obrigatório de
conclusão de curso, para obtenção de
Bacharel em Psicologia, do curso de
Psicologia do Instituto de Ciências
Humanas da Universidade Paulista –
UNIP, sob a orientação da professora
Valdeni Silva.

Rose Helen Ribeiro Gonçalves

MANAUS, 2007
Dedico esse trabalho á Deus, que sempre esteve

olhando por mim, à minha família, principalmente aos meus

pais Walderuy e Socorro, pelo apoio moral e familiar.


Agradeço mais uma vez a Deus pela linda oportunidade em

minha vida, meus pais Walderuy e Socorro, a minha amiga Marília,

aos meus adorados professores, á equipe da Cavalaria da Polícia

Militar do Amazonas, principalmente Tenente Azevedo, Sd Sabrina,

Sd Francelina, as Fisioterapeutas Francinete e Carla, pelo forte

apoio dedicado. E á todos meus amigos que torceram por mim.


“Se não conseguirmos olhar para nós

mesmos e percebermos o quanto somos diferentes

das outras pessoas em vários aspectos, Como vamos

perceber o outro?” Correia, 2002.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10
2. CONHECENDO A EQUOTERAPIA 12
2.1. O que é Equoterapia? 12
2.2. Objetivos do Tratamento Equoterápico 13
2.3. Programas básicos de Equoterapia 18
2.3.1. Hipoterapia 18
2.3.2. Educação e Reeducação 18
2.3.3. Pré-Esportivo 19
2.3.4. Esportivo 19
2.4. Andaduras do Cavalo 19
3. UMA VISÃO DO PAPEL DO PSICOLOGO NA EQUOTERAPIA 20
3.1. O papel do Psicólogo 20
5.OBJETIVOS 22
5.1. Geral 22
5.2. Específicos 22
6. HIPÓTESE 23
7. JUSTIFICATIVA 23
8. METODOLOGIA 23
9.RESULTADOS 24
10. DISCUSSÃO 28
CONSIDERAÇÕES FINAIS 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 46
REFERÊNCIAS CONSULTADAS 49
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS

I. Gráfico referente à importância da Equoterapia 24

II. Tabela referente à primeira pergunta 25

III. Tabela referente à segunda pergunta 26

IV. Tabela referente à terceira pergunta 26

V. Tabela referente à quarta pergunta 27

VI. Tabela referente à quinta pergunta 28


RESUMO

GONÇALVES, Rose Helen Ribeiro; SILVA, Valdeni Terezinha (orientadora). Equoterapia e Psicologia: Um estudo
sobre o papel do psicólogo nessa prática. Psicologia Integrada VIII, Curso de Psicologia, Instituto de Ciências
Humanas, UNIP – Universidade Paulista. Amazonas – Manaus, 2007.

O assunto discutido refere-se à importância do papel do psicólogo na prática da Equoterapia. A contemporaneidade


tem exigido dos profissionais da área da Psicologia uma dinamização muito rápida e eficaz, por conta disso, é
necessário que esses novos profissionais procurem novas áreas de atuação e a Equoterapia é uma dessas novas áreas.
O objetivo era compreender a Equoterapia como processo terapêutico, identificando a diversidade da área,
analisando o papel do psicólogo na Equoterapia, com os familiares do praticante, na equipe interdisciplinar, além de
divulgar o papel do psicólogo nessa área tão pouco conhecida, incentivar pesquisa de um tema tão pouco explorado e
mostrar que há outra e nova opção de tratamento para portadores de necessidades especiais. Foram realizadas vinte
(20) entrevistas com os familiares, de ambos os sexos, de praticantes da Equoterapia. A entrevista foi semi-
estruturada baseada num roteiro de entrevista. Para a grande maioria dos entrevistados a Equoterapia seria uma nova
forma de possibilitar o desenvolvimento de seu familiar portador de necessidades especiais, saindo de um consultório
fechado e com a aparência elitizada, para freqüentar um tratamento com o uso do cavalo, este visto como um animal
rústico, mas que pode permitir grandes evoluções física ou psicologicamente. Conclui-se assim, com essa pesquisa
que a Equoterapia mesmo sendo uma prática pouco conhecida, é vista como uma nova forma de tratamento e que
poderá trazer grandes resultados, como são esperados em tratamentos tradicionais.

Palavras-chave: Importância do papel do psicólogo, Equoterapia, Contemporaneidade, Portadores de Necessidades


Especiais, Família.
ABSTRACT

GONÇALVES, Rose Helen Ribeiro; SILVA, Valdeni Terezinha (person who orientates). Equoterapy and
Psychology: A study on the paper of the psychologist in this practical. Integrated Psychology VIII, Course of
Psychology, Institute of Sciences Human beings, São Paulo university - UNIP. Amazonas – Manaus, 2007.

The argued subject mentions the importance to it of the paper of the psychologist in the practical one of the
Equoterapy. The present time has demanded of the professionals of the area of Psychology a fast and very efficient
to dinamizar , for account of this, it is necessary that these new professionals look new areas of performance and the
Equoterapy is one of these new areas. The objective age to understand the Equoterapy as a terapeutico process,
identifying to the diversity of the area, analyzing the paper of the psychologist in the equoterapy, with the familiar
ones of the practitioner, in the team to interdisciplinar besides divulging the paper of the psychologist in this area so
little known, stimulating research of a subject so little explored and to show that it has another one and new option of
treatment for special carriers of necessities. Twenty (20) interviews with the familiar ones had been carried through,
of both the sexos, practitioners of the equoterapy. The interview half-was structuralized based in an interview script.
For the great majority of interviewed the Equoterapia it would be a new form to make possible the development of
its familiar carrier of special necessities, leaving a closed doctor's office and with the appearance of the elite, to
frequent a treatment with the use of the horse, this visa as a rustic animal, but that it can allow great evolutions
physical or psychological. One thus concludes, with this research that the same equoterapy being one practical
stranger, is seen as a new form of treatment and that it will be able to bring great results, as sao waited in the
traditional treatments.

Key - Word: importance of the paper of the psychologist, Equoterapy, the present time, special Carriers of
necessities, Family.
INTRODUÇÃO

O Presente projeto visou pesquisar a importância do profissional da área de Psicologia na


prática da Equoterapia, pois como o mercado de trabalho tem exigido da Psicologia uma
dinamização muito rápida e eficaz, principalmente uma mudança de postura em relação aos
modelos tradicionais, como a área clínica que está completamente saturada de tantos
profissionais. Para que essa dinamização possa ser colocada em prática, é preciso que o
profissional da área de Psicologia concilie diferentes conhecimentos teóricos, antecipando as
necessidades e transformando seu trabalho, que muitas vezes se limita só na área clínica como foi
mencionado.

O uso do cavalo na área da saúde ocorre há muito tempo, visando o sentido terapêutico,
educativo ou recreativo. Vários países utilizam o cavalo no tratamento de diversas patologias e
distúrbios. No Brasil esse tipo de terapia é reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina, o
que permite dizer, que a Equoterapia não é mais uma terapia alternativa, mas sim, um método
terapêutico de reabilitação motora reconhecido pela sua eficácia.

O psicólogo na Equoterapia tem o papel de estimular o praticante de diversas maneiras,


permitindo seu desenvolvimento Biopsicossocial. A Equoterapia é um método em que o cavalo é
utilizado como instrumento de reabilitação e reeducação em relação aos aspectos sensoriais,
motores, sociais e comportamentais. Por conta disso, o psicólogo pode permitir a presença do
lúdico durante as sessões, o que denota evoluções ainda maiores em cada praticante.
A Equoterapia baseia-se numa relação transferencial e triangular entre terapeuta-
praticante-cavalo, o que poderá possibilitar ao indivíduo o acesso entre seu mundo imaginário e a
realidade. Ao mesmo tempo, o cavalo emprega uma função de intermediário entre o mundo
intrapsíquico do praticante, composto de desejos, angústias, e o mundo externo, ocupando o
espaço lúdico do praticante.

Do ponto de vista psicológico, a Equoterapia tem por objetivo acompanhar e orientar os


praticantes e seus familiares. E por meio de instrumentos lúdicos, como jogos, brincadeiras,
transposição de situações, diálogos, o profissional auxilia na elaboração de aspectos emocionais,
conflitos e situações. Também ajuda a revelar as necessidades, os limites e potencialidades do
praticante, juntamente com a família ou responsáveis e demais membros da equipe, para que se
tenha um melhor desempenho inter e intrapessoal. Além disso, o terapeuta analisa e reavalia a
situação atual do praticante antes do início da terapia para uma melhor adaptação às
características do trabalho com o cavalo.

A Equoterapia propõe ao praticante o contato com a natureza, com o ar, com o próprio
cavalo e com outras pessoas, permitindo assim, que o praticante possa vir a desenvolver relações
interpessoais e que possa sair do estigma que por ter alguma dificuldade física ou mental, deve
ficar dentro de casa, ao contrário, é possível mostrar para a sociedade como é capaz de superar
limites e conseguir guiar um animal de grande porte.

Assim, o referido projeto teve como objetivo compreender a Equoterapia como processo
terapêutico, identificando a diversidade da área, analisando o papel do psicólogo na Equoterapia,
com os familiares do praticante, na equipe interdisciplinar, além de divulgar o papel do psicólogo
nessa área tão pouco conhecida, incentivar pesquisa de um tema tão pouco explorado e mostrar
que há outra e nova opção de tratamento para crianças portadoras de necessidades especiais.
2. CONHECENDO A EQUOTERAPIA

2.1. A história da Equoterapia

O cavalo é o animal que mais se aproxima do homem, segundo os árabes.“O uso da atividade
eqüestre, com a finalidade de reeducação psicomotora dos portadores de deficiência, não é uma
descoberta recente. Teve início com Hipocrates de Loo, 458 – 370 a C., que afirmava “a
equitação praticada ao ar livre faz com que os músculos melhorem o seu tônus”. Para
Asclepiades de Prúsia, 124 – 40 aC., era recomendável o movimento do cavalo a pacientes
caquéticos, paralíticos, epiléticos. Galeno, 130 – 199 d.C., recomendou a prática da equitação
para o Imperador Marco Aurélio como forma de fazer com que este decidisse com mais rapidez,
já que ele era lento. Na idade Média também se encontra registros do benefício dessa atividade.
Já Merkurialis, 1569, diz que a equitação aumenta o calor natural e remedia a escassez de
excreções” (ANDE-BRASIL, 1999).

“Em 1740, Goethe conseguiu reconhecer o valor salutar das oscilações do corpo,
acompanhando os movimentos do animal, a distensão benéfica da coluna vertebral, determinada
pela posição do cavaleiro sobre a sela e o estímulo delicado, porém constante. Para Giuseppe
Benvenutti a equitação mantém o corpo são e promove diferentes funções orgânicas, numa
função terapêutica. Já Joseph Tissot, 1782, ilustra os diferentes efeitos dos andamentos, entre
eles o passo, considerando-o como o mais eficiente sob o ponto de vista terapêutico” (IDEM).

“No Hospital Ortopédico de Oswentry (Inglaterra, 1901) uma dama inglesa resolveu levar
os seus cavalos para lá, este é o primeiro registro de uma atividade eqüestre ligada a um hospital”
(ANDE-BRASIL, 1999). “Em 1952, Liz Hartel, portadora de Poliomelite, conquistou medalha
de prata na modalidade adestramento nas Olimpíadas. Na França, percebeu-se como esta
atividade é uma possibilidade do portador de deficiência se recuperar e valorizar suas próprias
potencialidades e em 1965, a Equoterapia tornou-se uma matéria didática. Já em 1969 foi
realizado o primeiro trabalho científico de reeducação eqüestre no Centro Hospitalar
Universitário de Salpetrière, Paris. Somente em 1971 com Elly Kogler e Gabriele Walter,
chegam ao Brasil as primeiras experiências em Equoterapia. Já os Congressos internacionais
sobre Equoterapia iniciam apenas em 1974” (UZUN, 2005).

“No Brasil, somente em 1988, foi realizada a primeira viagem á Europa para aprofundar o
conhecimento sobre Equoterapia e as formas de organização da atividade. Em 1989, fundou-se a
Associação Nacional de Equoterapia. E em 1990 foi praticada a primeira sessão desta com
pacientes apoiados pelos profissionais de saúde do Hospital do Aparelho Locomotor–SARAH. Já
em 1991 houve o primeiro encontro nacional de Equoterapia com apoio da coordenadoria
nacional para integração da pessoa portadora de Deficiência (CORDE) do Ministério da Justiça e
da Universidade Paulista (UNIP-Objetivo) e o primeiro curso de Extensão de Equoterapia,
ministrado pela Dra. Daniele Nicolas Cittério, diretora da Escola Nacional da ANTRE- Itália –
Milão” (ANDE-BRASIL, 1999).

“A oficialização da Equoterapia como método científico pelo Conselho Federal de Medicina,


só ocorreu em 1997, por meio do parecer número 06/97 de 09 de Abril de 1997. Em 1998, foi
fundada a Associação de Equoterapia Paulista (AEP). O primeiro Congresso Brasileiro de
Equoterapia aconteceu em 1999 na ANDE-BRASIL. Já em 2000, aconteceu o 10º Congresso
Internacional de Equoterapia na França. Em 2002, aconteceu o 2º Congresso Brasileiro de
Equoterapia em Jaguariúna, São Paulo e em 2004, aconteceu o 3º Congresso Brasileiro de
Equoterapia em Salvador, Bahia” (UZUN, 2005). “Atualmente, a Equoterapia é praticada em
mais de trinta países, entre eles destacam-se algumas associações como: RDA, na Inglaterra,
ANDRE, na França, ANIRE, na Itália, ANDE, no Brasil” (MEDEIROS, 2002).

2.2. O que é Equoterapia?

“A Equoterapia significa “équo” do latim “aequus”, relativo à “Equus”, “cavalo”; terapia


relativo à terapêutica, que é a parte da medicina que estuda e põe em prática os meios adequados
para aliviar ou curar os doentes. A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza
o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, na área de saúde, educação e equitação,
buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e necessidades
especiais” (ANDE-BRASIL, 1999).

A Equoterapia tem como objetivo primordial o desenvolvimento das funções psicomotoras,


utilizando o cavalo como instrumento terapêutico, exigindo do profissional um planejamento
antecipado de suas atividades com o praticante. Essa prática pode ser considerada como um
conjunto de técnicas reeducativas que agem para superar danos sensoriais, motores, cognitivos e
comportamentais, através de uma atividade lúdica desportiva. O movimento preciso e
tridimensional do cavalo pode ser comparado com o caminhar humano, facilitando a estimulação
da propriocepção. Deste modo, o praticante e o cavalo estabelecem uma relação harmoniosa e
conseguem atuar juntos, usando a afetividade e a confiança recíproca.

Na década de 70, no Brasil, foi criada a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE), uma
sociedade de caráter terapêutico, educativo e assistencial, atuando em todo o território nacional,
sendo a sede em Brasília – Distrito Federal. Com a criação dessa associação, o tratamento pela
Equoterapia tomou uma nova projeção, mas somente nos últimos anos conseguiu-se um grande
crescimento desta modalidade em diversas capitais do Brasil. Por conta disso, somente em 1997 a
Equoterapia foi reconhecida como método terapêutico pela Sociedade Brasileira de Medicina
Física, Reabilitacional e pelo Conselho Federal de Medicina.

A palavra Equoterapia surgiu no Brasil para diferenciar essa prática das demais já existentes
no país, sendo caracterizada como uma nova atividade, utilizando técnicas de equitação para a
reabilitação e reeducação de pessoas portadoras de deficiência ou de necessidades especiais. Essa
prática exige a participação do corpo inteiro, de todos os músculos, articulações e que o
participante mantenha sempre a postura da coluna vertebral. A técnica tem como objetivo,
proporcionar ao praticante o desenvolvimento de suas potencialidades, respeitando seus limites e
visando sua integração na sociedade, concedendo assim, benefícios físicos, psicológicos,
educativos e sociais. Sendo assim, é um tratamento complementar na recuperação, reeducação
motora e mental, por isso ela deve lograr com outras atividades.
Toda atividade equoterápica deve basear-se em fundamentos técnico–científicos. Para o
atendimento ser iniciado é preciso que o paciente se inscreva munido de documentos, pois serão
colhidos os seguintes dados: identificação do paciente, data de nascimento, data da avaliação,
sexo, endereço, telefone, filiação e diagnóstico fisioterápico. Na anamnese será colhida a história
atual, mas quando for o caso de crianças deve-se questionar sobre a história gestacional, do parto
e do desenvolvimento neuropsicomotor nos primeiros anos de vida.

É preciso investigar a presença de distúrbios associados, como alterações da fala, visão e


audição, se há presença de estereotipias, retardo mental e epilepsia. Também deve ser perguntado
se usa aparelho ortopédico, como por exemplo, colete, smoll, calha e outros. É de extrema
importância a análise do tônus muscular, pois a qualidade do tônus vai influenciar diretamente na
escolha da freqüência do passo do cavalo.

As atividades devem ser desenvolvidas pelo maior número possível de profissionais nos
campos da saúde, educação e equitação. As sessões de Equoterapia são realizadas em grupo,
porém o planejamento e o acompanhamento devem ser individualizados. Para acompanhar a
evolução do trabalho e avaliar os resultados obtidos, há registros periódicos e sistemáticos das
atividades desenvolvidas com os praticantes, principalmente pelos psicólogos. Sendo de suma
importância manter a ética e a preservação da imagem dos praticantes da Equoterapia.

O atendimento deve ter um componente de filantropia para atingir classes sociais menos
favorecidas, para não se constituir em atividade elitizada, por isso, o que mais se observa é a
prevalência da classe menos favorecida, o que não quer dizer que a classe elitizada despreza esse
tratamento. A segurança física do paciente deve ser uma preocupação constante de toda a equipe,
com vista, particularmente ao comportamento e atitudes habituais do cavalo, ao equipamento de
montaria, vestimenta do cavaleiro e ao local das sessões, portanto, antes de começar as sessões, é
necessário aquecer os cavalos que serão utilizados. Além disso, é preciso ter cuidados com a
limpeza do cavalo.
2.3. Objetivos do Tratamento Equoterápico

A prática da Equoterapia se dá em pleno contato com natureza, proporcionando formas de


aplicação de exercícios de psicomotricidade, de recuperação e interação, complementando as
terapias tradicionais que se valem de instrumentos tecnológicos em clínicas e consultórios. A
Equoterapia proporciona a melhora no equilíbrio pela constante estimulação que o movimento
tridimensional do cavalo realiza sobre os sistemas vestibular, cerebelar e reticular do paciente.

“O ajuste tônico baseia-se em duas atividades, como a de sentir e perceber e a de realizar


o movimento, assim, a Equoterapia facilita o aprendizado motor estimulando os três sistemas
sensoriais responsáveis pelo mesmo: sistema vestibular, visual e proprioceptivo. Também visa o
alinhamento corporal associado ao ajuste tônico, à organização biomecânica e a consciência
corporal pela interligação de processos neurais complexos envolvendo sensações proprioceptivas
e exteroceptivas, além da organização espacial (segmentos do corpo), temporal (ritmo) e
coordenação motora (áreas cerebrais corticais)” (MEDEIROS, 2002).

A relação dos principais objetivos a serem atingidos nas sessões de Equoterapia e das
habilidades a serem desenvolvidas são: contato e interação com o outro, organização do esquema
corporal, distinção eu/outro, responsabilidades, espírito de cooperatividade, coordenação motora
no manejo do material utilizado, adaptação ao meio, noções de limites, agilidade, flexibilidade
das articulações, equilíbrio, lateralidade, entre outros.

A Equoterapia propõe às pessoas, novas experiências e situações ricas em desafios,


contribuindo para o desenvolvimento e o aprimoramento de suas potencialidades. Sendo assim, a
abrangência dessa prática é muito ampla, pois visa o atendimento de pessoas portadoras de
deficiências sensoriomotoras, sejam crianças ou adultos, tais como: paralisia cerebral, síndromes
neurológicas, acidente vascular cerebral, traumatismo cranioencefálico, seqüelas de processos
inflamatórios do sistema nervoso central, entre outras. Também pode servir para distúrbios
psicossociais comuns como autismo, síndrome hipercinética (hiperatividade), síndrome de Soto,
de Rett, de Charge, deficiência mental, dificuldade do aprendizado, alterações do comportamento
e psicoses infantis.
Essa prática também é indicada para dificuldades de aprendizagem nas áreas de leitura,
escrita, matemática, compreensão e expressão. Aplica-se nos distúrbios de comportamento, tais
como: dificuldade de socialização, limite, baixa auto-estima, intolerância á frustração,
agressividade, depressão, estresse e terceira idade. Por esse motivo a terapia é feita de forma
lúdica e os objetivos são trabalhados sem que o praticante se incomode ou que se sinta
desfavorecido. Sendo assim, novas experiências e situações são apresentadas, para garantir
melhoras significativas no praticante.

A prática atende a todos que procuram novas oportunidades de crescimento, melhoria na


qualidade de vida e ainda um melhor equilíbrio tanto físico como mental. As sessões costumam
ser indicadas de uma a duas vezes por semana, conforme solicitação médica, avaliação da equipe,
com duração média de 30 (trinta) minutos. Nada impede a realização diária caso o praticante
apresente condições para isso, devendo sempre seguir os programas básicos desse tratamento
(Hipoterapia, Educação/reeducação, Pré-esportivo e Esportivo), mas o ideal é estar combinando
com atividades diversificadas, como por exemplo: natação, fisioterapia e psicoterapia. As contra
indicações para a Equoterapia relacionam-se à capacidade funcional ao invés da presença ou
ausência de um diagnóstico. Cada caso deve ser avaliado por toda a equipe responsável pelo
desenvolvimento dessa prática. O que descarta a hipótese da terapia, não são patologias
específicas e sim o estado e a fase em que o praticante se encontra.

Para Medeiros, 2002, “são consideradas contra indicações relativas: alergias ao pêlo do
cavalo por haver intolerância pela rinite, hiperlordose, na qual mesmo com uso de coxins de
adaptação não se consegue o alinhamento pélvico, subluxação de quadril, por apresentar dor ou
dificuldade na postura, medo excessivo, após tentativas de aproximação com insucesso e
atividades reflexa intensidade, dificultando o posicionamento correto sobre o animal”. “As contra
indicações absolutas são: portadores de Síndrome de Down com menos de três anos ou com
instabilidade atlantoaxial e com sinais neurológicos avaliados por um profissional com formação
médica adequada, artrose coxo-femural, fraturas patológicas com tratamento mal sucedido da
patologia subjacente (osteoporose grave), coluna instável, incluindo instabilidade da estrutura
interna, espina bífida, hemipelvectomia, ferimentos abertos sobre uma superfície de sustentação
como coxa, joelhos e distúrbios ativos da saúde mental que possam ser perigosos” (UZUN,
2005).

2.3. Programas básicos de Equoterapia

A Equoterapia é aplicada por intermédio de programas específicos organizados de acordo


com as necessidades e potencialidades do praticante, da finalidade do programa e dos objetivos a
serem alcançados, há duas ênfases: a primeira, com intenções médicas, utilizando técnicas
terapêuticas, como os desenhos, a hora lúdica com os brinquedos de acordo com a faixa etária e a
formação de grupos com os familiares, visando à reabilitação e o desligamento de alguns
pacientes que já possuem condições de freqüentarem outras atividades e a segunda, com fins
educacionais e sociais com a aplicação de técnicas psicopedagógicas, visando à integração ou
reintegração. Há a utilização de programas básicos como será descrito abaixo.

2.3.1. Hipoterapia

A Hipoterapia é um programa essencialmente da área de reabilitação, voltado para


pessoas portadoras de deficiência física ou mental. Neste caso o praticante não tem condição
física ou mental para manter-se sozinho no cavalo, ele necessita de um auxiliar guia para segurar
a rédea e de um auxiliar lateral para mantê-lo montado, segurando-o para lhe passar confiança,
que pode ser um terapeuta ou um mediador, a pé ou montado, para auxiliar na execução do
programa. Todavia, o cavalo é utilizado como instrumento cinesioterapêutico (ANDE-BRASIL,
1999).

2.3.2. Educação e reeducação

É o programa em que pode ser aplicado tanto na área de reabilitação como na educação.
Nesse caso, “o praticante tem condições de exercer atuação sobre o cavalo e conduzi-lo,
dependendo em menor grau do auxiliar-guia e necessitando do auxiliar-lateral, este
obrigatoriamente o acompanha para garantir a segurança” (MEDEIROS, 2002). O cavalo atuando
como instrumento pedagógico e psicológico, continua propiciando benefícios pelo seu
movimento tridimensional e multidirecional e o praticante começa a exercer um pouco de sua
autonomia interagindo com o cavalo.

2.3.3. Pré- Esportivo

O Pré-esportivo que também atua como reabilitação e educação. A ação do profissional de


equitação é mais intensa e efetiva, por ser uma fase avançada, necessitando da orientação dos
profissionais das áreas de saúde e educação. O cavalo é utilizado como instrumento de
inserção/reinserção social. Nesta fase o praticante possui condições de conduzir o cavalo,
podendo participar de exercícios de hipismo.

2.3.4. Esportivo

Esse programa traduz-se como o momento da alta, sendo o paciente inserido na escola de
equitação. “Os praticantes portadores de deficiência física poderão praticar hipismo, podendo vir,
a competir em provas hípicas nas Paraolimpíadas e até mesmo nas Olimpíadas e os praticantes
portadores de deficiência mental poderão ser preparados para a prática de competições hípicas
especiais, com regulamentação específica, e vir a competir inclusive nas Olimpíadas Especiais”
(ANDE-BRASI, 1999).

2.4. Andaduras do Cavalo

O cavalo deverá ter as três andaduras regulares, porque é nelas que se produzem os
movimentos úteis para a recuperação do praticante. O cavalo também deve ser equilibrado para
que o praticante fique mais perto do centro de gravidade do cavalo e seu corpo fique como se
estivesse em pé, com ombros e calcanhares em linha reta. As principais andaduras são: “Passo
que é uma andadura simétrica, rolada ou marchada, a quatro tempos, na qual os membros se
elevam e pousam sucessivamente sempre na mesma ordem, as variações da coluna vertebral em
relação ao eixo longitudinal do cavalo são simétricas. Destingue-se o passo médio, o passo
reunido, o passo alongado e o passo livre (ANDE-BRASIL, 1999). Com movimentos
simultâneos produzidos pelo passo do cavalo, resulta o movimento tridimensional, sendo
movimentos para cima e para baixo (verticalmente), para a direita e para a esquerda
(horizontalmente) e para frente e para trás (longitudinalmente). Todos esses movimentos são
completados pela torção da pelve do praticante.

O Trote que é uma andadura simétrica, saltada, fixada, há dois tempos, na qual os
membros de cada bípede diagonal se elevam e pousam simultaneamente, os movimentos da
coluna vertebral em relação ao eixo longitudinal do cavalo são simétricos. Distingue-se o trote
médio, o trote reunido, o trote alongado e o Galope que é uma andadura assimétrica, saltada,
muito basculada, há três tempos, os movimentos da coluna vertebral em relação ao eixo
longitudinal do cavalo, não são simétricos, saltada porque existe um tempo de suspensão, muito
basculada em razão dos amplos movimentos do pescoço, a três tempos, porque entre o elevar de
um membro ou membro associado, até seu retorno ao solo ouvem-se três batidas. O galope em
três tempos é descrito do seguinte modo: 1º tempo: pousar do posterior esquerdo, 2º tempo
pousar da diagonal esquerda, 3º tempo pousar do anterior direito. Distingue-se o galope médio, o
galope reunido, o galope alongado (ANDE-BRASIL, 1999).

3. Uma visão do papel do Psicólogo na Equoterapia

3.1 O papel do psicólogo

“Na Equoterapia o psicólogo orienta e acompanha os praticantes durante as sessões e, o uso


do cavalo propõe atividades e brincadeiras, trabalhando conflitos, traumas e desorganizações
comportamentais por meio da conscientização de suas potencialidades, resgate da auto-estima e
auto-confiança” (UZUN, 2005). Nesta prática, o psicólogo trabalha o aqui-agora, o presente, sem
ficar muito preocupado em achar um culpado para cada deficiência, não irá ignorar o passado e
toda a história de vida do praticante, como também todo o histórico familiar, de acordo com a
anamnese, mas dará ênfase no que é observado nas sessões. “Cada psicólogo exerce sua função
através do conhecimento de sua atuação prática, objetivos almejados, benefícios proporcionados
no campo psicológico e do seu primordial papel enquanto membro integrante da equipe. Deste
profissional, espera-se uma melhor conscientização do seu papel dentro da equipe despertando a
importância da divulgação dessa nova prática” (FERRARI, 2000).

O papel do psicólogo é o de avaliar, indicar, contra-indicar e reavaliar, além de promover a


terapia para o cliente, em cima e fora do cavalo. Realizando avaliações psicológicas com a
família e principalmente com o praticante, para obter uma compreensão do mesmo. Além disso,
auxilia na aproximação do paciente com o animal, o que é crucial ao desenvolvimento do
tratamento e ajuda na montaria, ocorrendo a partir do momento em que se estabelece um vínculo
afetivo entre o indivíduo e o cavalo, encontrando assim, confiança para montar. Quando há
dificuldade em montar o animal, é realizado o processo em que o terapeuta monta juntamente
com o praticante, objetivando fornecer-lhe maior confiança. Deste modo, a função do psicólogo é
acompanhar diretamente cada praticante, durante o processo de aproximação e separação do
animal.

O profissional de psicologia ajuda a revelar as necessidades, os limites e potencialidades do


praticante. Pode fazer orientações aos pais ou responsáveis do praticante, como reuniões, já que
estes apresentam muitas dúvidas e expectativas sobre o trabalho e demais membros da equipe.
Também deve cuidar do bom entrosamento e da harmonia da equipe, pois este é um fator
fundamental para a aquisição de bons resultados. O terapeuta analisa e reavalia a situação atual
do praticante antes do início da terapia, em uma melhor adaptação às características do trabalho
com o cavalo.

O papel do psicólogo é eminentemente psicoterapêutico, focado nos distúrbios mentais,


emocionais ou comportamentais, resultantes ou não de deficiências físicas, as contribuições do
psicólogo não podem ser negadas pelos demais membros da equipe. Todos devem conhecer e
saber quão diferentes são as formas de atuação do psicólogo e seus benefícios. Na Equoterapia o
tratamento é centrado na pessoa e em suas necessidades, o planejamento terapêutico, incluindo as
atividades propostas, deve ser elaborado de maneira que o praticante se interesse pelo seu
tratamento.

O psicólogo atende à grande número de praticantes por semana, em um curto período, o


que acaba prejudicando a qualidade desse atendimento com cada indivíduo. Dois fatores são
responsáveis por esse acontecimento: a própria cultura de cada instituição, que prioriza a
quantidade de praticantes atendidos e a falta de materiais científicos voltados para a área da
psicologia na Equoterapia. “Os psicólogos não maximizam seu potencial e sua qualificação.
Assim, acabam não exercendo integralmente a sua função ao realizar atividades que não
pertencem à sua especialidade pela carência de profissionais da área, já que a equoterapia
constitui-se de um recurso de grande investimento” (ANDE-BRASIL, 1999).

Para Amiralian (1986), “o psicólogo pode se envolver com tarefas de treinamento


sensorial e visual, além de coordenar grupos de discussão de reabilitação, esclarecendo a equipe
sobre as formas e condições de aprendizagem e ajustamento do sujeito, auxiliando no
treinamento de pessoal, na avaliação diagnóstica e no aconselhamento”. Como na equipe nem
sempre há assistente social, o psicólogo, em algumas vezes, trabalha para dar melhor qualidade
de vida, desenvolvendo juntamente com a equipe algumas festividades no Dia das Crianças,
Natal e outros, com distribuição de brinquedos, oferecendo divertimento, procurando suprir a
necessidade de ser um cidadão respeitado como todos os outros. Não é só o psicólogo que tenta
assumir esse papel, a equipe como um todo também o faz. Um exemplo disso é o café da manhã
realizado para que os pais interajam e para que as crianças se familiarizem umas com as outras,
além de ser possível a troca de experiências.
5. OBJETIVOS

5.1. Geral

Estudar a importância do profissional da área de Psicologia na prática da Equoterapia.

5.2. Específicos

- Compreender a Equoterapia como processo terapêutico.

- Identificar a diversidade da área de Psicologia.

- Analisar o papel do psicólogo na Equoterapia.

- Elucidar a importância da atuação do psicólogo com a família do paciente e na equipe


interdisciplinar na Equoterapia.

6. HIPÓTESE:

O profissional da área de Psicologia tem uma fundamental importância no trabalho


equoterápico com praticantes portadores de deficiência físicas ou mentais.

7. JUSTIFICATIVA

Tendo como base a atuação profissional por parte da pesquisadora em uma Cavalaria da
Polícia Militar, que permite a prática gratuita da Equoterapia, onde se convive diariamente com
diversas deficiências físicas ou mentais. Constituiu-se como importância maior dessa proposta a
possibilidade de auxiliar trabalhos que tenham a perspectiva de proporcionar um melhor
atendimento psicológico aos praticantes, para enfrentar sua realidade social de maneira mais
criativa, buscando o alívio de tensões, ansiedades e desenvolvendo a capacidade de estabelecer
relações saudáveis.

O trabalho justificou-se por estar buscando maior compreensão de um processo terapêutico e


educacional, a Equoterapia, que envolve o trabalho de uma equipe interdisciplinar, buscando o
desenvolvimento biopsicossocial dos praticantes. Verificou-se que é carente o número de
pesquisas realizadas sobre tal assunto, que tendem modificar tal realidade, por outro lado, apesar
dos novos avanços científicos e tecnológicos, é possível observar a utilização de recursos
recicláveis na prática da Equoterapia, que é muito eficaz no tratamento de diversas deficiências,
seja física ou mental.

8. METODOLOGIA

A pesquisa realizada foi de campo com abordagem qualitativa, objetivando compreender


a importância do profissional da área de Psicologia na prática da Equoterapia. Foram
entrevistadas 20 pais de praticantes, de ambos os sexos, que fazem parte do atendimento
Equoterápico na Cavalaria da Polícia Militar da cidade de Manaus-AM. Foi utilizada uma
entrevista semi-estruturada a fim de coletar dados para a análise de respostas.

Os aparatos utilizados foram caneta e papel. A coleta de dados foi realizada de acordo
com a abordagem aos possíveis sujeitos para a assinatura do termo de consentimento livre e
esclarecido; Entrevista propriamente dita com os sujeitos para a coleta de dados; Transcrição de
todo o discurso. Os dados foram utilizados e interpretados qualitativamente relacionando o
discurso dos entrevistados aos dados bibliográficos dos teóricos pesquisados e às tabelas que
tratam do objetivo da pesquisa.

As ressalvas éticas foram seguidas, onde foi apresentado ao Comitê de ética a folha de
rosto (termo de compromisso do pesquisador), esboço do projeto de pesquisa, carta de
encaminhamento do CEP (Conselho de Ética e Pesquisa), para verificar se o mesmo encontrava-
se viável.
9. RESULTADOS

Partindo do principal objetivo que era estudar a importância do profissional da área de


Psicologia na prática da Equoterapia e considerando que 20 familiares de praticantes foram
entrevistados no período de Setembro a Outubro de 2007, os resultados obtidos são:

 De todos os entrevistados 99% responderam que a Psicologia é importante e 1%


respondeu que a Psicologia não tem importância na Equoterapia.

é Importante

Não é
Importante

I. Gráfico referente à importância da Equoterapia

9.1. Importancia da Psicologia na Equoterapia

 Na primeira pergunta a questão foi se os entrevistados acreditavam que a Psicologia


teria importância na Equoterapia e o por quê, as respostas encontradas foram:

Você acredita que a Psicologia tem importância na Equoterapia?


Importante para ouvir e esclarecer dúvidas 7%
Importante para orientar 13%
Orienta como lidar com o psicológico do praticante 2%
Facilita o tratamento com os brinquedos 8%
Ajuda com a utilização de estímulos e criatividade 16%
Ajuda na evolução do crescimento do praticante 4%
Ajuda através da comunicação 18%
É um profissional que entende o praticante 3%
Facilita a troca de experiências 14%
Ajuda a conscientizar os familiares 15%

II. Tabela referente à primeira pergunta


Segundo Ana Bock, 1999, o Psicólogo nesta prática dispõe de um conjunto de técnicas e de
conhecimentos que lhe possibilitam compreender o que o outro diz, compreender as expressões e
gestos que o outro faz, integrando tudo isso em um quadro de análise que busca descobrir as
razões dos atos, dos pensamentos, dos desejos, das emoções. O psicólogo pode, junto com o
paciente, desvendar razões e compreender dificuldades, caracterizando-se, assim, sua
intervenção. O psicólogo tem seu trabalho relacionado às condições gerais de vida de uma
sociedade, embora atue enfocando a subjetividade dos sujeitos e/ou suas manifestações
comportamentais. Pensar a saúde dos indivíduos significa pensar as condições objetivas e
subjetivas de vida, de modo indissociado.

9.2. Equoterapia como método Terapêutico

 A segunda pergunta foi qual seria a percepção do Acompanhamento Terapêutico do


Paciente no cavalo e o por quê, as respostas encontradas foram:

Qual a sua percepção do Acompanhamento Terapêutico do Paciente no cavalo?

É um tratamento milagroso 1%
É muito bom 16%
Importante no desenvolvimento psicológico do praticante 17%
Trabalha a cognição e a parte motora do praticante 12%
Ajuda a criar laços afetivos 2%
Desenvolve o equilíbrio (postura) 19%
Trabalha a motivação e a perda do medo dos praticantes 13%
O contato com o cavalo é importante 18%
A Equoterapia envia mensagens para o cérebro dos praticantes 1%
Já acompanhava a Equoterapia através de revistas, médicos 1%

III. Tabela referente à segunda pergunta

O psicólogo busca dar apoio e esclarecimento ao cliente sobre suas condições emocionais
e, na medida do possível, levá-lo a uma consciência dos seus problemas, apoiando-o em sua
crescente valorização e aceitação, para enfrentar sua realidade (CAMOM, 2004).
9.3. Os benefícios da prática equoterápica

 Na terceira pergunta foi perguntado quais seriam os benefícios para o


acompanhamento familiar, as respostas encontradas foram:

Que benefícios você percebe no acompanhamento familiar?


Auxilia no aprendizado de novos conhecimentos 12%
Ajuda na relação dos familiares com os praticantes 18%
Não tem nenhum benefício 2%
Permite o alívio de angústias dos praticantes e dos familiares 13%
Facilita a troca de experiências 17%
Conscientiza a família a levar o tratamento a sério 11%
Esclarece dúvidas 12%
Família percebe o apoio do psicólogo 15%
II. Tabela referente à terceira pergunta

A família por ser responsável pela apresentação do filho á sociedade, ela traz consigo, além
das expectativas por um novo tratamento, melhoras, novas perspectivas, sentimentos de culpa,
insegurança, medo, ansiedade, incerteza, etc. Diante de tantas exigências, os pais sentem-se
frágeis e solitários. “Os problemas de uma família, com um membro portador de necessidades
especiais são intensificados pelos pré-requisitos e atitudes que lhes são impostos devido ás
diversas dificuldades” (MADUREIRA,2001).

9.4. A equipe interdisciplinar no processo equoterápico

 Na quarta questão em que foi perguntado se o trabalho na Equoterapia sendo formado


por uma equipe de profissionais de diversas áreas, como fisioterapia, educação fisica,
psicologia, entre outras, ajudaria no tratamento do praticante e o por quê, as respostas
encontradas foram:

O trabalho na Equoterapia é com uma equipe formada por profissionais de diversas


áreas, como fisioterapia, educação fisica, psicologia, você acha que esse trabalho em
equipe ajuda no tratamento de seu filho na Equoterapia?
A equipe permite a estimulação 19%
Várias áreas ao mesmo tempo é melhor 17%
Praticante evolui facilmente com uma equipe 19%
Conjunto de conhecimentos facilita a evolução 11%
É uma pena não ter mais profissionais 7%
É uma equipe atenciosa, carinhosa, levam o trabalho a sério 3%
Evita que os familiares levem os praticantes a vários lugares diferentes para fazer
tratamento 15%
É pouco tempo trinta (30) minutos 2%
É uma equipe preparada 7%

V. Tabela referente à quarta pergunta

Para melhor intervenção na questão da deficiência, há a necessidade da atuação conjunta


de profissionais de diversas áreas, por ter um entendimento integral do ser humano e do processo
de reabilitação. O paciente em tratamento conta com o acompanhamento de uma equipe
interdisciplinar formada por profissionais da área da saúde, da área educação e do trato animal
(UZUN, 2005).

9.5. Os resultados nos praticantes da equoterapia

 No quinto item em que foi perguntado se haviam observado algum resultado no


praticante com o processo terapêutico e qual resultado, asrespostas encontradas foram:

Você observa resultados em seu filho com o processo terapêutico?


Sustentação do pescoço 19%
Postura/ equílibrio 20%
Tinha escoliose e melhorou bastante 2%
Permitiu o desenvolvimento da extroversão 5%
Andava para frente e hoje anda melhor 2%
Não observei nenhuma melhora, está a pouco tempo 1%
As mudanças foram lentas, mas está evoluindo 10%
Melhorou a autoestima 18%
Desenvolveu a parte motora 19%
Resistência nas pernas 3%
Estou feliz com o desenvolvimento e com o tratamento da Equoterapia 1%

VI. Tabela referente à quinta pergunta

A Equoterapia proporciona a melhora no equilíbrio pela constante estimulação que o


movimento tridimensional do cavalo realiza sobre os sistemas vestibular, cerebelar e reticular do
paciente (UZUN, 2005).

10. DISCUSSÃO

A proliferação da psicologia se deve a partir da função que está assumindo na sociedade


contemporânea. O trabalho do psicólogo na Equoterapia não pode ser individualizado e
descontextualizado do ambiente onde a organização está inserida. “A prática da Equoterapia se
dá em pleno contato com a natureza, proporcionando formas de aplicação de exercícios de
recuperação e integração, complementando as terapias tradicionais que só se vale de instrumentos
tecnológicos em clínicas e consultórios” (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA,
ANDE, 1999).

O ato de montar no cavalo e a sua utilização na área da saúde ocorre há muito tempo,
tanto com um sentido terapêutico, pedagógico e educativo como recreativo, deixando de ser mais
um tipo de terapia alternativa, para ser um método terapêutico de reabilitação motora reconhecido
pela sua eficácia. O cavalo é o animal que mais se aproxima do homem, segundo os árabes.“O
uso da atividade eqüestre, com a finalidade de reeducação psicomotora dos portadores de
deficiência, não é uma descoberta recente. Teve início com Hipocrates de Loo, 458 – 370 a C.,
que afirmava “a equitação praticada ao ar livre faz com que os músculos melhorem o seu
tônus”. (UZUN, 2005).
A Equoterapia é um método de abordagem interdisciplinar nas áreas da saúde, educação e
equitação. Visando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de necessidades
especiais, distúrbios a nível motor, psíquico, social, cognitivo e de linguagem. O papel do
psicólogo nesta área é estimular o paciente sob vários aspectos, para que consiga desenvolver
como um todo, fazendo uso desse método.

10.1. Importância da Psicologia na Equoterapia

A pesquisa foi realizada com vinte (20) familiares de praticantes, de ambos os sexos.
Tendo em vista a primeira questão no qual foi perguntado se os entrevistados acreditavam que a
Psicologia teria importância na Equoterapia, 99% responderam que a Psicologia é importante e
1% respondeu que a Psicologia não tem importância na Equoterapia.

O psicólogo na Equoterapia inicia seu trabalho escutando a demanda de cada praticante,


colaborando com a humanização do atendimento. Como foi possível observar, 7% dos
entrevistados acreditam ser importante a presença da psicologia nesta prática, pela possibilidade
de obterem esclarecimentos de dúvidas. E 15% por acreditarem que a importância está em serem
orientados sobre qual seria a melhor forma de lidar com o psicológico dos praticantes. O
psicólogo pode informar como os familiares podem lidar com seu praticante em casa,
enfrentando todas as dificuldades, essa ajuda pode ser através de uma conversa informal ou pela
terapia de grupo. Esse trabalho é completado com a criatividade e a estimulação através dos
brinquedos ou exercícios realizados com os praticantes.

Segundo 16% dos entrevistados, o psicólogo ajuda com a estimulação e com a


criatividade. A corrente psicanalítica freudiana referia-se ao processo criativo como uma força
emergente do inconsciente que chegava à consciência. A criatividade, portanto, é uma forma
inconsciente de solução de conflitos. O psicólogo tem o objetivo de criar condições ótimas para
que os praticantes possam brincar com a maior espontaneidade possível (SIQUIER, 2001). E essa
espontaneidade é muito facilitada no cavalo, pois permite movimentos e brincadeiras criativas e
espontâneas.

A técnica de atendimento varia para cada praticante, mas além de ser possível fazer a
utilização de brinquedos ou outros materiais didáticos, deve permitir aos praticantes que
expressem suas emoções, sejam por palavras, gestos ou olhares, facilitando assim, seu
desenvolvimento (NIGRO, 2004). E essa possibilidade de crescimento fica bastante clara para os
entrevistados, quando 4% afirmam que a evolução do crescimento dos praticantes é favorecida
pelos métodos terapêuticos utilizados na equoterapia.

De acordo com 8% dos familiares, o tratamento dos praticantes é facilitado pelo uso de
brinquedos (lúdico). Sendo assim, a ludoterapia é uma técnica específica e especial para o
trabalho com portadores de necessidades especiais. É uma elaboração psicoterápica a partir da
decodificação da linguagem lúdica, contida no ato de brincar com determinados brinquedos,
escolhidos especialmente para provocar alguma modificação ou reação nos praticantes
(CAMOM, 1998).

É brincando que os praticantes se desenvolvem, exercitando suas potencialidades. O


desafio contido nas situações lúdicas provoca o pensamento e os leva a alcançar níveis de
desempenho que só as ações por motivação intrínseca conseguem. Brincando prepara-se para o
futuro, experimentando o mundo ao seu redor dentro dos limites que a sua condição atual
permite. Conseguir que as crianças possam brincar é em si mesmo uma psicoterapia que possui
aplicação imediata e universal e inclui o estabelecimento de uma atitude social positiva com
respeito ao brincar. O brincar é uma experiência criativa, uma forma básica de viver. O praticante
traz para dentro dessa área da brincadeira objetos ou fenômenos oriundos da realidade externa
usando-os a serviço de alguma amostra derivada da realidade interna ou pessoal (WINNICOTT,
1975).

Para 18% dos entrevistados, o psicólogo ajuda na evolução do crescimento dos praticantes
através da comunicação, possibilitando a compreensão de cada um. A psicologia tem importância
em todas as situações relacionadas à saúde do ser humano e o psicólogo, como um profissional
da promoção da saúde, atua no tratamento e na estimulação psico-afetiva de cada praticante. O
psicólogo visando o relacionamento humano saudável procura meios para comunicar-se com os
praticantes e seus familiares. No relacionamento com cada usuário do atendimento equoterápico,
é necessária a utilização de meios psicológicos (lúdicos). O que leva ao desenvolvimento de um
estilo próprio de comunicação no relacionamento com o praticante e seus familiares, devendo
observar e ouvir com paciência as palavras e silêncios de cada um. É necessário entender e saber
interpretar as atitudes e expressões (CAMPOS, 1995).

O terapeuta busca a comunicação do praticante e sabe que geralmente não possui um


domínio da linguagem capaz de transmitir as infinitas sutilezas que podem ser encontradas na
brincadeira por aqueles que as procuram. A teoria de Winnicott perpassa o que experenciamos
com os praticantes atendidos na Equoterapia. No processo terapêutico o praticante é ativo, pois
responde aos estímulos do ambiente, do terapeuta e principalmente do cavalo.

O cavalo e o ambiente também propiciam estímulos exteroceptivos e proprioceptivos. O


terapeuta durante a sessão é quem demonstra aceitação, empatia e respeito pelos conteúdos
emergentes durante a sessão, a partir da interação do praticante com o cavalo e com a equipe
(ZAMO, 2005). Por conta disso, 3% dos entrevistados acreditam que o profissional da área da
psicologia consegue entender profundamente os praticantes, mesmo com todas as suas limitações.
O psicólogo não busca apenas a comunicação verbal, mas busca compreender cada gesto,
palavra, silencio dos praticantes. Assim, o terapeuta assumiria o papel de uma mãe
suficientemente boa, ampliando a percepção das necessidades do paciente, proporcionando um
nível simbólico, uma sustentação psíquica (holding) oriunda de uma relação de dependência
absoluta (WINNICOTT, 2000).

Ao permitir que o paciente se liberte da situação primitiva de carência ambiental, haveria


a substituição da angústia primitiva por sentimentos nomeados, desta forma, passaria a ter uma
capacidade de vivenciar as emoções, esse fato recebe o nome de experiência. É por conta disso
que 14% dos entrevistados disseram que a psicologia proporciona uma troca de experiências. A
equoterapia fornece ao praticante um ambiente de aceitação e continência. O cavalo é o elo da
relação. O terapeuta traduz ao praticante as ansiedades emergentes neste contexto, sendo o cavalo
e o terapeuta objetos de sentimentos ambivalentes (ZAMO, 2005)

Segundo 15% dos entrevistados o psicólogo ajuda na conscientização e na aceitação dos


praticantes por seus familiares. Essa conscientização precisa ser trabalhada com os familiares,
principalmente quando iniciam o tratamento equoterápico, pois a maioria está muito fragilizada
em relação ao diagnóstico de seu familiar. Há a dificuldade em aceitar que mesmo com todas as
diferenças, o praticante poderá vir a desenvolver suas potencialidades, por conta disso, o
psicólogo precisa estar preparado para lidar com situações desagradáveis, sentimentos como o
preconceito e até mesmo vergonha da condição física ou mental do praticante, oriundas dos
próprios familiares.

10.2. Equoterapia como método Terapêutico

Na segunda pergunta foi questionado qual seria a percepção do Acompanhamento


Terapêutico do Paciente no cavalo. Para 1% dos entrevistados é um tratamento milagroso. Já
16% acreditam que é um tratamento muito bom. A Equoterapia possibilita trabalhar a cognição e
a parte motora de cada praticante, pois o movimento preciso e tridimensional do cavalo pode ser
comparado com o caminhar humano, facilitando o desenvolvimento, segundo 12% dos
entrevistados. A Equoterapia permite a criação de laços afetivos, para 2% dos familiares. O
psicólogo precisa manter um clima adequado para que o trabalho seja realizado, com isso, os
praticantes sentem-se acolhidos, o que possibilita o desenvolvimento de relações interpessoais,
seja com os profissionais ou com outras pessoas que façam parte do convívio social de cada
praticante.

O acompanhamento Terapêutico realizado no Cavalo é importante para o


desenvolvimento psicológico dos praticantes, como foi possível ser descrito por 17%. O
desenvolvimento psicológico se dá a partir da estimulação realizada a cada prática, com a
utilização de brinquedos, atividade de pintura, desenhos, a conversa terapêutica, entre outras. A
psicanálise foi desenvolvida como forma altamente especializada do brincar, a serviço da
comunicação consigo mesmo e com os outros e do desenvolvimento psicológico (WINNICOTT.
1975).

Acredita-se que os brinquedos e os exercícios realizados são essenciais para estimular a


motivação e a superação de medos e fobias, como foi citado por 13% dos entrevistados. O
contato com o animal torna-se muito importante para 18% dos praticantes, segundo os familiares.
Além de ser possível perceber evoluções através do tratamento equoterápico, “quando minha
filha teve alta, ela regrediu, é uma prática prazerosa para os praticantes” (S1). Na maioria das
vezes, a Equoterapia torna-se uma prática bastante excitante para os praticantes, pois além do
contato com a natureza, com os estímulos externos, é uma prática que permite a ultrapassagem de
limites, facilitando o desenvolvimento das potencialidades. É comum observar a alegrias dos
praticantes em conseguirem guiar o cavalo, que é visto como um animal de grande porte. Com
esses desenvolvimentos e realizações dos praticantes e até mesmo de seus familiares, a
Equoterapia e o trabalho do psicólogo juntamente com a equipe interdisciplinar, torna-se bastante
gratificante.

Um dos pontos interessantes dessa segunda pergunta, foi à resposta de um entrevistado,


que mencionou acompanhar o trabalho da Equoterapia através de revistas, artigos ou até mesmo
conversando com alguns profissionais da área médica. Esse ponto torna-se importante pelo fato
de alcançar um dos objetivos dessa pesquisa, pois uma das propostas era observar se os
entrevistados conheciam a Equoterapia antes de iniciarem o tratamento equoterápico.

O relacionamento profissional-paciente tem como maior dificuldade o comportamento do


próprio profissional da área da Psicologia, gerado por preocupações decorrentes do despreparo,
pela ausência de conhecimento da área, tanto na abordagem do paciente, dos familiares, dos
profissionais da equipe. A intervenção do psicólogo foi saindo da teoria e do papel. Agora o
psicólogo além de diagnosticar e classificar tem de entender, compreender o que está envolvido
na queixa ou no sintoma, inconsciente ou não, de cada praticante (CAMPOS, 1995).
O psicólogo para conseguir compreender os praticantes utilizará instrumentos teóricos e
técnicos da área de psicologia, aplicará entrevistas, testes, técnicas grupais, orientações,
encaminhamentos, providenciará o tratamento adequado como atividades de psicomotricidade,
além da psicopedagogia, nos casos de assistência psico-educacional ou de problemas de
aprendizagem, sempre visando o desenvolvimento psicológico de cada praticante (IDEM).

10.3. Os benefícios da prática equoterápica

Na terceira pergunta foram questionados quais seriam os benefícios para o


acompanhamento familiar. Para 12% dos entrevistados a psicologia auxiliaria ensinando novos
conhecimentos para os familiares, pois há a dificuldade em saber lidar com o praticante e para
essa dificuldade ser suprida, faz-se necessário novos aprendizados. O primeiro passo do
psicólogo com a família é a de orientação familiar, que consiste em auxiliar os pais a uma
aceitação emocional da criança excepcional, que pode ser definida como a concordância entre os
fatores internos (sentimentos dos pais) e os fatores externos (a realidade da situação).

O objetivo final do processo de orientação familiar é a capacitação dos pais para


chegarem a decisões próprias, em tempo oportuno, através da integração familiar harmoniosa.
Para Campos, 1995, O psicólogo tem uma atuação como um profissional da saúde, envolvendo o
individuo e as áreas social, buscando sempre o bem estar individual e social. O psicólogo deve
participar do atendimento à família do paciente para esclarecer com os familiares as questões
psicológicas. Os familiares deverão estar informados e acompanhar a evolução do tratamento. Os
familiares/praticantes sentindo-se compreendidos percebem-se mais seguros, amparados, aceitos
e assistidos como um todo, podendo entender a sua doença tanto no aspecto fisiológico como nas
implicações emocionais, conscientizando-se do que é real e das fantasias.

Segundo 18% o acompanhamento familiar facilitaria a relação entre os praticantes e seus


familiares, pela dificuldade de comunicação e conscientização. Toda doença promove o
desequilíbrio psicológico temporário tanto do praticante como de seu núcleo familiar. Estas
respostas emocionais encontram-se relacionadas com a estrutura psicológica de cada praticante e
aos medos fundamentais de todo o ser humano. O confronto com a situação de crise pode gerar
importantes repercussões psicológicas, que podem afetar a recuperação física/psicológica do
praticante.

A assistência psicológica é oferecida durante todo o tratamento equoterápico.


Promovendo a diminuição do estresse gerado pela doença, melhorando o vínculo
praticante/família e família/equipe. (Disponível em www.einstein.br, acesso 26 set). O psicólogo
também pode favorecer a relação e a aproximação da família com a equipe interprofissional.

Junto à família será realizada uma atuação visando à reintegração do praticante ao núcleo
familiar. Esclarecimento das condições necessárias ao restabelecimento físico e emocional do
praticante. Pode abordar a relação da família com o praticante e com a limitação. Para os pais há
a dificuldade de admitirem a má formação de sua criança e podem ter sentimentos de culpa,
punição ou incapacidade, podem estar ansiosos e na crença da perda súbita desenvolvem uma
super-proteção (CAMOM, 2004).

Para 13% dos entrevistados o acompanhamento permite o alívio de angústias, tanto dos
praticantes como dos familiares. É importante que o psicólogo possa fazer o grupo com os
familiares para vivenciarem psicologicamente a situação, ajudando na exteriorização dos
sentimentos, percebendo as angústias e criando condições para a vivência e compreensão desses
sentimentos. Sendo assim, a psicologia oferece a possibilidade de confronto do paciente e/ou de
seus familiares com sua angústia e sofrimento.

A necessidade do atendimento aos pais dos praticantes de Equoterapia é muito


importante, pois busca conhecer as causas dos problemas a fim de encontrar soluções práticas
para resolver ou atuar nas dificuldades e carências. A família é considerada um núcleo
fundamental para o indivíduo, por ser o primeiro grupo social ao qual pertence. “É fundamental
que a família dos praticantes da Equoterapia a veja como pessoa igual ás outras, sem protegê-la,
dando independência para que se sinta capaz e com isso propiciar experiências de vida dentro de
suas possibilidades e limitações, num ambiente saudável e construtivo em que todos possam
respeitar seus limites, valorizando suas potencialidades” (CORREIA, 2002).
A possibilidade de trocar experiências, seja com o psicólogo ou com os demais familiares,
é vista por 17% dos entrevistados. Os familiares carecem ser amparados, sentir que não estão
sozinhos e que não são os únicos responsáveis pelo bem-estar do praticante, confiando na equipe
e tendo espaço para amenizar dúvidas, sofrimentos e ansiedades (NIGRO, 2004). No grupo os
familiares tem a oportunidade de serem escutados, podendo começar a elaborar ou a reelaborar a
doença, conflitos de seu filho ou da família, além de ser possível trocar informações com outros
familiares de praticantes.

O objetivo de o psicólogo estar trabalhando junto com a família é a importância de grupos


multifamiliares, onde a família pode ter a oportunidade de comunicar-se, de melhor conviverem
com seus filhos especiais com a modificação das atitudes em relação a este, a possibilidade de
falar dificuldades, medos e angústias e de estar tirando dúvidas com o profissional. Dessa forma,
o sentido do papel do psicólogo é de orientar comportamentos ligados á vida pessoal, familiar e
promover uma mudança em suas percepções e valores de suas realidades. Sendo assim, o
psicólogo atuando com a família pretende dar suporte emocional, propondo formas de lidar com
os filhos especiais.

O trabalho avaliará as mudanças ocorridas a partir da intervenção terapêutica nas reuniões


multifamiliares, criadas para facilitar as expressões de espontaneidade, mudanças de atitudes e
percepções. O contexto das reuniões proporcionará ás famílias o alívio do sofrimento, por meio
da conversa, distração e desabafo. “A valorização da família nos auxiliará no trabalho com o
praticante de equoterapia, onde se realizará o trabalho em conjunto com os pais no sentido de
orientá-los em comportamentos ligados á vida pessoal e familiar, além de promover uma
mudança em suas percepções, valorizando suas realidades” (MADUREIRA, 2001).

O papel do psicólogo na Equoterapia é acompanhar os praticantes durante a prática


equoterápica, pois é aí que as dificuldades, as angústias, as frustrações, os desentendimentos e os
conflitos aparecem. Para isso, é preciso que aperfeiçoe seus conhecimentos e habilidades,
desenvolvendo atividades estratégicas com cada praticante. Podendo assim, ter mais tempo para
conhecer as reais necessidades de cada um (Disponível em: www.guiarh.com.br, acesso set.
2007)
O acompanhamento terapêutico proporciona momentos de escuta para as famílias, com
relação às suas dificuldades, dúvidas, medos e angústias, vergonha e sentimentos de culpa.
Auxilia os pais na modificação de suas atitudes com os filhos, permitindo uma inovação nas
interações, possibilitando que o praticante de Equoterapia cresça e se realize a partir de sua
realidade como portador de uma deficiência, seja físico ou psicológico. A interação que acontece
em situações de grupo, possibilita a identificação entre os pais por problemas semelhantes, o
apoio mútuo, a troca de experiências de vida familiar e extra-familiar, bem como a quebra do
isolamento social, que geralmente acontece em famílias onde um dos membros é portador de
algum tipo de deficiência (ANDE, 1999).

De acordo com 11% dos entrevistados o acompanhamento permite que a familia veja a
prática equoterápica como um tratamento sério e eficaz. O atendimento psicológico faz com que
os familiares entendessem, participassem, e compreendessem o processo que estava ocorrendo e
qual a importância de sua participação. A necessidade de orientação e acompanhamento
psicológico aos pais de praticantes de Equoterapia é tão importante quanto os cuidados técnicos.
A família traz consigo, além das expectativas por um novo tratamento, melhoras e novas
perspectivas.

O acompanhamento familiar permite o esclarecimento de dúvidas para 12% dos


entrevistados. Durante o desenvolvimento do praticante, surgem alguns problemas como
dificuldade no relacionamento da casa, super-proteção, afastamento do convívio social e como
atuar durante as manifestações sexuais dos mesmos. Freqüentemente necessitam de orientação,
apoio, conforto e estímulos. Quanto mais os familiares puderem falar de seus sentimentos
contraditórios, de confiança, amor, desesperança e revolta, melhor será sua relação com o
praticante e estará mais preparado para lidar com as imposições que a sociedade exerce (ANDE
1999).

O apoio psicológico é referido por 15%, estes acreditam que o psicólogo pode oferecer
aos familiares dos praticantes uma ajuda significativa. O trabalho com os familiares permite que
os pais vejam que cada caso é diferente e que com apoio e orientação podem superar as
dificuldades.
Uma das propostas dessa pesquisa era saber se os familiares realmente acreditavam na
psicologia na prática da Equoterapia, mas para 2% dos entrevistados não há nenhum benefício
para a família o acompanhamento do psicólogo, principalmente na parte da conscientização, pois
estes afirmam que desde sempre sabiam da luta estabelecida pelo diagnóstico. O psicólogo ao
saber das dificuldades encontradas e vivenciadas pelos familiares poderia contribuir para um
melhor desenvolvimento do praticante, além de poder ajudar os familiares, seja aliviando
angústias ou esclarecendo dúvidas quanto a prática equoterápica ou quanto ao desenvolvimento
do praticante.

10.4. A equipe interdisciplinar no processo equoterápico

Na quarta questão foi perguntado se o trabalho na Equoterapia sendo formado por uma
equipe de profissionais de diversas áreas, como fisioterapia, educação fisica, psicologia, entre
outras, ajudaria no tratamento do praticante e o por quê. Para 3% dos entrevistados, é uma equipe
atenciosa, carinhosa, que leva o trabalho a sério. A equipe permite a estimulação do praticante
para 19%, o cavalo juntamente com a equipe atua não apenas como um espelho onde são
projetadas as dificuldades, progressos e vitórias, mas também como novo estímulo, que propicia
novas percepções e vivências.

Para Camom, 2004, o setor de psicologia prestará esclarecimento aos demais profissionais
sobre possíveis atitudes a serem adotadas junto ao praticante, tendo como determinante suas
condições emocionais. O praticante terá no serviço de psicologia o atendimento necessário para
seu restabelecimento físico e emocional. Com a equipe, o psicólogo pode discutir casos,
promovendo os aspectos emocionais dos casos apresentados e enriquecer as discussões. Pode
apresentar pareceres ou diagnósticos psicológicos de determinados praticantes quando solicitados
pela equipe.

Segundo 17% as várias áreas estando juntas ao mesmo tempo é melhor, pois o todo
facilita, “a equipe trás bons resultados, pena não ter mais profissionais”(S2). Para alguns
familiares, a concentração de vários profissionais em somente uma atividade evita o
deslocamento dos mesmos atrás de atendimentos por profissionais de diferentes áreas e em
clínicas diferentes, ou seja, a Equoterapia torna-se uma prática ideal não só por permitir a
evolução dos praticantes, mas porque acaba facilitando a acomodação dos familiares, que já não
se preocupam em ter que combinar atividades para melhorar o desenvolvimento de seu familiar,
como foi citado por 15% dos entrevistados.

De acordo com 19%, o praticante evolui facilmente com uma equipe e com 11% o
conjunto de conhecimentos de diversos profissionais também facilita o desenvolvimento. É por
conta disso, que o psicólogo deve saber em que lugar o colocam, deve trabalhar com o sintoma,
com a relação interpessoal e deve descobrir quem ele é para o praticante e para os profissionais
com os quais se relaciona. Humanizar o atendimento é socorrer as circunstâncias e necessidades
do outro, assim como tornar mais humanas as condições do tratamento de cada praticante
(CAMPOS, 1995). É papel do psicólogo na Equoterapia ir ao encontro do paciente e não esperar
sentado em um consultório. É um profissional que deve acompanhar cada praticante em cada
sessão equoterápica.

A equipe, orientada pelo psicólogo, deve conciliar as necessidades de cada praticante, da


instituição e as possibilidades da equipe interdisciplinar. A prática deve ser entendida como um
todo que busca proporcionar a manutenção do bem estar físico, social e mental. O psicólogo
precisa, na equipe, buscar a conscientização de todos os profissionais para o trabalho
interprofissional, ajudando cada um a ter claras suas funções, definindo seus objetivos,
facilitando a comunicação entre os membros da equipe, sendo, o interlocutor entre os membros
da equipe entre si e com os pacientes e familiares. O psicólogo buscará alertar os profissionais
para a necessidade do conhecimento das atividades dos outros membros da equipe, trocando
informações, buscando atender o mais completamente possível o praticante (CAMPOS, 1995).

A equipe interdisciplinar deve ser a mais ampla possível, composta por profissionais das
áreas de saúde, educação e equitação, especializados na reabilitação e educação de pessoas
portadoras de deficiências ou com necessidades especiais, levando em consideração o Programa
de Equoterapia a ser executado, a finalidade do programa e os objetivos a serem atingidos. É isto
que dá o caráter interdisciplinar ao trabalho. Uma equipe formada com alguns ou todos estes
profissionais é capaz de ter uma visão mais global do praticante e assim, vê-lo como um todo e
assisti-lo globalmente.

A referida pesquisa mostrou um ponto importante, onde 7% acreditam ser uma pena a
prática equoterápica não ter mais profissionais, pois o número é reduzido para a quantidade de
praticante. Para 2% o tempo pouco, pois a duração é de trinta (30) minutos, “queria que durasse
mais tempo ou que fosse mais vezes na semana” (S3).Já 7% afirmam que mesmo sendo poucos
profissionais e o tempo ser reduzido, a equipe é bastante preparada, principalmente no manejo
com os praticantes.

O setor de psicologia prestará esclarecimento aos demais profissionais sobre possíveis


atitudes a serem adotadas junto ao praticante, tendo como determinante suas condições
emocionais. O praticante terá no serviço de psicologia o atendimento necessário para seu
restabelecimento físico e emocional. Com a equipe, o psicólogo pode discutir casos, promovendo
destes os aspectos emocionais apresentados e enriquecendo as discussões. Pode apresentar
pareceres ou diagnósticos psicológicos de determinados praticantes quando solicitados pela
equipe (CAMOM, 2004).

Para melhor intervenção na questão da deficiência, há a necessidade da atuação conjunta


de profissionais de diversas áreas, pois um entendimento integral do ser humano e do processo de
reabilitação passa impreterivelmente por um trabalho de equipe interprofissional. O simples
agrupamento de profissionais de diversas áreas não significa um trabalho de equipe
interdisciplinar, pois é necessário atitude e postura de seus integrantes. A Equoterapia exige que
os profissionais viabilizem um bom trabalho em conjunto na prática (BERTON, 2005.)

“A única maneira de se obter o êxito no atendimento ao paciente e a efetividade do trabalho a


ser realizado é na formação de uma verdadeira equipe que se complete e que tenha alguns
atributos como coordenação, comprometimento, responsabilidade, respeito pelo cidadão, quebra
do corporativismo, participação e que o trabalho seja desenvolvido sem interrupção” (BITTAR,
1996). Sendo assim, uma das funções do psicólogo na Equoterapia, é promover essas
possibilidades.
10.5. Os resultados nos praticantes da equoterapia

A quinta pergunta questionou se os familiares haviam observado algum resultado nos


praticantes com o processo terapêutico e qual seria o resultado. Para 19% a mudança foi em
relação a sustentação do pescoço. Já 20% acreditam que foi em relação à postura e equilíbrio. O
Equilíbrio implica coordenação e controle. É preciso o equilíbrio em atividades em que há pouco
movimento e em atividades que são muito dinâmicas (CARR, 1998). O Equilíbrio é a qualidade
física conseguida por uma combinação de ações musculares com o propósito de assumir e
sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade. A habilidade de equilibrar-se
depende da função do mecanismo nos canais semicirculares, sensação cinestésica nos músculos
tendões e articulações, da percepção visual do corpo em movimento e da habilidade em
coordenar estímulos. É uma capacidade importante usada nas atividades equoterápicas
(MARINS, 2003).

De acordo com 2% dos entrevistados, seus familiares tinham escoliose e com a prática foi
possível obterem melhoras, “minha filha tinha escoliose e melhorou” (S4). O desenvolvimento
da extroversão foi citado por 5%. O praticante na Equoterapia desenvolve a sociabilidade, faz
amigos e aprende a conviver respeitando o direito dos outros e as normas estabelecidas. Os
brinquedos servem para estimular o desenvolvimento de uma vida interior rica e da capacidade
de concentrar a atenção, favorecer o equilíbrio emocional, dar oportunidade à expansão de
potencialidades, desenvolver a inteligência, criatividade, possibilitar o desenvolvimento
intelectual, social, enriquecer o relacionamento entre as crianças e seus familiares, valorizar os
sentimentos afetivos e cultivar a sensibilidade (CAMOM, 1998).

Para 2% o praticante andava para frente e após a prática tem andado melhor, “ela andava
para frente, hoje corre e anda bem melhor, senta melhor” (S5). “Ela era mole e hoje já até
anda” (S6). As mudanças foram lentas, mas acreditam na evolução 10% dos entrevistados, “A
Equoterapia ajuda quando ele tá se mordendo, no controle dos esfíncteres” (S7).

A melhora da autoestima foi observada por 18%. Demonstrando assim, a importância de


uma aproximação bem sucedida entre cavalo/psicólogo/praticante, para que nessa troca, o
praticante possa internalizar mais conscientemente esta experiência, a qual, deve ser vivenciada
da forma mais profunda e prazerosa possível, facilitando, assim, toda a transferência para resgate
e melhora de auto-estima e autoconfiança (ANDE, 1999).

O desenvolvimento da parte motora foi citado por 19% dos entrevistados. E 3%


observaram a melhora na resistência nas pernas de seus familiares. A psicomotricidade é o
trabalho que visa reorganizar as relações entre as funções psíquicas e o corpo. Oferece bons
resultados no trabalho com crianças e pessoas com alterações corpóreas (CAMOM, 1998). O
estímulo psicomotor do cavalo ao movimentar-se ao passo favorece maior noção do próprio
corpo e através do balançar transmitindo a quem está montado e da postura exigida sobre o
cavalo ocorre a manipulação corporal, agindo de forma similar ao handling (ZAMO, 2005.)

A realidade física e psíquica da exigência do self pode emergir de forma integrada. O


cavalo e o praticante precisarão estar em sintonia quanto ao movimento, posteriormente deve se
diferenciar para assim comandar o cavalo na direção desejada. O objetivo do tratamento de
Equoterapia é poder proporcionar ao praticante o contato com suas capacidades, favorecendo o
processo de aquisição de uma maior auto-estima e autonomia. Dessa forma, constitui-se não só
um ambiente de desafios, mas também de sustentação e segurança (holding) (IDEM).

Através da hora lúdica o psicólogo pode observar a falta de funcionalidade motora, apesar
de que, para poder especificar a qualidade, a intensidade e a origem do problema, será necessário
a aplicação de instrumentos mais sensíveis. Na hora lúdica o psicólogo percebe que, uma vez
iniciada a ação, há dificuldade para inibir o movimento e este material é recorrente na expressão
gráfica, que também se vê alterada (SIQUIER, 2001).

A flexibilidade é a habilidade de mover o corpo e suas partes dentro dos seus limites
máximos sem causar danos nas articulações e nos músculos envolvidos. A agilidade é uma
variável neuro-motora caracterizada pela capacidade de realizar trocas rápidas de direção, sentido
e deslocamento da altura do centro da gravidade de todo o corpo ou parte dele (MARINS, 2003).
Na Equoterapia a flexibilidade e agilidade podem ser desenvolvidas e observadas pelos
praticantes das fases de Educação e reeducação e Pré-esportivo.
É interessante observar a evolução das observações dos familiares, pois quando adquirem
o tratamento equoterápico para seu praticante, eles depositam várias angústias e ansiedades na
prática e esperam que os resultados apareçam rapidamente e com esta pesquisa podemos concluir
que a confiança no tratamento é muito grande. E por conta disso, somente 1% dos entrevistados
disse não ter observado nenhuma melhora por estar a pouco tempo freqüentando a Equoterapia
com seu familiar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

À medida que a Equoterapia ganha aceitação como um método de reabilitação para


portadores de necessidades especiais, torna-se imperativa a necessidade de profissionais de nível
universitário. Um passo importante para melhor estabelecer academicamente a nossa área é
desenvolver um programa em Equoterapia adequado ao ensino universitário. A formação
acadêmica do psicólogo é falha em relação aos subsídios teóricos que poderiam embasá-lo na
prática da Equoterapia.

A referida pesquisa nos leva a refletir em como a Equoterapia pode parecer um lugar que
lembre as perdas e limitações. É um ambiente diferente sentido com hostilidade, raiva e
agressividade, pelas dificuldades vividas por cada um dos praticantes e seus familiares. Mas
também pode ser um ambiente que possibilita novos desenvolvimentos. Como é lindo ver um
praticante chegar para a primeira sessão com medo e completamente comprometido tanto físico
como psicologicamente e após alguns meses de tratamento você se aproximar e ver a alegria nos
olhos e a evolução que foi possível adquirir.

É claro que a Equoterapia não é um tratamento milagroso, ela precisa estar combinada
com outras atividades, mas é nítida a possibilidade de mudança em cada praticante. É interessante
você observar um praticante guiando o cavalo, literalmente sozinho, principalmente aquele
praticante que chegou com a auto-estima muito baixa. Por conta disso, é inegável o alívio que o
psicólogo tráz aos praticantes quando a sua atuação é dirigida à minimização do sofrimento
provocado pela dificuldade/limitação.

A hipótese foi fechada de acordo com o que estava proposto. Sendo assim, o principal
objetivo foi familiarizar o estudante com a Equoterapia e introduzi-lo no ciclo dos indivíduos que
participam de tal programa. Tentando assim, familiarizar os estudantes com as várias condições,
físicas e mentais, limitantes que podem ser beneficiadas pela prática da Equoterapia e outros
programas terapêuticos relacionados com animais.
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TRALDI, Maria Cristina. Monografia passo a passo. 4º ed. São Paulo: Alínea, 2004.
ANEXOS
ANEXO A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Pesquisador(es):
Valdeni S. Silva (responsável principal)
Rose Helen Ribeiro Gonçalves
Título da Pesquisa: Equoterapia e Psicologia: Um estudo sobre a importância do papel do
Psicólogo nessa prática.

Caro Participante,
Gostaríamos de convidá-lo(a) a participar como voluntário(a) da pesquisa intitulada
Equoterapia e Psicologia: um estudo sobre o papel do psicólogo nessa prática, que refere-se a um
Trabalho de Conclusão de Curso (Trabalho de Conclusão de Curso/ Iniciação Científica/
Especialização/ Mestrado/ Doutorado) da aluna Rose Helen Ribeiro Gonçalves da Graduação
(Graduaçao/Especialização/Mestrado/ Doutorado), o qual pertence ao curso de Psicologia da
UNIP-Manaus (Universidade Paulista-UNIP).
Os objetivos desse estudo são: Compreender a Equoterapia como processo terapêutico;
Identificar a diversidade da área de Psicologia; Analisar o papel do psicólogo na Equoterapia;
Elucidar a importância da atuação do psicólogo com a família do paciente e na equipe
interdisciplinar na Equoterapia. Sua forma de participação consiste em abordagem aos possíveis
sujeitos para a assinatura do termo de consentimento; Entrevista propriamente dita com os
sujeitos para a coleta de dados; Transcrição de todo o discurso.
Seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa o que garante seu anonimato.
Não será cobrado nada, não haverá gastos nem riscos na sua participação neste estudo; não estão
previstos ressarcimentos ou indenizações, não haverá benefícios imediatos na sua participação.
Os resultados contribuirão para o melhor entendimento do papel do psicólogo nessa prática.
Gostaríamos de deixar claro que sua participação é voluntária e que poderá recusar-se a
participar ou retirar seu consentimento, ou ainda descontinuar sua participação se assim, o
preferir.
Desde já agradecemos sua atenção e participação e colocamo-nos à disposição para
maiores informações.
Em caso de dúvida(as) e outros esclarecimentos sobre esta pesquisa você
poderá entrar em contato com o responsável principal Valdeni S. Silva, pelo telefone
(92) 36433869. Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da
pesquisa, entre em contato com o CEPPE – Centro de Estudos e Pesquisas em
Psicologia – Rua Dr. Bacelar, 1212, Vila Clementina CEP: 04026-002, São Paulo- SP.
Tel (11) 5586-4204 Fax (11) 55864187 – e-mail: ceppe@unip.br

Eu, ______________________________________________ acredito ter sido

suficientemente informado a respeito do que li ou do que foi lido para mim, descrevendo o estudo

“Equoterapia e Psicologia: Um estudo sobre o papel do psicologo nessa prática”.

Concordo voluntariamente em participar deste estudo, sabendo que poderei


retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante a realização do
mesmo, sem penalidades ou prejuízos quanto ao meu atendimento nesta Instituição.

______________________________________ _______________,
Assinatura do sujeito/representante legal. Local Data

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e


Esclarecido deste sujeito/paciente ou de seu representante legal para a participação
neste estudo.
______________________________________ _______________,
Assinatura do responsável pelo estudo. Local Data

______________________________________ _______________,
Assinatura do aluno pesquisador Local Data
ANEXO B

ROTEIRO DE ENTREVISTA

1. Voce acredita que a Psicologia tem importância na Equoterapia? Por que?

( ) Importante a presença de Psicólogos na Equoterapia

( ) Não é importante a presença de Psicólogos na Equoterapia.

2. Qual a sua percepção do Acompanhamento Terapêutico do Paciente no cavalo?

3. Que beneficios você percebe no acompanhamento familiar?

4. O trabalho na Equoterapia é com uma equipe formada por profissionais de diversas áreas,
como fisioterapia, educação fisica, psicologia, você acha que esse trabalho em equipe
ajuda no tratamento de seu filho na Equoterapia?

5. Voce observa resultados em seu filho com o processo terapeutico?

( ) Sim

( ) Não

( ) Ainda não, pois está a pouco tempo

( ) Pouco, está começando a mudar.

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