Equaterapia e Psicologia PDF
Equaterapia e Psicologia PDF
Equaterapia e Psicologia PDF
MANAUS, 2007
UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP
ICH - INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA
MANAUS, 2007
Dedico esse trabalho á Deus, que sempre esteve
INTRODUÇÃO 10
2. CONHECENDO A EQUOTERAPIA 12
2.1. O que é Equoterapia? 12
2.2. Objetivos do Tratamento Equoterápico 13
2.3. Programas básicos de Equoterapia 18
2.3.1. Hipoterapia 18
2.3.2. Educação e Reeducação 18
2.3.3. Pré-Esportivo 19
2.3.4. Esportivo 19
2.4. Andaduras do Cavalo 19
3. UMA VISÃO DO PAPEL DO PSICOLOGO NA EQUOTERAPIA 20
3.1. O papel do Psicólogo 20
5.OBJETIVOS 22
5.1. Geral 22
5.2. Específicos 22
6. HIPÓTESE 23
7. JUSTIFICATIVA 23
8. METODOLOGIA 23
9.RESULTADOS 24
10. DISCUSSÃO 28
CONSIDERAÇÕES FINAIS 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 46
REFERÊNCIAS CONSULTADAS 49
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS
GONÇALVES, Rose Helen Ribeiro; SILVA, Valdeni Terezinha (orientadora). Equoterapia e Psicologia: Um estudo
sobre o papel do psicólogo nessa prática. Psicologia Integrada VIII, Curso de Psicologia, Instituto de Ciências
Humanas, UNIP – Universidade Paulista. Amazonas – Manaus, 2007.
GONÇALVES, Rose Helen Ribeiro; SILVA, Valdeni Terezinha (person who orientates). Equoterapy and
Psychology: A study on the paper of the psychologist in this practical. Integrated Psychology VIII, Course of
Psychology, Institute of Sciences Human beings, São Paulo university - UNIP. Amazonas – Manaus, 2007.
The argued subject mentions the importance to it of the paper of the psychologist in the practical one of the
Equoterapy. The present time has demanded of the professionals of the area of Psychology a fast and very efficient
to dinamizar , for account of this, it is necessary that these new professionals look new areas of performance and the
Equoterapy is one of these new areas. The objective age to understand the Equoterapy as a terapeutico process,
identifying to the diversity of the area, analyzing the paper of the psychologist in the equoterapy, with the familiar
ones of the practitioner, in the team to interdisciplinar besides divulging the paper of the psychologist in this area so
little known, stimulating research of a subject so little explored and to show that it has another one and new option of
treatment for special carriers of necessities. Twenty (20) interviews with the familiar ones had been carried through,
of both the sexos, practitioners of the equoterapy. The interview half-was structuralized based in an interview script.
For the great majority of interviewed the Equoterapia it would be a new form to make possible the development of
its familiar carrier of special necessities, leaving a closed doctor's office and with the appearance of the elite, to
frequent a treatment with the use of the horse, this visa as a rustic animal, but that it can allow great evolutions
physical or psychological. One thus concludes, with this research that the same equoterapy being one practical
stranger, is seen as a new form of treatment and that it will be able to bring great results, as sao waited in the
traditional treatments.
Key - Word: importance of the paper of the psychologist, Equoterapy, the present time, special Carriers of
necessities, Family.
INTRODUÇÃO
O uso do cavalo na área da saúde ocorre há muito tempo, visando o sentido terapêutico,
educativo ou recreativo. Vários países utilizam o cavalo no tratamento de diversas patologias e
distúrbios. No Brasil esse tipo de terapia é reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina, o
que permite dizer, que a Equoterapia não é mais uma terapia alternativa, mas sim, um método
terapêutico de reabilitação motora reconhecido pela sua eficácia.
A Equoterapia propõe ao praticante o contato com a natureza, com o ar, com o próprio
cavalo e com outras pessoas, permitindo assim, que o praticante possa vir a desenvolver relações
interpessoais e que possa sair do estigma que por ter alguma dificuldade física ou mental, deve
ficar dentro de casa, ao contrário, é possível mostrar para a sociedade como é capaz de superar
limites e conseguir guiar um animal de grande porte.
Assim, o referido projeto teve como objetivo compreender a Equoterapia como processo
terapêutico, identificando a diversidade da área, analisando o papel do psicólogo na Equoterapia,
com os familiares do praticante, na equipe interdisciplinar, além de divulgar o papel do psicólogo
nessa área tão pouco conhecida, incentivar pesquisa de um tema tão pouco explorado e mostrar
que há outra e nova opção de tratamento para crianças portadoras de necessidades especiais.
2. CONHECENDO A EQUOTERAPIA
O cavalo é o animal que mais se aproxima do homem, segundo os árabes.“O uso da atividade
eqüestre, com a finalidade de reeducação psicomotora dos portadores de deficiência, não é uma
descoberta recente. Teve início com Hipocrates de Loo, 458 – 370 a C., que afirmava “a
equitação praticada ao ar livre faz com que os músculos melhorem o seu tônus”. Para
Asclepiades de Prúsia, 124 – 40 aC., era recomendável o movimento do cavalo a pacientes
caquéticos, paralíticos, epiléticos. Galeno, 130 – 199 d.C., recomendou a prática da equitação
para o Imperador Marco Aurélio como forma de fazer com que este decidisse com mais rapidez,
já que ele era lento. Na idade Média também se encontra registros do benefício dessa atividade.
Já Merkurialis, 1569, diz que a equitação aumenta o calor natural e remedia a escassez de
excreções” (ANDE-BRASIL, 1999).
“Em 1740, Goethe conseguiu reconhecer o valor salutar das oscilações do corpo,
acompanhando os movimentos do animal, a distensão benéfica da coluna vertebral, determinada
pela posição do cavaleiro sobre a sela e o estímulo delicado, porém constante. Para Giuseppe
Benvenutti a equitação mantém o corpo são e promove diferentes funções orgânicas, numa
função terapêutica. Já Joseph Tissot, 1782, ilustra os diferentes efeitos dos andamentos, entre
eles o passo, considerando-o como o mais eficiente sob o ponto de vista terapêutico” (IDEM).
“No Hospital Ortopédico de Oswentry (Inglaterra, 1901) uma dama inglesa resolveu levar
os seus cavalos para lá, este é o primeiro registro de uma atividade eqüestre ligada a um hospital”
(ANDE-BRASIL, 1999). “Em 1952, Liz Hartel, portadora de Poliomelite, conquistou medalha
de prata na modalidade adestramento nas Olimpíadas. Na França, percebeu-se como esta
atividade é uma possibilidade do portador de deficiência se recuperar e valorizar suas próprias
potencialidades e em 1965, a Equoterapia tornou-se uma matéria didática. Já em 1969 foi
realizado o primeiro trabalho científico de reeducação eqüestre no Centro Hospitalar
Universitário de Salpetrière, Paris. Somente em 1971 com Elly Kogler e Gabriele Walter,
chegam ao Brasil as primeiras experiências em Equoterapia. Já os Congressos internacionais
sobre Equoterapia iniciam apenas em 1974” (UZUN, 2005).
“No Brasil, somente em 1988, foi realizada a primeira viagem á Europa para aprofundar o
conhecimento sobre Equoterapia e as formas de organização da atividade. Em 1989, fundou-se a
Associação Nacional de Equoterapia. E em 1990 foi praticada a primeira sessão desta com
pacientes apoiados pelos profissionais de saúde do Hospital do Aparelho Locomotor–SARAH. Já
em 1991 houve o primeiro encontro nacional de Equoterapia com apoio da coordenadoria
nacional para integração da pessoa portadora de Deficiência (CORDE) do Ministério da Justiça e
da Universidade Paulista (UNIP-Objetivo) e o primeiro curso de Extensão de Equoterapia,
ministrado pela Dra. Daniele Nicolas Cittério, diretora da Escola Nacional da ANTRE- Itália –
Milão” (ANDE-BRASIL, 1999).
Na década de 70, no Brasil, foi criada a Associação Nacional de Equoterapia (ANDE), uma
sociedade de caráter terapêutico, educativo e assistencial, atuando em todo o território nacional,
sendo a sede em Brasília – Distrito Federal. Com a criação dessa associação, o tratamento pela
Equoterapia tomou uma nova projeção, mas somente nos últimos anos conseguiu-se um grande
crescimento desta modalidade em diversas capitais do Brasil. Por conta disso, somente em 1997 a
Equoterapia foi reconhecida como método terapêutico pela Sociedade Brasileira de Medicina
Física, Reabilitacional e pelo Conselho Federal de Medicina.
A palavra Equoterapia surgiu no Brasil para diferenciar essa prática das demais já existentes
no país, sendo caracterizada como uma nova atividade, utilizando técnicas de equitação para a
reabilitação e reeducação de pessoas portadoras de deficiência ou de necessidades especiais. Essa
prática exige a participação do corpo inteiro, de todos os músculos, articulações e que o
participante mantenha sempre a postura da coluna vertebral. A técnica tem como objetivo,
proporcionar ao praticante o desenvolvimento de suas potencialidades, respeitando seus limites e
visando sua integração na sociedade, concedendo assim, benefícios físicos, psicológicos,
educativos e sociais. Sendo assim, é um tratamento complementar na recuperação, reeducação
motora e mental, por isso ela deve lograr com outras atividades.
Toda atividade equoterápica deve basear-se em fundamentos técnico–científicos. Para o
atendimento ser iniciado é preciso que o paciente se inscreva munido de documentos, pois serão
colhidos os seguintes dados: identificação do paciente, data de nascimento, data da avaliação,
sexo, endereço, telefone, filiação e diagnóstico fisioterápico. Na anamnese será colhida a história
atual, mas quando for o caso de crianças deve-se questionar sobre a história gestacional, do parto
e do desenvolvimento neuropsicomotor nos primeiros anos de vida.
As atividades devem ser desenvolvidas pelo maior número possível de profissionais nos
campos da saúde, educação e equitação. As sessões de Equoterapia são realizadas em grupo,
porém o planejamento e o acompanhamento devem ser individualizados. Para acompanhar a
evolução do trabalho e avaliar os resultados obtidos, há registros periódicos e sistemáticos das
atividades desenvolvidas com os praticantes, principalmente pelos psicólogos. Sendo de suma
importância manter a ética e a preservação da imagem dos praticantes da Equoterapia.
O atendimento deve ter um componente de filantropia para atingir classes sociais menos
favorecidas, para não se constituir em atividade elitizada, por isso, o que mais se observa é a
prevalência da classe menos favorecida, o que não quer dizer que a classe elitizada despreza esse
tratamento. A segurança física do paciente deve ser uma preocupação constante de toda a equipe,
com vista, particularmente ao comportamento e atitudes habituais do cavalo, ao equipamento de
montaria, vestimenta do cavaleiro e ao local das sessões, portanto, antes de começar as sessões, é
necessário aquecer os cavalos que serão utilizados. Além disso, é preciso ter cuidados com a
limpeza do cavalo.
2.3. Objetivos do Tratamento Equoterápico
A relação dos principais objetivos a serem atingidos nas sessões de Equoterapia e das
habilidades a serem desenvolvidas são: contato e interação com o outro, organização do esquema
corporal, distinção eu/outro, responsabilidades, espírito de cooperatividade, coordenação motora
no manejo do material utilizado, adaptação ao meio, noções de limites, agilidade, flexibilidade
das articulações, equilíbrio, lateralidade, entre outros.
Para Medeiros, 2002, “são consideradas contra indicações relativas: alergias ao pêlo do
cavalo por haver intolerância pela rinite, hiperlordose, na qual mesmo com uso de coxins de
adaptação não se consegue o alinhamento pélvico, subluxação de quadril, por apresentar dor ou
dificuldade na postura, medo excessivo, após tentativas de aproximação com insucesso e
atividades reflexa intensidade, dificultando o posicionamento correto sobre o animal”. “As contra
indicações absolutas são: portadores de Síndrome de Down com menos de três anos ou com
instabilidade atlantoaxial e com sinais neurológicos avaliados por um profissional com formação
médica adequada, artrose coxo-femural, fraturas patológicas com tratamento mal sucedido da
patologia subjacente (osteoporose grave), coluna instável, incluindo instabilidade da estrutura
interna, espina bífida, hemipelvectomia, ferimentos abertos sobre uma superfície de sustentação
como coxa, joelhos e distúrbios ativos da saúde mental que possam ser perigosos” (UZUN,
2005).
2.3.1. Hipoterapia
É o programa em que pode ser aplicado tanto na área de reabilitação como na educação.
Nesse caso, “o praticante tem condições de exercer atuação sobre o cavalo e conduzi-lo,
dependendo em menor grau do auxiliar-guia e necessitando do auxiliar-lateral, este
obrigatoriamente o acompanha para garantir a segurança” (MEDEIROS, 2002). O cavalo atuando
como instrumento pedagógico e psicológico, continua propiciando benefícios pelo seu
movimento tridimensional e multidirecional e o praticante começa a exercer um pouco de sua
autonomia interagindo com o cavalo.
2.3.4. Esportivo
Esse programa traduz-se como o momento da alta, sendo o paciente inserido na escola de
equitação. “Os praticantes portadores de deficiência física poderão praticar hipismo, podendo vir,
a competir em provas hípicas nas Paraolimpíadas e até mesmo nas Olimpíadas e os praticantes
portadores de deficiência mental poderão ser preparados para a prática de competições hípicas
especiais, com regulamentação específica, e vir a competir inclusive nas Olimpíadas Especiais”
(ANDE-BRASI, 1999).
O cavalo deverá ter as três andaduras regulares, porque é nelas que se produzem os
movimentos úteis para a recuperação do praticante. O cavalo também deve ser equilibrado para
que o praticante fique mais perto do centro de gravidade do cavalo e seu corpo fique como se
estivesse em pé, com ombros e calcanhares em linha reta. As principais andaduras são: “Passo
que é uma andadura simétrica, rolada ou marchada, a quatro tempos, na qual os membros se
elevam e pousam sucessivamente sempre na mesma ordem, as variações da coluna vertebral em
relação ao eixo longitudinal do cavalo são simétricas. Destingue-se o passo médio, o passo
reunido, o passo alongado e o passo livre (ANDE-BRASIL, 1999). Com movimentos
simultâneos produzidos pelo passo do cavalo, resulta o movimento tridimensional, sendo
movimentos para cima e para baixo (verticalmente), para a direita e para a esquerda
(horizontalmente) e para frente e para trás (longitudinalmente). Todos esses movimentos são
completados pela torção da pelve do praticante.
O Trote que é uma andadura simétrica, saltada, fixada, há dois tempos, na qual os
membros de cada bípede diagonal se elevam e pousam simultaneamente, os movimentos da
coluna vertebral em relação ao eixo longitudinal do cavalo são simétricos. Distingue-se o trote
médio, o trote reunido, o trote alongado e o Galope que é uma andadura assimétrica, saltada,
muito basculada, há três tempos, os movimentos da coluna vertebral em relação ao eixo
longitudinal do cavalo, não são simétricos, saltada porque existe um tempo de suspensão, muito
basculada em razão dos amplos movimentos do pescoço, a três tempos, porque entre o elevar de
um membro ou membro associado, até seu retorno ao solo ouvem-se três batidas. O galope em
três tempos é descrito do seguinte modo: 1º tempo: pousar do posterior esquerdo, 2º tempo
pousar da diagonal esquerda, 3º tempo pousar do anterior direito. Distingue-se o galope médio, o
galope reunido, o galope alongado (ANDE-BRASIL, 1999).
5.1. Geral
5.2. Específicos
6. HIPÓTESE:
7. JUSTIFICATIVA
Tendo como base a atuação profissional por parte da pesquisadora em uma Cavalaria da
Polícia Militar, que permite a prática gratuita da Equoterapia, onde se convive diariamente com
diversas deficiências físicas ou mentais. Constituiu-se como importância maior dessa proposta a
possibilidade de auxiliar trabalhos que tenham a perspectiva de proporcionar um melhor
atendimento psicológico aos praticantes, para enfrentar sua realidade social de maneira mais
criativa, buscando o alívio de tensões, ansiedades e desenvolvendo a capacidade de estabelecer
relações saudáveis.
8. METODOLOGIA
Os aparatos utilizados foram caneta e papel. A coleta de dados foi realizada de acordo
com a abordagem aos possíveis sujeitos para a assinatura do termo de consentimento livre e
esclarecido; Entrevista propriamente dita com os sujeitos para a coleta de dados; Transcrição de
todo o discurso. Os dados foram utilizados e interpretados qualitativamente relacionando o
discurso dos entrevistados aos dados bibliográficos dos teóricos pesquisados e às tabelas que
tratam do objetivo da pesquisa.
As ressalvas éticas foram seguidas, onde foi apresentado ao Comitê de ética a folha de
rosto (termo de compromisso do pesquisador), esboço do projeto de pesquisa, carta de
encaminhamento do CEP (Conselho de Ética e Pesquisa), para verificar se o mesmo encontrava-
se viável.
9. RESULTADOS
é Importante
Não é
Importante
É um tratamento milagroso 1%
É muito bom 16%
Importante no desenvolvimento psicológico do praticante 17%
Trabalha a cognição e a parte motora do praticante 12%
Ajuda a criar laços afetivos 2%
Desenvolve o equilíbrio (postura) 19%
Trabalha a motivação e a perda do medo dos praticantes 13%
O contato com o cavalo é importante 18%
A Equoterapia envia mensagens para o cérebro dos praticantes 1%
Já acompanhava a Equoterapia através de revistas, médicos 1%
O psicólogo busca dar apoio e esclarecimento ao cliente sobre suas condições emocionais
e, na medida do possível, levá-lo a uma consciência dos seus problemas, apoiando-o em sua
crescente valorização e aceitação, para enfrentar sua realidade (CAMOM, 2004).
9.3. Os benefícios da prática equoterápica
A família por ser responsável pela apresentação do filho á sociedade, ela traz consigo, além
das expectativas por um novo tratamento, melhoras, novas perspectivas, sentimentos de culpa,
insegurança, medo, ansiedade, incerteza, etc. Diante de tantas exigências, os pais sentem-se
frágeis e solitários. “Os problemas de uma família, com um membro portador de necessidades
especiais são intensificados pelos pré-requisitos e atitudes que lhes são impostos devido ás
diversas dificuldades” (MADUREIRA,2001).
10. DISCUSSÃO
O ato de montar no cavalo e a sua utilização na área da saúde ocorre há muito tempo,
tanto com um sentido terapêutico, pedagógico e educativo como recreativo, deixando de ser mais
um tipo de terapia alternativa, para ser um método terapêutico de reabilitação motora reconhecido
pela sua eficácia. O cavalo é o animal que mais se aproxima do homem, segundo os árabes.“O
uso da atividade eqüestre, com a finalidade de reeducação psicomotora dos portadores de
deficiência, não é uma descoberta recente. Teve início com Hipocrates de Loo, 458 – 370 a C.,
que afirmava “a equitação praticada ao ar livre faz com que os músculos melhorem o seu
tônus”. (UZUN, 2005).
A Equoterapia é um método de abordagem interdisciplinar nas áreas da saúde, educação e
equitação. Visando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de necessidades
especiais, distúrbios a nível motor, psíquico, social, cognitivo e de linguagem. O papel do
psicólogo nesta área é estimular o paciente sob vários aspectos, para que consiga desenvolver
como um todo, fazendo uso desse método.
A pesquisa foi realizada com vinte (20) familiares de praticantes, de ambos os sexos.
Tendo em vista a primeira questão no qual foi perguntado se os entrevistados acreditavam que a
Psicologia teria importância na Equoterapia, 99% responderam que a Psicologia é importante e
1% respondeu que a Psicologia não tem importância na Equoterapia.
A técnica de atendimento varia para cada praticante, mas além de ser possível fazer a
utilização de brinquedos ou outros materiais didáticos, deve permitir aos praticantes que
expressem suas emoções, sejam por palavras, gestos ou olhares, facilitando assim, seu
desenvolvimento (NIGRO, 2004). E essa possibilidade de crescimento fica bastante clara para os
entrevistados, quando 4% afirmam que a evolução do crescimento dos praticantes é favorecida
pelos métodos terapêuticos utilizados na equoterapia.
De acordo com 8% dos familiares, o tratamento dos praticantes é facilitado pelo uso de
brinquedos (lúdico). Sendo assim, a ludoterapia é uma técnica específica e especial para o
trabalho com portadores de necessidades especiais. É uma elaboração psicoterápica a partir da
decodificação da linguagem lúdica, contida no ato de brincar com determinados brinquedos,
escolhidos especialmente para provocar alguma modificação ou reação nos praticantes
(CAMOM, 1998).
Para 18% dos entrevistados, o psicólogo ajuda na evolução do crescimento dos praticantes
através da comunicação, possibilitando a compreensão de cada um. A psicologia tem importância
em todas as situações relacionadas à saúde do ser humano e o psicólogo, como um profissional
da promoção da saúde, atua no tratamento e na estimulação psico-afetiva de cada praticante. O
psicólogo visando o relacionamento humano saudável procura meios para comunicar-se com os
praticantes e seus familiares. No relacionamento com cada usuário do atendimento equoterápico,
é necessária a utilização de meios psicológicos (lúdicos). O que leva ao desenvolvimento de um
estilo próprio de comunicação no relacionamento com o praticante e seus familiares, devendo
observar e ouvir com paciência as palavras e silêncios de cada um. É necessário entender e saber
interpretar as atitudes e expressões (CAMPOS, 1995).
Junto à família será realizada uma atuação visando à reintegração do praticante ao núcleo
familiar. Esclarecimento das condições necessárias ao restabelecimento físico e emocional do
praticante. Pode abordar a relação da família com o praticante e com a limitação. Para os pais há
a dificuldade de admitirem a má formação de sua criança e podem ter sentimentos de culpa,
punição ou incapacidade, podem estar ansiosos e na crença da perda súbita desenvolvem uma
super-proteção (CAMOM, 2004).
Para 13% dos entrevistados o acompanhamento permite o alívio de angústias, tanto dos
praticantes como dos familiares. É importante que o psicólogo possa fazer o grupo com os
familiares para vivenciarem psicologicamente a situação, ajudando na exteriorização dos
sentimentos, percebendo as angústias e criando condições para a vivência e compreensão desses
sentimentos. Sendo assim, a psicologia oferece a possibilidade de confronto do paciente e/ou de
seus familiares com sua angústia e sofrimento.
De acordo com 11% dos entrevistados o acompanhamento permite que a familia veja a
prática equoterápica como um tratamento sério e eficaz. O atendimento psicológico faz com que
os familiares entendessem, participassem, e compreendessem o processo que estava ocorrendo e
qual a importância de sua participação. A necessidade de orientação e acompanhamento
psicológico aos pais de praticantes de Equoterapia é tão importante quanto os cuidados técnicos.
A família traz consigo, além das expectativas por um novo tratamento, melhoras e novas
perspectivas.
O apoio psicológico é referido por 15%, estes acreditam que o psicólogo pode oferecer
aos familiares dos praticantes uma ajuda significativa. O trabalho com os familiares permite que
os pais vejam que cada caso é diferente e que com apoio e orientação podem superar as
dificuldades.
Uma das propostas dessa pesquisa era saber se os familiares realmente acreditavam na
psicologia na prática da Equoterapia, mas para 2% dos entrevistados não há nenhum benefício
para a família o acompanhamento do psicólogo, principalmente na parte da conscientização, pois
estes afirmam que desde sempre sabiam da luta estabelecida pelo diagnóstico. O psicólogo ao
saber das dificuldades encontradas e vivenciadas pelos familiares poderia contribuir para um
melhor desenvolvimento do praticante, além de poder ajudar os familiares, seja aliviando
angústias ou esclarecendo dúvidas quanto a prática equoterápica ou quanto ao desenvolvimento
do praticante.
Na quarta questão foi perguntado se o trabalho na Equoterapia sendo formado por uma
equipe de profissionais de diversas áreas, como fisioterapia, educação fisica, psicologia, entre
outras, ajudaria no tratamento do praticante e o por quê. Para 3% dos entrevistados, é uma equipe
atenciosa, carinhosa, que leva o trabalho a sério. A equipe permite a estimulação do praticante
para 19%, o cavalo juntamente com a equipe atua não apenas como um espelho onde são
projetadas as dificuldades, progressos e vitórias, mas também como novo estímulo, que propicia
novas percepções e vivências.
Para Camom, 2004, o setor de psicologia prestará esclarecimento aos demais profissionais
sobre possíveis atitudes a serem adotadas junto ao praticante, tendo como determinante suas
condições emocionais. O praticante terá no serviço de psicologia o atendimento necessário para
seu restabelecimento físico e emocional. Com a equipe, o psicólogo pode discutir casos,
promovendo os aspectos emocionais dos casos apresentados e enriquecer as discussões. Pode
apresentar pareceres ou diagnósticos psicológicos de determinados praticantes quando solicitados
pela equipe.
Segundo 17% as várias áreas estando juntas ao mesmo tempo é melhor, pois o todo
facilita, “a equipe trás bons resultados, pena não ter mais profissionais”(S2). Para alguns
familiares, a concentração de vários profissionais em somente uma atividade evita o
deslocamento dos mesmos atrás de atendimentos por profissionais de diferentes áreas e em
clínicas diferentes, ou seja, a Equoterapia torna-se uma prática ideal não só por permitir a
evolução dos praticantes, mas porque acaba facilitando a acomodação dos familiares, que já não
se preocupam em ter que combinar atividades para melhorar o desenvolvimento de seu familiar,
como foi citado por 15% dos entrevistados.
De acordo com 19%, o praticante evolui facilmente com uma equipe e com 11% o
conjunto de conhecimentos de diversos profissionais também facilita o desenvolvimento. É por
conta disso, que o psicólogo deve saber em que lugar o colocam, deve trabalhar com o sintoma,
com a relação interpessoal e deve descobrir quem ele é para o praticante e para os profissionais
com os quais se relaciona. Humanizar o atendimento é socorrer as circunstâncias e necessidades
do outro, assim como tornar mais humanas as condições do tratamento de cada praticante
(CAMPOS, 1995). É papel do psicólogo na Equoterapia ir ao encontro do paciente e não esperar
sentado em um consultório. É um profissional que deve acompanhar cada praticante em cada
sessão equoterápica.
A equipe interdisciplinar deve ser a mais ampla possível, composta por profissionais das
áreas de saúde, educação e equitação, especializados na reabilitação e educação de pessoas
portadoras de deficiências ou com necessidades especiais, levando em consideração o Programa
de Equoterapia a ser executado, a finalidade do programa e os objetivos a serem atingidos. É isto
que dá o caráter interdisciplinar ao trabalho. Uma equipe formada com alguns ou todos estes
profissionais é capaz de ter uma visão mais global do praticante e assim, vê-lo como um todo e
assisti-lo globalmente.
A referida pesquisa mostrou um ponto importante, onde 7% acreditam ser uma pena a
prática equoterápica não ter mais profissionais, pois o número é reduzido para a quantidade de
praticante. Para 2% o tempo pouco, pois a duração é de trinta (30) minutos, “queria que durasse
mais tempo ou que fosse mais vezes na semana” (S3).Já 7% afirmam que mesmo sendo poucos
profissionais e o tempo ser reduzido, a equipe é bastante preparada, principalmente no manejo
com os praticantes.
De acordo com 2% dos entrevistados, seus familiares tinham escoliose e com a prática foi
possível obterem melhoras, “minha filha tinha escoliose e melhorou” (S4). O desenvolvimento
da extroversão foi citado por 5%. O praticante na Equoterapia desenvolve a sociabilidade, faz
amigos e aprende a conviver respeitando o direito dos outros e as normas estabelecidas. Os
brinquedos servem para estimular o desenvolvimento de uma vida interior rica e da capacidade
de concentrar a atenção, favorecer o equilíbrio emocional, dar oportunidade à expansão de
potencialidades, desenvolver a inteligência, criatividade, possibilitar o desenvolvimento
intelectual, social, enriquecer o relacionamento entre as crianças e seus familiares, valorizar os
sentimentos afetivos e cultivar a sensibilidade (CAMOM, 1998).
Para 2% o praticante andava para frente e após a prática tem andado melhor, “ela andava
para frente, hoje corre e anda bem melhor, senta melhor” (S5). “Ela era mole e hoje já até
anda” (S6). As mudanças foram lentas, mas acreditam na evolução 10% dos entrevistados, “A
Equoterapia ajuda quando ele tá se mordendo, no controle dos esfíncteres” (S7).
Através da hora lúdica o psicólogo pode observar a falta de funcionalidade motora, apesar
de que, para poder especificar a qualidade, a intensidade e a origem do problema, será necessário
a aplicação de instrumentos mais sensíveis. Na hora lúdica o psicólogo percebe que, uma vez
iniciada a ação, há dificuldade para inibir o movimento e este material é recorrente na expressão
gráfica, que também se vê alterada (SIQUIER, 2001).
A flexibilidade é a habilidade de mover o corpo e suas partes dentro dos seus limites
máximos sem causar danos nas articulações e nos músculos envolvidos. A agilidade é uma
variável neuro-motora caracterizada pela capacidade de realizar trocas rápidas de direção, sentido
e deslocamento da altura do centro da gravidade de todo o corpo ou parte dele (MARINS, 2003).
Na Equoterapia a flexibilidade e agilidade podem ser desenvolvidas e observadas pelos
praticantes das fases de Educação e reeducação e Pré-esportivo.
É interessante observar a evolução das observações dos familiares, pois quando adquirem
o tratamento equoterápico para seu praticante, eles depositam várias angústias e ansiedades na
prática e esperam que os resultados apareçam rapidamente e com esta pesquisa podemos concluir
que a confiança no tratamento é muito grande. E por conta disso, somente 1% dos entrevistados
disse não ter observado nenhuma melhora por estar a pouco tempo freqüentando a Equoterapia
com seu familiar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A referida pesquisa nos leva a refletir em como a Equoterapia pode parecer um lugar que
lembre as perdas e limitações. É um ambiente diferente sentido com hostilidade, raiva e
agressividade, pelas dificuldades vividas por cada um dos praticantes e seus familiares. Mas
também pode ser um ambiente que possibilita novos desenvolvimentos. Como é lindo ver um
praticante chegar para a primeira sessão com medo e completamente comprometido tanto físico
como psicologicamente e após alguns meses de tratamento você se aproximar e ver a alegria nos
olhos e a evolução que foi possível adquirir.
É claro que a Equoterapia não é um tratamento milagroso, ela precisa estar combinada
com outras atividades, mas é nítida a possibilidade de mudança em cada praticante. É interessante
você observar um praticante guiando o cavalo, literalmente sozinho, principalmente aquele
praticante que chegou com a auto-estima muito baixa. Por conta disso, é inegável o alívio que o
psicólogo tráz aos praticantes quando a sua atuação é dirigida à minimização do sofrimento
provocado pela dificuldade/limitação.
A hipótese foi fechada de acordo com o que estava proposto. Sendo assim, o principal
objetivo foi familiarizar o estudante com a Equoterapia e introduzi-lo no ciclo dos indivíduos que
participam de tal programa. Tentando assim, familiarizar os estudantes com as várias condições,
físicas e mentais, limitantes que podem ser beneficiadas pela prática da Equoterapia e outros
programas terapêuticos relacionados com animais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOCK, Ana; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria T. Psicologias: Uma introdução ao estudo
de Psicologia. 13º ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
CAMOM, Valdenor Augusto. Urgências psicológicas no hospital. São Paulo: Pioneira, 1998.
CAMOM, Valdenor Augusto. Tendências em Psicologia Hospitalar. São Paulo: Pioneira, 2004.
CAMPOS, Terezinha Callil. Psicologia Hospitalar: A atuação do Psicólogo em hospitais. São
Paulo: EPU, 1995.
CARR, Gerry. Biomecânica dos esportes: um guia prático. São Paulo: Editora Manole, 1998.
DORON, Roland; PAROT, Françoise. Dicionário de psicologia. São Paulo: Ática, 1998.
MARINS, Joao Carlos Bouzas. Avaliação e prescrição de atividade física: guia prático. 3ed.
Rio de Janeiro: Shape, 2003.
MYERS, David. Introdução á Psicologia Geral. 5º ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
UZUN, Ana Luiza de Lara. Equoterapia: aplicações em distúrbios do equilíbrio. São Paulo:
Vetor, 2005.
WESCHSLER, Solange M. Criatividade: descobrindo e encorajando. 3ºedicaçao, São Paulo:
Editora Pleno, 2002.
DAVIDOFF, Linda L. Introdução á Psicologia. 3º ed. São Paulo, Makron Books, 2001.
ATKISON, Rita L. introdução á Psicologia de Hilgard. 13º ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
CAMPOS, Luis Fernando. Métodos e técnicas de pesquisa em Psicologia. 2º ed. São Paulo:
Alínea, 2001.
ECO, Humberto. Como se faz uma tese. 18º ED. São Paulo: Perspectiva, 2003.
HILLIX, William a. Sistemas e teorias em Psicologia. 13º ed. São PAULO: Cultrix, 1973.
KAHHALE, Maria Peters. A diversidade da psicologia: uma construção teórica. São Paulo:
Cortez, 2002.
SAFRA, Gilberto. A pó-ética na clínica contemporânea. Aparecida, SP: Idéias e Letras, 2004
SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney. História da Psicologia moderna. 5º ed. São Paulo:
Cultrix, 1992.
TRALDI, Maria Cristina. Monografia passo a passo. 4º ed. São Paulo: Alínea, 2004.
ANEXOS
ANEXO A
Pesquisador(es):
Valdeni S. Silva (responsável principal)
Rose Helen Ribeiro Gonçalves
Título da Pesquisa: Equoterapia e Psicologia: Um estudo sobre a importância do papel do
Psicólogo nessa prática.
Caro Participante,
Gostaríamos de convidá-lo(a) a participar como voluntário(a) da pesquisa intitulada
Equoterapia e Psicologia: um estudo sobre o papel do psicólogo nessa prática, que refere-se a um
Trabalho de Conclusão de Curso (Trabalho de Conclusão de Curso/ Iniciação Científica/
Especialização/ Mestrado/ Doutorado) da aluna Rose Helen Ribeiro Gonçalves da Graduação
(Graduaçao/Especialização/Mestrado/ Doutorado), o qual pertence ao curso de Psicologia da
UNIP-Manaus (Universidade Paulista-UNIP).
Os objetivos desse estudo são: Compreender a Equoterapia como processo terapêutico;
Identificar a diversidade da área de Psicologia; Analisar o papel do psicólogo na Equoterapia;
Elucidar a importância da atuação do psicólogo com a família do paciente e na equipe
interdisciplinar na Equoterapia. Sua forma de participação consiste em abordagem aos possíveis
sujeitos para a assinatura do termo de consentimento; Entrevista propriamente dita com os
sujeitos para a coleta de dados; Transcrição de todo o discurso.
Seu nome não será utilizado em qualquer fase da pesquisa o que garante seu anonimato.
Não será cobrado nada, não haverá gastos nem riscos na sua participação neste estudo; não estão
previstos ressarcimentos ou indenizações, não haverá benefícios imediatos na sua participação.
Os resultados contribuirão para o melhor entendimento do papel do psicólogo nessa prática.
Gostaríamos de deixar claro que sua participação é voluntária e que poderá recusar-se a
participar ou retirar seu consentimento, ou ainda descontinuar sua participação se assim, o
preferir.
Desde já agradecemos sua atenção e participação e colocamo-nos à disposição para
maiores informações.
Em caso de dúvida(as) e outros esclarecimentos sobre esta pesquisa você
poderá entrar em contato com o responsável principal Valdeni S. Silva, pelo telefone
(92) 36433869. Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da
pesquisa, entre em contato com o CEPPE – Centro de Estudos e Pesquisas em
Psicologia – Rua Dr. Bacelar, 1212, Vila Clementina CEP: 04026-002, São Paulo- SP.
Tel (11) 5586-4204 Fax (11) 55864187 – e-mail: ceppe@unip.br
suficientemente informado a respeito do que li ou do que foi lido para mim, descrevendo o estudo
______________________________________ _______________,
Assinatura do sujeito/representante legal. Local Data
______________________________________ _______________,
Assinatura do aluno pesquisador Local Data
ANEXO B
ROTEIRO DE ENTREVISTA
4. O trabalho na Equoterapia é com uma equipe formada por profissionais de diversas áreas,
como fisioterapia, educação fisica, psicologia, você acha que esse trabalho em equipe
ajuda no tratamento de seu filho na Equoterapia?
( ) Sim
( ) Não