Coleção SENAR - 235-Bovincultura - NOVO

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Coleção SENAR 235

Bovinocultura:
produção de
feno, capineira e
mandioca para
alimentação
Presidente do Conselho Deliberativo
João Martins da Silva Junior

Entidades Integrantes do Conselho Deliberativo


Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil - CNA
Confederação dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA
Ministério da Educação - MEC
Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB
Confederação Nacional da Indústria - CNI

Diretor Executivo
Daniel Klüppel Carrara

Diretora de Educação Profissional e Promoção Social


Andréa Barbosa Alves
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL

235
Coleção SENAR

Bovinocultura: produção
complementar de alimentos
para época seca

Senar – Brasília, 2019


© 2019, SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL – SENAR

Todos os direitos de imagens reservados. É permitida a reprodução do conteúdo


de texto desde que citada a fonte.

A menção ou aparição de empresas ao longo desta cartilha não implica que


sejam endossadas ou recomendadas pelo Senar em preferência a outras não
mencionadas.

Coleção SENAR - 235


Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca

COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS INSTRUCIONAIS


Bruno Henrique B. Araújo

EQUIPE TÉCNICA
Marcelo de Sousa Nunes / Valéria Gedanken

AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Lavras - UFLA, por disponibilizar a infraestrutura
para elaboração do conteúdo.

FOTOGRAFIA
Tony Oliveira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.


Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época
seca. / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. – Brasília: Senar, 2019.
64 p,; il. 21 cm (Coleção SENAR, 235)

ISBN: 978-85-7664-214-5

1. Gado de leite e de corte. 2. Manejo e alimentação.


3. Confinamento. I. Título.

CDU 636.2
Sumário
Apresentação.................................................................................................5
Introdução......................................................................................................7
I. Planejar a produção de capineira........................................................8
1. Identifique o capim................................................................................9
2. Calcule a necessidade de gramínea para o rebanho.....................12
3. Cultive a área para produção da capineira......................................16
4. Corte a capineira..................................................................................21
5. Transporte o capim cortado..............................................................24
6. Forneça o capim...................................................................................24
7. Avalie o consumo e o desempenho dos animais...........................25
II. Planejar a produção de mandioca.....................................................26
1. Utilize a mandioca na alimentação animal......................................26
2. Calcule a quantidade de mandioca para o rebanho......................27
3. Calcule a área para produção de mandioca....................................29
4. Cultive a área para produção de mandioca....................................29
5. Arranque a mandioca.........................................................................34
6. Processe a mandioca..........................................................................35
7. Forneça aos animais...........................................................................37
8. Avalie o consumo e o desempenho dos animais...........................37
III. Produzir feno de gramíneas...............................................................38
1. Identifique a gramínea........................................................................38
2. Calcule a necessidade de feno para o rebanho..............................40
3. Dimensione a área necessária para a produção de feno..............43
4. Cultive a área para produção de feno..............................................44
5. Prepare o feno.....................................................................................47
6. Forneça o feno.....................................................................................51
7. Avalie o consumo e o desempenho dos animais...........................52
IV. Planejar a produção de cana-de-açúcar...........................................53
1. Calcule a necessidade de cana para o rebanho.............................54
2. Defina a necessidade de cana para essa propriedade..................56
3. Dimensione a área para a produção da cana.................................56
4. Cultive a área para produção da cana-de-açúcar...........................57
5. Corte e transporte a cana...................................................................60
6. Forneça a cana.....................................................................................61
7. Avalie o consumo e o desempenho dos animais...........................62
Considerações finais...................................................................................63
Referências...................................................................................................64
4
5

Apresentação

O elevado nível de sofisticação das operações agropecuárias definiu


um novo mundo do trabalho, composto por carreiras e oportunida-
des profissionais inéditas, em todas as cadeias produtivas.

Do laboratório de pesquisa até o ponto de venda no supermercado,


na feira ou no porto, há pessoas que precisam apresentar competên-
cias que as tornem ágeis, proativas e ambientalmente conscientes.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) é a escola que


dissemina os avanços da ciência e as novas tecnologias, capacitan-
do homens e mulheres em cursos de Formação Profissional Rural
e Promoção Social, por todo o país. Nesses cursos, são distribuí-
das cartilhas, material didático de extrema relevância por auxiliar
na construção do conhecimento e constituir fonte futura de con-
sulta e referência.

Conquistar melhorias e avançar socialmente e economicamente é o


sonho de cada um de nós. A presente cartilha faz parte de uma série
de títulos de interesse nacional que compõem a Coleção SENAR. Ela
representa o comprometimento da instituição com a qualidade do
serviço educacional oferecido aos brasileiros do campo e pretende
contribuir para aumentar as chances de alcance das conquistas a
que cada um tem direito. Um excelente aprendizado!

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

www.senar.org.br

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


6
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Introdução

Esta cartilha tem como objetivo apresentar estratégias de produ-


ção de alimentos volumosos como capineira, feno de gramíneas e
mandioca para serem utilizados, principalmente, no período da seca,
possibilitando o fornecimento de alimentos com qualidade e em
quantidades adequadas para a manutenção da produtividade na bo-
vinocultura ao longo do ano. Aborda toda a linha de produção, desde
o preparo do solo ao beneficiamento e fornecimento de alimento
para o rebanho.

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


Planejar a produção de
I
capineira

O planejamento da produção de capineira é fundamental para que


se tenha disponibilidade e qualidade de capim durante todo o ano e
principalmente durante a época da seca, período em que a oferta e
qualidade das pastagens é reduzida.

A capineira é uma forma de manter ou aumentar a produtividade


da propriedade, desde que bem conduzida, para que se preserve a
qualidade do capim.
9

1. Identifique o capim

A identificação do capim é a fase inicial no processo de planejamento


da produção de capineira e deve ser aquele mais adaptado à região.

Alguns indicadores, como exigência de fertilidade de solo, resistência


às pragas e doenças, necessidade de água durante o ano e produti-
vidade por área, devem ser considerados para auxiliar na escolha do
capim.

As espécies de capim mais utilizadas para a produção de capi-


neira são:

• Capim elefante

O capim elefante (Pennisetum purpureum Schumach) é uma das prin-


cipais gramíneas utilizadas nas regiões tropicais e subtropicais. Seu
alto valor nutritivo para a alimentação dos rebanhos, aliado à alta
produtividade por área e à necessidade pluviométrica acima de 1.000
mm/ano fez com que essa gramínea fosse bem difundida.

Por meio de estudos e melhora-


mento genético, foram desen-
volvidas várias cultivares de ca-
pim elefante, destacando-se:

Napier, com produção mé-


dia de 25 toneladas/hecta-
re/ano de matéria seca (MS);
Mineiro, com produção média de
25 toneladas/hectare/ano de MS; e
Cameroon, com produção mé-
dia de 17 toneladas/hectare/ano
de MS.

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


COLEÇÃO SENAR • Nº 235

• Capim mombaça

O capim mombaça (Panicum maximum) é conhecido por sua alta


produtividade por área, por ser de boa qualidade e se adaptar a di-
ferentes climas e solos. É uma gramínea que possui alta exigência
de fertilidade de solo, devendo o produtor optar por ela apenas se
constarem, em seu planejamento, os custos com adubação de im-
plantação, manutenção e correção do solo.

O mombaça tem necessidade pluviométrica acima de 800 mm/ano


e possui média resistência à seca e ao frio. Tem uma produção que
varia de 20 a 28 toneladas/hectare/ano de MS.

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• Capim andropogon

O capim andropogon (Andropogon gayanus) possui características de


boa adaptação em solos arenosos e de baixa fertilidade, além de ne-
cessidade pluviométrica acima de 700 mm/ano. Tais características
fazem com que seja utilizado em regiões onde são encontrados os
maiores desafios em relação à fertilidade de solo e precipitação.

Possui alta tolerância à seca e produtividade de 8 a 12 toneladas/


hectare/ano de MS.

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


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2. Calcule a necessidade de gramínea para o


rebanho

Para que se tenha alimento disponível para o gado durante o ano intei-
ro, é importante definir o tamanho do rebanho que deve ser alimenta-
do com a capineira e o período (em dias) durante o qual será fornecido.

Esses cálculos irão auxiliar no manejo correto da capineira, desde a


área plantada até o corte e fornecimento.

2.1. Defina a necessidade de matéria seca por


categoria animal
• Bovino de leite e de corte

Considere:

»» Consumo de matéria seca (CMS) para animais jovens e repro-


dutores: 2% do peso vivo;
»» Consumo de matéria seca para vacas no terço final da gesta-
ção e durante a lactação: 3% do peso vivo;
»» Peso do animal jovem: 200 kg;
»» Peso do reprodutor: 600 kg; e
»» Peso da vaca: 400 kg.

Consumo de matéria seca (CMS) =


peso do animal x % do peso vivo animal

• Consumo médio diário de um animal jovem

CMS = 200 × 2% = 4 kg de MS

• Consumo médio diário de um reprodutor:

CMS = 600 × 2% = 12 kg de MS

12
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• Consumo médio diário de uma vaca:

CMS = 400 × 3% = 12 kg de MS

2.1.1. Defina o consumo de capim fresco por dia e por categoria

O capim possui, em média, 80% de umidade, ou seja, 1 kg de capim


fresco corresponde a 200 g (0,2 kg) de matéria seca (MS).

• Animal jovem

1 kg de capim fresco ---- 0,2 kg de MS

x ---- 4 kg de MS

x = 20 kg de capim fresco

• Reprodutor

1 kg de capim fresco ---- 0,2 kg de MS

x ---- 12 kg de MS

x = 60 kg de capim fresco

• Vaca

1 kg de capim fresco ---- 0,2 kg de MS

x ---- 12 kg de MS

x = 60 kg de capim fresco

2.2. Defina a necessidade de capim por ciclo

A definição da necessidade de capim por ciclo dependerá de alguns


fatores como, por exemplo, a categoria dos animais e do período em
que serão alimentados.

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


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Considere:

»» Propriedade de recria: 10 fêmeas de gado leiteiro;


»» Peso vivo médio (PV): 200 kg;
»» CMS: 2% do peso vivo; e
»» Período de alimentação: 60 dias.

Necessidade de capim/ciclo = n° de dias × [n° de animais × (PV × CMS )]

Necessidade de capim = 60 × [10 × (200 × 2%)]

Necessidade de capim = 60 × 10 × 4 = 2.400 kg de MS

O capim possui, em média, 80% de umidade, ou seja, 1 kg de capim


fresco corresponde a 200 g (0,2 kg) de MS.

Ou seja,

1 kg de capim fresco ---- 0,2 kg de MS

x ---- 2.400 kg de MS

x = 12.000 kg de capim fresco

Serão necessários 12.000 kg de capim fresco para alimentar as 10


novilhas durante 60 dias.

2.3. Dimensione a área necessária para a produção


da gramínea

Por exemplo:

Na propriedade em questão, será plantado o capim elefante, cultivar


mineiro que apresenta uma produção estimada de 25.000 kg de ma-
téria seca por hectare/ano.

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1 kg de capim fresco ---- 0,2 kg de MS

x ---- 25.000 kg de MS

x = 125.000 kg de capim fresco/ha/ano

Para produzir 125.000 kg de capim elefante, defina a área necessária


para o plantio da capineira.

Considere:

Necessidade de capim fresco para 10 vacas por 60 dias = 12.000 kg

necessidade de capim fresco


Área necessária =
produção da capineira

12.000
Área necessária = 0,1 hectare ou 1.000 m2 de área de capineira
125.000

Capineira

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


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3. Cultive a área para produção da capineira

3.1. Selecione a variedade do capim a ser cultivado

A seleção do capim é uma fase de grande importância para o sucesso


da instalação da capineira. Ele deve ser adaptado à região, obedecen-
do às indicações em relação ao clima, à quantidade de chuva ao longo
do ano, à resistência a pragas existentes e à adaptação ao solo.

3.2. Defina a época de semeadura ou plantio

A época de formação da capineira deve ser, preferencialmente, o iní-


cio do período chuvoso, em solo devidamente preparado, visando
garantir o melhor desenvolvimento da gramínea.

3.3. Colete a amostra e realize a análise de solo

Dentro de uma mesma propriedade pode existir variação no tipo


de solo, sendo importante dividir a área a ser plantada em glebas
e selecionar a de maior homogeneidade. Caso apresente tamanho
menor do que 20 hectares e seja homogênea, pode-se considerar
apenas uma gleba.

Recomenda-se a coleta de amostras de solo no período seco do ano,


devendo-se retirar de 15 a 20 amostras simples dentro de uma mes-
ma gleba. Esse tipo de coleta pode ser realizado manualmente ou
com o auxílio de trado, sonda ou pá de corte.

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3.3.1. Colete amostras simples

A coleta da amostra deve ocor-


rer em profundidade de 0 a 20
cm e, se necessário, de 20 a 40
cm. Recomenda-se evitar a re-
tirada de amostras próximo a
locais alagados, construções e
instalações.

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


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3.3.2. Prepare a amostra composta

As amostras simples devem ser misturadas num recipiente limpo e


seco, como um balde. Devem ser retirados 500 g do balde e colo-
cados num saco plástico, também limpo e seco. Essa é a amostra
composta da gleba.

3.3.3. Identifique a amostra e envie ao laboratório

Depois de pronta, a amostra composta da gleba é identificada e en-


viada ao laboratório para análise.

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Atenção

Busque um engenheiro agrônomo para interpretar os resultados da


análise e fazer as recomendações de correção e adubação do solo.

3.4. Faça a correção e adubação do solo

Os solos brasileiros, em sua grande maioria, apresentam deficiência


de nutrientes e necessidade de correção de acidez. As práticas de ca-
lagem e gessagem auxiliam muito no controle dessa acidez, melho-
ram o ambiente de propagação de raízes e favorecem a instalação
da cultura. A adubação adequada, com os respectivos nutrientes, é
necessária para se obter uma produtividade ideal.

Atenção

É importante obedecer às recomendações de um agente de


assistência técnica quanto às correções e adubações, utilizando
sempre os produtos indicados e as quantidades definidas,
respeitando a maneira e época de manejo do solo.

Trator realizando a calagem

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


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3.5. Faça a semeadura ou o plantio

Se a semeadura ou o plantio ocorrer em sulcos, o espaçamento ideal


é de 0,8 a 1 m entre as fileiras. Se for em covas, o espaçamento deve
ser de 0,8 a 1 m entre as fileiras de covas e de 0,5 a 0,8 m entre as
covas.

Plantio em sulcos

Plantio em covas

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21

3.6. Realize a adubação da gramínea


A adubação de cobertura, que ocorre após o plantio e o corte da
capineira, é importante porque completa os nutrientes necessários
para o perfeito desenvolvimento da gramínea.

Atenção

A adubação de cobertura deve ser recomendada por um agente


de assistência técnica.

4. Corte a capineira
Na época das chuvas, o corte deve ocorrer quando a gramínea esti-
ver entre 1,50 e 1,80 m de altura. Já no período da seca, o corte deve
ocorrer quando o capim atingir 1,50 m.

Atenção

O corte do capim mais alto, embora possua maior produtividade,


não é recomendado, pois apresenta baixo valor alimentar (baixa
digestibilidade e baixo teor proteico).

1,65 m

Capim com altura ideal de corte

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4.1. Faça o corte manual

O corte deve ser realizado na parte baixa da planta, aproveitando ao


máximo as folhas disponíveis.

Atenção

Antes de iniciar o corte, amole cuidadosamente o facão.

Precaução

Para realizar o corte manual, utilize Equipamentos de Proteção


Individual (EPIs) como boné árabe ou chapéu de aba larga, camisa
de manga longa, perneira, calça comprida, luvas e botinas.

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4.2. Faça o corte mecânico

Atenção

1. Antes de iniciar a atividade, verifique o conjunto de facas da


ensiladeira, assim como os níveis de óleo, combustível e os freios
do trator, garantindo a segurança necessária.

2. A ensiladeira deve ser ajustada para cortar a parte baixa da


planta, aproveitando ao máximo as folhas disponíveis.

Precaução

Para realizar o corte mecânico, utilize Equipamentos de Proteção


Individual (EPIs) como protetor auricular, óculos de proteção,
camisa de manga longa, luvas, calça comprida e botinas.

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


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5. Transporte o capim cortado

Após o corte, deve-se colocar o capim na carroça de tração animal ou


no trator e levá-lo à instalação onde se encontra a picadeira, para dar
início à moagem.

Após o corte mecânico, o capim picado estará alocado na carreta do


trator e pronto para ser fornecido aos animais.

6. Forneça o capim

O capim picado deve ser fornecido aos animais após a moagem, evi-
tando que fique estocado de um dia para o outro, para não perder
qualidade e nem fermentar.

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7. Avalie o consumo e o desempenho dos


animais

Para obter bons resultados com o fornecimento de capim picado aos


animais, é importante acompanhar o seu desenvolvimento, obser-
vando o escore de condição corporal, o ganho de peso e a produção
de leite.

Antes de iniciar o fornecimento de capim, deve-se anotar os dados


de cada animal, como nome, idade, sexo, peso e produção (leite). Tal
procedimento necessita de repetição a cada 30 dias, comparando os
dados novos com os anteriores para verificar se o fornecimento está
sendo eficiente para o sistema de produção.

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


Planejar a produção de
II mandioca

A mandioca (Manihot esculenta Crantz) é nativa do Brasil e está pre-


sente em todas as regiões do país. Sua adaptação ao clima tropical e
subtropical faz com que, mesmo na ausência de manejo adequado
de solo e adubação, se mostre produtiva. É utilizada em larga escala
na alimentação humana e na dieta de ruminantes.

1. Utilize a mandioca na alimentação animal

A mandioca é um excelente alimento alternativo para a alimentação


animal, devido a sua qualidade nutricional e ao seu baixo custo de
produção. Possui como vantagem a substituição de alimentos ener-
géticos (raízes), além de ser fonte considerável de proteína (folhas)
e de poder ser usada como complemento de alimento volumoso. A
substituição do milho pela mandioca e seus resíduos não altera o
desempenho, a conversão alimentar e o rendimento de carcaça de
animais confinados.

A raspa das raízes pode substituir parcial ou totalmente o milho na


ração e a parte aérea da planta (ramas) pode ser usada como feno,
aumentando a proteína na dieta.
27

2. Calcule a quantidade de mandioca para


o rebanho
Calcular a necessidade de mandioca para o rebanho é fundamental
para manter uma dieta equilibrada e reduzir os custos com ração.

2.1. Calcule a quantidade de mandioca diária para


10 vacas em lactação

Considere:

» Vacas em lactação: 10 unidades


» Ração por dia por vaca: 4 kg
» Período de alimentação: 100 dias

Atenção

Em cada 1 kg de ração formulada, 0,5 kg é de milho moído (fonte


de energia), que pode ser substituído por raspa de mandioca em
igual proporção.

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


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2.1.1. Calcule a quantidade de raspa de mandioca por dia para


produzir a ração

Quantidade de raspa de mandioca = n° vacas × (quantidade de


ração por dia × inclusão de raspa de mandioca na ração)

Quantidade de raspa = 10 × (4 × 0,5)

Quantidade de raspa = 20 kg por dia

2.2. Calcule a quantidade de mandioca in natura


por ciclo

Considere:

»» Suplementação: 100 dias


»» 20 kg de raspa de mandioca/dia

Quantidade de raspa de mandioca por ciclo =


dias de suplementação x kg raspa/dia

Quantidade de raspa de mandioca por ciclo =


100 × 20 = 2.000 kg de raspa de mandioca

O rendimento da mandioca para a raspa é de 35%, ou seja, para cada


1.000 kg de mandioca, 350 kg serão formados por raspa.

1.000 kg de mandioca ---- 350 kg de raspa

x ---- 2.000 kg de raspa

x = 5.715 kg de mandioca in natura

Serão necessários 5.715 kg de mandioca in natura para suplemen-


tar 10 vacas em lactação por 100 dias com 20 kg de raspa de man-
dioca/dia misturados na ração.

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29

3. Calcule a área para produção de mandioca

A produtividade média no Brasil é de 13.000 kg de raízes por hectare


e 12.000 kg de parte aérea por hectare.

Calcule a área para produção:

quantidade de mandioca utilizada por ciclo


Área para produção =
produtividade média

Exemplo:

5.715 kg
Área para produção = = 0,44 ha
13.000 kg/ha

4. Cultive a área para produção de mandioca

Atenção

Cultivar a área para produção de mandioca é importante


para obter resultados satisfatórios e não comprometer a
produtividade do rebanho. É uma segurança para o produtor.

4.1. Selecione o tipo de mandioca a ser cultivado

No Brasil, existem pelo menos dois grupos de variedades de mandio-


ca: a “mansa” ou de mesa (aipim ou macaxeira) e a mandioca “brava”
ou industrial. A “mansa” pode ser servida fresca para os ruminantes,
sem causar problemas de intoxicação; já a “brava” deve ser triturada
e exposta ao sol por 24 horas, antes de ser servida aos animais, devi-
do à alta concentração de ácido cianídrico.

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


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4.2.  Defina a época de plantio

A época de plantio deve ser, preferencialmente, o início do período


chuvoso, em solo devidamente preparado, visando ao melhor de-
senvolvimento do mandiocal.

4.3. Faça a análise de solo

Realize a análise de solo conforme apresentado no subpasso 3.3. na


página 16.

Atenção

A amostra de solo deve ser enviada ao laboratório e o resultado


interpretado por engenheiro agrônomo para as recomendações
de correção e adubação.

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31

4.4. Realize a correção e adubação do solo

Realize a correção e adubação do solo conforme apresentado no


subpasso 3.4 da página 19.

Atenção

É importante obedecer às recomendações do engenheiro


agrônomo quanto às correções e à adubação, utilizando sempre
os produtos indicados, as quantidades definidas e respeitando a
maneira e época de manejo do solo.

4.5. Faça o plantio

O plantio deve ser realizado em linhas. Em cultivo de várzea, é reco-


mendado o plantio em cova rasa, com espaçamento de 1 x 1 m, com
5 a 10 cm de profundidade.

Manivas de mandioca

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Plantio de mandioca em cova rasa

Plantio de mandioca em cova rasa

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Em solos firmes, é recomendado o plantio com espaçamento de


1 x 1 m, para uma densidade de 10.000 plantas por hectare, e de
1 x 0,80 m, para uma densidade de 12.500 plantas por hectare.

4.6. Realize a adubação de cobertura

A adubação de cobertura, que ocorre após o plantio, é importan-


te para a instalação e manutenção da cultura, pois completa os
nutrientes necessários ao perfeito desenvolvimento das raízes de
mandioca.

Atenção

A adubação de
cobertura deve ser
recomendada por um
agente da assistência
técnica.

Adubação de cobertura

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


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5. Arranque a mandioca
A colheita da mandioca é predo-
minantemente manual.

Realize a poda da parte aérea,


de 20 a 30 cm acima do nível do
solo, com auxílio do facão. O ar-
ranquio das raízes deve ser reali-
zado no mesmo dia.

Após a colheita das raízes, reali-


ze o beneficiamento em até 24
horas, evitando apodrecimento
e perdas nutricionais. As man-
diocas da variedade precoce são
colhidas entre 6 e 8 meses, da
semiprecoce entre 9 e 12 meses
e da tardia entre 13 e 15 meses.

34
35

6. Processe a mandioca
O processamento da mandioca é parte importante da operação, pois
dele depende a qualidade do produto.

6.1. Faça o aproveitamento da parte aérea


Realize a fenação da parte aérea após a colheita. Essa é uma forma
de conservação de forragens para manter os nutrientes da planta e
facilitar o manejo de fornecimento.

Após a colheita, exponha as ramas ao sol, visando à desidratação e


eliminação de grande parte do ácido cianídrico presente na planta.

Atenção

As ramas devem ser trituradas, com o intuito de acelerar o processo


de desidratação e facilitar o manejo na preparação das rações.

Corte da parte aérea do pé de mandioca Folhas cortadas de mandioca

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O rendimento esperado nesse processo é de 20 a 30% de ma-


terial final. O feno possui, aproximadamente, 16% de proteína
bruta e deve ser armazenado em local arejado e seco, visando
manter sua qualidade.

Atenção

1. Para acelerar o processo e homogeneizar o feno, utilize ancinho ou


rodo de madeira para revolver as ramas.

2. Essa operação baixa a umidade do feno de 65 a 80% para 10 a 14%.

6.2. Faça o aproveitamento das raízes


As raízes devem ser cortadas em pedaços menores, com o objetivo
de acelerar o processo de desidratação. A intenção dessa operação
é reduzir o teor de umidade, que varia de 60 a 70% nas raízes para
10 a 14% nas raspas.

O material deve ser colocado em terreiro de cimento e revolvido com


ancinho ou rodo de madeira. No período noturno, deve-se cobri-lo
para evitar o contato com a umidade. O rendimento do processa-
mento das raízes varia de 30 a 40%. A raspa apresenta de 3.200 a
3.600 kcal (quilocalorias), razão pela qual substitui o milho como fon-
te energética nas rações.

Raízes de mandioca cortadas, secando

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7. Forneça aos animais

O feno deve ser fornecido como forma de volumoso na dieta e suas


propriedades proteicas aumentam consideravelmente os níveis de
proteína na dieta total. A raspa deve ser incluída na formulação das
dietas, entrando como ingrediente energético e podendo substituir
o milho.

8. Avalie o consumo e o desempenho dos


animais

Com o objetivo de acompanhar o consumo e o desempenho dos


animais, deve-se fazer as anotações antes e, pelo menos uma vez,
durante a inclusão de mandioca, feno ou raspa na dieta. É importan-
te anotar o consumo para acompanhar a evolução do rebanho em
relação à produtividade.

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


III Produzir feno de gramíneas

A utilização de feno na alimentação animal colabora para manter os


níveis de qualidade das forragens, uma vez que, no período seco,
os valores nutricionais são reduzidos. O planejamento da produção
pode garantir alimento em quantidade e qualidade adequadas para
não afetar a produtividade animal.

Campo para produção de feno

1. Identifique a gramínea

A identificação da gramínea define o tipo de alimento e a qualida-


de presente no feno. As espécies mais utilizadas para essa produ-
ção são:
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• Brachiaria

A brachiaria é comumente utilizada para feno em propriedades que


possuem pastagem já instalada e onde os desafios de clima e solo
não permitem culturas de inverno. Desde que bem manejadas, apre-
sentam bons valores nutritivos e boa digestibilidade.

Feno de brachiaria
• Tifton

O tifton é bastante utilizado como feno, graças às suas características


nutricionais elevadas. É produzido em regiões com solos de alta fer-
tilidade, precipitação e clima favorável a essa cultura.

Feno de tifton

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


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• Aveia

A aveia possui valores interessantes de proteína e digestibilidade. É


mais exigente quanto ao clima e à fertilidade do solo. Os resultados
nutricionais são bem interessantes quando se utiliza esse tipo de feno.

Atenção

A produção de aveia é viável em locais onde a temperatura não


ultrapassa 22°C, com precipitação de, pelo menos, 800 mm.

• Azevém

O azevém possui predominância na Região Sul do país, devido às exi-


gências climáticas e à fertilidade do solo. Os níveis são semelhantes
aos das culturas de inverno.

Atenção

A produção de azevém é viável em locais onde a temperatura não


ultrapassa 22°C, com precipitação de, pelo menos, 800 mm.

2. Calcule a necessidade de feno para o


rebanho

O cálculo da necessidade de feno é importante para produzir quan-


tidade suficiente para o consumo no ciclo produtivo, além de ajudar
a controlar os custos.

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2.1. Defina a necessidade de feno a ser utilizado por


categoria e fase animal
• Bovino de leite e de corte

Considere:

»» Consumo de matéria seca (CMS) para animais jovens, matri-


zes e reprodutores = 2% do peso vivo (PV);
»» CMS para vacas no terço final da gestação e durante a lacta-
ção = 3% do peso vivo;
»» Peso vivo (PV) do animal jovem = 200 kg;
»» Peso vivo (PV) do reprodutor = 600 kg; e
»» Peso vivo (PV) da vaca = 400 kg.

2.1.1. Defina o consumo de feno por categoria/dia

O feno tem, em média, 10% de umidade. Logo, 1 kg de feno corres-


ponde a 900 g (0,9 kg) de matéria seca (MS).

a) Calcule o consumo de matéria seca

CMS = Peso vivo do animal × % de consumo do peso vivo

• Consumo médio diário de um animal jovem:

CMS = 200 × 2% = 4 kg de MS

• Consumo médio diário de um reprodutor:

CMS = 600 × 2% = 12 kg de MS

• Consumo médio diário de uma vaca:

CMS = 400 × 3% = 12 kg de MS

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b) Calcule o consumo de feno/categoria/dia

• Animal jovem

1 kg de feno ---- 0,9 kg de MS

x ---- 4 kg de MS

x = 4,5 kg de feno

• Reprodutor

1 kg de feno ---- 0,9 kg de MS

x ---- 12 kg de MS

x = 13,3 kg de feno

• Vaca

1 kg de feno ---- 0,9 kg de MS

x ---- 12 kg de MS

x = 13,3 kg de feno

2.2. Defina a quantidade de feno para o ciclo

A definição de necessidade de feno por ciclo depende de alguns fato-


res como, por exemplo, a categoria dos animais que serão alimenta-
dos com feno e o período durante o qual isso ocorrerá.

Para efeito de cálculo, é importante utilizar alguns dados definidos.


Considere:

»» Propriedade de recria: 10 fêmeas de gado leiteiro;


»» Peso vivo médio (PV): 200 kg;
»» CMS: 2% do peso vivo; e
»» Período de alimentação: 60 dias.

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O feno tem, em média, 10% de umidade; logo, 1 kg de feno corres-


ponde a 900 g (0,9 kg) de MS.

Qual a necessidade de feno para essa propriedade?

Necessidade de feno = n° de dias × [n° de animais × (PV × % CMS)]

Necessidade de feno = 60 × [10 × (200 × 2%)]

Necessidade de feno = 60 × 10 × 4 = 2.400 kg de MS

Ou seja,

1 kg de feno ---- 0,9 kg de MS

x ---- 2.400 kg de MS

x = 2.666 kg de feno

3. Dimensione a área necessária para a


produção de feno

Utilizando o exemplo do item 2.2 (página 42), serão necessários


2.666 kg de feno para alimentar as 10 novilhas durante 60 dias.

Considere que será plantado tifton, que possui uma produção esti-
mada de 4.000 kg de feno por hectare.

necessidade de feno
Área necessária =
produção de feno

2.666 0,7 hectare de área


Área necessária = =
4.000 para a produção de feno

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4. Cultive a área para produção de feno

Atenção

Para se cultivar a área para produção de feno, o solo deve ser


corrigido e adubado de modo a proporcionar uma produção
economicamente viável e gerar um produto de boa qualidade.

4.1. Selecione a variedade de gramínea a ser


cultivada

A escolha da gramínea deve ser feita de acordo com alguns parâ-


metros, como clima, qualidade do solo, capacidade de investimento,
necessidade de adubação e objetivo de produção em relação à qua-
lidade e ao volume.

4.2. Defina a época de semeadura ou plantio

A época de semeadura ou plantio deve ser o início do período das


chuvas, visando aproveitar a precipitação e evitar perda das plantas
por estresse hídrico.

4.3. Faça a análise de solo

Dentro de uma mesma propriedade pode existir variação no tipo de


solo, sendo importante dividir a área a ser plantada em glebas e sele-
cionar a de maior homogeneidade. Caso apresente tamanho menor
do que 20 hectares e seja homogênea, pode-se considerar apenas
uma gleba. Recomenda-se a coleta de amostras de solo no perío-
do seco do ano, devendo-se retirar de 15 a 20 amostras simples de
dentro de uma mesma gleba. Esse tipo de coleta pode ser realizado
manualmente ou com auxílio de trado, sonda ou pá de corte.

44
45

Atenção

A amostra de solo deve ser enviada ao laboratório e o resultado


interpretado por engenheiro agrônomo para as recomendações
de correção e adubação.

4.4. Realize a correção e adubação do solo

Os solos brasileiros, em sua grande maioria, apresentam deficiência


de nutrientes e necessidade de correção de acidez. As práticas de ca-
lagem e gessagem auxiliam muito no controle dessa acidez, melho-
ram o ambiente de propagação de raízes e favorecem a instalação
da cultura. A adubação adequada, com os respectivos nutrientes, é
necessária para se obter uma produtividade ideal.

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Atenção

É importante obedecer às recomendações do engenheiro


agrônomo quanto às correções e adubações, utilizando sempre
os produtos indicados e as quantidades definidas e respeitando a
maneira e época de manejo do solo.

4.5. Faça a semeadura ou o plantio

Atenção

1. Para espécies em que são utilizadas sementes, a semeadura


pode ser feita a lanço ou com plantadeira, seguindo as
orientações do fornecedor.

2. Para espécies que se propagam por mudas, deve ser realizado


o plantio em linhas, obedecendo aos espaçamentos orientados
pelo fornecedor.

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5. Prepare o feno

Precaução

Para preparar o feno, é necessário utilizar os EPIs como óculos de


proteção, boné árabe, camisa comprida, luvas, calça comprida,
perneiras e botas.

5.1. Faça o corte da gramínea

O ponto de corte deve ser de acordo com a espécie de gramínea que


está sendo utilizada.

Exemplo de corte da gramínea semimecanizado

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5.2. Realize o enleiramento

5.3. Revolva a leira

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5.4. Enfarde o feno
O enfardamento deve ser realizado quando o feno estiver no ponto
correto. O excesso de umidade provoca perdas e mofo, enquanto
o excesso de secagem provoca perda de valor nutritivo. Para saber
o ponto ideal de enfardamento, é necessário fazer um teste de teor
de umidade.
5.4.1. Faça o teste do teor de umidade do feno
a) Apanhe um feixe da leira

b) Torça o feixe

Ao ser solto, se voltar rapidamente, o feixe necessita de maior tempo


de secagem.

Feno verde, fora do ponto de enfardamento

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Ao ser solto, se voltar lentamente, o feixe está no ponto de en-


fardamento.

5.5. Transporte o feno

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5.6. Armazene o feno

6. Forneça o feno

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7. Avalie o consumo e o desempenho dos


animais

Pesagem dos animais

52
Planejar a produção de
IV
cana-de-açúcar

A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.), quando adequadamen-


te utilizada, é uma excelente alternativa para melhorar a alimentação
dos bovinos de corte e leite, principalmente nos períodos secos do
ano. Apresenta diversas vantagens, como:

• Alta produção de matéria seca (MS) por hectare;


• Exige poucos tratos culturais e possui um custo de produção re-
lativamente baixo;
• Mantém o valor nutritivo (principalmente energético) por longos
períodos;
• É uma cultura perene e a renovação do canavial só é realizada a
partir do quarto ano;
• Períodos de maturação e colheita coincidem com o de escassez
de pasto; e
• Possui boa palatabilidade, sendo bem aceita pelos animais.

Em muitas regiões do Brasil, a produção chega a 120 toneladas de cana


fresca por hectare por corte, em um período de três a cinco anos.
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1. Calcule a necessidade de cana para


o rebanho

1.1. Defina a necessidade de matéria seca por


categoria
• Bovino de leite e de corte

Considere:

• Consumo de matéria seca (CMS) para animais jovens e reprodu-


tores = 2% do peso vivo (PV);

• Consumo de matéria seca para vacas no terço final da gestação


e durante a lactação = 3% do peso vivo;

• Peso do animal jovem = 200 kg;

• Peso do reprodutor = 600 kg; e

• Peso da vaca = 400 kg.

A cana fresca possui, em média, 72% de umidade, ou seja, 1 kg de


cana fresca, o que corresponde a 280 g (0,28 kg) de MS.

Consumo de matéria seca = Peso do animal x % do peso vivo animal

• Consumo médio diário de um animal jovem:

CMS = 200 × 2% = 4 kg de MS

• Consumo médio diário de um reprodutor:

CMS = 600 × 2% = 12 kg de MS

• Consumo médio diário de uma vaca:

CMS = 400 × 3% = 12 kg de MS

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55

1.2. Defina o consumo de cana fresca por dia e


por categoria
• Animal jovem

1 kg de cana fresca ---- 0,28 kg de MS

x ---- 4 kg de MS

x = 14,3 kg de cana fresca

• Reprodutor

1 kg de cana fresca --- 0,28 kg de MS

x ---- 12 kg de MS

x = 42,9 kg de cana fresca

• Vaca

1 kg de cana fresca ---- 0,28 kg de MS


x ---- 12 kg de MS
x = 42,9 kg de cana fresca

1.3. Defina a necessidade de cana por ciclo

A definição da necessidade de cana por ciclo depende de alguns fato-


res como, por exemplo, a categoria de animais e o período durante o
qual serão alimentados com cana.

Considere:

• Propriedade de recria = 10 vacas leiteiras;

• Peso vivo médio (PV) = 400 kg;

• CMS = 3% do peso vivo; e

• Período de alimentação = 120 dias.

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2. Defina a necessidade de cana para essa


propriedade

Necessidade de cana = n° de dias × [n° de animais × (PV × CMS)]

Necessidade de cana = 120 × [10 × (400 × 3%)]

Necessidade de cana = 120 × 10 × 12 = 14.400 kg de MS

Ou seja,

1 kg de cana fresca ---- 0,28 kg de MS

x ---- 14.400 kg de MS

x = 51.429 kg de cana fresca

Serão necessárias 51,4 toneladas de cana fresca para alimentar as 10


vacas durante 120 dias.

3. Dimensione a área para a produção da cana

Por exemplo:

Na propriedade em questão será plantada cana e a produção esti-


mada do canavial é de 120 toneladas por hectare, em um único corte
no ano.

Qual a área para produzir 51,4 toneladas de cana fresca para alimen-
tar as 10 vacas durante 120 dias?

56
57

necessidade de cana fresca


Área necessária =
produção do canavial

51.429 0,43 hectare ou 4.300 m2


Área necessária = =
120.000 de área de canavial

4. Cultive a área para produção da cana-


de-açúcar

4.1. Selecione a variedade de cana a ser cultivada

Atenção

Escolha a variedade de cana-de-açúcar a ser cultivada,


especialmente considerando que a cultura só é renovada entre
três e cinco anos. A escolha de um material ruim compromete o
desempenho dos animais por longo período.

É recomendada a utilização das variedades de maior teor de açú-


car existentes na região (mesmo tipo de cana selecionado para as
usinas) e que possuam baixo teor de fibra. Na ocasião da escolha
da variedade, considere também as características agronômicas da
planta, que deve ser adaptada à região de plantio.

4.2. Defina a época de plantio

A época de formação do canavial deve ser, preferencialmente, o iní-


cio do período chuvoso, em solo devidamente preparado, visando
garantir o melhor desenvolvimento da cultura.

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4.3. Faça a análise de solo

Atenção

A amostra de solo deve ser enviada ao laboratório e o resultado


interpretado por engenheiro agrônomo para as recomendações
de correção e adubação.

4.4. Realize a correção e adubação do solo

Atenção

É importante obedecer às recomendações do engenheiro


agrônomo quanto a correções e adubações, utilizando sempre os
produtos indicados e as quantidades definidas e respeitando a
maneira e época de manejo do solo.

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4.5. Faça o plantio

São necessárias de 10 a 12 toneladas de mudas para cada hectare.


As mudas devem ser provenientes de cana-planta (1º ou 2º corte) e
de canaviais com 8 a 12 meses de idade, vigorosos e sadios. Reco-
menda-se o tratamento preventivo das mudas com fungicidas e in-
seticidas. O plantio deve ser realizado no máximo 4 dias após o corte
para não comprometer a germinação.

No plantio, as mudas devem ser distribuídas nos sulcos de 25 a 30 cm


de profundidade, cruzando-se pés e pontas. Após a distribuição, os
colmos devem ser cortados no sulco, deixando sempre de 3 a 4 gemas
em cada tolete.

A densidade do plantio é em torno de 12 gemas por metro linear de


sulco e o espaçamento entre sulcos deve ser de 1,20 a 1,30 m. As
mudas devem ser cobertas com 5 a 10 cm de terra e o canavial tem
que ser mantido livre de plantas invasoras até o fechamento.

4.6. Realize a adubação do canavial

A adubação de cobertura, que ocorre após o plantio e o corte da


cana, é importante porque completa os nutrientes necessários ao
perfeito desenvolvimento da cultura.

Atenção

A adubação de cobertura deve ser recomendada por um agente


de assistência técnica.

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5. Corte e transporte a cana

A cana plantada no início do período chuvoso atinge o ponto ideal de


corte no período seco do ano seguinte. Para pequenos plantéis, a co-
lheita pode ser feita manualmente e a cana transportada em carre-
tas ou carroças para ser picada em picadeiras estacionárias, próximo
ao local de fornecimento.

No caso de um número maior de animais, utilize máquinas forragei-


ras que cortam, picam e carregam em uma única operação.

Após o corte, a cana pode ser armazenada na sombra, por até três
dias. Entretanto, uma vez picada, precisa ser imediatamente utiliza-
da, de forma a reduzir os efeitos negativos da fermentação.

• Corte manual

O corte deve ser realizado na parte baixa da planta, e as folhas se-


cas devem ser retiradas e deixadas nas entrelinhas, servindo como
cobertura de solo. As ponteiras e folhas verdes devem ser mantidas
para aumentar o consumo pelos animais.

Atenção

Antes de iniciar o procedimento, amole cuidadosamente o facão.

Precaução

Para realizar o corte manual, utilize Equipamentos de Proteção


Individual (EPIs) como óculos de proteção, boné árabe ou chapéu
de aba larga, camisa de manga longa, calça comprida, luvas e
botinas.

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• Corte mecânico

Atenção

1. Antes de iniciar a atividade, verifique o conjunto de facas da


ensiladeira, assim como os níveis de óleo e combustível e os
freios do trator, garantindo a segurança necessária.

2. A ensiladeira deve ser ajustada para cortar a parte baixa da


planta, aproveitando o máximo de folhas disponíveis.

3. Na colheita e no transporte do material, devem ser evitadas


manobras e trânsito sobre as touceiras para não prejudicar o
rebrote.

6. Forneça a cana

A cana deve ser fornecida aos animais após a moagem, evitando que
fique estocada de um dia para o outro, para não perder qualidade e
evitar fermentação indesejada.

A limitação mais séria ao uso da cana é em relação ao seu baixo teor


de proteína bruta e digestibilidade da fibra, resultando em baixo
consumo. Nessas condições, o uso isolado da cana-de-açúcar não é
capaz de atender nem mesmo às necessidades de manutenção do
animal. Entretanto, o seu uso, associado a uma fonte proteica, como
a ureia + sulfato de amônio, pode resultar em ganhos no desempe-
nho dos animais.

A mistura pode ser preparada e guardada. A recomendação é de


90% de ureia e 10% de sulfato de amônio e aplicada na base de 1 kg
para cada 100 kg de cana fresca picada, após a fase de adaptação de
uma semana.

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


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Na fase de adaptação, utilize apenas 0,5 kg da mistura para os


mesmos 100 kg de cana picada. A mistura ureia + sulfato de amô-
nio deve ser diluída em 3 a 4 litros de água e aplicada, com a ajuda
de um regador, sobre os 100 kg de massa de cana picada, já dis-
tribuída no cocho ou no campo. Essa distribuição deve ser a mais
uniforme possível.

7. Avalie o consumo e o desempenho dos


animais

Para obter resultados positivos com o fornecimento da cana aos ani-


mais, é importante ter o hábito de acompanhar o seu desenvolvi-
mento, observando escore de condição corporal, ganho de peso e
produção de leite.

Deve-se anotar os dados observados antes e durante a inclusão da


cana na dieta, para acompanhar a evolução do rebanho em relação
à produtividade.

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Considerações finais

Produzir alimento para o rebanho, em quantidade e qualidade ade-


quadas e durante todo o ano, é um grande desafio, principalmente
considerando os fatores climáticos e as estações do ano.

O capim (capineira), o feno de gramínea, a mandioca e a cana-de-açú-


car são alimentos importantes por possuírem bons valores nutricio-
nais, desde que bem manejados. Eles possuem, também, boa adapta-
ção a diferentes solos, variações de temperatura e precipitação.

Para obter boa produção animal, seja de carne, leite e seus deriva-
dos, é necessário o estabelecimento de um planejamento nutricional
bem definido, sendo imprescindível a adoção de tecnologia e a busca
de alternativas.

Bovinocultura: produção complementar de alimentos para época seca


COLEÇÃO SENAR • Nº 235

Referências

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ção e utilização: 2ª ed. Brasília: Embrapa – SP/ Juiz de Fora: Embrapa
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DIAS, M. C.; PAMPLONA, A. M. S. R.; PEREIRA, M. C. N. A mandioca no


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ção. Lavras, MG, 1982. 12. p. (Boletim Técnico ESAL nº 3).

FERREIRA FILHO, J. R.; SILVEIRA, H. F. da; MACEDO, J. J. G.; LIMA, M.


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VILELA, D. Sistemas de conservação de forragem: fenação. 2ª. ed.


Coronel Pacheco, MG: EMBRAPA – CNPGL, 1984. 31 p. (Boletim de
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64
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