Thomas Kuhn - Filosofia 12º Ano
Thomas Kuhn - Filosofia 12º Ano
Thomas Kuhn - Filosofia 12º Ano
A PERSPETIVA DE
THOMAS KUHN
ÍNDICE
1. 2. 3. 4.
Perspetiva de Ciência normal, Incomensurabilidade O problema da
Thomas Kuhn paradigma, dos paradigmas objetividade do
anomalia, crise, conhecimento
ciência científico
extraordinária e
revolução científica
1. THOMAS KUHN
Thomas Kuhn foi um epistemólogo que
pretendia compreender o processo das
transformações ocorridas nas ciências. O que
este constatou foi que há momentos em que
ideias científicas aceites são substituídas por
outras radicalmente novas e em que o
próprio modelo geral de explicação se
transforma radicalmente.
Geocentrismo Heliocentrismo
Mudança paradigmática
Revolução Científica
2.1. Ciência normal
Ciência Normal, segundo Kuhn, é um período de investigação que se
desenvolve sob um paradigma que rege e orienta a investigação da
comunidade científica. Em período de ciência normal a investigação não
visa nem a crítica nem a inovação, mas a continuidade e a
estabilidade, isto porque a finalidade da investigação é solucionar
enigmas, isto é, clarificar os fenómenos e teorias que o paradigma já
fornece.
2.2. Paradigmas
Kuhn chamou de paradigma ao modelo explicativo que orienta
as práticas científicas. Consiste, portanto, num conjunto de
teorias fundamentais, de princípios metafísicos sobre a
realidade e de ideias sobre a forma de fazer ciência;
Exemplos de paradigmas são: heliocentrismo, geocentrismo,
física de Newton, teoria da relatividade de Einstein...
2.3. Anomalias
Mas por vezes, surgem anomalias, ou seja, o aparecimento de
problemas persistentes, que o paradigma não consegue resolver, ou
seja, que não se consegue explicar dentro do paradigma aceite. Isto
leva por vezes à insatisfação da comunidade científica, levando à perda
de confiança no paradigma em vigor.
2.4. Crise
Desconfiança no paradigma
em vigor Crise
2.4.1. Crise A ciência normal acaba por resolver o
problema que causou a crise
Mudança de Paradigma
2.5. Ciência extraordinária
A ciência extraordinária é a ciência que se pratica em tempo de
crise, que se caracteriza pela procura de soluções fora do paradigma
vigente.
Pode levar a uma revolução científica após a qual se instaura um
novo período de ciência normal, e assim sucessivamente.
2.6. Revolução Científica
Assim, se a crise levar à mudança do paradigma, ou seja, à substituição
de um paradigma por outro, dá-se uma revolução científica.
É o exemplo da substituição do modelo geocêntrico pelo modelo
heliocêntrico.
2.7. Evolução da ciência segundo
Thomas Kuhn
Ciência Paradigma 1
normal Várias anomalias
Ciência
Crise extraordinária
REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
Ciência Paradigma 2
normal Várias anomalias
Crise Ciência
extraordinária
3. Incomensurabilidade dos paradigmas
Os paradigmas são incomensuráveis, ou seja, não são comparáveis
entre si, não possuem uma medida comum, sendo pontos de vista
diferentes de conceber a realidade. Distinguem-se:
• quanto à substância a investigar;
• quando ao modo de investigar e de conceber a ciência.
4. O problema da objetividade do
conhecimento científico
Segundo Kuhn...
• O conhecimento é dependente do sujeito, integrado numa comunidade
científica;
• A escolha e avaliação das teorias dependem de fatores objetivos e
subjetivos;
4.1. O problema da objetividade do
conhecimento científico
• A verdade é relativa ao paradigma vigente e só pode ser entendida
dentro dos limites que ele impõe.
• A verdade é definida no interior de cada paradigma. Com a mudança
de paradigma, não se pode dizer que nos aproximamos da verdade.
4.2. Segundo Kuhn existe progresso
na ciência?
Não. Há mudanças de paradigmas, mas nada nos permite afirmar
que o novo paradigma constitui um progresso relativamente ao
antigo paradigma.
4.3. Segundo Kuhn a ciência é
objetiva?
Não. Kuhn afirma que os cientistas estão dependentes de
condições sociais e são influenciados por valores, crenças e
normas aceites pela comunidade científica. Não há padrões
objetivos que permitam determinar qual dos paradigmas em
competição é verdadeiro ou se aproxima mais da verdade.
Exercícios
1. Kuhn considera que há períodos de consenso e períodos de
divergência na comunidade científica. O fim de um período de
consenso e a consequente entrada num período de divergência
devem-se:
(A) ao aprofundamento do paradigma.
(B) à acumulação de anomalias.
(C) à resolução de enigmas.
(D) à atitude crítica própria da ciência normal.
2. Leia o texto.
Considere-se, para usar outro exemplo, os homens que chamaram louco a
Copérnico por este proclamar que a Terra se movia. Eles não estavam
simplesmente errados, nem completamente errados. Para eles, a ideia de
posição fixa fazia parte do significado de «Terra». […] De modo correspondente,
a inovação de Copérnico não se limitava a mover a Terra. Era, em vez disso, todo
um novo modo de olhar para os problemas da física e da astronomia, um modo
de olhar que mudava necessariamente o significado quer de «Terra», quer de
«movimento».
Para Kuhn, exemplos como o do texto anterior apoiam a ideia de que paradigmas
diferentes são:
(A) extraordinários.
(B) comparáveis.
(C) incomensuráveis.
(D) revolucionários.
3. Seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta.
Na proposta kuhniana, uma anomalia é:
a) Uma qualquer falha que acontece no âmbito de um paradigma.
b) Uma hipótese de trabalho colocada no âmbito de um paradigma
para resolver um problema.
c) Uma falha ou falhas significativas no paradigma que o coloca em
causa.
d) O modo como funciona a ciência no período pré-científico.
SERÁ QUE A CIÊNCIA PROCURA ESTUDAR DE
FORMA IMPARCIAL A REALIDADE, TAL COMO ELA
É? OU É INFLUENCIADA POR CRENÇAS E VALORES
INDIVIDUAIS/SOCIAIS?