O Empirismo de David Hume
O Empirismo de David Hume
O Empirismo de David Hume
Tipos ou modos de
conhecimento
Tipos ou modos de conhecimento
H dois modos ou tipos de conhecimento: relaes de ideias (a
priori) e questes de facto (a posteriori). As relaes de ideias
traduzem-se em proposies necessrias, baseadas no princpio
da contradio. As questes de facto so justificadas pela
experincia, traduzindo-se em preposies contingentes (negar as
verdades de tais preposies no implica contradio).
Tipos de
conhecimento
Relaes de ideias
(a priori)
Questes de facto
(a posteriori)
Verdades desses
conhecimentos
So sempre
verdadeiras, em
Necessri quaisquer
as
circunstncias.
Neg-las implica
contradio.
Continge
ntes
Exemplos
2+4=6
O solteiro no
casado
Descartes foi um
filsofo
racionalista
Os ces so
mamferos
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O conhecimento implcito nesta afirmao um
conhecimento a priori, por isso do tipo relaes de ideias.
Este tipo de conhecimento intuitivo e
demonstrativamente certo pois no depende da
experincia, apenas produto do intelecto/ pensamento.
um tipo de conhecimento independente dos factos,
onde as verdades so necessrias. Estas so sempre
verdadeiras, em quaisquer circunstncias, pois neg-las
implica contradio (so verdades universais).
O tipo de conhecimento que no implica contradio
so as questes de facto, que se baseiam nos
conhecimentos a posteriori. Estes, justificam-se atravs
da experincia sensvel (impresses); No so
proposies que so necessrias, mas sim contingentes
pois podem ser falsas (neg-las no implica contradio).
Causalidade e conexo
necessria
A ordem das nossas ideias assentam em princpios que permitem uni-las
ePrincpios
associ-las
da associao de
ideias
Exemplos
Semelhana
Contiguidade no tempo e no
espao
Crtica de Hume
MAS quando dizemos que, acontecendo A, sempre acontecer B ,
estamos a falar de um facto futuro, que ainda no aconteceu.
aqui que Hume diz que ultrapassamos o que a experincia
(nica fonte de verdade dos conhecimentos de facto) nos permite
Para Hume, o conhecimento dos factos reduz-se s impresses
atuais e passadas. No podemos ter conhecimento de factos
futuros porque no podemos ter quaisquer impresso sensvel ou
experincia do que ainda no aconteceu.
NO TEMOS QUAISQUER IMPRESSO SENSVEL DA IDEIA DE
CAUSALIDADE
A relao entre a causa e o efeito trata-se de um conhecimento a
posteriori e no a priori.
A nica coisa que percecionamos que entre 2 fenmenos se
verifica uma conjuno constante: um deles ocorre aps o outro
leva-nos a concluir uma conexo necessria entre eles ERRO, na
opinio de Hume.
Crtica de Hume
COMO NASCE ENTO A IDEIA DE UMA CONEXO OU LIGAO NECESSRIA
ENTRE CAUSA E EFEITO?
De tantas vezes observarmos que um corpo dilata aps um determinado
aumento de temperatura acontece que, sempre que vemos acontecer um dado
aumento de temperatura, conclumos devido ao HBITO/COSTUME, que certos
corpos vo dilatar.
Por isso, o nosso conhecimento acerca dos factos futuros no um
conhecimento rigoroso trata-se apenas de uma crena no sentido de suposio
ou de probabilidade.
A crena na ideia de causalidade tem um fundamento no racional. Tal ideia
no deriva da razo mas de fatores psicolgicos - a vontade de que o futuro
seja previsvel e, logo, controlvel.
O ceticismo de Hume no radical. Hume pensa que no podemos deixar de
acreditar na ideia de regularidade constante dos fenmenos porque, sem essa
crena, a vida seria impraticvel. Por isso, o ceticismo de Hume mitigado.
A fico de uma relao causal til no s para a nossa vida quotidiana,
mas tambm nela que se baseiam as cincias naturais/experimentais
importante notar que Hume nunca pretendeu com a sua crtica afirmar
que no h relaes causais no mundo. NO NEGOU O PRINCPIO NO H
EFEITO SEM CAUSA
UNICAMENTE AFIRMOU QUE NO PODEMOS RACIONALMENTE JUSTIFICAR UMA
TAL CRENA
Fazemos previses porque nos habituamos. Temos conceitos enquadrados
na nossa cabea porque nos so teis e costume.
O problema do eu:
Descartes achara indubitvel a existncia do eu pensante intuio imediata
Hume considera que no se deve recorrer a qualquer tipo de intuio para
justificar a existncia do eu como substncia dotada de realidade permanente
(imutvel). S dispomos da intuio de ideias e impresses, nas quais se
verifica a sucesso e a mutabilidade; nenhuma apresenta um carter de
permanncia. A CRENA na identidade, na unidade e na permanncia
apenas um produto da IMAGINAO , no sendo possvel afirmar que existe o
eu como substncia distinta em relao s impresses e s ideias.
O mundo exterior (substncia extensa):
As impresses constituem a nica realidade acerca da qual dispomos de
alguma certeza. S podemos considerar real um hipottico mundo exterior se
as coisas forem independentes das nossas impresses (p.e, uma flor existir
independentemente das impresses que temos dela)
No temos experincia ou impresso de tal realidade exterior. S temos
acesso s nossas percees (impresses e ideias). Logo, afirmar a existncia
de uma realidade que seja a causa das nossas impresses e que seja distinta
delas e exterior a elas algo desprovido de sentido crena injustificvel
So a coerncia e a constncia de certas percees que nos levam a
acreditar que h coisas externas.
O fundacionalismo de Hume
Origem do
conhecimento
Operaes da mente e
ideias
DESCARTES
HUME
A razo a fonte
principal do
conhecimento
racionalismo.
Devidamente guiada
pelo mtodo, a razo
poder alcanar
princpios evidentes,
claros e distintos,
independentes da
experincia.
A experincia a fonte
principal fonte do
conhecimento e todas
as ideias tm uma
origem emprica
empirismo. Deste
modo, tambm as
ideias que conduzem a
preposies evidentes
e necessrias (relaes
de ideias) derivam da
experincia.
No existem ideias
inatas. Todas as ideias
(simples ou complexas)
derivam das
impresses. As
operaes da mente
baseiam-se nos
princpios de
associao de ideias: a
semelhana, a
Descartes adotou um
ceticismo metdico.
Mas, uma vez que
depositava inteira
confiana na razo,
poder ser enquadrado,
no que se refere
possibilidade do
conhecimento, no
mbito do dogmatismo.
Perspetivas Metafsicas
O fundamento do
conhecimento encontrase na experincia, mais
propriamente nas
impresses dos
Conhecimento vulgar e
conhecimento emprico
Senso Comum
O primeiro nvel de conhecimento, que comum a todos os
seres humano, designa-se por senso comum ou conhecimento
vulgar.
Este formado essencialmente a partir da apreenso sensorial
espontnea e imediata; no decorre de investigaes apoiadas em
testes nem resultados experimentais; no disciplinar e imetdico.
O senso comum um tipo de conhecimento superficial e pouco
ou nada aprofundado. com base neste tipo de conhecimento que
resolvemos os problemas do dia a dia; surge espontaneamente.
Senso comum conjunto de crenas e opinies subjetivas,
suposies, pressentimentos, preconceitos e ideias feitas (que se
traduzem num conhecimento superficial e, por vezes, errneo da
realidade).
Conhecimento cientfico
O conhecimento cientfico representa um nvel mais
aprofundado do conhecimento.
Baseia-se em pesquisas e investigaes apoiadas em
procedimentos (mtodos) coerentes e consistentes; faz-se
acompanhar de instrumentos de medida; implica a construo de
conceitos e teorias e o recurso a uma linguagem prpria (procura
descrever, explicar e prever os fenmenos); a linguagem
especfica e rigorosa e resulta de uma atitude diferente face ao
real.
Senso
comum
Diversidad
e emprica
(experinc
ia)
Cincia
Ordena
o da
diversida
de
emprica
Classifica
o
Ordena
o
Organiza
o
Conhecimento vulgar
Conhecimento cientfico
Tipo de conhecimento
superficial, que no
especializado em qualquer
domnio, mas que apresenta
respostas imediatas e
funcionais com vista
resoluo dos problemas do
dia a dia.
Tipo de conhecimento
aprofundado e especializado
em diferentes domnios,
desde o mundo fsico e
natural ao humano e social,
que constri explicaes dos
fenmenos tendo por base
uma organizao terica e
um mtodo.
Conhecimento cientfico
Procura ser
objetivo
Resulta de um
mtodo
especfico
Resulta da
formulao de
hipteses
preditivo
Prev a ocorrncia de novos fenmenos
Existem
cincias:
Formais: estudam conceitos, estruturas e processos puramente lgicos,
revisvel
Encontra-se sujeito a correes e a alteraes
abstratos e simblicos
(lgica, matemtica)
provisrio
Mantm-se como aceitvel at surgir outra teoria
Empricas:
Naturais estudam
os factos
mais
eficaz eeacontecimentos
mais prxima caractersticos
da verdade da
natureza ou experimentais (biologia, qumica,)
Sociais e humanas estudam factos e acontecimentos caractersticos da
vida social e humana
(sociologia, histria,)
Validade e verificabilidade
O mtodo cientfico tem um carter metdico, o que permite
das
hipteses
demarcar a cincia de outros modos de conhecer o real.
O mtodo em cincia corresponde ao conjunto de
procedimentos, orientados por um conjunto de regras, que
estabelecem a ordem das operaes a realizar com vista a atingir
um determinado resultado.
Operaes fundamentais do
1. Observao dos fenmenos
(pgina
195: 3)
mtodo
indutivo
O cientista observa os factos/fenmenos vrias vezes e regista-os
de forma sistematizada para procurar explic-los, encontrar as
suas causas. Tudo definido com rigor de modo a proporcionar a
medio, a anlise do maior nmero de casos possveis. A
observao neutra, imparcial, objetiva porque o cientista no se
deixa influenciar por quaisquer factos, ideias, teorias ou
expetativas.
2. Descoberta da relao entre os fenmenos (Formulao de
hipteses)
A hiptese uma explicao provisria do fenmeno/facto,
traduzindo a relao entre os fenmenos observados.
3. Generalizao da relao (Experimentao)
A hiptese ter de ser testada (experimentao). Confirmada* a
hiptese e recorrendo ao raciocnio indutivo, verifica-se que a
relao encontrada entre os fenmenos pode ocorrer em novos
*Caso
hiptese no,sendo
seja confirmada
que procurar-se
uma em
nova
casosasemelhantes
a hiptese ter
generalizada
e traduzida
hiptese
e voltar
a repetir-se
todo o processo
leis ou novas
teorias
cientficas.
Na base deste processo est a induo o cientista parte de
Oenunciados
raciocnio indutivo
a chave
para a para
descoberta
e justificao
sobre casos
particulares
um enunciado
geral. das
Experimenta
o
fundamental para que se possa verificar e confirmar se as
relaes estabelecidas so aplicveis a fenmenos
semelhantes
ENUNCIADOS DO INDUTIVISMO
Princpio da induo - H uma forma de, a partir da
acumulao de fatos singulares, inferir enunciados
universais
Princpio da acumulao O conhecimento cientfico o
resultado de factos bem estabelecidos, a que
progressivamente se acrescentaram outros sem alterao
daqueles
Princpio de confirmao Articula a plausibilidade das
leis como nmero de instncias a que o fenmeno a que se
refere a lei foi submetida
O critrio da
Verificar uma dada hiptese
O passoverificabilidade
necessrio para assegurar os resultados das
investigao mas
Ser isto suficiente para garantir que aquela hiptese se
trata de
facto de uma (boa) hiptese ou teoria cientfica?
Problema da demarcao critrio que permite demarcar o
conhecimento cientfico de outros tipos de conhecimento
Filsofos neopositivistas
consideravam
a
verificao
(emprica) o critrio
para distinguir o que
cientfico do que no
.
Uma proposio
empiricamente
verificvel se for possvel
determinar, atravs da
observao, o seu valor
de verdade.
o
critrio
de
verificabilidade: uma teoria
cientfica se for possvel
verificar empiricamente
(atravs da experincia)
aquilo que ela prope
H cisnes negros cientfica
porque pode ser verificada pela
observao
H anjos negros no se pode
verificar empiricamente o que ela
Critrio da verificabilidade
Resposta da stora
pgina 196: 1
Crticas ao indutivismo
1) A observao no o ponto de partida do mtodo cientfico
e, ainda que o cientista recorra observao, ela no
totalmente neutra e isenta.
Princpio da
Decorre do hbito
nenhum raciocnio
uniformidade
princpio pode garantir
concluso
Popper mtodo
hipottico-dedutivo
oudas
conjetural
decorrentes
das nossas
expectativas ou
teorias j existentes. O
cientista ter de formular uma hiptese sugestiva (ou conjetura) que
possa candidatar-se a explic-lo. A formulao de hipteses
corresponde a um momento criativo da atividade cientfica, associado
intuio e imaginao. A hiptese no surge indutivamente da
observao; ela resulta de um raciocnio abdutivo (raciocnio criativo)
Uma hiptese uma explicao provisria de um dado fenmeno que
exige comprovao
2 Deduo das consequncias
Formulada
a
hiptese,
so
deduzidas
as
suas
principais
consequncias. O cientista procura prever o que pode acontecer se a
sua hiptese ou conjetura for verdadeira.
3 - Experimentao
conjeturas:
preciso critic-las,
tentar refut-las,
isto , procurar
teoria
corroborada
no foi invalidada)
seus
pontos
fracos, (ainda
submet-las
a testes (rigorosos), proceder a
Se
no
for
validada,
teremos
de
a erros
abandonar
ou de
a reformular
tentativas de falsificao (procurar os
ou pontos
fracos)
teoria refutada
Mtodo indutivo - critrio da verificabilidade ou da confirmao
Critrio da
Popper rejeita o critrio da verificabilidade. Para este, as teorias cientficas
no so empiricamente
verificveis.
falsificabilidade
No a verificao emprica de uma dada hiptese que permitir garantir a
sua validade. Para que ela venha a ser considerada credvel, preciso procurar
refut-la, isto , falsific-la. Por isso, Popper prope o critrio da
falsificabilidade. Este critrio determina que uma hiptese cientfica se, e s
se, for falsificvel, isto , se for passvel de ser submetida a testes ou
confrontada com a experincia e refutvel atravs de dados empricos.
Uma teoria cientfica que resistiu tentativa de refutao (teoria
corroborada) pode sempre vir a ser derrubada. Da resulta o carter conjetural
do mtodo cientfico.
A confrontao da teoria com a experincia importante, no para
confirm-la, mas para permitir testar a resistncia que tem face s tentativas
empreendidas para a enfraquecer, refutar, numa palavra, falsificar. Nesta
medida, Popper entende o teste experimental como a procura de fenmenos
que possam invalidar a hiptese. Uma teoria cientfica vlida enquanto for
resistindo tentativa de a falsificar empiricamente e tanto mais forte quanto
mais resistir.
Todos os cisnes so brancos
Procurar cisnes
brancos para
confirmar/verificar
MTODO INDUTIVO