Propriedades Mecanicas

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 70

PROPRIEDADES

MECÂNICAS
PROPRIEDADES MECÂNICAS
POR QUÊ ESTUDAR?
A determinação e/ou conhecimento das
propriedades mecânicas é muito importante para
a escolha do material para uma determinada
aplicação, bem como para o projeto e fabricação
do componente.
As propriedades mecânicas definem o
comportamento do material quando sujeitos à
esforços mecânicos, pois estas estão relacionadas
à capacidade do material de resistir ou transmitir
estes esforços aplicados sem romper e sem se
deformar de forma incontrolável.
PRINCIPAIS PROPRIEDADES MECÂNICAS
Resistência à tração
Elasticidade
Ductilidade
Fluência
Fadiga
Dureza
Tenacidade,....

Cada uma dessas propriedades está


associada à habilidade do material de resistir
às forças mecânicas e/ou de transmiti-las
PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS

Resiliência: propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à


forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.
TIPOS DE TENSÕES QUE UMA
ESTRUTURA ESTA SUJEITA

Tração
Compressão
Cisalhamento
Torção
COMO DETERMINAR AS PROPRIEDADES
MECÂNICAS?

A determinação das propriedades mecânicas é


feita através de ensaios mecânicos.
Utiliza-se normalmente corpos de prova (amostra
representativa do material) para o ensaio
mecânico, já que por razões técnicas e econômicas
não é praticável realizar o ensaio na própria peça,
que seria o ideal.
Geralmente, usam-se normas técnicas para o
procedimento das medidas e confecção do corpo
de prova para garantir que os resultados sejam
comparáveis.
NORMAS TÉCNICAS
As normas técnicas mais comuns são elaboradas
pelas:

ASTM (American Society for Testing and


Materials)
ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas)
TESTES MAIS COMUNS PARA SE
DETERMINAR AS PROPRIEDADES
MECÂNICAS DOS METAIS

Resistência à tração (+ comum, determina a elongação)


Resistência à compressão
Resistência à torção
Resistência ao choque
Resistência ao desgaste
Resistência à fadiga
Dureza
Etc...
CLASSIFICAÇÃO DOS ENSAIOS
MECÂNICOS
Propriedades mecânicas

13
RESISTÊNCIA À TRAÇÃO
É medida submetendo-se
o material à uma carga
ou força de tração,
paulatinamente
crescente, que promove
uma deformação
progressiva de aumento
de comprimento
NBR-6152 para metais
ESQUEMA DE MÁQUINA PARA
ENSAIO DE TRAÇÃO
PARTES BÁSICAS

Sistema de aplicação de carga


dispositivo para prender o corpo de prova
Sensores que permitam medir a tensão aplicada e
a deformação promovida (extensiômetro)
Ensaios mecânicos: permitem quantificar as propriedades mecânicas
RESITÊNCIA À TRAÇÃO
TENSÃO (σ) X DEFORMAÇÃO (ε)

σ = F/Ao Kgf/cm2 ou Kgf/mm2 ou


N/ mm2
Área inicial da seção reta transversal
Força ou carga

Como efeito da aplicação de uma


tensão tem-se a deformação (variação
dimensional).
A deformação pode Deformação(ε)= lf-
ser expressa: lo/lo= ∆l/lo
•O número de milímetrosa de
deformação por milímetros de
lo= comprimento inicial
comprimento
• O comprimento deformado lf= comprimento final
como uma percentagem do
comprimento original
A DEFORMAÇÃO PODE SER:

Elástica
Plástica
Diagrama Tensão x Deformação
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA E PLÁSTICA
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
Prescede à deformação É provocada por tensões
plástica que ultrapassam o limite
É reversível de elasticidade
Desaparece quando a É irreversível porque é
tensão é removida resultado do deslocamento
É praticamente permanente dos átomos e
proporcional à tensão portanto não desaparece
aplicada (obedece a lei de Hooke) quando a tensão é
removida

Plástica
Elástica
Módulo de elasticidade ou
Módulo de Young
E= σ/ ε =Kgf/mm2

• É o quociente entre a tensão


aplicada e a deformação elástica
resultante. A lei de Hooke só
P é válida até este
ponto
•Está relacionado com a rigidez
do material ou à resist. à
deformação elástica Tg α= E
•Está relacionado α
diretamente com as forças
das ligações interatômicas
Lei de Hooke: σ=Eε
Módulo de Elasticidade
para alguns metais
Quanto maior o módulo de elasticidade mais
rígido é o material ou menor é a sua deformação
elástica quando aplicada uma dada tensão
MÓDULO DE ELASTICIDADE
[E]
GPa 106 Psi
Magnésio 45 6.5
AlumÍnio 69 10
Latão 97 14
Titânio 107 15.5
Cobre 110 16
Níquel 204 30
Aço 207 30
Tungstênio 407 59
COMPORTAMENTO NÃO-LINEAR
Alguns metais como
ferro fundido
cinzento, concreto e
muitos polímeros
apresentam um
comportamento não
linear na parte
elástica da curva
tensão x deformação
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE MÓDULO
DE ELASTICIDADE
Como consequência do módulo de elasticidade estar
diretamente relacionado com as forças interatômicas:
Os materiais cerâmicos tem alto módulo de elasticidade,
enquanto os materiais poliméricos tem baixo
Com o aumento da temperatura o módulo de elasticidade
diminui
Comportamento dos metais quando
submetidos à tração

Resistência à tração

Dentro de certos limites,


a deformação é proporcional

à tensão (a lei de Hooke é

obedecida)

Lei de Hooke: σ = E ε
ANISOTROPIA NO MÓDULO DE
ELASTICIDADE
• em material monocristalino o módulo de
elasticidade depende da direção de
aplicação da tensão nos eixos
cristalográficos, pois a interação atômica
varia com a direção.
• Neste caso especifica-se as constantes elásticas
Fratura dúctil e frágil
• Fratura dúctil

o material deforma-se substancialmente antes de fraturar.

O processo desenvolve-se de forma relativamente lenta à


medida que a fenda se propaga.

Este tipo de fenda é denominado estável porque ela para


de se propagar a menos que haja uma aumento da tensão
aplicada no material.
Fratura
Fratura frágil
O material deforma-se pouco, antes de fraturar.
O processo de propagação da fenda pode ser muito
veloz, gerando situações catastróficas.
A partir de um certo ponto, a fenda é dita instável porque
se propagará mesmo sem aumento da tensão aplicada
sobre o material.
• Dúctil - a deformação plástica continua até uma
redução na área para posterior ruptura

• Frágil - não ocorre deformação plástica, requer


endo menos energia que a fratura dúctil qu
e consome energia para o movimento d
e discordâncias e imperfeições no material

O tipo de fratura que ocorre em um dado material depende


da temperatura

33
Fratura frágil

Fraturas dúcteis

34
O COEFICIENTE DE
POISSON PARA ELONGAÇÃO
OU COMPRESSÃO
• Qualquer
elongação ou
compressão de
uma estrutura
cristalina em
uma direção,
causada por
uma força
uniaxial, produz
um
ajustamento z
nas dimensões
perpendiculares
à direção da
força x
MÓDULO DE CISALHAMENTO
É conhecido também como módulo de elasticidade
transversal.
FORÇAS DE COMPRESSÃO, CISALHAMENTO
E TORÇÃO

O comportamento elástico também é observado


quando forças compressivas, tensões de
cisalhamento ou de torção são impostas ao
material
O FENÔMENO DE
ESCOAMENTO

Esse fenômeno é nitidamente observado em


alguns metais de natureza dúctil, como aços
baixo teor de carbono.
Caracteriza-se por um grande alongamento
sem acréscimo de carga.
OUTRAS INFORMAÇÕES QUE PODEM
SER OBTIDAS DAS CURVAS
TENSÃOXDEFORMAÇÃO
Escoamen
Tensão de escoamento to
σy= tensão de escoamento
(corresponde a tensão máxima
relacionada com o fenômeno de
escoamento)

• De acordo com a curva “a”, onde não


observa-se nitidamente o fenômeno de
escoamento
•Alguns aços e outros materiais exibem o
comportamento da curva “b”, ou seja, o limite
de escoamento é bem definido (o material
escoa- deforma-se plasticamente-sem
praticamente aumento da tensão). Neste
caso, geralmente a tensão de escoamento
corresponde à tensão máxima verificada
durante a fase de escoamento
Não ocorre escoamento
propriamente dito
LIMITE DE ESCOAMENTO

quando não observa-se


nitidamente o fenômeno
de escoamento, a tensão de
escoamento corresponde
à tensão necessária para promover
uma deformação permanente de
0,2% ou outro valor especificado
(obtido pelo método gráfico
indicado na fig. Ao lado)
OUTRAS INFORMAÇÕES QUE PODEM
SER OBTIDAS DAS CURVAS
TENSÃOXDEFORMAÇÃO

Resistência à Tração
(Kgf/mm2)
Corresponde à tensão
máxima aplicada ao
material antes da
ruptura

É calculada dividindo-
se a carga máxima
suportada pelo material
pela área de seção reta
inicial
OUTRAS INFORMAÇÕES QUE PODEM
SER OBTIDAS DAS CURVAS
TENSÃOXDEFORMAÇÃO

Tensão de Ruptura
(Kgf/mm2)
Corresponde à tensão
que promove a ruptura
do material
O limite de ruptura é
geralmente inferior ao
limite de resistência em
virtude de que a área
da seção reta para um
material dúctil reduz-
se antes da ruptura
Outras informações que podem ser obtidas das
curvas tensão x deformação

Ductilidade em termos de
alongamento
Corresponde ao
alongamento total
do material devido
à deformação
plástica
%alongamento= ductilidade

(lf-lo/lo)x100
onde lo e lf correspondem ao
comprimento inicial e final
(após a ruptura),
respectivamente
Ductilidade expressa
como alongamento
Como a
deformação final é
localizada, o valor
da elongação só
tem significado se
indicado o
comprimento de
medida
Ex: Alongamento:
30% em 50mm
Ductilidade expressa
como estricção
Corresponde à redução na área da
seção reta do corpo, imediatamente
antes da ruptura
Os materiais dúcteis sofrem grande
redução na área da seção reta antes
da ruptura
Estricção= área inicial-área final
área inicial
OUTRAS INFORMAÇÕES QUE PODEM
SER OBTIDAS DAS CURVAS
TENSÃOXDEFORMAÇÃO

Resiliência
Corresponde à capacidade do
material de absorver energia
quando este é deformado
elasticamente
σesc
A propriedade associada é dada
pelo módulo de resiliência (Ur)
Ur= σesc2/2E

Materiais resilientes são aqueles


que têm alto limite de
elasticidade e baixo módulo de
elasticidade (como os materiais
utilizados para molas)
Outras informações que
podem ser obtidas das
curvas tensãoxdeformação

Tenacidade

Corresponde à
capacidade do tenacidade
material de
absorver energia
até sua ruptura
Algumas propriedades
mecânicas para alguns
metais
VARIAÇÃO DA
PROPRIEDADES MECÂNICAS
COM A TEMPERATURA
TENSÃO E DEFORMAÇÃO REAIS OU
VERDADEIRAS

A curva de tensão x deformação


convencional, estudada
anteriormente, não apresenta
uma informação real das
características tensão e
deformação porque se baseia
somente nas características
dimensionais originais do corpo
de prova ou amostra e que na
verdade são continuamente
alteradas durante o ensaio.
TENSÃO E DEFORMAÇÃO REAIS

TENSÃO REAL (σr) DEFORMAÇÃO REAL (εr)

σr = F/Ai d ε r = dl/l
ε r = ln li/lo
onde Ai é a área da
seção transversal Se não há variação de
instantânea (m2) volume
Ai.li = Ao.lo
ε r = ln Ai/Ao
Propriedades Mecânicas
resistência à tração e compressão;
resistência a flexão transversal;
resistência ao impacto;
resistência à fadiga, à fluência;
dureza;
plasticidade/ductilidade e
tenacidade;

Cada uma dessas propriedades


está associada à habilidade do
material de resistir às forças
mecânicas e/ou de transmiti-las
53
ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES

Para determinar as propriedades de um material


são realizados ensaios específicos para a cada
propriedade. O procedimento de cada ensaio é
descrito em normais técnicas nacionais e
internacionais como:
ISO – International Standard Organization;
ABNT- Associação Brasileira de Normas
Técnicas;
DIN - Deutsche Industrie Normen;
ASTM – Automotive Society for Testing
Materials

54
ENSAIOS PARA DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES

A geometria das amostras a serem


ensaiadas (chamados corpos de prova)
e as condições técnicas de condução
de cada ensaio são descritas nas
normas técnicas.

Exemplo: Resistência à tração → é obtida através


do chamado ensaio de tração (tensile test).

55
ENSAIO DE TRAÇÃO

Consiste na separação do material em 2 ou


mais partes devido à aplicação de uma carga
estática à temperaturas relativamente baixas
em relação ao ponto de fusão do material

56
ENSAIO DE TRAÇÃO A0

L0

corpo de prova
estricção antes do ensaio

corpo de prova
após ensaio

L
f

σ
Tensão de Tração = F/A (dada em N/mm2)
57
ENSAIO DE TRAÇÃO

58
ENSAIO DE TRAÇÃO

Corpo de prova

59
ENSAIO DE TRAÇÃO

60
Curva tensão x deformação
Curva tensão x deformação para aços
Fragilidade, Ductilidade e Tenacidade

σ
Tensão σ
Tensão σ
Tensão

Material
cerâmico
: Metal
comportamento
frágil

Metaldúctil

çãoε
Deforma çãoε
Deforma çãoε
Deforma
ENSAIO DE DUREZA
ENSAIO DE DUREZA

Para a engenharia de materiais e a


metalurgia, dureza é a resistência do
material à deformação plástica localizada;
Q

O ensaio de dureza:
Aplica-se uma carga Q
através de um penetrador e
mede-se o tamanho da
marca de deformação
Material a ser ensaiado
deixada pelo mesmo
(impressão de dureza).
ENSAIO DE DUREZA

A dureza do penetrador deve ser maior


do que a da amostra a ser ensaiada

Materiais mais duros são mais


resistentes a deformação plástica e
deixam uma impressão menor

Material B
Material A com dureza
maior do que
68
o material A
ENSAIO DE IMPACTO

69
ENSAIO DE IMPACTO

Martelo Charpy

hi

hf

A diferença entre a altura hi e hf está


correlacionada com a perda da energia do
martelo gasta para romper o corpo de prova.

Você também pode gostar