Unidade 5 27012015
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Unidade 5 27012015
Objetivo do capítulo
Neste capítulo, compreenderemos como o trabalho social pode apoiar os beneficiários dos
Programas Habitacionais na realização do planejamento e na gestão do orçamento familiar, a
nova habitação e os possíveis custos envolvidos. Além disso, aprenderemos as alternativas
para o desenvolvimento socioeconômico e as experiências de financiamento e poupança
comunitários, envolvendo bancos populares e microcrédito.
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1. Introdução
O sonho de ser feliz, de ter um emprego, de gerenciar o orçamento familiar para adquirir a casa
própria são elementos pertencentes às aspirações de muitas pessoas, independentemente do nível de
renda. No entanto, entre o sonho e a realidade há desafios a serem superados e oportunidades que não
devem ser desperdiçadas.
Para aproveitar as oportunidades e não transformar “o sonho em um pesadelo”, é preciso
planejamento, e ter sempre em mente que planejar não é algo estático, que não pode ser mudado, uma
vez planejado. É importante estar ciente sobre a possibilidade de mudar os planos, caso seja necessário, o
fundamental é que tudo esteja organizado.
Por isso, o objetivo deste capítulo é ajudar os participantes a compreenderem que uma das razões para
que as famílias não honrem com o valor mensal da prestação está relacionada ao papel do agente de
crédito ou técnico social no momento de seleção, cadastro, avaliação e acompanhamento (monitoramento)
das famílias atendidas. Dessa forma, este material foi desenvolvido com o objetivo de auxiliá-lo nessa
empreitada. Ao final deste capítulo, você compreenderá os fundamentos práticos do Planejamento do
Orçamento Familiar e como essa ferramenta poderá ser útil no acompanhamento às famílias atendidas por
programas de crédito habitacional.
Saiba Mais
É muito provável que em sua experiência haja encontrado situações semelhantes ao caso que o
convidamos a conhecer a seguir:
Eliseu é assistente social na ONG Educar para Construir (EDPC). A última família para a qual aprovou um
crédito, com recursos do programa do Governo Federal Minha Casa Minha Vida, para a construção de
moradia, foi à família Pacheco. Nos primeiros meses não houve problemas com o pagamento. Porém, há
dois meses eles vêm atrasando os pagamentos.
Foram realizadas visitas para conhecer o motivo do atraso e o que se descobriu com os depoimentos
foi:
Hummm... agora que saímos da comunidade Fogo Cruzado, encontramos o paraíso. O pessoal
do Educar para Construir (EDPC) é gente boa. Eles nos dão casas e não nos pressionam com o
pagamento. Além disso, acho que eles têm obrigação de ajudar os mais pobres, afinal de contas,
esse dinheiro vem do governo, e se é do governo é de todos. Não vejo a hora de amanhã,
segunda-feira, ir lá no banco pra vê esse negócio de cartão pra deixar a casa melhor.
Tchê!... se a casa já está construída pra que vamos nos preocupar? Tu não sabes que vamos
passar o carnaval lá em Pernambuco? Precisamos juntar dinheiro, há outros gastos mais
urgentes!!!!
A visita feita à família e as perguntas feitas aos vizinhos nos levam a supor que:
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a família Pacheco comemorou os cinco aninhos de sua filha e, há dois meses, financiaram um carro em
prestações de 60 meses;
outras dez famílias do condomínio também não estão pagando seu crédito com a EDPC e nada
aconteceu por conta disso;
nos últimos dois meses a família não havia sido visitada ou contatada por qualquer membro
(funcionário ou voluntário) da EDPC.
Além disso,
analisando os arquivos da ONG, Eliseu encontrou um documento de respaldo do crédito contraído pelo
mutuário (contrato), mas o nome e o número de identificação do mutuário (CPF) não foram escritos
corretamente.
Chat:
Quais as causas de inadimplência da família Pacheco?
Qual a relação entre a inadimplência e a ideia (compreensão) que uma família possui sobre o papel
de um agente financeiro público ou da sociedade civil?
Se você fosse o Eliseu, o que você faria para atender e corrigir essa situação?
2. O que é crédito?
Nesta seção, você conhecerá o que é o crédito e seus fundamentos iniciais. Perceberá também a
importância do planejamento do orçamento familiar para a manutenção dos compromissos financeiros.
Ao falar em crédito, é comum associar, de imediato, ao dinheiro que se obtém por meio de um
empréstimo: taxas de juros, dívidas, bancos, entre outros.
A palavra crédito vem do latim “credere”, que significa: ter fé, confiar. Segundo o Dicionário Houaiss da
Língua Portuguesa, o crédito é: previsão de dinheiro ou mercadorias, disponível em tempo relativamente
curto em um banco ou outro estabelecimento do gênero e que se tem de reembolsar dentro do prazo
combinado.
A base do crédito, como seu nome já diz, é a confiança. Sem ela, não existe crédito. Por isso é
importante a forma que cada um administra seu crédito, ou seja, a responsabilidade do devedor em
assumir sua obrigação de pagar.
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POSSA EXPLICAR DE FORMA NÍTIDA, CRIANDO UMA RELAÇÃO DE CONFIANÇA MÚTUA ENTRE A
ORGANIZAÇÃO CONCEDENTE E A FAMÍLIA ATENDIDA.
TODA DOCUMENTAÇÃO DO “CLIENTE” (RG, CPF, COMPROVANTE DE RENDA E RESIDÊNCIA, ENTRE
OUTROS) DEVE ESTAR ATUALIZADA, PREFERENCIALMENTE, AUTENTICADA EM CARTÓRIO E,
ANEXADA À FICHA CADASTRAL, NA QUAL ESTÃO OS DADOS PESSOAIS E ALGUMAS
INFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS DA FAMÍLIA. NA FICHA CADASTRAL DEVE CONSTAR
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS LEGAIS DA FAMÍLIA.
REALIZAR OFICINAS DE CAPACITAÇÃO ÀS FAMÍLIAS ANTES E DURANTE A CONCESSÃO DO
CRÉDITO, ENVOLVENDO TEMÁTICAS COMO: CRÉDITO, CONFIANÇA, ADMINISTRAÇÃO DE
CONDOMÍNIO, FINANÇAS FAMILIARES ETC., CONSTITUI UMA DAS ESTRATÉGIAS RECOMENDADAS
PARA UMA BOA SAÚDE NAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO.
No próximo tópico, serão apresentados alguns conceitos que ajudarão o técnico do trabalho social no
momento de elaborar o seu planejamento com as famílias beneficiárias.
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Exemplos: o crédito com a CAIXA e a Educar para Construir (EDPC) são investimentos que farão parte do
patrimônio familiar – uma casa digna, segura e econômica.
elevação no valor agregado do terreno, uma vez que este se valoriza com o suceder dos anos;
qualidade de vida por meio de uma moradia digna, segura e econômica;
melhores relações com as operações coletivas de financiamento;
o crédito habitacional requer investimentos em infraestrutura, saneamento, equipamentos sociais
comunitários, agregando valor, também, à moradia.
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2.2.1. Dinâmica A: discutir o conceito de “crédito” e identificar por que as pessoas
fazem empréstimos.*
*Tempo estimado para a atividade: 10 minutos
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3. Microfinanças para habitação: uma
oportunidade que merece o nosso crédito
A primeira experiência moderna de microcrédito no Brasil ocorreu em 1973, nas cidades de Recife e
Salvador através do programa União Nordestina de Assistência a Pequenas Organizações (UNO).
A UNO tinha como público-alvo o setor informal urbano da economia, atuando com crédito e
capacitação de pequenos empreendedores. Um dos desafios da UNO era provar a viabilidade de conceder
empréstimos (microcrédito) para as pessoas que desenvolvessem alguma atividade por conta própria. Seria
concedido ao trabalhador autônomo um tipo de crédito diferenciado das linhas formais existentes.
As exigências e as burocracias do programa UNO eram formuladas de acordo com o perfil e
características dos pequenos empreendimentos, majoritariamente informais.
Com a liberação dos pequenos empréstimos nas unidades produtivas, ou seja, nos pequenos negócios,
uma equipe de técnicos e consultores do programa UNO, acompanhava o processo de utilização dos
recursos financeiros, orientando o pequeno empreendedor na melhor forma de aplicação do crédito.
Os técnicos da UNO, em seus acompanhamentos, não adotavam a postura de fiscalização. Ao contrário,
eram facilitadores do conhecimento de gestão empresarial, que proporcionava um impacto positivo nas
atividades empreendedoras, o que possibilitava ao trabalhador, por conta própria, demandante dos
recursos, honrar com os seus compromissos financeiros e desenvolver a sua atividade produtiva. Tal ação
resultava, também, na promoção e melhoraria da qualidade de vida dos trabalhadores autônomos2 .
2
Informações encontradas em: DANTAS, Valdi. Tecnologia do Microcrédito. Brasília, DF: FENAP, 1999.
Em 1976 surge o Grameen Bank, o maior banco do mundo especializado em microcrédito e foi
concebido pelo professor bengalês Muhammad Yunus3, visando a erradicar a pobreza no mundo.
3
Texto baseado no livro: YUNUS, Muhammad. O Banqueiro dos Pobres. São Paulo: Ática, 2000.
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As microfinanças correspondem a uma metodologia que envolve subsídio, serviços financeiros e não
financeiros aos mais pobres, visando à promoção do desenvolvimento comunitário local, por meio do apoio
e da criação de pequenos empreendimentos produtivos assim como a viabilidade de construção e reformas
de moradia simples, digna e de baixo custo.
Dessa forma, tão importante quanto o crédito concedido é a organização do orçamento familiar para
conseguir pagar as prestações de forma pontual. Adiante, perceberemos o planejamento do orçamento
familiar como uma ferramenta poderosa para controle financeiro.
Lembre-se
O conceito de crédito vai além do dinheiro em espécie, por exemplo: uma compra a prazo em uma loja
é também um crédito, as contas dos serviços públicos, aluguel de uma casa, pedir fiado em um bar ou
mercearia etc. Um dos riscos ao assumir um crédito é o de acumular muitas dívidas sem poder saudá-las
mais tarde. Corremos esse risco especialmente quando as dívidas decorrentes da aquisição dos bens
desejados dificultam o pagamento dos gastos necessários. Isso gera problemas financeiros para a família,
instabilidade e a perda da credibilidade. Ao assumir um crédito, nos tornamos responsáveis por fazer bom
uso do mesmo para que este seja uma ajuda e não um problema.
Custo: o crédito não é gratuito, ele tem um custo e, em alguns casos, os custos podem aumentar
significativamente ao longo do tempo, inclusive, muito acima do valor inicial. Antes de contratar um
empréstimo ou crédito é necessário verificar a capacidade de pagamento: Você pode realmente pagar a
dívida sem prejudicar outras responsabilidades? Por melhor que seja a oportunidade de adquirir um bem,
se você não tem condições de pagar a dívida, é melhor deixar passar a oportunidade. Por isso, não se
esqueça de levar em consideração que antes de conceder ou elaborar uma linha de crédito é necessário
definir e identificar o público-alvo.
4. Orçamento familiar
Na Introdução, observamos que a família Pacheco, após ter recebido as chaves da sua residência,
estava priorizando outros gastos como: viagem, veículos, entre outros. No entanto, para que essa família
possa decidir entre lazer e investimento, faz-se necessário o uso do Planejamento Financeiro.
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Com o Planejamento Financeiro é possível:
decidir quais são as prioridades de gastos para o futuro;
disciplinar os gastos e a poupança;
controlar o impulso para consumo;
ajudar as famílias a terem mais confiança quanto as suas finanças.
As palavras-chave no Planejamento Financeiro são: renda e despesas. A renda corresponde a todo o
dinheiro que uma determinada pessoa ou família obtém por meio do seu trabalho, ajuda de parentes ou
governo (a exemplo, Bolsa Família).
Ao realizar o Planejamento Financeiro, é recomendável observar se a renda mensal é fixa ou
esporádica. O ideal é ser conservador, ou seja, contabilizar os valores recorrentes, e não os eventuais.
Por outro lado, as despesas são os gastos, isso inclui: a prestação da casa, a taxa do condomínio, a
energia elétrica, a água, o IPTU, a taxa de Bombeiro, a alimentação, o plano de saúde, a escola, entre outros.
No caso das despesas, devemos registrar todas as fixas e as variáveis ou eventuais.
Figura 1 - Esta é a família Diniz. Eles estão realizando o Planejamento Financeiro Familiar.
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Sobre quais despesas a família Diniz está pensando?
Diga:
Por favor, deem suas ideias e eu irei mostrar uma figura dessa despesa – cada uma em um cartão
diferente. Se uma ideia já tiver sido mencionada, por favor, sugiram uma ideia diferente.
À medida que os participantes forem contribuindo com ideias, afixe o cartão com a palavra ou imagem
apropriada relativa à despesa comum em torno da figura da família Diniz.
Classifique as despesas em grupo. Sugestão:
Tabela 1 - Despesas
Fonte: Autor
Diga:
Deem uma olhada novamente nessas despesas.
Que sugestões vocês têm para compor a tabela de despesas mensal da família Diniz?
Resuma as ideias deles e diga:
Para uma boa administração do dinheiro, é importante se preparar para despesas que não ocorrem
normalmente. Vocês já mencionaram muitas maneiras para fazer isso, incluindo economizar e adiar
compras até que o dinheiro esteja disponível.
Diga:
Já falamos sobre como a família Diniz gasta seu dinheiro. Agora, vamos falar de onde vem o dinheiro.
De onde vem o dinheiro da família Diniz?
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Rapidamente, escreva cada ideia ou faça um desenho em um cartão, afixando ao lado da figura da
família Diniz na parede. Eis um exemplo ilustrativo. Na prática, as famílias participantes provavelmente irão
sugerir outras fontes de renda.
Peça que os participantes organizem as fontes em grupos similares de renda e reflita sobre a
importância de todos os familiares contribuírem com a renda mensal.
PARA REFLETIR
Orçamento doméstico
Já discutimos sobre despesa e renda. As despesas e a renda são dois componentes fundamentais de um
orçamento. Mas, o que é um orçamento? Podemos defini-lo como um resumo da renda estimada e de
como ela será gasta ao longo de um determinado período..
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Figura 3 - Orçamento
Algumas recomendações são importantes: aluguel e condomínio. Nunca comprometa mais de 1/3
de seu orçamento com esses gastos, e inclua o IPTU nessa conta. Procure sempre pagar em dia para
evitar juros e multas. Vestuário: não compre por impulso. Geralmente muitas compras são feitas sem
necessidade.
Após identificar as principais fontes de despesas4 e receitas da família, é recomendável registrá-las em
uma planilha5. Por exemplo:
4
Obtenha com mais detalhes as dicas de orçamento doméstico em: <http://www.migre.me/gtJvD>.
5
Você encontrará outro exemplo de Planilha para controle do orçamento familiar neste link:
<http://www.migre.me/gtKbM>.
3)
1) Montante 2) Montante
Gastos Essenciais Poupança/Défi
orçado gasto
cit
Moradia
Educação
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3)
1) Montante 2) Montante
Gastos Essenciais Poupança/Défi
orçado gasto
cit
Alimentação
Luz
Água
Telefone
Transporte
Higiene pessoal
Saúde
Roupas e calçados
Outros Gastos
Entretenimento
Refeições fora de
casa
Corte de cabelo
Internet
TV a Cabo
Total
Fonte: Autor
Após o registro de todas as despesas na planilha, deve-se proceder com o registro das rendas.
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Membros da família Montante
TOTAL
Tabela 4 - Semana nº2
TOTAL
Tabela 5 - Semana nº3
TOTAL
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Tabela 6 - Semana nº4
TOTAL
Fonte: Autor
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Diga:
Dirijam-se ao colega ao seu lado e comentem o seguinte:
Mencione algo que você tenha aprendido hoje sobre como cumprir o orçamento e que você
poderá aplicar em casa.
Após alguns minutos, peça para que alguns voluntários compartilhem as ideias deles. Então,
agradeça aos participantes pelo bom trabalho de hoje.
Existem muitas formas de fazer um orçamento. Aqui estão alguns pontos:
quanto mais souber o que as famílias estão ganhando e gastando por um certo tempo, melhor
conseguirão fazer um orçamento;
é preciso definir os objetivos financeiros para orientar as decisões de gastos, poupança e
investimento;
as famílias devem planejar os gastos para atingirem seus objetivos sem ultrapassar suas
capacidades de pagamento;
deixar de fazer pagamentos pode levar à perda de acesso futuro ao crédito;
as multas e os juros sobre pagamentos atrasados aumentam o risco de desequilibrar o
orçamento familiar;
as despesas básicas devem ser atendidas para o bem-estar da família;
lembrem com frequência o quanto planejou gastar;
se a família gastar mais em um item, terá que gastar menos com outro;
ao investir dinheiro nos negócios, considere o que fazer se o investimento não der certo.
PARA REFLETIR
Orçamento
O orçamento familiar é o planejamento das nossas rendas e dos gastos. O orçamento nos ajuda a entender
quanto dinheiro estamos ganhando, para onde ele está indo e como equilibrar nossas rendas e nossos
gastos. É uma ferramenta importante que nos disciplina e permite avaliar se temos capacidade de
pagamento e de economizar para poder investir em metas de longo prazo como, por exemplo, adquirir a
tão sonhada casa!
5. Poupança
No item anterior, foi elaborado um Orçamento Familiar e agora, após aprender a como controlar renda
e despesa, é possível juntar uma pequena poupança, basta conseguir administrar os gastos familiares.
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5.1. Afinal de contas, o que é poupança?
Poupança é:
dinheiro que você separa no presente para ser utilizado no futuro;
uma maneira de construir um patrimônio;
a parte da renda que não é consumida;
o ato de não gastar;
a reserva financeira para imprevistos.
Distribua quatro cartões para cada participante e um pincel atômico. Faça a seguinte pergunta:
O que é poupança?
Quais são três motivos possíveis para as pessoas pouparem?
Escrevam a definição e um motivo em cada cartão em letras grandes.
Quando os participantes tiverem concluído, peça a eles para afixarem os seus “cartões de razões” sobre a
parede.
Se os participantes não souberem ler ou escrever, encoraje-os a expressarem suas ideias através de
desenhos simples ou permita que eles digam as razões e escreva cada uma em um cartão.
PARA REFLETIR
Poupar
A poupança pode ser utilizada como um indicador prévio da capacidade de pagamento das famílias.
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6. Bancos comunitários
Os Bancos Comunitários são serviços financeiros realizados em grupos de pessoas de uma
determinada localidade que se reúnem para, juntas, administrar um crédito. Inicialmente as famílias são
apoiadas por alguma organização que desenvolvem atividades relacionadas ao microcrédito e/ou
economia solidária.
Nessa modalidade de crédito, as pessoas com afinidades comuns se formam em grupos, na perspectiva
de desenvolverem um aval solidário. No entanto, além da responsabilidade conjunta, essas famílias
constituem a poupança, antes da aprovação do crédito.
A poupança, em um Banco Comunitário, possui múltiplas finalidades. Uma delas é a de servir como
fundo de reserva, para situações onde alguém do grupo tenha dificuldade de honrar as suas prestações.
Outra está em “experimentar” se o valor proposto para poupar é compatível com a capacidade de
pagamento das famílias. Isso significa dizer que famílias que apresentarem dificuldade em poupar tendem a
ter maior probabilidade de inadimplência.
7. Referências
ABECS. Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços. Manual do portador de
cartão. Disponível em: <http://www.abecs.org.br/>. Acesso em: 10 ago. 2013.
ACCIÓN. Disponível em: <www.accion.org.br>. Acesso em: 03 set. 2013.
BACEN. Banco Central do Brasil. Programa de Educação Financeira. Disponível em:
<www.bacen.gov.br/?PEF-BC >. Acesso em: 05 set. 2013.
8. Referências complementares
DANTAS, Valdi. Tecnologia do microcrédito. Brasília: Fenape, 1999.
D’AQUINO, Cássia. Educação Financeira: 20 dicas para ajudar você e seu filho. 4. ed. São Paulo: Me Poupe,
2007.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
SILVA JUNIOR, Jeová Torres. Bancos Comunitários e Desenvolvimento Territorial: Analisando as
Singularidades destas Experiências de Microfinanças Solidárias. In: VI Conferência Regional de ISTR para
América Latina y el Caribe. 8 al 11 noviembre de 2007, Salvador, Brasil. Organizan: ISTR y CIAGS/UFBA.
SOARES, Marden Marques; MELO SOBRINHO, Abelardo Duarte de. Microfinanças: o papel do Banco Central
do Brasil e a importância do cooperativismo de crédito. Brasília: Banco Central do Brasil, 2008.
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