Técnicas de Gerenciamento de Financiamentos E Empréstimos
Técnicas de Gerenciamento de Financiamentos E Empréstimos
Técnicas de Gerenciamento de Financiamentos E Empréstimos
MATERIAL DIDÁTICO
TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO
DE FINANCIAMENTOS E
EMPRÉSTIMOS
Impressão
e
Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
UNIDADE 1 – SÉRIES DE PAGAMENTOS APLICADAS A FINANCIAMENTOS 7
1.1 Elementos Fundamentais das Séries de Pagamentos .............................. 7
1.2 Tipos de Séries de Pagamentos Aplicadas no Campo dos
Financiamentos .................................................................................................. 8
1.3 Série de Pagamentos Postecipadas e com Termos Uniformes ................ 9
1.4 Série de Pagamentos Antecipadas com Termos Uniformes ................... 13
1.5 Série de Pagamentos de Termos Vencidos e Termos Variáveis ............ 17
1.6 Teclas Especiais da HP 12C Envolvendo Termos Variáveis .................. 19
1.7 Indicadores Financeiros Aplicados à Gestão de Financiamentos ........... 23
1.8 Valor Presente Líquido como Indicador Relacionado a Rentabilidade de
Projetos............................................................................................................. 25
1.9 Taxa Interna de Retorno (TIR ou IRR) .................................................... 28
UNIDADE 2 – TÉCNICAS DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS .............. 36
2.1 Amortização – Aspectos Introdutórios ..................................................... 36
2.2 Elementos Fundamentais da Amortização .............................................. 38
2.3 Sistema de Amortização Constante (SAC) ............................................. 41
2.4 Cálculos no Sistema de Amortização Constante .................................... 42
2.5 Sistema Francês de Amortização (ou Tabela Price) ............................... 52
2.6 Sistema de Amortização Misto (SAM) ..................................................... 61
2.7 Comparações entre o SAC, SAF e SAM ................................................. 62
2.8 Sistema Americano de Amortização (SAA) ............................................. 65
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 67
3
INTRODUÇÃO
Que todos nós sabemos que o consumidor brasileiro compra por impulso e
sem controle, ou seja, não é novidade que somos consumidores que compramos
de forma exagerada e sem nenhuma prudência. Dessa forma, quando temos a
escassez de recursos temos que nos remeter a um financiamento ou empréstimo,
termo comumente aplicado no âmbito das concessionárias. Cabe ressaltarmos
que nos últimos anos com a abertura de crédito cada vez maior, a indústria
automobilística vendeu uma quantidade considerável de unidades de veículos,
porém no último biênio, tal número está em declínio, exatamente por conta do
momento conturbado em que vivemos.
Sendo assim, é natural notarmos que o conceito de séries de pagamentos
e sistemas de amortização é de fundamental importância para as operações
realizadas ao âmbito do longo prazo em concessionárias e instituições
associadas. Ou seja, no atual momento financeiro brasileiro, as operações de
compra e venda de automóveis e motos, por exemplo, caíram com relação aos
últimos anos, onde tivemos um grande leque de operações neste sentido, talvez
devido ao poder de compra do brasileiro ter aumentado e até mesmo por conta da
abertura facilitada da linha de crédito.
Observe que se você for o gestor (gerente) responsável de uma
concessionária ou de uma instituição financeira que trabalha com financiamentos
e empréstimos, seria interessante que você conheça as principais técnicas
associadas a tais operações, ou seja, diante mão, seria muito pertinente entender
os tipos de séries aplicadas aos pagamentos e os tipos de sistemas de
amortização utilizados, entre outros.
Quando falamos na escassez de recursos, não devemos pensar em um
primeiro momento que só as classes B, C e D que realizam financiamentos de
veículos, a considerada classe dos mais ricos também financiam e até certo ponto
em grande escala. Só a título de curiosidade, apesar do mercado brasileiro de
automóveis enfrentar uma crise econômica em 2014 e sofrer com seguidas
4
DFC – AMORTIZAÇÃO
(1 i) n x i
onde é o fator de recuperação de capital, para uma série de
(1 i) n 1
pagamentos iguais de termos vencidos.
DFC – CAPITALIZAÇÃO
DFC – AMORTIZAÇÃO
CAPITALIZAÇÃO
(1 i) n 1
Na capitalização, o valor de FV é dado por FV = PMT x (1 + i) x ,
i
FV
enquanto o valor de PMT é dado por PMT = .
(1 i) n 1
(1 i) x
i
problemas com
pagamentos
antecipados.
24 <n> 24,00 BEGIN Introduz o número de
pagamentos mensais.
1.99 <i> 1,99 BEGIN Introduz a taxa
mensal.
1.235,00 <CHS> - 1.235,00 BEGIN Introduz o valor dos
<PMT> pagamentos iguais.
<PV> 23.850,55 BEGIN Preço à vista do
automóvel.
Figura 06: O valor presente e o valor futuro em uma série de pagamentos variáveis.
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
Ou seja,
FV = PV x (1 + i) n
1 a 12 12 9.000,00
13 a 20 08 7.000,00
21 a 24 04 11.000,00
25 a 35 10 14.000,00
36 02 18.000,00
uma série uniforme permanente, tal como uma pensão mensal vitalícia, um
dividendo anual, entre outros. O valor presente de uma perpetuidade PV é
dado por PV = PMT/i. Dessa maneira, exemplificando, vamos determinar o
valor teórico de um apartamento que rende mensalmente R$ 1.000,
considerando-se a taxa de juros de mercado de 1,0 % a.m. Notemos que o
aluguel mensal de um apartamento pode ser considerado uma perpetuidade,
logo, pela fórmula anterior, chega-se ao seu valor teórico VP= 1.000 / 0,01 =
100.000.
pagamento.
6000 <g> <CF j > 6.000,00 Valor do segundo
pagamento.
8000 <g> <CF j > 8.000,00 Valor do terceiro
pagamento.
1.45 <i> 1,45 Taxa mensal de juros
(%).
<f> <NPV> 2.434,39 Valor presente líquido.
Solução: Note inicialmente que o valor residual seria uma receita que
aparece na última data do horizonte da situação descrita no exemplo. A solução
deste problema é obtida da seguinte maneira pela HP 12C.
> inicial.
Economic Value Added (EVA). Portanto, o critério via TIR para atratividade de
um projeto é apresentado na Figura 13 a seguir.
Logo, a HP 12C faz este cálculo usando a função <IRR> (que significa
Internal Rate Return).
>
4500 <g> <CF j > 4.500,00 Valor do primeiro
pagamento.
5000 <g> <CF j > 5.000,00 Valor do segundo
pagamento.
3500 <g> <CF j > 3.500,00 Valor do terceiro
pagamento.
5500 <g> <CF j > 5.500,00 Valor do quarto
pagamento.
<f> <IRR> 8,81 Taxa Interna de
Retorno Mensal (em
%).
32
> financiamento.
P t = P t 1 – A = A x (n – t) ( II )
43
J t = i x P t 1 , ( III )
Onde:
i = taxa de juros.
por:
PMT t = A + J t ( IV )
a) Construção da planilha
Vamos desenvolver as etapas descritas anteriormente:
Primeira Etapa: O cálculo da amortização mensal será feito pela fórmula
(I). Sendo assim, temos que:
44
100.000
A= = 20.000
5
Logo,
A = R$20.000,00/mês
Terceira Etapa: O cálculo dos juros de cada mês é feito pela fórmula (III).
Temos então que:
juros do primeiro mês: J 1 = 0,06 x 100.000 = 6.000;
Quarta Etapa: O valor da prestação para cada mês é dado pela expressão
(IV). Temos que:
prestação ao final do primeiro mês: PMT 1 = 20.000 + 6.000 = 26.0000;
0 100.000
1 80.000 20.000 6.000 26.000
2 60.000 20.000 4.800 24.800
3 40.000 20.000 3.600 23.600
4 20.000 20.000 2.400 22.400
5 0 20.000 1.200 21.200
TOTAL 100.000 18.000 118.000
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
PV = R$300.000,00
i = 18% ao ano = 9% ao semestre (taxa efetiva semestral)
Prazo de Carência = m = 1 ano = 2 semestres
Prazo total do financiamento = 3 anos e 6 meses = 7 semestres
Observe que o Prazo Total do Financiamento (PTF) é dado por:
PTF = n + m – 1,
Onde:
n = o número de amortizações e m = prazo de carência
Vamos considerar série de pagamentos com diferimento e termos
antecipados. Logo,
7 = n + m – 1 ou 7 = n + 2 – 1 ou n = 6 semestres
O valor da amortização semestral será dado por:
300.000
A= = 50.000
6
Desta maneira, temos a seguinte planilha.
Comissão:
- Primeiro ano (segundo semestre) = 1% de R$250.000,00 = R$2.500,00;
- Segundo ano (quarto semestre) = 1% de R$150.000,00 = R$1.500,00;
- Terceiro ano (sexto semestre) = 1% de R$50.000,00 = R$500,00.
IOF = 2,5% de R$300.000,00 = R$7.500,00
Agora, vamos elaborar o diagrama de fluxo de caixa na visão do banco
(considerando múltiplos de R$1.000,00). Sendo assim, temos a seguinte
representação gráfica:
pagamento.
72.50 <g> <CF j > 72,50 Valor do terceiro
pagamento.
69.5 <g> <CF j > 69,50 Valor do quarto
pagamento.
63.5 <g> <CF j > 63,50 Valor do quinto
pagamento.
59.5 <g> <CF j > 59,50 Valor do sexto
pagamento.
59.5 <g> <CF j > 59,50 Valor do sétimo
pagamento.
<f> <IRR> 10,29 Custo efetivo
semestral (em %).
100 < > 1 <+> 1,10 1 + a taxa efetiva
semestral (forma
unitária).
referente à segunda
prestação.
RCL <PV> -43.234,82 Saldo devedor após
o pagamento da
segunda prestação.
1 <f> <AMORT> 1.297,04 Juros referentes à
terceira prestação.
<x <>y> 13.987,78 Amortização
referente à terceira
prestação.
RCL <PV> -29.247,04 Saldo devedor após
o pagamento da
terceira prestação.
1 <f> <AMORT> 877,41 Juros referentes à
quarta prestação.
<x <>y> 14.407,41 Amortização
referente à quarta
prestação.
RCL <PV> -14.839,63 Saldo devedor após
o pagamento da
quarta prestação.
1 <f> <AMORT> 445,19 Juros referentes à
quinta prestação.
<x <>y> 14.839,63 Amortização
referente à quinta
prestação.
RCL <PV> -0,00 Saldo devedor.
0 70.000
1 56.815,18 13.184,82 2.100 15.284,82
2 43.234,82 13.580,36 1.704,46 15.284,82
3 29.247,04 13.987,78 1.297,04 15.284,82
4 14.839,63 14.407,41 877,41 15.284,82
5 0,00 14.839,63 445,19 15.284,82
TOTAL 70.000,00 6.424,10 76.424,10
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
Importante! Os dados do Exemplo (PV, n e i) podem ser introduzidos em
qualquer ordem.
O fluxo de caixa na visão da instituição financeira é dado abaixo.
Além disso, da teoria sobre taxas sabemos que a taxa trimestral composta
equivalente a 3,5% ao mês é dada por i t = 10,87% ao trimestre. Resolvendo o
segunda prestação.
1 <f> <AMORT> 5.394,46 Juros referentes à
terceira prestação.
<x <>y> 23.534,43 Amortização
referente à terceira
prestação.
RCL <PV> -26.092,62 Saldo devedor após
o pagamento da
terceira prestação.
1 <f> <AMORT> 2.836,27 Juros referentes à
quarta prestação.
<x <>y> 26.902,62 Amortização
referente à quarta
prestação.
RCL <PV> -0,00 Saldo devedor.
0 90.000
1 70.854,11 19.145,89 9.783,00 28.928,89
2 49.627,06 21.227,05 7.701,84 28.928,89
3 26.092,62 23.534,43 5.394,46 28.928,89
4 0,00 26.092,62 2.836,27 28.928,89
TOTAL 90.000,00 25.715,57 115.715,57
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
prestações mensais.
4.5 <i> 4,50 Taxa de juros
mensal.
<PMT> 126,02 Valor das
prestações mensais.
0 650,00
1 -553,23 96,77 29,25 126,02
2 -452,10 101,13 24,90 126,02
3 -346,43 105,68 20,34 126,02
4 -236,00 110,43 15,59 126,02
5 -120,59 115,40 10,62 126,02
6 0,00 120,59 5,43 126,02
TOTAL 650,00 106,13 756,13
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
de Amortização. Qual foi o valor de cada uma das parcelas pagas pelo cliente?
Qual o valor das prestações de amortização?
Solução: Já sabemos que no sistema SAM as suas prestações devem ser
consideradas como a média aritmética envolvendo as parcelas do SAC e do
PRICE, sendo assim, devemos calcular as prestações via SAC e PRICE, para
que na sequência calculemos a média aritmética entre tais valores obtidos.
Cálculo das Prestações via PRICE: conforme fizemos anteriormente,
vamos determinar tais prestações utilizando a HP 12C, logo, temos a seguinte
disposição de passos mostrada na tabela a seguir.
Tecla Visor Descrição
<f> <REG> 0,00 Limpa os
registradores.
90000 <CHS> <PV> 90.000,00 Valor financiado.
12 <n> 12,00 Número de
prestações.
6 <i> 6,00 Taxa mensal de
juros.
<PMT> 10.734,932 Valor da prestação.
Cálculo das Prestações via SAC: para o cálculo das prestações via o
SAC, vamos utilizar as fórmulas características discutidas anteriormente, obtendo
assim a planilha descrita na tabela a seguir.
MÊS Saldo Amortização Juros Prestação
Devedor
0 90.000,00 -------- -------- --------
1 82.500,00 7.500,00 5.400,00 12.900,00
2 75.000,00 7.500,00 4.950,00 12.450,00
3 67.500,00 7.500,00 4.500,00 12.000,00
4 60.000,00 7.500,00 4.050,00 11.550,00
5 52.500,00 7.500,00 3.600,00 11.100,00
6 45.000,00 7.500,00 3.150,00 10.650,00
7 37.500,00 7.500,00 2.700,00 10.200,00
64
REFERÊNCIAS
FRANCISCO, Walter de. Matemática Financeira. 7 ed.. São Paulo: Atlas, 1991.
POLO, E. F. Engenharia das operações financeiras pela HP- 12C. São Paulo:
Atlas, 2000.