Análise Bromatológica Da Azolla (Azolla SPP)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO


CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

JORDANE DE OLIVEIRA BORGES

ANÁLISE BROMATOLÓGICA DA AZOLLA (Azolla spp) UTILIZADA NA


ALIMENTAÇÃO DE PEIXES

SÃO LUÍS - MA
2013
1

JORDANE DE OLIVEIRA BORGES

ANÁLISE BROMATOLÓGICA DA AZOLLA (Azolla spp) UTILIZADA NA


ALIMENTAÇÃO DE PEIXES

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado em


formato de monografia ao Curso de Zootecnia da
Universidade Estadual do Maranhão, como parte do
requisito para obtenção do grau de Zootecnista.

Orientadora: Profª. Drª. Maria Inez Fernandes


Carneiro.

SÃO LUÍS - MA
2013
2

JORDANE DE OLIVEIRA BORGES

ANÁLISE BROMATOLÓGICA DA AZOLLA (Azolla spp) UTILIZADA NA


ALIMENTAÇÃO DE PEIXES

Aprovado em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________
Profª. Drª. Maria Inez Fernandes Carneiro
Doutora em Zootecnia/UEMA

______________________________________________
Prof. Dr. José Ricardo Soares Telles de Souza
Doutor em Ciência Animal/UEMA

______________________________________________
Prof. MSc. José dos Santos Pinheiro
Mestre em Zootecnia/UEMA
3

Borges, Jordane de Oliveira.

Análise bromatológica da Azolla (Azolla spp) utilizada na alimentação de


peixes / Jordane de Oliveira Borges – São Luís, 2013.

... f

Monografia (Graduação) – Curso de Zootecnia, Universidade Estadual do


Borges, Jordane
Maranhão, 2013. de Oliveira.
Análise bromatológica
Orientador: da Azolla
Profa. Dra. Maria Inez (Azolla spp)
Fernandes utilizada na alimentação de
Carneiro
peixes / Jordane de Oliveira Borges.– São Luís, 2013.
1. Alimento. 2. Composição química. 3. Pteridófita. Título

CDU: 639.3.043.2
... f

Monografia (Graduação) – Curso de Zootecnia, Universidade Estadual


do Maranhão, 2013.

Orientador: Profa. Dra. Maria Inez Fernandes Carneiro


4

Este trabalho eu dedico a Deus, como


prova da minha eterna devoção
estando presente em toda minha vida
e a minha família por todo o amor,
carinho e compreensão atribuídos a
mim.
5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por sempre me dar força e luz, me auxiliando sempre
no caminho que devo andar e por fornecer-me conquistas e realizações.
A minha mãe Maria Helena, por estar sempre presente na minha vida, me dando todo
apoio na longa estrada da vida e me ajudando nos momentos difíceis.
A minha irmã Josyhelen, por sempre compartilhar todos os momentos bons e ruins que
ocorrem no decorrer da vida e a desejo um futuro brilhante.
Aos meus Avós maternos e paternos por terem me ensinado valores aos quais tenho
hoje muito apreço e por sempre estarem presentes nas horas mais difíceis.
A minha tia Célia Regina que é muito digna e sábia e por me auxiliar nas decisões
tomadas na minha vida.
A minha Orientadora Maria Inez F. Carneiro por me auxiliar neste trabalho e pela
paciência que teve comigo neste momento importante na minha vida. Foi um prazer trabalhar
com a senhora.
Ao meu co-orientador Christoph Gehring por me fornecer as amostras e tornar
possível à realização deste trabalho.
Aos técnicos do Laboratório de Bromatologia Regina e o Dogival, por me ajudar nos
procedimentos e na coleta de dados, que proporcionou os resultados do trabalho.
Aos meus amigos da UEMA Alesandra Rocha, Kelly Chrisnea, Hevelise Dias, José
Eduardo Freitas, Thiago Moraes, Livia Maria Silva, Thalles Policarpo, Mailson Cunha e
Dailiene Martins por estar ao meu lado em toda a graduação e em momentos de grande
relevância da minha vida.
A meu amigo do curso de geografia Derocy Dias por me ouvir e sempre se mostrar
disposto a me ajudar em qualquer situação.
A todos os meus primos, primas e minhas amigas Liliane e Conceição por
proporcionar momentos bons ao longo da minha vida.
Finalmente agradeço a mim, por ter tido força de vontade e perseverança para chegar a
esta etapa da minha vida e lutar para realizar meus sonhos.
6

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores da composição química encontra na literatura consultada........................17


Tabela 2 - Composição química da Azolla (Azolla spp) .........................................................30
Tabela 3 - Valores da Azolla (Azolla spp) comparado a outros componentes de ração para
peixe..........................................................................................................................................32
7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Azolla recém coletada............................................................................................23


Figura 2 – Azolla após secagem em estufa..............................................................................23
Figura 3 – Amostra de Azolla em balança analítica................................................................24
Figura 4 – Amostras de Azolla em Estufa...............................................................................24
Figura 5 – Amostragem para retirada da percentagem de cinzas da Azolla............................25
Figura 6 – Amostras de Azolla em forno-mufla......................................................................25
Figura 7 – Digestão de amostra para obtenção de fibra bruta..................................................26
Figura 8 – Filtração a vácuo da solução para fibra bruta.........................................................26
Figura 9 – Digestão da Azolla para fibra em detergente neutro .............................................27
Figura 10 – Filtração a vácuo da solução para fibra em detergente neutro.............................27
Figura 11 – Filtração a vácuo para retirada de fibra em detergente ácido...............................28
Figura 12 – Papel filtro contendo FDA e FDN........................................................................28
Figura 13 – Amostras de Azolla no Condensador...................................................................29
Figura 14 – Gordura extraída da Azolla..................................................................................29
Figura 15 – Adição de água destilada à mistura catalítica.......................................................30

Figura 16 – Adição de HCl a solução obtida no destilador.....................................................30


8

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS..............................................................................................................6

LISTA DE FIGURAS..............................................................................................................7

RESUMO...................................................................................................................................9

ABSTRACT.............................................................................................................................10

1. APRESENTAÇÃO..............................................................................................................11

2. OBJETIVOS........................................................................................................................12

2.1 Objetivos gerais...................................................................................................................12

2.2 Objetivos específicos..........................................................................................................12


3. REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................... 13
3.1 O GÊNERO AZOLLA, LAMARK, 1783..........................................................................13
3.1.1 Caracterização da Azolla e Taxa de crescimento.............................................................13
3.1.2 Taxonomia e distribuição.................................................................................................14
3.1.3 Associação entre Azolla e Anabaena spp........................................................................15
3.1.4 Reprodução......................................................................................................................16
3.2 USO DA AZOLLA NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL......................................................17
3.2.1 Composição química........................................................................................................17
3.2.2 Nutrição de monogástricos...............................................................................................18
3.2.3 Nutrição de peixes............................................................................................................20
3.3 PISCICULTURA................................................................................................................21
3.4 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA AZOLLA...............................................22

3.4.1 Bromatologia....................................................................................................................22
4. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................................23

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................,.......31

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................34

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................35
9

ANALISE BROMATOLÓGICA DA AZOLLA (Azolla spp) UTILIZADA NA


ALIMENTAÇÃO DE PEIXES

Jordane de Oliveira BORGES¹, Maria Inez F. CARNEIRO²

RESUMO

Azolla é um gênero de pteridófitas aquáticas da família azollaceae, este gênero conta


com sete espécies, onde três são encontradas no Brasil. Esta pode ser uma importante fonte de
alimentação animal e apresenta alta produtividade e valor protéico. Azolla é uma planta ideal
para substituição de alimentação para peixes e tem sido muito utilizada como um alimento
alternativo para peixes e o valor nutricional de Azolla para pescados variam muito em
espécies de Azolla. Este trabalho objetivou determinar a composição química do Azolla
(Azolla spp) visando sua utilização em dietas de peixes. As amostras de Azolla foram
coletadas e encaminhadas ao Laboratório de Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia
da UEMA, Campus de São Luís, foram homogeneizadas, pesadas e levadas à estufa de
ventilação forçada para pré-secagem durante 72 horas. Em seguida, foram pesadas e moídas
em moinho tipo faca, com peneira de 16 mash, com crivos de 1mm. Foi realizada a
determinação da matéria seca (MS), umidade, proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE),
matéria mineral (MM) fibra bruta (FB), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em
detergente ácido (FDA), feito em duplicatas, segundo a metodologia descrita por SILVA &
QUEIROZ (2002). Os resultados obtidos para composição química da Azolla estão de acordo
com a bibliografia consultada, sendo este um alimento concentrado protéico, podendo variar
sua composição química dependendo da espécie, fatores favoráveis ao cultivo entre outros.
Conclui-se que esta pode facilmente substituir um componente que forneça proteína como
farelo de babaçu e substituir parcialmente o farelo de soja e farinha de carne e talvez
energéticos como o milho ou farelo mandioca em ração para peixes.

Palavras-chave: Alimento, composição química, pteridófita.


¹Graduando em Zootecnia / UEMA : jordane-borges@hotmail.com
²Profª. Dr. do Curso de Zootecnia / UEMA : inezfcarneiro@gmail.com
10

BROMATOLOGIC OF AZOLLA (Azolla spp) USED IN FEED FISH

Jordane de Oliveira BORGES¹, Maria Inez F. CARNEIRO²

ABSTRACT

Azolla is a genus of aquatic ferns Azollaceae family, this genus has seven species,
where three are found in Brazil. This can be an important source of animal feed and has a high
protein value and productivity. Azolla is an ideal plant for replacement feeding for fish and
has been widely used as an alternative food for fish and the nutritional value of Azolla for fish
vary greatly in species of Azolla. This study aimed to determine the chemical composition of
Azolla (Azolla spp) for their use in fish diets. Azolla samples were collected and sent to the
Laboratory of Animal Nutrition, Department of Animal Science UEMA, Campus of St. Louis,
were homogenized, weighed and taken to greenhouse forced ventilation for pre-drying for 72
hours. Then were weighed and ground in a grinder type knife, mash with a sieve of 16, with
sieves of 1mm. Was performed to determine the dry matter (DM), moisture, crude protein
(CP), ether extract (EE), mineral matter (MM) crude fiber (CF), neutral detergent fiber (NDF)
and acid detergent fiber (ADF), done in duplicate, according to the methodology described by
Silva (2002). The results obtained are Azolla chemical composition according to the
bibliography, which is a food protein concentrate, its chemical composition can vary
depending upon the species, growth factors and other favorable. It is concluded that this can
easily replace a component that provides babassu meal as protein and replace as partial
soybean meal and meatmeal or maybe energy as corn or cassava meal in feed for fish.

Keywords: Food, chemical composition, fern.


11

1 APRESENTAÇÃO

Azolla é um gênero de pteridófitas aquáticas da família azollaceae. Este gênero conta


com sete espécies, onde três são encontradas no Brasil: Azolla caroliniana, Azolla
filiculoides, encontradas na região sul e Azolla microphylla (SALINO & ALMEIDA, 2010).
A folha da Azolla é constituída por dois lobos, um lóbulo dorsal aéreo, sendo clorofiladas e
um lóbulo ventral parcialmente submersa. Cada lóbulo dorsal contém uma cavidade, que
abriga o simbioticamente o Anabaena azollae (WAGNER, 1997). A simbiose entre a Azolla e
a cianobactéria diazotrófica Anabaena azollae contribui para o fornecimento de nitrogênio
para o seu crescimento, possui ampla distribuição geográfica, se desenvolvendo bem em
ambientes poluídos. (SINGH & SINGH 1995). A partir dessa afirmação tem-se sua
importância no tratamento de efluentes e como biofiltro contra metais pesados.
Um estudo realizado por ADALBERTO (2003) afirma que o manejo correto da A.
caroliniana pode evitar a contaminação do biofertilizante, mantendo-se, com isso, os níveis
de macro e micronutrientes requeridos pelo solo. A A. caroliniana despertou o interesse
também para que seja utilizada no tratamento de efluentes ricos em minerais tanto urbanos
como rurais ou naturais, devido a sua capacidade de acumular minerais (UHEDA &
NAKAMURA 2000).
Os resultados das pesquisas realizadas pela EMBRAPA (1992) mostram que a Azolla
pode ser uma importante fonte de alimentação animal e apresenta alta produtividade e valor
protéico. Quando transformada em farelo, possui de 22 a 30% de proteína bruta, substitui
completamente a alimentação de ruminantes e cobre 20% de proteína na alimentação de
monogástricos. Possui um papel ecológico, pois um hectare de tanque com Azolla equivale a
cerca de 5 hectare de pasto e capineiras evitando a derrubada de florestas.
CATARINO et al (1997), observou que a carpa-capim (Ctenopharynzodon idella)
prefere entre várias plantas, a Azolla filiculoides. Estudos comprovam que a Azolla pinata
pode substituir parcialmente ingredientes convencionais em dietas para tilápia-do-nilo sem
prejudicar o crescimento dos peixes (ESSA, 1997). KHATUN et al, 1999, verificaram que as
aves alimentadas com o componente alternativo em rações formuladas com base em
aminoácidos digestíveis obtiveram melhor conversão alimentar e maior massa de ovos em
relação às aves tratadas com rações formuladas com base em aminoácidos totais ao avaliarem
o farelo de Azolla em rações para poedeiras formuladas com base em proteína e aminoácidos
12

digestíveis em comparação com rações formuladas com base em proteína e aminoácidos


totais.
A Azolla pode ser uma possível fonte de alimento para peixes e importante fonte
nutricional na piscicultura, uma vez que a ração (alimentação) representa cerca de 60% dos
custos totais de produção (SCORVO FILHO, 2004). As indústrias de ração tem se voltado
para fabricação de ração para a criação de peixes, que também podem ser produzidas por
fábricas não associadas a ANFAL como rações artesanais. Ainda segundo SCORVO FILHO
(2004) a piscicultura era praticada em viveiros escavados e em pequenas represas em meados
dos anos 90, a partir daí, a prática da criação em tanque-rede tem aumentado bastante, em
razão dos baixos investimentos, se comparados aos da prática tradicional. Enfim tem-se a
necessidade de encontrar alimentos alternativos visando baixar o custo da produção,
principalmente para pequenos produtores.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

 Determinar a composição química do Azolla (Azolla spp) visando sua utilização em


dietas de peixes.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Determinar os teores de Matéria Seca (MS), Umidade, Matéria Mineral (MM),
Proteína Bruta (PB), Extrato Etéreo (EE), Fibra Bruta (FB), Fibra em Detergente
Neutro (FDN) e Fibra em Detergente Ácido (FDA) da Azolla;
 Comparar os resultados da composição química da Azolla com os dados obtidos por
outros autores que já estudaram esta espécie de samambaia;
 Comparar os resultados da composição química analisada com o valor nutricional de
outros alimentos utilizados em dietas de peixes;
13

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 O GÊNERO AZOLLA, LAMARK, 1783.

3.1.1 Caracterização da Azolla e Taxa de crescimento.

Azolla é uma pequena samambaia aquática flutuante e livre, nativa da Ásia, África e
das Américas, vive em lagos, pântanos e em valas (LUMPKIN & PLUCKNETT, 1982). Foi
encontrado restos dessa samambaia, em sedimentos marinhos, mostrando que a espécie
ancestral cresceu em ecossistemas marinhos durante o Eoceno. No entanto as espécies atuais
só vivem em água doce. (KEMPEN et al, 2012).
O comprimento de macrófitas do gênero Azolla varia entre 1,0 a 2,5 cm entre os
menores e em espécies como a Azolla nitolica chega a 15 cm ou mais. Na Azolla saprophyte
consiste em um rizoma principal horizontal para vertical possuindo raízes individuais ou
pacotes de raízes nos pontos de ramificação, folhas arranjadas alternadamente e associado
com cianobactéria endofíticos. Raízes de Azolla não possuem clorofila sendo iniciadas em
pontos de ramificação ao longo do rizoma pela células mães solteiras que sofrem divisão
periclinical e raiz cabelos de urso de até 1 cm de comprimento que emerge sob uma coifa.
Pêlos radiculares surgem a partir da divisão de células epidérmicas tangencial sobre a metade
inferior da raiz. Raízes adventícias ramificadas pendem para a água, possuem nós na
superfície ventral dos rizomas, as raízes absorvem nutrientes diretamente da água, por meio
de águas muito rasas que podem tocar o solo, derivando os nutrientes a partir dele
(LUMPKIN e PLUCKNETT 1980).
A folha é geralmente é composta de dois lobos, um lobo dorsal aéreo de espessura fina
e um lóbulo ventral ocasionalmente de um tamanho ligeiramente maior. O lóbulo dorsal
clorofilados, exceto na margem transparente, contém o colônias de Anabaena dentro de uma
cavidade da base ligada à atmosfera através um poro no lado adaxial. A superfície inferior do
lóbulo dorsal tem uma epiderme coberta com linhas verticais de estomas com célula única. O
interior da superfície de cada uma das cavidades da folha é revestida com envelope e cobertos
por uma camada de composição mucilaginosa desconhecida que está incorporado com
filamentos de Anabaena Azollae e permeados por transferência cerdas multicelulares (SHI &
HALL, 1988).
14

Em relação ao crescimento artificial da Azolla foram feitos experimentos como o de


PETERS et al. (1980) que obtiveram taxas de crescimento relativo (TCR), sob condições de
laboratório ideais de 0,355-0,390 g/dia. Eles descobriram que poderia mudar a solução
nutriente a cada 7 e 14 dias, dependendo do TCR. Segundo ITO & WATANABE (1983),
dobrando tempo como três dias ou menos, será difícil alcançar ou manter no cultivo de
campo, o tempo de duplicação de Azolla em ambiente controlado de uma "fábrica de Azolla"
ou em condições de laboratório pode ser reduzido a menos de 30 horas. A sacarose é um
produto final principal na Azolla, um regime de 2% nas concentrações de glucose, frutose,
sacarose ou maltose na solução nutriente aumentou a taxa de crescimento do Azolla. Onde
alguns açúcares (tais em sacarose) poderia aumentar a produtividade do Azolla em 183% em
relação ao açúcar de controle livre. EL-ARABY et al (1999) constataram que Azolla pinnata é
superior Azolla filiculoides se deu o crescimento mais elevado quando testados em conteúdo
contendo N, P e K em todos períodos de crescimento.

3.1.2 Taxonomia e distribuição

A etimologia do nome Azolla é derivada de duas palavras gregas, Azo (para seca) e
Ollyo (para matar), assim, significando que a samambaia é morta pela seca. O gênero Azolla
Lamarck (estabelecido por LAMARCK, 1783), antes pertencia a família Salviniaceae e
consistia de dois subgéneros e seis espécies vivas. Um subgênero Euazolla incluiu quatro
espécies de Azolla filiculoides, Azolla caroliniana, Azolla microphylla e Azolla mexicana e o
subgênero Rizosperma incluídas duas espécies: Azolla pinnata simples e Azolla nilotica sem
glochidia. (LUMPKIN e PLUCKNETT, 1980). O subgênero Rizosperma é caracterizada pela
presença de papilas todo o corpo vegetativo, a presença de nove megasporócito e a presença
de glochidia simples, enquanto subgênero Euazolla é caracterizada por possuir apenas papilas
nas folhas e alguns ramos, a presença de três megásporo e a presença de bem desenvolvida de
glochidia com estruturas terminais (LUMPKIN e PLUCKENTT, 1982).
Segundo TAN et al. (1986) é mais apropriado para classificar Azolla na família
Azollaceae. Eles propõem que tanto subgêneros e seções devem ser utilizados na taxonomia
especifica de Azolla, Azolla deve ser dividido em seções: Seção I Azolla, deve incluir (A.
filiculoides, A. mexicana, A. caroliniana e A. Microphylla). Seção II Rizosperma, deve conter
apenas A. pinnata. Propondo que A. nilótica pode ser colocada em um novo subgênero
tetrasporocarpia. Justificando essa separação de sobre as bases que tem o hábito único de
15

produzir quatro esporocarpos, que tem um número de cromossomos 2n = 52 (Considerando


A. pinnata tem 2n = 44) e que é evolutivamente mais distantes das espécies da secção Azolla
que é A. pinnata. Eles acrescentaram uma outra espécie como variedade de A. filiculoides, a
Azolla rubra. Com base em estatísticas multivariada da análise das características
morfológicas, anatômicas e estruturais. SAUNDERS & FOWLER (1992) nomearam e
descreveram três subespécies distintas de A. pinnata, ou seja, subespécie pinnata asiática e
africana.
Ainda segundo SAUNDERS & FOWLER (1992), a distribuição do gênero Azolla dá-
se da seguinte forma: A. nilotica (África), A. pinnata (Ásia, Oceania e África), A. rubra
(Oceania), A. filiculoides, A. microphylla, A. mexicana, A. caroliniana (América Latina).

3.1.3 Associação entre Azolla e Anabaena spp

Essas samambaias da água apresentam uma comunidade procariótica associada,


representada pela cianobactéria Anabaena azollae (CARRAPIÇO, 2001). O anfitrião Azolla
contém clorofila a, b e carotenóides, o simbionte Anabaena azollae contém clorofila,
ficocianina, aloficocianina e phycoerythrocyanina (CARRAPIÇO, 2001). Segundo EL-
SHAYMAA (2005), na simbiose Azolla - Anabaena, o N2 é fixado pelo simbionte e em
seguida, transportado para o host. A Azolla incorpora este N2 fixos em aminoácidos.
Provavelmente, esses aminoácidos, juntamente com redutor e fotossintético, são fornecidos
para o simbionte. Um estudo realizado por PETERS et al. (1980) com 15N, revelou que o
simbiontes isolado exala até 50% de N2 fixos em meio de incubação, como amônia, esta
observação conduziu a diversos estudos sobre as enzimas no Anabaena Azolla e que estão
envolvidos na assimilação de amônia. Verificou-se que ambos os organismos são capazes de
assimilar amoníaco através das enzimas glutamato sintetase, glutamato sintase e glutamato
desidrogenase. Por outro lado, a enzima nitrogenase que se acredita ocorrer em heterocistos
da Anabaena simbiontes é capaz de reduzir N2 e outros substratos tais como o acetileno
(LADHA e WATANABE, 1984).
Há três tipos de células presente na Anabaena Azollae: células vegetativas, heterocisto
e akinetes. O Heterocisto é o site real da N2-fixação. Uma característica notável da simbiose
Anabaena azollae é muito alta freqüência de Heterocisto, a distância entre dois heterocistos é
de cerca de 3-5. As células vegetativas em vida livre de algas azuis possuem as distâncias de
15-30. As algas azuis A. azollae consiste em tricomas não ramificados. Em folhas muito
16

jovens, falta heterocistos nos tricomas. Como a folha amadurece, a Anabaena aumenta o seu
número e freqüência de Heterocisto e tornam-se capazes de fixar o nitrogênio atmosférico em
simbiose e fornece a nitrogênio fixado para o feto (Azolla). Heterocistos aumentam
gradualmente, compreendem 30-40% das células de algas, tricomas maduras possuem
composição em média de 60,9% de células vegetativas, heterocistos 23,1% e 16% akinetes
(MAEJIMA et al. 2002).
Segundo CARRAPIÇO (2001), a associação simbiótica com Anabaena, permite que
Azolla possa desempenhar um importante papel na agricultura como fonte de nitrogênio
(biofertilizante), substituindo parcialmente a utilização de adubos químicos. Verifica-se que a
incorporação de Azolla fresca ou em composto em solos pobres promove o seu
enriquecimento em matéria orgânica e nutrientes, não só em nitrogênio, mas também em
fósforo e potássio que a planta acumula durante o desenvolvimento.

3.1.4 Reprodução

A reprodução da Azolla consiste em reprodução vegetativa e sexual, sob condições


naturais, Azolla multiplica-se por reprodução vegetativa. Em certas condições a formação dos
órgãos sexuais é observado e uma nova geração é formada a partir do embrião fertilizado.
Pouco se sabe sobre a condição para a formação de esporos e seu significado ecológico
(LUMPKIN, 1980). Reprodução vegetativa é a forma mais comum de reprodução na natureza
e na aplicação agrícola consiste de multiplicação por fragmentação do frondes. Isso ocorre
quando os rizomas secundários ou ramos formam abscisão em suas bases e rompem com o
principal rizoma. Uma raiz começa a emergir a partir da base do ramo separando assim a
célula da camada de abscisão começa amadurecendo. Após a separação da planta-mãe, e as
novas plantas se comportam independentemente. Como a jovem planta cresce em tamanho,
ele também cresce mais raízes, é totalmente cultivado em 15-20 dias (VAN HOVE, 1989).
Azolla é uma planta heteroesporulada, essa esporulação ocorre principalmente durante
um período específico do ano e não todas as espécies (PETERS et al, 1978). Na primeira
esporulação lóbulo ventral da folha inicial de uma haste lateral, em vez de formar um lobo na
folha, o feto produz dois esporocarpos que são de dois tipos, os microesporocarpos, que
possuem cerca de 2 mm de diâmetro, cada produto possui 8 a 130 microesporangia, contendo
cada um 32 ou 64 esporos e os megaesporocarpos, que são medem cerca de 0,5 mm de
diâmetro e cada um deles produz um único megaesporangio contendo um único megáesporo.
17

Na maturidade, abrem-se tanto o megaesporocarpos como microesporocarpos. O


microesporangia abre uma ruptura liberando microesporos nas estruturas filamentosas,
conhecidos como glochidia e afunda-se a parte inferior. Depois de um período de dormência
cada microesporo germina e cresce em um protalos que por sua vez produz os gametas
masculinos (antherozoides). O megáesporo, ainda se juntou ao megaesporocarpo, germina e
se desenvolve em um prothalos que produz gâmetas femininos (Oosferos). Oosferos são
fertilizados pelos antherozoides e embriões são formados. Cada embrião germina e empurra-
se para fora de um esporocarpo para formar uma plântula, o esporofito, que flutua à superfície
da água, leva um ou dois meses de germinação para a produção de uma fronda ramificada
(EL-SHAYMAA, 2005). Segundo EL-SHAHAT (1997) os esporos foram produzidos apenas
por Azolla pinnata. Além disso, a temporada de verão com sua hora do dia, alta intensidade de
luz e alta temperatura representa as condições mais adequadas para a esporulação da Azolla
pinnata em comparação com os de outras estações. Observou-se a menor quantidade de
esporulação no inverno.

3.2 USO DA AZOLLA NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

3.2.1 Composição química

A Composição química da Azolla não varia somente de acordo com espécies e


ecótipos, mas com ecologia, condições de habitats e fase de crescimento (EL-SHAYMAA,
2005). Os aspectos da composição química são considerados dependendo da utilização da
Azolla, ou seja, se vai ser usada como adubo verde, alimento ou outros usos. De acordo com
ALALADE & IYAYI (2006), VAN HOVE (1989), BASAK et al (2002) plantas Azolla
possuem estes valores na composição química.
18

Tabela 1 – Valores da composição química encontrada na literatura consultada.

ALALADE VAN BASAK et


& IYAYI HOVE al (2002)
COMPONENTE (2006) (1989)
Umidade - 94.96 90.8
Proteína Bruta 21.4 26.5 25.78
Extrato Etéreo 2.7 3.1 3. 47
Fibra Bruta 12.7 - 15.71
Cinzas 47.0 - 15.76
FDN 47.08 - -
FDA 36.08 - -
Nitrogênio - 4.5 3.08
Fósforo 1.29 0.7 -
Cálcio 1.16 0.5 -
Potássio 1.25 3.25 -
Sódio 0.25 -
Magnésio - 0.5 -
Manganês - 0.13 -
Ferro - 0.32 -
Carboidratos totais 16.2 3.4 -
Amido - 6.5 -
Clorofila - 0.8 -

Ainda segundo os autores citados, a composição da Azolla é favorável a aminoácidos


e contém todos os essenciais.
O tempo/idade de colheita, modo de secagem, exposição à luz entre outros fatores
pode afetar a composição de nutrientes da Azolla. Descobriu-se ainda que Azolla seca ao sol,
possui mais valor que Azolla do ar seco (VAN HOVE, 1989). O conteúdo total de
carboidratos das plantas Azolla expostos a condições diferentes de claridade ou escuridão não
apresentaram diferenças significativas.

3.2.2 Nutrição de monogástricos

Um fator limitante para lucratividade de empresas e produtores autônomos é o custo


de suplemento proteico, por isso a importância de se estudar e identificar fontes de proteínas
alternativas, como é o caso da Azolla, com o intuito de diminuir gastos e obter maior
lucratividade.
19

A Azolla é um recurso alimentar não convencional possuindo potencial para o uso em


dietas de animais não ruminantes (ALALADE & IYAYI, 2006). O seu uso foram testados
com favoráveis resultados em alimento para peixes, suínos e aves (ALCANTARA &
QUERUBIN, 1985). Azolla alcança entre 25-35% de proteína total, outros constituintes são
minerais, clorofila, carotenóides, aminoácidos ácidos, vitaminas, entre outros e uma fonte
potencial de nitrogênio (PANNERKER, 1988). Dentre as plantas aquáticas a Azolla obteve os
melhores resultados em dietas para aves, principalmente no suprimento de proteína ou quando
incluído como fonte de pigmentação para gema de ovo, pele de frangos e para o melhor
desempenho de pintainhos na inclusão de até 10% (ALALADE & IYAYI, 2006).
No experimento realizado por SHALEV & PASTERNAK (2000) utilizando refeição
contendo Azolla o grau de conversão alimentar de galinhas foi 5% e ao peso do corpo (1637
g) em dieta normal e na dieta controle foi de 1579 g. Os Menores valores para fibra em
detergente ácido (FDA) e fibra em detergente neutro (FDN) obtidos indicam uma melhor a
eficiência de utilização em animais não-ruminantes. KHATUN et al (1999) obteve o resultado
de desempenho de galinhas poedeiras alimentadas com refeição de Azolla uma melhor
produção de ovos, além do ganho de peso, qualidade do ovo e a cor da gema melhorou
significativamente com níveis crescentes de refeição de Azolla. Ainda segundo KHATUN et
al (1999) os resultados indicaram que refeição contendo Azolla era uma fonte razoável de
proteína vegetal e energia metabolizável para poedeiras comerciais.
Em dietas para suínos, houve uma forte tendência para os suínos alimentados com
Azolla para crescer mais rápido, porém o desempenho de porcos adultos tende a ser melhor
do que os mais jovens devido a melhor mastigação, facilitando o acesso à proteína por
enzimas gástricas O fato de que o desempenho tende a ser melhor, com 15% do que com 30%
de substituição de proteína Azolla. Um possível desequilíbrio de aminoácidos, devido à
inclusão de Azolla não parece ser o problema, uma vez que a proteína Azolla parece ter um
melhor perfil de aminoácidos do que a soja significa tais que a combinação dos dois se
assemelha mais de perto o equilíbrio requerido pelos porcos em crescimento (WANG &
FULLER, 1989).
LUKIWATI (2008) fez um estudo de caso em criação de coelhos, alimentando-os com
ração de composição de 90% de Azolla fresco, Azolla microphylla, 5% de farelo de arroz e
5% resíduos de tofu. Foi fornecida a coelhas grávidas, coelho jovem e kits de lactantes.
Obteve como resultado um teor de proteína elevado de Azolla Microphylla, sendo que pode
ser usado como fonte de proteína não-convencional na ração de coelho. Ração com Azolla
20

como o ingrediente principal era saborosa e não afetou ou causou diarréia em kits de coelhos
jovens, no entanto, causou aborto quando fornecido a coelha grávida. LESTARI et al (1997)
observaram que a utilização de Azolla microphylla como fonte natural de lisina, na forma
farelo de folha concentrado (FFC) em ração de coelho, obteve o peso de abate maior em
coelhos alimentados com FFC do que com aqueles alimentados sem FFC (1,330 g x 1103 g).
Peso e carcaça percentual do coelho alimentado com FFC comparado com aqueles sem FFC
em sua ração foi de 594 g (48,3%) em relação a 491g (44,9%), respectivamente.

3.2.3 Nutrição de peixes

O conhecimento das exigências nutricionais dos peixes é de grande importância para a


produtividade dos sistemas de produção e aproveitamento eficiente dos nutrientes das dietas.
O ajuste das exigências nutricionais específico das espécies e o emprego de técnicas
avançadas de cocção e expansão na fabricação das rações aumenta a biodisponibilidade de
nutrientes, melhorando assim a assimilação pelos peixes (KIANG, 1998). No entanto, ainda é
pouco conhecido as exigências qualitativas e quantitativas de nutrientes das várias espécies
nacionais utilizadas em aquicultura, em comparação as espécies exóticas (CARNEIRO et al,
1990).
Azolla é uma planta ideal para substituição de alimentação para peixes e tem sido
usada como uma fonte de alimentação para peixes. AMIT BIOTECH (2004) relataram que o
valor nutricional de Azolla para pescados variam muito em espécies de Azolla, sendo que
Azolla microphylla ou Azolla nilotica são os melhores na palatabilidade pelos peixes são
melhores do que outras espécies. Na alimentação para tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus
houve um aumento de 10 kg / ton por viveiro, Aumentou-se ganho de peso específico, taxa de
crescimento, produção total de peixe, conteúdo da composição corporal. Segundo ABDEL-
FATTAH & ABDEL-AZIZ (1990) a refeição de Azolla substituiu 25% de farinha de peixe
em dieta prático para os alevinos de tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, sem comprometer
o crescimento da tilápia e utilização de nutrientes. Ainda acrescentam que com o aumento do
nível de Azolla em dietas experimentais, o desempenho dos peixes reduziu
significativamente, o pior desempenho foi associado com o nível mais elevado de Azolla na
dieta (100%) como um único dietético fonte de proteína.
SANTIAGO et al. (1988) sugeriram que refeição contendo Azolla é um componente
adequado para dietas de Alevinos de tilápia, pois, o crescimento, desempenho e conversão
21

alimentar foram melhorados como o nível da refeição de Azolla na dieta, aumentou entre
8,5-42,45%. E da mesma maneira, a menos de 25% foi possível a Substituição da farinha de
peixe por Azolla pinnata em alimentação de tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus. Quando a
refeição de Azolla seca foi incorporada na dieta para alevinos de tilápia do Nilo foi possível
até 50%. De acordo com THRWAT (1999) a utilização de Azolla seca no crescimento e
alimentação de tilápias (O. niloticus) não foram significativamente reduzido, enquanto os
peixes alimentados com Azolla frescos sozinho exibiu um desempenho extremamente fraco
no crescimento.
Um estudo realizado por EBRAHIM et al. (2007) revelou que a refeição de Azolla em
um nível máximo de 31,8% (pelete seco) era adequado como uma proteína dietética
complementar para tilápia quando incorporadas 50% de substituição por proteína de soja, sem
qualquer efeito adverso sobre o desempenho do crescimento, taxa de sobrevivência, a
utilização do alimento e parâmetros econômicos.

3.3 PISCICULTURA

A piscicultura é o ramo da zootecnia que trata do cultivo de peixes, onde envolve


instalações naturais ou artificiais, alimentação e manejo com objetivo de aumentar a
produção. As primeiras informações sobre a criação de peixes surgiu na China a cerca de
2000 ac. As informações sobre esta criação aumentaram significativamente no final do século
XX, principalmente no que se refere à produção e nutrição para se obter crescimento
eficiente. Em várias partes do mundo, nos sistemas de cultivo atuais, tem-se um domínio da
genética e controle total do ambiente de cultivo dos peixes. Para que uma espécie possa ser
utilizada em cultivo, deve apresentar algumas características básicas, como adaptação ao
clima dos locais de cultivo, crescimento rápido, hábitos alimentares de preferência onívoros,
resistência a elevadas densidades de cultivo, aceitação pelo mercado consumidor
(NASCIMENTO & OLIVEIRA, 2010).
Os sistemas de criação de peixes podem ser adotados dependendo das condições e da
qualidade da água, espécie e aceitação no mercado. Pode-se dividir o sistema de criação em
extensivo, semi-intensivo, intensivo e superintensivo. O sistema extensivo tem como principal
característica a alimentação natural, densidade de estocagem menor que 2.000 peixes/ha, sem
monitoramento da qualidade de água e viveiros sem planejamento (com dimensões variadas).
No sistema semi-intensivo a alimentação é natural e suplementar, densidade de estocagem de
22

5.000 a 20.000 peixes/ha, monitoramento parcial da qualidade de água e viveiros construídos


com planejamento prévio. No Brasil, cerca de 95% da produção de peixes é proveniente deste
sistema. O sistema intensivo possui alimentação completa, com densidade de estocagem de
10.000 a 100.000 peixes/ha, há monitoramento total da qualidade da água e tanques
construídos com planejamento. Normalmente associado ao monocultivo (criadas
isoladamente) e finalmente o sistema superintensivo caracteriza-se por ocorrer alta renovação
de água nos tanques, a densidade de estocagem já é expressa em biomassa por m³. A ração
deve ser nutricionalmente completa e ter estabilidade na água, pois é a principal fonte de
alimento, por exemplo: raceway e tanques-rede (NETO, 2012).
A produção de peixes como atividade agroindustrial cresceu consideravelmente nas
últimas décadas, motivando o crescimento das indústrias especializadas em produção de
rações para peixes e crustáceos. Segundo PEZZATO & BARROS (2005) o fornecimento de
rações específicas ocorreu apenas nas ultimas décadas, há 25 anos no Japão, verificou-se a
produção de alimentos balanceados em escala industrial para a carpa comum e a enguia, e, em
alguns países da Europa e nos Estados Unidos da América, para o bagre do canal e salmão.
Pesquisadores desses países desenvolveram estudos visando à substituição, nas rações, da
farinha de peixe e/ou da farinha de carne pela farinha de krill e por subprodutos do abatedouro
avícola (penas e vísceras), farelo de soja e leveduras. Os primeiros registros de estudos
relacionados a aspectos nutricionais de peixes no Brasil aparecem em 1981. Entretanto, os
cultivos iniciais de peixes, que eram realizados em tanques escavados, utilizavam como
alimento sobras de outras culturas agrícolas. As exigências nutricionais dos peixes podem ser
influenciadas por vários fatores, no qual estão inserido tamanho do peixe, composição e forma
da dieta, manejo alimentar, sistema e regime de produção. Normalmente são estabelecidos
parâmetros de confiança em exigências nutricionais para as espécies em produção nos
diversos sistemas aquaculturais, onde as estimativas nutricionais são baseadas no hábito
alimentar natural das espécies (GATLIN, 1998).

3.4 ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA AZOLLA

3.4.1 Bromatologia

Segundo MACIEL (2007) a Bromatologia é a área do conhecimento que atua em


vários segmentos do controle de qualidade, do processamento e do armazenamento dos
alimentos processados, por tanto é uma área muito importante para a nutrição animal. A
palavra Bromatologia é derivada do grego: Broma, Bromatos significa “dos alimentos”; e
23

Logos que significa Ciência. Portanto, por extensão dos termos BROMATOS e LOGOS,
então pode-se definir Bromatologia como a ciência que estuda os alimentos. O seu objetivo
principal é conhecer a composição química dos alimentos, sua ação no organismo, seu valor
alimentício e calórico, suas propriedades físicas, químicas, toxicológicas e também
adulterantes, contaminantes, fraudes, etc. e para os técnicos é importante conhecer também
sua digestibilidade, ou seja, a parte do alimento que estaria disponível para o animal.
As análises laboratoriais têm por objetivo separar os componentes dos alimentos em
frações de metabolização previsíveis e digestibilidade, utilizando métodos rápidos com um
custo analítico baixo. Estas Análises devem ser utilizadas visando dar uma idéia aproximada
do valor nutricional de determinada dieta. As análises clássicas comumente realizadas visam
obter as seguintes informações sobre os alimentos: Matéria Seca (MS), Proteína Bruta (PB),
Fibra em Detergente Neutro (FDN), Fibra em Detergente Ácido (FDA), Extrato Etéreo (EE),
Cinza ou Matéria Mineral (MM), Digestibilidade in vitro da MS (DIVMS). Tais
componentes, na realidade, não são compostos quimicamente definidos, mas sim, grupos de
compostos químicos (MACIEL, 2007).

4 MATERIAIS E MÉTODOS

O Experimento foi realizado no Laboratório de Bromatologia da Universidade


Estadual do Maranhão, no campus de São Luís, capital do Maranhão, localizado numa ilha
costeira com 24,39 m de altitude a 2° 31’47’’ de latitude sul e 44° 18’ 10’’ de longitude oeste.
As amostras de Azolla foram coletadas no período de 04 a 08 de junho de 2013, sendo
feito o processamento destas amostras entre 25 a 31 de julho de 2013 buscando a obtenção da
composição química da Azolla spp de acordo com a metodologia descrita por SILVA &
QUEIROZ (2002).
O procedimento para obtenção de Matéria Pré-Seca (MPS) teve o seguinte método: foi
pesada uma bandeja de metal, com o peso de 136,72 g, pesando-se também 311, 38 g de
Azolla fresca e colocado em estufa a 55° C por 72 horas (três dias) pesando a Azolla seca em
seguida. O valor para MPS foi conseguido a partir da seguinte equação:

MPS (%): A + B – C + B x 100


A+B

Onde:
A= Peso da Matéria verde
B= Bandeja
C= Peso do Material Seco
24

Fig.1 – Azolla recém coletada. Fig. 2 - Azolla após secagem em estufa.

BORGES, 2013 BORGES, 2013

O material seco foi moído em moinho tipo faca, com peneira de 16 mash, com crivos
de 1mm, para realização dos outros procedimentos, sendo estes realizados em duplicatas e
depois retirado uma média.
Para a obtenção do teor de umidade da Azolla foi pesado o cadinho, limpo e
previamente seco em estufa a 105°C por uma hora, resfriado em dessecador até temperatura
ambiente por 1 hora. Pesou-se 3 g da amostra e colocado em estufa pré-aquecida a 105°C até
peso constante (6 horas), o cadinho foi mantido com tampa semi-aberto. Retirou-se da estufa,
deixando-se em dessecador até temperatura ambiente. Este foi o calculo utilizado para
encontrar a umidade:

UMIDADE%= A – B x 100
C
Onde:
A= Peso do recipiente + Amostra
B= Peso do recipiente + amostra após secagem
C= Peso da amostra
25
Fig. 3 – Amostra de Azolla em Fig. 4 – Amostras de Azolla em
balança analítica. Estufa.

BORGES, 2013 BORGES, 2013

Foi retirada a Matéria seca (matéria seca definitiva) da Azolla spp calculando-se a
Matéria Pré Seca (MPS) multiplicada pela Umidade a 105ºC dividido por 100, este é o valor
da Matéria seca.

CÁLCULO:
MSDF = MPS x MS105ºC
100

Para obtenção de Material Mineral ou Cinzas foi pesado um cadinho de porcelana,


limpo e previamente calcinado e colocado em forno mufla a 600°C por 30 minutos e resfriado
em dessecador até atingir temperatura ambiente. Foi pesado 3g de Azolla seca e moída, posto
no cadinho e levado a mufla aumentando-se gradualmente a temperatura (atingindo 550 –
600°C) no período de 03 horas até obtenção de cinzas claras. Foi resfriado em dessecador a
250/300°C até temperatura ambiente e pesado. O valor foi obtido pelo cálculo:

Cinza ou MM (%): A – B x 100


C

Onde:
A = Peso do cadinho + Resíduo
B = Peso do cadinho
C = Peso da amostra em g
26
Fig. 5 – Amostragem para
retirada da percentagem de Fig. 6 – Amostras de Azolla
cinzas da Azolla em Forno-mufla.

BORGES, 2013 BORGES, 2013

Para determinação da Fibra Bruta pesou-se 1 grama de Azolla seca e moída. Em


seguida foi transferido para béquer (tubo próprio do sistema automático), adicionado 200ml
de H2SO4 a 1,2% (0,225N) em ebulição e algumas gotas de solução antiespumante. Digerido
com refluxo por exatamente 30 minutos. Filtrou-se quantitativamente a quente, sob vácuo em
funil de buchner com papel de Filtro. Procedeu-se com lavagens sucessivas do resíduo com
água fervente até completar a neutralização. Retornou-se o resíduo ao béquer (tubo o
automático, lavando o filtro com 200 ml de NaOH 1,25% (0,313N) em ebulição e algumas
gotas de antiespumante e digeriu-se novamente com refluxo por 30 minutos. Foi Filtrado
quantitativamente a quente, sob vácuo em funil de buchner com papel de filtro com lavagens
sucessivas do resíduo com água fervente, lavado com aproximadamente 20 ml de álcool
etílico P.A. Finalmente foi colocado em estufa a 105° C até peso constante (6 horas), retirado
e deixado em dessecador até temperatura ambiente, pesando-o em seguida. O cálculo para
Fibra Bruta é o seguinte:

Fibra Bruta%= A – B x 100


C
Onde:
A= Peso do filtro + resíduo
B= Peso do filtro
C= Peso da amostra em grama
27
Fig. 7 – Digestão de amostra Fig. 8 – Filtração a vácuo da
para obtenção de fibra bruta. solução para fibra bruta.

BORGES, 2013 BORGES, 2013

Para adquirir a porcentagem de Fibra em Detergente Neutro (FDN) foi feito o seguinte
procedimento: Os papeis filtro que foram utilizados permaneceram previamente em estufa a
105° C por 24h, esfriados em dessecador e tarados. Foi Pesado 1,0 g de amostra com tamanho
de partícula de 1 mm, colocado a amostra em copo de digestor, adicionado 100 ml de solução
detergente neutro 0,5 g de sulfato de sódio e 2ml de solução antiespumante. Aquecido a
ebulição por 1h no digestor (ebulidor com reflexo). Foi filtrado o conteúdo a vácuo cada vez
que a água destilada quente for adicionada ao filtrado, lavado o filtrado três vezes, com água
destilada quente, tomando-se o cuidado para fechar o vácuo cada vez que a acetona for
adicionada ao filtrado e religando-o em seguida e finalmente foi levado o papel filtro para a
estufa a 105° C, durante 8 horas ou por uma noite (12 h), esfriado em dessecador e Pesado.

% FDN= A – B x 100
C
Onde:
A= Tara do papel filtro + FDN
B= Tara do papel filtro
C= Peso da amostra
28
Fig. 9 – Digestão da Azolla para Fig. 10 – Filtração a vácuo da
FDN. solução para FDN.

BORGES, 2013 BORGES, 2013

Para adquirir a porcentagem de Fibra em Detergente Ácido (FDA) foi feito o seguinte
procedimento: Pesou-se 1,0 g de amostra com tamanho de partícula de 1 mm, em duplicata
em seguida foi colocado a amostra em béquer de 500 ml. Adicionou-se 100 ml da solução
detergente ácido. Aquecido a ebulição por 1 hora no digestor (ebulidor com reflexo). Foi
filtrar o conteúdo, a vácuo, em papel filtro previamente tarado, interrompendo o vácuo a cada
vez que o filtrado for adicionado. Filtrou-se o conteúdo a vácuo cada vez que a água destilada
quente for adicionada ao filtrado e foi lavado o filtrado três vezes, com água destilada quente,
tomando-se o cuidado para fechar o vácuo cada vez que a acetona for adicionada ao filtrado e
religando-o em seguida. Foi lavado o filtrado 2 vezes com acetona, interrompendo o vácuo,
cada vez que a acetona for adicionada ao filtrado, religando o vácuo em seguida e finalmente
foi levado os papeis filtro para a estufa a 105° C, durante 8 horas ou por uma noite (12 h).
Esfriados em dessecador e pesados.

% FDA= A – B x 100
C
Onde:
A= Tara do cadinho + FDA
B= Tara do cadinho
C= Peso da amostra
29

Fig. 11 – Filtração a vácuo para Fig. 12 – Papel filtro contendo


retirada de FDA. FDA e FDN.

BORGES, 2013 BORGES, 2013

Para obtenção do Extrato etéreo foi pesado de 2 gramas da amostra e transferida para o
cartucho extrator, secando-se a 105° C durante 2 horas. Secou-se o copo em estufa a 105° C
por uma hora, esfriado em dessecador até temperatura ambiente e pesado. Foi introduzido o
cartucho no extrator; adicionando-se quantidade suficiente de solvente ao copo, conectando
ao extrator, ajustou-se o conjunto ao condensador, extraindo-se por um período de 6 horas, a
velocidade de condensação de 4 a 6 gotas por minuto. Recuperou-se o solvente e completou-
se a secagem do copo em estufa a 105°C por 30 minutos, esfriando-se em dessecador até
adquirir temperatura ambiente e pesado.

Extrato Etéreo %= A – B x 100


C
Onde:
A= Peso do copo + resíduo
B= Peso do copo
C= Peso da amostra em grama
30
Fig. 13 – Amostras de Azolla no
Condensador Fig. 14 – Gordura extraída da Azolla.

BORGES, 2013 BORGES, 2013

Para a obtenção de Proteína Bruta (PB), foi pesado de 0,3 g da amostra e transferido
para um tubo. Adicionado aproximadamente, 2g de mistura catalítica e 5 a 10 ml de ácido
sulfúrico P.A deixando escorrer pela parede do frasco. Procedeu-se a digestão até que a
solução fique límpida, continuou-se por mais 30 minutos após o clareamento (coloração azul
– esverdeada). Esfriado e dissolvido com aproximadamente 10 ml de água destilada. Foi
colocado em Erlenmeyer 20 e 50 de ácido bórico a 4% para receber o destilado e conectou-se
o tubo contendo a amostra digerida no suporte e bocal apropriada (destilador). Adicionou-se
aproximadamente 20 ml de NaOH a 40%, Destilando-se por arraste mantendo o terminal do
condensador mergulhado na solução receptora (ácido bórico 4%) até que toda a amônia seja
liberada e finalmente procedendo-se paralelamente prova em branco dos reagentes utilizados.
O valor obtido da proteína foi dividido pelo valor de MS 105°C.

Proteína Bruta%: (Va-Vb) x F x Nx 6,25 x 0,014 x100


P
Onde:
Va: Volume de Hcl 0,1 N gasto na titulação
Vb: Volume de Hcl 0,1 N gasto na prova em branco
F: Fator de correção de ácido
N: Normalidade
6,25: Fator de transformação de nitrogênio em proteína,
considerando 16% de nitrogênio (100/16=6,25)
0,014: Miliequivalente grama do nitrogênio
P: peso da amostra em g
31

Fig. 16 – Adição de HCl a solução obtida no


Fig. 15 – Adição de água destilada à mistura destilador.
catalítica

BORGES, 2013 BORGES, 2013

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 2 apresenta os valores da composição química da Azolla obtidos segundo os


procedimentos descritos, em seguida comparados com o resultado de alguns autores.
Tabela 2 – Composição química da Azolla (Azolla spp)

Componente Resultado (%)


Matéria Seca 34.9
Matéria Mineral 23.4
Proteína Bruta 22.3
Extrato Etéreo 2.2
Fibra Bruta 14.0
Fibra em Detergente Neutro 55.4
Fibra em Detergente Ácido 42.3

A Matéria Seca de Azolla foi de 34.9%. O resultado encontra-se de acordo com os


dados da literatura, pois trata-se de uma planta aquática, que geralmente possui baixa
porcentagem de matéria seca com um grande teor de umidade.
A quantidade de Matéria Mineral foi 23.4%, que difere da observação feita por
QUERUBIN et al (1986) que encontraram um valor na faixa de 15% utilizando Azolla
pinnata. SOUZA et al (2008), encontrou 16.27% com Azolla filiculoides, porém ALALADE
32

& IYAYI (2006) observaram um resultado superior ao encontrado neste experimento, sendo
47.0%.
O valor encontrado para Proteína Bruta foi 22.3, resultado levemente superior ao de
ALALADE & IYAYI (2006), BACERRA et al (1995) e SOUZA et al (2008) com valores que
variam entre 21.4 e 21.7%, contudo VAN HOVE (1989) observou resultados para Proteína
Bruta de Azolla de 23.0 a 30.0% e BASAK et al (2002) observou 25.78.
O resultado para Extrato Etéreo foi 2.2%, resultado próximo ao de QUERUBIN et al.
(1986), eles encontraram 2.6%. Para BACERRA et al (1995), o extrato etéreo de Azolla
obteve 2.7%, resultado idêntico ao de ALALADE & IYAYI (2006), porém VAN HOVE
(1989) e BASAK et al (2002) encontraram entre 3.3 e 3.4% como valor máximo.
A quantidade de Fibra Bruta observada foi 14.0, com resultado próximo ao de SOUZA
et al (2008) que obteve 13.7% utilizando Azolla filiculoides. Neste experimento obteve-se
resultado superior ao de ALALADE & IYAYI (2006) 12.7% e BACERRA et al (1995) 12.7%
e resultado inferior ao de BASAK et al (2002) e QUERUBIN et al (1986) com valor de
15.7%.
O teor de Fibra em Detergente Neutro totalizou neste experimento 55.4%. O resultado
foi um pouco superior ao encontrado por ALALADE & IYAYI (2006) e BACERRA et al
(1995) que encontraram 47.08 e 36.88%.
O teor de Fibra em Detergente Ácido observado foi de 42.3%, resultado inferior ao de
BACERRA et al (1995) que foi de 47.08% e superior ao de ALALADE E IYAYI (2006),
36.08%.
Os valores para composição química encontrados neste experimento utilizando a
Azolla (Azolla spp) ficou próximo ao encontrado na literatura com algumas diferenças nos
décimos dos valores de percentagem. Essa diferença na matéria seca, proteína, extrato etéreo
e fibras pode ter ocorrido devido diferença de espécies estudadas ou simplesmente diferença
nas cultivares de Azolla, levando em consideração o ambiente e condições de cultivo.
A Tabela 3 apresenta os valores da composição química para Azolla spp encontrado
neste experimento comparado a valores nutricionais de alguns alimentos comumente
fornecidos em criações de peixe. Estes alimentos, que geralmente são componentes de rações,
é o milho em grão (Zea mays), farelo de soja (Glycine max) tipo 44, farelo de arroz (Oryza
sativa), farelo de babaçu (Orbignya phalerata), farelo de mandioca (Manihot utilisima) e
farinha de carne e ossos. Os valores estão de acordo com ROSTAGNO et al (2011).
33

Tabela 3 – Valores da Azolla (Azolla spp) comparado a outros componentes de ração para
peixe.

F. de F. de F. de F. de F. de
Componente Azolla spp. Milho Soja Arroz Babaçu mandioca Carne
Matéria Seca 34.9 87.48 88.46 89.34 92.41 87.67 92.74
Matéria Mineral 23.4 1.8 7.0 8.98 4.06 4.0 38.43
Proteína Bruta 22.3 8.5 44.0 13.2 20.19 3.0 41.0
Extrato Etéreo 2.2 3.2 1.5 14.49 2.15 0.59 12.50
Fibra Bruta 14.0 1.7 8.0 8.07 47.52 8.0 -
Fibra em Detergente
Neutro 55.4 11,93 14.81 21.53 63.21 11.75 -
Fibra em Detergente
Ácido 42.3 3.38 8.07 12.58 36.93 4.27 -

A Azolla spp estudada neste trabalho apresenta baixa quantidade de Matéria Seca,
porém esta possui uma grande produtividade (EMBRAPA, 1992). Em relação com os outros
alimentos apresentados na tabela 5, a Azolla possui a menor concentração de Matéria Seca e
provavelmente maior quantidade de água (umidade), sendo menos favorável a fabricação de
farelos do que os demais alimentos comparados.
Esta espécie não se trata-se de um alimento concentrado apesar de possuir menos que
18% de Fibra Bruta na Matéria seca, pois os valores de FDN e FDA se mostraram muito
elevados, caracterizando um alimento fibroso ou um volumoso. De acordo com este
experimento por possuir teores elevados de Proteína Bruta, acima de 20%, o Azolla spp seria
um alimento protéico, porém as características químicas apresentadas quanto ao valor de
fibras, não permitem que o Azolla spp seja assim classificado. Contudo o valor para proteína
bruta se mostrou maior que alimentos energéticos como o milho, o farelo de arroz e o farelo
de mandioca, tendo também maior proteína bruta que a farelo de babaçu que também é um
alimento protéico, perdendo em valores de proteína apenas para o farelo de soja e farinha de
carne e ossos.
A quantidade de gorduras encontradas no extrato etéreo da Azolla foi superior ao
encontrado no farelo de soja e mandioca, porém tem menos gordura que o milho, o arroz, o
babaçu e a farinha de carne e ossos.
O teor de Matéria Mineral encontrados para esta Azolla é inferior apenas a Matéria da
farinha de carne e ossos, ou seja, a Azolla spp possui uma grande quantidade de minerais e
carboidratos não estruturais contidos nas cinzas, valor superior aos demais alimentos
comparados neste trabalho.
34

Os maiores valores para FDN e FDA encontrados na tabela 3 foram da Azolla,


significando grande quantidade de celulose, hemicelulose e lignina dentro da parede celular
que os demais alimentos.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Azolla spp pode facilmente substituir um componente protéico em ração para


peixes, como é o caso farelo de babaçu, que pode ser substituído totalmente e ainda pode-se
substituir parcialmente o farelo de soja e a farinha de carne e ossos. Tem ainda potencial para
a substituição do milho ou farelo de mandioca, porém deve-se fazer um estudo mais
aprofundado. Enfim a Azolla spp pode ser fonte potencial de proteína para rações aos peixes.
35

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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