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CONSELHO EDITORIAL
Dr. Adriano Costa Quaresma (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia)
Dr. Alexandre Luis Padovan Aleixo (Museu Paraense Emílio Goeldi)
Dra. Elena Almeida de Carvalho (Universidade da Amazônia)
Dr. Jairo Lizandro Schmitt (Universidade FEEVALE)
Dra. Maria Isabel Vitorino (Universidade Federal do Pará)
Dr. Salustiano Vilar Costa-Neto (Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológica do Estado do Amapá)
Dr. Victor Hugo Pereira Moutinho (Universidade Federal do Oeste Paraense)
Instituição filiada:
Reflexões
em Biologia
da Conservação
volume 2
Belém, Pará
2020
Produção Editorial
Iraneide Silva
Angela Botelho
Projeto gráfico,
editoração eletrônica e capa
Andréa Pinheiro
Revisão
Mário Augusto G. Jardim
Marlúcia Bonifácio Martins
*
Doutor em Ciências Ambientais - Programa de pós graduação em Ciência Ambientais-
PGCA (UFPA/MPEG/EMBRAPA), Indigenista Especializado da Fundação Nacional do Índio.
Desta forma, é com grande alegria que recebemos este segundo volume
de “Reflexões em Biologia da Conservação”. Obra coletiva, este livro tem
como principal virtude continuar a agregar diferentes visões deste ideal de
mundo. Em suas diferentes abordagens, o vasto universo desta ciência nos
é apresentado, sem, contudo se esgotar. Assim, vemos que o conteúdo
aqui apresentado, que inclui estudos sobre a educação ambiental, o
consumismo globalizado, agendas internacionais de conservação,
legislação, biotecnologias, efeitos do desmatamento, degradação e
regeneração têm sobre o clima, ecossistemas, ambientes, paisagens,
espécies e o patrimônio sociobiodiverso que nos é legado. Este panorama
multifacetado, em muito supera certo purismo dogmático das ciências
biológicas. Os trabalhos aqui expostos trazem à tona a complexidade
inerente que reside em toda autocrítica, fruto de um exercício coletivo de
reflexão da disciplina “Biologia da Conservação”. Esta obra nos é brindada
por experientes atores de transformação que, inclusive, são professores
doutores do Museu Paraense Emílio Goeldi, Marlúcia Martins, Mário Jardim,
William Sabino e Maria Fabiola Barros.
Esperamos que tais sopros de reflexão e mudança atinjam todos os seus
leitores. Esta é a mensagem que, com veremos nas próximas páginas,
queremos deixar.
Apresentação
Os editores
Sumário
Ética e moral
Segundo Maxwell et al. (2016), as principais causas atuais da perda de
biodiversidade são a sobre-exploração, atividades agrícolas,
desenvolvimento urbano, introdução de espécies exóticas e doenças,
poluição, modificações em ecossistemas e mudanças climáticas. Embora
os principais motivos da perda de biodiversidade sejam conhecidos, a
resposta para a questão central desse artigo não é tão simples. Krzysczak
(2016) aponta que as pessoas, em função de suas crenças e valores, têm
diferentes interpretações sobre o significado e a importância da natureza.
Suas concepções individuais variam porque os valores morais podem
diferenciar entre indivíduos e sociedades. Assim, a moralidade é o conjunto
de normas, valores e regras informais dentro de um grupo social que guia o
14 | Reflexões em Biologia da Conservação
Referências
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Reflexões em Biologia da Conservação | 21
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24 | Reflexões em Biologia da Conservação
Contexto internacional
La Unión Internacional para la Conservación de la Naturaleza (UICN) es la
mayor y más organización medioambiental del mundo. En 1972, las naciones
Reflexões em Biologia da Conservação | 25
Los pueblos Aimaras (Aymaras) y Quechuas (en los valles de Cuzco y Puno
- Perú) utilizan los andenes (un tipo de construcción de bancales) para
sembrar diversos cultivos (maíz y papa) y pastorear animales en pendientes
que oscilan entre 2800 y 4500 metros sobre el nivel del mar (msnm). El uso
de andenes ayuda a controlar la erosión del suelo.
América del Sur presenta accidentes geográficos interesantes y poseemos
ecosistemas diversos, con una gran cantidad de animales y plantas. A nivel
mundial (con énfasis en África y Sudamérica), cerca del 80% de las personas
en países en desarrollo recurre a medicamentos tradicionales (siendo
derivados en su totalidad de las plantas) y al existir un riesgo extinción. Se
genera un riesgo elevado a causa de la sobreexplotación y la pérdida de
hábitats, ya que de la población local (independientemente para cada país),
existe una gran muestra de pueblos indígenas o nativos, que presentan
una cultura muy arraigada a la naturaleza. Por tal motivo, para ellos son de
vital importancia el uso de algunas aves, mamíferos y plantas (CDB, 2010).
Después de conocer los datos (hasta 2010) aumenta la preocupación de la
meta del gobierno brasileño a 2020, con relación a la deforestación. En Brasil
(Amazonía brasileña) desde 1988 se viene utilizado el monitoreo satelital
de la deforestación, la cual ha sido lenta pues ha pasado de 27 mil km2
(2003-2004) a 7 mil km2 (2008-2009). Esta disminución se ha logrado a las
medidas correctivas del gobierno, la participación de las organizaciones de
la sociedad civil y el sector privado, los cuales tienen como objetivo controlar
la actividad.
Se crea el Ministerio del Ambiente (MINAM) en mayo de 2008, marcando
un hito en la institucionalidad ambiental del país, pues se adecuó la
estructura del Estado para responder a los desafíos nacionales e
internacionales para lograr el desarrollo sostenible. La Política Nacional del
Ambiente funciona como herramienta del proceso estratégico de la
conservación del medio ambiente, la cual propicia y asegura que los
recursos naturales (uso ético, racional, responsable y sostenible) puedan
contribuir con el desarrollo cultural, económico, integral y social. Perú ha
ratificado diversos tratados internacionales bilaterales, multilaterales y
regionales, estableciendo importantes compromisos, oportunidades y su
participación en los diversos foros genera una mejor política pública
ambiental. La importancia de pertenecer al CDB (de acuerdo al artículo 6),
generó una actualización nacional e internacional, formulando un Plan
Nacional de Acción Ambiental (PLANAA 2014-2018) y la Estrategia Nacional
de Diversidad Biológica al 2021. El Plan Nacional de Acción Ambiental
(PLANAA) es un instrumento de planificación ambiental nacional de largo
32 | Reflexões em Biologia da Conservação
1
Se realizaron 1700 encuestas, el rango de edad fue entre 18-70 años, ambos géneros,
aplicados en el área urbana y rural, los niveles socioeconómicos abarcados fueron: A,
B, C, D, E. Las regiones fueron Arequipa (Caylloma, Camaná y La Unión), Cusco (Calca
y Urubamba), Madre de Dios (Tambopata y Tahuamanu), Piura (Aybaca, Huancabamba,
Morropón y Sullana) y Puno (Azángaro y San Román).
Reflexões em Biologia da Conservação | 33
Figura 1. ¿Cuánto sabemos los peruanos sobre biodiversidad?, según MINAM. Fuente:
Elaborado por el autor, tomando los resultados del estudio “¿Cuánto sabemos los
peruanos sobre biodiversidad?”, realizado por el Ministerio del Ambiente (MINAM, 2016).
2
“Macrobem(s) y microbem(s)” son términos que se mantienen en su idioma original,
ya que responde a terminologías usadas con más frecuencias en textos jurídicos y su
uso es aplicable en bienes ambientales.
3
Realizada de forma conjunta entre las universidades de Yale, Columbia y el Foro
Económico Mundial. Índice de rendimiento ambiental (Environmental Performance
Index, EPI).
Reflexões em Biologia da Conservação | 35
Figura 2. Perfiles de los países en estudio, según EPI. Fuente: “Countries Profiles by
EPI (2018) (Con modificaciones).
En Perú se tienen trece metas (M) y cada una de ellas están vinculadas con las Metas de Aichi, las cuales son las metas internacionales
adoptadas para cada uno de los países miembros del CDB. Perú presenta estas metas para su bicentenario, es decir para el año 2021.
Fuente: Elaborado por el autor, tomando como referencia los planes de gobiernos (Brasil y Perú) en el Convenio sobre Diversidad Biológica
(CDB).
Reflexões em Biologia da Conservação
En Brasil se tienen veinte objetivos nacionales (O.N.) y cada objetivo se encuentra relacionado con las Metas de Aichi, las cuales son las
metas internacionales adoptadas para cada uno de los países miembros del CDB. Brasil presenta estos objetivos para el año 2020.
Fuente: Elaborado por el autor, tomando como referencia los planes de gobiernos (Brasil y Perú) en el Convenio sobre Diversidad Biológica (CDB).
| 37
38 | Reflexões em Biologia da Conservação
Tabla 2. Las Metas de Aichi para la diversidad biológica (2011-2020).
Fuente: Elaborado por el autor, tomando como referencia las Metas de Aichi, utilizadas en el Convenio sobre Diversidad Biológica (CDB).
Reflexões em Biologia da Conservação | 39
Fuente: Elaborado por el autor, tomando como referencia la base de datos del Organismo
Mundial del Comercio (OMC).
Conclusiones
Priorizar e identificar los sitios que presenten especies en peligro de
extinción (aplicando el concepto de carácter irremplazable) y que su
biodiversidad biológica necesite ser conservada. Los pueblos indígenas son
más eficientes que el gobierno con respecto al nivel de protección de áreas
protegidas. La conservación de la biodiversidad tiene un impacto positivo
en la vida de los pobladores que preservan su uso, ya que pueden combatir
la pobreza con sus actividades. Como ciudadanos brasileños y peruanos, no
debemos esperar encontrarnos en situaciones límites (protección de la
biodiversidad y el cambio climático) para que las políticas públicas puedan
relacionarlas con nuestra vida tradicional; el desempeño debe ser colectivo
e inclusivo, ya que la experiencia brinda resultados positivos cuando se
relaciona el estado y la comunidad (en todos sus niveles de división).
40 | Reflexões em Biologia da Conservação
Referencias
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Reflexões em Biologia da Conservação | 41
Consumismo:
do copo descartável à pegada ecológica
Vinícius Queiroz Maciel
próxima. Que danos e riscos uma simples festa com esses objetos pode
ocasionar ao meio ambiente? Quando analisamos uma comemoração, não
medimos a cicatriz ambiental que irá gerar, pois mensurado ao tamanho do
planeta, não prejudicaria tanto, certo?! Errado, pois se multiplicarmos a
quantidade utilizada de descartáveis ao número de comemorações por dia
em um período de um ano em apenas um bairro de uma cidade do mundo
perceberíamos a grandeza do problema. Isso sem contar que esses objetos
plásticos não demoram poucos dias para se desintegrarem na natureza. E
complementando esse quadro de impactos ambientais, a Tabela 1
demonstra a quantidade e os valores de copos descartáveis plásticos
descartados no restaurante universitário (RESUN) de um campus da
Universidade Federal de Sergipe (UFS):
Os copos plásticos descartáveis são muito utilizados no setor alimentício,
garantindo facilidade no transporte e armazenamento de líquidos. Podem
ser produzidos a partir de dois compostos provenientes do petróleo:
Poliestireno (PS) e Polipropileno (PP). Para obtenção desses produtos são
realizadas várias etapas em indústrias, o que dispende energia elétrica,
água e outras matérias-primas. E todos esses processos são consolidados
para atender a uma população que intenta a maior facilidade na sua vida, e
que muitas vezes não reconhece os impactos ocasionados na produção e
comercialização de um simples copo descarável.
Tabela 1. Quantidade total de copos descartáveis do RESUN da UFS, Campus São Cristóvão.
Quantidade Valores R$
Diária: 7.500 unidades Diária: R$ 236,78
Mensal: 1500.000 unidades Mensal: R$ 4.735,56
Anual: 1.500,00 Anual: R$ 47.355,60
Fonte: Ribeiro et al., 2018.
Considerações finais
Devemos ter consciência de que, como seres racionais, temos mais
responsabilidade, em cuidar do planeta e de todos que nele vivem, não
valorizando apenas um grupo de espécies, e sim todas aquelas que durante
anos de evolução mantiveram-se resilientes e desenvolveram adaptações
para utilizarem os recursos naturais e, assim, conquistarem a sua evolução.
E, para isso, precisamos desprezar os atos humanos tóxicos, e nos adequar
a conviver harmoniosamente com outras espécies, não causando a extinção
destas e, consequentemente, da nossa. Todas as informações relatadas
nesse capítulo são importantes para a construção de novos pensamentos,
voltados a rever nossas pegadas ecológicas, nossos atos, adotar o consumo
sustentável, e reconhecer tanto as nossas falhas quanto às ameaças que
estamos causando a outros seres vivos e o quanto findaremos os nossos
meios de subsistência brevemente.
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48 | Reflexões em Biologia da Conservação
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Tradução Carlo Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
O Brasil no cenário
dos acordos internacionais
sobre o meio ambiente
Agenda internacional
para o desenvolvimento sustentável
Andréa dos Santos Coelho
Desde o seu surgimento há cerca de 200 mil anos, o homem sempre afetou
o meio ambiente. No entanto, essa interferência restringia-se à escala local
ou regional. A amplitude e magnitude foram drasticamente alteradas em
decorrência da evolução tecnológica impressa por ele na sociedade,
ocasionando alterações nos biomas terrestres, que se traduzem em
modificações ecossistêmicas e nos padrões de biodiversidade; mudanças
no clima e na composição da atmosfera. Atualmente, mais de 75% da crosta
terrestre livre de gelo já demonstra evidências de alterações antropogênicas
ligadas à ocupação humana e às mudanças de uso e cobertura da terra, sendo
que o um quarto restante já está impactado por fenômenos globais, como o
aumento de CO2, nitrogênio e vários poluentes (Artaxo, 2014; Ellis;
Ramankutty, 2008).
Estudos identificam uma aceleração dessas alterações a partir da evolução
da agricultura e do advento da Revolução Industrial. A revolução
proporcionou um aumento extraordinário da população global, que saltou
de 700 milhões em 1750 para 7,6 bilhões de habitantes em 2017 – com 85%
dessa população vivendo nos continentes onde se encontram os países mais
pobres: Ásia (60%); África (17%) e América Latina e Caribe (9%) – e, apesar da
baixa fertilidade, deve alcançar o número de 9,8 bilhões de pessoas em 2050,
segundo a Organização da Nações Unidas (ONU, 2017). Esse crescimento
tem representado a necessidade de aumentar a produção de alimentos,
disponibilidade de água, produção de energia e de bens de consumo em
geral. Isto tem significado uma pressão cada vez maior sobre os recursos
naturais, alterando drasticamente a superfície terrestre (Artaxo, 2014).
A ação antrópica é responsável pela reestruturação da biosfera terrestre e
estudos indicam que os ecossistemas humanos recobrem uma área da
superfície terrestre superior a dos ecossistemas considerados naturais,
através da remoção de florestas; aumento de 30% na concentração de
dióxido de carbono na atmosfera; contribuindo para a extinção de cerca de
um quarto das espécies de aves na terra; produção de nitrogênio;
movimentação de terra; alteração no clima; acidificação dos oceanos;
54 | Reflexões em Biologia da Conservação
Cúpula do Milênio - Objetivos Compromisso das Nações Unidas a uma nova parceria
do Milênio (2000) global para reduzir a pobreza extrema, em uma série de
oito objetivos – com um prazo para o seu alcance em
2015 – que se tornaram conhecidos como os Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
2. Atingir o ensino - Garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos os sexos,
básico universal terminem um ciclo completo de ensino básico.
Considerações finais
A conservação dos ecossistemas naturais, através do uso racional dos recursos,
a implantação e implementação de áreas protegidas, o cumprimento das
legislações ambientais e dos acordos para a conservação da biodiversidade,
o aumento dos investimentos em pesquisas sobre o funcionamento dos
ecossistemas, a valoração dos serviços ambientais e a tomada de consciência
da sociedade sobre a importância dessa conservação são fundamentais para
a garantia de vários serviços essenciais à manutenção da biodiversidade, o
que significa, antes de tudo, a sobrevivência da espécie humana.
No entanto, vários são os desafios a serem superados, em especial a
pobreza, que atinge cerca de 767 milhões de pessoas, a maioria em países
em desenvolvimento na África, Ásia e América Latina. Alcançar as metas
dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável requer um esforço coletivo
entre governos, organizações não governamentais, academias e centros
de pesquisa com ações coordenadas e a implantação de instrumentos
políticos adequados.
Assim, na tentativa de superar os desafios para se alcançar o desenvolvimento
sustentável, foi criado o Projeto Mundo em 2050 (TWI2050), uma iniciativa
de pesquisa global em apoio à implementação bem-sucedida da Agenda 2030
das Nações Unidas. O objetivo do TWI2050 é fornecer o conhecimento
baseado em fatos para apoiar o processo de políticas e a implementação dos
ODS, através da criação de uma base cientifica robusta. A missão de conduzir
o Projeto está a cargo do Instituto Internacional de Análise de Sistemas
Aplicados (IIASA), da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável
(SDSN) e do Centro de Resiliência de Estocolmo (SRC). A hipótese levantada
pelo TWI2050 é a de que as transformações resultantes do cumprimento das
metas de 2030 precisaria se estender para além de 2050 afim de garantir um
futuro sustentável para todos e fornecimento de suporte de sistemas estáveis
da Terra para as gerações futuras (IIASA, 2016).
O Projeto TWI2050 aponta seis transformações necessárias para se alcançar
os ODS: 1. São necessários avanços substanciais na capacidade humana
através de melhorias adicionais na educação e nos cuidados de saúde; 2.
Consumo responsável e produção cortam várias outras transformações,
permitindo-nos fazer mais com menos; 3. É possível descarbonizar o sistema
energético, proporcionando energia limpa e acessível para todos; 4. Atingir
o acesso a alimentos nutritivos e água limpa para todos, protegendo a
biosfera e os oceanos, requer mais sistemas alimentares eficientes e
sustentáveis; 5. Transformar nossas cidades beneficiará a maioria da
população mundial; 6. A ciência, a tecnologia e as inovações (STI) são um
poderoso impulsionador, mas a direção da mudança precisa apoiar o
desenvolvimento sustentável (TWI2050, 2018).
As seis transformações apontadas como fundamentais dão às pessoas uma
perspectiva para a construção de sociedades locais, nacionais e globais e
economias que assegurem a criação de riqueza, redução da pobreza,
distribuição justa e inclusiva, condição necessária para o desenvolvimento
social em qualquer sociedade e em qualquer região do mundo, garantindo
assim a conservação da biodiversidade mundial, a sustentabilidade dos
recursos naturais e, o mais fundamental, a sobrevivência da espécie humana
em padrões de dignidade e bem-estar socioambiental.
Referências
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Reflexões em Biologia da Conservação | 71
4
Nations unies, La dignité pour tous d’ici à 2030, p. 39.
74 | Reflexões em Biologia da Conservação
Developpement Durable
En 1979, la Conférence des Nations Unies souligne l’importance d’attribuer
à la notion de développement d’autres dimensions: économique mais aussi
sociale, environnementale, culturelle et politique. Il faudra attendre jusqu’en
1992 lors de la Conférence des Nations Unies sur l’Environnement et le
Développement (CNUED) de Rio “Sommet de la Terre” pour enf in
populariser le concept de développement durable. Pour la première fois, le
débat politique quitte les sphères gouvernementales pour alerter et
mobiliser l’opinion publique: chacun a désormais son rôle à jouer pour un
meilleur développement de l’humanité.
Beaucoup d’écrivains ont théorisés sur le concept du développement
durable. Selon le rapport Brundtland, le Développement Durable qui se
défini comme “Un développement qui répond aux besoins du présent sans
compromettre la capacité des générations futures à répondre aux leurs”,
considère une approche globale et repose sur trois objectifs:
- Maintenir l’intégrité de l’environnement
- Améliorer l’équité sociale
- Améliorer l’efficacité économique
Reflexões em Biologia da Conservação | 75
“Le développement durable est une politique et une stratégie visant à assurer
la continuité dans le temps du développement économique et social, dans le
respect de l’environnement, et sans compromettre les ressources naturelles
indispensables à l’activité humaine (UE5, 2000).
5
*EU, Union Européenne.
76 | Reflexões em Biologia da Conservação
6
http://www.deleituras.com/transversais/objetivosdaeducacao.htm
Reflexões em Biologia da Conservação | 79
7
UNESCO, Façonner l’avenir que nous voulons, Décennie des Nations Unies pour l’éducation
au service du développement durable, rapport final (2005-2014), 2014, p. 9.
8
UNESCO, «Éducation au développement durable», http://bit.ly/2j7LM2s.
Reflexões em Biologia da Conservação | 81
(2004) insistent dans la même idée : s’il est vrai que la science est l’ingrédient
nécessaire au développement d’une citoyenneté informée et engagée, il
faut bien constater que dans la plupart des documents la science et la
technologie sont présentées comme non problématisées, sorties de leur
contexte historique, sociologique, économique et politique.
En fait, la recontextualisation de la science à l’égard de l’éducation au
développement durable s’avère nécessaire. L’éducation au développement
durable fournit le contexte du monde réel duquel les concepts et
compétences peuvent être appris. L’éducation au développement durable
reconnaît l’importance de regarder l’environnement à travers le contexte
des influences humaines, en incorporant les facteurs économiques, culturels
et politiques ainsi que l’équité sociale à côté des “systèmes et processus
naturels”. Autrement dit l’éducation au développement durable permet de
restituer à la science sa dimension humaine. C’est aussi une question de
citoyenneté, les citoyens devant être capables de faire sens avec ce qui se
passe autour d’eux (Djegham et al., 2006).
Pour Philippe Meirieu (2001) l’importance de l’éducation au développement
durable s’explique dans quatre paradigmes9, qui devraient s’appliquer dans
toutes les disciplines scolaires. Pour chacune des matières il y aurait “ce qu’il
faut connaître”, “ce qu’il faut faire”, “comment on doit penser” et “ce à
quoi on doit résister”. Le premier paradigme est le paradigme encyclopédiste
de l’éducation au développement durable, qui veut que ce concept fasse
partie “du bagage de l’honnête homme du XXIe siècle” ce qui justifie sa
préoccupation pour le monde actuel; il préconise une éducation
interculturelle. Dans le deuxième paradigme, il parle du paradigme
béhavioriste de l’éducation au développement durable, en ce sens implication
dans la modif ication du comportement de l’enfant, doit permettre
“d’acquérir des réflexes, des comportements qui sont devenus nécessaires
pour la survie même de la planète”. La troisième paradigme qui est le
paradigme systémique de l’éducation au développement durable introduit
une autre manière de penser à l’école “de penser le monde comme un
système composé d’une multitude d’éléments en interaction”. Cela rejoint
les préoccupations du philosophe Edgar Morin en faveur d’un enseignement
complexe et global. L’enfant pourrait trouver sa place à l’intérieur de ce
9
Un paradigme est un ensemble de principes qui structurent, plus ou moins
consciemment, la manière de connaître la réalité à étudier et, en conséquence, la
façon d’agir éventuellement sur celle-ci.
82 | Reflexões em Biologia da Conservação
Education formelle
La réussite de l’éducation au développement durable passe sans doute par le
repérage de points de convergence entre différents moments éducatifs
(Musset, 2010). Selon Jean-Marc Lange, il existe plusieurs manières de
concevoir l’éducation au développement durable, la première consiste en
Reflexões em Biologia da Conservação | 83
Education à la communauté
L’articulation entre l’éducation formelle et l’éducation non formelle est
une des spécificités de l’éducation environnementale qui peut encore
progresser, l’apprentissage communautaire est important pour le
84 | Reflexões em Biologia da Conservação
Conclusion
L’état actuel de notre environnement est très alarmant, parce que les gens
se soucient peu des problèmes environnementaux auxquels fait face notre
planète; dans ce contexte, apparut l’éducation au développement durable
en vue de remédier à cette situation pour ne pas compromettre le futur.
Les notions de valeurs, d’éthiques et le respect de l’environnement sont
quasiment inexistantes. L’un des problèmes ambiguë de l’environnement
est la question d’interdépendance entre ces différents éléments,
l’économie, l’environnement et le social qui sont totalement dépendants
l’un de l’autre. Surtout le développement de l’industrie pour la croissance
économique amplifie la dégradation de l’environnement, la surpopulation,
l’urbanisation et la pauvreté qui ont tous contribué à la détérioration de
l’environnement.
Il est possible que l’éducation au développement durable puisse nous aider
à l’amélioration et la protection planétaire, il suffirait seulement de prendre
conscience des mauvaises pratiques vis-à-vis de l’environnement et
d’adopter des comportements citoyens en valorisant le milieu de vie depuis
le niveau local jusqu’au niveau mondial. Les gestes individuels ou collectifs,
les débats, les conférences ont tous des importances particulières dans la
sensibilisation pour l’environnement. En guise de conclusion
l’environnement est notre maison, notre amie et il est nous-même, nous
Reflexões em Biologia da Conservação | 89
Référence
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Reflexões em Biologia da Conservação | 91
Esto significa que la sociedad tenga una mente proactiva con valores y
principios ambientales, para una mejor interacción entre la naturaleza y el
hombre, logrando a que exista un respeto y una buena intervención de
comportamientos intrínsecos y proambientales (Pires, 2014).
Según estudios de hábitat y manejo de ecosistemas, la conservación de la
biodiversidad estuvo siempre avocada para bajo la perspectiva de proteger
y catalogar especies que estaban establecidas en contextos donde el ser
humano no pudiera tener un fácil acceso, diferenciándolas con las
actividades productivas creando así la discusión entre actores sociales y la
reconfiguración sobre decidir cómo podrían ser aprovechados para su uso
(Quétier, 2007).
Esta adopción de modelo de conservación inicio a comprender de forma
más analítica las variables ambientales y padrones sociales necesarios para
el manejo de recursos naturales y capital de biodiversidad, haciendo
necesario buscar escenarios menos desgastantes. Haciendo partida de esta
referencia, este articulo propone explicar de forma reflexiva, como a través
de las tecnologías sociales se puede entender mejor los modelos de
conservación de la biodiversidad.
10
Paulo Freire “Educación Ambiental”.
104 | Reflexões em Biologia da Conservação
Conclusiones
La biodiversidad es un sistema complejo donde el ser humano coloca una
óptica de valoración y de comprensión sobre el conocimiento de sus
elementos que la componen. Esta percepción hacia la biodiversidad es
fundamentada por principios éticos que el ser humano plantea para crear
nuevos modelos de cuidado y estructuras de resiliencia, necesarias para
alcanzar un ambiente sano y equilibrado. En conclusión, la biodiversidad
está comprendida por un horizonte de concientización de los seres vivos,
lo cual hace que el hombre razone la importancia que tienen y que cumplen
una función dentro del medio ambiente en el que está sumergido el hombre.
La biodiversidad al ser comprendido por múltiples conocimientos, praxis y
cosmovisiones genera un sentido etnoecologico, en otras palabras,
prácticas que estén enfocadas al cuidado y mantenimiento de la naturaleza.
Por lo tanto, la conservación no es simplemente la conceptualización de
sus elementos biológicos, sino también, es la integración armónica de cuidar
el estado de la biodiversidad, principalmente si logramos analizar las causas
y consecuencias de actividades y necesidades que el ser humano precisa,
entonces solo así se podría incentivar a la reducción de gastar menos
recursos naturales, de alguna manera aporta un efecto a la conservación
de especies.
En el caso para ambos países, el reto de estas sociedades para preservar su
alta de riqueza de biodiversidad debe estar orientada a ser más responsables
y consientes, en el caso de México, usando la innovación de los SETS y en
Brasil, las redes de tecnologías sociales CTS y de estructuras sociales de
educación, capacitación, transferencia y monitoreo para la mejor
optimización del conocimiento.
Dejemos en claro que las bases epistémicas de los procesos de conservación
aportan modelos de pensamiento para que la sociedad sea más consciente
de sus recursos, y sepa se valorar cualquier forma de vida. Es vital crear
sociedades que procuren el desarrollo progresivo de hábitos sostenibles y
estructuras de conocimiento y practicidad holística de modelos para el
cuidado del medio ambiente.
Reflexões em Biologia da Conservação | 105
Referencias
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106 | Reflexões em Biologia da Conservação
Serviços Ambientais
Para uma avaliação de bens e serviços ecossistêmicos é necessário o
entendimento do termo funções ecossistêmicas, que pode ser definido
como o conjunto de processos naturais ecológicos e estruturais do
ecossistema. Cada função ecossistêmica é produto de processos naturais
dos sistemas ecológicos, que são resultantes de interações complexas entre
os componentes abióticos e bióticos. As funções ecossistêmicas podem
ser classificadas em: Funções de Regulação, que se refere à capacidade dos
ecossistemas naturais de regular os processos ecossistêmicos essenciais,
como regulação do clima, água e nutrientes; Funções de Habitat, que
consistem na capacidade dos ecossistemas naturais de oferecerem habitat
para a reprodução de animais e plantas, contribuindo para a diversidade e
variabilidade genética de espécies, como espaços para refúgio e reprodução
de espécies; Funções de Produção, que representam a capacidade de prover
recursos que variam de alimento a matéria bruta, por meio do processo de
Reflexões em Biologia da Conservação | 109
Figura 1. Estados que compõem a Amazônia Legal e as respectivas leis criadas a nível
nacional, a nível estadual e municipal.
NACIONAL
Decreto 23.793/1934: Código Florestal.
Lei 4.771/1965: Código Florestal.
Lei 9.433/1997: Política Nacional de Recursos Hídricos.
Lei 9.985/2000: Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Lei
12.144/2009: Cria o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas.
Lei 12.187/2009: Institui a Política Nacional de Mudança do Clima.
Decreto 7.390/2010: Regulamenta a Política Nacional de Mudança do Clima.
Decreto 8.576/2015: Institui a Comissão Nacional para Redução das Emissões de Gases de
Efeito Estufa Provenientes do Desmatamento e da Degradação Florestal, Conservação
dos Estoques de Carbono Florestal, Manejo Sustentável de Florestas e Aumento de
Estoques de Carbono Florestal (REDD+).
Lei 12.305/2010: Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Lei 12.651/2012 (alterada pela Lei 12.727/2012: Novo Código Florestal.
Projeto de Lei 276/2013 e 312/2015: Institui a Política Nacional de Pagamento por Serviços
Ambientais.
Reflexões em Biologia da Conservação | 113
ACRE
Lei 1.277/1999: Dispõe sobre a concessão de subvenção econômica aos produtores de
borracha natural bruta do Estado do Acre.
Lei 1.426/2001: Dispõe sobre a Política Florestal do Estado do Acre, em que regulamenta
os serviços ambientais.
Lei 2.025/2008: Cria o Programa Estadual de Certif icação de Unidades Produtivas
Familiares do Estado do Acre.
Lei 2.308/2010: Cria o Sistema Estadual de Incentivos a Serviços Ambientais (SISA), o
Programa de Incentivos por Serviços Ambientais (ISA) Carbono e demais Programas de
Serviços Ambientais e Produtos Ecossistêmicos do Estado do Acre.
AMAZONAS
Lei complementar 53/2007: Institui o Sistema Estadual de Unidades de Conservação,
tendo como um de seus instrumentos a compensação por serviços ambientais.
Lei 3.135/2007: Institui a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas, Conservação
Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas.
Lei 4.266/2015: Institui a Política do Estado do Amazonas de Serviços Ambientais e o
Sistema de Gestão dos Serviços Ambientais, cria o Fundo Estadual de Mudanças Climáticas,
Conservação Ambiental e Serviços Ambientais.
Lei 4.419/2016: Institui a Política Econômica Ambiental do Estado do Amazonas para o
Desenvolvimento Sustentável, denominada “Matriz Econômica-Ambiental do Amazonas”.
Lei 4.406/2016: Estabelece e Política Estadual de RegularizaçãoAmbiental.
MARANHÃO
Lei 10.421/2016: Dispõe sobre o fomento a proteção e a regulamentação da carcinicultura,
reconhecendo-a como atividade agrossilvipastoril, de relevante interesse social e
econômico, estabelecendo as condições para o seu desenvolvimento sustentável no
estado do Maranhão, para o que dá outras providências.
MATO GROSSO
Lei 1.259/2014 do Município de Mirassol D’Oeste/MT: Dispõe sobre a criação do Projeto
de Pagamentos por Serviços Ambientais no município de Mirassol D’Oeste.
Lei complementar 582/2017 do Estado do Mato Grosso: Institui a Política Estadual de
Mudanças Climáticas.
PARÁ
Decreto Nº 518/2012: Institui o Fórum Estadual de Mudanças Climáticas.
RONDÔNIA
Decreto 16.232/2011: Institui o Fórum de Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Serviços
Ambientais de Rondônia.
Ameaças e Oportunidades
O território brasileiro não possui um Marco Legal que regulamente o PSA
como um instrumento de gestão ambiental. Poucos estados na Amazônia,
como o Acre e Amazonas, instituíram e regulamentaram o PSA como uma
oportunidade de gestão de seus territórios. A política ambiental na região
amazônica tem se sustentado em instrumentos de comando e controle,
impondo limites de degradação e poluição, e sanções de cunho penal e
administrativo associados a dispositivos de fiscalização necessários para o
cumprimento da lei, não sendo completamente eficientes.
O desmatamento anual na Amazônia Legal vem diminuindo desde 2008,
quando foi instituído o Decreto 6.514/2008, que dispõe sobre as infrações e
sanções administrativas ao meio ambiente, regulamentando a Lei de Crimes
Ambientais (Lei 9605/1998). No entanto, o desmatamento ainda é um
problema a ser resolvido na região amazônica. Em 2017, a taxa de
desmatamento na região foi de aproximadamente 6,9 mil km², onde os
estados do Pará e Mato Grosso obtiveram as maiores porcentagens (34% e
33%, respectivamente).
As Áreas protegidas por Lei na região também são ameaçadas pelo
desmatamento, como Unidades de Conservação (UCs) e Terras Indígenas
(TIs). Em 2014, 7,47% da área era ocupada por UCs de proteção integral;
10,61% de uso sustentável, 22,29% de TIs e 40,37% áreas sob TI/UC. A partir
120 | Reflexões em Biologia da Conservação
Considerações Finais
Este estudo buscou apresentar um panorama das iniciativas de PSA na
Amazônia Legal, por meio de uma pesquisa sobre as legislações federais e
dos estados que englobam a região amazônica; além de levantamento de
projetos já executados e de oportunidades de execução do PSA na região.
Constatou-se que o mercado de PSA no Brasil ainda é ainda pouco
conhecido, onde a principal ameaça ao instrumento é a falta de um marco
regulatório que institua uma norma geral e fixe uma padronização do sistema
na federação. No entanto, verificou- se a existência de legislações dispersas
que tratam direta e indiretamente sobre o tema em alguns estados da
Amazônia Legal, destacando-se os estados do Acre e Amazonas, que
possuem legislação específica que disciplina o PSA em seus territórios.
As pequenas comunidades rurais e povos tradicionais (ribeirinhos, indígenas)
podem ser considerados uma grande oportunidade para a implantação de
PSA na região, visto que são os principais aliados para a manutenção dos
serviços ecossistêmicos por meio de suas práticas menos degradantes ao
meio ambiente. Ademais, seria um incentivo às formas de vida tradicionais,
auxiliando na permanência e autonomia dessas comunidades.
O instrumento econômico de PSA pode ser útil para incentivar a conservação
e preservação de áreas (por meio de sistemas sustentáveis de produção), a
restauração florestal (como forma de resgatar fluxos ecossistêmicos) e
expandir o mercado de PSA no âmbito da Amazônia Legal. As propostas de
serviços ambientais podem envolver os seguintes processos na região
amazônica: o sequestro de carbono, por meio da recuperação de áreas; a
proteção da biodiversidade, por iniciativas de preservação de unidades
florestais; manutenção da quantidade e qualidade da água, pela
recuperação e sustentação de APP e manutenção da beleza cênica pela
adoção de práticas sustentáveis.
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Conservação
dos produtos e serviços
da biodiversidade
no contexto rural e urbano
da Amazônia
Verdades e riscos da biotecnologia
e biopirataria em plantas aromáticas
da Amazônia: reflexões sobre os efeitos
na cadeia produtiva da priprioca
Salma Saráty de Carvalho
e igualitária dos benefícios gerados pelo uso dos recursos naturais (Soares;
Gomes, 2017), garantindo base jurídica internacional visando à proteção da
biodiversidade e o comércio do patrimônio genético, destacando a
necessidade do compartilhamento dos benefícios (Rangel, 2012).
Contudo, a denominação da ausência de ética no uso e manejo da
biodiversidade ficou conhecida como biopirataria de recursos naturais a
partir de 1993, através de uma ONG que objetivava destacar a prática de
empresas estrangeiras e instituições científicas em extrair e patentear
produtos baseados em material genético e conhecimento de população
tradicional sem o consentimento do poder público (Andrade, 2013).
Nesse sentido, entende-se que a existência da biopirataria estaria vinculada
à ausência de controle e ordenamento da aquisição de recursos naturais
para fins comerciais, e sem a devida distribuição dos benefícios (Kageyama,
2009), ou seja, se o uso e manipulação dos recursos naturais ocorrer em
desacordo com o que foi estabelecido pela Convenção da Diversidade
Biológica, configuram-se como biopirataria (Santililli, 2004).
O Instituto Brasileiro de Direito do Comércio Internacional, da Tecnologia da
Informação e Desenvolvimento (CIITED) menciona que a biopirataria está
vinculada ao fornecimento de recurso genético ou conhecimento tradicional
sem autorização do Estado (RECH et al., 2015). Kageyama (2009) afirma que
a biopirataria não consiste apenas na apropriação do patrimônio genético,
mas ressalta que o monopólio de informações privilegiadas sobre a fauna e
flora, obtidas a partir do conhecimento tradicional, também é considerado
como prática de biopirataria. Semelhante ao entendimento do Instituto
Brasileiro de Direito. Soares e Gomes (2017) também associam a biopirataria
como a transferência do patrimônio genético e/ou conhecimento tradicional
da biodiversidade de um país sem a autorização governamental.
Diniz (2002) ratifica a compreensão sobre biopirataria, quando considera o
uso indevido ou clandestino do patrimônio genético de um país sem
pagamento deste recurso natural. Contudo, a diferença nos demais
entendimentos é o destaque dado à origem deste uso que estaria associado
a empreendimentos multinacionais com interesse industrial (Rangel, 2012).
Gomes (2008) relaciona a biopirataria ao sistema de patentes, quando
considera as atividades de exploração, manipulação, exportação de
patrimônio genético, que objetivem a comercialização, vinculadas ao
contrabando de patrimônio genético e do conhecimento de população
tradicional para fins de apropriação dos princípios ativos e monopolização
Reflexões em Biologia da Conservação | 133
Considerações Finais
A priprioca compõe a biodiversidade da região amazônica e, por isso, faz
parte do conhecimento tradicional das populações que detêm os saberes
do uso e manipulação desta espécie há anos. Por outro lado, a sociedade
demanda por soluções biotecnológicas para o trato de doenças
degenerativas, cuja base dos produtos encontra-se nos princípios ativos de
plantas medicinais e aromáticas existentes na região Amazônica.
A dicotomia entre o conhecimento tradicional e o conhecimento científico
das comunidades e da sociedade, quanto ao uso da biodiversidade para
subsistência e para o mercado, devem ser avaliadas para o trato adequado
de cada realidade, respeitando cada sujeito e agindo de acordo com as
condutas morais e éticas para a solução de problemas.
A redução dos riscos da biopirataria faz-se importante e, para isso, as leis
devem ser executadas com ações efetivas de orientação e fiscalização,
144 | Reflexões em Biologia da Conservação
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CO, CH4, H2, CO5) e espectrometria de massa para analisar N2O. Essa
especiação química é fundamental para um melhor entendimento de suas
propriedades microfísicas e de emissão.
Vários experimentos realizados na Amazônia também foram capazes de
identificar a composição desse tipo de aerossol, mas a sua caracterização
completa ainda é muito complexa. A queima de biomassa pode ser
amplamente definida como combustão aberta ou quase aberta de qualquer
combustível vegetativo ou orgânico não fossilizado. No geral, a queima de
biomassa é a maior fonte de partículas carbonáceas finas primárias e a
segunda maior fonte de gases traço na atmosfera global.
Locais de maior incidência de queimada; ambientes mais vulneráveis
e a relação com o modelo econômico global
A maior incidência de queimadas em outras regiões do planeta são áreas de
florestas, ocorrendo durante o período seco, onde o material florestal
encontra-se facilmente inflamável. No estudo de Crounse et al. (2009) foi
observado intensa queimada ocorrida nas florestas de pinheiros nas
montanhas, tanto dentro quanto fora da bacia da cidade do México,
afetando drasticamente a qualidade do ar. Nos estudos de kondo et al.
(2011) foi realizada a coleta de amostragem de plumas de queimada por
aeronaves, onde essa intensa pluma oriunda de incêndios florestais na
América do Norte (Canadá e Califórnia), no verão de 2008, impactou também
na qualidade do ar nesses países.
No Brasil, durante o período da estação seca tanto as florestas quanto áreas
de pastagens ficam mais suscetíveis ao fogo, por estarem sob baixos níveis
de umidade (Nesptad et al., 2009). Essas queimadas são a principais fontes
de partículas de aerossol para a atmosfera, principalmente na área do arco
do desflorestamento na Amazônia e áreas onde há cultivo da cana-de-açúcar
(Artaxo et al., 2013). Moreira et al. (2014) analisram na região de Tangará,
no Mato Grosso, altas concentrações desse material particulado
correlacionadas com os números de focos de queimada e de ocorrências
por problemas de saúde. Os estudos a longo prazo por satélite (Chian, 2014)
mostraram a variabilidade regional desses aerossóis, acompanhando as
tendências de emissão antropogênica ligadas à densidade populacional e
ao desenvolvimento tecnológico.
Breve descrição sobre a poluição atmosférica proveniente das grandes
queimadas: constituição química e concentração de poluentes ao longo
do tempo e espaço
Reflexões em Biologia da Conservação | 149
Considerações Finais
Atualmente, a sociedade vem passando por uma imensa crise de pensamento.
Há uma grande inversão de ideias já construídas cientificamente e
socialmente e os limites da consciência ambiental é um drama. Será que
estamos prontos para evoluir nesse pensamento? Esse avanço depende da
capacidade das sociedades em aceitar os consensos científicos, assim como
aceitar as formas de governos radicalmente democráticos? Sem isso não
será possível reagir a tempo ao modelo econômico predatório da biosfera. As
crises ambientais atuais são reflexos e foram desencadeadas pelo êxito das
sociedades industriais em multiplicar o capital, o excedente, e isso impõe
novas formas de escassez e, consequentemente, geram ameaças mais
sistêmicas à nossa segurança e existência. Nessas últimas décadas é possível
observar o estado dessa profunda crise mundial. O crescimento populacional,
atrelado as tecnologias industriais tem desencadeado de várias maneiras,
gravíssima deterioração do ambiente natural e sistemas ecológicos dos quais
dependemos totalmente.
Essa deterioração do nosso meio ambiente natural tem sido acompanhada
de um correspondente aumento nos problemas de saúde dos indivíduos.
As crises pelas quais as sociedades têm sido acometidas estão intimamente
interligadas, são interdependentes, necessitando de novas metodologias
acadêmicas e, principalmente, dos nossos órgãos governamentais, pois há
uma rede complexa das relações sociais e ecológicas.
Reflexões em Biologia da Conservação | 153
Buscar uma consciência ecológica vai depender também da busca por uma
conexão com a natureza, uma intuição não linear do nosso meio ambiente.
Essa conexão e sabedoria intuitiva é um modo de viver das culturas
tradicionais, dos povos indígenas, onde a vida foi ajustada em torno de uma
consciência ambiental, conhecimento esse que foi negligenciado ao longo
do processo de desenvolvimento cultural.
O progresso não pode ser predominantemente racional e intelectual,
precisa-se desenvolver uma visão holística sobre a intensa rede de
conexões, identificando principalmente o ponto de inflexão, para tomadas
de decisões adequadas e que todos os indivíduos possam seguir usufruindo
dos recursos deste planeta de forma sustentável.
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154 | Reflexões em Biologia da Conservação
foi atualizada por Giri et al. (2011) e revelou que esse ecossistema ocupava
uma área de 137.760 km2. Em estudo mais recente, Hamilton e Casey (2016)
mostraram que essa estimativa até 2014 era de 81.484 km2. Essa perda deve-
se a vários fatores, incluindo pressões antrópicas, tais como populações
em crescimento, conversão em grande escala de manguezais para
aquicultura, efeitos colaterais agrícolas, efluentes de esgoto, construção,
turismo, poluição e pressões climáticas (Alongi, 2008).
Atualmente, as florestas de manguezais estão distribuídas em 105 países
do mundo (Hamilton; Casey, 2016), e são interligadas a ecossistemas
adjacentes (ambientes marinhos, recifes de corais, estuários, etc.) por meio
de interações físicas, bioquímicas e biológicas; e enquanto eles podem
persistir isoladamente, a sua associação com esses ambientes fornece
importantes serviços, como a pesca e a manutenção da biodiversidade
(Primavera et al., 2019). Dentro desse contexto, o trabalho de Mumby et al.
(2003) concluiu que o aumento na biomassa de peixes ocorre quando o
seu hábitat está conectado aos manguezais.
Os Serviços Ecossistêmicos (SEs) referentes aos benefícios humanos
obtidos dos ecossistemas podem ser categorizados em serviços de provisão
(alimento, água, madeira e fibra); serviços de regulação (regulam o clima,
inundações, doenças, resíduos e qualidade da água); serviços de suporte
(formação do solo, fotossíntese e ciclagem de nutrientes); e serviços
culturais (recreação, estético e espiritual) (Mea, 2005). Neste sentido, os
manguezais caracterizam-se por ser um dos ecossistemas mais
bioprodutivos do mundo e desempenham um papel significativo na oferta
de uma ampla gama de SEs (Tabela 1) (Pearson et al., 2019).
Tabela 1. Lista dos Serviços Ecossistêmicos providos pelos manguezais, identificados na
literatura.
Serviços de Regulação
Serviço Caracterização Literatura
Regulação do clima Árvores promovem sombra e diminuem Teeb (2010)
e da qualidade do ar os poluentes da atmosfera
Recursos medicinais Fornece plantas para uso medicinal Giri et al., (2011);
Rocha et al. (2017)
Serviços culturais
Serviço Caracterização Literatura
Recreação/turismo Local para realizar atividades de lazer Queiroz et al. (2017);
(pesca, passeios de barco com a família/ Teeb (2010)
amigos, jogos etc.) e oportunidade para
atividades turísticas
Ciência e Educação Atua como um espaço importante para Repolho et al. (2018)
Ambiental o desenvolvimento de pesquisas cientí-
ficas e atividades de educação ambiental
O impacto da aquicultura
Conforme foi relatado, as pressões antrópicas exercidas no meio ambiente
têm contribuído para a degradação de ecossistemas costeiros e,
consequentemente, comprometido a continuidade de inúmeras formas
de vida. Acerca dessas pressões, as atividades econômicas realizadas em
áreas de manguezais exercem grande influência nesse contínuo processo
de degradação, dentre as quais destaca-se a aquicultura.
A aquicultura é a criação de peixes e frutos do mar em situação de cativeiro.
Este é o sistema de produção de alimentos que mais cresce no mundo, a
uma taxa anual de 8% e contribuindo com 44,1% (167,2 milhões de toneladas)
da oferta mundial de peixe e mariscos (FAO, 2016). A atenção global dada a
esta atividade não se deve apenas ao sucesso econômico, mas também
devido às questões ambientais levantadas sobre o desenvolvimento não
regulamentado e insustentável. Impactos ambientais adversos relacionados
à aquicultura têm sido amplamente relatados (Jayanthi et al., 2018), e, de
acordo com os estudos de Thu e Populus (2007) e Tran et al. (2013), a
conversão de grandes áreas de manguezais para a aquicultura está
associada às perdas mais severas nesse ecossistema.
Para calcular a perda de áreas de manguezais, de maneira conjunta na
Indonésia, Brasil, Índia, Bangladesh, China, Tailândia, Vietnã e Equador,
Hamilton (2013) usou a ferramenta de sensoriamento remoto de aquicultura
pré-comercial nos principais estuários destes países, cujos resultados
revelaram que de 1970 a 2004 houve perda 51,9% da extensão total
analisada, sendo que 28% devem-se à conversão de florestas de mangue
para a aquicultura, o que equivale a uma área de 544.000 hectares.
160 | Reflexões em Biologia da Conservação
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166 | Reflexões em Biologia da Conservação
Segundo Costa (2009), ilhas de calor são uma anomalia térmica que resulta
de diferenças de absorção e armazenamento de energia solar pelos
materiais constituintes da superfície urbana. A ilha de calor urbana é
proveniente de uma massa de ar quente que cobre a cidade, gerando o
aumento das temperaturas ocasionado por alta densidade de construções,
concentração de materiais construtivos de grande potencial energético e
emissividade de reflectância, bem como atividades urbanas (Amorim et al.,
2009). Os materiais de construção, tradicionalmente utilizados na maioria
das cidades atualmente, ficam muito quentes sob o sol do verão. Logo,
medidas de mitigação de ilhas de calor reduzem as temperaturas de
superfícies, de coberturas e pavimentos. Portanto, para uma cidade
saudável são necessários componentes funcionais vitais, como árvores e
vegetação, que trazem inúmeros benefícios, inclusive comunidades mais
confortáveis, menos consumo de energia, redução da poluição do ar, menos
enchentes e melhorias para o ecossistema, além de agregar valor às
propriedades (Gartland, 2010).
Segundo o MMA (2012), são consideradas como áreas verdes urbanas o
conjunto de áreas intraurbanas que apresentam cobertura vegetal arbórea,
podendo ser nativa e introduzida, arbustiva ou rasteira como as gramíneas,
que contribuem de modo significativo para a qualidade de vida e o equilíbrio
ambiental nas cidades. As áreas verdes urbanas constituem-se em diversas
situações, como em áreas públicas, áreas de preservação permanente,
canteiros centrais, praças, parques, florestas e unidades de conservação
urbanas, jardins institucionais e terrenos públicos não edificáveis. Pelo
espaço que é destinado nos centros urbanos e pela sua degradação, as
áreas verdes são consideradas ícones de defesa do meio ambiente (Loboda;
De Angelis, 2005). Devido ao crescimento urbano, o aumento das
construções civis, a poluição atmosférica e perda de áreas de vegetação, o
clima urbano em escala local vem sofrendo alterações na temperatura e
umidade, contribuindo para a ocorrência de ilhas de calor.
O objetivo deste capítulo foi demostrar o efeito que as ilhas de calor causam
nos ecossistemas urbanos, além de promover uma reflexão sobre a
importância de se manter espaços de conservação da biodiversidade dentro
das áreas urbanas e a participação da sociedade neste contexto. Para
alcançar este objetivo utilizou-se pesquisa bibliográf ica acerca dos
ecossistemas urbanos, ilhas de calor, áreas verdes e urbanização. O tema
foi escolhido devido a importância do planejamento urbano para a
conservação da biodiversidade e conscientização da sociedade a respeito
da sustentabilidade ambiental.
168 | Reflexões em Biologia da Conservação
Processo de Urbanização
No ambiente construído as superfícies que substituem a vegetação são
impermeáveis e alteram o movimento dos raios solares e da água. As
superfícies verticais dos centros urbanos recebem luz solar em diferentes
ângulos, em diferentes horas do dia, de manhã cedo ou ao entardecer,
logo, as áreas urbanas absorvem radiação solar diariamente em período
mais longo do que as áreas não urbanas (Adler; Tanner, 2015). O ambiente
urbano, mais especificamente o centro, normalmente é ocupado por alta
densidade de construções, superfícies verticais, diferente do ambiente rural,
ocupado por baixa densidade de construções e vegetação arbórea esparsa
ou gramados (Amorim et al., 2009).
Há um fluxo intenso de entrada de energia, água, nutrientes e materiais
nos sistemas urbanos, como, por exemplo, os sistemas de distribuição de
água, que levam aos lares e jardins, à indústria e à agricultura; os fertilizantes
compostos de nitrogênio e fósforo que melhoram os jardins gramados; os
materiais utilizados em construções, embalagens e mercadorias que
chegam às toneladas. Esse movimento de materiais, combinado com a
elevada densidade populacional contribuem para níveis de perturbações
diferentes em frequência e magnitude, quando comparado a outros
ecossistemas (Figura 1).
O padrão espacial da urbanização é o que controla o comportamento das
pessoas, tais como os deslocamentos feitos a pé ou de carro, e essas
escolhas definem o ecossistema urbano. As inter-relações entre as forças
humanas e o uso dos organismos, afetam os ciclos da água, de nutrientes e
do clima, que são fundamentais para o ecossistema (Adler; Tanner, 2015).
Segundo Honorato (2012), o processo de evolução da urbanização e dos
equipamentos utilizados para atender as necessidades da população urbana,
tende a reduzir as áreas verdes, causa o aumento da superfície de absorção
térmica, o crescimento das áreas impermeabilizadas, o adensamento das
construções e a pavimentação asfáltica das vias, fatores que influenciam nos
índices de temperatura e consequentemente no clima urbano.
Figura 2. Fatores que influenciam na formação da ilha de calor urbana. Fonte: Werneck
(2018).
De acordo com Gartland (2010), existem cinco métodos básicos que são
utilizados para medir os efeitos da urbanização sobre os climas urbanos:
Estações F ixas, Transectos Móveis, Sensoriamento Remoto,
Sensoriamento Vertical e Balanços de Energia. Logo, medir os efeitos de
uma ilha de calor sobre um clima regional é de grande utilidade e
interessante, porém, não é um indicativo tão eficaz quanto as medidas de
mitigação para reduzir os impactos causados pela ilha de calor. Estudos
mostram diferentes tipos de modelos utilizados para prever como as
medidas de mitigação poderiam reduzir as temperaturas, o consumo de
energia e a poluição do ar, além de modelos específicos para observar
edifícios individualmente, cânions urbanos e áreas urbanas mais extensas.
maneira mais lenta, tornando a ilha de calor mais intensa. A diferença entre
as temperaturas urbana e rural é de 1 °C à noite nos dias nublados e com
ventos, diferente dos dias claros e calmos, chegando a 3,6 °C, ou seja, as
condições meteorológicas podem afetar a ilha de calor (Gartland, 2010).
Áreas verdes
Para uma cidade saudável são necessários componentes funcionais vitais,
como árvores e vegetação que trazem inúmeros benefícios, inclusive
comunidades mais confortáveis e menos consumo de energia, redução da
poluição do ar, menos enchentes e melhorias para o ecossistema e ainda
agrega valor às propriedades (Gartland, 2010). Com a expansão urbana a
cobertura natural do solo e a vegetação perdem espaço para as superfícies
impermeabilizadas e edifícios, diminuindo o sombreamento e a umidade,
na elevação de temperatura da superfície do ar, além de afetar a infiltração
de água para o solo, de acordo com o recobrimento e a redução da
evapotranspiração (Werneck, 2018).
As áreas verdes urbanas, além de contribuírem para o embelezamento
urbano, devem apresentar predominância de vegetação de, no mínimo,
igual ou superior a 50% da sua área total; ter permeabilidade do solo e haver
função ambiental, ou seja, devem cumprir três funções: estética, ecológica
e lazer (Muacuveia; Ferreira, 2017). As áreas verdes urbanas podem ser
consideradas como academias ao ar livre, pois a sua implantação é de suma
importância na promoção da saúde e qualidade de vida de uma população.
Dessa forma, os parques urbanos servem não somente para uma visita
eventual, mas também para o desenvolvimento de atividades físicas,
tornando-se um benefício importante na melhoria da saúde coletiva e bem-
estar social (Szeremeta; Zannin, 2013).
Consideram-se como áreas verdes urbanas os parques fluviais, parque
balneário e esportivo, praças, parques urbanos, jardim zoológico, até
mesmo alguns tipos de cemitérios e faixas de ligação entre as áreas verdes
(MMA, 2012). Portanto, caracterizam-se como áreas verdes urbanas
quaisquer áreas livres plantadas e com vegetação, dentro do perímetro de
uma cidade, conferindo-lhe o caráter urbano, com predomínio de plantas
de porte arbóreo, arbustivo e gramínea (Muacuveia; Ferreira, 2017).
As áreas de preservação permanente em meio urbano são consideradas
áreas verdes urbanas e, dentre várias funções e serviços ambientais,
176 | Reflexões em Biologia da Conservação
Considerações finais
A cobertura vegetal é um elemento importante para a amenização climática
nas áreas urbanas e contribui para a redução das ilhas de calor urbanas.
Com a criação de áreas verdes, como florestas urbanas em parques
ambientais, instalação de coberturas frescas, pavimentos frescos e plantio
de árvores são estratégias para reduzir o efeito da ilha de calor. No entanto,
é necessário conhecimento acerca do clima urbano e efeito das ilhas de
calor, para que sejam tomadas ações necessárias por parte da gestão
ambiental, voltadas para a manutenção e equilíbrio do meio ambiente urbano
e a sociedade possui papel importante ao compreender a necessidade de
se preservar as áreas verdes urbanas para obtenção de benefícios sociais e
ambientais para todos.
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Reflexões em Biologia da Conservação | 179
Impactos ambientais
A instalação das usinas hidrelétricas pode ocasionar o comprometimento
das atividades econômicas a jusante e a montante das barragens, pois
resultam na diminuição da qualidade da água, nos assoreamentos dos corpos
hídricos, no aumento de doenças provenientes da água, a exclusão de
usos múltiplos previamente existentes no espaço ocupado pelo reservatório
e o deslocamento compulsório de populações e das atividades
anteriormente localizadas nas áreas afetadas.
Dentre os vários impactos ambientais que as usinas podem provocar no meio
ambiente, o ecossistema aquático é o que mais tem sido afetado. A
construção dos reservatórios, além de prejudicar a fauna e a flora dessas
localidades, influenciam no surgimento de pântanos, aumento da
profundidade dos rios e compromete significativamente a desova dos peixes.
Os resultados acima expostos foram observados por Santos et al. (2017),
em que a instalação da UH no município de Ferreira Gomes, no estado do
Amapá, ocasionou o impacto no comércio e na renda dos pescadores locais.
Antes da construção da barragem, a média per capita de rendimento dos
pescadores era de RS 464,10. Após a construção do empreendimento, essa
renda foi reduzida para RS 268,30, representando uma perda de 42,18%.
Estudos similares realizados na usina de Kainji (Nigéria) demonstrou que
após a construção da barragem houve uma redução de 75% no rendimento
dos pescadores locais, assim como na qualidade e quantidade de peixes
capturados (Adeniyi, 1970). Existem casos em que é possível ter situações
opostas. De acordo com Duvail e Hamerlynck (2003), após a construção da
UH Diama (Mauritânia) durante os anos de 1992 a 1999, o número de
pescadores e seus respectivos rendimentos aumentaram gradativamente.
O ponto-chave para observar esse aumento ou redução da renda dos
pescadores não é fator principal a ser discutido tão somente após a instalação
das usinas. Mas sim, é importante levar em conta a participação social dos
pescadores e moradores no planejamento da construção, na gestão
estratégica desses empreendimentos a médio e longo prazos, pois é
possível controlar as variáveis como a vazão de inundação dos reservatórios,
182 | Reflexões em Biologia da Conservação
iluminada da coluna d’água recebe esse nome, pois é onde ocorre a maior
atividade biológica. O aumento do material de suspensão na água promove
a redução dessa zona eufática (Tundisi, 2006).
Considerações finais
Dessa forma, dentre as diversas fontes de produção de energia, a implantação
das usinas hidrelétricas tem seu papel fundamental para garantir o crescimento
econômico e a independência energética do país. Contudo, é de suma
186 | Reflexões em Biologia da Conservação
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Reflexões em Biologia da Conservação | 203
Desde o período colonial havia políticas voltadas para a gestão dos recursos
naturais. A gestão era realizada para manter a quantidade de recursos
necessários à Portugal (diretrizes sobre a utilização de recursos florestais,
principalmente o pau-brasil). Esses instrumentos instituídos pela Coroa não
visavam à proteção ambiental, mas à garantia de acesso aos recursos apenas
por Portugal. Com o passar dos anos e as variações dos sistemas instaurados
Reflexões em Biologia da Conservação | 211
criado o Código de Águas, instituído no Código Civil, o qual definia que era
proibida a contaminação deliberada de corpos d’água. Além disso, em 1937
foi criado o primeiro Parque Nacional do Brasil, o de Itatiaia, entre os estados
do Rio de Janeiro e Minas Gerais (Borges et al., 2009).
O primeiro Código Florestal do Brasil foi considerado um marco, pois já
conceituava a importância de algumas áreas para os ecossistemas naturais.
Em 1964 ocorreu a revogação do Código Florestal, para o estabelecimento
do Novo Código Florestal (Lei 4.771/65), o qual já estabelecia medidas para
a proteção ambiental, definia as Áreas de Preservação Permanente, Reserva
legal e contextualizava a necessidade de assegurar a proteção ambiental e
o uso sustentável do meio ambiente (Brasil, 1965; Farias et al., 2014).
Considerado como um instrumento indireto para a preservação ambiental,
o Estatuto da Terra (Lei 4.504, de 30 de novembro de 1964) é considerado
de grande importância para o ordenamento territorial. Este tipo de
instrumento regulamenta medidas que afetam o meio ambiente de forma
indireta. O Estatuto da Terra regulamentou os direitos e obrigações dos
imóveis rurais, além de designar a Reforma Agrária e a função social da
terra (Brasil, 1964).
Outro marco para o meio ambiente e para a sociedade em geral é a
Constituição Federal de 1988, que afirma, através do Artigo 225, que todos
têm direito a um ambiente ecologicamente equilibrado, e que é dever do
poder público e das sociedades preservar e defender o meio ambiente,
evitando a escassez dos recursos naturais, garantindo o meio ambiente e
disponibilidade de recursos para futuras gerações (Brasil, 1988).
As leis de impactos direto também foram importantes para regulamentar a
extração e utilização de recursos, assim como regulamentar a
implementação de empreendimentos. Como exemplo, tem-se a Lei 6.803,
de 1980, conhecida por regulamentar a exigência de estudos especiais que
avaliassem os riscos e os impactos dos empreendimentos, os quais eram
exigidos de empresas potencialmente poluidoras, assim como as devidas
mitigações a serem cumpridas, dispondo também sobre o zoneamento de
parques industriais (Brasil, 1980).
Na década de 1980 têm-se a criação da Política Nacional de Meio Ambiente
(PNMA), através da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, considerada de
suma importância para o Direito Ambiental Brasileiro, visto que deu início a
uma série de leis, decretos e resoluções que buscavam a utilização racional
dos recursos, a conservação ambiental e a proteção efetiva do meio
Reflexões em Biologia da Conservação | 215
11
Espaço geográfico formado por depósitos arenosos paralelos à linha da costa, de
forma geralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se
encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, podendo ter
cobertura vegetal em mosaico.
220 | Reflexões em Biologia da Conservação
Reserva Legal
As áreas de Reserva Legal também sofreram alterações no decorrer dos
anos. Em 1934, com o primeiro Código Florestal, essas áreas eram
consideradas a “quarta parte”, no qual não havia grandes especificações da
importância dessas áreas. As áreas de Reserva Legal estão localizadas dentro
das propriedades; são áreas que devem ser preservadas para assegurar o uso
sustentável dos recursos, mantendo processos ecológicos e abrigando
espécies de flora e fauna, conservando a biodiversidade (Brasil, 2012).
Já em 1965, o Código Florestal estabelecia que as áreas de Reserva Legal
para o Sul e Centro Oeste deveria ser de 20%, e para a Região Norte de 50%.
O atual Código estabelece: na Amazônia Legal: 80% em área de florestas,
35% em área de cerrado, 20% em demais regiões e biomas do país.
O Código também considera que imóveis de até quatro módulos fiscais não
precisam recompor a RL, o fim da exigência de averbação da RL em cartório
e permissão de exploração econômica da RL com autorização do SISNAMA.
(Lei nº 12. 615 de 2012).
No Código Florestal anterior, a RL passava pelo processo de definição e
autenticação em cartórios de registro de imóveis, ação que não é mais é
obrigatória, sendo necessário atualmente o imóvel estar registrado no
Reflexões em Biologia da Conservação | 221
Quadro 1 (cont.). Alterações na legislação ambiental proposta pelo Projeto de Lei 3.729/2004.
PL 3729/2004
ALTERAÇÃO PROBLEMÁTICA
Dispensa de parte do EIA, a critério da O fato de ser obra incluída em planos ou
autoridade licenciadora para atividades programas não isenta de causar danos
causadoras de significativo impacto ambientais aos ecossistemas.
ambiental que estiverem incluídas em
políticas, planos ou programas ambientais
contemplados em avaliação ambiental
estratégica, a exemplo de ferrovias,
aproveitamentos hidrelétricos etc.
[...]
I - Unidades de Proteção Integral;
II - Unidades de Uso Sustentável.
§ 1o O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a
natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais,
com exceção dos casos previstos nesta Lei.
§ 2o O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus
recursos naturais (Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000).
12
Presidente da República do Brasil após impeachment de Dilma Rousseff, eleita
democraticamente em 2010 e reeleita em 2014.
228 | Reflexões em Biologia da Conservação
então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, mas sempre foi
considerada local vulnerável à exploração predatória devido à proximidade
da Rodovia BR 163 (Santarém-Cuiabá) (Figura 2).
A MPV 756/2016 foi aprovada pelo senado em maio de 2017, reduzindo a
área da FLONA Jamanxim, para compor a recém-criada APA do Jamanxim,
reduzindo assim o nível de proteção ambiental (pois APAs são mais flexíveis).
A flexibilização reduziria a proteção ambiental e viabilizaria a peranência de
posseiros nas áreas protegidas. As APAs são um tipo mais brando de unidade
de conservação. De acordo com o IPAM, na Amazônia, as áreas destinadas
às APAs têm taxas de desmatamento similares às áreas privadas, ou seja,
não cumprem o seu papel de proteção ambiental.
As APAs podem ter suas terras ocupadas e exploradas, enquanto as FLONAS
só podem ser habitadas por famílias que viviam na região antes da UCs.
Essas famílias podem utilizar os recursos da área de forma sustentável,
além de serem permitidos estudos científicos. Segue a definição das APAs,
de acordo com o Ministério do Meio Ambiente:
Área de Proteção Ambiental: área dotada de atributos naturais, estéticos e
culturais importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações
humanas. Geralmente, é uma área extensa, com o objetivo de proteger a
diversidade biológica, ordenar o processo de ocupação humana e assegurar
a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. É constituída por terras
públicas e privadas.
Floresta Nacional: área com cobertura florestal onde predominam espécies
nativas, visando o uso sustentável e diversificado dos recursos florestais e
a pesquisa científica. É admitida a permanência de populações tradicionais
que a habitam desde sua criação (MMA).
A priori, haveria a redução da Flona Jamanxim, a criação da APA Jamanxim
em uma área de 440 mil hectares, que antes fazia parte da Flona Jamanxim
e passaria a integrar o Parque Nacional Rio Novo (o aumento do Rio Novo
era uma compensação pela redução da Flona, pois um Parna é considerada
UC de proteção integral, onde só é permitida a visitação, enquanto que
Flonas e APAs são UCs da categoria uso sustentável). Posteriormente, houve
a anulação da transferência dos 440 mil ha da Flona para o Parna Rio Novo
e o aumento do tamanho da APA Jamanxim.
Essa área possui forte pressão de garimpeiros, grupo favorável à criação da
APA Jamanxim, pois querem continuar acessando um garimpo na vizinha
Reflexões em Biologia da Conservação | 229
Belo Sun, que irá extrair minério da região do Xingu. A valorização dos
recursos minerais na Amazônia teve início com a exploração da reserva de
manganês Serra do Navio, território pertencente ao Amapá, segundo
Monteiro (2005) e, posteriormente, a busca por diversos minerais se
expandiu pela Amazônia, a exemplo, tem-se a exploração de Serra Pelada.
Na década de 1960 houve a descoberta de jazidas de bauxita nas
proximidades do rio Trombetas, localizado no município de Oriximiná, no
Pará. Grandes empresas de exploração de minério instalaram-se na região,
como a Companhia Vale do Rio Doce, atual Vale. O governo brasileiro
incentivou a extração de minerais, cedendo às empresas todos os tipos de
incentivos governamentais (Monteiro, 2005).
Criada na década de 1980, a Reserva Nacional de Cobre e seus Associados
(RENCA) era vista como área estratégica para resguardar a soberania
nacional, considerando a possibilidade de falta de minerais em nível mundial,
a reserva seria utilizada em caso estratégico. Na época da criação, havia
também questões geopolíticas, já que a área onde a reserva se localiza
encontra-se na Faixa da Fronteira, área estratégica para o país quanto ao
território, autonomia, política e poder de decisão (MME, 2017),
resguardando parcela do minério, considerando o forte interesse de
multinacionais em explorar os minérios da região (Coelho et al., 2017).
A RENCA é uma área de 46.450 km², criada pelo Decreto Nº 89.404, de 24
de fevereiro de 1984, que se localiza entre os estados do Pará e Amapá. No
ano de 2017 houve uma polêmica devido à possibilidade de extinção da
reserva de minério. O Decreto 9.142/2017 foi assinado, extinguindo a RENCA,
gerando uma polêmica nacional. A ação governamental foi duramente
criticada, isto porque, o presidente Michel Temer supostamente teria
autorizado a mineração por grupos privados.
A reserva abrange outras subáreas, entre elas Unidades de Conservação e
Terras Indígenas, ou seja, direitos minerários coincidem com as áreas
protegidas. Com a extinção da RENCA, a possibilidade de abertura para a
implantação de projetos de exploração de minério aumentou as pressões
na região, gerando impactos ambientais, colocando em risco as populações
locais ali presentes (Coelho et al., 2017).
Diante desta polêmica, o governo reedita o decreto que extinguia a RENCA
e elabora o Decreto nº 9.147 de 28 de agosto de 2017, no qual deixa claro
que não haverá liberação de mineração dentro das áreas protegidas e que
as áreas já demarcadas não sofreriam com a mineração. Porém, o fato de
232 | Reflexões em Biologia da Conservação
não haver mineração dentro das áreas protegidas, não as isenta de sofrerem
com os impactos oriundos de explorações próximas (Borba, 2013).
Mesmo com a garantia de que a mineração não iria interferir nas áreas
protegidas, as críticas à ação governamental ainda se mantiveram,
pressionando o governo a recuar, assinando o Decreto 9.159/2017,
revogando o Decreto 9.147/2017 e revigorando o Decreto 89.404/1984,
que criou a RENCA.
Considerações Finais
A proteção ao meio ambiente deve ser considerada como uma obrigação
conjunta de governos e sociedades, não sendo possível obter sucesso se
apenas uma das partes está empenhada na proteção ambiental.
Atualmente, o mundo passa por perdas da biodiversidade devido às
atividades exploratórias de diversas ordens. A legislação ambiental seria
uma forma de regularizar essas pressões, buscando minimizar os impactos.
Porém, o que se percebe é o papel da legislação, em muitos períodos,
cedendo a pressões de grupos que não visam à proteção ao meio ambiente
e sim o lucro.
As conquistas como Unidades de Conservação, Código Florestal, Lei de
Florestas e Águas, são reconhecidas como avanços na missão de proteção
ambiental e manutenção da biodiversidade, porém, quando no escopo
destas legislações há possíveis flexibilidades, estas são vistas como
retrocessos. Recentemente, o Brasil foi visto, em nível internacional, como
um país não comprometido com as causas ambientais. A liberação de
agrotóxicos, redução de áreas protegidas, possibilidade de exploração
próximo a UCs e a possibilidade de alterar as diretrizes do licenciamento
ambiental são claramente analisados como fatores que expressam o
retrocesso ambiental. As catástrofes recentes que afetaram o país (Mariana
e Barcarena) deveriam ser avaliadas, a fim de enrijecer a legislação,
dif icultando e exigindo de empreendimentos poluidores ações
sustentáveis. Porém, percebe-se o inverso, que a legislação está a favor de
empreendimentos e não a favor do meio ambiente e das sociedades que
dele desfrutam, constatando-se que a legislação, quando a favor do capital,
não poderá ser um instrumento que auxilie na proteção da biodiversidade.
Reflexões em Biologia da Conservação | 235
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Reflexões em Biologia da Conservação | 239
Figura 1. Distribuição espacial das áreas protegidas, segundo a CDB na Amazônia Legal Brasileira.
Reflexões em Biologia da Conservação | 241
Possui Plano 94 (27,17%) 68 (16,27%) 15 (7,61%) 230 (17,37%) 3 (12,5%) 9 (27,27%) 68 (37,36%)
de Manejo
Não Possui Plano 252 (72,83%) 350 (83,73%) 182 (92,39%) 1094 (82,63%) 21 (87,5%) 24 (72,73%) 114(62,64%)
de Manejo
Possui Conselho 187 (54,05%) 85 (20,33 %) 49 (24,87%) 321 (24,24%) 1 (4,17%) 11 (33,33%) 93 (51,1%)
Gestor
Não Possui 159 (45,95%) 333 (79,67%) 148 (75,13%) 1003 (75,76%) 23 (95,83%) 22 (66,67%) 89 (48,9%)
Conselho Gestor
Tabela 1 (cont.). Informações administrativas das UCs nos biomas brasileiros.
Esfera Adminis- 20 (5,78%) 38 (9,09%) 8 (4,06%) 272 (20,54%) 1 (4,17%) 6 (18,18%) 35 (19,23%)
trativa Municipal
Esfera Adminis- 143 (41,33%) 183 (43,78%) 75 (38,07%) 569 (42,98%) 9 (37,5%) 15 (45,45%) 78 (42,86%)
trativa Estadual
Esfera Adminis- 183 (52,98%) 197 (47,13%) 114 (57,87%) 483 (36,48%) 14 (58,33%) 12 (36,36%) 69 (37,91%)
trativa Federal
Proteção Integral 89 (25,72%) 135 (32,3%) 54 (27,41%) 441 (33,31%) 7 (29,17%) 18 (54,55%) 77 (42,31%)
Modalidade de 55 (15,9%) 166 (39,71%) 91 (46,19%) 583 (44,03%) 17 (70,83%) 11 (33,33%) 4 (2,2%)
Gestão Privada
Modalidade de 291 (84,1%) 252 (60,29%) 106 (53,81%) 741 (55,97%) 7 (29,17%) 22 (66,67%) 178 (97,8%)
Gestão Pública
| 243
244 | Reflexões em Biologia da Conservação
A gestão das áreas protegidas está vinculada a uma série de conflitos, ameaças
e diversos desafios. Para lidar com estas questões, trabalha-se a ideia da
gestão integrada, com a participação dos atores sociais envolvidos,
estabelecendo conselhos gestores e planos de manejo, para uma melhor
gestão da área (Queiroz et al., 2010; Martini et al., 2012; Irigaray et al., 2013;
Walker et al., 2014; Ferreira; Mello, 2016; Rezende et al., 2017). Segundo
Verísimo et al., (2011), para gerir uma UC são necessários recursos humanos e
financeiros adequados, assim como estrutura básica de funcionamento, como
sede, vigilância, equipamentos de emergência e comunicação, até mesmo
devido às localizações remotas da maior parte das UCs, e locais adequados
para desenvolvimento de pesquisas, visitação e uso comunitário. Além disso,
é essencial que a gestão esteja baseada em um plano de manejo aprovado, e
pautado na existência de um conselho gestor formal e atuante (VERÍSSIMO
et al., 2011). Apesar da importância atribuída aos planos de manejo e conselhos
gestores para a governança das áreas protegidas, segundo dados do MMA
(Brasil, 2019), apenas 27,17% das UCs da Amazônia possuem plano de manejo
e 54,05% delas possuem conselho gestor (Tabela 1).
Segundo Irigaray et al., (2013), os modelos econômicos implantados ao longo
do tempo na Amazônia constituíram-se como fator de conflito, visto que os
modelos de produção implicam na acelerada degradação dos recursos
naturais, tendo como principal reflexo o avanço do desmatamento na região,
além da degradação por exploração florestal seletiva e fogo. Segundo dados
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE, 2019), o estado do Pará foi
o que apresentou maior área desmatada em 2018 (2.744 km²). E o estado do
Amapá, com 24 km², foi o que apresentou menor área desmatada (Figura 3).
Figura 3. Desmatamento (km²) nos estados da Amazônia Legal Brasileira em 2018. Fonte:
INPE (2019).
Reflexões em Biologia da Conservação | 247
Considerações finais
Os desafios enfrentados pela gestão integrada de áreas protegidas são
semelhantes, na sua maioria, independentemente da localização da área
de interesse no território brasileiro. Os estudos sobre a temática precisam
evoluir em termos de troca de experiências na gestão integrada de áreas
protegidas precursoras, para auxiliar em seus processos de implementação
de novas áreas, estimulando a gestão integrada desde o início e envolvendo
o maior número possível de atores sociais.
A eficiência no uso de áreas já desmatadas e aplicação de políticas públicas,
assim como a maior integração da sociedade nas questões ambientais,
despertando o seu sentimento de pertencimento e de responsabilidade
ambiental, poderia aumentar a conservação de áreas protegidas. Porém, a
estrutura e o pensamento ambiental da sociedade não estão
suficientemente amadurecidos no que se refere às suas responsabilidades
socioambientais, o que limita a gestão integrada das áreas protegidas. Por
outro lado, pode ser resultado justamente da falta de participação da
sociedade nas discussões ambientais, que deveria ser estimulada pelo
governo por meio de políticas públicas, com a criação de conselhos gestores
nas UCs e com ampla consulta por parte do poder público às instituições de
pesquisa, para embasar cientificamente as tomadas de decisão.
Apesar das informações e dados fornecidos pela ciência e, mesmo que os
atores sociais se comprometam com a conservação dos recursos naturais e
com a proteção de determinadas áreas, o governo têm papel decisivo, uma
vez que elabora e é responsável pela aplicação da legislação que cria,
protege e regulamenta estas áreas, ou seja, o ponto chave para o sucesso
ou fracasso de uma área protegida parece ser de cunho político.
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252 | Reflexões em Biologia da Conservação
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Reflexões em Biologia da Conservação | 261
13
Segundo com (BRASIL, 2018. ‘s.p.’).
“No Brasil, o TIRFAA foi aprovado pelo Congresso Nacional, por intermédio do Decreto
Legislativo nº 70, de 19 de abril de 2006, e incorporado à legislação brasileira pelo
Decreto nº 6.476, de 5 de junho de 2008. O Governo brasileiro depositou seu
instrumento de ratificação em 22 de maio de 2006, passando o mesmo a vigorar,
para o Brasil, em 22 de agosto de 2006, na forma de seu artigo 28.2.
262 | Reflexões em Biologia da Conservação
Estima-se que em 40, 60,000 espécies, que estão incluídas no Peru, Brasil,
Equador e Colômbia, poderão desaparecer. Isso se deve ao excesso de
demanda de recursos como a madeira, a industrialização de plantas na
produção de produtos de beleza, medicamentos, atividade pecuária,
expansão urbana no aumento descontrolado de áreas desmatadas para as
instalações urbanas, construção de rodovias, falta e/ou não aplicação de
estudos de impacto ambiental, entre outros (Forero, 1989). Do ponto de
vista do autor, e desde a data de publicação de sua pesquisa até hoje,
passaram aproximadamente 30 anos, portanto, há evidências da perda de
espécies na América Latina14.
A conservação de germoplasma ou dos recursos filogenéticos que são
importantes para a vida cotidiana do homem deve ser salvaguardada para o
Além disso,
Os Bancos de germoplasma em todo o mundo têm coleções muito
diversif icadas de recursos f itogenéticos, e seu objetivo geral é a
conservação a longo prazo e a acessibilidade do germoplasma de plantas
para “criadores de plantas15”, pesquisadores e outros usuários. Os recursos
genéticos vegetais são o material inicial para o melhoramento das culturas
15
Em espanhol: Fitomejoradores
264 | Reflexões em Biologia da Conservação
Conservação in vitro
As técnicas laboratoriais, como a micropropagação in vitro, ajudam a planta
a se desenvolver mais rapidamente, o que é realizado com a ajuda de
implementos de laboratório. Essa técnica também pode ser feita em casa,
mas com uma base conceitual do assunto. Também ajuda o reflorestamento,
a revegetação, a recuperação de áreas afetadas. Além disso, é importante
para a conservação das espécies de plantas.
A conservação in vitro é parte da manutenção de amostras de germoplasma
de plantas utilizando a técnica de cultura de tecidos in vitro, sob condições
controladas de temperatura, fotoperíodo e em meios de cultura que
favorecem o lento crescimento de propágulos, sendo um método eficiente
e de médio prazo e baixo custo, fácil manutenção e conservação de
germoplasma, o qual apresenta as principais vantagens em relação à
conservação no campo: redução do espaço de armazenamento, rápida
multiplicação de material vegetal livre de pragas e patógenos presentes no
campo e independência das condições climáticas (Freitas et al., 1992)
A maneira mais usada para retardar o crescimento da vegetação é através
da redução da temperatura de cultivo e da concentração mineral do meio
de cultura. A combinação destes fatores ligados à adição de reguladores
osmóticos no meio de cultura é a base dos protocolos de conservação para
crescimento mínimo (Águila et al., 2004).
Reflexões em Biologia da Conservação | 265
Criopreservação
A criopreservação é a técnica de conservação que está sendo usada nos
últimos tempos. Segundo a comunidade científ ica, é um método
revolucionário para a conservação das células do ser vivo. Ele está sendo
aplicado para a conservação de espécies de plantas.
A criopreservação é aplicada à longevidade da conservação de uma espécie
vegetal, usando temperaturas muito baixas com nitrogênio líquido (-196oC),
o que impede a divisão celular e outros processos fisiológicos do organismo.
Isto é aplicado desde a década de 1970, cujos recursos filogenéticos são
aqueles que se propagam vegetativamente e possuem sementes, que
significa que são características importantes para realizar a criopreservação
(Engelmann, 2013; Panis; Lombardi, 2005; Khoury et al., 2010).
Considerações finais
Para a conservação da vida no planeta, vários requisitos importantes são
necessários, como os alimentos. Os animais, tanto quanto o ser humano,
são seres heterotróficos que precisam de alimentos produzidos por plantas,
Reflexões em Biologia da Conservação | 269
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Reflexões em Biologia da Conservação | 271
Endemismo:
estado da arte e desafios para a conservação
Gisele Cassundé Ferreira
O que é Endemismo?
Dois padrões de distribuição geográfica são reconhecidos na biogeografia
(Brown; Lomolino, 1998). O primeiro é que as espécies de animais e plantas
não estão distribuídas de forma aleatória sobre o planeta Terra, e tendem a
se concentrar em algumas regiões do mundo (Silva et al., 2004). O segundo
é que táxons têm suas distribuições influenciadas por fatores históricos e
ecológicos complexos (Carvalho, 2011; Silva et al., 2004). Os fatores
históricos associados a eventos como o surgimento de barreiras
geográficas, mudanças geológicas, especiações, dispersões, extinções,
podem explicar como as espécies tornaram-se restritas às suas faixas
geográficas atuais, além de esclarecer porque estão ausentes em áreas
com condições ecológicas aceitáveis para a sua sobrevivência (Da Silva,
2011; Morrone, 2008). Por outro lado, os fatores ecológicos podem
esclarecer os limites geográficos das espécies, comumente pelas condições
bióticas e abióticas associadas a exigências fisiológicas (Morrone, 2008).
A biogeografia, responsável pelo estudo da distribuição de táxons ao longo
do tempo e espaço, sofreu modificações a partir do século passado, quando
a prática em investigar as histórias evolutivas separadamente para cada
táxon deu lugar a novas abordagens (Morrone, 2001). Neste contexto, a
panbiogeografia, idealizada por Croizat (1958), surge como uma grande
linha de estudo da biogeografia histórica, na busca de padrões comuns
entre diferentes táxons, capaz de detectar unidades biogeográficas
(Carvalho, 2011; Morrone, 2001; 2004). Grehan (1988) menciona que a base
da biogeografia histórica e uma parte relevante da panbiogeografia deve-
se à homologia biogeográfica – que lida com o reconhecimento de faixas
generalizadas e áreas de endemismo – como critério que deveria ser
empregado para reconhecer elementos espaço-temporais comuns de uma
história evolutiva compartilhada.
O avanço no estudo da distribuição de espécies tem ajudado pesquisadores
a sustentar hipóteses e revelar padrões biogeográficos importantes
Reflexões em Biologia da Conservação | 273
As áreas de endemismo (AE) são aquelas que abrigam duas ou mais espécies
endêmicas (Cracraft, 1985; Platnick, 1991). São muito importantes por serem
as menores unidades geográficas para análise de biogeografia histórica e
são, portanto, a base para a formulação de hipóteses sobre a história das
unidades geográficas e suas biotas (Cracraft, 1985, 1994; Morrone, 1994;
Morrone; Crisci, 1995). As AEs são interpretadas como locais onde diferentes
táxons possuem uma história biogeográfica comum. Isso explica porque
os táxons endêmicos (aqueles com distribuição restrita) se concentram
em algumas regiões do mundo, formando biotas únicas, portanto, sendo
consideradas alvos prioritários para ações de conservação (Terborgh;
W inter, 1982; Fjeldsa, 1993). No entanto, é preciso atenção, pois o
endemismo nem sempre é sinônimo de pequenas escalas espaciais, ao
contrário, algumas vezes a restrição na distribuição espacial de táxons pode
se tratar de áreas tão grandes quanto continentes (Morrone, 2008).
Categorias de Endemismos
Segundo Morrone (2008), espécies endêmicas podem ser classificadas em
categorias de acordo com a distribuição, origem, idade e taxonomia, como
apresentado abaixo:
• Autóctones: aqueles que evoluíram na mesma área de sua distribuição
atual;
• Alóctones: aqueles que evoluíram em uma área diferente da sua
distribuição atual;
• Taxonômicos: aqueles que são os únicos sobreviventes de um grupo
anteriormente diverso;
• Biogeográficos: aqueles que são endêmicos descendentes de um táxon
anteriormente com distribuição não restrita. Eles também são conhecidos
como fósseis vivos;
• Neoendémicos: aqueles que evoluíram relativamente recentemente e
podem ter sua distribuição restrita porque ainda não tiveram tempo de
se dispersar;
• Paleoendêmicos: aqueles que têm uma longa história evolutiva e
geralmente são restritas por barreiras à dispersão ou extensa extinção
nas áreas restantes onde foram distribuídas no passado.
Reflexões em Biologia da Conservação | 275
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Reflexões em Biologia da Conservação | 277
Consideraçõe finais
A Biologia de Conservação e a Biogeografia da Conservação são importantes
para o conhecimento das funções ecológicas de espécies em diferentes
escalas de abordagem e, portanto, são de grande valia para o planejamento
da conservação.
A espécie-alvo (C. kapoori) está densamente localizada no Mosaico do
Gurupi. Contudo, de acordo com os princípios biogeográficos, quanto maior
a dispersão e as amplitudes geográficas de distribuição da espécie, maiores
serão as chances de sobrevivência, face aos distúrbios ambientais
(exploração madeireira ilegal, queimadas e desmatamentos), que estão
presentes no referido mosaico.
As geotecnologias foram indispensáveis para a elaboração da proposta de
conservação deste capítulo, mas trata-se de ferramentas que aplicaram
conhecimentos biogeográf icos. Dessa forma, denota-se que o
conhecimento de várias disciplinas afeitas à conservação é de grande
relevância para execução de estratégias de conservação otimizadas, a partir
do uso das referidas ferramentas.
A estratégia de conservação aplicada para o Corredor Ecológico de dispersão
da espécie C. kapoori utilizou os mapas de custos, a fim de aliar os menores
custos econômicos para a promoção da conectividade. Assim, como menor
custo utilizou-se as áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente,
que já são legalmente instituídas pelo Código Florestal Brasileiro, isto é, não
representam custos adicionais para a formação do pretenso corredor.
Por fim, o resultado obtido mostra-se eficaz em dois sentidos: o primeiro
alia as teorias biogeográficas de conservação para uma abordagem prática,
com foco em espécie ameaçada e existente em áreas com distúrbios
ambientais, como é o caso do C. kapoori; por outro lado, por ser uma
proposta pensada para a escala do município de Paragominas, o qual
demonstra haver uma gestão ambiental mais propensa à visão de
conservação da natureza, o que pode resultar na aceitação do Corredor
Ecológico aqui proposto, enquanto uma política pública a ser implementada
a posteriori.
294 | Reflexões em Biologia da Conservação
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Reflexões em Biologia da Conservação | 295
Lista de Autores
Ermano Prévoir
Graduação em Sciences Agronomiques.Université Polyvalente d´Haiti, UPH, Haiti
(2015). Mestrado em Ciências Ambientais. Universidade Federal do Pará, UFPA,
Brasil (2020). Doutorando em Agronomia pela Universidade Federal Rural da
Amazônia, UFRA, Brasil.