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Guia Prático de CURATIVOS E COBERTURAS

CAPA

1
Licenciado para - Silvana Furquim - 57727724068 - Protegido por Eduzz.com
Guia Prático de CURATIVOS E COBERTURAS

SUMÁRIO
1. PELE...................................................................................................... 08
Composição da Pele .............................................................................. 09
Tela Subcutânea | Estrutura da Pele............................................ 10
Funções da Pele......................................................................................... 11

2. O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO..................................... 13
Fases do Processo de Cicatrização............................................. 15
Tipos de Cicatrização............................................................................. 18
Fatores que Interferem na Cicatrização das Feridas...... 19
Nutrição e Cicatrização........................................................................ 21

3. FERIDAS............................................................................................ 23
O que são feridas...................................................................................... 24
Classificação das Feridas................................................................... 25
Feridas mais Recorrentes na Prática Clínica......................... 30

4. CURATIVOS E COBERTURAS................................................ 50
Curativo | Finalidade dos Curativos............................................. 51
52
Curativo x Cobertura..............................................................................
Escolha dos Curativos | Tipos de Curativos............................ 53
Material para Curativos........................................................................ 54
Técnicas de Curativos........................................................................... 55
O que é Desbridamento ou Debridamento?.......................... 56
Métodos de Desbridamento.............................................................. 58
Produtos mais utilizados no Desbridamento Químico... 62

5. COBERTURAS PARA O TRATAMENTO DE FERIDAS... 64


Classificação dos Tipos de coberturas..................................... 65
67
Seleção das Coberturas.......................................................................
Principais Tipos de Coberturas para Feridas......................... 68

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1. Ácidos Graxos Essenciais – AGE............................................. 69


2. Alginato de Cálcio............................................................................ 71
3. Antimicrobianos................................................................................. 74
4. Bandagens Compressivas......................................................... 77
5. Bota de Unna........................................................................................ 78
6. Carvão Ativado................................................................................... 80
7. Carvão Ativado com Prata......................................................... 81
8. Colágeno................................................................................................. 83
9. Cremes Barreira................................................................................. 85
10. Curativos Combinados................................................................. 88
11. Espuma Polimérica ou Hidropolímero com ou sem 90
Prata...........................................................................................................
92
12. Filmes Transparentes ou Membranas...............................
13. Gaze não Aderente | Compressa não Aderente......... 94
14. Hidrocolóides em Placa e em Pasta.................................... 96
15. Hidrofibra................................................................................................. 103
105
16. Hidrogel....................................................................................................
17. Sistema Combinado Multicamadas................................... 109
18. Terapia por Pressão Negativa.................................................. 111

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................ 113

7. REFERÊNCIAS CONSULTADAS..................................................... 115

8. CONHEÇA O FARMACÊUTICO DIGITAL.............................. 120

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ATENÇÃO!
As opiniões disponibilizadas neste livro digital possuem apenas caráter
educacional e informativo com o único objetivo de melhorar a gestão do
tratamento e/ou prevenção de Feridas.

Portanto, a disponibilização deste Livro Digital baseia-se no completo


entendimento de que ele não oferece nenhum tipo de prescrição médica e
de que não tem intenção nenhuma de substituir orientações de seu médico
ou profissionais da área de enfermagem.

Os autores eximem-se completamente de qualquer responsabilidade sobre


o uso, direto ou indireto de qualquer informação contida neste livro.

Diante desta formalidade, há a necessidade de se cobrir os aspectos legais


sobre os quais este livro está publicado.

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PREFÁCIO
Durante anos de trabalho em uma grande rede de drogarias, no
atendimento direto ao público e em conversas com outros colegas
farmacêuticos, percebemos uma carência de informações sobre feridas e
quais curativos devem ser utilizados em cada tipo de situação.

O serviço de realização de curativos complexos não é executado em


farmácias e drogarias, sendo realizado por profissionais da enfermagem em
ambientes especializados, como clínicas, unidades de pronto-atendimento,
hospitais e em atendimento domiciliar.

Em farmácias e drogarias é permitido ao farmacêutico executar apenas


pequenos curativos, desde que atendidas as exigências sanitárias cabíveis.

A quantidade de produtos existentes para prevenir e tratar feridas, é vasta e


muito variada. No entanto, possuímos mais dúvidas que informações sobre
a indicação e uso destes produtos. Para resolver essa questão, tivemos a
ideia de escrever este livro, a fim de ajudar quem precisa adquirir estes
produtos no varejo, seja paciente, parente ou cuidador.

O objetivo deste livro digital é servir como um guia prático trazendo a


informação de forma fácil e resumida para que seu leitor saiba identificar as
funções e características dos curativos disponíveis no mercado, e em quais
situações os principais tipos de curativos podem ser utilizados.

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INTRODUÇÃO
Uma ferida é qualquer tipo de interrupção na continuidade da pele que
afeta sua integridade e provoca um dano tecidual.

Para cuidar dessa ferida, é necessário um curativo que pode ser definido
como um meio terapêutico que consiste na limpeza e na aplicação de uma
cobertura estéril em uma ferida com a finalidade de promover a rápida
cicatrização e prevenir a contaminação ou infecções.

O cuidado ao paciente com feridas é uma ação multidisciplinar que envolve


médicos, enfermeiros, farmacêuticos, outros profissionais de saúde e
também familiares, não necessariamente nessa ordem.

Para o cuidado de feridas, especificamente, grande parte é realizado por


enfermeiros e profissionais da área de enfermagem, de acordo com a
Regulamentação da Atuação da Equipe de Enfermagem no Cuidado aos
Pacientes com Feridas, conforme Anexo da Resolução 0567/2018, do
Conselho Federal de Enfermagem.

No entanto, também é possível a realização de pequenos curativos de baixa


complexidade em farmácias e drogarias, conforme Resolução n° 357, de 20
de abril de 2001, do Conselho Federal de Farmácia - CFF, que aprova o
Regulamento Técnico das Boas Práticas de Farmácia:

“Seção II - Dos Pequeno Curativos

Art. 84 - é facultado ao farmacêutico, a realização de pequenos


curativos, desde que atendidas as normas supletivas do órgão sanitário
competente dos Estados e Municípios e as condições abaixo:

I. Presença de…”

Sabemos que o mercado dispõe de uma grande variedade de produtos que


podem ser utilizados com sucesso tanto na prevenção quanto no
tratamento de feridas.

Em muitas ocasiões pacientes ou mesmo cuidadores dirigem-se até


uma farmácia ou drogaria com o objetivo de adquirir um determinado
tipo de curativo e solicitam informações sobre uso e aplicação desse
material.

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Este guia é um material desenvolvido para uma consulta rápida quanto aos
tipos de curativos existentes no mercado, suas indicações e formas de ação
para o tratamento de feridas.

Inicialmente faremos uma breve abordagem sobre a pele e sua anatomia, o


processo de cicatrização e suas diferentes fases, o que são feridas e os tipos
de ferimentos mais comuns, curativos e os diferentes tipos de coberturas
disponíveis.

Posteriormente abordamos quais curativos devem ser utilizados em cada


tipo de ferida e quais são os tipos de curativos disponíveis em farmácias,
drogarias e lojas especializadas.

Dessa forma, procuramos garantir um atendimento de qualidade para


a população que busca esses produtos em farmácias e drogarias.

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1. PELE

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PELE
A pele ou tegumento comum é o maior órgão que possuímos e é
responsável por cobrir toda a extensão de nosso corpo, representando
aproximadamente 15% da massa corporal.

É o nosso órgão mais extenso possuindo uma superfície de


aproximadamente 2,2 m e sua espessura é de aproximadamente de 1,25 a
2

3,25 mm em 90% dos indivíduos dependendo da região do corpo e das


funções que desempenha.

A pele apresenta espessura variável que depende da região anatômica,


idade e sexo do indivíduo. Ela impede a desidratação por perda excessiva de
líquidos corporais, também é um órgão de sentido (sensação térmica,
dolorosa e tátil) e sintetiza vitamina D na presença de raios solares.

COMPOSIÇÃO DA PELE
A PELE é composta por 2 camadas

EPIDERME OU EXTRATO CÓRNEO


➙ Constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado,
formado por células mortas. É a camada mais externa e superficial, possui
anexos como o folículo piloso, as glândulas sudoríparas, glândulas
sebáceas e unhas. Apresenta músculos lisos para ereção dos pelos e
terminações nervosas sensitivas associadas.

DERME
➙ É a camada logo abaixo e sustenta a epiderme. É constituída por
elementos fibrilares como colágeno e elastina e outros elementos de
matriz extracelular como proteínas estruturais, glicosaminoglicanos, íons
e água de solvatação. É a camada da pele que confere elasticidade e
resistência à tração. Os melanócitos presentes nessa camada produzem
a melanina que confere cor à pele e proteção contra a radiação solar.

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TELA SUBCUTÂNEA
A tela subcutânea antigamente denominada hipoderme é formada
principalmente por tecido conjuntivo frouxo e depósito de gordura, contém
glândulas sudoríferas, vasos sanguíneos superficiais, vasos linfáticos e
nervos cutâneos (Figura 1). As estruturas neurovasculares seguem na tela
subcutânea, distribuindo apenas seus ramos terminais para a pele.

É responsável pela maior parte do reservatório de gordura do corpo, assim


sua espessura varia muito, dependendo do estado nutricional da pessoa. É
variável de indivíduo a indivíduo e de acordo com sua localização. Funciona
como reservatório energético, isolante térmico, modelador da superfície
corporal e protege contra choques mecânicos.

ESTRUTURA DA PELE
Figura 1.1 - A pele e algumas de suas estruturas especializadas

Fonte: MOORE, 2014,p.54

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FUNÇÕES DA PELE

PROTEÇÃO DAS ESTRUTURAS INTERNAS:


➙ A principal função da pele é proteger o organismo das ameaças externas
contra ataques de microorganismos e corpos estranhos. Também
protege o tecido subjacente e as estruturas de traumatismo mecânico.
Ajuda a manter um ambiente estável no interior do corpo impedindo a
perda de água, eletrólitos, proteínas e outras substâncias.

PERCEPÇÃO SENSORIAL:
➙ A pele apresenta inúmeras terminações nervosas. Conduz os estímulos
que recebe do meio externo para o cérebro onde são traduzidas as
sensações de frio, calor, tato, entre outros. Os nervos sensoriais existem
por toda a pele, entretanto, algumas áreas são mais sensíveis que outras.
A sensibilidade nos permite identificar perigos em potencial e evitar
traumas.

TERMORREGULAÇÃO:
➙ A pele elimina ou conserva o calor do corpo conforme a necessidade.
Para dissipar o calor em excesso produz o suor. Para manter a
temperatura provoca o arrepio.
O controle da temperatura do corpo envolve o esforço de nervos, vasos
sanguíneos e glândulas. Quando a pele é exposta ao frio ou quando a
temperatura do corpo baixa os vasos sanguíneos se contraem, reduzindo
o fluxo sanguíneo e conservando assim o calor do corpo. Da mesma
forma, se a pele se tornar muito quente ou a temperatura interna do corpo
subir as pequenas artérias dentro da pele se dilatam aumentando o fluxo
sanguíneo, e a produção de suor aumentam para promover o
esfriamento.

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EXCREÇÃO:
➙ A excreção através da pele é importante na termorregulação, no

equilíbrio de eletrólitos e na hidratação. Além disso, a excreção de sebo


ajuda a manter a integridade e a flexibilidade da pele. O sebo que é
produzido pelas glândulas sebáceas é composto por várias substâncias que
atuam como lubrificantes naturais do pêlo evitando que fiquem
quebradiços. Também, torna a pele oleosa, diminuindo a evaporação de
água a partir da camada córnea (epiderme); protege a pele contra o
excesso de água na superfície, (facilitando a água escorrer da pele), cuja
ação é evitar o crescimento de bactérias e fungos, (ação bactericida e
antifúngica), e promove a emulsão de algumas substâncias.

METABOLISMO:
→ A pele ajuda a manter a mineralização dos ossos e dentes. Quando
exposta à luz solar, a vitamina D é sintetizada em uma reação fotoquímica,
que é crucial para o metabolismo do cálcio e fósforo. Conta com
componentes celulares e humorais do sistema imunológico e diversos
sistemas moleculares de defesa contra microrganismos que, por sua vez são
essenciais para a saúde dos ossos e dentes.

Muitos medicamentos são inativados por sistemas metabólicos no fígado,


como o sistema enzimático P-450. Os medicamentos circulam através do
organismo e passam pelo fígado, onde as enzimas atuam inativando as
drogas ou alterando sua estrutura, de modo que os rins possam filtrá-las.
Algumas drogas alteram esse sistema enzimático, fazendo a inativação de
outra droga ocorrer com maior rapidez ou lentidão que o habitual.

ABSORÇÃO:
→ Alguns medicamentos podem ser absorvidos diretamente através da pele
chegando à corrente sanguínea.

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2. O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO

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O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO
A cicatrização é um conjunto de processos complexos e interdependentes
cuja finalidade é restaurar os tecidos lesados.

O processo de cicatrização segue uma sequência específica, com três fases


dependentes umas das outras e sobrepostas, isto é, sem definição precisa
de quando termina uma fase e começa a outra, que envolve diversos
eventos celulares e bioquímicos.

Figura 2.1 – Evolução do processo de cicatrização

Ocorre interação entre células, matriz extracelular e proteínas plasmáticas


(proteínas do sangue), coordenadas por citocinas (marcadores químicos) e
fatores de crescimento, que atuam de forma dinâmica e sucessiva.

O tempo desse processo é variável porque depende da extensão da ferida,


idade, sexo, condição de saúde do paciente, presença de infecção local,
vascularização da região afetada, nutrição adequada do paciente e outros
fatores.

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FASES DO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO

1. INFLAMATÓRIA OU EXSUDATIVA:
É uma reação local não específica a danos teciduais que se inicia logo
após ocorrer a lesão e é caracterizada pela presença de rubor (coloração
avermelhada), dor, calor local e edema (inchaço da região lesada). Dura
aproximadamente 72 h e caracteriza-se por aumento da permeabilidade
capilar, afluxo de leucócitos para o local da ferida e liberação de
mediadores químicos. Exsudação é a perda de líquido com alto teor de
proteínas séricas e leucócitos, células de defesa do organismo, pela ferida.

2. PROLIFERATIVA OU GRANULAÇÃO:
Inicia-se durante a fase inflamatória e é caracterizada por intensa
atividade celular local. Essa fase pode durar por um período de 1 a 14 dias.
Ocorrem processos como neovascularização, formação de novos vasos
sanguíneos locais, síntese de colágeno e epitelização, formação de nova
camada epitelial. Durante essa fase há diminuição da atividade
inflamatória, mas a ferida permanece vermelha e edemaciada (inchada).
É também chamada de fase fibroblástica.

Os curativos favoráveis à granulação são:

➙ AGE-Ácidos Graxos Essenciais

➙ Hidrocolóide

➙ Espuma polimérica ou Hidropolímero

➙ Filmes transparentes

3. MATURAÇÃO OU REMODELAMENTO OU REPARATIVA:


Essa fase tem início por volta do 3º dia e pode durar até 6 meses. Ocorre
diminuição da quantidade de fibroblastos, reorganização das fibras de
colágeno e diminuição do rubor tecidual. O tecido cicatricial previamente
formado sofre remodelação, e o alinhamento das fibras é reorganizado
para aumentar a resistência do tecido e diminuir a espessura da cicatriz,
reduzindo a deformidade.

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Figura 2.2: Fases da cicatrização e deposição dos componentes da matriz


cicatricial ao longo do tempo

Fonte: Adaptado de Isaac et al.2010

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O QUE É EXSUDATO:
O termo exsudato é originário do latim exsūdāre, que significa fluir para fora.

Apresenta-se como um fluido extravascular com alta concentração


proteica e gravidade específica. O exsudado é produzido como parte da
resposta do corpo aos danos nos tecidos. É constituído de água, eletrólitos,
proteínas, mediadores inflamatórios, proteinases, fatores de crescimento,
metabólitos, vários tipos de células (neutrófilos, macrófagos e plaquetas) e
micro-organismos.

Sua presença indica um aumento na permeabilidade normal dos pequenos


vasos sanguíneos, em uma área de injúria, portanto, uma reação
inflamatória.

A avaliação precisa do teor do exsudato presente no leito da lesão servirá


como suporte norteador para a escolha do curativo ideal, principalmente
nos casos das feridas crônicas. Assim, deverá ser observado e classificado
quanto à coloração, à consistência, ao odor e ao volume.

Características do Exsudato

O exsudato deve ser analisado quanto a sua cor, consistência, odor e


quantidade.

➙ Cor: esbranquiçado, amarelado, avermelhado, esverdeado ou


amarronzado.
➙ Consistência: seroso, sanguinolento, sero-sanguinolento, purulento ou
fibrinoso.
➙ Odor: inodoro ou fétido.
➙ Quantidade: pequena (curativo seco), moderada (curativo saturado)
ou elevada (curativo vazando).

Algumas características como exsudato purulento, esverdeado e com odor


fétido estão associadas a um processo infeccioso no leito da lesão. É
importante estar atento a todos esses sinais clínicos.

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TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

1. CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO OU IMEDIATA (UNIÃO PRIMÁRIA)


➙ Incisão limpa em que as bordas estão aproximadas;
➙ Existe pouca perda de tecido;
➙ Pouco ou nenhum exsudato;
➙ O edema é mínimo, não há infecção ou corpo estranho;
➙ O fechamento é relativamente rápido, de início com fibrina e formação de
colágeno, prosseguindo à medida que ocorre impermeabilização da
ferida;
➙ O fechamento total acontece em 48h, impedindo a instalação de
bactérias;
➙ O tecido de granulação não é visível, e a mobilização da lesão é pequena;
➙ É o tipo de cicatrização cirúrgica.

2. CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA INTENÇÃO OU MEDIATA (CONTRAÇÃO E


EPITELIZAÇÃO)
➙ É aquela que permanece aberta;
➙ Onde existe uma perda significante de tecido e onde as fases de
cicatrização são bastante marcadas;
➙ Resposta inflamatória bastante evidente, com necessidade maior de
tecido de granulação, com epitelização visível;
➙ Há necessidade de um grande fortalecimento e um grande processo de
contração;
➙ A cicatrização acontece tardiamente, muitas vezes com infecção
associada, formação de tecido de granulação e posterior epitelização.

3. CICATRIZAÇÃO POR TERCEIRA INTENÇÃO


➙ Ferida que fica aberta por um tempo determinado.
➙ Ela ficará aberta só enquanto estiver com uma infecção real e depois ela
irá se fechar.

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FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS

FATORES SISTÊMICOS

Estado nutricional:

➙ Deficiências nutricionais podem dificultar o processo de cicatrização. As


carências de proteína e vitamina C são as mais importantes, pois
afetam diretamente a síntese de colágeno.

Perfusão e oxigenação dos tecidos:

➙ Doenças que alteram o fluxo sanguíneo normal podem afetar a


distribuição dos nutrientes das células, assim como dos componentes
do sistema imunológico.

Medicamentos e radioterapia:

➙ Corticosteroides, quimioterápicos e radioterapia podem prejudicar a


cicatrização de feridas porque diminuem a resposta imune adequada,
interferem na síntese proteica ou na divisão celular, afetando
diretamente a produção do colágeno.

Idade:

➙ O envelhecimento reduz a elasticidade e a resistência dos tecidos,


dificultando a cicatrização das feridas.

Hiperatividade:

➙ A hiperatividade dificulta a aproximação das bordas da ferida, e o


repouso favorece a cicatrização.

Doenças:

➙ Doenças autoimunes, anemia e transtornos hematológicos causam


incompetência das veias e aumentam o risco de infecção, o que

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contribui para diminuir a resistência do organismo aos agentes


patológicos

FATORES LOCAIS

Localização da ferida:

➙ Áreas mais vascularizadas e de menor mobilidade e tensão


possibilitam cicatrização mais rápida do que regiões menos irrigadas
ou de maior tensão e mobilidade (exemplos, cotovelos, nádegas,
joelhos).

Sangramento:

➙ O acúmulo de sangue favorece a aglutinação de células mortas que


necessitam de remoção, além de ocasionar hematomas e isquemia,
produzindo dor e retardando o processo de cicatrização.

Edema e obstrução linfática:

➙ Dificultam a cicatrização porque diminuem o fluxo sanguíneo e o


metabolismo tecidual, facilitando o acúmulo de catabólitos e
produzindo inflamação.

Infecção:

➙ A colonização de uma ferida não deve ser confundida com infecção.


Ocorre colonização quando a ferida se mantém livre de tecido
necrótico e/ou material estranho e é controlada pela ação de
neutrófilos e macrófagos. A infecção é caracterizada pela alta
concentração bacteriana, comprometimento local do tecido (escara,
necrose ou corpo estranho) e comprometimento do estado geral do
paciente.

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Existência de corpo estranho:

➙ Implantes, válvulas artificiais, materiais de curativo ou outro corpo


estranho qualquer tendem a retardar o processo de cicatrização, por
serem inertes.

NUTRIÇÃO E CICATRIZAÇÃO
A terapia nutricional, seja oral, enteral ou parenteral, tem função
fundamental no processo de cicatrização, na qual cada nutriente apresenta
uma função específica.

A tabela a seguir lista alguns dos principais nutrientes com sua respectiva
função no processo de cicatrização, o que mostra sua importância
fundamental para a recuperação do paciente com ferida e por
consequência uma redução dos custos hospitalares, uma vez que o tempo
de internação tende a diminuir.

Quadro 2.1 - Principais nutrientes e sua respectiva função no processo de


cicatrização
Consequência da
Nutriente Função no processo de cicatrização
insuficiência do nutriente

Síntese de colágeno e fibroblastos.

Atuam no processo de revascularização Retardo no processo de


Proteínas
e formação de linfócitos, contribuindo cicatrização
na melhora da imunidade

Fontes de energia possibilitam que as


Carboidratos Retardo no processo de
proteínas sejam destinadas para fins
e lipídios cicatrização
construtivos

Retardo do processo da
cicatrização, perda de
Estimula a mitose celular e a
Zinco força tênsil da cicatriz e
proliferação dos fibroblastos
supressão da resposta
inflamatória

Melhora da cicatrização e da resposta


Retardo no processo de
Arginina imune. Aumento da secreção de
cicatrização
hormônio de crescimento

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Promove a maturação do colágeno.

Síntese de elastina. Proteção de Retardo no processo de


Cobre
componentes intracelulares de danos cicatrização
oxidativos

Altera a função dos


A glutationa peroxidase é dependente
macrófagos e das células
do selênio e é responsável por reduzir o
Selênio polimorfonucleares
peróxido de hidrogênio, protegendo as
afetando o processo de
células da oxidação
cicatrização

Ação similar a do zinco. Está associado Retardo no processo de


Manganês
a várias enzimas do metabolismo cicatrização

Hidroxila prolina e lisina, aminoácidos


essenciais na formação do colágeno e Os fibroblastos produzem
Vitamina C
na proliferação dos fibroblastos um colágeno deficiente e
ou ácido
fraco, de degradação
ascórbico Protege o tecido conjuntivo
rápida
Ação antioxidante.

Mantém a epiderme normal.

Síntese de glicoproteínas e de
Retardo na reepitelização
proteoglicanos
das feridas e na síntese de
Vitamina A Síntese de Colágeno colágeno. Aumento à
susceptibilidade de
Auxilia a penetração do AGE na pele.
infecções
Melhora a vascularização dérmica e
renovação celular.

Ação antioxidante e anti-inflamatória.


Vitamina E Protege o tecido de granulação da Não identificada
ação de radicais livres

Fonte: FERIDAS PREVENÇÃO, CAUSAS E TRATAMENTO, 2016

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3. FERIDAS

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O QUE SÃO FERIDAS


Feridas ocorrem quando há uma perda de continuidade ou da integridade
da pele e/ou do tecido celular subcutâneo que podem chegar inclusive a
camadas mais profundas como músculos, tendões e ossos, dependendo da
gravidade do ferimento.

Conforme a intensidade do trauma, a ferida pode ser considerada


superficial, quando afeta apenas as estruturas da superfície, ou grave,
quando envolve vasos sanguíneos mais calibrosos, músculos, nervos,
fáscias, tendões, ligamentos ou ossos.

O tratamento só deve ser iniciado após uma avaliação completa do


paciente portador da lesão. É necessário que seja avaliada sua condição
clínica (anamnese + exame físico), nutricional e psicossocial.

Também se faz necessário uma criteriosa avaliação do paciente portador


da ferida utilizando os seguintes critérios:

1. Determinar a causa da ferida;


2. Identificar comorbidades/complicações que podem retardar a
cicatrização;
3. Avaliar o estado da ferida/classificação da ferida;
4. Plano de cuidado individual.

A avaliação e documentação da ferida deve contemplar os princípios de


preparação do leito da ferida, recomendado internacionalmente pelo
acrônimo TIME:

T (tissue) – Tecido inviável ou deficiente (retirar e preparar o leito)

I (infection)– Infecção/inflamação (diminuir carga bacteriana)

M (moisture)– Manutenção da umidade (controle de umidade)

E (epitelial edge) – Epitelização das bordas da ferida não evoluindo


(proteger e desbridar)

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CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS

QUANTO A EVOLUÇÃO, TEMPO DE EXISTÊNCIA

1- Feridas Agudas

Caracterizam-se por terem início repentino e curta duração, além de


grande possibilidade de responder rapidamente ao tratamento e
apresentar cicatrização sem complicações. Esse tipo inclui feridas
traumáticas, como cortes, abrasões, lacerações, queimaduras e outras.

A Ferida Cirúrgica, considerada uma ferida aguda, é uma lesão


programada, causada intencionalmente por um instrumento de corte, na
maioria das vezes, sem perda de tecido. É uma quebra na continuidade de
uma pele íntegra e que poderá atingir, além das camadas da pele, tecidos,
fáscia, músculos, cavidades e órgãos.
(FERIDAS Prevenção, Causas e Tratamento, 2016)

2- Feridas Crônicas

São definidas como úlceras e possuem cicatrização lenta, de longa


duração, que apresentaram complicações no processo e sequência
ordenada da reparação tecidual, podendo ser recorrentes.

Podem ser:

➙ Úlceras Vasculares

• Úlceras Venosas;

• Úlceras Arteriais: Edema, ausência de pulso arterial, não possui pêlos


devido a danos causados em órgãos anexos da pele, apresenta alteração
de temperatura do órgão lesado.;

• Úlceras Mistas: Presença de lesão venosa e arterial associadas;

➙ Úlceras por Pressão / Lesões por Pressão

➙ Úlceras Tropicais: Exemplo Leishmaniose tegumentar.

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AGENTE CAUSAL

1- Lesões Cirúrgicas

➙ Produzidas por um instrumento cortante, limpas, com bordas ajustáveis


e passíveis de reconstrução.

2- Lesões Traumáticas

➙ Provocadas acidentalmente por diversos agentes, podendo ser:

Mecânicos
1. Lacerantes: produzidas por tração - rasgo tecidual que resulta em
pequena abertura da pele possuem margens irregulares e com mais
de um ângulo;

2. Perfurantes: produzidas por objetos que levam a pequenas aberturas


na pele. Há um predomínio da profundidade sobre o comprimento;

3. Contusas: produzidas por objeto rombo (objeto sem ponta) e


caracterizadas por traumatismo das partes moles, hemorragia e
edema. (TAZIMA, VICENTE, MORIYA, 2008)

Químicas (por iodo, cosméticos, ácido sulfúrico, etc.);


Físicas (frio, calor, radiação).

3- Lesões Ulcerativas

➙ São lesões escavadas, circunscritas na pele, formadas pela morte e


expulsão do tecido, resultantes de traumatismo ou doenças
relacionadas com o impedimento do suprimento sanguíneo, podendo
ser decorrentes de pressão, alterações vasculares e complicações do
Diabetes Mellitus. (GOMES, COSTA, MARIANO, 2005)

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PRESENÇA DE INFECÇÃO OU GRAU DE CONTAMINAÇÃO

1- Limpa

➙ Não apresentam sinais de infecção e feitas em condições assépticas.


Probabilidade de infecção é baixa, em torno de 1 a 5 %.

2- Limpa Contaminada

➙ Apresentam contaminação grosseira, como em casos de acidente


doméstico ou em situações cirúrgicas em que houve contato com o
trato genital, por exemplo, porém a situação ainda é controlada. O risco
de infecção nestes casos é de aproximadamente 10%.

3- Contaminada

➙ Feridas acidentais com mais de 6 horas de trauma, onde a ferida entrou


em contato com fezes ou urina, por exemplo. No ambiente cirúrgico,
uma ferida é considerada contaminada quando a técnica asséptica
não foi devidamente respeitada. Os níveis de infecção podem atingir de
20 a 30% nestes casos.

4- Infectada / Inflamada

São aquelas que apresentam os sinais abaixo citados:

➙ Aumento ou alteração da exsudação;


➙ Tecido de granulação friável e brilhante (que sangra facilmente);
➙ Aumento do odor;
➙ Aumento da dor;
➙ Edema local.

Qualquer combinação de dois ou mais sinais e sintomas é diagnóstico de


infecção localizada. Infecção localizada pode frequentemente ser tratada
com medidas locais, como antimicrobianos tópicos e/ou coberturas
antimicrobianas combinados com desbridamento efetivo.

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QUANTO AO COMPROMETIMENTO TECIDUAL


A avaliação do tamanho de uma ferida pode fornecer valores que se alteram
durante o processo de cicatrização. No estágio inicial, à medida que se
remove os tecidos desvitalizados, a ferida parece aumentar de tamanho e
profundidade. Isso ocorre por que a real extensão da ferida estava
mascarada pelo tecido necrótico ou esfacelo.

As lesões classificadas como vasculares, traumáticas, neuropáticas ou


dermatológicas, além das dermatites associadas à incontinência (DAI) e
lesões de pele ocasionadas por adesivos são classificadas de modo
diferente ao estadiamento de lesões por pressão, ou seja, são definidas a
partir da perda tecidual, sendo:

1. Feridas com perda parcial de tecido (superficiais)

➙ São aquelas que acometem a epiderme e uma parte da derme


permanece, ocorrendo o processo de regeneração, com proliferação
epitelial e migração, sem ocorrer perda da função.

2. Ferida com perda total de tecido (profundas)

➙ Ocorre destruição completa da epiderme e derme, podendo inclusive


envolver as camadas mais profundas assim como o subcutâneo,
fáscia, músculos e ossos.

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QUANTO AO TIPO DE TECIDO


A lesão pode ser classificada em relação ao tipo de tecido presente como
viável ou inviável.

1. Tecido viável corresponde ao tecido de granulação ou epitelização.


2. Tecido inviável corresponde quanto à presença de fibrina ou necrose.

Tabela 3.1 – Classificação de feridas quanto ao tipo de tecido


TECIDO VIÁVEL TECIDO INVIÁVEL
Tecido de Granulação: Fibrina ou Esfacelo: é uma proteína insolúvel
caracteriza-se pela formação e formada a partir do fibrinogênio, pela ação
crescimento de um tecido vascular proteolítica da trombina, durante a coagulação
novo (angiogênese), pelas células normal do sangue. Na lesão, a fibrina é aderente
endoteliais dos vasos sanguíneos e aos tecidos e tem coloração esbranquiçada ou
uma matriz rica em colágeno amarelada, podendo ser confundida com pus. A
secretada pelos fibroblastos. Tem a fibrina ou esfacelo pode recobrir toda a extensão
aparência de pequenas massas da úlcera ou se apresentar como pontos de fibrina,
nodulares vermelhas, recobrindo parcialmente a lesão.
translucentes e aveludadas.

Tecido de Epitelização: apresenta Feridas Necróticas: varia de coloração, desde a


migração e multiplicação de cor preta, cinza, esbranquiçada, marrom até a
células epiteliais sobre uma esverdeada. Corresponde ao tecido morto,
superfície desnuda, durante o desidratado, podendo estar presente também o
processo cicatricial. pus e o material fibroso, que favorecem a
multiplicação de microorganismos. Há dois tipos
de necrose: necrose por liquefação (esfacelo) e
necrose coagulativa (crosta escura).

Fonte / Tabela: (NEAD; 2016)

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FERIDAS MAIS RECORRENTES NA PRÁTICA CLÍNICA


As úlceras de membros inferiores e por pressão constituem as duas
maiores categorias de feridas crônicas. Muitos dos pacientes que
apresentam esse tipo de úlceras são pessoas com diabetes.

Para obter a cicatrização das feridas crônicas é primordial identificar a


causa da ferida para saná-la ou minimizar, quando o primeiro não for
possível.

1. ÚLCERAS NOS MEMBROS INFERIORES


Diversos processos de doenças como desordens e deficiências
metabólicas (diabetes, por exemplo), podem resultar na formação de
úlceras na perna ou no pé, normalmente denominadas úlceras de
membros inferiores.

Uma úlcera de perna é caracterizada por perda no tegumento que pode


afetar o tecido subcutâneo e os tecidos subjacentes cuja causa
geralmente está associada ao sistema vascular arterial ou venoso.

Causas de úlceras crônicas nos membros inferiores

➙ Insuficiência venosa (Úlceras Venosas)


➙ Insuficiência arterial (Úlceras Arteriais)
➙ Neuropatia
➙ Linfedema
➙ Artrite reumatoide
➙ Traumas
➙ Osteomielite crônica
➙ Anemia falciforme
➙ Vasculites
➙ Carcinomas basocelulares e espinocelulares
➙ Doenças infecciosas crônicas (leishmaniose, tuberculose)

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2. ÚLCERA VENOSA
A úlcera venosa é um tipo de lesão aberta na perna ou pé que se forma
devido à hipertensão venosa persistente no local, em decorrência de
insuficiência venosa crônica.

Em condições normais, o sangue flui das veias superficiais para as veias


profundas, por meio de vasos sanguíneos que se comunicam e, para
retornar ao coração, dependem de válvulas unidirecionais presentes nos
vasos, que impedem o retorno do sangue e, da ação de bombas musculares.

A contração das bombas musculares presentes no pé, panturrilha e coxa


são essenciais para o retorno venoso. Quando caminhamos, a contração
muscular comprime os vasos sanguíneos que geram um fluxo ascendente,
empurrando o sangue para cima, contra a gravidade e em direção ao
coração.

Por isso, qualquer problema que interfere na movimentação das pernas


como inatividade prolongada, paralisia, ou ainda, na fluidez do sangue,
como uma trombose, por exemplo, pode interferir nesse sistema e causar
acúmulo de sangue nos vasos e levar à hipertensão venosa.

A hipertensão venosa, por sua vez, leva ao extravasamento de líquido


intersticial que provoca edema. A persistência desse quadro ocasiona
inflamação crônica nas veias e capilares que possibilitam a passagem de
macromoléculas como fibrinogênio, hemácias, plaquetas e células de
defesa culminando na abertura da úlcera.

Figura 3.1 – Funcionamento normal das válvulas venosas

Fonte/Imagem: Manual Merck

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Quando essas válvulas estão comprometidas, vários sinais começam a ser


observados decorrentes de um fenômeno chamado ESTASE VENOSA.

ESTASE VENOSA

➙ É um dano crônico ou agudo do fluxo de sangue das pernas que resulta


em aumento da pressão hidrostática capilar e consequentemente a
hipertensão venosa, que pode levar a ruptura da pele.

Figura 3.2 – Insuficiência valvular Figura 3.3 – Insuficiência valvular

Fonte: sbacvrj.com.br, Fonte:


http://cepvi.com/index.php/medicina/en
fermedades/varices-insuficiencia-
venosa-superficial

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TRATAMENTO COMPRESSIVO PARA ÚLCERAS VENOSAS


A terapia compressiva é considerada o padrão ouro para o tratamento de
úlcera venosa, entretanto, não deve ser utilizada caso seja detectado
comprometimento arterial.

Benefícios da terapia de compressão:

➙ Favorecimento da microcirculação;
➙ Aumento do retorno venoso profundo;
➙ Diminui o refluxo patológico, durante a deambulação, e aumenta o
volume de ejeção durante a ativação dos músculos da panturrilha;
➙ Diminui a saída de líquidos e macromoléculas dos capilares e vênulas
para o tecido intersticial, o que favorece a reabsorção do edema e
melhora a drenagem linfática.

A abordagem terapêutica é complexa e deve abranger, além do tratamento


da úlcera, outros fatores como o controle da doença de base, orientação
sobre repouso e abstenção de álcool, parar de fumar, terapia de
compressão, terapia medicamentosa e a realização de cirurgias, caso haja
indicação.

Para tratar a lesão, é indicada a terapia compressiva, que auxilia no retorno


venoso, bem como a cobertura do leito da úlcera.

Há dois tipos de ataduras de compressão, as elásticas e as inelásticas,


contudo, no uso das ataduras inelásticas, o paciente deve ser estimulado a
andar para atingir os benefícios da compressão, ao contrário das ataduras
elásticas, que mantêm a pressão mesmo que o paciente esteja em repouso.

O tratamento compressivo da úlcera venosa aumenta a taxa de cicatrização


da lesão em comparação com o tratamento não compressivo.

Não é recomendado o uso de compressão com apenas uma camada


porque há o risco de provocar danos por pressão. O sistema de
multicamadas proporciona maior proteção por possuir uma camada de
espuma que protege contra a pressão e é capaz de fornecer uma pressão
sustentada entre 40 e 45 mmHg, no tornozelo e, 17 mmHg, abaixo do joelho.

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Apesar de não existir um consenso sobre a pressão ideal para tratar a


hipertensão venosa, existe um consenso sobre a pressão externa aceitável
entre 35 e 40 mmHg, no tornozelo, de modo a evitar a exsudação capilar.

Meias de compressão são mais indicadas para o período pós-cicatrização


e evitar a recidiva de lesões.

Tabela 3.2 - Tipos de terapia compressiva

TIPO DE
DISPOSITIVO INDICAÇÃO OBSERVAÇÃO
COMPRESSÃO

Somente para
Pode ser aplicada uma
Bota de Unna (pode pacientes que
atadura elástica por cima
INELÁSTICA permanecer até sete deambulam com
ou de crepe comum para
dias). úlcera venosa
proteção.
aberta.

Atadura de camada Atenção para evitar lesões


única lavável (pode Úlcera venosa em proeminências ósseas.
permanecer por até aberta. Mantém pressão de 40
7 dias). mmHg no tornozelo.

Atadura
multicamadas Pressão de 40 mmHg no
Úlcera venosa
compostas de duas tornozelo, reduzindo para 17
aberta de difícil
a quatro camadas mmHg no joelho. Mantém
cicatrização.
ELÁSTICA (pode permanecer compressão por sete dias.
até sete dias).

Podem ser removidas à


Meia elástica de noite e reaplicadas antes
Tratamento de
compressão. de o paciente se levantar,
úlcera venosa ou podem ser usadas
(Kendall®, Mediven®,
aberta ou para continuamente. Prescritas
Sigvaris®, Ulcer Care®,
prevenção pelo angiologista.
Ulceraid®, Venosan®)
Validade de 6 meses.

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Figura 3.2 – Tipos de compressão par tratamento de úlceras

Imagem / Adaptação: (FERIDAS Prevenção, Causas e Tratamento, 2016)

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3. LESÃO POR PRESSÃO


São lesões resultantes da pressão entre proeminências ósseas sobre partes
moles em uma superfície dura, o que leva à isquemia local e à falta de
nutrientes, acarretando necrose tecidual, o que constitui importante
problema de saúde pública.

As lesões por pressão (LP) são fenômeno antigo, que persiste ao longo dos
anos, acometendo pacientes hospitalizados e em cuidados domiciliares.
Compreendem uma categoria de lesões, na maioria das vezes, evitáveis,
cuja ocorrência implica altos custos para o sistema de saúde e impacto
na qualidade de vida do indivíduo e de sua família. (CAMPOS, 2016.)

A denominação desse tipo de lesão tem passado por mudanças ao longo


do tempo. Inicialmente, eram chamadas de úlceras de decúbito, úlceras de
acamado, escaras, escaras de decúbito, úlceras de pressão e úlceras por
pressão. Em abril de 2016, o National Pressure Unjury Advisory Panel (NPIAP)
anunciou a mudança da terminologia úlcera por pressão para lesão por
pressão e atualizou a nomenclatura dos estágios do sistema de
classificação. De acordo com os especialistas participantes do Consenso do
NPIAP, a adoção do termo lesão por pressão foi justificada por descrever de
forma mais precisa esse tipo de lesão, tanto na pele intacta quanto na
ulcerada.

Abril/2016

Úlcera por Lesão por


Pressão Pressão

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Figuras 3.4 e 3.5 - Localizações mais comuns das lesões por pressão

37
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As feridas por pressão podem ou não acarretar perda tecidual.

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PARA A AVALIAÇÃO DAS LESÕES POR PRESSÃO UTILIZA-SE O CRITÉRIO DE


ESTADIAMENTO:

Lesão por Pressão Estágio 1

Pele íntegra com eritema que não embranquece

➙ Pele íntegra com área localizada de eritema que não embranquece e


que pode parecer diferente em pele de cor escura. Presença de eritema
que embranquece ou mudanças na sensibilidade, temperatura ou
consistência (endurecimento) podem preceder as mudanças visuais.
Mudanças na cor não incluem descoloração púrpura ou castanha;
essas podem indicar dano tissular profundo. (NPIAP, 2016)

Figura 3.6 - Eritema branqueável e não branqueável

Branqueável Não-branqueável

Fonte: NPIAP®, 2016

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Figura 3.7 - Lesão por pressão Estágio 1

Fonte: NPIAP®, 2016

Figuras 3.8 e 3.9- Fotos de lesão por pressão estágio 1

Foto: M. Souza Foto: EBSERH

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Lesão por Pressão Estágio 2

Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme

➙ Perda da pele em sua espessura parcial com exposição da derme. O


leito da ferida é viável, de coloração rosa ou vermelha, úmido e pode
também apresentar-se como uma bolha intacta (preenchida com
exsudato seroso) ou rompida. O tecido adiposo e tecidos profundos não
são visíveis. Tecido de granulação, esfacelo e escara não estão
presentes. Essas lesões geralmente resultam de microclima
inadequado e cisalhamento da pele na região da pélvis e no calcâneo.
Esse estágio não deve ser usado para descrever as lesões de pele
associadas à umidade, incluindo a dermatite associada à
incontinência (DAI), a dermatite intertriginosa, a lesão de pele
associada a adesivos médicos ou as feridas traumáticas (lesões por
fricção, queimaduras, abrasões).

Figura 3.10 - Lesão por pressão Estágio 2

Fonte: NPIAP®, 2016

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Figura 3.11 – Foto de lesão por pressão estágio 2

Fonte: NPIAP®, 2016

Figura 3.12 – Foto de lesão por pressão estágio 2

Fonte: http://consumerjusticegroup.com/nursinghomeabuse/bedsores2.html

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Lesão por Pressão Estágio 3

Perda da pele em sua espessura total

➙ Perda da pele em sua espessura total na qual a gordura é visível e,


frequentemente, tecido de granulação e epíbole (lesão com bordas
enroladas) estão presentes. Esfacelo e /ou escara pode estar visível. A
profundidade do dano tissular varia conforme a localização anatômica;
áreas com adiposidade significativa podem desenvolver lesões
profundas. Podem ocorrer descolamento e túneis. Não há exposição de
fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem e/ou osso. Quando o
esfacelo ou escara prejudica a identificação da extensão da perda
tissular, deve-se classificá-la como Lesão por Pressão Não Classificável.

Figura 3.13 - Lesão por pressão Estágio 3

Fonte: NPIAP®, 2016

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Figura 3.14 - Lesão por pressão Estágio 3 com Epíbole (bordas arredondadas)

Fonte: NPIAP®, 2016

Figura 3.15 - Lesão por pressão estágio 3

Foto: M. Souza

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Lesão por pressão Estágio 4

Perda da pele em sua espessura total e perda tissular

➙ Perda da pele em sua espessura total e perda tissular com exposição


ou palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem
ou osso. Esfacelo e /ou escara pode estar visível. Epíbole (lesão com
bordas enroladas), descolamento e/ou túneis ocorrem
frequentemente. A profundidade varia conforme a localização
anatômica. Quando o esfacelo ou escara prejudica a identificação da
extensão da perda tissular, deve-se classificá-la como Lesão por
Pressão Não Classificável.

Figura 3.16 - Lesão por pressão estágio 4

Fonte: NPIAP®, 2016

Figuras 3.17 e 3.18 – Fotos de lesão por pressão estágio 4

Fonte: Foto: M. Souza


http://eerp.usp.br/feridascronicas/index.html

45
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Lesão por Pressão Tissular Profunda

Descoloração vermelho escura, marrom ou púrpura, persistente e que não


embranquece.

➙ Pele intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração


vermelha escura, marrom ou púrpura que não embranquece ou
separação epidérmica que mostra lesão com leito escurecido ou bolha
com exsudato sanguinolento. Dor e mudança na temperatura
frequentemente precedem as alterações de coloração da pele. A
descoloração pode apresentar-se diferente em pessoas com pele de
tonalidade mais escura. Essa lesão resulta de pressão intensa e/ou
prolongada e de cisalhamento na interface osso-músculo. A ferida
pode evoluir rapidamente e revelar a extensão atual da lesão tissular
ou resolver sem perda tissular. Quando tecido necrótico, tecido
subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou outras estruturas
subjacentes estão visíveis, isso indica lesão por pressão com perda
total de tecido (Lesão por Pressão Não Classificável ou Estágio 3 ou
Estágio 4). Não se deve utilizar a categoria Lesão por Pressão Tissular
Profunda (LPTP) para descrever condições vasculares, traumáticas,
neuropáticas ou dermatológicas.

Figuras 3.19 e 3.20 – Fotos de lesão por pressão tissular profunda

Fonte: NPIAP®, 2016

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Lesão por Pressão Não Classificável:

Perda da pele em sua espessura total e perda tissular não visível.

➙ Perda da pele em sua espessura total e perda tissular na qual a


extensão do dano não pode ser confirmada porque está encoberta
pelo esfacelo ou escara. Ao ser removido (esfacelo ou escara), Lesão
por Pressão em Estágio 3 ou Estágio 4 ficará aparente. Escara estável
(isto é, seca, aderente, sem eritema ou flutuação) em membro
isquêmico ou no calcâneo não deve ser removida.

Figura 3.21 - Lesão por pressão não classificável

Fonte: NPIAP®, 2016

Definições adicionais: ➙

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Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico

➙ Essa terminologia descreve a etiologia da lesão. A Lesão por Pressão


Relacionada a Dispositivo Médico resulta do uso de dispositivos criados
e aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos. A lesão por pressão
resultante geralmente apresenta o padrão ou forma do dispositivo. Essa
lesão deve ser categorizada usando o sistema de classificação de
lesões por pressão.

Figura 3.22 – Dispositivos médicos que causam lesão por pressão

Lesão por Pressão em Membranas Mucosas

➙ A lesão por pressão em membranas mucosas é encontrada quando há


histórico de uso de dispositivos médicos no local do dano. Devido à
anatomia do tecido, essas lesões não podem ser categorizadas.
Fonte: Publicação oficial da Associação Brasileira de Estomaterapia – SOBEST e da
Associação Brasileira de Enfermagem em Dermatologia- SOBENDE. *Adaptação cultural
realizada por Profa Drª Maria Helena Larcher Caliri, Profª Drª Vera Lucia Conceição de
Gouveia Santos, Drª Maria Helena Santana Mandelbaum, MSN Idevania Geraldina Costa.
Disponível em http://sobest.org.br/

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4. QUEIMADURAS
As queimaduras, em geral, podem ser provocadas por calor, frio,
eletricidade, radiações, descargas elétricas, plantas, animais, pela fricção
e também por agentes químicos.

Estima-se que ocorram, no Brasil, cerca de 1.000.000 de acidentes com


queimaduras/ano, e foi observado que 2/3 destes acidentes aconteceram
em casa, atingindo, na sua maioria, adolescentes e crianças.

Quadro 3.1 - Classificação das Queimaduras


Grau da Aparência da
Agente Cor Nível Doloroso
Queimadura Superfície

Superficial Seco, sem


Sol, raios
bolhas, mínimo Avermelhada Doloroso
(1º grau) ultravioletas
edema

Cor-de-rosa
Parcial Líquidos Úmida, intermeado por
aquecidos, presença de coloração Muito doloroso
(2º grau) vapor quente bolha branca ou
vermelha

Seca, sem
Chama direta, retorno capilar,
Total líquidos vasos Amarelado,
Mínimo ou
aquecidos, sanguíneos marrom, preto,
(3º grau) indolor
químico e coagulados, cor de cera
elétrico aparência de
couro

Fonte: Reproduzido de Jorge, S. A.; Dantas, S. R. P. E., 2003.

Ainda temos o “Pé Diabético”, uma condição que predispõe a formação de


feridas muito comuns na prática clínica.

Reservamos um eBook especialmente sobre este assunto disponibilizado na


forma de bônus.

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4. CURATIVOS E COBERTURAS

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CURATIVO
É uma medida terapêutica que consiste na limpeza de um ferimento,
desbridamento (quando houver necrose) e aplicação de uma cobertura
estéril, se necessário, com o objetivo de proteger a lesão contra agentes
externos mecânicos, físicos ou biológicos e promover a rápida cicatrização
sem ocorrência de contaminação e possíveis infecções da ferida.

O curativo é o tratamento clínico utilizado com maior frequência para o


tratamento de feridas.

A escolha do tipo de curativo a ser utilizado depende da natureza ou causa,


localização e tamanho do ferimento, além do conhecimento fisiopatológico
e bioquímico da reparação do tecido no local da lesão.

Em ferimentos cuja cicatrização é demorada como escaras ou úlceras por


pressão, é necessário avaliar o que impede a cicatrização do ferimento.

O curativo auxilia o organismo a promover a cicatrização ao eliminar fatores


desfavoráveis que retardam a cicatrização da lesão e ainda diminui a
possibilidade de infecções.

Os procedimentos para aplicação e troca de curativos devem ser realizados


por profissionais habilitados, de maneira asséptica para evitar
contaminação e infecção da ferida. Deve-se utilizar material estéril, soro
fisiológico e luvas de procedimento.

FINALIDADE DOS CURATIVOS


✓ Prevenir e tratar a infecção das lesões contaminadas;
✓ Ser impermeável à água, a outros fluidos e a bactérias;
✓ Evitar a contaminação das feridas limpas;
✓ Promover a cicatrização;
✓ Remover excesso de exsudatos e componentes tóxicos;
✓ Promover a hemostasia;
✓ Proteger o leito da ferida contra;
✓ Aliviar a dor;
✓ Manter medicamentos no local;
✓ Promover desbridamento e um ambiente úmido;
✓ Remover corpos estranhos;

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✓ Proteger contra traumas mecânicos;


✓ Reaproximar bordas separadas;
✓ Preencher espaço morto;
✓ Remover tecido necrótico;
✓ Reduzir o edema;
✓ Fornecer isolamento térmico;
✓ Dar conforto psicológico;
✓ Permitir as trocas gasosas;
✓ Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida.

CURATIVO X COBERTURA

CURATIVO

• É um meio terapêutico que consiste na


limpeza e aplicação de uma cobertura
estéril em uma ferida, quando necessário,
com a finalidade de promover a rápida
cicatrização e prevenir a contaminação ou
infecção.

COBERTURA

• Todo material, substância ou produto que


se aplica sobre a ferida, como finalização
do curativo que, visa propiciar as
condições favoráveis para a evolução do
processo cicatricial.

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ESCOLHA DOS CURATIVOS / COBERTURAS


O tratamento das feridas só deve ser iniciado após uma avaliação completa
do paciente portador da lesão. É necessário que seja avaliada sua condição
clínica (anamnese + exame físico), nutricional e psicossocial.

TIPOS DE CURATIVOS

ABERTOS
➙ São realizados em ferimentos que não há necessidade de serem ocluídos.
Feridas cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes pequenos, queimaduras
de 1ºgrau, suturas, escoriações e etc, são exemplos deste tipo de curativo.

SEMI-OCLUSIVOS
➙ Este tipo de curativo é absorvente, e comumente utilizado em feridas
cirúrgicas, drenos, feridas exsudativas, absorvendo o exsudato e
isolando-o da pele adjacente saudável.

OCLUSIVOS
➙ Não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira mecânica,
impede a perda de fluídos, promove isolamento térmico e de terminações
nervosas, veda a ferida, a fim de impedir formação de crosta.

COMPRESSIVOS
➙ Utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, promover a estase e ajudar na
aproximação das extremidades da lesão.

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MATERIAL PARA CURATIVOS


➙ EPI’s (jaleco, luva de procedimento/estéril, máscara, óculos);
➙ Soro Fisiológico 0,9% (SF 0,9%);
➙ Gaze estéril;
➙ Luva de procedimento;
➙ Luva estéril;
➙ Esparadrapo micropore (fita adesiva);
➙ Ataduras se indicado;
➙ Tesoura ou lâmina de bisturi;
➙ Agulha 40 x 12 mm (furar SF 0,9%);
➙ Cobertura adequada (produto indicado para o tipo de ferida);
➙ Saco de lixo plástico;
➙ Prontuário do paciente (fase final para o registro - em ambiente
hospitalar, ou até em domicílio para organização, além de ser uma
forma de avaliar a evolução da cura da ferida).

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TÉCNICAS DE CURATIVOS
A técnica de limpeza e o uso da cobertura são procedimentos essenciais
para o curativo, uma vez que o desbridamento só será necessário se houver
necrose.

Ao realizar um curativo é necessária uma avaliação criteriosa da lesão


considerando a etiologia e localização da lesão, o tipo de tecido no leito da
lesão, exsudato, odor, borda da lesão e sua dimensão, fases do processo de
cicatrização e uma análise clínica dos pacientes e possíveis complicações.

As técnicas descritas adiante definem as boas práticas para a realização


dos curativos e não substituem a atividade dos profissionais habilitados
para tal função como médicos e enfermeiros.

NORMAS GERAIS:
✓ Lavar as mãos antes e após cada curativo;
✓ Verificar data de esterilização nos pacotes utilizados para o curativo;
✓ Expor a ferida e o material o mínimo de tempo possível;
✓ Se as gazes estiverem aderidas na ferida, umedecê-las antes de retirá-
las;
✓ Não falar e não tossir sobre a ferida e ao manusear material estéril,
recomendado o uso de máscara facial;
✓ Considerar contaminado qualquer material que toque sobre locais não
esterilizados;
✓ Usar luvas de procedimentos em todos os curativos, fazendo-os com
pinças (técnica asséptica)
✓ Utilizar luvas estéreis em curativos de cavidades ou quando houver
necessidade de contato direto com a ferida ou com o material que irá
entrar em contato com a ferida;
✓ Se houver mais de uma ferida, iniciar pela menos contaminada;
✓ Ao embeber a gaze com soluções manter a ponta da pinça voltada para
baixo;
✓ Quando o curativo for oclusivo deve-se anotar no esparadrapo a data,
a hora e o nome de quem realizou o curativo;
✓ Ao aplicar ataduras, fazê-lo no sentido da circulação venosa, com o
membro apoiado, tendo o cuidado de não apertar em demasia.

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O QUE É DESBRIDAMENTO OU DEBRIDAMENTO?


O desbridamento é um método de extração de corpos estranhos e tecidos
desvitalizados ou necróticos com o objetivo de limpar um ferimento a fim de
proporcionar as condições ideais para a cicatrização. É indicado quando há
pus, infecção local e sistêmica, presença de escara e esfacelo e área de
necrose (tecido morto).

Figura 4.1 – Objetivos do desbridamento

Fonte: (SOBEST: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA, 2016)

Quando Desbridar?

Antes de proceder o desbridamento é necessário que o profissional avalie


todas as condições descritas na figura 4.2.

Figura 4.2 – Avaliações necessárias antes do profissional de saúde optar pelo


desbridamento

Fonte: (SOBEST: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA, 2016)

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Quando Não Desbridar?

Figura 4.3 – Condições em que o desbridamento da ferida não é recomendado

Fonte: (SOBEST: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA, 2016)

Figura 4.4 – Escara estável no calcanhar

Fonte: (SOBEST: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA, 2016)

É importante também avaliar se o paciente faz uso de medicamentos


anticoagulantes o que pode causar distúrbios hemorrágicos se feito o
desbridamento da ferida.

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MÉTODOS DE DESBRIDAMENTO
A escolha do método deve considerar, além do tipo de tecido, de materiais
biológicos presentes no leito da ferida e da quantidade de exsudato, a
habilidade técnica do profissional, avaliação da dor, idade, respeito a
preferência e envolvimento da pessoa, o que resultará em melhor aceitação
e sucesso. (SOBEST: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA, 2016)

O desbridamento pode ser realizado seguindo os 6 métodos descritos


adiante:

1. DESBRIDAMENTO AUTOLÍTICO
2. DESBRIDAMENTO BIOLÓGICO
3. DESBRIDAMENTO ENZIMÁTICO OU QUÍMICO
4. DESBRIDAMENTO MECÂNICO
5. DESBRIDAMENTO INSTRUMENTAL
6. DESBRIDAMENTO CIRÚRGICO

Figura 4.5 - Métodos de Desbridamento

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1. DESBRIDAMENTO AUTOLÍTICO
É um processo natural que ocorre durante o processo de cicatrização onde
os próprios leucócitos e enzimas promovem a degradação do tecido
necrótico ou desvitalizado. Isto ocorre quando curativos oclusivos ou
semi-oclusivos são utilizados.

Apesar de ser o tipo de desbridamento mais lento, é o mais seletivo porque


atua exclusivamente sobre os tecidos desvitalizados ou necrosados.

Na presença de infecção ou em grandes extensões de necrose, assim


como em pacientes imunodeprimidos, devem ser considerados outros
métodos para desbridamento.

As coberturas para curativos que mantêm a umidade no leito da lesão


auxiliam no desbridamento autolítico. Coberturas sintéticas como
hidrocolóide, hidrogel e filmes transparentes favorecem o desbridamento
autolítico.

Figura 4.6 – Vantagens e Desvantagens do Desbridamento Autolítico

Fonte: (SOBEST: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA, 2016)

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2. DESBRIDAMENTO ENZIMÁTICO OU QUÍMICO


Este processo de desbridamento utiliza agentes químicos que são
seletivos para o tecido necrótico e causam danos mínimos em tecidos
saudáveis. Podem ser utilizados em feridas extensas com quantidades
moderadas de tecido necrótico. Consiste na aplicação de enzimas
proteolíticas para estimular a degradação do tecido desvitalizado.

Os dois agentes mais comuns são a colagenase e a papaína. Existe


também a fibrinolisina, obtida do plasma bovino é específica para
degradar a fibrina e age em pH de 7 a 8.

3. DESBRIDAMENTO BIOLÓGICO
Consiste na utilização larvas esterilizadas colocadas no leito da ferida. Estas
secretam enzimas que liquefazem o tecido necrótico e o ingerem, limpando
assim a ferida.

Figura 4.7 – Como ocorre o desbridamento biológico

Fonte: (SOBEST: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA, 2016)

4. DESBRIDAMENTO MECÂNICO
A retirada dos tecidos desvitalizados é feita de forma manual. Trata-se de
um método não seletivo, pois retira também o tecido viável.

Pode ser realizado com a utilização das seguintes técnicas:

➙ Fricção: realizada com gazes ou esponjas umedecidas em soluções de


limpeza;
➙ Úmido-seco: consiste em cobrir a ferida com gaze seca, aguardar que
esta fique aderida ao leito para retirá-la.
➙ Irrigação: realizada com soro morno em jato.
➙ Hidroterapia: realizada em tanques com turbilhonamento.
(SOBEST: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA, 2016)

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5. DESBRIDAMENTO INSTRUMENTAL
No desbridamento instrumental são utilizados instrumentais cortantes
(bisturi e tesoura).

Procedimento realizado exclusivamente por médicos e enfermeiros, exige


dos profissionais competência, conhecimento das estruturas anatômicas e
dos riscos, segurança e habilidade para sua realização, bem como critérios
de avaliação.

➙ Contra-indicações: insuficiência arterial e as coagulopatias.


➙ Riscos: hemorragia, lesão de tendões e ossos.
(SOBEST: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA, 2016)

6. DESBRIDAMENTO CIRÚRGICO
O método instrumental cirúrgico consiste na excisão ou ressecção de toda
área necrótica, incluindo parte do tecido viável, na tentativa de transformar
feridas crônicas em agudas, e deve ser executada por cirurgião experiente.
Tem como grande vantagem a rapidez da retirada do tecido desvitalizado e
como desvantagens o custo elevado, o risco anestésico, risco de
sangramentos e infecção.
(SOBEST: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA, 2016)

Para mais informações sobre Desbridamento acesse o Guia de


Boas Práticas PREPARO DO LEITO DA LESÃO DESBRIDAMENTO

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PRODUTOS MAIS UTILIZADOS NO DESBRIDAMENTO QUÍMICO

COLAGENASE
É uma enzima isolada da bactéria Clostridium hystoliticum específica para
a quebra de colágeno, responsáveis pela adesão do tecido necrótico ao leito
da lesão, mas não é ativo contra a queratina, gordura ou fibrina. Promove o
preparo do leito da ferida através da limpeza enzimática das áreas com
tecido não viável para cicatrização. É mais efetiva em pH entre 6 e 8.

➙ Indicações: Feridas com tecido desvitalizado aderido a lesão

PAPAÍNA
A papaína é uma enzima proteolítica derivada do
látex da planta Carica papaya (mamoeiro).

Possui ação bactericida, anti-inflamatória e


promove o desbridamento químico.

A papaína é encontrada na forma de pó, solúvel em


água, creme, pasta ou gel. Só é produzido por
farmácias de manipulação. Pode ser manipulado
em gel, creme e pó.

➙ Indicações: É utilizada em concentrações diferentes de 2% a 10%,


dependendo das características da lesão, presença de exsudatos e/ou
tecido necrótico e da evolução do processo cicatricial.

➙ Contraindicada em pacientes alérgicos ao látex

Pode ser utilizada para diferentes tipos de feridas nas seguintes


concentrações

➙ Ferida necrótica 10%


➙ Ferida com tecido desvitalizado 4- 6%
➙ Ferida com tecido de granulação 2%

As enzimas podem ser inativadas por agentes de limpeza, na presença de


metais pesados e antibióticos.

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ALGUNS PRODUTOS DESBRIDANTES ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Gyno Iruxol / Abbott Iruxol / Abbott

Iruxol Mono / Abbott Ktriz / Supera

Kollagenase / Cristália Kollagenase com Cloranfenicol / Cristália

Gino Kollagenase / Cristália Ktriz Gino / Supera

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5. COBERTURAS PARA O TRATAMENTO DE


FERIDAS

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COBERTURAS PARA O TRATAMENTO DE FERIDAS


Para escolha do tipo de cobertura adequada a ser utilizada no curativo é
muito importante uma boa avaliação do local da ferida. A análise deve
considerar as condições físicas, nutricionais, idade do paciente e os
medicamentos utilizados pelo mesmo; localização anatômica da ferida e
suas características como: forma, tamanho, profundidade, bordas, presença
de tecido de granulação, quantidade de tecido necrótico e presença de
drenagem na ferida.

CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE COBERTURAS

QUANTO AO TIPO CONTATO QUE ESTABELECEM COM


O LEITO DA FERIDA

Primárias → colocadas diretamente sobre as feridas


(contato direto com a lesão)

Secundárias → colocadas sobre as coberturas primárias,


seja para fixar ou para ajudar na interação com a ferida

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QUANTO A INTERAÇÃO ENTRE A COBERTURA E O


PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DA LESÃO

Passivas → são utilizados apenas para oclusão e


proteção das feridas, sem tomarem parte no processo de
reparação tecidual (exemplo, gazes)

Interativas ou hidroativas → são os curativos que


controlam o ambiente da lesão seja por conterem
agentes antimicrobianos, por manterem a umidade do
meio facilitando a cicatrização, etc. (exemplos, filmes,
espumas, hidrocoloides, alginatos, hidrofibra);

Bioativas ou inteligentes → participam efetivamente do


processo de cicatrização ao estimularem direta ou
indiretamente a síntese de substâncias químicas durante
as fases da cicatrização (exemplo, fatores de
crescimento, colágeno, ácido hialurônico).

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SELEÇÃO DAS COBERTURAS


A seleção da cobertura deve inicialmente basear-se na avaliação das
características da ferida e na sua eficácia terapêutica (forma × função).

O profissional deve investigar se a ferida requer desbridamento, se há


infecção ou cavidades que necessitem de preenchimento e a
ocorrência ou não de grande volume de exsudato.

Feridas com exposição de tendão ou óssea necessitam de maior atuação


do profissional, uma vez que se torna imprescindível a manutenção dessas
estruturas em meio úmido para preservar sua integridade e suas funções.

A escolha e a utilização da cobertura envolvem algumas considerações


como:

➙ frequência de trocas,
➙ facilidade ou dificuldade de aplicação,
➙ relação custo-benefício do tratamento,
➙ disponibilidade e variedade de tamanhos dos curativos

.O direito do paciente de receber informação sobre a terapia tópica proposta


e instituída, bem como alternativas possíveis é muito importante. Seus
sentimentos em relação ao tratamento, bem como os dos familiares, devem
ser valorizados e servir de parâmetro para mudanças de condutas.

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Guia Prático de CURATIVOS E COBERTURAS

PRINCIPAIS TIPOS DE COBERTURAS PARA FERIDAS


Este Livro Digital foi idealizado para trazer informações sobre as coberturas
utilizadas em curativos que encontramos no varejo farmacêutico e em lojas
especializadas como cirúrgicas, por exemplo.

OBS: Para todos os produtos citados, devem-se levar em consideração


as orientações de cada fabricante.

As orientações informadas neste guia seguem regras básicas e


instruções fornecidas pelos fabricantes para as coberturas.

As coberturas estão organizadas em ordem alfabética, com suas descrições


técnicas, indicações de uso, precauções, contraindicações, frequência de
troca, modo de usar e marcas de produtos presentes no mercado de cada
tipo de cobertura.

A principais coberturas encontradas no mercado são:

1. Ácidos Graxos Essenciais – AGE


2. Alginato de Cálcio
3. Antimicrobianos
4. Bandagens Compressivas
5. Bota de Unna
6. Carvão Ativado
7. Carvão Ativado com Prata
8. Colágeno
9. Cremes de Barreira
10. Curativos combinados
11. Espuma Polimérica ou Hidropolímero com ou sem prata
12. Filmes Transparentes ou Membranas
13. Gaze não aderente | Compressa não aderente
14. Hidrocolóide em Placa e em Pasta
15. Hidrofibra
16. Hidrogel
17. Sistema Compressivo Multicamadas
18. Terapia por Pressão Negativa

Ainda abordamos aqui no livro sobre a colagenase, a papaína e a


sulfadiazina de prata

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1. ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS - AGE


É uma loção à base de óleos vegetais poli-insaturados (ácidos graxos
essenciais), vitamina A, vitamina E, lecitina de soja e lanolina. São as loções
oleosas à base de óleo de girassol.

Esse tipo de curativo é capaz de manter a umidade da ferida, promover


angiogênese, acelerar o processo de granulação tecidual e forma uma
película protetora. Os ácidos graxos auxiliam o desbridamento autolítico e
podem ser usados em qualquer fase de cicatrização.

Figura 5.1 – Mecanismo de ação do AGE

Fonte: https://www.curatec.com.br/curatec-age-essencial

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ Prevenção e tratamento de lesões por pressão;
➙ Cicatrização pós-cirúrgica;
➙ Áreas receptoras de enxerto;
➙ Tratamento de feridas abertas.

PRECAUÇÕES / CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade;
➙ Feridas com cicatrização por primeira intenção e feridas com infecção;
➙ Feridas com necrose ou infectadas.

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Higienizar o local e reaplicar o ácido graxo essencial no máximo a cada
24 horas ou quando o curativo secundário estiver saturado.

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MODO DE USAR:
➙ Remover o curativo anterior, umedecendo bem a cobertura com soro
fisiológico até soltar e com cuidado para não promover trauma;
➙ Remover tecidos desvitalizados (desbridamento mecânico);
➙ Realizar a limpeza com soro fisiológico;
➙ Aplicar o óleo sobre o tecido lesionado e ao redor da lesão;
➙ Cobrir o ferimento com gaze embebida em óleo sobre a lesão e enfaixar
o local.

ALGUNS PRODUTOS DE AGE ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante Produto / Fabricante

AGE DERM® / Helianto Curatec AGE Essencial / LM Dermex / Kelldrin

Farma

Dermaex / Nutriex Dermatrol / Trol Pharma Dersani Original® / Daudt

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2. ALGINATO DE CÁLCIO
São curativos produzidos com fibras de alginato de cálcio tecidas em forma
de placas. Esses curativos são constituídos por fibras extraídas de algas
marinhas marrons, compostas por ácidos gulurônico e manurônico.

As fibras de alginato de cálcio são embebidas em uma solução de cálcio e


sódio durante a produção. A troca iônica cálcio e sódio entre o exsudato da
ferida e os íons do curativo promovem hemostasia (equilíbrio) favorecendo
o processo de cicatrização. Por isso são utilizados em feridas exsudativas.

O curativo de alginato reage com a exsudação da ferida e forma uma massa


gelatinosa que forma uma película protetora sobre a pele capaz de fornecer
um ambiente úmido para a cicatrização das lesões. Além disso, auxilia o
desbridamento autolítico e pode ser usado em qualquer fase de
cicatrização.

Figura 5.2 – Mecanismo de ação do alginato de cálcio

Fonte / Imagem: https://www.curatec.com.br/curatec-alginato-calcio-sodio

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ Feridas agudas e crônicas com exsudato como: feridas abdominais,
úlceras arteriais, lesões por pressão, venosas e pés diabéticos
➙ Tratamento de lesões por pressão;
➙ Cicatrização pós-cirúrgica;
➙ Áreas receptoras de enxerto;
➙ Feridas com tecido de granulação.

PRECAUÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade;

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➙ Feridas com necrose ou infectadas.

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Trocar no máximo a cada 24 horas ou quando o curativo secundário
estiver saturado.

MODO DE USAR:
➙ Remover o curativo anterior, umedecendo bem a cobertura com soro
fisiológico até soltar, com cuidado para não promover trauma.
➙ Remover tecidos desvitalizados (desbridamento mecânico);
➙ Realizar a limpeza com soro fisiológico;
➙ Aplicar o óleo sobre o tecido lesionado e ao redor da lesão;
➙ Cobrir o ferimento com gaze embebida em óleo sobre a lesão e enfaixar
o local.

ALGUNS PRODUTOS DE ALGINATO DE CÁLCIO ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante

KALTOSTAT® / Convatec Curatec Alginato de Cálcio e Sódio / LM Farma

Askina® Calgitrol® / B Braun Askina® Sorb /B Braun

Melgisorb Ag / Molnlycle Melgisorb Plus / Molnlycke

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Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Restore CalciCare / Hollister Sorbalgon / Hartmann

SeaSorb / Coloplast Alginato de Cálcio Tegaderm / 3M

SAF-Gel® Curativo Hidratante com Algikura / Cremer


Alginato de Cálcio e Sódio / Convatec

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3. ANTIMICROBIANOS
Os curativos antimicrobianos apresentam agentes antimicrobianos com
amplo espectro de ação contra uma vasta gama de microrganismos em
sua composição.

Entre os agentes antimicrobianos mais comuns presentes nos curativos


podemos destacar a prata (Ag), o Polihexametileno de Biguanida (PHMB), o
Nitrato de Cério e o Acetato de Cloreto de dialquil carbamoil (DACC, fungos
e bactérias são naturalmente atraídos ao DACC e presos irreversivelmente
às fibras do curativo).

Esses curativos possuem ação bactericida e/ou bacteriostática e, portanto,


contribuem para a redução do odor da ferida e da quantidade de exsudato
por reduzir a quantidade de microrganismos. Por esse mesmo motivo,
também reduzem os sinais flogísticos ou sinais inflamatórios.

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ Os curativos de antimicrobianos devem ser considerados quando a
infecção da ferida é evidente;
➙ Feridas contaminadas com exsudação baixa a moderada;
➙ Lesões agudas ou crônicas que exalam mau cheiro como leões por
pressão, úlceras venosas, úlceras de membros inferiores, áreas doadoras,
feridas traumáticas e úlceras diabéticas.

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ A frequência da troca do curativo depende do estado da lesão.
Inicialmente pode ser necessário trocar de 24 em 24 horas.

OBSERVAÇÃO SOBRE O USO DE POVIDINE

➙ O Povidine, em presença da matéria orgânica, tem sua ação reduzida


ou inativada, é CITOTÓXICO PARA OS FIBROBLASTOS além de poder
provocar reações alérgicas adversas.

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ALGUNS PRODUTOS ANTIMICROBIANOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Coberturas Antimicrobianas

Produto / Fabricante Produto / Fabricante

ACTICOAT® FLEX / Smith & Nephew ACTISORB® Plus 25 / Systagenix

Cobertura antimicrobiana de carvão


ativado com prata

Atrauman® Ag / Hartmann Bactigras (clorexidina a 0,5%) / Smith &


Nephew

Curatec Gel com PHMB – Antisséptico / Curatec Gaze Antimicrobiana com PHMB /
Curatec Curatec

Curatec SilverCoat / Curatec Cutimed® Siltec Sorbact / BSN Medical

Inadine (polivinilpirrolidona – PVPI a 10%) / IODOSORB16® / Smith & Nephew


Systagenix

Kerlix AMD / CarcinalHealth POLIHEXAM® SOLUGEL / Helianto

Bandagem de gaze impregnado com


PHMB (polihexametileno de biguanida).

POLIHEXAM® PEC / Helianto Prontosanº Gel / BBraun

Prontosan® Solução / BBraun Sulfadiazina de Prata → Dermazine®

SULFADIAZINA DE PRATA
É um agente cicatrizante e antimicrobiano tópico.

É bactericida para uma grande variedade de bactérias Gram-positivas e


Gram-negativas, bem como algumas. Espécies de fungos
(Pseudomonasaeruginosa, Staphylococcus aureus, algumas espécies
deProteus, Klebsiella, Enterobacter e Candida albicans).

Indicações de uso

➙ Feridas com grande potencial de infecção e risco de evolução para


infecção generalizada;
➙ Queimaduras;

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➙ Úlceras de perna, lesões por pressão;


➙ Feridas cirúrgicas.

Precauções, Contraindicações

➙ Uso por gestantes no final da gestação, em crianças prematuras e


recém-natos nos dois primeiros meses de vida;
➙ Pacientes alérgicos às sulfas e aos demais componentes da
formulação.

Frequência de Troca – Considerações

➙ Feridas secas ou pouco exsudativas: troca em até 24 horas.


➙ Feridas de muito exsudato: troca até 12h.
➙ A longo prazo, o uso recorrente pode levar a impregnação por prata
➙ Hipersensibilidade local ou sistêmica.

OBS: CURATIVOS QUE CONTÉM ALGUM DESSES COMPONENTES ABAIXO


POSSUEM AÇÃO ANTIMICROBIANA:
➙ Curativos com Prata - Ag
➙ Curativos com PHMB
➙ Curativos com Nitrato de Cério
➙ Curativos com Iodo

No decorrer do livro temos mais exemplos de coberturas que utilizam


determinada tecnologia e também contém alguma das substâncias citadas
acima indicando ação antimicrobiana

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4. BANDAGEM COMPRESSIVA
São bandagens elásticas compressivas utilizadas como coberturas
secundárias para tratamento de úlceras de perna em pacientes com retorno
venoso prejudicado.

São encontradas em diferentes larguras, diversos comprimentos e média e


alta compressão. Algumas bandagens possuem padrão de marcação
visual para auxiliar a aplicação e obter a compressão correta da bandagem.
São laváveis e reutilizáveis.

Também podem ser utilizadas como proteção em práticas esportivas, lesões


decorrentes de atividades físicas e para sustentação de curativos em geral.

INDICAÇÕES DE USO:
➙ Úlceras venosas de perna e condições associadas onde está indicada
a terapia por compressão.

PRECAUÇÕES / CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade;
➙ Úlceras arteriais e úlceras mistas venosas/arteriais;
➙ Outras restrições relatadas pelo fabricante.

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Pode permanecer no local por até 7 dias.

MODO DE USAR:
➙ Vide instruções do fabricante.

PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Atadura Elástica Alta Atadura Elástica Média


Atadress / Atamed
Compressão / Famara Compressão / Famara

Atadura Elástica Sanfarma /


SurePress® Bandagem de alta compressão / Convatec
Sanfarma

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5. BOTA DE UNNA
A chamada bota de Unna é constituída por uma bandagem de gaze
inelástica de algodão puro ou misto impregnada com uma pasta de óxido
de zinco, glicerina, óleo de castor ou óleo mineral.

A bandagem adapta-se aos contornos da perna, é capaz de esticar


suavemente e permanece flexível. Destina-se ao tratamento de úlceras
venosas de perna e edemas linfáticos. Diminui o edema por facilitar o retorno
venoso, tratando localmente a insuficiência vascular, o que auxilia na
cicatrização.

MECANISMO DE AÇÃO
Figura 5.3 – Mecanismo de ação da bota de unna

Fonte / Imagem: https://www.curatec.com.br/curatec-bota-de-unna

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ Tratamento de úlceras venosas de perna;
➙ Tratamento de edema linfático.

PRECAUÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade;
➙ Úlceras arteriais e úlceras mistas (arteriais e venosas);
➙ Ausência de repouso adequado e de elevação da perna afetada em
pacientes com insuficiência venosa pode aumentar o volume do edema
local e retardar a cicatrização potencial.

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FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Pode ser mantida por até 7 dias;
➙ Remover a bandagem em caso de desconforto dormência e latejamento
dos dedos, vazamento de exsudato, sinais de infecção, ou sinais de
irritação local.

MODO DE USAR:
➙ Limpar a úlcera de acordo com a técnica rotineira de curativos e secar
bem a pele adjacente antes de aplicação da bandagem;
➙ Colocar o paciente em repouso com membros inferiores elevados por 30
minutos;
➙ Começar a aplicar a bandagem pela base do pé. Manter pé e calcanhar
em ângulo reto e começar a enfaixar próximo à base dos dedos dos pés;
➙ Aplicar a bandagem ao longo da perna até cerca de dois dedos abaixo
da altura do joelho;
➙ Aplicar bandagem secundária de algodão ou elástica para proteção.

PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante

UNNA HEAL / Casex Curatec Bota de Unna / LM Farma

UNNAFLEX® BOTA DE UNNA / Helianto Derma-Cure Plus-Bota de Unna / unicenter


Pharma

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6. CARVÃO ATIVADO
Esse curativo é composto por uma camada impermeável resistente à água,
uma camada absorvente composta por alginato de cálcio e sódio e uma
área com carvão ativado para controle de odor em feridas agudas ou
crônicas.

A parte do curativo que fica em contato com a ferida absorve o exsudato e


forma um gel que proporciona um ambiente úmido favorável à cicatrização.
O carvão ativado adsorve os odores eliminando o mau cheiro da ferida.

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ Lesões agudas ou crônicas que exalam mau cheiro (lesões por pressão,
úlceras de membros inferiores e úlceras diabéticas).

PRECAUÇÕES / CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade.

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Pode permanecer no local até 3 dias. Realizar a substituição do curativo em um tempo
inferior a 3 dias caso o exsudato do ferimento sature o curativo ou em caso de piora da
lesão ou em feridas infectadas.

MODO DE USAR: PRODUTOS


➙ Remover curativo anterior, umedecendo bem a ENCONTRADOS NO
cobertura com soro fisiológico a 0,9 % até soltar, com MERCADO
cuidado para não promover trauma;
➙ Remover tecidos desvitalizados e/ou resíduos do Produto /Fabricante
curativo anterior;
CarboFLEX® / Convatec
➙ Realizar a limpeza com soro fisiológico a 0,9%;
➙ Colocar a cobertura de carvão ativado sobre a lesão
mantendo pelo menos 1 cm de borda ao redor da ferida;
➙ Colocar compressas de gaze;
➙ Realizar o enfaixamento do local quando houver
necessidade, ou fixar a cobertura com esparadrapo
hipoalergênico.
➙ O curativo deve ser substituído quando houver sinais de
exsudato na camada externa ou secundária ou quando
o odor não for mais adsorvido pelo curativo.

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7. CARVÃO ATIVADO COM PRATA


É um curativo bactericida composto por uma malha de carvão ativado
impregnado com prata metálica, envolvido por uma malha de fibras de
nylon termo seladas, de não tecido. O curativo pode ser colocado
indistintamente por qualquer um de seus lados.

O carvão ativado favorece a descontaminação da ferida ao adsorver e reter


os microrganismos e seus metabólitos, diminuindo o mau cheiro, enquanto
a prata metálica tem efeito bactericida.

MECANISMO DE AÇÃO
Figura 5.4 – Representação das atividades dos componentes do curativo

Fonte / Imagem: https://www.curatec.com.br/curatec-carvao-ativado-prata

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ Lesões agudas ou crônicas que exalam mau cheiro como lesões por
pressão, úlceras venosas, úlceras de membros inferiores, áreas doadoras,
feridas traumáticas e úlceras diabéticas.

PRECAUÇÕES / CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade;
➙ O curativo deve ser retirado em pacientes que irão passar por exame
diagnóstico de imagem por ressonância magnética.

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Pode permanecer no local entre um período de 1 até 3 dias, inicialmente;

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➙ Realizar a substituição do curativo em um tempo inferior a 3 dias caso o


exsudato do ferimento sature o curativo ou em caso de piora da lesão ou
em feridas infectadas;
➙ Posteriormente pode permanecer sobre a ferida por até 7 dias.

MODO DE USAR:
➙ Remover curativo anterior, umedecendo bem a cobertura com soro
fisiológico a 0,9 % até soltar, com cuidado para não promover trauma;
➙ Remover tecidos desvitalizados e/ou resíduos do curativo anterior;
➙ Realizar a limpeza com soro fisiológico a 0,9%;
➙ Colocar a cobertura de carvão ativado com prata sobre a lesão;
➙ Se necessário, umedecer o curativo para facilitar sua adaptação ao leito
da ferida;
➙ Colocar compressas de gaze e enfaixar o local quando houver
necessidade, ou fixar a cobertura com esparadrapo hipoalergênico.
➙ O curativo deve ser substituído quando houver sinais de exsudato na
camada externa ou secundária ou quando o odor não for mais adsorvido
pelo curativo.

PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Produto / Fabricante Produto /
Fabricante Fabricante

Actisorb Plus / Act Carbon / Casex Curatec Carvão Curatec Carvão


Systagenix Ativado com Prata Ativado com Prata
(não recortável) / LM Plus (recortável) /
Farma LM Farma

ACTICARE AG /
VitaMedical

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8. COLÁGENO
São coberturas compostas por fibras de colágeno e de alginato de cálcio.
Essa é uma combinação bioativa que combina o colágeno com as
propriedades de formação de gel dos alginatos em uma cobertura protetora
tópica estéril, macia, absorvente e adaptável.

Na presença do exsudato da ferida o esse tipo de curativo mantém um


microambiente fisiológico úmido na superfície da ferida favorecendo a
formação do tecido de granulação e epitelização, o que permite uma
cicatrização mais rápida.

Podem ser utilizados como curativos primários de feridas e, dependendo do


curativo, pode ser cortado no tamanho exato da ferida, pode ser dobrado
para o tratamento de feridas e pode ser utilizado em combinação com
coberturas secundárias semi-oclusivas ou não oclusivas.

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ Feridas de espessura total e parcial;
➙ Lesões por pressão, úlceras venosas, úlceras causadas por etiologias
vasculares mistas e úlceras diabéticas;
➙ Queimaduras de segundo grau;
➙ Áreas doadoras de enxertos e outras feridas com superfície em
sangramento;
➙ Abrasões;
➙ Cicatrização de feridas traumáticas por segunda intenção;
➙ Deiscências.

PRECAUÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Não deve ser utilizado em pacientes com sensibilidade ao colágeno ou
alginatos;
➙ Não são indicados para feridas que apresentem vasculite ativa ou
queimaduras de terceiro grau;
➙ O curativo Promogran® não deve ser utilizado em feridas com tecido
necrótico.

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FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Depende de avaliação da quantidade de exsudato liberado pelo
ferimento e da capacidade absortiva do curativo;

➙ O Fibracol® pode ser trocada a cada 2 ou 4 dias;

➙ O Promogran® deve ser substituído a cada 48 ou 72 horas.

MODO DE USAR:
➙ Realizar o desbridamento quando necessário, e irrigar o local da ferida
com solução salina normal;
➙ Remover o excesso de solução da pele ao redor da ferida;
➙ Para feridas altamente exsudativas, aplicar o produto diretamente no leito
da ferida. Para feridas com exsudação mínima, aplique o produto no leito
umedecido com soro fisiológico;
➙ Se o curativo for o Promogran®, em feridas pouco exsudativas, hidratar a
matriz com solução fisiológica;
➙ Preencher as feridas profundas sem apertar;
➙ O curativo pode ser coberto por uma cobertura protetora secundária não
oclusiva e fixado à pele com fitas não alérgicas ou um curativo semi
oclusivo;
➙ Trocar o curativo quando a cobertura secundária tiver atingido sua
capacidade máxima de absorção.

PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Protudo / Fabricante

FIBRACOL PLUS® / Systagenix PROMOGRAM PRISMA® / Systagenix

Cobertura de colágeno com alginato

DERMADRY CA++ (Technodry)

esponja colágeno Tipo 1

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9. CREME BARREIRA
É um creme que contém em sua fórmula um polímero elástico, agentes
emolientes e umectantes, que fornece hidratação e proteção ao estrato
córneo e permite o uso de produtos adesivos como fitas e curativos. É
hidrofóbico e composto de água, parafina líquida, petrolato, cera
microcristalina, oleato de glicerol, álcool de lanolina, ácido cítrico, citrato de
magnésio, ciclometicone, glicerina, metilparabeno, propilparabeno e
propilenoglicol.

Oferece prevenção de lesões cutâneas decorrentes de incontinência


urinária e fecal ao impedir que resíduos fiquem aderidos à pele.

Forma uma barreira transparente que deixa a pele respirar e previne contra
o surgimento de assaduras e promove hidratação da pele.

Existem também os Sprays de barreira que exercem a mesma função dos


cremes, porém, em outra forma farmacêutica.

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ Hidrata e condiciona a pele;
➙ Rapidamente absorvido pela pele;
➙ É hipoalergênico;
➙ Recupera o pH natural da pele;
➙ Proteção contra irritações de pele decorrentes de incontinência urinária e
fecal;
➙ Prevenção de assaduras;
➙ Prevenção de dermatites;
➙ Prevenção de lesões;
➙ Uso em pele seca ou irritada;
➙ Danos causados pelos adesivos em curativos repetitivos;
➙ Indicado também para proteção da pele ao redor de ostomias e
dermatites.

PRECAUÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade.

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FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Resiste de 3 a 4 procedimentos de higiene;

➙ Não precisa ser removido;

➙ Não é necessária sua reaplicação a cada troca de fralda.

MODO DE USAR:
➙ Utilize sob a pele limpa e seca;
➙ Aplique pequenas quantidades sobre a pele e espalhe delicadamente,
➙ Esperar secar;
➙ Reaplicar a cada 3ª ou 4ª troca de fralda ou higiene íntima.

O QUE SÃO SUBSTÂNCIAS QUE POSSUEM AÇÃO UMECTANTE, EMOLIENTE E


HIDRATANTE
✓ Umectante: são substâncias hidrofílicas, ou seja, têm alta afinidade com
as moléculas de água. Assim, conseguem atrair estas moléculas para a
superfície da pele, criando uma película protetora capaz de proteger a
derme contra a perda hídrica. Exemplo: glicerina.
✓ Emoliente: substâncias como óleos ou lipídios capazes de diminuir a
perda transepidérmica de água, mantendo o nível adequado de umidade
na derme e ajudando a manter a maciez e elasticidade da pele. Exemplo:
óleo de amêndoas.
✓ Hidratante: dizemos que uma substância é hidratante de fato quando ela
tem a capacidade de transferir moléculas de água para a célula,
permeando a camada córnea e retendo água em toda sua extensão, e
não somente superficialmente. Exemplo: ureia.

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PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Cavilon Creme Barreira Durável / 3M Comfeel® Creme Barreira / Coloplast

Dermamon® / DBS Brava® Creme Barreira / Coloplast

Sprays de Barreira

Sensi-Care Spray Barreira Brava® Spray de Barreira / Cavilon Spray Protetor de


Protetora De Pele / Convatec Coloplast Pele / 3M

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10. CURATIVOS COMBINADOS


São curativos de múltiplas camadas que podem ser utilizados em uma
ampla variedade de feridas com baixo a moderado nível de exsudato.

A primeira camada normalmente é constituída por hidrocolóides de baixa


aderência para absorver o exsudato da ferida de modo a manter a umidade
local.

A segunda camada é uma cobertura protetora que envolve a camada


absorvente e drena o exsudato.

A terceira camada é uma camada impermeável que protege a lesão contra


infecções externas.

INDICAÇÕES DE USO:
➙ Úlceras crônicas exsudativas com nível baixo a moderado de exsudato;
➙ Escoriações, lacerações, feridas cirúrgicas abertas ou fechadas.

PRECAUÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade;
➙ Não é indicado para substituir suturas ou outro método de fechamento
de feridas.

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Pode permanecer sobre a lesão por um período de até 7 dias, de
acordo com a saturação do curativo pelo exsudato.

MODO DE USAR:
➙ Limpar o leito da ferida, enxaguar bem e secar a pele adjacente,
certificando-se de que ela esteja livre de qualquer substância
gordurosa que possa interferir na aderência do curativo;
➙ Pelos podem interferir na adesão do curativo e o excesso deve ser
retirado preferencialmente sem o uso de lâminas;
➙ Se necessário, preencher a cavidade com um curativo apropriado;
➙ Escolher um curativo cuja compressa absorvente seja maior que a
área da ferida e colocar a compressa diretamente sobre a ferida.

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PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Combiderm ACD® / Convatec Mepore Pro® / Molnlycke

OpSite Post-Op® / Smith & Tegaderm Pad® / 3M


Nephew

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11. ESPUMA POLIMÉRICA OU HIDROPOLÍMERO COM OU SEM PRATA


Também chamado de Hidropolímero, é um tipo de curativo que apresenta
uma camada interna de espuma de poliuretano, absorvente, revestido
externamente de filme de poliuretano sendo permeável a trocas gasosas e
impermeável a água e microrganismos.

Figura 5.5 – Estrutura básica do curativo de espuma

Fonte: Folder curativos Curatec

Disponível nas apresentações: não adesiva, adesiva, sem prata ou


impregnada com íons de prata.

Em contato com a ferida absorve o exsudato da lesão e mantém um meio


úmido apropriado à cicatrização, utilizado isoladamente e sob compressão,
é capaz de se adaptar intimamente ao leito da ferida.

Quando adicionadas a substancias surfactantes e umectantes promovem


desbridamento autolítico.

A presença de íons de prata no leito da lesão proporciona um efeito


antimicrobiano e evita a infecção da ferida. Esse tipo de curativo pode ser
utilizado em combinação com a terapia compressiva por até 7 dias.

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ FERIDAS EXSUDATIVAS com cicatrização demorada;
➙ Úlceras de perna e lesões por pressão;
➙ Queimaduras de segundo grau;
➙ Áreas doadoras de enxerto e feridas pós-operatórias;
➙ Abrasões da pele;
➙ Úlceras diabéticas no pé (espuma não adesiva).

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PRECAUÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade;
➙ A cobertura é contra indicada para feridas cavitárias e altamente
exsudativas.

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ O curativo de espuma com prata pode ser mantido por até 7 dias de
acordo com a quantidade de exsudato que o ferimento está liberando.

MODO DE USAR:
➙ Higienizar a ferida com solução fisiológica ou outro produto indicado para
limpeza de feridas;
➙ Secar a pele ao redor da ferida;
➙ Colocar o curativo sobre a ferida;
➙ Se necessário, aplicar um curativo secundário.

PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Allevyn Adesivo e não Adesivo® / Smith & Allevyn Cavity®/ Smith & Nephew
Nephew

Biatain® / Coloplast Curafoam® Plus / Dynarex

Elasto-Gel® / SouthWest Hydrafoam® / DermaRite

Lyofoam® Max / Molnlycke M-TEC Curativo de Espuma / Missner

Mepilex® / Molnlycke (Linha Medplex) PolyMem® / Ferris Mfg

Protecare Safe / Cremer Protecare Traqueo / Cremer

TIELLE® / Systagenix TIELLE® Plus / Systagenix

(GAMBA; PETRI; COSTA, 2016)

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12. FILME TRANSPARENTES OU MEMBRANA


São curativos compostos por uma fina película adesiva de poliuretano
transparente que podem ser utilizados no tratamento de feridas e com
dispositivos de acesso intravenoso e de feridas operatórias não
complicadas.

Também podem ser utilizados como cobertura secundária em associação


com outros tipos de coberturas.

Figura 5.6 – Estrutura do filme transparente

Fonte: Folder curativos Curatec

O filme de poliuretano é permeável ao ar e vapor de modo a manter a


umidade no local da ferida e evitar a proliferação bacteriana.

São impermeáveis à água e funcionam como barreira antiviral,


antibacteriana e contaminação por agentes externos.

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ Cobertura de curativos primárias;
➙ Feridas exsudativas com baixo nível de exsudação;
➙ Prevenção de feridas secundárias por irritação cutânea;
➙ Queimaduras de segundo grau;
➙ Incisões cirúrgicas, biópsias de pele e áreas doadoras;
➙ Fixação de cateteres e cânulas;
➙ Prevenção de LPP;
➙ Curativo de ferida operatória não complicada;
➙ Proteção de pele íntegra a escoriações.

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PRECAUÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade;
➙ Pacientes com sudorese aumentadas;
➙ A cobertura é contra indicada como curativo primário em feridas
infectadas e altamente exsudativas.

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Os filmes transparentes podem ser mantidos por até 7 dias.

MODO DE USAR:
➙ Alguns filmes transparentes são exclusivos para fixação de cateter;
➙ Higienizar a ferida com solução fisiológica ou outro produto indicado para
limpeza de feridas;
➙ Secar a pele ao redor da ferida;
➙ Se necessário, realizar tricotomia local para melhorar a fixação do
curativo;
➙ Colocar o curativo sobre a ferida ou sobre a cobertura primária.

Figura 5.7 – Como usar filme transparente

PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto Fabricante

Bioclusive® / Systagenix Hydrofilm® / Hartmann

IV 3000 / Smith & Nephew Mepore® Film / Molnlycke

OpSite Flexigrid / Smith & Nephew TegadermTM / 3M

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13. GAZE NÃO ADERENTE | COMPRESSA NÃO ADERENTE


São curativos para cobertura primária constituídas por malhas de não
tecidos, sem algodão ou algodão em pequena porcentagem, como
poliamida, rayon, poliéster, impregnadas com emulsão de petrolatum.

Por não aderirem à ferida, protegem o tecido de granulação, minimizando o


trauma durante a troca do curativo. Permitem que o exsudato passe
livremente para a cobertura secundária, prevenindo o excesso de exsudato
e a maceração da ferida.

Podem ser utilizadas para a limpeza, absorção, proteção, preenchimento de


cavidades e desinfeção de feridas.

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ Cobertura primária de queimaduras de primeiro e segundo graus com
nível de exsudação de leve a alto;

➙ Lesões por pressão, úlceras venosas, eczemas;

➙ Abrasões, lacerações, extrações de unhas;

➙ Áreas doadoras e receptoras de enxerto, incisões cirúrgicas, linhas de


sutura e procedimentos reconstrutivos;

➙ Quaisquer ferimentos em que a não aderência do curativo a ferida é


essencial.

PRECAUÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade;
➙ A cobertura é contra indicada para lesões infectadas;
➙ Feridas Cirúrgicas

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ A troca deve ser realizada de 3 a 5 dias de acordo com a avaliação do
nível de exsudação e saturação da cobertura secundária;

➙ Quando o curativo apresentar total aderência ao leito da ferida.

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MODO DE USAR:
➙ Higienizar a ferida com solução fisiológica ou outro produto indicado para
limpeza de feridas;
➙ Secar a pele ao redor da ferida e, se necessário remover o excesso de
pelos para maximizar o contato com a lesão;
➙ Colocar o curativo sobre a ferida com a película microperfurada voltada
para a superfície da lesão a fim de evitar adesão do curativo;
➙ Fixar a compressa com um curativo secundário.

ALGUNS PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Adaptic® / Systagenix AGE DERM® Compress / Helianto

Compressa com Emulsão de Petrolatum / JELONET® / Smith & Nephew


Curatec

Lomatuell®H / Lohmann Rauscher MELOLIN® / Smith & Nephew

Mepitel® / Molnlycke Mesoft® / Molnlycke

PETROLATUM® Compress / Helianto Zetuvit® E / Hartmann

OBS: Existe um produto no mercado que se chama poolfix® , composto por


uma “Rede Tubular” utilizada para fixar curativos não adesivos, em diferentes
regiões do corpo.

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14. HIDROCOLÓIDE EM PLACA E EM PASTA


Os curativos de hidrocoloide em placa são curativos auto adesivos
compostos por uma película semipermeável de poliuretano e polímero de
carboximetilcelulose sódica (CMC).

São curativos compostos por fibras agrupadas de CMC sem integrantes


ativos. As fibras de CMC são hidrofílicas, altamente absorventes e podem
reter uma grande quantidade de fluidos com a formação de um gel
translúcido que mantém a umidade local e auxilia no processo de
cicatrização.

A formação do gel evita que o curativo se fixe na ferida e também facilita


sua remoção sem dor e sem danificar o tecido de cicatrização com menor
frequência de troca.

Também podem ser encontrados curativos hidrocolóides que possuem em


sua composição, uma película superior semi permeável a líquidos.

Além disso, esses curativos também impedem que bactérias e água


cheguem até a ferida, evitando assim uma possível infecção.

Podem ser utilizados em áreas difíceis de cobrir como joelhos e cotovelos.

Figura 5.8 – Estrutura e mecanismo de ação do curativo hidrocolóide

Fonte / Imagem: https://www.curatec.com.br/curatec-hidrocoloide

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VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ Indicados em feridas não infectadas com pouco ou médio exsudato,
lesões em fase de granulação;

➙ São indicados para uso em rachaduras da pele, feridas provenientes de


abrasões e lacerações superficiais, incisões cirúrgicas, áreas doadoras e
feridas externas causadas por traumas. Acelera a granulação e um
aumento da vascularização no tecido;

➙ Lesões crônicas como úlceras de perna, úlceras diabéticas e lesões por


pressão;

➙ Também são indicados em caso de feridas pós-operatórias em que há


dificuldade de cicatrização;

➙ Devem ser utilizados para tratar feridas com leve a moderada exsudação;

➙ Queimadura de 1º e 2º graus e para controle de pequeno sangramento;

➙ Reduz a dor por proteger as terminações nervosas;

➙ Pode ser adaptado em diferentes áreas anatômicas e manter a


mobilidade do membro. (veja a figura 5.9)

Figura 5.9 – Formatos do curativo hidrocolóide

Fonte/Imagem: Catálogos explicativos de produtos

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PRECAUÇÕES / CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade;
➙ Possível deslocamento no caso de feridas exsudativas, nesses casos pode
ocorrer maceração de bordas e tecido perilesional;
➙ Odor característico, podendo ser confundido com ferida infectada.
➙ Não deve ser aplicado sobre feridas contaminadas ou infectadas;
➙ Não deve ser utilizado em queimaduras de terceiro grau.

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Pode permanecer no local até 7 dias. Realizar a substituição do curativo
em um tempo inferior a 7 dias caso o exsudato do ferimento sature o
curativo ou em caso de piora da lesão.

MODO DE USAR:
➙ Remover curativo anterior, umedecendo bem a cobertura com soro
fisiológico a 0,9 % até soltar, com cuidado para não promover trauma;
➙ Remover tecidos desvitalizados e/ou resíduos do curativo anterior;
➙ Realizar a limpeza com soro fisiológico a 0,9%;
➙ Limpar e secar as bordas do adjacentes ao ferimento que devem estar
secas;
➙ Colocar a cobertura de Carboximetilcelulose na lesão deixando uma
pequena borda de 1,5cm a 3cm, aproximadamente;
➙ Colocar compressas de gaze;
➙ Realizar o enfaixamento do local quando houver necessidade, ou fixar a
cobertura com esparadrapo hipoalergênico.

➙ Remoção e troca do curativo de hidrocoloide


✓ Para remoção, deve-se pressionar levemente a pele ao redor da ferida e levantar
cuidadosamente as bordas do curativo para evitar mais danos à lesão. Observar o
aspecto da lesão e avaliar a evolução da cicatrização.

✓ Proceder conforme “modo de usar” para colocar um novo curativo.

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PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Curativo Hidrocolóide Regular Cremer Curatec Hidrocolóide / LM Farma


Advanced / Cremer

Curativos para Bolhas Nexcare® / 3M Comfeel® Plus / Coloplast

DuoDERM® CGF® / Convatec DuoDERM® Extra Fino / Convatec

DuoDERM Signal® / Convatec Curativo Hidrocoloide Regular / Casex

NU-DERM BORDER / Systagenix Hydrocoll® / Hartmann

Produto / Fabricante

Tegasorb® / 3M

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Produto / Fabricante

Restore / Hollister

Comfeel® Plus Transparente / Coloplast

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14.1. HIDROCOLÓIDE EM PASTA


São compostos por hidrocoloides naturais, pectina e carboximetilcelulose
para o preenchimento de lesões cavitárias em associação com
hidrocoloides em placas.

Esses curativos ajudam a manter a umidade no local da ferida e auxiliam no


desbridamento autolítico seletivo da lesão.

Podem ser utilizados até o preenchimento pelo corpo de cavidades


existentes em lesões.

INDICAÇÕES DE USO:
➙ Preenchimento de cavidades em lesões sem infecção ou exsudato,
necrose, lesões secas.

PRECAUÇÕES / CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Lesões com infecção e/ou secreções;

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Pode permanecer no local até 3 dias em lesões necrosadas;
➙ Em lesões limpas e com tecido de granulação pode permanecer por até
7 dias;
➙ Em lesões cavitárias é necessário curativo secundário com hidrocoloide
em placa apenas.

MODO DE USAR:
➙ Remover curativo anterior, umedecendo bem a cobertura com soro
fisiológico a 0,9 % até soltar, com cuidado para não promover trauma;
➙ Remover tecidos desvitalizados e/ou resíduos do curativo anterior;
➙ Realizar a limpeza com soro fisiológico a 0,9%;
➙ Realizar o preenchimento da lesão, cerca de 50% com gel ou pasta;
➙ Colocar a placa de hidrocoloide sobre a ferida;
➙ Não devem ser utilizadas compressas de gaze, chumaço ou bandagem
para finalizar o curativo.

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✓ OBS: Em geral utiliza-se o gel de preenchimento (curativo primário) em


feridas cavitarias associado a uma placa de hidrocoloide (curativo
secundário).

PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Adapt Pasta / Hollister DuoDERM® Pasta Hidroativa / Convatec

Stomahesive® / Convatec DuoDERM® Gel Hidroativo / Convatec

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15. HIDROFIBRA
O curativo de hidrofibra é um curativo composto por microfibras de
carboximetilcelulose (CMC) sódica.

É macio, estéril, fácil de usar e altamente absorvente. As fibras de


carboximetilcelulose de sódio retêm o exsudato da ferida e o convertem em
um gel translúcido, que pode absorver até 25 vezes seu peso em fluidos,
criando um ambiente ideal para a cicatrização úmida.

A ação gelificante cria um ambiente ideal para curar as feridas e diminuir o


risco de infecção quando associados com um agente antimicrobiano
(prata).

Figura 5.10 – Ações da tecnologia HydrofiberTM

Fonte/Imagem: https://www.convatec.com.br/ferida-e-pele/curativos-
aquacel/tecnologia-hydrofiber/

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ Feridas com moderada a grande quantidade de exsudato;
➙ Feridas infectadas ou com risco de infecção no caso do Aquacel®
com Ag;
➙ Úlceras vasculares, diabéticas e LPP;
➙ Queimaduras de espessura parcial (2ª grau).

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PRECAUÇÕES / CONTRAINDICAÇÕES
➙ Feridas secas;
➙ Sensibilidade aos componentes do produto

MODO DE USAR / FREQUÊNCIA DE TROCA


➙ Feridas limpas: até 7 dias;
➙ Feridas infectadas: no máximo 3 dias;
➙ Com prata: remover somente por vazamento, sangramento excessivo,
dor ou em no máximo 7 dias.

➙ Manter borda de no mínimo 1 a 2 cm em todos os lados. Pode ser


recortado.
➙ Não deve ser associado com produtos à base de óleo.

PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Curativos AQUACEL ® / Convatec HydroCare – Curativo de Hidrofibra /


Casex
Diferentes Apresentações

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16. HIDROGEL
Composição: gel constituído por água purificada, propilenoglicol, carbômero
940, trietanolamina, alginato de cálcio e sódio, conservantes e
carboximetilcelulose.

É um gel amorfo, transparente que pode estar associado ao alginato de


sódio ou não que possibilita o acesso visual da ferida.

Pode ser utilizado em feridas que necessitem de um aporte adicional de


umidade.

O hidrogel cria um ambiente de cicatrização úmido que auxilia o


desbridamento autolítico natural ideal para a granulação e epitelização das
feridas. Quando associado ao alginato aumenta a capacidade de absorção
de exsudato.

O gel pode ser utilizado para suavizar e hidratar escaras, o que facilita a
reidratação da ferida.

Figura 5.11 – Mecanismo de ação curativo de hidrogel com alginato

Fonte
/ Imagem: https://www.curatec.com.br/curatec-hidrogel-com-alginato

VANTAGENS E INDICAÇÕES DE USO:


➙ É recomendado para tratamento de FERIDAS SECAS, NECROSADAS e
feridas com EXSUDADO MÉDIO A MODERADO;
➙ Queimaduras de 1º e 2º graus;
➙ Pode ser utilizado para o preenchimento de lesões cavitárias (até 50% da
cavidade em associação com hidrocoloides em placa);

➙ Tecidos desvitalizados em feridas abertas.

PRECAUÇÕES / CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade;

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➙ Lesões excessivamente exsudativas;


➙ Não deve ser utilizado em queimaduras de terceiro grau.

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Pode permanecer no local até 3 dias.

MODO DE USAR:
➙ Remover curativo anterior, umedecendo bem a cobertura com soro
fisiológico a 0,9 % até soltar, com cuidado para não promover trauma;
➙ Remover tecidos desvitalizados e/ou resíduos do curativo anterior;
➙ Realizar a limpeza com soro fisiológico a 0,9%;
➙ Cobrir o local da lesão como o hidrogel;
➙ Colocar um curativo secundário sobre a ferida;
➙ Realizar o enfaixamento do local quando houver necessidade, ou fixar a
cobertura com esparadrapo hipoalergênico;
➙ Caso a cobertura secundária for filme transparente, hidrocoloide ou
hidropolímero (curativo de espuma), não devem ser utilizadas
compressas de gaze, chumaço ou bandagem para finalizar o curativo.

PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO

Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Ally Gel / Casex Curatec Hidrogel com AGE / LM Farma

Indicações: Lesões não infectadas; |


Tecido de granulação; | Úlceras; |
Queimaduras (1º e 2º).

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Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Curatec Hidrogel com Alginato / LM Farma DuoDERM® Gel Hidroativo / Convatec

Indicações: Desbridamento de necrose/esfacelo


seca; | Lesões de qualquer etiologia, infectadas ou
não como: Queimaduras de 2º grau, úlceras
arteriais, venosas e por pressão; | Abrasões e
lacerações.

Dersani® Hidrogel / Daudt Dersani® Hidrogel com Alginato / Daudt

Informações Alginato de Cálcio

DEBRIGEL® ALG Ca / Helianto

Hydrosorb® / Hartmann Hypergel® / Molnlycke

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Produto / Fabricante Produto / Fabricante

INTRASITE® Gel / Smith & Nephew M-Tec Gel / Missner

Nu-Gel / Systagenix Purilon® Gel / Coloplast

Saf-Gel® / Convatec SOLOSITE® / Smith & Nephew

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17. SISTEMA COMPRESSIVO MULTICAMADAS


São sistemas compressivos com duas ou mais camadas utilizadas para
atingir compressão contínua em condições patológicas que exijam
tratamento por terapia compressiva como úlcera venosa de perna e
condições relacionadas.

A primeira camada é composta por espuma de poliuretano macia que


proporciona conforto e absorve o exsudato. Já a segunda camada é
composta por uma atadura de compressão elástica que estabiliza a
primeira camada, mantendo-a no lugar e proporciona a pressão constante
para o tratamento da ferida.

O sistema multicamadas Dyna Flex® possui uma terceira camada de


compressão coesiva feita de látex. O sistema CoFlex® vem acompanhado de
uma meia de nylon que deve ser colocada sobre as outras camadas para
facilitar o movimento por baixo das roupas ou roupas de cama.

A camada de poliuretano não deve ser utilizada como cobertura primária de


feridas, veja as instruções de cada fabricante para realizar corretamente o
procedimento.

Esses sistemas possuem marcações visuais que auxiliam a atingir a


compressão terapêutica desejada.

INDICAÇÕES DE USO:
➙ Úlceras venosas de perna e condições associadas.

PRECAUÇÕES / CONTRAINDICAÇÕES:
➙ Reações de hipersensibilidade;
➙ O sistema Dyna Flex® não deve ser utilizado em pacientes diabéticos
com desordens vasculares, pacientes com linfedema resultante de
câncer e a circunferência do tornozelo do paciente deve ser de 18 cm
ou mais;
➙ Os sistemas CoFlexr® e UrgoK2® não devem ser utilizados em pacientes
com índice tornozelo braquial menor que 0,8 (exceção: CoFlex® TLC Lite)

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Pode permanecer no local por até 7 dias

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MODO DE USAR:
➙ Vide instruções do fabricante.

PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante

CoFlex® TLC / Andover (2 camadas) Dyna-Flex® / Systagenix® (3 camadas)

Jobst® Compri2 / BSN Medical (2 camadas) Urgo K2 / Urgo Medical (2 camadas)

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18. TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA


A terapia do tratamento de feridas por pressão negativa é uma técnica que
usa o princípio de pressão sub atmosférica para promover a cura de feridas
agudas e crônicas. Neste método, coloca-se sobre a ferida um curativo
impermeável que, por sua vez, é conectado a uma bomba de vácuo por
meio de um tubo de sucção para gerar a pressão negativa sobre o leito da
ferida.

A baixa pressão no local favorece o processo de cura uma vez que


proporciona a manutenção de um ambiente úmido propício à cicatrização,
auxilia na formação do tecido de granulação, auxilia na contração das
lesões, reduz o edema, reduz o exsudato e favorece controle de infecções.

INDICAÇÕES DE USO:
➙ Lesões por Pressão;
➙ Feridas Traumáticas;
➙ Feridas cirúrgicas (deiscências);
➙ Queimaduras;
➙ Prevenção de deiscência e de infecção de ferida operatória;
➙ Feridas necrotizantes;
➙ Feridas diabéticas;
➙ Úlceras venosas;
➙ Enxertos de pele;
➙ Abdome aberto;

PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES:
➙ As lesões tratadas com terapia por pressão negativa devem ser
monitoradas diariamente;
➙ O curativo não deve permanecer desconectado da bomba de vácuo
por mais de 2 horas, decorrido esse tempo, o curativo deve ser
removido e trocado;
➙ É contraindicado para osteomielite sem tratamento;
➙ Feridas malignas (exceto como cuidados paliativos);
➙ Fístulas não exploradas;
➙ Órgãos expostos, vasos sanguíneos ou estruturas maiores;
➙ Tecido necrótico com presença de escaras;

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➙ Patologia arterial periférica severa;


➙ Em cavidades ou sinus que não se podem explorar.

FREQUÊNCIA DE TROCA:
➙ Os curativos de terapia por pressão negativa devem ser trocados a
cada 48 ou 72 horas (a frequência deve ser ajustada conforme o
estado clínico do paciente);

MODO DE USAR:
➙ De acordo com as instruções do fabricante.

PRODUTOS ENCONTRADOS NO MERCADO


Produto / Fabricante Produto / Fabricante

Avelle® / Convatec Renasys® / Smith & Nephew

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alguns produtos citados neste livro não são encontrados em lojas sediadas
no Brasil, porém é possível que sejam importados pela internet.

Nosso objetivo foi disponibilizar o máximo possível de informações sobre os


produtos disponíveis para a realização de curativos em feridas agudas e
crônicas.

Mesmo após buscas exaustivas na internet, alguns produtos não possuem o


link do site oficial do fabricante que foi o nosso foco ao colocar os links dos
produtos. Mas, é possível procurar pelo seu nome em sites de pesquisa caso
o leitor tenha interesse.

Os links de alguns produtos irão direcionar para o site da loja online do


fabricante, porque não possuem um site oficial com suas informações.

Este guia foi idealizado em caráter informativo e educativo, bem como seus
livros bônus e não objetiva fazer propaganda ou promover um produto ou
fabricante específico.

LEMBRAMOS QUE ESTE GUIA NÃO SUBSTITUI A


ORIENTAÇÃO DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE
ESPECIALIZADO EM FERIDAS E CURATIVOS,
TAMPOUCO TEM A INTENÇÃO DE INDICAR OU
PRESCREVER ALGUM PRODUTO ESPECÍFICO.

ESPERAMOS QUE GOSTE DO CONTEÚDO DO GUIA PRÁTICO DE


CURATIVOS & COBERTURAS E QUE ELE POSSA SER ÚTIL PARA VOCÊ.

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7. REFERÊNCIAS CONSULTADAS

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REFERÊNCIAS CONSULTADAS
3M SERVIÇOS PROFISSIONAIS. 3M Tegaderm Alginato. Disponível em:
https://multimedia.3m.com/mws/media/1162305O/boletim-tecnico-tegaderm-
alginato.pdf. Acesso em: 13 out. 2020.

BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. Em qual tipo de feridas/úlceras está indicado o uso de


papaína a 10%? Pode-se utilizá-la em úlcera isquêmica focal? Disponível em:
https://aps.bvs.br/aps/em-qual-tipo-de-feridasulceras-esta-indicado-o-uso-de-
papaina-a-10-pode-se-utiliza-la-em-ulcera-isquemica-focal/. Acesso em: 15 dez. 2020.

BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. Qual o produto mais indicado para desbridamento em


áreas de necrose em úlceras de pressão? Disponível em: https://aps.bvs.br/aps/qual-o-
produto-mais-indicado-para-desbridamento-em-areas-de-necrose-em-ulceras-de-
pressao/. Acesso em: 16 dez. 2020.

BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE HANSENÍASE. Manual de Normas, Rotinas e Técnicas de


curativos. Disponível em:
http://hansen.bvs.ilsl.br/textoc/livros/ODA_ROSELI/PDF/manual_rotinas%20.pdf. Acesso
em: 9 out. 2020.

BORELLA, Júlio Cézar; TEIXEIRA, Juliana Coelho Lopes; PUGA, Robison Leandro Aparecido;
STEVANATO, Marise C. Bastos. FORMAS FARMACÊUTICAS SEMISSÓLIDAS A BASE DE PAPAÍNA –
AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA ESTABILIDADE, CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA E ATIVIDADE
ENZIMÁTICA. Visão Acadêmica, [S.L.], v. 19, n. 2, p. 24-43, 30 out. 2018. Universidade Federal
do Parana. http://dx.doi.org/10.5380/acd.v19i2.58223.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia


Brasileira. 2ª. ed. volume II. Brasília DF, 2012. p. 123. Disponível em:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/formulario-
nacional/arquivos/8065json-file-1. Acesso em: 21 jan 2021.referen

CAMPOS, Maria Genilde das Chagas Araújo et al. FERIDAS COMPLEXAS E ESTOMIAS. João
Pessoa: Ideia, 2016. Disponível em http://www.corenpb.gov.br/wp-
content/uploads/2016/11/E-book-coren-final-1.pdf

CASEX INNOVATION IN HEALTH CARE. Tratamento de feridas: Quando usar um curativo


hidrocoloide. Disponível em: https://casex.com.br/pacientes/tratamento-de-feridas-
quando-usar-um-curativo-hidrocoloide/. Acesso em: 7 out. 2020.

CENFE WOUND CARE. Curativos Antimicrobianos. Disponível em:


https://cenfewc.com.br/portfolio/curativos-antimicrobianos/. Acesso em: 15 dez. 2020.

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COLOPLAST. Estomia. Disponível em:


https://www.coloplast.com.br/estomia/profissional/cirurgia-de-
estoma/#section=Diferentes-tipos-de-estoma_189519. Acesso em: 14 dez. 2020.

COLOPLAST. Úlceras por pressão – prevenção e tratamento. Guia rápido. Coloplast.2013.


Disponível em:
https://www.coloplast.com.br/global/brasil/wound/cpwsc_guia_pu_a5_d7.pdf. Acesso
em: 10 jan. 2021.

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM - COFEN. Anexo da Resolução COFEN nº 0567/2018.


Disponível em: http://www.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2018/02/ANEXO-
RESOLU%C3%87%C3%83O-567-2018.pdf. Acesso em: 1 dez. 2020.

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM - COFEN. Resolução COFEN nº 567/2018. Disponível


em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofenno-567-2018_60340.html. Acesso em: 1 dez.
2020.

CONVATEC. Noções Básicas de Ostomia. Disponível em:


https://www.convatec.com.br/estomia/informa%C3%A7%C3%B5es-de-suporte-ao-
paciente/educacao/nocoes-basicas-de-ostomia/. Acesso em: 14 dez. 2020.

CREMER. CURATIVO HIDROCOLÓIDE CREMER ADVANCED ESTÉRIL. Disponível em:


https://cremer.net.br/wp-
content/uploads/2019/10/FTP020000xx_Hidrocol%C3%B3ide_80245210090_Rev00.pdf.
Acesso em: 7 out. 2020.

GAMBA, Mônica Antar; PETRI, Valéria; COSTA, Mariana Takahashi Ferreira. FERIDAS:
prevenção, causas e tratamento. Rio de Janeiro: Santos, 2016. 352 p.

HOSPITAL ANCHIETA. Atlas de Curativos baseado nas Coberturas padronizadas no


Hospital Anchieta. Disponível em:
http://portal.hospitalanchieta.com.br/docs/Atlas%20de%20Curativos%20baseado%20nas
%20Coberturas%20padronizadas%20no%20Hospital%20Anchieta.pdf. Acesso em: 13 out.
2020.
INCURSOS. Limpeza e desbridamento de feridas 25/07/2019 ENFERMAGEM Limpeza e
desbridamento de feridas. Disponível em:
http://www.incursos.net/noticias/25072019/limpeza-e-desbridamento-de-feridas/.
Acesso em: 16 dez. 2020.

INSTITUTO ONCOGUIA. O que é Estoma. Disponível em:


http://www.oncoguia.org.br/conteudo/o-que-e-estoma/7298/881/. Acesso em: 14 dez.
2020.

117
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ISAAC, C.; LADEIRA, P. R. S. de; RÊGO, F. M. P. do; ALDUNATE, J. C. B.; FERREIRA, M. C. Processo de
cura das feridas: cicatrização fisiológica. Revista de Medicina, [S. l.], v. 89, n. 3-4, p. 125-131,
2010. DOI: 10.11606/issn.1679-9836.v89i3/4p125-131. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/46294. Acesso em: 16 dez. 2020.

ISACLIN PRODUTOS PARA SAÚDE. Como cuidar da pele em volta da ostomia? 25/06/2020.
Disponível em: https://www.isaclin.com.br/comocuidardapeledoestomizado. Acesso em:
14 dez. 2020.

IWGDF GUIDELINES. Diretrizes do IWGDF sobre a prevenção e o tratamento de pé


diabético / 2019. Disponível em: https://iwgdfguidelines.org/wp-
content/uploads/2020/12/Brazilian-Portuguese-translation-IWGDF-Guidelines-2019.pdf.
Acesso em: 17 dez. 2020.

KATZUNG, Bertram G.. Farmacologia: Básica e Clínica. 13. ed. Porto Alegre RS: AMGH Editora
Ltda, 2017.

LOJA DO MÉDICO. Curativo Hidrocolóide CURATEC 20 x 20 cm. Disponível em:


https://www.lojadomedico.com.br/curativo-hidrocoloide-hydrocollr-15x15/p. Acesso em:
7 out. 2020.
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Moore Anatomia Orientada para a Clínica. 7ª
edição. Rio de Janeiro: Koogan, 2014.

National Pressure Ulcer Advisory Panel, European Pressure Ulcer Advisory Panel and Pan
Pacific Pressure Injury Alliance. Prevention and Treatment of Pressure Ulcers: Quick
Reference Guide. Emily Haesler (Ed.). Cambridge Media: Osborne Park, Western Australia;
2014.

NPIAP/EPUAP/PPPIA. Prevenção e tratamento de ulceras por pressão. Guia de consulta


rápida. Austrália, 2014. Tradução e adaptação: Escola Superior de Enfermagem de
Coimbra. Disponível em: https://www.epuap.org/wp-
content/uploads/2016/10/portuguese-quick-reference-guide-jan2016.pdf. Acesso em: 11
jan. 2021.

NEAD. Caderno de Boas Práticas Fascículo 1 - Atualização no Tratamento de Feridas em


Atenção Domiciliar. São Paulo. 2016. Disponível em: https://www.neadsaude.org.br/wp-
content/themes/nead/nead-digital/boaspraticas01/ Acesso em: 23 jan 2021.

PORTAL EDUCAÇÃO. Métodos de desbridamento: Um recurso terapêutico no tratamento


de feridas. Disponível em:
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/metodos-de-
desbridamento-um-recurso-terapeutico-no-tratamento-de-feridas/7054. Acesso em: 16
dez. 2020.

118
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SBD - SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Pé diabético e feridas complexas. Disponível


em: https://www.diabetes.org.br/publico/colunas/107-dr-fabio-batista/821-pe-
diabetico-e-feridas-complexas. Acesso em: 18 dez. 2020.

SECRETARIA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL. INDICAÇÃO DOS CURATIVOS BASEADO NOS


PRODUTOS PADRONIZADOS PELA SECRETARIA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL. Disponível
em: http://www.saude.df.gov.br/wp-
conteudo/uploads/2018/04/INDICA%C3%87%C3%83O-DOS-CURATIVOS-2019.pdf. Acesso
em: 15 dez. 2020.

SCIELO. A efetividade do hidrocoloide versus outras coberturas na cicatrização de


úlceras por pressão em adultos e idosos: revisão sistemática e metanálise. Disponível
em: https://www.scielo.br/pdf/rlae/v22n3/pt_0104-1169-rlae-22-03-00511.pdf. Acesso em:
7 out. 2020.

SMANIOTTO, Pedro Henrique de Souza; FERREIRA, Marcus Castro; ISAAC, Cesar; GALLI, Rafael.
Sistematização de curativos para o tratamento clínico das feridas. Revista Brasileira de
Cirurgia Plástica, [S.L.], v. 27, n. 4, p. 623-626, dez. 2012. FapUNIFESP (SciELO).
http://dx.doi.org/10.1590/s1983-51752012000400026.

SOBEST - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA. GUIA DE BOAS PRÁTICAS: PREPARO


DE LEITO DE LESÃO E DESBRIDAMENTO. São Paulo, 2016. 15 p. Disponível em:
https://www.curatec.com.br/guia-boas-praticas-sobest. Acesso em: 25 jan. 2021.

SOBEST - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES POR


PRESSÃO - CONSENSO NPIAP 2016 - ADAPTADA CULTURALMENTE PARA O BRASIL.
Disponível em: https://sobest.com.br/wp-content/uploads/2020/10/CONSENSO-NPUAP-
2016_traducao-SOBEST-SOBENDE.pdf. Acesso em: 3 jan. 2021.

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