RDC 176 2006

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Ministério da Saúde - MS

Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA

RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA- RDC N° 176, DE 21 DE SETEMBRO DE 2006

(Publicada em DOU nº 184, de 25 de setembro de 2006)

Aprova o Regulamento Técnico “Contratação


de Terceirização para Produtos de Higiene
Pessoal, Cosméticos e Perfumes”.

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da


atribuição que lhe confere o inciso IV do art. 11 do Regulamento aprovado pelo Decreto nº
3.029, de 16 de abril de 1999, e tendo em vista o disposto no inciso II e nos §§ 1º e 3º do art.
54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº 354 da ANVISA, de
11 de agosto de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, em reunião realizada em
18 de setembro de 2006, e

considerando que a Vigilância Sanitária tem como missão precípua a prevenção de


agravos à saúde, a ação reguladora de garantia de qualidade de produtos e serviços que inclui a
aprovação de normas e suas atualizações, bem como a fiscalização de sua aplicação;

considerando a necessidade e a importância de compatibilizar os regulamentos


nacionais com os instrumentos harmonizados no âmbito do Mercosul, em especial a Resolução
MERCOSUL/GMC/RES. Nº. 26/06 "Contratação de Terceirização para Produtos de Higiene
Pessoal, Cosméticos e Perfumes";

considerando a Consulta Pública nº.16 realizada por meio da P. Res.13/04, de 05 de


janeiro de 2005 (D.O.U. de 06 de janeiro de 2005);

considerando a necessidade e a importância de regulamentar a terceirização das


atividades de fabricação dos Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes no âmbito
do MERCOSUL;

considerando a necessidade de estabelecer critérios para garantir a segurança dos


produtos e definir as responsabilidades inerentes ao serviço de terceirização;

considerando a existência de regulamentos específicos sobre a fabricação de Produtos


de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes;

considerando o controle e a fiscalização dos produtos e serviços que envolvam risco à


saúde pública conforme o disposto na Lei n.º 9.782, de 26 de janeiro de 1999;

considerando que a legislação sanitária vigente se aplica a produtos nacionais e


importados;

Este texto não substitui o(s) publicado(s) em Diário Oficial da União.


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Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA

Adotou a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada, e eu Diretor-Presidente, determino


a sua publicação:

Art. 1º Aprovar a “Contratação de Terceirização para Produtos de Higiene Pessoal,


Cosméticos e Perfumes”, que consta como Anexo e faz parte da presente Resolução.

Art.2º O descumprimento desta Resolução constitui infração sanitária, ficando o infrator


sujeito às penalidades previstas na Lei Nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977 e demais pertinentes.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

DIRCEU RAPOSO DE MELLO

ANEXO

CONTRATAÇÃO DE TERCEIRIZAÇÃO PARA PRODUTOS DE HIGIENE


PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES

OBJETIVO: Estabelecer critérios relativos à Terceirização de etapas da fabricação ou


fabricação total de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

ALCANCE: Esta norma se aplica às empresas devidamente autorizadas pela Autoridade


Sanitária Competente para exercer as atividades objeto da terceirização de Produtos de Higiene
Pessoal, Cosméticos e Perfumes no âmbito do MERCOSUL.

1 - Para efeito da presente norma se adotam as seguintes definições:

Terceirização: É a contratação de serviços de terceiros para a execução de etapas da


fabricação ou fabricação total de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

Empresa Contratante: Empresa titular de produto que desenvolve no mínimo uma etapa
do processo de fabricação e contrata serviços de fabricação total ou parcial de produtos e
serviços de controle de qualidade e/ou armazenamento de terceiros, responsável por todos os
aspectos legais e técnicos vinculados com o produto ou processo objeto da terceirização.

Empresa Contratada: Empresa que executa etapas da fabricação ou fabricação total de


Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, co-responsável pelos aspectos técnicos e
legais inerentes à atividade objeto da terceirização. Também chamada empresa terceirista.

Contrato: É o documento devidamente legalizado em cada Estado Parte que estabelece


o vínculo entre as empresas envolvidas nas atividades objeto desta Regulamentação.

Fabricação/Manufatura: Todas as operações de produção e controle relacionadas que se


fizerem necessárias à obtenção dos produtos.

Este texto não substitui o(s) publicado(s) em Diário Oficial da União.


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Produção: Etapa da fabricação que compreende desde a recepção, armazenamento e


pesagem de materiais até a elaboração do granel, o envase e o acondicionamento do produto
acabado.

Elaboração: Etapas de produção que permitem que matérias primas preparadas por meio
de um processo definido resultem na obtenção de um granel.

Representante Legal - Pessoa que representa a empresa e responde administrativa, civil,


comercial e penalmente pela mesma.

Responsável Técnico/Diretor Técnico/ Regente - Profissional legalmente habilitado


pela Autoridade competente para exercer a responsabilidade técnica das atividades
desenvolvidas pela empresa e reguladas pela legislação sanitária vigente.

2 - Será permitido o Contrato de Terceirização entre empresas para a execução de etapas


da fabricação ou fabricação total de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes,
sempre e quando se cumpra o disposto pela presente norma.

3 - As empresas contratantes e contratadas que realizem Contrato de Terceirização


devem dispor de Autorização de Funcionamento/Habilitação/Licença de Funcionamento
vigentes, expedidos pelas autoridades sanitárias competentes, antes do início das atividades. As
empresas contratadas devem contar com a habilitação para as atividades objeto do Contrato.

4 - Para as etapas de fabricação derivadas a terceiros, a planta e distribuição física


industrial do contratado são consideradas como extensão da empresa contratante, e como tal,
são passíveis de inspeção pela autoridade sanitária competente, em conformidade com as Boas
Práticas de Fabricação vigentes.

5 - A Terceirização dos serviços de armazenagem somente está permitida para os


produtos devidamente regularizados junto à autoridade sanitária competente.

6 - O controle de qualidade em processo na etapa de elaboração é privativo da empresa


fabricante do produto, portanto não pode ser terceirizado.

7 - O fabricante pode contratar terceiros para a realização de controle de qualidade


somente quando:

a) O grau de complexidade da análise torna necessária a utilização de equipamentos ou


recursos altamente especializados;

b) A freqüência com que se efetuam certas análises é tão baixa que torna injustificável
a aquisição de equipamentos para tal fim. Os fabricantes devem realizar Contratos, nos casos
previstos neste item, com laboratórios analíticos capacitados e reconhecidos pela Autoridade
Sanitária competente.

Este texto não substitui o(s) publicado(s) em Diário Oficial da União.


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8 - A Terceirização prevista nesta norma deve ser objeto de Contrato entre ambas as
partes que expresse claramente as etapas da fabricação, assim como também, qualquer aspecto
técnico e operacional acordado a respeito do objeto do Contrato. O início da prestação de
serviços por terceiros de que trata o item 2, fica condicionado à apresentação à autoridade
sanitária competente de uma comunicação contendo as seguintes informações:

a) Empresa contratante: razão social, endereço, representante legal, responsável técnico,


habilitação junto à Autoridade Sanitária Competente;
b) Empresa contratada: razão social, endereço, representante legal, responsável técnico,
habilitação junto à Autoridade Sanitária Competente;
c) Atividades terceirizadas;
d) Vigência do contrato: data de início e de término;
e) Relação do(s) produto(s) objeto do Contrato.

9 - As alterações efetuadas durante a vigência do Contrato de Terceirização devem ser


apresentadas à Autoridade Sanitária Competente, por meio de comunicação.

10 - Cada Contrato de Terceirização deve definir as obrigações específicas do


contratante e do contratado, ser assinado pelos respectivos Representantes Legais e
Responsáveis Técnicos e estar disponível para sua apresentação às Autoridades Sanitárias
Competentes

11 - No contrato deve constar a forma pela qual o Responsável Técnico da empresa


contratante vai exercer sua responsabilidade quanto à aprovação dos lotes dos produtos para a
venda e quanto à emissão do laudo de análise de qualidade.

12 - Além das demais exigências previstas nesta norma, devem constar no Contrato de
Terceirização a ser acordado entre as empresas:

12.1 - as obrigações específicas do contratante e do contratado, ratificadas pelos


respectivos Representantes Legais e Responsáveis Técnicos;

12.2 - as etapas da fabricação, bem como qualquer outro aspecto técnico e operacional
acordado;

13 - As empresas contratantes dos serviços previstos nesta norma devem apresentar à


Autoridade Sanitária Competente, a comunicação prevista no item 8.

14 - Caberá à empresa contratante em atendimento a esta norma:

14.1 - Fornecer ao contratado as informações necessárias para que se realizem as


atividades objeto da contratação, em conformidade com os dados de regularização do produto
junto à Autoridade Sanitária Competente.

Este texto não substitui o(s) publicado(s) em Diário Oficial da União.


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14.2 - Assegurar que a contratada seja informada de forma documentada de qualquer


condição especial associada ao produto, serviços ou ensaios que possam colocar em risco a
qualidade do produto, bem como as instalações do contratado, seus equipamentos, seu pessoal,
demais materiais e outros produtos.

15 - A empresa contratada, seu Responsável Técnico e seu Representante Legal são


solidariamente responsáveis perante as Autoridades Sanitárias, juntamente com o contratante,
pelos aspectos técnicos, operacionais e legais inerentes à atividade objeto da Terceirização.

16 - Os estabelecimentos das empresas contratantes e contratadas, cujo objeto do


Contrato inclua etapas da fabricação, devem cumprir com as Boas Práticas de Fabricação e
Controle correspondentes, de acordo com a legislação sanitária vigente.

17 - As empresas contratadas ficam sujeitas à inspeção de suas instalações, a qualquer


momento, pelas empresas contratantes.

18 - O contratado deve possuir instalações, equipamentos, conhecimento adequado,


além de experiência e pessoal competente para desempenhar satisfatoriamente o serviço
solicitado pelo contratante, de acordo com os requisitos das Boas Práticas de Fabricação e
Controle correspondentes.

19 - O contratado deve manter registro documental referente às informações das


atividades que exerce inerentes aos produtos sob contrato e colocá-lo à disposição do
contratante.

20 - A empresa contratante somente pode requerer do contratado a fabricação de


Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes devidamente regularizados junto à
Autoridade Sanitária competente.

21 - No rótulo do produto devem constar os dados previstos na legislação vigente.

22 - A empresa titular deve manter em seu poder os documentos que contenham as


informações necessárias para a rastreabilidade do produto com as atividades terceirizadas para
ser apresentadas à Autoridade Sanitária quando solicitadas.

23 - A inobservância do disposto nesta norma constitui infração de natureza sanitária,


ficando os infratores sujeitos às penalidades previstas na legislação vigente.

Este texto não substitui o(s) publicado(s) em Diário Oficial da União.

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