Curso de Eletrônica-01
Curso de Eletrônica-01
Curso de Eletrônica-01
M000 - Introdução
M001 - O que é Eletrônica?
M002 - Circuitos Elétricos e Circuitos Eletrônicos
M003 - Ferramentas para Eletrônica
M004 - Componentes Eletrônicos
M005 - Placa de Circuito Impresso
M006 - Componentes PTH e SMD
M007 - A Carga Elétrica
M008 - Fontes de Tensão
M009 - O Resistor
M010 - Primeira Lei de Ohm
M011 - Leitura de Resistor - Código de Cores
M012 - Exemplos de Leitura de Resistor
M013 - O Efeito Joule, Potência e Energia
M014 - Associação de Fontes de Tensão
M015 - DDP - Diferença de Potencial
M016 - As Leis de Kirchhoff
M017 - Associação de Resistores
M018 - Lista de Exercícios 1
M019 - Exercicios Resolvidos 1
M020 - Campo Elétrico e Rigidez Dielétrica
M021 - O Capacitor
M022 - Associação de Capacitores
M023 - Válvulas Eletrônicas
M024 - Os Semicondutores
M025 - O Diodo
M026 - O Transistor Bipolar
M027 - O Campo Magnético e Ferromagnetismo
M028 - O Indutor
M029 - O Transformador
M030 - Polarização de Transistor Bipolar
M031 - Exemplos de Polarização de Transistor Bipolar
M032 - Sinal Senoidal - Amplitude e valor RMS
M033 - Sinal Senoidal - Frequência
M034 - Sinal Senoidal - Fase
M035 - Retificador de Meia Onda
M036 - Calculando uma Fonte Retificadora Meia Onda
M037 - Retificador de Onda Completa
M038 - Calculando uma Fonte Retificadora de Onda Completa
M039 - Diodo Zener
M040 - Fonte de Tensão Regulada
M041 - Cálculo de Fonte Regulada
M042 - O Transistor JFet
M000 - Introdução
A Eletrônica é o campo da engenharia que mais se desenvolveu nas últimas 5 décadas.
A humanidade ainda vive a Revolução Tecnológica da Eletrônica que se iniciou
quando Thomas Edson descobriu os primeiros efeitos eletrônicos, ao testar variações
de sua lâmpada elétrica. Você pode saber mais sobre a história de eletrônica clicando
O robô Curiosity, apresentado na figura 1, enviado pela NASA para o planeta Marte, e que
funciona até hoje, mostra bem onde a eletrônica pode levar a humanidade. Sem a
eletrônica esta e outras aventuras humanas seriam impossíveis.
Dúvidas poderão ser sanadas pelo blog do curso, com respostas dadas diretamente pela
nossa equipe.
M001 - Eletrônica
A eletrônica é um conjunto de tecnologias relativamente novo e é considerada a 3ª
Revolução Tecnológica da Humanidade. A primeira foi a Revolução Industrial, com
aproveitamento da energia do vapor. A a segunda foi a Revolução da Quimica e
Eletricidade, com o desenvolvimento de combustíveis químicos, motores a combustão e
motores elétricos.
Definição de Eletrônica
Tensão Elétrica;
Corrente Elétrica;
Todos os circuitos eletrônicos que conhecemos, seja uma televisão ou um satélite
espacial, atuam apenas sobre estas duas grandezas físicas.
Para simplificar, já que estamos no começo do curso, vamos dizer que a tensão elétrica
é a voltagem do circuito e a corrente elétrica é a amperagem do circuito.
Certamente estes dois termos já são familiares para você. Quando você vai comprar a
pilha para o controle remoto de sua televisão, precisa informar o modelo e portanto a
voltagem da pilha. Por exemplo 1,5 Volts.
Da mesma forma, quando vai comprar um fusível para sua casa, precisa saber qual a
amperagem correta do fusível. Por exemplo 50 amperes.
A diferença básica entre os dois circuitos é quanto controle temos sobre a corrente e
voltagem do circuito e como exercemos o controle sobre estas duas grandezas.
Nos circuitos elétricos o controle sobre a corrente é mais grosso. Normalmente nós
queremos ligar ou desligar a corrente elétrica. O controle sobre a voltagem também é
feito de forma menos refinada, através de chaves seletoras, por exemplo.
Um exemplo de circuito eletrônico é o rádio. Nele o sinal fraco captado pela antena tem
sua amplitude amplificada até que seja possível acionar um alto falante e ouvir o sinal
transmitido.
Por isso apresentamos aqui uma lista com as ferramentas básicas que você deveria
adquirir para montar seu laboratório eletrônico.
1) - Ferro de Solda
Para qualquer montagem simples de eletrônica você vai precisar de um ferro de solda.
Um bom ferro de solda hoje não é caro. Nós sugerimos o do modelo apresentado na
figura acima. Ele pode custar um pouco mais, mas permite uma soldagem melhor,
evitando as famosas soldas frias que causam o mal contato. Para pequenas montagens
opte por um ferro de 30 a 40W no máximo, que é mais do que suficiente para a
soldagem de componentes eletrônicos normais. O importante é que o ferro tenha a
temperatura da ponta controlada. Excesso de temperatura pode danificar o
componente ou a placa de circuito impresso. O ideal é uma temperatura da ordem de
320 °C. Um teste interessante é encostar a ponta do ferro rapidamente (1 segundo)
num pano seco (pano de algodão, sem fibras sintéticas).Se o pano começar a carbonizar
(ficar preto) é sinal que a temperatura pode estar elevada, isso para pequenos
componentes e placa de circuito impresso com trilhas finas ou de fenolite.
Se você dispor de um pouco mais de recursos, adquira uma Estação de Solda que
permita o ajuste da temperatura da ponta.
O suporte vai evitar que você estrague sua mesa, se queime ou até provoque um
incêndio.
É importante que o suporte tenha encaixe para a esponja de limpeza. Estas esponjas
trabalham umedecidas com água e são resistentes à temperatura da ponta do ferro.
Sempre que você faz uma soldagem fica algum resíduo na ponta. Assim de tempos em
tempos você precisa limpar a ponta, passando na esponja de limpeza (que deve estar
sempre encharcada de água.)
3) - Solda Eletrônica
Para pequenas montagens você pode optar pelo fornecimento em tubo. Mas se
pretende realizar muitas montagens a versão em rolo fica mais em conta.
A solda para eletrônica pode ser a normal ou a "no clean" que deixa menos resíduos na
soldagem e é mais fácil de limpar.
Nós sugerimos as soldas da marca Best normal de embalagem azul que são de boa
qualidade e perfeitas para montagens eletrônicas.
O formato da ponta deste tipo de alicate permite o corte dos terminais do componente
bem rente a solda.
5) - Lupa
Com os componentes de tamanhos cada vez mais reduzidos, você vai precisar de uma.
Opte pelas de bom aumento e lente de vidro que riscam menos.
6) - Sugador de Solda
O sugador serve para retirar a solda de uma soldagem. É muito útil no reparo de placas
e para sanar problemas de curto por excesso de solda.
A manutenção do sugador deve ser feita periodicamente. Para isto ele deve ser
desmontado e limpo internamente. Para lubrificá-lo, use grafite em pó em pequena
quantidade. Após remontar o sugador, retire o excesso de grafite acionando o sugador
diversas vezes.
Com este pequeno kit de ferramentas (cerca de R$ 200,00) você está preparado para
pequenas montagens eletrônicas. Nos próximos Módulos nós vamos falar dos
equipamentos necessários para um laboratório eletrônico.
Elementos de conexão;
Resistores;
Capacitores;
Indutores;
Diodos;
Transistores;
Válvulas Eletrônicas;
A partir dos componentes básicos, citados acima, pode-se construir componentes mais
complexos que são a combinação destes básicos.
Por mais complexo que possa ser o circuito que analisaremos ou vamos projetar, ele
será composto pela associação destes componentes básicos. Dai a importância de
conhecermos os conceitos físicos associados a cada um deles.
A Placa de Circuito Impresso, como o próprio nome indica, é composta por um circuito
de conexão que fica "impresso" em uma base, que pode ser feita de diversos materiais.
Os materiais mais comuns para a base são o fenolite, o composite e a fibra de vidro.
A PCI pode ser de face simples, quando tem trilhas apenas em um lado da placa, dupla
face, quando tem trilhas dos dois lados da placa, ou multilayer, quando além das faces
externas, a placa tem camadas internas com trilhas.
Uma vez posicionados na PCI, os componentes são conectados à placa pela aplicação
da solda eletrônica. A solda eletrônica é composta por uma liga de estanho que tem
grande "afinidade" pelo cobre e se une a ele facilmente. Esta união acontece de forma
tão fácil que normalmente a solda fundida se espalha pelo cobre rapidamente.
Este fácil espalhamento da solda cria um problema quando as trilhas estão muito
próximas uma das outras. A solda pode se espalhar para trilhas ou ilhas vizinhas,
causando curto circuito.
Para minimizar este problema, desenvolveu-se, para as placas de uso profissional, um
tipo de verniz chamado de "mascara de solda", que impede este avanço da solda
derretida onde ele está aplicado.
É este verniz que dá esta cor verde à maioria das PCI. Mas existe verniz em outras cores
como azul, vermelho e amarelo.
A coluna da direita apresenta algumas formas comuns para componentes SMD. Esta
denominação também vem do inglês - surface mounted device que significa
"componente montado em superfície".
Nesta figura os componentes não estão em escala real. O SMD normalmente é bem
menor.
A próxima figura mostra como estes componentes são montados e soldados. No PTH o
terminal atravessa a placa e no SMD o terminal é soldado à superfície da placa.
Mas você que pretende fazer muitas montagens eletrônicas, não se preocupe. Os
componentes PTH ainda são facilmente encontrados e isto deve continuar por um bom
tempo.
Para montagem SMD é necessário uma PCI (placa de circuito impresso) e você
naturalmente não vai desenvolver uma para pequenas montagens experimentais. Mas
se desenvolver algum circuito que será montado em uma pequena linha, ai vale a pena
desenvolver a placa e o circuito, já prevendo SMD. A maioria dos componentes SMD
permite a montagem e soldagem manual de forma bem fácil.
M007 - Carga Elétrica
Como já vimos anteriormente, os circuitos eletrônicos controlam a tensão elétrica
(voltagem) e/ou a corrente elétrica (amperagem). Mas o que exatamente é tensão e
corrente?
Antes de explicarmos o que é a corrente elétrica temos que entender o que é carga
elétrica. Como você já sabe, toda matéria é composta de átomos. Na figura a seguir
apresentamos um diagrama simplificado de um átomo de lítio.
Todo átomo é formado por um núcleo e uma camada de elétrons (eletrosfera) que
circula em volta do núcleo. O núcleo é formado por prótons e neutros (com exceção do
hidrogênio que só tem 1 próton no núcleo) e a camada de elétrons, como o próprio
nome indica, é formada por elétrons. O próton tem uma carga elétrica positiva, o
nêutron não apresenta carga e o elétron tem carga elétrica negativa. Carga elétrica é
uma característica das partículas que provoca interação eletromagnética entre elas. A
carga elétrica pode ser positiva, negativa ou neutra (ausência de carga elétrica).
Mas este deslocamento de elétrons não acontece sozinho. É preciso forçar o deslocamento.
E como fazer isto? Simples: como sabemos que cargas elétricas de mesmo sinal se repelem
e de sinal contrário se atraem, vamos "juntar" um monte de elétrons de um lado do
material e um monte de íons (átomo carregado positivamente) do outro, conforme figura
abaixo.
Condutores Metálicos
Os metais são um tipo de material com grande facilidade de conduzir corrente elétrica.
Exemplos de metal são o cobre, o alumínio, o estanho, o zinco e o mercúrio (único
metal em estado liquido à temperatura ambiente).
Os metais mais usados em eletrônica são o cobre, o alumínio, o estanho (solda) e até o
ouro.
A seguir uma lista com os metais que apresentam maior facilidade de conduzir corrente
elétrica.
A fonte de corrente contínua é um tipo de fonte que permite um sentido único para a
corrente em seus terminais. Não confundir esta definição com a de fonte de corrente.
Fonte de corrente é uma fonte que fornece em seus terminais uma corrente fixa, ao
contrário da fonte de tensão, que fornece uma tensão fixa. Mas quando nos referimos a
uma fonte de corrente contínua (fonte CC ou DC como neste tópico), estamos nos
referindo a uma fonte de tensão, mas cuja corrente de saída tem apenas um sentido pré
definido.
Sentido de Corrente
Tomando como exemplo uma pilha comum, você já sabe que estas pilhas tem o polo
positivo e o polo negativo. Não é difícil concluir que no polo negativo temos um excesso
de cargas negativas, ou seja, elétrons, e no polo positivo, por sua vez, temos um excesso
de cargas positivas, ou seja, íons.
Este é apenas um exemplo, pois se conectarmos diretamente os polos de uma pilha a colocaremos em curto.
Lembre-se que vimos no módulo anterior que os íons não se movimentam, já que são
núcleos atômicos presos ao material. Quem se movimenta são os elétrons que estão
livres nos materiais metálicos condutores.
Ok. Então, conforme o esquema anterior, surge uma corrente de elétrons que sai do
polo negativo da pilha em direção ao polo positivo. Este é conhecido como Sentido
Real da Corrente.. Porém, por convenção, adota-se o sentido contrário para a
corrente como sendo positivo. Esta convenção tem o objetivo de facilitar a análise de
circuitos. Ou seja, a corrente sai do polo positivo da pilha para o polo negativo.
Lembre-se: esta é uma convenção adotada para facilitar a análise de circuitos. Este
sentido da corrente é conhecido como Sentido Convencional da Corrente.
Resumo: Por convenção adota-se como sentido positivo da corrente,
aquele com ela saindo do polo positivo da fonte de corrente.
M009 - O Resistor
Podemos dizer que o resistor é o componente mais simples da eletrônica. A função
básica do resistor é oferecer uma "resistência" à passagem da corrente elétrica. Você
viu no Módulo anterior que a corrente elétrica é formada por elétrons em movimento.
O resistor é formado por um material que permite a passagem desta corrente elétrica
mas impõe uma certa dificuldade. O material resistivo, do qual o resistor é feito, está
entre o isolante e o condutor metálico.
As principais características dos resistores são sua resistência e sua potência máxima
de dissipação. A resistência é indicada em Ohms (Ω) e a potência máxima de
dissipação em W (ou miliwatts). A unidade Ohms é uma homenagem ao físico alemão
Georg Simon Ohm, que descobriu a Lei de Ohm , muito utilizada no cálculo de circuitos
com resistores, como veremos adiante.
M010 - Primeira Lei de Ohm
Vamos analisar as características dos resistores, estudando seu comportamento
diretamente em um circuito eletrônico.
Fig 1
I = V / R
A corrente I que circula por um resistor pode ser calculada dividindo-se o valor de tensão aplicado aos
extremos do resistor pelo valor da resistência do resistor.
V = I x R
A tensão aplicada aos extremos do resistor pode ser calculada multiplicando-se a corrente que circula
pelo resistor pelo valor de sua resistência.
R = V / I
O valor da resistência de um resistor pode ser calculado dividindo-se o valor de tensão aplicado aos
extremos do resistor pelo valor da corrente que circula pelo resistor.
Resposta:
O valor da resposta acima é o esperado pois já sabíamos do exemplo 1 que para circular
1,2A pelo resistor de 10 ohms a tensão V era de 12V.
Resposta:
Mais um exemplo:
Fig 2
Resposta:
Fácil não???
As 3 fórmulas acima são as mais básicas da eletrônica e também são as mais usadas no
cálculo de circuitos eletrônicos. Você vai cansar de usá-las.
De forma direta:
Resistores com tolerância igual ou maior 5%: 3 faixas de valor mais 1 faixa de
tolerância.
Resistores com tolerância menor que 5%: 3 faixas de valor mais 1 faixa de tolerância
A codificação para SMD utiliza números no lugar das cores mas o princípio é o mesmo:
Veja no próximo Módulo alguns exemplos de codificação de valores de resistores.
Fig 1
Neste esquema nós temos uma caixa que queremos deslocar entre os pontos A e B.
Para deslocar esta caixa nós aplicaremos a força F.
Já sabemos que se a caixa for mais pesada, teremos que aplicar uma força F maior e
gastaremos mais energia para conseguir deslocar a caixa de A para B. Gastar mais
energia significa que ficaremos mais casados, ou seja "trabalharemos" mais para
conseguir deslocar a caixa.
Imagine agora que queremos deslocar a mesma caixa só que bem mais rápido. Para isto
teremos que aplicar uma força F maior por um intervalo de tempo menor, já que a
caixa chegará ao ponto B antes.
O efeito Joule, que estudaremos agora, foi descoberto e estudado pelo físico James
Joule no século 19.
Joule descobriu que num sistema elétrico existe uma relação bem definida entre
tensão, corrente, energia e potência. Seus estudos se basearam no aquecimento
causado pela passagem da corrente elétrica num condutor. Joule descobriu que, ao se
passar uma corrente elétrica por um material condutor um dos resultados é o
aquecimento do mesmo pela energia térmica originada do deslocamento das cargas
elétricas. Esta energia térmica vem da colisão dos elétrons com os núcleos de átomos
do material, causando o aquecimento do átomo e portanto do material.
Fig 2
Mas pelo exemplo da figura 1 sabemos que se dividirmos a energia pelo tempo obtemos
potência. Assim a potência dissipada no circuito é dada por:
P = Q / t fórmula 2
Assim, pela fórmula 1 e 2 chegamos a:
P = I2 x R fórmula 3
Pela lei de Ohm que estudamos no módulo M010 podemos concluir que:
Ou ainda:
P = I x V então: P = (V / R) x V = V2 / R logo: P = V2 / R
1W = 1A x 1V
A seguir um resumo das fórmulas usadas para análise de circuitos resistivos (Ohm e
Joule):
V = R x I;
I = V / R;
R = V / I;
P = I2 x R;
P = V2 / R;
P = V x I;
Mas para entender o que é associação em série ou em paralelo, veja exemplos a seguir
com associação de resistores:
Temos ainda a associação mista que é composta por associações em paralelo e em série
ao mesmo tempo.
No exemplo da figura 1 foram usados resistores nas associações, mas poderiam ser
outros componentes como fontes, capacitores, indutores, diodos etc.Mas veremos mais
tarde que algumas associações não são permitidas, como por exemplo a associação em
paralelo de fontes de tensão.
Fig 2
Observe que "carimbamos" como proibido a associação em paralelo de fontes de
tensão. Porque não é possível associar em paralelo fontes de tensão? Para entender isto
observe o esquema da figura 3, onde substituímos o fio condutor que conecta os polos
positivos das fontes pelo resistor Rf.
Fig 3
O resistor Rf da figura 3 representa a resistência do fio que conecta os polos positivos das
duas fontes. Pela lei de ohm, a corrente Ic que vai circular por Rf será dada pela diferença
das tensões de F1 e F2, dividido por Rf. Ou seja:
Ic = (F1-F2) / Rf
Ou seja, ficará circulando uma corrente de 6A entre a fonte F1 e F2 até que a fonte F1 se
descarregue (se for uma pilha ou bateria, por exemplo). Além disto esta corrente é
muito alta e pode danificar as fontes, dependendo da capacidade destas.
Algumas fontes eletrônicas de tensão são projetadas para trabalhar em paralelo. Mas
neste caso, as fontes utilizam características de curva de carga para evitar a corrente Ic
mostrada acima. Mas para fontes comuns como pilhas, baterias de automóvel, baterias
de celular etc, a associação paralela não é possível.
O resultado da associação em série de fontes de tensão é uma fonte cuja tensão de saída
é a soma das tensões de cada fonte. Mas cuidado especial deverá ser tomado em relação
à capacidade de fornecimento de corrente da associação. Esta será dada pela corrente
da fonte de menor capacidade.
Resposta:
Para finalizar, a resposta para a questão colocada no início deste módulo é a associação
em série de 6 pilhas de 1,5V cada. Assim a associação apresentará uma tensão total de
saída de 9V, suficiente para alimentar o circuito eletrônico do carrinho de controle
remoto. Além desta tensão de saída é preciso analisar qual a corrente total que o
circuito vai consumir para dimensionar as pilhas adequadamente.
Uma grandeza relativa é aquela para qual você tem de definir uma referência, quando
indica o valor dela. Por exemplo, se te perguntar qual a distância da cidade de São
Paulo eu tenho de dizer em relação a que local. Perguntar simplesmente qual a
distância é uma pergunta incompleta. Tenho que perguntar qual a distância de São
Paulo ao Rio de Janeiro, por exemplo. Neste caso a cidade do Rio de Janeiro é meu
referencial. Um outro exemplo é a velocidade de um avião. Ela pode ser medida em
relação ao solo ou em relação ao ar. Os valores serão diferentes, dependendo do
referencial adotado.
Tensão e Corrente
Voce já deve ter visto o símbolo da figura 1. Ele é conhecido como GND e é utilizado
para definir o referencial "zero" para as tensões de um circuito. Existem algumas
variações para o símbolo mas ele é fácilmente reconhecido nos esquemas eletrônicos.
Fig 1
O símbolo GND indica que a tensão do ponto C é 0V (zero volts). Se nós quisermos
definir os valores de tensão nos pontos A e B, eles serão valores indicados em relação
ao ponto C ou ponto GND.
Fig 2
Aproveitando a figura 2, vejamos o seguinte exemplo:
Resposta:
A tensão no ponto C nós já sabemos, já que é a tensão GND de referência, ou seja 0V.
A tensão no ponto A será dada pela associação em série das fontes 1 e 2. Como já
sabemos o valor é dado pela soma das tensões de cada fonte:
VA = VF1 + VF2 Logo: VA = 12V + 24V = 36V
Já a tensão no ponto B será dada pela tensão da fonte F3. Mas observe que a fonte F3
está com o polo positivo conectado a GND. Assim a tensão em B é dada por:
Fig 3
VAB = VA - VB
Resposta:
Usando o mesmo argumento, a tensão em C deve ser menor que a tensão em B, já que
C está mais próximo do polo negativo da fonte F1. Como o exercício diz que a queda de
tensão em R3 é de 3V, concluímos então que a tensão em C é de -3V.
Fig 1
Malha: é qualquer caminho fechado do circuito, ou seja, é qualquer caminho que volta ao ponto
inicial.
Ramo: é o caminho aberto entre dois nós. O Ramo se inicia em um Nó, termina em outro Nó e não
contém nenhum Nó entre estes dois.
Na figura 1:
A, D, E, F, G e J não são Nós;
Mas
Nem sempre você sabe qual a direção da corrente que está entrando (ou saindo) de um
Nó. Por isso precisamos adotar uma convenção. A corrente que está entrando em um
Nó tem sinal positivo. A corrente que está saindo de um Nó tem sinal negativo. Assim,
se seus cálculos indicarem que uma corrente é negativa, ela está saindo do Nó. Se der
positivo ela está entrando no Nó.
No exemplo da figura 1, se I 1 = 2A e I2 = -1A(saindo do Nó), então I3 = -1A (saindo do
Nó).
Esta definição da Lei de Kirchhoff, enunciada acima, pode ser colocada de uma forma
matemática mais completa que é a seguinte:
Aqui também temos que adotar uma convenção para o sinal da diferença de potencial
(ddp). Considere o sinal da ddp positivo se a corrente estiver entrando pela primeira
conexão do componente (em VAB, A é a primeira conexão e B a segunda). Na figura 1
você deve ter observado que as correntes I 1 e I2 aparecem 2 vezes. Isto acontece porque,
como consequência da Primeira Lei de Kirchhoff, a corrente que entra em um Ramo do
circuito é a mesma que sai deste Ramo.
OK. Então aplicando a Segunda Lei de Kirchhoff, já sabemos que para a Malha A-B-F-
H-G-E-A vale VAB + VBF + VFH + VGE + VEA = 0. Se considerarmos que os sentidos das
correntes indidados na figura 1 estão corretos, os sinais da ddps serão os seguintes:
VAB positivo;
VBF positivo;
VFH positivo;
VGE positivo;
VEA positivo;
Mas veja que inicialmente você não sabe o sentido das correntes. Assim, ao calcular o
circuito, inicialmente você precisa calcular cada corrente de cada Ramo e só depois
aplicar a Segunda Lei de Kirchhoff.
Para a mesma Malha citada acima, a Segunda Lei de Kirchhoff poderia ser aplicada da
seguinte forma:
Mas neste caso, observe que a corrente entra pelo contato oposto considerado na ddp
(em VBA, por exemplo, a corrente entra por A, que é o segundo contato considerado na
ddp).
VAE negativo;
VEG negativo;
VHF negativo;
VFB negativo;
VBA negativo;
M017 - Associação de Resistores
Nós já vimos anteriormente os tipos básicos de associação de componentes: a
associação em série e em paralelo, conforme figura1:
Fig 1
Fig 2
Logo:
Então:
"O valor do resistor equivalente à associação em série de resistores, equivale à soma dos valores individuais
de cada resistor da associação."
A corrente total que vai circular pelo resistor equivalente R P é dada por:
Se agora substituirmos os valores de I3 e I4 que podem ser explicitados nas fórmulas 7 e
8, chegamos à formula que nos dá o valor RP em função de R3 e R4
Então:
De forma geral, O valor RP do resistor equivalente a uma associação em paralelo de dois
resistores RA e RB é dada por:
"O valor do resistor equivalente à associação em paralelo de 2 resistores é dado pelo produto dos valores de
cada resistor, dividido pela soma dos valores de cada resistor."
Resposta:
Resposta:
RP = (R3 x R4) / (R3 + R4) Logo: RP = 1512 / 82 Então: RP = 18,4 ohms;
F1 = 12V;
R1 = 10R;
R2 = 20R;
R3 = 40R;
Fig 1
F1 = 24V;
R1 = 10R;
R2 = 20R;
R3 = 10R;
R4 = 10R;
R5 = 20R;
R6 = 2R;
R7 = 10R;
Fig 2
4) Calcule o valor da tensão nos seguintes pontos: A, B, C, D e F. Dica: calcule
a associação série RS1 de R2, R3 e R5. Depois calcule a associação em série
RS2 de R4 e R7. Ai calcule a associação em paralelo RP1 destes valores
calculados por você (RS1 e RS2). O circuito ficará bem simples, permitindo
aplicar a Lei de Ohm e a Lei de Kirchhoff. Mas vai dar trabalho!!
F1 = 24V;
F2 = 12V;
R1 = 10R;
R2 = 20R;
R3 = 10R;
Fig 3
9) Calcule a corrente fornecida pela Fonte F2. Lembre-se que, pelo sentido
convencional da corrente, ela é positiva se sai do polo positivo da fonte.
F1 = 12V;
R1 = 10R;
R2 = 20R;
R3 = 40R;
Fig 1
1) Calcule o valor da tensão nos seguintes pontos: A, B e C.
Resposta:
Para calcularmos a tensão VB no ponto B,primeiro nós vamos calcular o resistor R P,
equivalente ao paralelo de R2 e R3.
RP = (R2 x R3) / (R2 + R3) = (20 x 40) / (20 + 40) = 13,3 ohms.
Agora vamos calcular o resistor RS, equivalente à série de R1 e RP, calculado acima.
Logo:
Resposta:
Nos calculos anteriores já encontramos IF1 = 0,515A ou, se preferir, 515mA (miliaperes).
Resposta:
Pelas formulas de potência de Joule, a potência dissipada por R 1 é dada por:
Logo temos que escolher um resistor com potência de dissipação superior a 2,65W.
Podemos escolher um resistor de 10R 3W que é comercial.
F1 = 24V;
R1 = 10R;
R2 = 20R;
R3 = 10R;
R4 = 10R;
R5 = 20R;
R6 = 2R;
R7 = 10R;
Fig 2
Resposta:
RP1 = (RS1 x RS2) / (RS1 + RS2) = (50 x 20) /(50 + 20) = 14,3 ohms.
No circuito equivalente da figura 2b, a corrente I GND é zero, pois só temos uma
referência GND no circuito e ela não acumula carga. Assim, pela Lei dos Nós de
Kirchhoff, podemos concluir qua a única corrente que circula na malha é I F1.
Pela Lei das Malhas de Kirchhoff, sabemos que a soma das ddps na malha fechada tem
de ser igual a zero. Aqui é importante observar a polaridade das ddps. Para cargas
(todo componente que não gera corrente) o polo positivo da ddp é aquele por onde
entra a corrente. Já nas fontes, como sabemos, o polo positivo é aquele por onde sai a
corrente. Assim se somarmos as ddps no sentido horário, apartir do ponto A temos:
Logo:
Que é igual:
Ai fica fácil calcular a tensão em B. Vamos fazer de duas formas diferentes e o valor tem
que ser igual:
Resposta:
Como vimos no cálculo anterior IF1 = 0,913A ou, se preferir, 913 mA.
Resposta:
Resposta:
Voltando ao circuito original da figura 2, já sabemos que V B = 13,1V. Assim a corrente
IR2, que circula pelo ramo formado por R2 + R3 + R5 é dada por:
F1 = 24V;
F2 = 12V;
R1 = 10R;
R2 = 20R;
R3 = 10R;
Fig 3
Resposta:
Logo:
Observe que se a tensão de F2 fosse superior à de F1, I seria negativa, ou seja, ela
estaria entrando no polo positivo de F1.
9) Calcule a corrente fornecida pela Fonte F2. Lembre-se que, pelo sentido
convencional da corrente, ela é positiva se sai do polo positivo da fonte.
Resposta:
Resposta:
Como a corrente na saída de F1 é positiva, ela esta se descarregando. Já no caso de F2 a
corrente é negativa. Então F2 está se carregando.
Aqui temos que fazer uma observação importante. F2 neste último exercício está
funcionando como carga pois não está fornecendo potência para o resto do circuito.
F2 está consumindo potência, ou seja, apesar de ser uma fonte está atuando como
uma carga.
Quando você estuda física, você aprende que existem dois tipos de força de interação: a
de contato e a de campo. A força de contato é aquela que ocorre entre dois corpos
quando eles entram em contato, um com outro. Quando você está empurrando um
carro, basicamente você está exercendo uma força de contato sobre o carro. Já a força
de campo é uma interação entre partículas que ocorre à distância, sem o contato físico
entre estas partículas. A força gravitacional é um exemplo de força de campo.
Quando estes dois campos estão juntos você tem os campos eletromagnéticos, como,
por exemplo, as ondas de rádio.
O Campo Elétrico
Nós já vimos em Módulos anteriores que a corrente elétrica é formada por cargas
elétricas em movimento. Já vimos que o elétron é uma carga negativa e que o ion é uma
carga positiva. Já vimos também que cargas elétricas de sinais opostos se atraem e de
mesmo sinal se repelem.
Coulomb não só estudou como estas cargas interagem, como também quantificou
quantidades de carga. Por este motivo, e em homenagem a ele, a unidade de carga
elétrica e o Coulomb. Por exemplo, se um corpo está carregado com 2C (dois
coulombs), ele tem o dobro de carga de um outro corpo carregado com 1C.
O Coulomb é uma unidade muito grande e corresponde à carga de todos elétrons que
passam por um condutor, em 1 segundo, para uma corrente de 1A . Por ser uma
unidade muito grande, normalmente a unidade utilizada em eletrônica é o
microcoulomb - uC(1C / 1.000.000) ou o nanocoulomb - nC( 1C/1.000.000.000)
A força elétrica entre duas partículas, pode ser também muito elevada. Dois corpos
carregados com 1C e colocados a 1 metro, um do outro, exercem uma força elétrica da
ordem de 900.000 toneladas!
Voltando ao Campo Elétrico, então sempre que tivermos uma Carga Elétrica teremos
também um Campo Elétrico. O Campo Elétrico, assim como a Força Elétrica, é uma
Grandeza Vetorial, ou seja, além da intensidade tem também direção.
Nesta montagem vai aparecer um Campo Elétrico, que por convenção, parte da carga
negativa para a positiva. São os vetores E da figura 2. A intensidade de Campo Elétrico
é medida em Volts por metro (V/m). Assim, se na figura 2 a tensão da fonte F 1 for de 1V
e a distância entre as placas for de 1m, a intensidade do campo será de 1V/m.
Rigidez Dielétrica
Esta intensidade mínima para iniciar este processo de condução intensa de corrente é
chamado de Rigidez Dielétrica do material. Se no meio das placas montarmos qualquer
outro material isolante, formando um sanduíche, poderemos encontrar a Rigidez
dielétrica deste material, de forma semelhante ao exemplo do ar.
Ar 3 x 106 V/m
Baquelite 24 x 106 V/m
Borracha de Neopreno 12 x 106 V/m
Nylon 14 x 106 V/m
Papel 16 x 106 V/m
Polistireno 24 x 106 V/m
Vidro Pyrex 14 x 106 V/m
Quartzo 8 x 106 V/m
Óleo de Silicone 15 x 106 V/m
Titanato de Estrôncio 8 x 106 V/m
Teflon 60 x 106 V/m
Fig 3
Resposta:
A Rigidez informada de 15 KV/mm significa que o fenolite resiste a 15.000 volts para
cada mm de espessura. Assim, sabendo que a espessura da placa é de 1,6mm, basta
fazer a seguinte regra de 3:
1,6mm -> X
Que resolvendo:
Então, por estes dados, você pode aplicar uma diferença de potencial de até 24.000V
nas trilhas opostas desta placa de circuito impresso.
M021 - O Capacitor
Neste Módulo e nos próximos nós vamos estudar o Capacitor. Assim como os
resistores, os capacitores estão presentes em praticamente todos os circuitos
eletrônicos. Na figura 1 apresentamos as formas mais comuns para os capacitores.
Fig 1
Fig 2
Observe a figura 2. Nela nós representamos um capacitor composto pela placa A, placa B e
um dielétrico (que pode ser o ar, por exemplo). Este capacitor não está conectado à fonte
V porque a chave ch está aberta. Assim vamos supor inicialmente que a tensão da placa A
está exatamente igual à tensão da placa B. Ou seja, a ddp de A para B é 0V. Se não tem
diferença de potencial, o campo E, entre as placas é nulo, já que:
E = VAB / d = 0/d = 0;
Agora, vamos fechar a chave ch. Quando fazemos isto, aplicamos o potencial do polo
positivo da fonte à placa A. Assim vai aparecer uma ddp V AB entre as placas A e B, igual
à tensão V da fonte. Então o Campo Elétrico E deixa de ser nulo e passa a ser:
E = VAB / d = V/d;
Quando este Campo Elétrico aparece, ele passa a aplicar uma força elétrica sobre os
elétrons mais próximos à superfície interna das placas A e B, afastando os elétrons na
superfície da placa A e aproximando os elétrons na superfície da placa B. O que
acontece na prática é um desequilíbrio de cargas na placa A e na placa B. Vai aparecer
uma carga total positiva Q na placa A e uma carga total -Q na placa B (as cargas tem o
mesmo valor mas sinais opostos).
C = Q / V;
A fórmula acima diz que se você dividir a carga Q total acumulada no capacitor pela
tensão em seus extremos V, o valor é constante e igual a C. C é chamado de
capacitância do capacitor e mede a sua capacidade de armazenar carga elétrica.
Em homenagem a Faraday, a unidade de C é o Farad. Esta unidade é muito grande e
por isso normalmente se utiliza:
μF - microfarad = 1F / 1.000.000
nF - nanofarad = 1F / 1.000.000.000
pF - picofarad = 1F / 1.000.000.000.000
Mas Faraday concluiu mais coisas em seus experimentos. Como o Campo Elétrico E é
relativamente constante e homogêneo entre as placas e como ele atua sobre os elétrons
mais próximos à superfície das placas A e B, quanto maior a área das placas, maior
quantidade de elétrons será deslocado e portanto maior carga será acumulada no
capacitor. Por outro lado, se você diminuir a distância d, o Campo Elétrico E vai ficar
mais intenso, se mantivermos V. Se, por exemplo, diminuirmos d para a metade, a
intensidade do Campo Elétrico E vai dobrar.
E = V/d
E=4.π.K.Q/A
Onde:
C = A / (4 . π . K . d)
C = er . eo . A / d
Onde:
Fig 1
Na associação em série, a capacitância final é dada pela fórmula a seguir. Veja que ela é
semelhante à da associação de resistores em paralelo. No exemplo da figura 1, o valor
da capacitância CS de C3 em série com C4 vale:
Na associação em série é mais complicado avaliar a tensão máxima de trabalho, por ser
mais difícil prever em que ponto as cargas vão se estabilizar entre os capacitores. Por
isso, o melhor é adotar o mesmo critério observado na associação em paralelo: adotar a
tensão de menor valor entre os capacitores que compõem a associação.
Resposta:
1000nF = 1uF. Você tem de tomar cuidado com as unidades para que a soma dê certo.
Como se trata de uma associação em paralelo, a capacitância equivelente será dada por:
A máxima tensão de operação será dada pela menor tensão de trabalho entre os
capacitores da associação, ou seja 100V.
Resposta:
Como se trata de uma associação em série, a capacitância equivelente será dada por:
A máxima tensão de operação será dada pela menor tensão de trabalho entre os
capacitores da associação, ou seja 12V.
Neste Módulo nós vamos estudar a Válvula Eletrônica. Ai você me pergunta:vale a pena
estudar válvulas eletrônicas? Eu respondo que sim. Primeiro porque os componentes
ativos mais modernos, como o transistor, imitam o funcionamento das válvulas e
compreendê-las, facilita o estudo destes componentes.
As válvulas foram inventadas no começo dos anos 1900. Quem primeiro observou o
fenômeno físico utilizado nas válvulas foi o inventor americano Thomas Edson, o
mesmo da lâmpada. Ele observou que se introduzisse uma placa metálica dentro da
lâmpada que ele acabara de inventar, era possível passar uma corrente elétrica entre o
filamento e esta placa, desde que polarizasse a placa com uma tensão adequada
positiva em relação ao filamento. Na figura 1 temos uma representação do experimento
de Edson. Este fenômeno ficou conhecido como Efeito Edson
Fig 1
Fig 2
O funcionamento deste componente é simples. Todo o conjunto, filamento, catodo e
anodo, está dentro do tubo de vidro e no vácuo. Ao se ligar o filamento, ele aquece a placa
metálica chamada de catodo. Este aquecimento provoca o desprendimento de elétrons da
superfície do catodo que passam a ficar livres no vácuo.
Quando se polariza o anodo com uma tensão positiva em relação ao catodo, este passa
a atrair os elétrons que ficaram livres no vácuo, provocando o fluxo de elétrons "e"
mostrado na figura 2.
Se agora nós invertermos a polaridade da fonte F2, o anodo passa a repelir os elétrons e
a corrente para de circular.
O primeiro uso prático do diodo foi a detecção de sinais de telégrafo e foi o primeiro
passo para revolucionar a comunicação.
O Diodo de Fleming foi aperfeiçoado pelo inventor americano Lee de Forest. Ele
introduziu um terceiro elemento chamado de grade, conforme representado na figura
3.
Fig 3
Se a tensão de grade for negativa em relação ao catodo, ela corta o fluxo de elétrons que
chega ao anodo. Dizemos que a válvula entrou na região de corte.
Se, por outro lado, aumentarmos a tensão de grade, maior quantidade de elétrons vai
chegar ao anodo. Mas num determinado momento, todos os elétrons produzidos pelo
catodo já estarão atingindo o anodo e ai não adianta mais aumentar a tensão de grade.
Dizemos que a válvula entrou na região de saturação.
M024 - O Semicondutor
No Módulo anterior nós vimos como funciona a válvula eletrônica. Vimos também que
as principais limitações das válvulas são seu tamanho, fragilidade (o bulbo é feito de
vidro), consumo de energia e aquecimento. Estas características limitam o uso delas em
circuitos que exigem muitas válvulas.
Assim, Em 1925 o físico austríaco Julius Edgar Lilienfeld propôs uma construção que
tinha o objetivo de substituir as válvulas termiônicas. O componente proposto por ele
se assemelhava ao transistor de efeito de campo moderno, mas ele não conseguiu
construir um protótipo funcional do componente. Somente em 1947 os engenheiros
John Bardeen, Walter Houser Brattain e William Bradford Shockley, dos laboratórios
da empresa americana Bell Telephones, inventaram um dispositivo batizado
de transfer resistor que tinha realmente potencial para substituir as válvulas
termoiônicas. Mais tarde o nome foi abreviado para transistor. A invenção rendeu a
eles o Prêmio Nobel de 1956.
Cristais de Silício
No nosso Módulo sobre a Carga Elétrica, nós vimos que a corrente elétrica é composta
pelos elétrons da eletrosfera dos átomos. Normalmente somente os elétrons da camada
mais externa da eletrosfera participam da formação da corrente elétrica. O Silício
(assim como o Germânio) tem uma característica muito importante que é a presença de
4 elétrons nesta camada mais externa. Esta simetria permite que os átomos de Silício se
liguem uns aos outros em estruturas cristalinas bem organizadas na forma de
reticulado (fig1), formando o cristal de silício. Esta qualidade do cristal é importante
para a fabricação dos semicindutores.
Fig 1
O cristal de silício no estado natural é um mau condutor de corrente. Isto acontece porque
os elétrons que poderiam estar formando a corrente elétrica estão presos nas ligações
atômicas do cristal. O processo para transformar o cristal de silício em um condutor se
chama dopagem e tem por objetivo permitir que os elétrons do cristal de silício tenham
alguma mobilidade e assim formem a corrente elétrica.
Dopagem N
Fig 3
Dopagem P
Fig 4
O nome semicondutor é dado ao silício tipo N e tipo P porque, apesar de conduzirem
corrente, a condução não é tão boa quanto nos metais.
Se você conectar os terminais de uma pilha a uma barra de semicondutor tipo N, o polo
negativo da pilha vai empurrar os elétrons livres em direção ao polo positivo e vai repor
elétrons livres, permitindo que os elétrons circulem entre o polo negativo e positivo.
Para facilitar a análise dos processos eletrônicos nos materiais semicondutores, criou-
se o conceito de portadores de carga. Se pudessemos filmar os elétrons se deslocando
no semicondutor P e N, veríamos o elétron se deslocando no N e a lacuna no P, no
sentido contrário ao dos elétrons. Assim, no semicondutor tipo N, quem transporta a
carga (negativa) é o elétron. Já no semicondutor tipo P quem transporta a carga
(positiva) é a lacuna.
Mas não confunda os conceitos. Quem sempre se desloca é o elétron. A lacuna é uma
concepção para facilitar as análises.
M025 - Diodo
No Módulo anterior nós ficamos conhecendo o semicondutor. Neste vamos estudar o
componente mais simples obtido a partir de semicondutores.
Os terminais do Diodo são chamados de anodo e catodo, conforme você pode ver na
figura 1.
Fig 2
Fig 3
Fig 4
Se agora nós conectarmos a fonte de tensão conforme a figura 5, os elétrons da
barra N são atraídos pelo terminal negativo da fonte e se afastam da junção com a barra P.
Da mesma forma as lacunas da barra P são atraídas pelo terminal positivo da fonte e
também se afastam da região de junção com a barra N. Assim, não tem lacunas + elétrons
na região da junção para se combinarem e portanto não tem como passar corrente de uma
barra para outra. Dizemos que o Diodo está reversamente polarizado.
Fig 5
A explicação acima corresponde a um Diodo ideal. Na prática a coisa funciona um pouco
diferente. Quando o diodo está sem conexão à fonte, alguns elétrons livres da
barra N saltam para as lacunas próximas da junção, na barra P. É como um vagão de trem
lotado. Ao se abrir a porta algumas pessoas são empurradas para fora pela "pressão
interna de pessoas". Quando isto acontece, este elétron que atravessou a junção deixa o
espaço equivalente a uma lacuna da barra N. Ou seja, podemos dizer que alguns elétrons
saltam para a barra P e a mesma quantidade de lacunas aparece na barra N. Esta
recombinação das cargas próximo à junção (dos dois lados), provoca o aparecimento de
uma região pobre em portadores de carga. Esta região é chamada de zona de depleção, que
em português quer dizer "falta". Como não tem portadores de carga, é uma região com
dificuldade de condução de corrente. Outro efeito que ocorre com esta "invasão" de
elétrons e lacunas e o aparecimento de uma pequena tensão chamada de tensão intrínseca
da junção que causa o aparecemento do campo elétrico E (fig 6) e tende a puxar de volta
os elétrons que foram para P e as lacunas que foram para N. Chega um momento que esta
tensão se equilibra com a quantidade de elétrons e lacunas que se deslocaram e a junção
se "fecha".
Fig 6
Para Diodos de silício, esta tensão é da ordem de 0,7V. Para Diodos de germânio, esta
tensão é da ordem de 0,2V.
A tensão intrínseca de junção é uma característica ruim para os diodos pois aparece
como uma ddp em seus terminais e ao passar corrente pelo Diodo vai acontecer uma
dissipação de potência dada por Vintrínseca x I. Como exemplo, se você passar uma
corrente de 1A por um Diodo de silício, vai acontecer uma dissipação de 0,7V x 1A =
0,7W. Esta dissipação representa aquecimento desnecessário e perda de energia.
Se para o Diodo a tensão intrínseca é ruim, para o transistor bipolar ela é essencial para
o funcionamento como veremos no próximo Módulo.
Fig 2
Nós vimos no Módulo anterior que sempre que você constroi uma junção PN, aparece
naturalmente uma zona de depleção, fraca em portadores de carga. Na figura 3 nós
representamos um transistor NPN e mostramos a zona de depleção que se forma na
junção base - emissor.
No Módulo anterior vimos também que a região de depleção nos Diodos é uma
característica ruim, porque representa dissipação de potência e perda de energia. Já
nos transistores a zona de depleção é fundamental para o funcionamento do
componente.
Vamos considerar que a figura 3 seja um transistor de silício. Imagine que a tensão
VBE seja 0V e que VCE seja positiva (10V por exemplo). Nesta situação teremos a junção
base - coletor reversamente polarizada, portanto sem passagem de corrente, e teremos
a junção base - emissor na condição de corte já que V BE é inferior à tensão intrínseca da
junção de silício (aproximadamente 0,7V). Vamos começar a subir a tensão V BE.
Quando chegarmos perto dos 0,7V, os portadores de carga do emissor (elétrons pois
oemissor é tipo N) começarão a invadir a base, já que estaremos superando a tensão
intrínseca. Como o emissor é fortemente dopado, uma grande quantidade de
portadores de carga chega à base. Como a base é menos dopada e é muito fina, ela não
consegue absorver esta grande quantidade de portadores de carga. A base fica com
excesso de portadores negativos e passa a se comportar como um semicondutor tipo N
e portanto compatível com o coletor. Este excesso de portadores acaba atingindo o
coletor, formando a corrente de elétrons Emissor - Coletor.
Um bom transistor permite que poucos portadores de carga vindos do emissor, sejam
coletados pela base. Assim, com uma pequena corrente de base consegue-se controlar
uma grande corrente emissor - coletor. Esta característica chama-se ganho de corrente
do transistor e é a principal característica do componente.
O Emissor tem este nome porque fornece os portadores de carga e o Coletor porque
coleta estes portadores de carga vindos do emissor.
Fig 1
O Campo Magnético, naturalmente presente nos imãs, pode ser obtido também através
da corrente elétrica. Vários cientistas estudaram este fenômeno, entre eles Hans
Christian Öersted, Ampère, Henry, Faraday, Lenz, Neumann, Gauss e outros.
Basicamente, sempre que uma corrente elétrica percorre um fio condutor ela induz um
campo magnético H ao redor deste fio. Este fenômeno está representado na figura 2.
Fig 2
A direção das linhas de campo magnético é dada pela Regra da Mão Direita. Por
esta regra, você aponta o polegar de sua mão direita na direção da corrente e os outros
dedos dão o sentido das linhas de campo.
Fig 3
B = µ . H ; (fórmula 2)
Saturação
Fig 4
Imantação
Fig 5
M028 - O Indutor
No Módulo anterior nós vimos que alguns componentes utilizam o campo magnético
para desempenhar suas funções. O Indutor é um destes componentes.
Fig 1
Fig 2
O Indutor funciona por um princípio físico estudado por vários cientistas (Hans
Christian Öersted, Ampère, Henry, Faraday, Lenz, Neumann, Gauss e outros).
Basicamente, sempre que uma corrente elétrica percorre um fio condutor ela induz um
campo magnético H ao redor deste fio. Este fenômeno está representado na figura 3.
Fig 3
A direção das linhas de campo magnético é dada pela Regra da Mão Direita. Por
esta regra, você aponta o polegar de sua mão direita na direção da corrente e os outros
dedos dão o sentido das linhas de campo.
Fig 4
Força Magnetomotriz:
F = n . i; (fórmula 1)
onde n é o número de espiras do indutor e i é a corrente.
Campo Magnético H
Fig 5
I = ∫ H. dl; (fórmula 2)
Para quem não conhece integral, a fórmula acima diz que: se você dividir o caminho
(em verde) da figura 5 em segmentos bem pequenos, de mesmo tamanho, medir a
intensidade do campo H para cada segmento e multiplicar pelo tamanho do segmento,
fazendo isso para todos os segmentos e somando os resultados, no final você obterá o
valor da corrente que passa dentro do caminho. Isto é muito importante, porque
permite calcular a intensidade do campo a uma certa distância do fio.
n . i = ∫ H. dl; (fórmula 3)
F = ∫ H. dl; (fórmula 4)
Campo Induzido B
Os Indutores podem ser construídos com núcleo de ar ou com núcleo de materiais
especiais (figura 6). Quando utiliza-se estes materiais no núcleo podemos alterar
significativamente as características do Indutor.
O Campo H se relaciona com outra grandeza chamada de Campo Induzido (B), da
seguinte forma:
B = µ . H; (fórmula 5)
Pela fórmula 5 nós vimos que quando temos um campo H, temos também um Campo
Induzido B, que depende do material por onde o campo H passa. Os
materiais Ferromagnéticos tem a propriedade de intensificar o Campo Magnético
induzido B. Se nós montarmos o indutor com um núcleo de material ferromagnético,
conforme a figura 6, o campo H será o mesmo, se mantivermos a corrente e o número
de espiras. Mas o Campo Induzido B dependerá da permeabilidade magnética µ do
núcleo. A Permeabilidade Magnética de um material é dada por:
Fig 6
Fluxo Magnético Ø
Ø = B . A; (fórmula 7)
Relutância ℜ
O conceito de Relutância (ℜ) foi criado para relacionar o Fluxo Ø com a Força
Magnetomotriz F. Esta relação é dada por:
F = ℜ . Ø; (fórmula 8)
Note a semelhança da fórmula 8 com a Lei de Ohm que relaciona Voltagem e Corrente
( V = I . R ). F, ℜ e Ø são os equivalentes, nos circuitos magnéticos, de V, R e I dos
circuitos elétricos. E de fato, para cálculos de circuitos magnéticos esta equivalência é
utilizada constantemente.
ℜ = 1 / ( µ . A ); (fórmula 9)
Indutância L
L = (n . Ø) / I; (fórmula 10)
M029 - O Transformador
O Transformador é amplamente utilizado em eletrônica. As principais finalidades são a
transformação de níveis de tensão e isolação de circuitos eletrônicos.
Fig 1
Fig 2
Se você aplica uma tensão alternada ao enrrolamento e isto causa a indução de fluxo
concatenado em seu interior, a reciproca também é verdadeira. Ou seja, se passar um
fluxo magnético pelo interior do enrrolamento vai aparecer uma tensão induzida nos
extremos deste enrrolamento. O valor desta tensão é data por:
Vinduzida = n . dØ / dt;
A fórmula acima diz que a tensão induzida no enrrolamento é o produto de seu número
de espiras pela derivada do fluxo. Se você não conhece o conceito de derivada, não se
preocupe. O importante na fórmula anterior é que para haver tensão induzida tem de
haver variação da intensidade do Fluxo. Além disto a tensão induzida é proporcional ao
número de espiras do enrrolamento.
Assim:
VS1 = (NS1 / NP) . VP;
Vejamos um exemplo:
Resposta:
então:
Assim, precisamos enrrolar um secundário com 116 espiras para obter a tensão correta
de 220Vac para a injetora.
Resposta:
Para polarizar um transistor, primeiro devemos saber para que ele será utilizado.
Existem 3 regiões de funcionamento para o transistor: a Região de Corte, Região
Linear e a Região de Saturação.
Resposta:
Resposta:
Resposta:
Pelo gráfico direito a corrente Ic = 320mA para Ib = 2mA e Vce = 0,4V
A figura 4 mostra como ficaria o circuito da figura 2 mas com transistor PNP. Observe
que a polaridade das fontes V be e V são invertidas em relação ao circuito da figura 2.
Mas os cálculos de polarização são feitos da mesma forma que os apresentados nos
exemplos anteriores.
Fig 4
Resposta:
Então:
Assim:
Observe que neste exemplo da figura 1 utilizamos apenas a fonte V para polarizar o
transistor. Nos exemplos do Módulo M30 nós utilizamos 2 fontes.
Resposta:
Então:
Assim:
Fig 2
Resposta:
Vamos deduzir rapidamente a fórmula que permite calcular I b para o circuito da figura
2:
Considerando que Ib é bem menor que Ic podemos dizer que Ie = Ic, assim:
Aplicando a fórmula acima para HFE = 250 e depois HFE = 650, obteremos as seguintes
tensões Vc
4) No circuito da figura 3, calcule Vc, para dois valores de HFE, 250 e 650,
mantendo V = 10V, R1 = 100 ohms, R2 = 4K7, R3 = 22R (R equivave a
ohms) e R4 = 1K.
Fig 3
Resposta:
Vamos chamar esta resistência refletida de Rer. Ela vai aparecer em paralelo com o
resistor R4 e ai fica fácil cálcular a tensão Vb
Como sabemos que Ve = Vb - 0,7V, e considerando que Ic é praticamente igual a
Ie Podemos calcular Ic:
Veja que neste último exemplo a dependência de V c em relação a HFE é bem menor que
nos circuitos anteriores. E de fato, escolhendo os valores adequados para R2, R3 e R4,
podemos chegar a uma estabilidade muito maior do que a chegamos no exemplo. Este
circuito de polarização de trasistores da figura 3 é um dos mais utilizados, justamente
porque permite um ajuste preciso do ponto de funcionamento do transistor.
M032 - Sinal Senoidal
Quando estudamos fontes de tesão, nós vimos que a tensão pode ser DC ou AC. No
primeiro caso, o valor da tensão é fixo. Como exemplo temos a bateria de automóveis
com tensão de 12 Vdc. Quando a tensão é AC, o valor varia com o tempo. A forma mais
comum para tensão AC é a forma senoidal. Na figura 1 temos a representação gráfica de
um sinal de tensão AC senoidal:
Fig 1
Os sinais senoidais são sinais repetitivos, ou seja, a cada intervalo de tempo de um ciclo
(Tc na figura 1), o sinal retorna a condição inicial. Tc é definido como tempo de ciclo do
sinal.
Toda parte do sinal com tensão positiva é chamado de semiciclo positivo e toda parte
com tensão negativa é o semiciclo negativo.
Amplitude;
Valor de pico;
Valor RMS;
Frequência;
Fase;
Amplitude
O valor RMS de um sinal de tensão senoidal é o valor eficaz dele. Em outras palavras, é
o valor de uma tensão DC, que aplicada sobre um resistor, vai dissipar a mesma
potência do sinal senoidal, quando aplicado sobre o mesmo resistor.
Observe que para calcular o valor RMS, é utilizado o valor da tensão em cada ponto da
senoide, elevado ao quadrado. Assim, tanto no semiciclo positivo, quanto no negativo,
o quadrado da amostra sempre será positivo. Ou seja, o valor RMS sempre será
positivo. E faz sentido, pois a dissipação obtida ao se aplicar a senoide de tensão sobre
um resistor sempre será positivo, tanto para o semiciclo positivo, quanto para o
negativo.
Para uma senoide, o valor de pico (Vp) e o valor RMS são relacionados pela seguinte
fórmula:
Vp = VRMS . √ 2
O valor de pico de uma senoide é igual ao seu valor RMS multiplicado pela raiz
quadrada de 2.
Resposta:
Quando a concessionária de energia diz que a tensão que chega na casa é de 220Vac,
ela está se referindo ao valor RMS. Assim o valor de pico da tensão entregue a um
televisor conectado à tomada, por exemplo, é dado por:
Ou seja, se a rede elétrica de sua casa é de 220Vac, a tensão na tomada chega a 311V.
Então, no semiciclo positivo, a tensão chega a 311V e no semiciclo negativo, a tensão
chega a -311V.
M033 - Frequência do Sinal Senoidal
No Módulo anterior nós estudamos a amplitude dos sinais senoidais e o significado de
valor RMS. Neste Módulo vamos estudar outra característica dos sinais senoidais,
importante para aplicações eletrônicas: a frequência.
Fig 1
Os sinais senoidais são sinais repetitivos, ou seja, a cada intervalo de tempo de um ciclo
(Tc na figura 1), o sinal retorna a condição inicial. Tc é definido como tempo de ciclo do
sinal.
Na figura 1 nós indicamos o que é 1 ciclo do sinal e o tempo de ciclo Tc. Para calcular a
frequência do sinal, basta dividir 1 pelo tempo de ciclo. E, ao contrário, se temos a
frequência, podemos calcular o tempo de ciclo, dividindo 1 pela frequência.
F = 1 / Tc
Tc = 1 / F
Como exemplo:
Resposta:
Resposta:
Fig 1
A fase do sinal senoidal indica o posicionamento do sinal no tempo. Na figura 1 nós
representamos 3 sinais senoidais de mesma frequência: A, B e C. Podemos observar
que os sinais A e B apresentam o mesmo posicionamento no eixo do tempo. Dizemos
que eles estão em fase. Já o sinal C está deslocado no eixo do tempo. Dizemos que C
está defasado em relação a A e B.
Fig 2
Quando dizemos que um sinal está adiantado em fase em relação a outro, dizemos que os
picos e cruzamentos por zero acontecem antes do eixo do tempo. Quando a fase esta
atrasada, significa que picos e vales acontecem depois no eixo do tempo.
Resposta:
Como vimos nos Módulos anteriores, Quando a concessionária informa que a tensão é
de 380Vac, ela está se referindo ao valor RMS. Assim precisamos primeiro calcular a
tensão de pico da senoide.
Vp = VRMS . √ 2
Logo:
Assim a representação gráfica deste sinal trifásico entregue à indústria pode ser o da
figura 3.
Fig 3
Fig 1
A função do transformador T é reduzir a tensão de entrada ao valor adequado à tensão de
saída da fonte. O resistor R representa a carga de nossa fonte.
Como você sabe, a tensão de rede que chega à tomada de sua casa pode ser 127 Vac ou
220 Vac, conforme sua cidade ou a instalação de sua casa. Antigamente, os circuitos
valvulados trabalhavam com tensões elevadas, comumente acima de 220Vac. Mas hoje
em dia os circuitos trabalham com tensões bem menores, da ordem de 3 a 30V. Assim a
tensão que chega à tomada tem de ser reduzida para ficar adequada aos circuitos que
serão alimentados. O transformador T realiza esta função, como já vimos no
módulo M029.
Características da Fonte
A tensão VE da figura 2 é definida como a Tensão Eficaz de saída da fonte. Esta tensão
corresponde ao valor útil da tensão de saída que será aplicada à carga R.
A tensão VR da figura 2 é definida como a Tensão de Ripple de saída da fonte. Ripple
em inglês significa "ruído". Assim, a Tensão de Ripple indica o ruído elétrico presente
na saída da fonte. Se a fonte fosse ideal, a tensão de saída da fonte seria uma tensão
fixa, sem qualquer variação. Seria uma linha reta. Mas como o retificador de meia onda
não é uma fonte ideal, aparece esta tensão de ripple na saída. O efeito do ripple de
saída, depende do circuito que está sendo alimentado. Se for um circuito de áudio, por
exemplo, pode aparecer no som de saída como aquele zumbido característico de 60Hz.
Para outros circuitos, como os digitais, por exemplo, pode não ter efeito nenhum.
O período TC da figura 2 é definida como Tempo de Ciclo do sinal senoidal de entrada
que alimenta o retificador de meia onda. Você sabe que no Brasil a frequência da rede
de alimentação é de 60Hz. Assim TC é dado por:
No próximo bloco, vamos utilizar os parâmetros definidos acima para calcular uma fonte
linear com retificação de meia onda.
Fig 1
Para podermos analisar o comportamento da fonte da figura 1, primeiro precisamos
entender como se comporta um capacitor durante sua carga e descarga.
Fig 2
Na segunda condição Ch1 é fechada em T1 e logo depois volta a ser aberta em T2,
como no gráfico B.
No gráfico A da para ver claramente que a curva de descarga não é linear. Isto acontece
porque a corrente de descarga não é constante e vai caindo à medida que o capacitor
descarrega.
De uma forma geral, a variação de tensão no capacitor para uma corrente de descarga
constante Ic é dada pela seguinte fórmula:
Δ Vc = (Ic x Δ T) / C (fórmula1)
Resposta:
A corrente Ic de descarga é dada por:
ΔT = T2 - T1 = 16,6 mS
Lembre-se que para aplicar qualquer fórmula, todas as variáveis devem estar no
mesmo sistema de unidades. Convertendo para o Sistema Internacional temos:
Ic = 10mA = 0,01A
ΔT = 16,6mS = 0,0166 S
C = 4700uF = 0,0047F
No exemplo acima, nós concluimos que se você ligar em paralelo com um capacitor de
4700uF carregado inicialmente com 10V, um resistor de 1Kohms, por um período de
16,6mS, a variação de tensão no capacitor será de 35mV. Este cálculo será útil mais
adiante.
Resposta:
Como em nosso circuito a tensão rms de entrada é de 127Vac, a tensão de pico é dada
por:
A relação de transformação foi dada como 10:1. Assim a tensão de pico na saída do
transformador é dada por:
Então já sabemos que para uma entrada de 127Vac, a tensão máxima no capacitor será
de 17,26V.
Para continuarmos nossa análise, o circuito de saída de nossa fonte, formado pelo
capacitor e a carga R é semelhante ao circuito da figura 2, e o diodo funciona como
chave Ch1, mas só que invertido. Enquanto D está conduzindo, a tensão Vc é igual a
tensão de saída do transformador - 0,7V de queda no diodo. Quando Vc chega ao valor
máximo e a partir deste instante, o diodo corta, é como estar no instante T1 da figura 2,
onde o capacitor passará a se descarregar via a carga R.
Assim:
A tensão eficaz Ve pode ser facilmente cálculada como a média da tensão de saída:
logo:
Projete uma fonte retificadora em meia onda para uma tensão de saída de
12V. O circuito que será alimentado com esta fonte consome 1A em 12V.
Para que ele funcione adequadamente, a máxima tensão de ripple
permitida é de 1V. A tensão de entrada da fonte é de 220Vac. Calcule a
relação de transformação do transformador e a capacitância do Capacitor.
Considere a tensão de condução do diodo de 0,7V.
Uma dica! Você precisará calcular a fonte de trás para frente! Começe pelo circuito de
saída!
Neste Módulo vamos estudar a Retificação de Onda Completa, que é uma melhoria em
relação à anterior.
Fig 1
Na implementação do esquema A são utilizados somente 2 diodos, mas o
transformador precisa ter a derivação central (center tap). Já no esquema B são
utilizados 4 diodos mas o transformador pode ser mais simples, sem a derivação final.
Fig 2
Se você comparar com a forma de onda na saída do retificador de meia onda(veja baixo
na figura 3) vai perceber que a principal diferença é a presença do segundo semiciclo,
que na forma de onda da figura 3 está na faixa negativa de tensão e é desperdiçado.
Com isso, na retificação de onda completa, o período Tc vale a metade de Tc na
retificação de meia onda. Assim o ripple diminui e o desempenho da fonte é um pouco
melhor.
Fig 3
Fig 1
O cálculo é muito parecido ao que mostramos no módulo M036. A diferença básica é
no tempo de ciclo Tc e na queda de tensão causada pelos diodos retificadores. Observe
pelo esquema B da figura 1 que a corrente circula sempre por 2 diodos, tanto no ciclo
positivo de retificação (vermelho, por exemplo), quanto no negativo (azul, por
exemplo). Assim, para um cálculo mais preciso da fonte, teremos que descontar 2 vezes
a tensão de condução do diodo.
Observe que no esquema A da figura 1, a corrente circula apenas por 1 diodo, tanto no
ciclo positivo quanto no negativo. Neste caso, nos cálculos da fonte, precisamos
descontar apenas 1 queda de tensão no diodo.
Fig 2
Resposta:
Como em nosso circuito a tensão rms de entrada é de 127Vac, a tensão de pico é dada
por:
Pela figura 1, esquema B, fica claro que esta tensão Vps é o valor máximo de carga do
capacitor, tanto durante o ciclo positivo da tensão na saída do transformador, quanto
do negativo. Mas como os diodos têm uma tensão de condução de 0,7 V, temos que
descontar esta tensão 2 vezes como já explicamos acima. Assim:
Então já sabemos que para uma entrada de 127Vac, a tensão máxima no capacitor será
de 16,56V.
Assim:
A tensão eficaz Ve pode ser facilmente cálculada como a média da tensão de saída:
logo:
Se você comparar estes resultados com os obtidos no cálculo para retificação em meia
onda, vai ver que a tensão eficaz de saída é praticamente a mesma mas o ripple de saída
caiu praticamente para a metade. A tensão eficaz de saída só não foi melhor porque
adotamos o circuito B da figura 1, com dois diodo provocando perda de tensão em cada
ciclo de retificação.
Se você repetir os cálculos para o circuito A da figura 1 vai ver que a tensão eficaz de
saída para retificação em onda completa é maior que a do retificador de meia onda.
Os retificadores de onda completa, ao contrário dos de meia onda, aproveitam os dois
ciclos da tensão de entrada e por isso são mais eficientes.
O Diodo Zener é um componente muito parecido com o diodo comum e que tem a
função de gerar referências de tensão. O aspecto físico do diodo zener é o de um diodo
comum e o símbolo é este apresentado na figura 1.
Fig 1
As semelhanças entre os dois componentes param por ai. A primeira grande diferença é
que o diodo zener trabalha polarizado na condição reversa, ou seja, com o catodo mais
positivo que o anodo. Você já viu no Módulo M025 que o diodo comum para conduzir
precisa de uma tensão positiva no anodo em relação ao catodo.
Fig 2
4) Quando a corrente que circula pelo zener é excessiva, surge um segundo joelho,
acima do qual o zener é destruído.
A tensão zener é característica de cada componente. Existem diodos zener desde 3V até
acima de 100V. Abaixo de 3V é mais raro porque o joelho fica pouco definido,
dificultando obter uma tensão zener estável.
Nos Módulos ateriores nós estudados as fontes de tesão com retificador meia onda e
onda completa. Os circuitos apresentados são do tipo fontes de tensão Não
Reguladas. O que são fontes não reguladas?
Fontes não reguladas são aquelas cuja tensão de saída apresenta grande dependência
da tesão de entrada e da corrente de consumo da carga.
Fig 1
Fontes Reguladas
Fig 2
No próximo Módulo nós vamos analisar um circuito prático de fonte regulada. Mas
antes precisamos entender alguns conceitos importantes.
Como no item 1 vimos que Ic é praticamente igual a I1, podemos afirmar com boa
aproximação o que é apresentado na fórmula 2. Esta conclusão é importante porque
um dos principais problemas das fontes lineares reguladas como a apresentada na
figura 2 é a dissipação de potência no circuito regulador. E não tem solução. Sempre
haverá esta perda de potência e portanto de eficiência da fonte. Para minimizar a perda
só diminuido a queda de tensão Vd.
O projeto apresentado aqui é de uma fonte regulada com tensão fixa de 12V de saída.
Apesar de ser um circuito bem simples, pode ser utilizado em aplicações mais exigentes
como amplificadores de áudio, por exemplo. Veja a figura 1.
Fig 1
O Projeto
Observe que esta fonte regulada é basicamente formada pela fonte não regulada de
entrada e pelo circuito regulador. Este circuito regulador é basicamente formado por
T1, R1 e Z1. A tensão de saída é dada pela tensão de base de T1 - Vbe, onde Vbe é a
tensão base-emissor de T1. R1 fornece a corrente de polarização do diodo zener Z1.
Assim a tensão na base de T1 é a tensão do diodo zener = 13V. Desta forma a tensão de
saída da fonte pode ser calculada como:
Tensão de Entrada
Ct = (Ic x Tc) / Vr (esta fórmula você deduz do que foi apresentado no M038)
então:
Ct = (2A x 8,3mS) / 3V
Completando nosso cálculo, a tensão de pico nos capacitores será dada por:
Vs = Vmin + Vr + 2 x Vdiodo
Onde:
Assim:
Mas este valor é o valor mínimo, ou seja quando a rede está 10% abaixo do nominal.
Então vamos acrescentar 10% neste valor calculado para chegar ao valor nominal de
saída do transformador.
Tensão de entrada: 127Vac e 220Vac (dois enrolamentos para permitir selecionar a tensão de
entrada). Observe que na maioria dos estados brasileiros, a tensão oficial é 127Vac ou 220Vac. Mas
alguns estados não obedecem a esta regra. Assim, pode ser necessário adaptar a especificação do
transformador às tensões fornecidas em sua cidade.
Tensão de Saída: 16Vrms;
Isolação entre primário - secundário: 800V. Especificar a tensão de isolação entre primário e
secundário é importante para o fabricante escolher adequadamente o material isolante. O
transformador de entrada, além de fornecer a tensão para a fonte, tem também a função de isolar nosso
circuito da rede, evitando choques elétricos.
Cada diodo retificador trabalha apenas meio ciclo, já que a corrente ora circula por D1 e
D4, ora por D3 e D2. Assim, para circular 2,2A na saída da fonte cada diodo deverá
conduzir:
Id = 2,2 / 2 = 1,1A
Outra característica importante na escolha dos diodos é a tensão reversa. Os diodos são
projetados para resistir a uma tensão reversa máxima quando estão reversamente
polarizados. No nosso circuito esta tensão é aproximadamente a tensão de pico de
carga dos capacitores. Esta tensão vai aparecer quando a rede elétrica estiver 10%
acima do nominal. Nesta situação a tensão de carga de pico dos capacitores vai ser dada
por:
Vamos escolher o diodo 1N5402 que é especificado para 3A e tensão reversa de 200V.
A dissipação máxima será dada pela tensão Vce (coletor-emissor) e corrente de 2,2A. A
tensão máxima Vce em T1 será:
Vce = Vp - Vsaida
Onde:
Então:
O transistor TIP41C pode dissipar até 65W. Mas observe a especificação do fabricante:
Fig 2
Pela especificação para dissipação máxima, se o transistor for montado sem dissipador
a uma temperatura ambiente de 25°C, ele só consegue dissipar 2W. Ou seja, nesta
aplicação tem de ser utilizado dissipador de calor. Se o dissipador mantiver o
encapsulamento do transistor a 25°C (tem de ser um bom dissipador) ai T1 pode
dissipar até 65W.
Diodo Zener
Qual a corrente que circula pelo zener Z1 e qual a dissipação de potência nele?
Vamos analisar o pior caso que é para a máxima tensão ne carga dos capacitores. A
corrente que circula pelo zener é dado por:
Assim, nosso projeto fica finalizado. Se você quiser montar esta fonte fixa com outra
tensão de saída ou capacidade de corrente, repita os cálculos acima com seus novos
parâmetros.
Fig 1
JFet é uma abreviação para Junction Field Efect Transistor, ou, traduzindo, transistor
de junção por efeito de campo. Quando nós estudamos os transistores bipolares no
Módulo M026, nós vimos que nos transistores bipolares é preciso injetar uma pequena
corrente na base para controlar a passagem de corrente entre o coletor e emissor. Por
isso os transistores bipolares são conhecidos como amplificadores de corrente. Uma
pequena corrente na base pode controlar uma corrente bem maior entre coletor e
emissor. No caso do JFet, o controle de corrente entre Drain e Source é feito pela
aplicação de uma tensão no Gate e normalmente a corrente que circula pelo Gate é
muito pequena, como veremos adiante.
De forma semelhante aos transistores bipolares, os JFets também tem 3 terminais. Mas
os nomes são diferentes. Gate (ou porta), Drain (ou Dreno) e Source (ou Fonte) e são
de 2 tipos básicos, os de canal P e os de canal N.
Na figura 2 apresentamos um modelo simplificado de transistor JFet de canal N. O
transistor JFet é construído por um substrato de determinada dopagem (P ou N) e uma
junção PN com a área de Gate, de dopagem contrária ao substrato. No nosso exemplo o
substrato é N e o Gate P.
Fig 2
Nós vimos no estudo de Diodos que quando formamos uma junção PN, normalmente
aparece uma zona de depleção, fraca em portadores de carga. No nosso exemplo isto
ocorre porque parte dos elétrons livres do substrato N cruzam a junção para se
recombinar com lacunas do Gate. Assim a zona de depleção mostrada na figura 2 é má
condutora pela pouca quantidade ou mesmo ausência de portadores de carga. Vimos
também que com a formação da zona de depleção na junção PN, aparece um campo
elétrico chamado de tensão intrínseca da junção. A área no substrato entre as dopagens
de Gate é chamada de Canal de Condução e no caso do exemplo da figura 2, o canal
está fechado, já que as zonas de depleção atingem todo o canal. Nesta situação a
corrente através do transistor é muito pequena.
Mas se começarmos a elevar a tensão aplicada ao Gate do transistor (figura 3), a tensão
de Gate começa a se opor à tensão intrínseca da junção Gate - Substrato, fazendo que a
zona de depleção fique mais fina. Este efeito causará a abertura do Canal de Condução
e a corrente começará a circular entre Drain e Source (figura 3).
Fig 3
Fig 4
Fig 1
Tensão de entrada: 127Vac e 220Vac (dois enrolamentos para permitir selecionar a tensão de
entrada). Observe que na maioria dos estados brasileiros, a tensão oficial é 127Vac ou 220Vac. Mas
alguns estados não obedecem a esta regra. Assim, pode ser necessário adaptar a especificação do
transformador às tensões fornecidas em sua cidade.
Isolação entre primário - secundário: 800V. Especificar a tensão de isolação entre primário e
secundário é importante para o fabricante escolher adequadamente o material isolante. O
transformador de entrada, além de fornecer a tensão para a fonte, tem também a função de isolar nosso
circuito da rede, evitando choques elétricos.