Livro Curto Circuito
Livro Curto Circuito
Livro Curto Circuito
CIRCUITO
Curto-Circuito
.,...º~"'º'....
l \
.
...Aii....JES
.~ ç~~/"'"º'
:Ioilt..
ºº"'"""
EDITORA AFIUADA
i-Luzzatto
~Clube ::d;ditores
~ do Rt0Gronde do Sul
Geraldo Kindermann
Professor da Universidade Federal de Santa Catarina
Curto-Circuito
2ª edição
Modificada e Ampliada
~
Sa~
LuZzatto
~@:!l'õ'fíJIWJ'V
ISBN 85-241-0368-x
92-0603 CDD-621.3192
e seus filhos
Katiuze
Krisley
Lucas
AGRADECIMENTOS
Deste modo, espera-se que o livro atinja o objetivo proposto e contribua eficazmente
na melhoria da qualidade dos cursos técnicos, da graduação de engenharia elétrica e no
assessoramento aos profissionais que labutam na área.
O Autor.
Índice Geral
2 Componentes Simétricas 33
2.1 Introdução . . . . . . . 33
2.2 Teorema de Fortescue . 34
2.3 Teorema de Fortescue a Sistemas Trifásicos . 35
2.4 Sistema Trifásico de Seqüência Positiva . 35
2 ..5 Sistema Trifásico de Seqüência Negativa . . 37
2.6 Sistema Trifásico de Seqüência Zero . . . . . 38
2.7 Expressão Analítica do Teorema de Fortescue 39
2.8 Componentes de Seqüências em Função do Sistema Trifásico Desbalanceado 40
2.9 Teorema de Fortescue em Termos de Corrente 41
2.10 Análise da Corrente de Seqüência Zero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3 Gerador Síncrono 47
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.2 Impedância de Seqüência dos Equipamentos do Sistema . 47
3.3 Gerador Síncrono: O Elemento Ativo do Curto-Circuito . 48
3.4 Teste de Curto-Circuito Trifásico no Gerador Síncrono . 48
3.5 Período Sub-Transitório da Corrente de Curto-Circuito do Gerador Síncrono 51
3.6 Período Transitório da Corrente de Curto-Circuito do Gerador Síncrono . 52
3. 7 Período Permanente da Corrente de Curto-Circuito do Gerador Síncrono 53
3.8 Equação da Envoltória das Correntes de Curto-Circuito . 53
3.9 Reatância Sub-Transitória (X") do Gerador Síncrono 55
3.10 Reatância Transitória (X') do Gerador Síncrono 55
3.11 Reatância Síncrona (X.s:) do Gerador Síncrono 56
3.12 Corrente de Curto-Circuito Assimétrica . . . . . 56
3.13 Dimensionamento do Disjuntor . . . . . . . . . 57
3.14 Modelo de Seqüência Positiva do Gerador Síncrono 58
3.15 Modelo da Seqüência Negativa do Gerador Síncrono . 59
3.16 Modelo de Seqüência Zero do Gerador Síncrono . . . 61
3.17 Seqüência Zero de Gerador Síncrono Aterrado com uma Impedância ZN 62
3.18 O Gerador Síncrono e as Seqüências . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3.19 Valores Típicos das Reatâncias de Seqüência do Gerador Síncrono 65
3.20 Motor Síncrono . 67
3.21 Motor Assíncrono 68
4 Transformador 71
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
4.2 Transformadores do Sistema Elétrico . . . . . . 71
4.3 Transformador Monofásico de Núcleo Envolvido 72
4.4 Transformador Monofásico de Núcleo Envolvente 72
4.5 Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido. . . 73
4.6 Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente . . 73
4.7 Transformador Trifásico Formado por Banco de Transformadores Monofásicos 75
4.8 Impedância de Seqüência Positiva do Transformador . 7.5
4.9 Impedância de Seqüência Negativa do Transformador . . . . . . . . . . . . . 76
4.10 Impedância de Seqüência Zero do Transformador . . . . . . . . . . . . . . . 76
4.11 Seqüência Zero do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente, ou Banco
Monofásico Ligado em ?-Y;. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
4.12 Seqüência Zero do Transformador Trifásico di> Núcleo Enrnlvent<>, ou Banco
Monofásico Ligado em .;V - 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
4.13 Seqüência Zero do Transformador Trifásico d<' 1'1íclro En\'Oh·Pn1<' 011 Banco
Monofásico Ligado em Y-6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
4.14 Seqüência Zero do Transformador Trifásico d<' I\1írlro Enrnlv(']lte 011 Banco
Monofásico Ligado em 6 - 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.15 Seqüência Zero do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente, ou Banco
Monofásico ligado em _;;i-Y . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.16 Seqüência Zero do Tran~formador Trifásico de Núcleo Envolvente, ou Banco
Monofásico Ligado em Y-Y . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
4.17 Seqüência Zero do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente, ou Banco
Monofásico com Impedância de Aterramento . . ·. . . . . . . . . . . . . . . . . 84
4.18 Quadro Geral dos Circuitos Equivalentes por Fase da Seqüência Zero de Trans-
formadores 3ef> de Núcleo Envolvente ou Banco Monofásico . . . . . . . . . . 86
4.19 Seqüência Zero do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente, ou Banco
Monofásico com Três Enrolamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.20 Seqüência Zero do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido . . . . . . . 89
4.21 Seqüência Zero de Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido Ligado em
rY-Y-:__ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
4.22 Se.,.qüência Zero de Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido Ligado em
±-V-Y . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
4.23 Seqüência Zero do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido ligado em
±V-6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
4.24 Quadro Geral dos Circuitos Equivalentes por Fase da Seqüência Zero de Trans-
formadores Trifásicos do Núcleo Envolvido de Dois Enrolamentos . . . . . . 95
4.25 Seqüência Zero de Transformadores Trifásicos de Núcleo Envolvido com Três
Enrolamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
4.26 Deslocamento Angular nas Correntes de Seqüência Positiva e Negativa no
Transformador . . . . . . . . 95
4.27 Deslocamento Angular de 0° 95
4.28 Deslocamento Angular de 30° 98
4.29 Autotransformador 99
C Operador a 207
C.l Operador à 207
1.1 Introdução
Atualmente, devido à necessidade de garantir a continuidade de suprimento ao mer-
cado, os sistemas elétricos operam interligados, formando redes complexas que, neste tra-
balho, serão designados simplesmente de sistema elétrico.
Deste modo, tanto sob o ponto de vista da operação quanto do planejamento, de
curto, médio e longo prazos, o comportamento do sistema deve ser acompanhado sistemati-
camente. Assim, para manter um histórico permanentemente atua.lizado, analisar o com-
portamento frente à contingências e alterações, diagnosticar e prever efeitos de medidas a
serem adotadas, planejar ampliações e alterações de configuração, o sistema elétrico deve ser
criteriosamente representado através de uma modelagem adequada ao tipo de estudo a ser
realizado.
Para estudos de proteção, por exemplo, valores das correntes de curto-circuito de-
verão ser calculadas. Portanto, cada componente do sistema deve ser modelado e represen-
tado sob a ótica do seu comportamento frente às correntes de curto. Esta modelagem é
relativamente simples devido às simplificações feitas nos circuitos equivalentes dos compo-
nentes. A adequação da modelagem para estudos de curto-circuito é feita com a utilização
de componentes simétricos, o que lPva à obtenção de três modelos do sistema: de seqüências
positiva, negativa e zero.
(1.3.1)
O fio neutro aparece no modelo apenas para viabilizar o retorno da corrente de fase.
Com a finalidade de formar o diagrama de impedância, é necessário fazer a mode-
lagf'm por fasp de cada elemento que compõe o diagrama unifilar do sistema, o que será visto
a seguir.
,-------,
1
1
JX"
d
i
1
CIRCUITO
1 1
EQUIVALENTE 1G 1
1 1
1 1
1 1
L ________ J
1.5 Transformador
O circuito equivalente por fase do transformador em Y, com as impedâncias referidas
a um determinado lado. está indicada na figura 1.5.1.
Onde:
R1 Resistência elétrica equivalente que produz a mesma perda no núcleo (perdas por histe-
rese mais as perdas por correntes parasitas).
CAPíTULO 1. REPRESENTAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS
r-- - - -------------------.,
1
1 1
1
1
1
1
1
1
1
1 1
L ___________________ J
1 1
r-- ------,
1
1
xr = x,+ x2
Por ta se
RT = R1 +R2
1 1
1 1
L--------------~
r--------------,
1 1
, w rn i
1 1
1 1
L ____ _ - - - - - - - - - _J
Onde:
CAPíTULO 1. REPRESENTAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS
Y12
·r w
RLT
rn
iXLT 1· .Y.12
.I I.
Figura 1.6.2: Modelo 7r da Linha de Transmissão Média
ZLT
--2-
I •
Figura 1.6.3: Modelo T da Linha Transmissão Média
, senh(1. l)
Z corrigido =Z "! . [ (1.6.l)
, tanghif
Ycorrigido =Y ~ (1.6.2)
2
Onde:
(1.6.3)
• 1 'V\/''--"~~~~--&Q.Q.Q,.---~\r--e
RL T jXLT :
1
1
1 1
L _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _J
1.7 Cargas
Cargas elétricas no diagrama de impedância, para cálculo de curto-circuito, podem
ser desprezadas ou não, dependendo do tipo, tamanho e importância no sistema.
Para caracterizar melhor a contribuição da carga no curto-circuito, faz-se uma
análise do diagrama unifilar da figura 1.7.1.
o__ _I J T ~-...+---1_TL- • C a r g o
~ t Resistivo
Íc rgã-- - - - -- 1
1
1
VR Rcorgo :
1
1
L---------l
Figura 1.7.1: Diagrama Unifilar e o Respectivo Diagrama de Impedância
· Êc
!carga = j(Xc + XT + XLT) + Rcarga
A Rcarga, pode representar, por exemplo, a carga total de uma cidade, portanto o
seu valor é grande; isto é:
(1.7.1)
Assim, a targa, fica
· Êc (1.7.2)
]carga = Rcarga
vR
Figura 1. 7.2: Diagrama Fasorial
Reergo
· Êa (1.7.3)
Ice= j(Xa + Xr + XLr)
A corrente de curto-circuito é grande, pois é limitada apenas pelas reatâncias série
da fase do gerador. transformador, Linha de Transmissão, isto é, Xa + Xr + XLT·
Assim,
Além do mais. o fasor ice está defasado de 90º do fasor tensão Ea. Ver o diagrama
fasorial da figura 1.7.4.
Pode-se concluir que. com o curto-circuito na barra de carga, a tensão cai a zero. e a
carga deixa de existir, ou seja. não fornece corrente ao Curto. Na verdade, o que ocorre é que
a Rcarga, representa n-malhas de carga e toda energia magnética no lado da carga é dissipada
nas n-malhas de carga. Isto significa que desprezar a carga, represente uma simplificação na
modelagem.
10 CAPtrULO 1. REPRESENTAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS
EG
i cc
Figura 1.7.4: Diagrama Fasorial do Curto-Circuito
Será visto também, que a carga poderá ser considerada como uma impedância nos
modelos de sequência positiva, negativa e zero. Isto modificará muito pouco a corrente de
curto, porque as impedâncias equivalentes de Thévenin, de cada modelo de sequência, será
a impedância de carga em paralelo com as reatâncias série dos geradores, transformadores
e LTs. Como estas reatâncias são muito pequenas em relação à impedância equivalente
da carga, o valor da impedância resultante do paralelo será muito próximo das reatâncias
limitadoras do Curto. Ver figura 1.7.5.
ponto de
defeito
ar--
(1.7 ..5)
11
Exemplo 1.9.1:
Referir as tensões abaixo em pu, usando arbitrariamente como BASE o valor de
120kV.
a) Vi= 126kV
\/ = 126 = 1,05pu
1
120
b) V2 = 109kV
109
Vi = = O, 908pu
120
e) Vi= 120kV
V3 = 120 = lpu
120
d) Vi= 500kV
V,4 = SOO = 4 17pu
120 '
13
• impedância (Z)
Observe-se que, conhecendo apenas duas destas grandezas, as outras duas ficam
também definidas através das equações apresentadas no Apêndice A. Basta, então, escolher
como base, apenas duas dessas grandezas. É comum, em Sistema de Potência, escolher como
bases a Tensão (Viaae) e a Potência Aparente (Sbaae), ficando, conseqüentemente, fixadas as
bases de corrente e de impedância para o nível de tensão correspondente.
(1.11.1)
Onde:
Z _ ib~se
base - Sbase
( 1.11.2)
14 CAPfTULO 1. REPRESENTAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS
!base
Sba•• -+ Potência aparente base do sistema trifásico, ou seja, é a soma das potências aparentes
base de cada fase.
(1.12.1)
Vbaae -+ tensão base de linha à linha, ou v'3 vezes a tensão base de fase do Y equivalente.
(1.12.2)
(1.12.3)
Via••= J3ViJ
Z Via•e
ba•• = v'3haae
Utilizando a expressão 1.12.3, tem-se que
z ba.ae =
Vii! ••
Sbaae
(1.12.4)
Exemplo 1.12.1: Um sistema de potência 3ç!i, tem como base lOOMV A e 230kV. Determi-
nar:
a) Corrente base
Sbase lOOM
hase = .;3Vbase = y'3. 230 k = 251, 02A
b) Impedância base
z = Vii!•• = (230k)2 = 529rl
base Sba•• lOOM
16 CAPíTULO 1. REPRESENTAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS
e) Admitância base
}base= - -
1
= ~= l,89.10- 3 Siemens
ZbaSE 529
d) Corrente I = 502, 04A em pu
I 502. 04
fpu = hase = 251, 02 = 2pu
e) Impedância Z= 264. 5 + jl058 !1 em pu
zpu =
Z
Zbase =
264,5 + j1058 _O •
529 - • é) +J 2
. (pu]
• !1
ZLT = O, éJ km .52, 9km = 26, 45!1
Na Base 1, tem-se
(1.13.1)
Já na Base 2, tem-se
(1.13.2)
17
(1.13.3)
Na prática, costuma-se usar a expressão 1.13.4, onde é feita uma mudança da base
velha para a base nova:
(l.13.4)
Dados:
2
V (13,8k) 100M
,'>novo =O, 20 13, 2k 50M
v,,BT = VNBT
Sbaae =SI\·
Onde:
(1.14.l)
(1.14.2)
ou
19
Primeira maneira:
2 2
VNAT) ( 69k )
ZAT= ( V.vBT ZBT=
13 ,Sk 0,762=19,05f2
Segunda Maneira:
(69k) 2
ZAT = ZT(pu)ZbAT =o, 08 20M = 19, osn
e) Qual o valor da impedância em pu do transformador, numa nova base de
30MV A com tensões nominais do Transformador.
2
13.8k) 30M ,
ZTnovc{p~) = O, 08 ( 13, 8k 2QM = O, 12pu
ZBT = ZT(pu)
zba••BT = 0,08loM
(13,8k)2
=
-23n
l.ô
20 CAPíTULO 1. REPRESENTAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS
a) Bancos 34> em Y - Y
BASE:
Sb(34>) = 3Sb(l4>)
YbAr(3q\) = V3VbAT(l<P)
VÍ,Br(34>) = V'3iÍiBr(ló)
X X T -1L
faSE
X T -1L
fase
T(3o)Pu = Xb(34>) = v,',_(31')
(1.15.1)
s.(31')
(1.15.2)
( 1.15.3)
Verifica-se que o valor em pu não mudou do transformador 14> para o Banco 3<P,
somente os valores bases foram adaptados à nova ligação.
BASE:
Sb(34>)= 3Sb(l<P)
VbAr(3<P) = VbAr(l<P)
VbBr(3<P) = VbBr(l<P)
Para o cálculo em pu é necessário transformar a ligação /:::,,em seu Y equivalente.
A impedância do enrolamento do transformador l<b, é a impedância da fase do /:::,,.
Ver figura 1.15.2.
ZT (1 </Jl
. Z1:i.
Zv=3 (1.15.4)
(l.15.5)
XT(3<i>)PU = XT(l<l>)PU
c) Bancos 3</> em Y - 6
BASE:
Sb(3</>) = 3Sb{l</>)
\/i,y = VJVBT(l<t>)
Vbt:i. = V,,AT(l!j>)
Analisando pelo lado do Y, recai-se no mesmo caso da ligação em Y - Y. Analisando
pelo lado do 6, recai-se no mesmo caso da ligação em 6 - 6.
Exemplo 1.15.1: Três transformadores l</> de 50MV A e 132, 8/138kV, com reatância de
O, lpu, são interligados formando um banco Y - 6. O lado BT da unidade l</> é ligado em
Y, e o lado AT do l</> em 6.
230kV•hl32,8kV
l AT BT
138kV
i b
Placa do Banco
Sb(3</>) = 150MV A
ViAT(3.P) = 230kV
ViBT(3.P) = 138kV
Xr =O, lpu
Pode-se observar que houve troca na denominação de AT e BT ao serem realizadas as ligações
do banco 3</>.
(138k) 2
Z.6 = 3:Xr(pu)ZbaseBr(3<i>) = 3.0.1. 15
0M = 38.088f2
d) Qual o valor da impedância do lado Y do transformador 3<1>
o, 1.(230k )2
Zv = Xr(pu)ZbaseAr(3<i>) = 150
M = 35, 26f2
Primário
H~H Seoondáno
AT MT
BT
Terciário
:LJ SE
T
rrm - .. _J
---i.,,,.,
XANXERÊ- se
138KV
~-----• HERVAL
~----------•., D'OESTE-SC
Onde:
Exemplo 1.16.1:
27
Obs.: Note que nos testes n.2 e 3 a potência de referência no teste foi de 5, 25MVA, porque
o terciário foi curto-circuitado e a lcc(3</>) no enrolamento do terciário tem que ser limitada
a sua capacidade nominal.
Resolução
Zp.,Zpt e .i.1 tem que estar em pu na mesma base.
Base adotada
Sbaae = 15MV A
{ Viase = tensões nominais dos respectivos enrolamentos
2
· . (66k) 15M Z,1 = jO, 109pu
Zst = ;O, 038 66k 5, 25M
Portanto, como os valores de Zpi, .ir>• e Z, 1 estão numa mesma base, é possível
utilizar a expressão 1.16.2. Assim, após as substituições, tem-se
. 1 . . .
Zs = 2(JO, 069+10,109 - 10, 16)
. 1
Zt = 2(j0, 16+jO,109 - jO, 069)
ZP = jO, 06pu
Zs = jO, 009pu
Zt = jO, lpu
O diagrama de impedância por fase é o da figura 1.16.4.
p -· &Q.Q.Q;-rm :
jü,06 - = - 9_ _ _.._
ts
iü,1
Neutro
Exemplo 1.17.1:
Fazer o diagrama de impedância do sistema da figura 1.17.1, usando como base as
características nominais do gerador síncrono G 1 .
10MVA
T3H-B
y 13,SKV
x 1=12%
x=16%
2
Y6 x02 õ%
t5MVA
f38/13,2KV
X1LT=90.Cl
xT;12%
x 0• 21on
e
TzH-8
Gerador Síncrono G 1 :
Viasea 1 =13,SkV
Base {
Sbase = 30MV A
Transformador T1 :
Mudança de base no lado ~-usando a expressão 1.13.4, tem-se
2
13,2k) 30M
XTlnouo =O, 10 ( 13,8k . 35M = 0,078pu
138k ) ( 138k )
Ybaa•LTb, = ( 13 , 2k Vbaaea 1 = , k .13, 8k = 144, 27.kV
13 2
Transformador T2 :
Mudança de base usando o lado de AT, da expressão 1.13.4, tem-se
2
138k ) 30M
XTlnouo = 0.10 ( 144 , 27 k 20M =O, 137pu
Gerador Síncrono G 2 :
Cálculo da tensão base no nível de tensão do gerador síncrono G 2 • Pela relação do
transformador T2 , tem-se
Transformador T3 :
Mudança de base no lado de AT do Transformador T3 .
2
138k ) 30M
XT3novo = 0,12 ( 144,27k 15M = 0,219pu
Motor Síncrono (M):
Cálculo da tensão base no nível de tensão do motor síncrono (M).
Neutro = Terra
• quando os cálculos são feitos em pu. não há necessidade de referir todas as impedâncias
a um mesmo nível de tensão, pois, uma determinada impedância sempre tem o mesmo
valor, não importando o nível de tensão em que se encontra (Z(pu) = ~). Para
cada nível de tensão, temos um valor diferente Z(!1), mas varia também Zbase. de tal
forma que a relação é sempre a mesma;
Componentes Simétricas
2.1 Introdução
Os curto-circuitos em sistemas elétricos de potência geram desbalanceamentos, difi-
cultando os cálculos e as simulações da ocorrência.
Por não existir ferramenta analítica adequada, inicialmente, os estudos e análises de
comportamento dos sistemas às diversas solicitações e ocorrências eram feitas em réplicas
miniaturizadas, às vezes construídas no próprio pátio das empresas. Isto. evidentemente,
trazia muitas dificuldades, principalmente pelo fato de o modelo reduzido ter que acompanhar
as mudanças e manobras do sistema original.
O caminho para a obtenção de uma ferramenta analítica que facilitasse àqueles
estudos começou a ser explorado em 1895. I\o estudo dos motores monofásicos foi lançada a
idéia de decompor o campo magnético estacionário pulsatório, gerado pelo estator. em dois
campos girando simultaneamente em direções opostas.
O motor monofásico pode girar para a esquerda ou para a direita dependendo do
impulso de partida, que faz com que o rotor se amarre a um dos dois campos rotativos.
estabelecendo conseqüentemente, o sentido de rotação.
Em 1915, Leblanc imaginou decompor as correntes trifásicas desequilibradas em três
grupos que seriam produzidos por três campos magnéticos, da seguinte maneira:
33
34 CAPí'JULO 2. COMPONENTES SIMÉTRICAS
(2.2.2)
sequencia zero: é o conjunto de n fasores 1>ªº, 1>;,0 , i'co, · · ·, Vno de mesmo módulo e em fase,
girando no mesmo sentido e velocidade síncrona do sistema original de n fases.
0
seqüência 1: é o conjunto de n fasores Va,, Vi,,, i'ci, · · ·, i-;,1 de mesmo módulo, com defasa-
- - mento de~' girando no mesmo sentido e velocidade do sistema polifásico original.
35
...
o b c = Sequência positiva
1 1 1
001 =w Síncrona
(2.4.1)
é interpretado como um operador que aplicado a um fasor, gira-o de 120º no mesmo sentido
da rotação indicada pela velocidade w1 da seqüência positiva.
37
(2.4.4)
vª,
Íi, = â
2
.Va, (2.4.5)
vci =a.Vª'
2.5 Sistema Trifásico de Seqüência Negativa
É um conjunto de 3 fasores equilibrados, girando numa seqüência de fase contrária a
do sistema original desbalanceado, em velocidade síncrona contrária a da seqüência positiva.
Notação: Índice 2 representa seqüência negativa.
O diagrama fasorial do sistema trifásico de seqüência negativa é o da figura 2.5.1.
a
2
e
..
2 b2=Sequência
negativo
a e ~= Sequência negativa
2 2
+o
Jj_
Figura 2.5.2: Seqüência Negativa Modificada pelo Teorema de Fortescue
Note-se que do ponto de vista do observador não houve nenhuma mudança. É exa-
tamente isto que ocorre no enrolamento de uma máquina síncrona, ou de um transformador.
Portanto, para fazer esta adaptação, há necessidade de trocar a denominação de
dois fasores, isto é, trocar o fasor b pelo e. Na prática, trocando duas fases de um motor
trifásico de indução, o mesmo inverte a sua rotação.
Colocando-se os fasores tensão em função da tensão da fase a, tem-se
vªvb 2
= á.Vª 2 (2.5.1)
2
Í'c2 = á 2 .Va2
(2.6.1)
39
Todas as considerações e formulações foram feitas para tensão, o mesmo poderia ser
feito para as correntes que percorrem as fases do sistema trifásico.
Va = Va + Va, + Va2
0
A B C D
Va = i-~ 0 + V. + Va
vb = vªº + a2vª + aV.
1 2
1 2
(2.7.2)
vc = vªº + avª' + a vª 2
2
[~ l
~
= [ ~ ªª ~ ~:V,,
1
2
<i
2 l[ l 2
(2.7.3)
(2.7.4)
T é uma matriz quadrada 3x3, conhecida como matriz transformação das compo-
nentes de seqüência nos fasores originais do sistema desbalanceado.
Exemplo 2. 7.1: Dados três conjuntos 34> de seqüência positiva, negativa e zero, (Figura 2. 7.1),
aplicando a expressão 2.7.1, obter graficamente o conjunto de fasores 3</> desbalanceados.
modo a explicitar, isto é, isolar os termos de Vªº' Va, e Va em função dos valores verdadeiros
vª, vb
e li;,, tem-se
2
(2.8.2)
Portanto, define-se
r- 1 = ~ 1i à1 à12
3 [ 1 à2 à
l (2.8.3)
(2.9.1)
(2.9.2)
42 CAPíTULO 2. COMPONENTES SIMÉTRICAS
(2.10.1)
Ía
jN = Ía + Íd Íc (2.10.2)
(2.10.3)
43
Isto significa que só pode existir corrente de Seqüência Zero em um sistema com
Neutro ou Aterrado.
(2.10.4)
Portanto. de acordo com a conclusão do item "a", como o sistema não está ater-
rado, não haverá possibilidade de ter corrente de seqüência zero. Note-se que a corrente de
seqüência (ia 0 ) precisa de um circuito fechado, para que possa circular.
(2.10.5)
As conclusões são as mesmas do item "b", isto é, não existe Seqüência Zero.
Exemplo 2.10.1: Um condutor de uma linha 3qi está aberto. A corrente que flui para uma
carga em Y (Figura 2.10.4) pela linha "a" é de 25A. Fazendo a corrente na linha "a" como
referência e supondo que seja a linha "c" aberta. Determinar as componentes de seqüência
das correntes de linha.
. .. . . .
ic =O
Ib =- Io
Resolução
Pela figura 2.10.4, tem-se
t = 25ÍQºA
Substituindo os valores acima na expressão 2.9.2, obtém-se
. 1 (. . )
fao = 3 la - la +O t. =o
·
la, = 31 ( la· - .•
ala+ O
) ia - a).
= 3(1
De acordo com o Apêndice C, tem-se
1- à = v'3 /- 30°
25
i = \/'3 / - 30º A
ª' 3
ou
. 1 (. .2 . )
la 2 = 3 la - a la +O
j ª2 = ~(1-â
3
2)
As equações do Apêndice C indicam que:
1 -â 2 = v'3@0
j - i.J3hfrº
ª' - 3
Gerador Síncrono
3.1 Introdução
As formulações contidas no Capítulo 2 necessitam ser adaptadas para o cálculo das
correntes de curto-circuito que produzem desbalanceamento no sistema. Com o desenvolvi-
mento do Teorema de Fortescue, a atenção dos engenheiros de sistemas elétricos foi dirigida
para a aplicação do mesmo às necessidades que se apresentavam, ou seja, a obtenção dos
novos dados relativos às seqüências. Isto foi um desafio que exigiu tempo, dedicação e novos
estudos, porque não se dispunha de parâmetros relativos aos sistemas de seqüências, princi-
palmente os de seqüência negativa e zero. O conhecimento existente até então era somente
o relativo ao sistema trifásico equilibrado.
Assim, cada componente que constitui o sistema elétrico foi estudado, ensaios foram
elaborados e testes de laboratório foram efetuados, para permitir a obtenção das impedâncias
de seqüência, que são os parâmetros que se opõem às suas respectivas correntes de seqüência.
Com o passar do tempo, demonstrado ser o Teorema de Fortescue uma poderosa
ferramenta e vencido o desafio de aplicá-lo aos sistemas de potência, tornou-se disponível
uma sistemática de análise e estudos de sistemas elétricos que até hoje é explorada.
Portanto, o teorema de Fortescue foi demonstrado ser uma ferramenta poderosa, o
desafio de aplicar ao sistema de potência foi vencido, e os benefícios até hoje são explorados.
47
48 CAPfTULO 3. GERADOR SfNCRONO
t=O
w Síncrono
Tempo
Faacb
Figura 3.4.2: Forma de Onda das Correntes de Curto-Circuito Trifásico nas Três Fases de
um Gerador Síncrono.
Estas correntes são conhecidas por correntes assimétricas de curto-circuito <" são
compostas por uma componente contínua e uma componente alternada.
A componente contínua é decrescente, e aparece devido à importante propriedad1•.
de o campo magnético, mais propriamente o fluxo magnético, não poder variar bruscanw11tP.
obrigando a que as correntes de curto das três fases devam partir do zero.
50 CAPíTULO 3. GERADOR SíNCRONO
Período subtransitúrio
envoltúria transitúria
E.tropoloção do
envoltório transitório
Envoltório do corrente
o
u
I~= a Amplitude do corrente
:i,.AX • 9 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ·- - - - - - - - -
RP
Tempo
• Período Transitório
• Período de Regime Permanente ~ _.... ~
Para cada período será definida uma reatância interna do gerador síncrono, estudado
nos itens seguintes.
Anel de cuno-circuito
N ~ S
correntes no enrolamento amortecedor e tudo se passa como se ele não existisse. Sua pre-
sença e eficiência serão sentidas no instante inicial de curto-circuito. Isto porque, com o
curto-circuito, se estabelece. momentaneamente, variação entre o campo girante do estator
(armadura) e o do rotor, induzindo correntes no enrolamento amortecedor. Estas correntes
produzem um fluxo magnético adicional, atuando como freio impedindo maiores oscilações
do rotor, conferindo maior estabilidade ao gerador síncrono.
Portanto. o enrolamento amortecedor é importante para aumentar-a estabilidade do
gerador frente ao sistema elétrico. Mas, em contra-partida. aumenta a corrente de curto-
circuito, e conseqüentemente. aumentando também o dimensionamento dos disjuntores, e
TC's.
Um gerador síncrono. sem enrolamento amortecedor na cabeça polar, não terá o
período sub-transitório e o curto-circuito se dará imediatamente dentro do período tran-
sitório. Neste caso, o período seria representado pelo trecho "ad" da figura 3.4.4.
Onde:
t ....... tempo.
1máxRP ---> corrente de crista da onda senoidal da corrente elétrica, de regime permanente de
curto.
Constante
de tempo da 0,15 0,18 0,22 0,30 0,35
componente de 0,07 até 0,40 0,10 até 0,40 0,10 até 0,40 0,15 até 0,50 0,20 até 0,50
corrente contínua
Tcc em s
Tabela 3.8.1: Constantes de Tempo de Gerador Síncrono, p é o números de Pólos
X"=!!_ (3.9.1)
/"
Onde:
E -+ valor eficaz da tensão fase a neutro nos terminais do gerador síncrono, antes do curto-
circuito.
/"
!"= ~ (3.9.2)
Seu valor é
Xs = §._ (3.11.1)
I
Onde:
I ___. valor eficaz da corrente de curto-circuito em regime permanente.
J= I~p (3.11.2)
(3.13.1)
Onde:
acumulada do gerador até o ponto de defeito é tão grande, que a corrente de curto-circuito
simétrica já é a de regime permanente acrescida apenas da componente contínua.
-------------,
1 +
1
1
~ __ ~e~t~o~ :__!:r~ª_!_J
Figura 3.14.1: Circuito Equivalente por Fase do Gerador Síncrono
Onde:
(3.14.1)
Como o gerador é um elemento ativo, sua representação é feita por uma fonte de
tensão ideal, Éa,, atrás da reatância sub-transitória.
59
e o
~ Curto Excitotriz
X2=~ (3.15.1)
la
Onde:
O circuito equivalente por fase para fase "a" do gerador síncrono em Y, para a
seqüência negativa é o da figura 3.15.2.
~-------------i +
1
1
1
1
1
1
1
1
Neutro2 : Terro2
1 ________
L _____ J1
Onde:
(3.15.2)
X~+
X2=---
x; (3.15.3)
2
Onde:
e
Rotor
~ Curto -......
r - - - - - - - - - - - - -,
1
jXo
1
1
~ __ ~:_u~~o_: _!:_rr~Q.. __ J
Figura 3.16.2: Circuito Equivalente de Seqüência Zero
Onde:
Vao --+ tensão de seqüência zero da fase "a" em relação ao neutro do gerador síncrono.
ia 0 --+ corrente de seqüência zero que sai pela fase "a" do gerador síncrono.
(3.16.2)
A reatância da seqüência zero, varia bastante de gerador para gerador, e sua faixa
de variação é indicada pela expressào 3.16.3.
Terra
(3.17.1)
Na seqüência positiva e negativa. o potencial do neutro é igual ao da terra, mas na
seqüência zero o potencial é expresso por 3.17.1.
O circuito equivalente da seqüência zero, por fase, é feito para a fase "a", com a
corrente da seqüência zero Ía 0 saindo pelo seu terminal correspondente, de modo a manter o
mesmo potencial da seqüência zero Í-~0 do seu terminal, em relação à terra. Assim. o circuito
equivalente é feito envolvendo a bobina do estator da fase "a" juntamente com a impedância
de aterramento ZN. Ver figura 3.17.2.
Como a corrente no modelo é apenas Ía 0 , para simular a mesma queda de tensão
entre o neutro e a terra. a impedância aparecerá com o valor de 3ZN. Assim. o circuito
equivalente é o da figura 3.17 .2. que é também apresentado na figura 3.1 7.3.
A relação entre a tensão de seqüência zero (V00 ) e a corrente de seqüência zero (Ía 0 ),
é de acordo com o modelo apresentado na figura 3.17.3, expresso pela equação 3.17.2.
64 CAPíTULO 3. GERADOR SíNCRONO
r-- -- -----------;
: N0 1
+
1
1 iXo
1
1
1
1
1 Terra 1
'- - - - - - - - - - - - - - - - _J
Figura 3.17.3: Circuito Equivalente por Fase de Seqüência Zero do Gerador Síncrono
(3.17.2)
Neutro1:: Terra1
Sequência positiva
+
Neutro2::. Terra 2
Sequência negativa
+
N0 ---""'vv,,.1v ~-----
iXo iao
Neutro 0 : Terro 0
Sequência zero
Figura 3.18.1: Seqüência Positiva, Negativa e Zero do Gerador Síncrono
Rede
O peso do próprio rotor mais o da carga formam, em conjunto, uma grande massa
girando na velocidade síncrona com uma alta inércia rotacional. Ocorrendo um curto-circuito
na rede elétrica que supre o motor síncrono, devido a alta inércia de sua rotação, o seu rotor
continua girando, induzindo tensões nas bobinas da armadura que, por sua vez passam a
suprir o defeito com uma corrente de curto-circuito proveniente do motor.
Portanto, durante o curto-circuito, o motor síncrono passa a operar como gerador
(ver figura 3.20.2). Este gerador não é mais síncrono, pois sua velocidade vai diminuindo
lentamente, até parar.
Devido a alta rapidez da proteção, considera-se somente a corrente inicial de curto-
circuito proveniente do motor síncrono. Portanto. a modelagem do circuito equivalente por
68 CAPITULO 3. GERADOR SíNCRONO
Ío ÍA
ib Motor
is Síncrono
Rede {
ic ic
Curto 3(2)
Cargo
Pesado
Figura 3.20.3: Circuitos Equivalentes por Fase da Seqüência Positiva, Negativa e Zero do
Motor Síncrono
velocidade abaixo da velocidade síncrona do campo girante criado pelas correntes do estator.
Esta diferença de velocidade, produz o escorregamento do rotor, que induz correntes nas
barras da gaiola ou nas espiras da bobina do rotor. Estas correntes de reação no rotor criam
um campo girante que acompanha. com um certo defasamento. o campo girante do estator.
fazendo girar o rotor do motor de mdução.
Neste motor, o campo girante do rotor é originado pela excitação proveniente do
estator, isto é, da rede de energia elétrica que alimenta o motor de indução.
Portanto, no curto-circuito próximo dos terminais do motor de indução. a tensão
nas bobinas do estator deixa de existir. conseqüentemente deixando de existir, praticamente
de maneira instantânea. a excitação no rotor.
O fluxo magnético residual existente no núcleo magnético do rotor não pode desa-
parecer e nem variar bruscamente. Seu valor vai caindo rapidamente de modo contínuo e se
extingue em 2 ciclos.
Deste modo, o motor de indução de grande porte se comporta como gerador elétrico,
e contribui com corrente elétrica de curto-circuito até dois ciclos. Esta contribuição se dá
somente no período sub-transitório e os períodos transitório e de regime permanente não
existem.
Se os dispositivos de proteção atuam com tempo maior que dois ciclos o motor de
indução pode ser desconsiderado.
O valor da corrente inicial do curto-circuito é importante para dar subsídio à análise
das forças eletromagnéticas que atuam na estrutura do motor. Deste modo. o circmto
equivalente por fase de seqüência positiva e negativa é o da figura 3.21.1.
Figura 3.21.1: Circuito Equivalente por Fase da Seqüência Positiva e Negativa do Motor de
Indução
Onde:
EM ----> tensão por fase nos terminais do motor de indução antes do defeito.
O motor de indução :10 não tem seqiit;ncid zero, ou seja, st:u cirrníto equivalente é
70 CAPiTULO 3. GERADOR SíNCRONO
aberto.
Os efeitos resistivos das bobinas do estator e rotor são desprezados por serem valores
pequenos comparados com as reatâncias X. e Xr.
Os valores de X,+ Xr em pu, tendo como base as características nominais do motor
de indução 3</>, estão apresentados na tabela 3.21.1.
Exemplo 3.21.1:
Um motor de indução 3</> está funcionando a plena carga. O valor de X, + Xr =
O, 16pu. Qual a corrente de curto-circuito que o motor de indução 3</>, contribui para um
defeito 3</> nos seus terminais.
Solução:
Como o defeito é trifásico, só existe seqüência positiva. Figura 3.21.2.
~pu
fcc3 ~ = 6, 25pu
Transformador
4.1 Introdução
O transformador é um elemento importante do sistema elétrico. Ele interliga, isto é,
possibilita a conexão de vários equipamentos elétricos com tensões elétricas distintas. Como
as correntes de curto-circuito do sistema passam através dos transformadores, há necessidade
de analisar o comportamento do transformador em relação a estas correntes.
Num sistema elétrico o transformador é representado, conforme as considerações
feitas no Capítulo 1, por uma impedância conectada à outras impedâncias da rede, de acordo
com a configuração do sistema.
Como o transformador se opõe à corrente de curto-circuito, deve-se analisar o com-
portamento em relação às componentes da seqüência.
Neste capítulo, com o objetivo de aplicação à curto-circuito, será feita a análise do
comportamento dos transformadores em relação às componentes de seqüência. Para isso,
tendo em vista que o transformador, pelo Teorema de Fortescue, é representado por três
transformadores (cada um correspondente a uma das seqüências), será feita a modelagem
do equipamento para se obter os respectivos circuitos equivalentes, por fase, de seqüências
positiva, negativa e zero.
Poderá ser observado que somente a seqüência zero apresenta alguma dificuldade,
pois seu valor depende do tipo de transformador e das suas respectivas ligações.
il
72 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR
Núcleo magnético
Bobina
Núcleo magnético
Bobina
Bobina
primária
secundária
Núcleo magnético
Núcleo ma9nético
Figura 4.6.1: Transformador Trifásico de Núcleo Envolvente
braços laterais. Economizando-se assim, nos quatro braços laterais centrais, 57% de mate-
rial magnético. Esta inversão está indicada na figura 4.6.2.
Curto
Secundário ~
Trofo
em
Teste
Ícc =I Nominal
(4.8.1)
Esta é a impedância por fase vista pelo primário. Basta transformar este valor em
pu, e a impedância do transformador está obtida.
76 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR
(4.9.1)
Primário
Transformador
A impedância, por fase, de seqüência zero (Z0 ). será dada pela expressão 4.10.1.
. E
Zo= ~ (4.10.l)
Iop
A corrente no lado primário (Í0 P) não é a mesma no lado secundário (Í05 ), devido
ao fato de as bobinas primárias e secundárias estarem separadas.
77
Note-se que na figura 4.10.1 não está especificado o tipo de conexão dos enrolamentos
do primário e secundário. Estas conexões serão analisadas nos itens a seguir.
A impedância de seqüência zero (Z0 ) vai depender do tipo de transformador, da
forma do seu núcleo magnético e do tipo de conexão das bobinas primária e secundária.
Dependendo do transformador, a impedância de seqüência zero (Z0 ) poderá ter um dos
seguintes valores relacionados como indicado em 4.10.2.
(4.10.2)
do em iY-~
O banco trifásico, formado por transformadores monofásicos do tipo núcleo en-
volvido ou envolvente tem o mesmo comportamento do transformador trifásico de núcleo en-
volvente, quando analisado em relação à corrente de seqüência zero. O ensaio está mostrado
na figura 4.11.1. 4-...::·· · · ·
Íop • • Íos
3Í 0 P
+
- Ê
Íop
3Íop
3Íos
Íos
3ios
:_," /, ~ V.. 2_
(4.11.1)
Figura 4.11.2: Circuito Equivalente por Fase da Seqüência Zero do Transformador .fY-Y~
(4.12.1)
Para ficar mais claro, o ensaio de curto-circuito é feito invertendo a fonte de tensão
E e o curto. Ver figura 4.12.'.2°.
Como a corrente não pode passar pelo gerador monofásico E porque não há caminho
de retorno. a impedância vista é infinita. Portanto, não há corrente de seqüência zero nas
linhas no lado 6.
(.;;; r1!°('(){•Y\., d,.~ ,, ,,
l~-lç;, y ,..:.,, ,. '"" le<.
79
3ÍOp
+
Ê
----------
Figura 4.12.1: Ensaio no Transformador p- 6
r------ ------------------- ----..
.iº"' = oo (4.12.2)
r---- - -------,
1
---t--------
Lado jXo 1
1
n+ 1
1
1
1
+Lado6
1
1 Terra= Neutro
L - - - - - - - - - - __ J
Figura 4.12.3: Circuito Equivalente por Fase da Seqüência Zero do Transformador~ - l::,.
Neste caso, em nenhum dos lados haverá corrente de seqüência zero porque não há
retorno. Ver ensaio na figura 4.13.1.
r---------------------- - -- l
1
•
+
- E
L - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- i So=O
í Po"'º
Como a corrente de seqüência zero não pode circular cm rwnhum dos lados, a
impedância de seqüência zero é infinita, ou seja. Ío = oo. O circuito equivalente, por
fase, da seqüência zero é o da figura 4.13.2.
r---- - -------,
1 1
~~
l jXo :
: 1
1 1
1
1
1
1
1
'- - - - - - J
r - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --.
1 1
1 1
1
1
1 1
~--------------------------~
í - --- - -------,
1 1
--+-- ~
1
iXo 1
1
1
1
1
1
1
L-----
Terra = Neutro
_______ .J
t
83
r - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -1
1
• *
+
- t L------------------------~
r - -- - - ---------,
~~
JXo :
1
1
' Neutro= Terra
L-------------.J
Figura 4.15.2: Circuito Equivalente por Fase de Seqüência Zero do Transformador ,P-Y
,- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ,
j
• * *
+
~ E:
L------------------------
r - - - - - ---------.
1 1
- - ; - --JlllillU-e ~
1 jX 0 :
1
1
1 1
L - - - - - - - - - - - - _J
r-----------,
1 1
• •
3iN :
1
1
1
1
1 Terra 1
L _ - - - - - - - - - - _J
Figura 4.17.2: Circuito Equivalente por Fase do Transformador com Impedância de Aterra-
mento
Transformador 3 0
Circuito equivalente por fase do sequência zero
2 enrolamentos
ti li o ~
Z0 • z1
o
.(í [>
: ru ..--o
o
1 [> ~
io= i:,
..--o
'.:' ::
6 6 --o
re°t1
0----.
o o
-ri 1 ~
:: io= i1
---o
-
li o-----. ~
Í 0 = Zt
---o
::
1 1 <>----e
::
~
io= z;
---o
~ o
'.:'
~
Zo(auto)
o
::
Tabela 4.18.1: Circuitos Equivalentes por Fase de Seqüência Zero de Transformadores 3ef> de
Núcleo Envolvente e de Banco de Transformador lef>.
88 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR
Transformador
Circuito equivalente por fase da sequência zero
3 enrolamentos
P T S
il-T>d
r----------1
1 1
L-----------...J
Figura 4.19.1: Circuito Equivalente por Fase da Seqüência Positiva e Negativa
r - - - - - - -1xo; 1
Po .--~uuuu~---"'..--~!.BL!.Lll~:-.. s0
1
1
_.!,._..TO
1
1 1
L-----------.J
Figura 4.19.2: Circuito Equivalente por Fase da Seqüência Zero
Figura 4.20.1: Fluxos Magnéticos de Seqüência Zero no Transformador 3</> de Núcleo Envol-
vente
\(1 (<"'ç~:.t?,". d.t u 1
,.
' /
I
I
I llo
'º 1'
\ ~''"· . r._;,
1
/\
L\
I
~
1
1 ~
1 I
1 I
1
1 I
\ I
\ I
/
' ' ''C> _.,,, / I
/\
1 ' . . _.a /
{/ \
..... ___ -,. // ' ' ...... ___ ,,,,. /
e carcaça do transformador. Portanto, o fluxo magnético circula por este novo caminho,
forçado pela seqüência zero, simulando exatamente o que acontece em um enrolamento 6.
Por este motivo, diz-se que o transformador trifásico de dois enrolamentos, de núcleo
envolvido, opera com este novo enrolamento em 6, conhecido como delta fictício. Assim,
um transformador de dois enrolamentos de núcleo envolvido, é encarado, do ponto de vista
da seqüência zero, como um transformador 3</> de três enrolamentos, sendo um enrolamento
sempre o delta (6) fictício.
91
+
- E:
------------- -- --- - -~ - - --
Figura 4.21.1: Ensaio de Curto-Circuito do Transformador Trifásico de Núcleo Envolvido
Ligado em ~-Yl:-
Defeitos que geram correntes de seqüência zero, terão suas correntes passando pelo
enrolamento do primário, secundário e também circulando pelo delta (6) fictício.
Portanto, o transformador é de dois enrolamentos para a seqüência positiva e nega-
tiva, mas, para a seqüência zero, o seu comportamento é o de um transformador 34> de três
enrolamentos. Conseqüentemente, o circuito equivalente, por fase, para a seqüência zero, é
o apresentado na figura 4.21.2.
. O terminal terciário não ;>.parece porque não terá nada ligado a ele, apenas a corrente
IM circula dentro do delta fictício.
92 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR
r ----- -----,
1 1
Figura 4.21.2: Circuito Equivalente por Fase da Seqüência Zero do Transformador Trifásico
de Núcleo Envolvido Ligado em .p-~
(4.21.1)
O valor 4, 5X0 indicado na figura 4.21.2 , é aproximadamente o valor médio obtido
para o enrolamento fictício em 6.
Devido ao delta ( 6) fictício, observa-se que os modelos de seqüência zero são dife-
rentes para os transformadores com núcleos envolvidos e envolventes.
-.................
r-----------,
--'--4
1
1
1
1 1
Terra
L-----------J
Figura 4.22.2: Circuito Equivalente por Fase da Seqüência Zero do Transformador Trifásico
de Núcleo Envolvido Ligado em ,P-Y
3Íap
+
r --- - -------,
1
1 , - - - - - ••
--1---e
: \ __ - - --,, \
1
1
1 \ \ 1
l ) )0,85X 0
1 \_ •• •
1
1 1
Terra
L-----------_J
Figura 4.23.2: Circuito Equivalente por Fase da Seqüência Zero do Transformador Trifásico
de Núcleo Envolvido Ligado em~ - !:::,.
Sendo:
95
Transformador
Circuitos equivalente par fase da sequência zero
2 enrolamentos
~ ,...,..,..,..
--- -
nnnn,
- s
Xo
.&.
J:I 11-
T
:~ 4,5X 2
: 0
-- --
g
-- --os
1"11'\.AA
Xo
-2-
-ti 1 i~ 4,5Xo
- --
Tabela 4.24.1: Circuito equivalente por fase da seqüência zero de transformadores 3</> de 2
enrolamentos de núcleo envolvido
9i
Transformador 3 0
Circuito equivalente por fasa do sequênciozero
3enrolomentos
p T s
--os
O, 75 X 0
---oT
--oT
Tabela 4.25.1: Circuito equivalente por fase da seqüência zero de transformadores 3<;6 de 3
enrolámentos de núcleo envolvido
98 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR
is,
.
.__. .,---a
1
1 *
* i~, i_ic,_ _ e
• 1
Ic1: v '-----,uliu*ur-9--~t--"7!
~ - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - -- - ~ - - ---- - - ~
Figura 4.28.1: Transformador Y-~
I
/
/
/ .------
iA,
I
/
I
I
I
I
~"-----'---~"""-------·
Í~
1 101
í~\
4.29 A utotransformador
No transformador comum, as bobinas primária e secundária são isoladas eletrica-
mente e toda transferência de energia é feita via fluxo magnético através do núcleo.
O autotransformador é um transformador comum, com suas bobinas conectadas,
perdendo a sua isolação elétrica. A energia é transmitida via fluxo magnético pelo núcleo e
via condução direta pelo enrolamento (bobina) série da carga.
Quando o transformador comum é ligado como autotransformador, a sua impedância
de curto-circuito muda. O desenvolvimento deste item é no sentido de examinar e calcular
o novo valor da impedância, em Ohm e em pu.
Para que o assunto possa ser bem compreendido e assimilado, faz-se mister, primeira-
100 CAPfTULO 4. TRANSFORMADOR
·~Np JJ·
+
o
*]
Vp Ns 'ils
o o
1
Np: Ns
:D ~i1iCJ
Figura 4.29.1: Transformador Monofásico Comum
~= NP (4.29.1)
V. N,
A figura 4.29.2 mostra o ensaio feito no transformador lef> comum. Aplica-se tensão
no secundário, com o primário em curto-circuito.
z.
A impedância 11 de curto-circuito vista pelo secundário, com o primário em curto,
é dada pela expressão 4.29.2.
(4.29.2)
Np
Np Ns
1 1 1
1
1 ' 1
1
L L
_-_-_
--_-_
- -_
--__J_
--- --- _j
. = (Nt!. )2 z.P.
Zp• (4.29.3)
(4.29.4)
102 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR
r-- - ~ ------,
1 1
~ ~'---Np---.n N, : '
1
--~,~~~~~~~~~--' 1
1 1
L--- --- -- - _____ _J
r------ 1
1
---~~~~~~~~---~~~~-! --
Zn p u)
1
1
L _____________ J
b) Autotransformador
A figura 4.29.6 mostra o transformador comum conectado como autotransformador
juntamente com sua representação simbólica.
A relação de transformação do autotransformador é obtida pela expressão 4.29.5.
(4.29.5)
O ensaio de curto-circuito pode ser feito em ambos os lados, mas o lado da tensão
modificada, isto é, V,,auioJ' produz uma análise imediata e clara. Este ensaio está na figu-
ra 4.29.7.
Observa-se que os pontos "b" e "c" têm o mesmo potencial, portanto a fonte de
tensão está aplicada diretamente na bobina secundária com número de espiras N,. Con-
seqüentemente, este ensaio é idêntico ao da figura 4.29.2, isto é, do transformador comum,
dando a mesma impedância de curto-circuito. Assim,
103
• + +
Ns 'i/s
'ils (auto) = Vp + Vs
+ •
Yp(outo)=Vp Np
.
.
z.p(auto) = tV:' = z.p ( 4.29.6)
+ -----...... •• .-----llw.W.::ll------+
• • Np Np+N1
V'p(auto) =V'p V5 (auto)• Vp+ Vs
O ensaio de curto-circuito pelo lado primário não será demonstrado, mas o valor
obtido será o mesmo, transferindo a impedância :i.P para o lado primário, como indicado na
figura 4.29.9.
Zps (auto)
••
p--t:~WA---N-p....., ~;~o)=Vp+~
:·p-(o-u-to_)_=V-.
(4.29.7)
2 2
• N, ( NP · ) • ( N, ) ( Np) 2 •
Zp•(auto) = N. Np +
N. z.P = Np + N. N. z.p
2
.
Zauto ( pu)
=(_!:!!__).ir
Np+ N5
(pu)
. _ Zap(auto) _ Zpa(auto)
Z auto(pu) - v> - ~·2 (4.29.9)
~~
S(auto)bou: S(auto)bou
Como:
2
.
Zauto(pu}
( /\·~
= /\'p + '\"
)
2
~
z.p =
( N
N.
+N
) .
Zps(pu}
.t s S(ba&e) p s
Sbrue
2 2
. ( .!\·. ) . ( Ns ) •
Za,,to(pu} = Np ...,... N. Zsp(pu) = Np + N. Zps(pu)
Exemplo 4.29.1:
A placa de um transformador monofásico é de lMllA. 23k1l/13, SkV com ZT = 5%.
= ZT(pu}
z =o 05 (23k)2
Zps · Zbosedo/adode23kV ps ' lM
107
= ZT(pu)Zbasedoladodel3.8kV :.
z =Ü 05(13,8k)2
Zsp sp ' lM
Zsp = 9, 522!1
~ = ___!i_ =
23
k = o, 625
Np + N, y;, -t- i~ 36. 8k
~sp(auto) = 3, 72!1
108 CAPíTULO 4. TRANSFORMADOR
Zauto(pu) = O, 00703pu
ou
Zauto = O. 703%
Capítulo 5
Linha de Transmissão
5.1 Introdução
A Linha de Transmissão é o elemento do sistema elétrico que transporta toda a
energia gerada nas usinas até os pontos de consumo. O Gerador Síncrono e o Transformador
Elétrico são compactos em relação à dimensão do sistema elétrico e, devido a este fato, estão
protegidos e vigiados dentro da propriedade da empresa exploradora do serviço, estando,
portanto, sujeitos a menores riscos e depredações. Já a linha de transmissão, cobrindo
extensivamente todo o sistema, fica exposta a toda sorte de riscos. Riscos estes provenientes
de condições isoladas ou combinadas que podem ser:
• intempéries;
• descarga atmosférica;
• vento;
• poluição industrial;
• animais;
• umidade;
• salinidade;
• queimadas;
• temperatura;
• árvores;
109
110 CAPíTULO 5. LINHA DE TRANSMISSÃO
• atos de vandalismo;
• outros.
(5.2.1)
111
~
Início
t
Fim
:~.
o
Ía1 Íc1 ib,
b
e
?t ~ ~· Ib1
~ ~Ct Ia1
a
r----------,
1 1
Figura 5.2.3: Circuito Equivalente por Fase da Seqüência Positiva da Linha de Transmissão
é idêntico para qualquer seqüência de fase balanceada. Deste modo, a impedância, por fase,
de seqüência negativa, é a mesma da seqüência positiva.
(5.3.1)
O circuito equivalente, por fase, de seqüência negativa da linha de transmissão é o
apresentado na figura 5.3.1.
r-----------.., 1
1
1 Neutro :Terra 1
L-------------_J
Figura 5.3.1: Circuito Equivalente por Fase da Seqüência Negativa da Linha de Transmissão
Se a rede for de distribuição, a corrente de seqüência zero retorna pelo solo ou, se
for o caso, pelo cabo neutro.
Como as correntes de seqüência zero são iguais nas três fases da linha de transmissão,
elas geram fluxos magnéticos idênticos que se concatenam com o cabo de cobertura e com o
solo sob a linha. Ver figura 5.4.1. .-
Í cabo de cobertura
Figura 5.4.1: Retorno de Corrente pelo Cabo de Cobertura e pela Terra sob a Linha de
Transmissão
Este fluxo magnético resultante é variável e induz no cabo de cobertura uma corrente
de reação, isto é, de retorno, indicada na figura 5.4.1.
Sendo o solo sob a linha de transmissão também condutor, é induzida uma corrente
de retorno que acompanha o traçado da linha, o que justifica a importância do conhecimento
da resistividade do solo sob a linha de transmissão. Como a linha é longa e percorre terrenos
com características distintas, uma resistividade média e representativa destes solos devP
ser obtida. Nem todo o fluxo magnético das três correntes de seqüência zero da linha dP
transmissão se concatena com o solo. Portanto, uma parcela de corrente dP seqüência zero fica
liberada e retorna pelo solo seguindo a menor distância do ponto de defeito à subestação.
Assim, esquematicamente, a corrente de seqüência zero dos três condutores da linha dt>
transmissão retorna por vários caminhos para fechar o circuito. Isto pode ficar caractPrizaclo
pela expressão 5.4.1.
3j01tnha :::::: icabode cobertura + jterra .s,)b a linha + iterra liberad11 (.').!.!;
Os diversos caminhos percorridos pelas correntPs de sPqüência zero podem sPr \·ist os
na figura .5.4.2, que mostra, por exemplo. uma linha de trnnsmissào qut> contorna llllli1
montanha até chegar a uma cidade.
114 CAPíTULO 5. LINHA DE TRANSMISSÃO
~Defeito
Cidade
~ "-'-':-\?-'.~~~\\\?'I
Montanha
. E
Zo=-.- (5.4.2)
lo
I>e um modo geral, a impedância total de seqüência zero da linha de transmissão
com cabo de cobertura, com retorno pela terra, tem o seu valor indicado na expressão 5.4.3.
115
Ío
Barra Barra
inicial final
'// 5' /// ;i:=//li:/I/?// ::=/ 1 '3//, ::': 11 E:/!/:?/// E:-///;='-/, i :E //l.?//I :S- I// :=///
SOLO
\... ,,,..'
------------------------
Figura 5.4.3: Medição da Impedância de Seqüência Zero da Linha de Transmissão
(5.4.3)
A impedância de seqüência zero do cabo de cobertura depende do material do cabo.
Atualmente, procura-se empregar condutor de melhor qualidade para haver maior retorno
da corrente de seqüência zero por este cabo, obtendo-se assim, menor corrente de retorno
pelo solo. Conseqüentemente, a dimensão da malha de terra da subestação pode ser reduzida
devido à menores tensões de toque e passo originadas pela corrente de retorno pelo solo.
Para diminuir a impedância, o cabo de cobertura deve ser aterrado ao longo da linha
de transmissão. Esta prática, no entanto, impossibilita a transmissão de sinais via Carrier
por este cabo.
A transmissão de sinais via Carrier está obsoleta, e modernamente utiliza-se como
cabo de cobertura, um condutor coaxial com um fio de fibra ótica. O cabo metálico conduz
a corrente de retorno do curto-circuito, ou a corrente de surto da indução ou de descarga at-
mosférica, sendo o fio de fibra ótica usado para a transmissão de sinais de telefonia, medição,
controle e proteção. Apenas como ilustração, mostrando a vantagem do cabo pára-raios com
fibras óticas, por exemplo o cabo tipo OPGW(OPTICAL GROUND WIRES). tem 18 pares
de fibras óticas, podendo trafegar em cada par 7560 canais, perfazendo um total de 136.080
canais de comunicação.
Capítulo 6
6.1 Introdução
Neste capítulo serão analisados os curto-circuitos equilibrados e desequilibrados nos
terminais do gerador síncrono.
Este estudo é importante porque todas as conclusões aqui obtidas serão estendidas
ao sistema elétrico de potência. Isto poderá ser feito devido ao fato de ser o gerador síncrono
o único elemento ativo do sistema.
As conclusões obtidas para os terminais do gerador síncrono serão as mesmas para
o ponto de defeito do sistema elétrico.
As análises serão efetuadas no gerador síncrono, girando à vazio na velocidade
síncrona com tensões nominais nos seus terminais. Os curto-circuitos que serão estudados
são os seguintes:
117
118 CAPITULO 6. CUIITO-CIRCUITO NO GERADOR SíNCRONO
Cada enrolamento de armadura é representado por uma bobina em série com uma
fonte de tensão ideal, cuja tensão é igual à tensão fase-neutro do gerador síncrono sem carga,
isto é, com tensão nominal. As tensões de fase nos terminais do gerador síncrono estão
referenciadas ao potencial da terra.
Com os fechamentos adequados dos disjuntores, os curto-circuitos pretendidos serão
simulados, isto é:
• Curto-circuito 3</>, fecham-se os disjuntores a, b e e.
• Curto-circuito l</>-terra, fecha-se o disjuntor a.
sem efeito
/
!
1
Figura 6.3.1: Curto-Circuito Trifásico no Gerador Síncrono
(6.3.1)
A expressão 2.8.2, que representa a transformação dos fasores originais nos fasores
120 C.<\PfTULO 6. CURTO-CIRCUITO NO GERADOR SíNCRONO
(6.3.2)
iXo
Dos três circuitos, o único ativo é o modelo de seqüência positiva. Como era de se
esperar, o curto-circuito trifásico é equilibrado e só se considera o circuito equivalente da
seqüência positiva.
A corrente de seqüência positiva da fase "a" é obtida pela expressão 6.3.4.
(6.3.4)
Exemplo 6.3.l:
Um gerador síncrono de pólos salientes. com as bobinas da armadura ligada em Y
com característica de placa de 30MV .4, 13, Sk V, 60H z, está funcionando à vazio com tensões
nominais em seus terminais. A reatância sub-transitória do eixo direto é igual a O, 2pu e a
121
reatância de seqüência negativa vale O, 25pu. A reatância de seqüência zero vale O, 08pu. O
gerador síncrono está aterrado através de uma reatância de O, 09pu.
Para um curto-circuito trifásico nos seus terminais, calcular:
a) As correntes de seqüência.
O circuito equivalente por fase da seqüência positiva é o da figura 6.3.3.
+
j0,2
Ê0 = 1 /90° pu
. É. l~º
1
ª• = jX1 = j0,2
i. = 5LQ_o pu
1 0 =O i. = O
2 i.
b) As correntes verdadeiras.
A transformação das correntes de seqüência nas correntes verdadeiras é feita pela
expressão 2.9.1. Assim, tem-se:
i. = Ía 1 :. Ía = 5tfr0pu
Íb = à2 i., :. Íb = 5 /- 120°pu
Íc = àÍa 1 Íc = 5L'.!.~Jtpu
A corrente base é:
Sbase 30M
/base= ~ = ~ = 1255, IA
V 3Viase V 3 .13, 8k
Ía = 5LQº.1255, 1 :. Ía = 6275,5A
Íb = 5 /- 120°.1255, 1 Íb = 6275, 5 /- 120° A
Íc = 5L'.!1Q 0 .1255, 1 :. Íc = 6275, 5illQ0 A
122 CAPíTULO 6. CURTO-CIRCUITO NO GERADOR SíNCRONO
curto .
1fÍ - terra
/
t"·'
(b1_,'
-------
Figura 6.4.1: Curto-Circuito Monofásico a Terra no Gerador Síncrono
l~ =o
(6.4.1)
jb = ic =o
Usando a expressão 2.9.2, obtém-se
(6.4.2)
123
(6.4.3)
Pelos modelos individuais de seqüência do item 3.18, tem-se as seguintes equações:
Ya, = Êa 1 - jX1ia1
V.. 2 = -jX2ia 2
Somando-se as três equações anteriores e considerando 6.4.3, tem-se:
ia, ±02
No iºº
+ + iXo
+
iX1 jX2
Exemplo 6.4.1:
O gerador síncrono é o mesmo do Exemplo 6.3.1. O gerador síncrono está à rnzio
com tensão nominal nos seus terminais e ocorre um curto-circuito l<P-terra na fas<> ··a··.
Determinar:
124 CAPíTULO 6. CURTO-CIRCUITO !..-0 GERADOR SíNCRONO
Ía2 / iaa
r--U.l.ll..IL~----1..--......,Nap-,"'-llll..ll:Yr-~--~_..+_,nc
+
+ j0,20
- Ê0 • 1~pu
Neutra,:: Terra,
Terra.
j =j =j =
2
Éa = l /.]Jf
ª' ª ª0 J(0,20+0,25+0,08+0,27) j0.8
Ía = jª' = Ía = 1. 25ffi0 pu
1 0
1
base
=~ V3\-base
=~ V3 .13,. 8k
= 1255 ' lA
Ía = 3, 75 . 1255, 1 Ía = 4706,6A
e) a corrente que passa no neutro do gerador síncrono.
ÍN = 3Íao
ÍN =3 . 1, 25fJt. .. jN = 3, 75~pu ou ÍN = 4706, 6Llf A
d) a tensão do ponto neutro à terra.
V., 0
0
= -j(0,08 + 3. 0,09)ia 0 = -j0,35. 1,25L!!, = -j0,4375pu = 0,4375/- 90°pu
Va 1 = -i a Vao = -(Va + Va = -(0,3125/- 90° + 0,4375/- 90°)
1
2 - 2 0 )
i~oNo 0
= -jO.OSill-0 = -j0,08 .1.25& = -jO, lpu =O, 1/-90°pu
[~: l
\cN
=[ ~
1
ã2
vª =o
Íb = tí,N + V.v -terra = Íba + i·~ = Vba = - t~b
Vb = 9/ - 35. 5°kV
i~ = YcN - VN-terra = ~~a+\;~ = Voa
Í. =o
t;, =V,, (6.5.1)
jdic=O
A corrente de seqüência zero (Í00 ) é igual a zero porque o curto-circuito não envolve
a terra, isto é, não tem condições de fechar o circuito pela terra.
. 1 . 2 •
la, = 3(0 + ãlb - ã h)
1.ai -- !i('
3
a - a'2) (6.5.2)
j jb(. . )2
- a2=3a-a (6.5.3)
Comparando as expressões 6.5.2 e 6.5.3, obtém-se
ia1 = -Ía2 (6.5.4)
Usando a expressão 2.8.2, pode-se analisar as tensões de seqüência, isto é:
(6.5.5)
128 CAPITULO 6. CURTO-CIRCUITO NO GERADOR SíNCRONO
. 1 . . 2 •
Va 1 = 3(Va + âV,, + â V,,)
.
Va 1 =31 [.Va+(â+â 2 )V,,· 1 (6.5.6)
. 1 . 2 • •
Va 2 = 3(Va + â V,,+ âV,,)
vª, =~[Vi+ (â 2
+ â)V,,] (6.5.7)
(6.5.8)
Por coerência, o circuito equivalente de seqüência zero foi apresentado na figura 6.5.2,
mas pode ser simplesmente eliminado. Mesmo assim, a seqüência zero produz resultados
interessantes, apresentados a seguir.
Pela expressão 6.5.5, tem-se
(6.5.9)
Portanto,
1 . .
O= '3(Va + 2V,,)
vª = -2V,, (6.5.10)
129
Exemplo 6.5.1:
O gerador síncrono tem as mesmas características do exemplo 6.3.1. O gerador está
girando à vazio com tensão nominal nos seus terminais e ocorre um curto-circuito bifásico
na fase b e c. Determinar:
a) as correntes de seqüências.
Os modelos de seqüéncia positiva e negativa são ligados em paralelo. Ver figura
6.5.3.
+ +
j0,25
1. 1 - _j 2 - 1~ = _j_
ª - ª - jO, 20 + jO, 25 jO, 45
t, = -t 2 = 2, 22pu
Ía =O
0
Do Apêndice C, tem-se
jb = 3, 845 / - 90°pu
jb = 4825,85/- 90°A
t = _ jb = 4825, 85l2.Q.º A
e) a corrente que passa pelo neutro do gerador síncrono
i1a0 =O
i a, = l::, = -j0.25t = -j0,25(-2,22) =j0,555pu
1
2
T°r
Vb
i-~ = ---
= -2 8, 813l.aQº "9"QIÜkT/
- - = 4,4~lv~ •
n - /
2
131
//
Vo~:
/ vb ±Terra
~ / __________.~e
~
Figura 6.6.1: Curto-Circuito Bifásico à Terra no Gerador Síncrono
As condições do defeito curto-circuito bifásico à terra são:
i. =o
~i>i~=O
Substituindo na expressão 2.8.2, tem-se
[ t.
l
(~o 1 [
\ ª' = -
3
1 :
1 a
1 0,2
132 CAPiTULO 6. CURTO-CIRCUITO NO GERADOR SíNCRONO
(6.6.2)
L !_
(6.6.3)
(6.6.4)
Exemplo 6.6.1:
O gerador síncrono é o mesmo do exemplo 6.3.1.. Ele está girando a vazio com
tensão nominal nos seus terminais e ocorre um curto-circuito bifásico à terra nas fases b e
e. Determinar:
a) as correntes de seqüência.
Os modelos são conectados em paralelo. Ver figura 6.6.3.
As reatãncias de seqüência zero estão em série, resultando o esquema da figura 6.6.4.
A figura 6.6.5 apresenta a redução das duas reatâncias em paralelo.
1. liB.Q.º - __j _ - 2 1 u
ª 1 = jO, 20 + jO. 1458 - jO, 3458 - ' 89 Sp
133
j0,35
-ia, = jO, 35 ia
jO, 25 + jO, 35 1
jN = jterra = Úa = 3 · 1. 205Llfil>0 pu
0
0
jterra = 3. 615Ílfü)0 pu = 4537.18l_W. A
e) a tensão do neutro à terra.
t=O
Íb = Ía 0 + à 2 ia, + Úa 2
jb = 1. 205Llfillº + 1 / - 120° . 2. 8918 + 1ÍJ1&0 . 1. 6868{llQº
jb = -1, 205 + 2, 8918/ - 120° - 1, 6868LflQº
jb = 4, 3577 / - 114, 5°pu = 5469. 34 / - 114, 5° A
jb + jc = jterra
Íc = jterra - Íb = 4537, 18Ílfill.
0
- 5469,34~0
Íc = 5469, 75/114, 5º A
e) as tensões de seqüências
Í'ª = 10,07/:EJlºkV
g) as tensões nas fases do gerador síncrono.
135
VaN = Va - ~'l\"-terra
VaN = 10.07LJ!Q0 - 2,591Lfil[> = 7,479LJl!tkV
6. 7 Consideraçõe s Finais
O estudo aqui abordado foi relativo à curto-circuitos nos terminais do gerador
síncrono girando à vazio na veiocidade síncrona. com tensões nominais em seus terminais.
As condições são as mesmas sob qualquer tensão nos terminais, desde que seja
respeitada a faixa limitativa do gerador síncrono.
As impedâncias de um sistema elétrico radial poderão ser incorporadas na reatância
interna do gerador síncrono e os curto-circuitos poderão ser calculados, conforme proposta
apresentada neste capítulo.
No gerador síncrono de rotor cilíndrico a corrente de curto-circuito bifásico é sempre
0,866Icc3.P, isto porque X 1 = X 2 • No sistema elétrico em anel. o cálculo do curto-circuito é
mais complexo, e será o assunto específico do capítulo 7.
Capítulo 7
7.1 Introdução
Este capítulo destina-se ao estudo do curto-circuito no sistema elétrico. A análise
aqui desenvolvida é geral, sendo aplicada a sistema elétrico em anel e radial.
As correntes de curto-circuito serão calculadas fazendo-se uma extensão da análise
apresentada no capítulo anterior. No ponto do defeito, isto é, do curto-circuito, sempre é
possível obter o circuito equivalente de Thevénin, ficando o circuito idêntico ao do gerador
síncrono operando à vazio com o mesmo curto nos seus terminais.
Deste modo, a corrente de curto-circuito poderá ser obtida com facilidade. As
correntes nos outros trechos do sistema são obtidas fazendo o retrocesso no circuito, obtendo-
se as correntes que contribuem com o defeito, em vários pontos da rede elétrica.
Apesar do defeito ser indesejável, o curto-circuito sempre ocorre em pontos aleatórios
da rede elétrica. Se os curto-circuitos não forem rapidamente elirrúnados, os danos nos
equipamentos que integram a rede elétrica poderão ser elevados.
Portanto, as correntes de curto-circuitos deverão ser conhecidas em todo o sistema
elétrico para todos os possíveis defeitos.
O conhecimento da corrente de curto-circuito atende a diversos objetivos impor-
tantes, relacionados a seguir:
137
138 CAPíTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO
• outros.
a) Problemas de Isolação
As tensões nos condutores do sistema são eievadas, conseqüentemente. rupturas para
a terra ou entre cabos poderá ocorrer por diversos motivos:
• problemas de fabricação;
b) Problemas Mecânicos
São os oriundos da natureza e que provocam ação mecânica no sistema elétrico:
• ação do vento.
• neve.
• contaminação.
• árvores, etc.
139
e) Problemas Elétricos
São os problemas elétricos intrínsecos da natureza ou os devidos à operação do
sistema:
• descargas atmosféricas diretas ou indiretas.
,, • 7
• surtos de chaveamento (manobra)
• sobretensão no sistema.
e) Problemas de Manutenção
• substituição inadequada de peças e equipamentos.
• P.essoal não treinado e qualificado.
• queimadas
• inundações
• desmoronamen tos
Setor do
Curto-Circuito 1
Sistema Elétrico
Geração 06%
Subestação 05%
1
Linhas de Transmissão 1 89%
Pela própria natureza do sistema de energia elétrica. o setor mais vulnerável à falha
é a linha de transmissão. Isto porque ela percorre o país de ponta a ponta, passando por
diversos lugares, com terrenos e climas distintos.
Os elementos das linhas de transmissão, isto é, as ferragens. cabos. estruturas. estão
dispostos em série. diminuindo consideravelmente a sua confiabilidade.
A rede de distribuição também contribui com falhas. mas os seus curto-circuitos não
colocam tanto em risco o sistema elétrico como os curtos na linha de transmissão.
Tipos de Ocorrências
Curtos-Circuitos em%
3</; 06
2</; 15
2</;-terra 16
1 <j>-terra 63
• chuva
• salinidade
• galhos de árvores
• pássaros
• vento
• neve
/
Isolador
Arco / ~
elétrico 1
~·\
Pino
i
Figura 7.6.1: Flashover no Isolador
·1 Curtos-Circuitos Ocorrências
10-t.erra em%
1 Permanente 04
1 Temporários 96
circuitos de seqüências
Ia,Ib,Ic--+ correntes nas ! 0 , h. Ic - t correntes que fluem
fases a, b e e durante o do sistema para o defeito no
defeito local do defeito
Para estabelecer, com maior fundamento o significado das correntes jª' jb e jc,
que fluem do sistema para o defeito. de modo a fazer a correspondência, isto é, as mesmas
características de defeitos do gerador síncrono à vazio, são apresentadas as tensões e correntes
no local do defeito conforme figura 7.8.l.
No local da ocorrência do curto-circuito, usa-se o artifício de construir uma pequena
linha ideal, isto é, sem impedância. As correntes que fluem do sistema para o defeito são as
correntes desta linha imaginária.
Observe-se que para a linha imaginária da figura 7.8.1, o sistema está operando à
vazio, isto é, sem carga.
As tensões V,,, Vi, e Vc são as tensões desta linha à terra.
144 CAPíTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO
Loca 1 do defeito
Linha
de
} transmissão
•
Sequência
positiva da
sistema
elé !rico
a) Curto-Circuito l,P-terra
Basta fazer a conexão na figura 7.8.1 da fase "a" com a terra, obtendo-se a figu-
ra 7.8.3.
145
Local do defeito
e
jb = t =o
vª =o
Estas são as mesmas condições apresentadas· no item 6.4, portanto, os circuitos
equivalentes de Thévenin das seqüências positiva:, negativa e zero, no local do defeito, deverão
ser conectados em série. A conexão, em série, dos circuitos equivalentes de Thévenin por
fase, está apresentada na figura i.8.4.
Local do defeito
e
jb = jc = Ü
V.= o
Estas são as mesmas condições apresentadas· no item 6.4, portanto, os circuitos
equivalentes de Thévenin das seqüências positiva", negativa e zero, no local do defeito, deverão
ser conectados em série. A conexão, em série, dos circuitos equivalentes de Thévenin por
fase, está apresentada na figura 7.8.4.
ja =Ü
146 CAPíTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO
.---------.ia,
+
Sequência po1itivo
Local do defeito
e
Local do defeito
i. =o
Estas condições são similares às apresentadas no item 6.6, e os modelos dos circuitos
equivalentes de Thévenin, no ponto de defeito, são conectados em paralelo. Figura 7.8.8.
- - - - - - - . Ía,
,+
Sequência positiva Sequência negativa v02 + Sequência Zero
Voo
d) Curto-Circuito 3dl.
É o curto onde todas as correntes são equilibradas, portanto, não há diferença no
curto-circuito 3</> e 3</>-terra. Ver figura 7.8.9.
e e
b b
o a
Íc
Estas são as mesmas do item 6.3 do capítulo 6, indicando que os modelos de seqüência
positiva, negativa e zero estão curto-circuitados.
Como os circuitos equivalentes de seqüência negativa e zero são passivos. só há
necessidade de apresentar o circuito de seqüência positiva. Ver figura 7.8.10.
Sequência positiva
7.9 Cargas
As. correntes de curto-circuito calculadas no item anterior são somente a contri-
buição das correntes quando se considera o sistema elétrico operando a vazio, isto é. sem
carga. Como, na realidade. o sistema está sempre operando com carga, o curto-circuito
nesta situação deve ser considerado. Assim, para se obter as condições iniciais das correntes
verdadeiras de curto-circuito no sistema operando com carga e sob defeito, deve-se fazer a
superposição do sistema operando normalmente com carga com o sistema com defeito mas
sem carga.
Observe-se que a superposição só é válida se os dois sistemas (circuitos) forem iguais,
isto é, o sistema elétrico é o mesmo, com carga e sob curto-circuito.
As correntes nos diversos trechos do sistema elétrico são calculadas através do pro-
grama de fluxo de carga (Load Flow). Note-se que o cálculo do fluxo de carga deverá ser feito
com as reatâncias internas dos geradores e motores síncronos correspondentes as do período
sub-transitório, isto é, x~. No entanto, como a contribuição da reatância sub-transitória
frente às reatâncias do sistema juntamente com a impedância da carga é muito pequena, nã.o
se comete erro considerando a reatância síncrona dos geradores e motores síncronos no fluxo
da carga normal.
Junto com a solução do fluxo de carga. que é uma prática rotineira das empresas
de energia elétrica. oiJtém-se também, o valor de Éa,, isto é, da tensão em relação à terra
(neutro) no local do defeito. Esta tensão Éa, será transformada em puna base correspondente
;)0 CAPíTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO
ao nível de tensão do local do defeito. Ea, será a tensão de Thévenin, ou seja, a tensão da
fonte ideal do circuito equivalente da seqüência positiva do sistema elétrico. Dependendo do
tipo de defeito, os modelos de seqüência positiva, negativa e zero serão conectados como já
visto, e as correntes de curto-circuitos do sistema sem carga serão calculadas.
Em um mesmo ponto do sistema eléti.ico, fazendo-se a superposição das correntes
de carga com a corrente de curto-circuito do sistema sem carga, obtém-se a corrente ver-
dadeira de curto-circuito do sistema elétrico com carga. A expressão 7.9.1 elucida bem a
superposição.
jverdadeira do .sistema com carga sob defeito = Ícarga aem defeito+ jdefeito aem carga (7.9.1)
Ídefeito
Exemplo 7.10.1:
O sistema elétrico da figura 7.10.1 opera sem carga. Para um curto-circuito l<,i>-terra
na fase "a" da barra "c", calcular as correntes de curto-circuito considerando o transformador
de núcleo envolvente e envolvido.
o b
l130~YR-
13,SKV
x 1 LT=15,S7n
XoL T= 47,61.!l
+
1/90º pu
bo Co
ºº
j0,05 j0,10 j0,3 Í 00
\'.!ao
Pode-se constatar pela figura 7.10.2, que o circuito está aberto devido ao bloqueio
da seqüência zero no transformador. Isto é:
+
"ºº
. . .1
lLJill.o
I,,. = I,,. = ª 2 = j0,15+j0,l +jO,l +j0,2+j0,l +jO,l +j0,5+j0,3
t. = t 1 = i,, 2 = O, 645lpu
ia = 1, 9353pu
154 CAPíTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO
30M
]base = vÍJ.
69
k = 251, 02A
ia= 485,SA
Note que a corrente de curto é pequena. apenas 93% maior que a corrente de pleno
carregamento do circuito. mas já suficiente para fazer operar a proteção de neutro do religador
ou do relé.
Este exemplo mostra claramente a influência do tipo de núcleo do transformador
nas correntes de curto-circuito do sistema de energia elétrica.
Exemplo 7.10.2:
O sistema de energia elétrica tem o diagrama unifilar apresentado na figura 7.10.4
tOMVA
13,BKV
T3H-B
y x 1=12%
x21s%
Y6 Xõ5%
15MVA
138/13,2KV
x 1LT=90.ll
xr;12%
x 0• 2100
r2 f ~
x 1LT 400
Ç(~
H-B v}n
xºLT=1son 20MVA
20MVA
18KV
138/1BKV x =13%
1
xr;'ºº'•
x2•t8%
Xoª4%
J0,36
+ +
Seqüência Positiva
Observe-se que a impedância em puda linha de transmissão "bc" foi dividida em duas partes,
uma com 703 e a outra com 30%.
Como antes do defeito o sistema estava operando a vazio, as três fontes de tensão
da figura 7 .10.5 estão em fase e pode-se aplicar o teorema de deslocamento de fontes. As-
sim, as três fontes ficam reduzidas a uma única fonte de tensão, conforme recomendado na
tabela 7.8.1. Efetuando o deslocamento de fontes origina-se a figura 7.10.6.
Topologicamente o diagrama de impedância da seqüência negativa é o mesmo da
seqüência positiva, mas os valores em pu das reatâncias dos geradores e motores são dife-
rentes. O diagrama de impedância da seqüência negativa, com os valores em pu na base
recomendada no item 1.17, está na figura 7.10.7.
156 CAPíTULO í. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO
º1 ±.,,bc e,
t---Jl.l~,....---~~--<----Jl.ll.llll;~~~~~--,&ll.J:~d,
J0,15 J0,078 b1 J0,!90 + J0,0387
J0,36
•1
j0,137
"'º1
Seqüência Positiva
j0,178
dz
)0,20 j0,078 J0,0903 j0,0387 j0,219
J0,48
j0,057
ez
Seqüência .[';°egativa J0,137
lio2
f2
j0,247
O circuito equivalente por fase de seqüência zero, deve ser feito considerando as
conexões dos enrolamentos dos transformadores de núcleo envolvente de acordo com a Ta-
bela 4.18.l. Os valores das reatâncias de seqüência zero já transformadas em pu, estão na
figura 7.10.8.
Íaa
no bo do
ºº
JO,t~
j0,1~7x 3=j0,47t
Seqüência Zero
>;too
j0,219
'2 d2
Ía 2 M
j0,057 J0,48
j0,137
jozG2
'2
)0,247
ioo
•o Ío 0 bc '•
noGi
bo J0,2114 j0,0906 )0,219 1::M
)0,471 i 00 T1
Seciüênc10 ztro
j0,23
•o
f""
j0,137 t noM
~ºº
fo
J0,0~4
IooGz
j0,507
Série
Figur a 7.10.9: l\fodelos Conectados em
159
Io1bc e,
+
j0,3183
Vo1
t j0,372
jO . .j79
= t/90ºpu
Ía 2 bc C2
+ j0,0387 Ía2M
j0,3683 j0,441
vª2 j0,6
Íaobc
+
j0,2894 Voa j 1,0186
j0,3183
jO, 2265
j0,3683
~o j0,2253
I 01 bc ia,
+
jo,3183 .!
Vo1
jO, 2652
--E = 01 1/90° pu
±02bc ±02
j0,3683 va 2 j0,3091
Íoo
j0,2253
voo
. . . llru!º llfill.?
Iao =Ia, = Ia, = jO, 1447 + jO, 1680 + jO, 2253 = jO, 5380
i. = 5. 576lpu
t 2 ., = O. 848lpu
. - jl.0186 j - jl.0186.1,8587
1
ªº•' - j0,2894+jl,0186 ªº - j0,2894+jl,0186
As correntes em pu nas três fases da linha de transmissão do trecho "bc" são obtidas
aplicando a expressão matricial 2.9.l.
à1
á2
l[ l
o.1. 8448
44 75
o. 8481
Resolvendo. obtém-se:
t., = 3.1404pu
165
fase e
fase e
fase
fase b
tose o
Ia(bcl• 377. OI A
borro b
a1
a2
l[ o.o 8448Ll!t'.
o. 8481 l - 30°
l
Assim
167
A corrente verdadeira é:
168 CAPíTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO
g) Calcular a corrente que sobe pelo terra do transformador T2 pelo lado da AT.
Esta corrente é o complemento da corrente que sobe pelo terra do transformador T1 ,
isto é:
A corrente Ía. 002 está indicada na figura 7.10.9 e 7.10.10. Pela figura 7.10.10, tem-se:
J - ~ -
3
0M =920,32A
basea, - J3Viasea - J3 .18, 82k
2
· jO 441 · · jO 441
Ia2M = ·o 441 '+ ·o 699(1ª2 - Jª2bJ = ·o 441 '+ ·o 699(1,8587 - 0,8481)
J ' J ' J ' J '
jaoM =o
Substituindo as correntes de seqüência na expressão matricial 2.9.1
tM
[ ~bM
]CM
l [ l[
= 12 â
11 â
1 â â2
1 00, 3966 ~
0,3909 I - 30º
l
Sbase 30M
ÍbaseM =~
y3VbaseM
=~
y3.13,8k
= 1255, lA
170 CAPíTULO i. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO
tM = 855,98A
ÍcM = 855,98~A
1
â
â2
l[ l
O, 4112
0,6173
o, 6197
~~ i "1
~ . iilf.
,. ~
~-ô
•
00 <
~
~ Q
xi
:-
~N
!&';..
~
- ~-
148.093A
1\
<!-:\
! \
/
1
,'
'1
4
1
-f--t:.....~_ _............,'--} i}
1
1
< I
..,. I
g ,'
~lo{
1
:::
~
d \
u - 1
;
~ I
.: "'"' 1:
173
b) Falta l<P-Terra
É o caso da impedância de defeito Zd. entre o condutor e a terra. Ver figura 7.11.3.
Há duas maneiras de resolver o presente problema:
Primeira Maneira:
174 CAFtTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO
y ... a
equivalente
a
_--barra fictícao
b Curto30~
Figura 7.11.1: Impedância de Defeito no Curto-Circuito 34>
Sequência positivo Zd
do
sistema elétrico
Usando o primeiro esquema da figura 7.11.3, pode-se supor que a impedância Zd foi
deslocada e inserida no neutro do gerador ou transformador. Assim, somente a seqüência
zero veria esta impedância, que no modelo de seqüência zero aparece com valor 3Zd.
Segunda Maneira:
Usando a barra fictícia, como mostra o segundo esquema da figura 7.11.3.
Levando o sistema até a barra fictícia, a impedância do defeito Zd é inserida no
modelo de seqüência positiva. negativa e zero. Corno no curto l<P-terra, os três modelos são
ligados em série e a impedância aparece com o valor 3Zd· Ver figura 7.11.4.
175
c--------------
...
b --------------- b
o
equivalente
___ borro
fictício
e) Falta 2</>
Falta 2ef> com a impedância de defeito :id conectada entre as duas fases em curto. A
figura 7.11.5 mostra a impedância de defeito juntamente com a sua linha imaginária.
Levando o sistema equivalente no ponto de defeito até a barra fictícia, a impedância
+ será inserida no modelo de seqüência positiva e também no modelo de seqüência negativa.
No curto-circuito 2</> os dois modelos de seqüência são conectados em paralelo. No
caso particular, no entanto, ficam em série porque a seqüência zero não tem influência
devido ao fato de o defeito não envolver a Terra. Assim, na conexão dos modelos, as duas
impedâncias + somadas darão apenas :id, como mostra a figura 7.11.6.
176 CA.PfTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA. ELÉTRICO
...
b
equivalente
__ borro
fictício
Zd
+
Sequê~cia paaitiva V01 Sequência negativa
Zd
...
equivalente
- borro
fictício
Íoo
Sequência positiva
.+
Voo
Neste caso, considera-se impedância de defeito entre as duas fases e também entre
o local de defeito e a terra. Ver figura í.11.9.
178 CAPíTULO 7.. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO
b
o -------------
b
e quivolente
.tt
2
- - borro fictício
it
Íao
+ + +
Sequência positiva Sequência negativa Sequência zero
Ícurto
arco elétrico
///~//(';éj':
solo
O efeito do arco elétrico não é mais drástico porque, devido à formação de bolhas df'
material fundente, ao ar ionizado e à ação das forças eletromagnéticas. o arco tem tendência
a se mover, dissipando e distribuindo o seu efeito.
O arco elétrico é praticamente resistivo e o valor de sua resistência poderá ser m-
corporada aos modelos de seqüência de acordo com as recomendações do item 7.11.
A resistência do arco elétrico pode ser calcuiada pela fórmula ciP Warrington md1cada
na expressão 7.12.1.
28707 . L [rll. (7.12.l)
Rarco elétrico = ~ .
Onde:
180 CA.PíTULO 7. CURTO-CIRCUITO NO SISTEMA ELÉTRICO
Nas redes de distribuição, quando o condutor fase cai sobre areia silicosa, o calor do
arco elétrico funde a areia e, com o desligamento da rede pelo religador, o material fundido se
solidifica, formando uma camada vitrificada que adere ao condutor. Esta camada vitrificada
é isolante e. com a energização (religamento), o sistema volta a operar como se não existisse
nenhum defeito. Esta é uma situação crítica, que abala os técnicos do setor de distribuição.
• tem impedância muito baixa nos defeitos que envolvem a terra. isto é, usufrui da
característica do sistema aterrado.
Ío
io
-~
•
Ío 3Í 0
jxo
terro 0
e
b
a
e
b
o
--z_ sensor de
sequência zero
jx = ja + jb + jc (7.14.1)
Usando a expressão 2.9.1, isto é:
como
1 +a+ a2 =o
(7.14.2)
Conclusão
O relé conectado a 3 TC's em paralelo, verá apenas as correntes de seqüência zero
provenientes do circuito, isto é, o ramo do circuito do relé é um sensor de terra ou do fio
neutro.
lerciÓr10
- a
b O----r--- en:r~::o~!nto
enro~~~"J3riÕ
-----+-
eo- --+----o_ e
.ruli.l
1 1
·-·
1 1
1 1
-+ >;'X
Vx=Va+"Vi,+ilc (7.15.1)
Utilizando a expressão matricial, tem-se
(7.15.2)
Esta tensão 3Í~ 0 é usada principalmente para polarizar relés direcionais de neutro.
M1
20MVA
12,5KV
f
Xo=250.Cl x,=x 2 =20%
G K Tt l m T2
XLT=eo.n Xo • 5%
j
2n
fQ:+HI
DQ 13,SKV
1=x 2 =15°/o
X • 53 13,2/t15KV
-=-
~o
1121-1
1
.,Ç'(6 M2
115/t3,2KV 10MVA
.,. o 35 MVA
35MVA 12,5KV
X•10%
X=t0% y x 1=x2=20%
Xo= 5%
o~ <
..."'
<
o
"'
;;;
º• ...,<
t"' 11,
\
1
....."'
<
I
<
p
"'"' /
"' 1<'
\
\
<
~ t 1
1/
<
o
"'"'
"'
Curto-Circuito em Sistemas de
Distribuição de Energia Elétrica
8.1 Introdução
O sistema de distribuição de energia elétrica forma uma verdadeira árvore para
poder entregar energia a cada consumidor.
O sistema mais simples. mais barato e menos eficiente é. sem dúvida. o sistema
radial. Neste sistema a energia elétrica flui num só sentido. isto é. da fonte para o consumidor.
O sistema mais sofisticado é o anel. cuja característica é suprir o consumidor com
mais de uma alternativa. de modo a manter a continuidade de serviços.
Os curto-circuitos no sistema em anel e radial são calculados pelas técnicas apresen-
tadas nos capítulos anteriores.
O sistema radial apresenta características específicas. sendo possível deduzir ex-
pressões próprias, válidas somente para este sistema. Neste caso, o cálculo da corrente de
curto-circuito é simples. bastando para tanto. obter-se o circuito equivalente de Thévenin.
com a impedância acumulada desde a geração até o ponto de defeito.
189
190CAPíTULO 8. CURTO-CIRCUITO EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
Rede
:'/
MALHA
(8.4.1)
Assim
como
tem-se
Em módulo
(8.4.2)
l92CAPíTULO 8. CURTO-CIRCUITO EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
z, i2
Ía1 + +
Ía2
1~ Vo 1 vº2
. 1
1
ª' = 2.i1
t2 = -t,
Pela matriz transformação 2.9.1, tem-se
[kul
t =o
ib = i . o+ â 2 t, - ãL, (8.5.1)
Pelo Apêndice C, tem-se que
HJ3
a2 - a = J3 / - goº
I _ J3 ~
b - 2 . IZ1I
Não há necessidade de especificar a fase em curto-circuito. Comparando com a
expressão 8.4.2, chega-se à expressão 8.5.2.
+ +
onde:
. 3
Ia=-.--.-
2Z1 + Zo
Sem especificar a fase. o módulo da corrente de curto-circuito lqi - terra é:
3
fccl<t>-terra = - . -- . - • hase (8.6.1)
l2Z1 + Zol
+
z,
1/0ºpu
r\
I\
l,G
~
\
1
! 1
\
I\
~
l~
Q \
1
"' f\.
1,2
\
""- N
'·' 1--.......__ r--__
-r----_ -
a,oººººIÔ ~
O&r>Pl'lN-
m,.. Cô .n "',.;
RELAÇAO X/R
-- 1
225KVA
2Km
13,SKV
5Km 75KVA
SE
3# 4/0(1/0)CA
500KVA
E 3#3/0(2)CA
"'
3# 1/0 (4 )CU
--~~--K--m~~~~-<e(]150KVA
3 4
300KVA
Os trechos dos alimentadores são com bitolas e materiais diferentes, apenas para dar
maior diversidade no procedimento de cálculo. A impedância equivalente do sistema elétrico
até o ponto da subestação é de:
Os parâmetros dos condutores estão nas Tabelas do Apêndice D. no final deste livro.
Para obter as correntes de curto-circuitos nos pontos enumerados, basta acumular
a impedância do trecho considerado com a impedância equivalente do sistema, isto é:
. . n
Z1cabo4/0 = Z2 = 0,297 + j0.424[km)
. n
Zocabo4/0(l/O) = 0,685 + jl,323[km)
Z \'b~se (13,8k)2
base = Sbase = lOOM = 1, 9044 íl
. 3,42.S+j6,615 •.•
Zo(trcchoSE-l) = 1.
9044
= l,7984u+J3,473J5 [pu]
1
fcc3ç,pon<ol = 1Zi (ponto l) 1 · hase (8.10.1)
Sbase lOOM
hª" = ~ = ~ =4183,69A
v3hase v3.13,8k
199
fcc3<Ppontol =
2
,
1 ~ 689 · 4183, 69 = 1904, 36 A
fcc3</Jpontol = 190-L 36 A
V3 V3
fcc2<Pponto1 = 2 fcc3</Jponto1 = 2 . 1904, 36
lcc2<Ppontol = 16·19. 22 A
4183 69
fcclef>-terrapontol = j 2(1. 07975 + jl. 91320/+ 2, 59845 + ]4, 67355) j . '
fcclrp-terraponto 1 = 1288, 4 7 A
fccld>-terrapontol = 462, 72 A
X1 = 1. 9132 = 1. 7718
R1 1, 07975
F.A. = 1. 07
Ponto 1
1 1
1
fcc3d>
[A] !
fcc2d>
[A]
1 fccl[Ãt"ª Jcc 14>-tcrra M;nimo
[A]
1
~
:________, i.• R+ jX •ZLr_
Onde:
, . . . { Indutiva [íl]
X reatanc1a e 1etnca . ["]
e apacitiva H
v = z. j
s = v . i· = s&
201
202 APÊNDICE A. EQUAÇÕES BASICAS DE CIRCUITO ELÉTRICO
S = ( Z . i) . j· = Z . 12 = (R + j X) . 1 2 = R . 12 + j X . 12
S= R .1 2
+j 2
X .1 = P +jQ
P = R.1 2
Q =X .1 2
-~ = v ~·z· = vz·.v· = ".'z·2
A admitância é definida por:
}'=l=YL.d..
z
. 1 R . X
y = R + jX = R2 +X2 - J R2 + X 2 =G - jB
G condutância (Siemens)
B -+ susceptância (Siemens)
Y admitância (Siemens)
••
equivalente
borro 30 V
1~3+P+jQ • •
equivalente
i
V
Vjcue = y'3"
S/aae = Z fJaae
J _ Sfase _ __§_ _ v'J" §_
Jaae - Vfa•e - 3 :lJ - 3 V
~
3
= z (v'3J" §_)2
V
zs2
= 3V 2 Z
. = v25 S. = v2S (P + jQ)
2 2
. v2 v2
z = R + jX = s2 p +j 52 Q
Uma carga 3<,6 pode ser representada por uma carga em Y. Deste modo temos a
representação por fase, útil na modelagem do sistema em pu.
Apêndice B
Transformação ~ +-+ Y
B.1 Transformação 6 ~ Y
Um elemento ou carga ligada em D,. pode ser convertida em Y, ou vice-versa, desde
que nenhuma mudança seja percebida pela alimentação.
A figura B.l mostra as conexões.
A A
equivalente
• •
e e
B B
205
206 APÊNDICE B. TRANSFORMAÇÃO 6 - Y
(B.1.2)
(B.1.3)
.i _ ZA + .iB + Zc (B.1.9)
AB - Zc
z _ZA + ZBZA + Zc
BC -
(B.1.10)
(B.1.11)
Apêndice C
Operador â
C.1 Operador à
O operador â é um número complexo com módulo unitário e ângulo de 120°. Isto é:
â=l~ (C.1.1)
O operador tem a propriedade de girar qualquer fasor de 120° no sentido de giro da
velocidade síncrona.
A figura C.l ilustra as possíveis combinações do operador â.
207
208
APÊNDICE C. OPERADOR A
l - i i2 = v3á['. (C.1.3)
a2 - a = v3 / - 90º (C.1.5)
a-l=.J3@ (C.1.7)
a-a2=.J3M (C.1.8)
~ - .:
~
o
;)
:z
~ . ~ ;;; .. .;
1
..
o
ó o õ ó õ õ ó õ - .: .: .:
~
::;
..
1 ~
. .. . ..
~
:!::
~
·1 ~ '
o
~ N
o
"' "' .. N N
>
~
~
~
o o
... ~ ~
~
~
1
o o
o:
iii o
·: .. ~
..
o
.. ..
~ ~- ~
o
; - .: - _.
H8 ~ "o
.
u
gg i ;
~
o õ ó ô ô - N
.~ ~~
i;i
~ ! ~ . ..
o
ô ó ó ô ó ô
o
ó
.. o
.
l! ,..:
~ ~
~
ó ó ó o o ó
o
.
o
o
.;
8"
~ .
o o
'
o
-
209
210 APÊNDICE D. PARÂMETROS DE CABOS ELÉTRICOS
.. .. .. ...
o
~
. ..
- - ~
;::
- - - .:
o
~ ~
!
~
..:a
g
z
o
o ô o
.... a ...
ô õ ô ô
li
.-
o
õ .: .:
....
- ~
.; - .;
::;
~
8 ;;:-
a
~ a;;
·=1 o o
....o o
.... N N .. N .. N .. .. .
E
5 ;;;~
~ li!
. o o o
E ~ ;;; ~
~1
~ u o
~ -j o .. .. .. .. .. ..
o g~ - -
o 1 o
~
o g
~ .. .. N ~
o õ o ô o .: ...
:i
1t
:õ o ..
~ :: o
;;;
;e õ o õ ô õ õ ô
~ w
iô
.. o
o ..
o õ ô õ õ .: .:
o
~ ~ ;;; ~ ~
IMPEDÂNCIAS DOS CONDUTORES O( COBRE EN Olu•/KM
TEMPERATURA DO CONDUTOR, 50ºC RESISTIVIDADE DA TERRA- 100 Ohm a"'
ESPAÇAMENTO EOUIVALENTE TRIFÁSICO - 1,35(•) FREOUÊNCIA- 60HZ
[SPAÇAMENTO EOUIVALENTE CABO NEUTRO - 1,516 (111)
COMP. OE IMPEO. DE COMP. DE IMPED. DE SEQ. ZERO COMP. OE INPE O. OE SEQ. ZERO
NEGAT PILINHA $/NEUTRO MULTI- ATEAR. BITOLA CABO-NEUTRO P/LINHA C/NEUTRO
XI 1 X2 RO Xo Ro
o, 680 1. 3 45
2/0 º· 299 1 o, 442 1 º· 476 '· 899 1 2/0
O, 7 3 1 1, 4 80
O, 75 8 1, 354
1/0 o, 377 º· 451 0,554 '1 908 1/0
o, 809 1, 489
º· 977 1. 371
o, 596 º· 468 º· 773 1, 9 2 5 2
1, 02 8 1, 506
1, 3 65
1, 5 28
1, 913
1, 482 0,508 1, 659 1,965 6
. 8 1, 868 1, 809
[1] E. Clarke. Circuit Analysis of A-C Power Systems. Volume 2, General Electric, Co.,
Schenectady, New York. 1950.
[2] C.L. Forstecue. Method of symmetrical coordinates applied to the solution of polyphase
networks. ln Trans. AJEE 37 Parte II, pages 1027-1140. 1918.
[3] P. M. Anderson. Analysis of Faulted Power Systems. The Iowa State University Press,
1973.
[4] E. J. Robba. Introdução a Sistemas Elétricos de Potência. Edgard Blücher Ltda, 1977.
[10] C. Concordia. Synchronous Machines - Theory and Performance. John Wiley, New
York, 1951.
[12] A. Monticelli. Fluxo de Carga em Redes de Energia Elétrica. Edgard Blücher, 1983.
213
214
[15] C. R. Mason. The Art and Sczency of Protective Relaying. John Wiley, 1956.
[16] A. R. Warrington. Protective Relays. Chapman-Hall, 1962-69.
[17] C. C. B. Camargo. Transmissão de Energia. Editora da UFSC, 1984.
[18] V. A. Venikov. Transient Phenomena in Electrical Power Systems. Pergamon Press,
1964.
[19] R. Fuchs. Transmissão de Energia Elétrica: Linhas Aéreas. Livros Técnicos e
Científicos Editora, 1977.
[201 W. D. Stevenson Jr. Elementos de Análise de Sistemas de Potência. McGraw-Hill do
Brasil, 2 edição, 1986.
[21] R. Roeper. Correntes de C. C. em Redes Trifásicas. EPV, 1979.
[22] A. E. Fitzgerald e C. J. Kingsiey e A. Kusko. Máquinas Elétricas. McGraw-Hill do
Brasil. 1978.
[23] G. Kindermann. Proteção de Sistemas Elétricos de Potência. Publicação Interna - 140
páginas - EEL/UFSC, 1987.
[24] A. S. Langsdorf. Teoria de Las Maquinas de Corriente Alterna. McGraw-Hill, 1967.
[25] Westinghouse Electric Corporation. Transmission and Distribution - Reference Book.
East Pittsburgh, PA., 4th edition, 1950.
[26] G. Kindermann. Distribuição de Energia Elétrica. Publicação Interna - 103 páginas -
EEL/UFSC, 1990.
[27] J. R. Carson. Wave propagation in overhead wires with ground return-bell system.
Tech. J., 1(5):539-554, 1926. :\ew York.
[28] R. D. Evans C. F. Wagner. Symmetrical Components. McGraw-Hill Book Co .. New
York, 1933.
[29] l. L. Kosow. Máquinas Elétricas e Transformadores. Globo, 5 edição, 1985.
[30] R. G. Jordão. Máquinas Síncronas. Livros Técnicos e Científicos, 1980.
[31] G. Kindermann. Avaliação e controle da segurança no planejamento da transmissão e
operação de sistemas de energia elétrica. Tese de Mestrado, UFSC-1981.
[32] R. Colombo. Disjuntores de Alta Tensão. l\obel, 1988.
[33] G. Kindermann. Sobretensão no Sistema de Distribuição de Energia Elétrica. Publicação
Interna - 120 páginas - EEL/l"FSC, 1991.
[34] G. Kindermann. Descargas Atmosféricas. Editora SAGRA-D.C. LUZZATTO, 1992.
C RTO·
CIRCUITO
°' h'"" ""'"'
t..Uno--cin:u11~ c:ustcntcs
hoje no men"ado ~l muno
a:adl!m1..:l~ e e\ 1t.koc1am basit..°'3-'
mente a lcona, ~m dar moti'ação
e oportunidade d< aplic-açllo pniUca.
Aliado ante fahl. constala·se também uma
gl'llDd< d1ficulda<k no •?"'nJl/-"<lo de wno-.:m:u1to.
pnncipalmentc no tocante às componente" MmCtrica,.
Panicularmcnte sobtt este wunlo. 1cm-sc 'enfkado uma re)C!ição
\.''OR5lantc na animilaçlo do Teorema de roncv.:uc. 0c ...1c modo,
procumu·!"l.C e.~rever e..'le 11,·m com o in1u1to de mo1rotrar e.-.ta
ferramenta de maneira 1.:lara. fa.LenUo 'C:ll1pn: uma
ctll'Tr\ponc.Jlrn:ia entre teoria e fenômeno' fí\iCO\. de
modo qut a aplicaçlo prauca \CJa ev1denc1ada no
M!Olema el~trico. lanlo na prutcçào como no
dimensionamento
de equipamcnt<.l\.
.1[1111