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ARTIGO ORIGINAL
Raphaella de Moraes Araujo¹, Luana Ferreira de Almeida², Vanessa Galdino de Paula³, Raquel de
Mendonça Nepomuceno4, Ana Lucia Cascardo Marins5
RESUMO
Objetivo: analisar a implementação do método ISBAR nas transferências de cuidados entre turnos
de enfermagem em uma unidade de terapia intensiva.
Método: estudo quase experimental. Foram observadas 432 transferências de cuidados entre
julho e setembro de 2019, através de instrumento pautado no método ISBAR, com identificação,
situação clínica, contexto assistencial, avaliação e recomendações para o paciente. Os dados foram
tratados com medidas estatísticas descritivas.
Resultados: em relação à identificação, o nome do paciente foi o mais relatado (96,30%). Quanto à
situação clínica, a alteração nos sinais vitais (49,54%). Dentre as informações associadas ao cuidado,
a integridade da pele (66,67%). No que tange às ações realizadas, destacaram-se as intervenções e
exames (53,70%). As informações sobre pendências apareceram em 28,94%.
Conclusão: pôde-se perceber que envolver os enfermeiros facilitou a implementação do ISBAR.
A uniformidade da transferência de cuidados na unidade investigada mostrou-se como ponto de
partida para a prevenção de incidentes relacionados à comunicação.
DESCRITORES: Comunicação em Saúde; Cuidados Críticos; Transferência da Responsabilidade
pelo Paciente; Segurança do Paciente; Cuidados de Enfermagem.
1
Enfermeira. Residente em Enfermagem em Terapia Intensiva. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro,
RJ, Brasil.
2
Enfermeira. Doutora em Educação em Ciências e Saúde. Docente de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
3
Enfermeira. Doutora em Enfermagem e Biociências. Docente de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
4
Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
5
Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Docente de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.70858 Cogitare enferm. 25: e70858, 2020
DESCRIPTORS: Health Communication; Critical Care; Transfer of Responsibility for the Patient;
Patient safety; Nursing care.
Raphaella de Moraes Araujo | Luana Ferreira de Almeida | Vanessa Galdino de Paula | Raquel de Mendonça Nepomuceno | Ana Lucia Cascardo
Marins
Cogitare enferm. 25: e70858, 2020
INTRODUÇÃO
MÉTODO
Raphaella de Moraes Araujo | Luana Ferreira de Almeida | Vanessa Galdino de Paula | Raquel de Mendonça Nepomuceno | Ana Lucia Cascardo
Marins
Cogitare Enferm. 25: e70858, 2020
nutricional – dieta zero/vazão, via da dieta, dieta oral/aceitação, escape glicêmico; Drenos;
Acessos vasculares - local, data troca de acessos periférico, infusões/vazão; Sistema
excretor - dispositivo/grumos/troca/fralda, balanço hídrico; Última função intestinal; 4)
ações realizadas (hemotransfusão, diálise, intervenções, avaliação); 5) informações para a
continuidade do cuidado (pendências/exames agendados, recomendações).
Os dados obtidos foram organizados em planilhas no Microsoft Excel®, a partir de
cada momento recomendado pela técnica ISBAR: pelas etapas de identificação, situação,
contexto assistencial, avaliação e recomendações para o paciente. Em seguida, foi avaliada
a conformidade das informações transmitidas, em relação ao instrumento elaborado e
utilizado pelos enfermeiros. Posteriormente, somaram-se as conformidades, sendo
aplicadas as frequências absoluta e relativa, que foram organizadas em tabelas, conforme
cada etapa recomendada.
Todos os preceitos éticos e legais foram atendidos e o estudo foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa sob o número de parecer 3.301.861 de 03 de maio de 2019.
RESULTADOS
Tabela 1 - Dados referentes à identificação do paciente relatados pelos profissionais de enfermagem. Rio
de Janeiro, RJ, Brasil, 2019 (n=432)
Em relação à situação clínica do paciente, as alterações nos sinais vitais foi o item mais
mencionado pelos enfermeiros (49,54% n=214), seguido de informações sobre o padrão
de sono dos pacientes (14,81% n=64) e visita de familiares (10,42% n=45), conforme Tabela
2. O item “meta do cuidado” foi citado em 34 (7,87%) das 432 observações.
Tabela 2 - Dados referentes à situação clínica do paciente relatados pelos profissionais de enfermagem. Rio
de Janeiro, RJ, Brasil, 2019 (n= 432)
Tabela 3 - Dados referentes às informações sobre a assistência relatados pelos profissionais de enfermagem.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2019 (n=432) (continua)
Raphaella de Moraes Araujo | Luana Ferreira de Almeida | Vanessa Galdino de Paula | Raquel de Mendonça Nepomuceno | Ana Lucia Cascardo
Marins
Cogitare Enferm. 25: e70858, 2020
Tabela 4 - Dados referentes às ações realizadas durante o turno relatados pelos profissionais de enfermagem.
Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2019 (n= 432)
Tabela 5 - Informações relatadas pelos profissionais de enfermagem para a continuidade do cuidado. Rio
de Janeiro, RJ, Brasil, 2019 (n=432)
DISCUSSÃO
Raphaella de Moraes Araujo | Luana Ferreira de Almeida | Vanessa Galdino de Paula | Raquel de Mendonça Nepomuceno | Ana Lucia Cascardo
Marins
Cogitare Enferm. 25: e70858, 2020
CONCLUSÃO
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Recebido: 18/12/2019
Finalizado: 16/07/2020
Autor Correspondente:
Luana Ferreira de Almeida
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
R. Ituverava, 314 - 22750-006 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil
E-mail: luana.almeida3011@gmail.com
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