Parecer Jurídico - Tributário
Parecer Jurídico - Tributário
Parecer Jurídico - Tributário
Belém/PA
2021.2
Anna Luiza Fernandes de Moraes;
Belém/PA
2021.2
PARECER JURÍDICO
Belém/PA, 01 de outubro de
2021.
I. RELATÓRIO:
O presente parecer tem o intuito de realizar uma análise acerca do Imposto Sobre
Serviços – ISS, que discute a respeito da informalidade da prestação de serviços e o
número reduzido de contribuintes. Nesse sentido, fazer-se-á, primeiramente, uma breve
síntese sobre o ISS, posteriormente a isso, será elencada os argumentos acerca da
viabilidade jurídica das proposições realizada pela empresa de consultoria, bem como da
modificação da legislação municipal e, por fim, uma explanação acerca do
posicionamento da dupla.
II. FUNDAMENTAÇÃO:
A partir da análise acerca do Imposto Sobre Serviços (ISS), é notório que este
consiste em tributo de competência dos municípios e Distrito Federal e incide sobre os
mais diversos serviços, é devido por qualquer pessoa jurídica ou física que preste os
serviços previstos na legislação (art. 43 da CTN). Logo, inclui as empresas prestadoras
de serviços e os profissionais autônomos.
Assim, cumpre destacar que cabe aos municípios disciplinar o valor do ISS sobre
os serviços prestados nos seus limites territoriais, respeitadas as alíquotas (percentual com
que um tributo incide), previstas na Lei Complementar 116/200, valendo a sua exposição:
(...)
Sendo assim, não se vislumbra a possibilidade de alteração por lei municipal das
alíquotas do ISS para observar percentuais diferentes aos contribuintes, independente se
estes são informais ou formais, devendo ser respeitado o limite do poder de tributação,
uma vez que existem outras maneiras de ser realizada a fiscalização, sem atingir
distinções, tendo em vista que ambos contribuintes se encontram em situação equivalente.
Ainda, cumpre destacar que o tributo é uma receita pública derivada instituída
em lei e cobrada mediante atividade administrativa, que tem por objetivo uma prestação
pecuniária compulsória, que não se constitua sanção de ato ilícito.
A partir deste prisma, cumpre observar igualmente, a disposição apresentada no
Art. 3º do Código Tributo Nacional, o qual leciona a respeito do que é considerado tributo
e destaca que o imposto não deve ser aplicado como forma de sanção. Senão, vejamos:
Sendo assim, percebe-se que a alteração por meio de lei municipal, das alíquotas
do ISS, de maneira que os contribuintes formais observem a alíquota de 3% (três por
cento) e os contribuintes informais, quando identificados, observem a alíquota de 5%
(cinco por cento) é inconstitucional, em razão de infringir o princípio da isonomia e
igualdade, bem como em razão de que o tributo representa um dever assumido pelo
particular, que não constitui sanção de ato ilícito.
(...)
Nessa lógica, não deve ser aplicado anterior ao prazo estipulado na previsão
legal, para que a aplicação não produza efeito surpresa aos contribuintes, portanto, os
princípios devem ser observados cumulativamente, para que somente seja aplicado no
exercício seguinte necessariamente observando o prazo de 90 (noventa dias) da data que
foi publicada a lei que o instituiu ou aumentou.
Outrossim, no que tange a aplicação retroativa das alíquotas reduzidas por lei,
conforme observado no dispositivo, deve ser aplicado o princípio da irretroatividade
tributária, o qual assegura que a lei não poderá atingir fatos passados, impedindo que
arbitrariedade cause danos aos contribuintes, garantindo assim, segurança jurídica, nos
termos do o art. 150, III, “a” da CF e o art. 105 do CTN:
Diante da proposta narrada, cumpre observar o artigo 7º do CTN, o qual aduz que
a competência tributária é indelegável, inexistindo a possibilidade de transferir o imposto
supracitado.
III. CONCLUSÃO
É o parecer.