Aula 5 - Da Nacionalidade: 1. Brasileiro Nato
Aula 5 - Da Nacionalidade: 1. Brasileiro Nato
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AULA 5 - DA NACIONALIDADE
Nascimento
Primária (ou
originária)
jus Solis (regra) ou jus
Sanguinis
NACIONALIDADE
Secundária
(Adquirida ou Ato voluntário
derivada)
1. BRASILEIRO NATO
Cumpre esclarecer que a doutrina majoritária entende que o termo
“nascido” deve ser interpretado sistematicamente. Desta sorte, os filhos
adotados também gozam de nacionalidade, posto que o art. 227, § 6º, da
CRFB/88, preceitua que os filhos adotados têm os mesmos direitos dos filhos
retirados do ventre materno. Sendo assim, a sentença que concede adoção ou
reconhece a paternidade terá efeito ex tunc, aplicando a esse filho os mesmos
efeitos.1
O art. 12, I, da CRFB/88, traz hipóteses taxativas de previsão de aquisição
da nacionalidade brasileira. Assim serão brasileiros natos:
1 PADILHA, Rodrigo, Direito Constitucional. 4. ed. Rio de Janeiro. São Paulo: Método, 2014, p. 311
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XXXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO
2. BRASILEIRO NATUZALIZADO
A naturalização ocorre de forma expressa após o interessado requerê-la.
A naturalização expressa subdivide-se em ordinária e extraordinária.
Originários de países de
lingua portuguesa
ORDINÁRIA
(CRFB/88, art. 12, II, “a”)
Não originários de países
NATURALIZAÇÃO de lingua portuguesa
EXTRAORDINÁRIA
(CRFB/88, art. 12, II, “b”)
3. QUASE NACIONALIDADE
Os portugueses são beneficiados desde que comprovem sua residência
fixa no Brasil e desde que o ordenamento jurídico português também dispense
tratamento recíproco aos brasileiros. Dessa forma, os portugueses com
residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na
Constituição. A norma inscrita no art. 12, § 1°, da CRFB/88.
Carreira diplomática
Entretanto, não são apenas esses cargos que são privativos de brasileiros
natos. Para composição do conselho da república, somente brasileiros natos
podem ser indicados como representantes dos cidadãos, nos termos do art. 89,
VII, da CRFB/88.
Da mesma forma, só poderá ocupar o cargo de Presidente do Tribunal
Superior Eleitoral, aquele que for brasileiro nato, conforme o art. 119, parágrafo
único, da CFRB/88. Não sendo, portanto, diferente com o Presidente do
Conselho Nacional de Justiça, cargo que será ocupado pelo Presidente do
Supremo Tribunal Federal e, consequentemente, brasileiro nato, de acordo com
o art. 103-B, §1º, da CRFB/88.
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É, também, privativo de brasileiro nato o cargo de Ministro do Superior
Tribunal Militar, como previsto no art. 123, da CRFB/88.
5. PERDA DA NACIONALIDADE
A perda da nacionalidade segue uma ordem taxativa – numerus clausus –,
pois só pode ocorrer nas hipóteses previstas no art. 12, §4º, I e II da CRFB/88,
sendo absolutamente vedada a ampliação de tais hipóteses pelo legislador
ordinário. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal, firmou entendimento que
a perda da nacionalidade brasileira “somente pode ocorrer nas hipóteses
taxativamente definidas na Constituição da República, não se revelando
lícito, ao Estado brasileiro, seja mediante simples regramento legislativo, seja
mediante tratados ou convenções internacionais, inovar nesse tema, quer para
ampliar, quer para restringir, quer, ainda, para modificar os casos autorizadores
da privação – sempre excepcional – da condição político-jurídica de nacional do
Brasil”.2
4o – Será́ declarada a perda da nacionalidade do brasileiro
que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial,
em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo no casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira,
ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como
condição para permanência em seu território ou para o
exercício de direitos civis;
6. REAQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE
Conforme disposto no art. 76, da lei 13.445/17, a nacionalidade, originária
ou derivada, pode ser readquirida, pois a sua perda não tem caráter
irreversível. Assim, o brasileiro que, houver perdido a nacionalidade, poderá
2 STF, HC 83.113-QO, Rei. Min. Celso de Mello, DJ de 29-8-2003.
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readquiri-la por decreto dirigido a Presidente da República, se estiver
domiciliado no Brasil, devendo o pedido de reaquisição, será processado no
Ministério da Justiça.