Redação Módulo 2

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Psicanálise Clínica

Aluna: Isabela Minatel Bassi

Prova Módulo 2

Avançando nos estudo sobre a Psicanálise

Quanto mais descubro sobre a psicanálise, mais percebo o quanto essa busca acrescenta na
minha forma de entender e de atuar na vida. Neste módulo, o que mais ganhou minha atenção
e reconhecimento foram as conexões diretas entre sintomas físicos e causas emocionais.
Quando Freud escreve que “há uma ligação íntima entre a história dos sofrimentos do
paciente e os sintomas de sua doença”, é exatamente a essa ideia que ele corrobora.

Como um exemplo dessa íntima relação entre sintoma externo e causa emocional interna, cito
aqui o caso de Rosalia que, tendo se tornado a protetora de crianças órfãs vitimizadas pelo
próprio pai, tio da paciente, ela foi reprimindo tanto ódio e desprezo, ficou com tanto por dizer
sem poder liberar aquilo tudo de dentro de si pela sua fala, segurou tanto a sua voz que...
Começou a sentir um aperto na garganta. De tanto se segurar para não deixar escapar as
respostas que eram, de fato, cabíveis ao tio, de tanto calar-se mesmo tendo vontade de
responder a acusações injustas, acabava passando por episódios em que se encontrava sem
voz. Anos mais tarde isso a atrapalhava em sua atividade de cantora.

Em um outro caso, Freud registra que uma paciente conseguiu compreender o motivo de uma
dor intensa na coxa direita que se irradiava mas que tinha ali sua maior intensidade: era,
exatamente nesse ponto da dor o local onde, todos os dias pela manhã, seu pai apoiava a
perna para que ela lhe trocasse as ataduras. Foi através desse caso que Freud chegou à
explicação do conceito de zona histerogênica atípica. A repetição, durante vários dias seguidos,
de uma das pernas dolorosas da paciente ter contato com a perna do pai durante as trocas de
curativos, deu origem a uma zona histerogênica artificial.

E não ficou por aí. Além de tudo, as dores na perna começaram a ser um guia para o
tratamento, a dor indicando o sentido em que deveriam ir para encontrar a cura. É isso mesmo
que é a dor: o caminho para a cura! Tão paradoxal quanto possa parecer. Nessas análises,
Freud relata que a paciente começava a sessão sem dor mas quando uma memória pertinente
ao era despertada, a dor acordava junto e de tão aguda fazia a paciente estremecer colocar
mão na perna. Enquanto aquela lembrança estava ativa, assim também se encontrava a dor.
Quando se finalizava o relato, a dor desaparecia também. Como tenho defendido há alguns
anos, a dor e as doenças são comunicações. Quando sua mensagem é compreendida elas
deixar o corpo e se vão já que cumpriram a sua missão.

Freud escreve que começou a aproveitar essas dores como uma verdadeira bússola para sua
orientação: “quando a moça parava de falar mas admitia ainda estar sentindo dor, eu sabia
que ela não me havia contado tudo e insistia para que continuasse sua história, até que a dor
se esgotasse pela fala. Só então eu despertava uma nova lembrança.” (Obras Completas de
Sigmund Freud – Vol I)

Também é possível que encontremos explicações para os casos crônicos ou de repetição que
determinados pacientes apresentam. Isso se dá pois o ponto no qual um sintoma já se
apresentou uma vez constitui um ponto fraco onde ele poderá voltar a aparecer em ocasiões
posteriores.

Sobre a teoria psicanalítica, destaque para a obra “A interpretação dos sonhos” em que o
autor traz descrito o constructo relacionado ao funcionamento psíquico, naquilo que ficou
conhecido como Primeira Tópica ou Modelo Topográfico que marca a fase inicial da teoria
freudiana dividindo a psique humana em Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente. A
expressão “modelo topográfico” é usada devido à ideia de que cada uma dessas instâncias do
aparelho psíquico se encontra em lugares – topos diferentes da mente.

Já no processo prático, a psicanálise não é, de nenhuma forma, possível de ser aplicável a


pessoas que se encontram abaixo de certo nível de inteligência, e acaba sendo extremamente
dificultada por qualquer sinal presente de debilidade mental. Tanto a concordância quanto a
atenção total dos que se submetem à análise são imprescindíveis. Além de tudo isso e até mais
do que tudo isso, é condição primordial contar com a confiança da pessoa, uma vez que a
análise leva sempre ao resultado de trazer à tona eventos psíquicos de natureza totalmente
íntima e secreta.

Voltando a falar sobre a evolução teórica, houve uma reestruturação no primeiro raciocínio
freudiano. O modelo da personalidade passou a ser estruturado sobre o Id, o Ego e o
Superego. O modelo topográfico composto por inconsciente, pré-consciente e consciente, dá
lugar ao modelo estrutural de aparelhamento psíquico calcado nessas instâncias supracitadas
que repito aqui para enfatizar: Id, Ego e Superego.

Vale ressaltar que a ideia de “lugares” que rendia a terminologia “modelo topográfico” foi
deixada para trás e substituída pela noção de relação entre as instâncias psíquicas o que traz o
novo nome “modelo estrutural”. As instâncias são compreendidas através da comparação de
umas com as outras em suas relações.

Tem sido, pessoalmente, um mergulho de muitos esclarecimentos teóricos e compreensões


práticas e anseio pela continuidade dessa busca. A psicanálise é um legado potente que a
humanidade pode aproveitar para buscar sua evolução a cada dia.

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