The Distancing of Emotion in Ritual
The Distancing of Emotion in Ritual
The Distancing of Emotion in Ritual
by Thomas 3. Scheff
RITUAL E DISTÂNCIA
Nos ritos de cura, a crença na possessão por espíritos pode ser vista
como um dispositivo de distanciamento. No caso do exorcismo relatado por
Obeyesekere (1970), aparentemente não é Alice Nona quem se queixa
amargamente das falhas de seu marido, mas o Senhor Vishnu, que possui seu
corpo. Na medida em que ela simultaneamente acredita e não acredita que
está possuída, Alice Nona pode manter a distância adequada para a catarse.
RITUAL E CATARSE
Nesse contexto, o tipo de ritual necessário pode ser aquele que evoque
menos, em vez de mais, distância da angústia. O teatro de guerrilha comunista
chinês novamente fornece um exemplo. Os séculos de sofrimento dos
camponeses, inicialmente tidos como garantidos e não reconhecidos pelo novo
regime, foram evocados no teatro por reencenações do sofrimento de uma
família típica sob o antigo regime. Esses dramas realistas de opressão
provocaram choro em massa, como indicado na citação acima. É possível que
o atual fascínio de grande parte da audiência da mídia de massa nos Estados
Unidos pela violência, horror e drama de desastres seja uma busca
inconsciente por experiências que diminuam a distância para que ocorra a
catarse. Talvez a chave para a eficácia do ritual seja que existem dois tipos
diferentes de dispositivos de distanciamento – aqueles que aumentam a
distância e aqueles que a diminuem. Para as ocasiões em que os membros de
uma comunidade estão superdistanciados da emoção, que é o caso
predominante nas sociedades modernas, é necessário um ritual que diminua a
distância evocando cenas passadas de angústia coletiva. De qualquer forma, a
teoria que delineei aqui oferece uma nova perspectiva sobre as funções
psicológicas do ritual e do mito e sugere um conjunto de categorias que podem
ser usadas para estudar suas manifestações empíricas.