Aps - Doze Homens e Uma Sentença

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UNIVERSIDADE PAULISTA

CRUZILENE PEREIRA DA SILVA RA: D7748j9

LUCAS MARTINS DE LIMA RA: N220910

SOLANGE P. HIGA SCARMAGNANI RA: T641IH7

MARCOS VINÍCIUS RIBEIRO FREIRE RA: 9520848ra

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS


PROCESSOS GRUPAIS
Análise do filme “12 homens e uma sentença” com a aplicação dos conceitos
da teoria de Jacob Levy Moreno

SÃO PAULO

2021

UNIVERSIDADE PAULISTA
CRUZILENE PEREIRA DA SILVA RA: D7748j9

LUCAS MARTINS DE LIMA RA: N220910

SOLANGE P. HIGA SCARMAGNANI RA: T641IH7

MARCOS VINÍCIUS RIBEIRO FREIRE RA: 9520848

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS


PROCESSOS GRUPAIS
Análise do filme “12 homens e uma sentença” com a aplicação dos conceitos
da teoria de Jacob Levy Moreno

Trabalho apresentado à disciplina de


Processos Grupais, do Curso de
Psicologia, da Universidade Paulista, para
Atividades Práticas Supervisionadas.

Orientadora: Prof.ª Me. Adriana Pavarina

SÃO PAULO
2021

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
3 FILME “12 HOMENS E UMA SENTENÇA”
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

ANEXOS
1- INTRODUÇÃO

Esse trabalho nos permitiu a reflexão e a compreensão do filme, “Doze homens e


uma sentença” (1957), dirigido por Sidney Lumet, indicado para três Oscar, inclusive
o de melhor filme. Imagine você, em uma sala fechada, sentado ao redor de uma
mesa com mais onze pessoas desconhecidas, para decidir a vida ou a morte de um
jovem que, o que você sabe sobre ele é o que acabaram de relatar em uma
audiência. Assim transcorre cenas do filme “Doze homens e uma sentença”, onde,
doze integrantes dentro desse cenário e de várias situações apresentadas,
abordarão fatos com um só objetivo: decidir entre a vida ou a morte de um jovem
acusado de assassinar o próprio pai. Assim, baseados na teoria de Jacob Levy
Moreno, médico romeno, criador do Psicodrama, buscamos entender a maneira
como as relações interpessoais se estabelecem dentro de um grupo, de que cada
indivíduo é um ser em relação. O espectador, ao identificar-se com os atores e as
experiências vividas no palco, sofre o que Moreno chamou de catarse, certa
conscientização espontânea dos próprios conflitos e possíveis soluções.
2- EMBASAMENTO TEÓRICO

Jacob Levy Moreno (1889-1974): Nasceu em Bucareste, judeu, recebeu influências


religiosas das crenças judaicas e dos valores cristãos.
Formou-se médico, por sugestão do pai. Fundou sua obra denominada Socionomia
sendo o estudo do grupo e suas relações que, representa ramificações divididas em:
Sociometria: medir relações entre os membros do grupo; sociodinâmica, busca
entender a dinâmica do grupo; a sociatria, que trata as relações grupais utilizando
três métodos: o sociodrama, a Psicoterapia de grupo e o famoso Psicodrama; e o
Teatro da Espontaneidade, (Moreno, 1984, p. 78), que propunha dramatizar cenas
da vida social, buscando mobilizar o envolvimento e a participação crítica do público
e, nesta descobrindo a ação terapêutica. Baseou a metodologia sobre seis pilares:
Espontaneidade e criatividade; Empatia; Tele; Co-inconsciente; Teoria dos papeis;
Matriz de identidade.
Desenvolveu um trabalho com prostituas, compondo para isso uma equipe
multidisciplinar, utilizando as técnicas grupais, conscientizando da situação em que
viviam. Inovando as concepções sobre o ser humano no âmbito das Ciências
Sociais e da Psiquiatria.

Em 1927, faz as primeiras demonstrações de Psicodrama em Nova York. A


socionomia, conhecida como psicodrama: Ação dramática e de cinco instrumentos
que compreendem: diretor, que viabiliza a sessão através de experimentação e
recriação de possibilidades; ator, onde o personagem é criado e desempenhado no
palco a partir do repertório histórico, pessoal e emocional da pessoa do ator em
interação com os elementos cênicos; ego-auxiliar, que auxilia na montagem da cena,
tornando o mundo do protagonista completo; protagonista, personagem que
“personifica” um pouco das pessoas; plateia, que tem um duplo papel e o palco que
é o espaço físico apropriado para que ocorra a dramatização, onde a fronteira entre
o real e imaginário não existe (MORENO, 1975; 1993).

Essa dramatização ocorre três etapas (CUKIER, 1992): Aquecimento que objetiva
ser um facilitador da espontaneidade e criação da cena dramática; dramatização que
consiste na representação de cenas que emergiram no aquecimento, servindo como
um espelho dos fatos, e, compartimento, onde o diretor estimula o grupo a
compartilhar as experiências e emoções despertadas, sem ter por alvo a
interpretação e explicação.

Em 1936, Moreno inaugura o Sanatório de Beacon Hill onde conseguiu fomentar e


popularizar as práticas psicodramáticas até o ano de sua morte, 1974. Alinha-se
com a fenomenologia e ao pensamento existencialista. Uma maior compreensão de
tudo aquilo que envolve o ser humano, seus comportamentos, atitudes, crenças
positivas e negativas, ajudando-o a desbloquear e derrubar barreiras inconscientes.
Mudança na concepção da “saúde” e “doença” mental, desconstruindo o modelo de
exclusão e alienação com que os portadores de transtornos mentais têm sido
tratados.
FILME “12 HOMENS E UMA SENTENÇA”

O filme “Doze Homens e uma Sentença”, apresenta um grupo de doze homens


desconhecidos e diferentes entre si que fazem parte de um júri popular e devem
decidir se um jovem porto-riquenho, de origem humilde, é culpado ou não de ter
assassinado o próprio pai. O julgamento se dá em um ambiente fechado e
extremamente quente, sem que conseguissem fazer funcionar um único ventilador
que ali existia. Estes homens vão determinar se o jovem irá morrer ou viver.
Discussões passam por diversas cenas no filme. A organização dos jurados e as
tarefas são coordenadas pelo jurado número um, que propõe uma votação
preliminar para condenarem ou absorverem, antes mesmo de discutir quaisquer
aspectos. Surgi assim, a surpresa não esperada por onze dos jurados, quando
apenas um deles, o de número oito, declarou entender ser inocente o réu, dizendo
que ele não tinha certeza da inocência, mas que também não estava convicto
quanto a sua culpa, propondo fazer uma reconstituição de uma das cenas do crime,
o que fez com que dúvidas surgissem e que os jurados ficassem intrigados sobre a
possível inocência do rapaz. Explica quais são os pontos duvidosos que o impede
de votar pela condenação imediata do jovem. Questiona os depoimentos das
testemunhas comparando com os fatos, encenando situações de acordo com a
exatidão nas falas das testemunhas, analisando tempo, espaço e visão sobre a noite
do crime. A argumentação dele acaba abalando a certeza dos demais componentes
do júri, trazendo uma insatisfação, e a partir daí cada personagem foi revelando
uma personalidade distinta, suas convicções pessoais, seus preconceitos e suas
motivações por cada voto. Alguns eram irresponsáveis, não tinham compromisso
com a vida humana que ali estava em jogo, cada um queria cuidar da sua própria
vida, ficavam com má vontade e se utilizavam do senso comum para decidir,
porque ali naquele momento todos os onzes jurados têm uma urgência em terminar
logo com aquele assunto e para eles as provas já eram o suficiente para comprovar
a culpabilidade do garoto. Um deles manteve seu voto levando em consideração seu
preconceito e sua vida pessoal apesar de não deixar isso explícito usando o
argumento de que as provas eram fiéis e incontestáveis. Mesmo sendo apresentado
dúvidas sobre os fatos, ele considerava inútil considerar os detalhes do crime. Foi o
último a mudar seu voto para inocente, após perceber que sua opinião não era
baseada naquilo que lhe era apresentado e sim pelo seu desentendimento com seu
filho. O jovem acusado de matar o pai era marginalizado por alguns dos jurados e
pouco defendido por seu próprio advogado, por vim de uma origem humilde,
dificultando a segurança que os demais teriam a partir de seu depoimento. Assim,
com a dramatização pelo jurado de número oito, foi surgindo uma nova percepção
do olhar de seus colegas fazendo-os refletir e, por meio de votação foi tomando
conhecimento e deixando de lado seus preconceitos e suas próprias ideologias
buscando compreender melhor todo o contexto ali inserido e reavaliando seus votos.
3- ANÁLISE E DISCUSSÃO

Baseado nos fundamentos teóricos de Moreno, observamos já nas primeiras cenas


do filme: “o encontro dos doze homens em uma sala, cada um com sua própria
subjetividade e diferenças. Cada um crendo em uma verdade e buscando
argumentos para sustentá-la, tendo um objetivo em comum”, correlacionamos
assim, ao que Moreno diz em sua obra Socionomia: estudo do grupo e suas
relações; e o Psicodrama, momento em que o oitavo jurado, não concordando com a
decisão dos demais, encena todo o acontecimento valendo-se da ação dramática e
de seus cinco instrumentos: diretor (jurado número um), que conduz o grupo; ator
(jurados), onde o personagem é criado e desempenhado no palco a partir do
repertório histórico, pessoal e emocional da pessoa do ator em interação com os
elementos cênicos; ego-auxiliar (jurado número onze), que contracenam com o
personagem central e, que assumem seu papel na representação; protagonista
(jurado número oito) personagem que “personifica” um pouco das pessoas,
elemento que se destaca no contexto grupal; plateia (os jurados) pessoas que
assistem e participam da cena dramática; e o palco (a sala) que é o espaço físico
apropriado para que ocorra a dramatização, onde a fronteira entre o real e
imaginário não existe (MORENO, 1975; 1993).
Identificamos que, o comportamento dos jurados está diretamente relacionado com
suas perspectivas sobre o mundo de acordo com as experiências vividas por cada
um. Eles opinam sobre o crime julgado sem o desprendimento de seus costumes,
valores culturais e sociais adotando uma postura preconceituosa referente ao rapaz,
o que impedia de enxergar claramente o contexto geral ocorrido. Essa mudança só
foi possível, no momento que, o jurado número 8, ao dramatizar e argumentar sobre
suas dúvidas e convidar os demais a refletirem sobre as provas e depoimentos
apresentados durante o caso, vai, aos poucos, ganhando a confiança, fazendo com
que cada indivíduo ganhe importância na decisão do grupo de acordo com a Teoria
dos Papéis (MORENO, 1975). “O papel é a forma de funcionamento que o indivíduo
assume no momento específico em que reage a uma situação específica, na qual
outras pessoas ou objetos estão envolvidos” (MORENO, 1975, p. 27), ajudando o
protagonista a olhar para si mesmo, reconhecer-se a si mesmo e ao outro.
Vale ressaltar outra cena importante, em que o jurado que manteve seu voto
levando em consideração sua vida pessoal, sendo o último a mudar seu voto para
inocente após, perceber que sua opinião não era baseada naquilo que lhe era
apresentado e sim pelo seu desentendimento com seu filho, entendemos aí, o
processo catártico no Psicodrama. (MORENO, 1975) A catarse pode ser entendida
como a movimentação do tele existente entre dois ou mais indivíduos. Aqueles
conteúdos que estavam afastados da consciência, a partir da ação psicodramática
vêm à tona (a relação que esse jurado tinha em particular com seu filho rebelde) e
possibilitam a clareza de possibilidades existenciais para os participantes da sessão.
Ela é uma integração que possibilita a formação da identidade e, também propiciada
pela representação de papéis de maneira espontânea-criadora. Para Moreno, à
medida que as pessoas se submetem a um tratamento grupal,
revelam comportamentos e sentimentos ainda não identificados pela pessoa, de
forma a eliminá-los.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo da Teoria de Moreno nos permitiu a compreensão, dos conflitos que o


grupo suporta durante a adaptação de uns aos outros e a transformação, através
das cenas do filme “Doze Homens e uma Sentença”, onde nos mostrou também, o
contato do indivíduo com suas próprias emoções, utilizando os recursos da
dramatização, que, através de técnicas específicas, proporcionam o
restabelecimento da espontaneidade e da criatividade, sendo possível o
autoconhecimento, que ajudam a reconhecer e a reconstruir a personalidade.
REFERÊNCIAS

Knobel, A. M. Coconsciente e coinconsciente em Psicodrama, In: Rev. bras.


psicodrama vol.19 no.2 São Paulo 2011

Carmosa, do A. D., Lima, N. S. T. O psicodrama e sua contribuição para a saúde


mental. DOI: https://doi.org/10.19091/reced.v0i0.105. Acesso em: 29/03/2021

Schmidt, M. L. G. Algumas reflexões acerca da construção e contribuições da teoria


socionômica. In: Psicol. Am. Lat.  n.11 México set. 2007.

12.Homens.e.Uma.Sentença.Dublado.720p.1957.www.DOWNLOADLIVRE.NET

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