Impacto Psicológico Do Diagnóstico de Câncer Na Família
Impacto Psicológico Do Diagnóstico de Câncer Na Família
Impacto Psicológico Do Diagnóstico de Câncer Na Família
1
Giseli Vieceli Farinhas
2
Maria Isabel Wendling
3
Letícia Lovato Dellazzana-Zanon
Resumo
Abastract
This study investigated the psychological impact of a cancer diagnosis in a family and the coping
strategies considering the perception of the patient’s caregiver. It was made a case study in which
participated a daughter of a patient who recieved a cancer diagnosis. It was used a semi-structured
interview. The data underwent content analysis. It was observed that the daughter who assumed the
caregiver’s role was the family member closer to the patient, even though this task was taken
spontaneously, there had been an overcharge. Spirituality was already a family's practice and it was
increased by the discovery of cancer. Psychotherapy was essential throughout the treatment and
brought improvements to the life of the entire family. Intergenerational aspects were observed,
indicating the importance of knowing the previous generations history as a way to understand how the
family handle it’s nowadays crisis.
1
Psicóloga (UNISC), Especialista em Terapia Familiar (Faculdade Dom Alberto).
2
Psicóloga (PUCRS), Especialista em Terapia Familiar e de Casal (CEFI), Mestre em Psicologia Clínica (PUCRS) e Docente
do Curso de Psicologia da PUCRS.
3
Psicóloga (PUCRS), Especialista em Terapia de Casal e Família (Domus), Mestre e Doutoranda em Psicologia (UFRGS).
G. V. Farinhas, M. I. Wendling, L. L. Dellazzana-Zanon – Impacto Psicológico do Diagnóstico de Câncer na Família
Introdução
Câncer
Segundo o INCA (2010), considera-se câncer o conjunto de mais de 100 doenças, as quais têm
em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. As causas do
câncer podem ser externas, quando relacionadas ao meio ambiente, hábitos ou costumes de uma
sociedade específica; ou internas, quando ligadas a predisposições genéticas e à capacidade do
organismo de se defender de agressões externas, sendo que ambas estão inter-relacionadas (INCA,
2010). A palavra câncer é originária do latim cancri, que significa caranguejo. Tal nomenclatura está
relacionada à característica de infiltração do câncer - semelhante às pernas do crustáceo (Fontes,
César & Beraldo, 2005; Stumm, Leite, & Maschio, 2008) - e à ideia de que o câncer torna sua vítima
prisioneira da mesma forma que o caranguejo: até a morte (Argemi-Camon, 2004). Esta analogia
ilustra o peso que o câncer tem em nosso contexto social e as crenças a ele relacionadas.
Os estigmas do câncer referem-se a sofrimento, à dor, ao medo da morte, à preocupação com a
autoimagem, bem como à perda do atrativo sexual, da capacidade produtiva e de peso (Angerami-
Camon, 2004; Chiattone, 1992). Mesmo com todos os avanços em relação ao diagnóstico e ao
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tratamento, o estigma em relação ao câncer ainda é forte, tanto na sociedade como na equipe de
saúde (Maruyama et al., 2006). Logo, a necessidade da família receber informações precisas e claras
por parte dos profissionais da saúde no momento do diagnóstico é fundamental e pode facilitar ou
prejudicar o posterior tratamento. Conforme assinalam Maruyama et al. (2006, p. 175), faz-se
necessário romper com o “círculo vicioso do estigma da doença”, inicialmente entre os profissionais
da saúde e, depois, entre os pacientes e suas famílias.
Apesar desse contexto, o mais comum é que o câncer seja compreendido como uma doença
crônica que traz problemas e demandas específicas, contínuas e mutáveis para o paciente e seus
familiares (Penna, 2004). Alguns tipos de câncer costumam evoluir de forma silenciosa até se
tornarem sintomáticos e diagnosticáveis, podendo levar ao óbito rapidamente. Por isso, o ciclo da
doença é uma das etapas evolutivas fundamentais a ser considerada a fim de que se entenda o
desdobramento e a repercussão da doença no indivíduo e na família (Rolland, 1995). Dois aspectos
devem ser considerados: o início e o curso da doença. O início das doenças crônicas pode ser
agudo, o que dificulta o reajustamento familiar em um tempo curto de tempo; ou gradual, o que
permite à família se organizar com tempo prolongado. Quanto ao curso da doença, o câncer pode
assumir uma forma constante que, após um início abrupto, se estabiliza com o tratamento. A
reincidência se caracteriza pela alternância de períodos em que o paciente está bem e outros em que
precisa repetir o tratamento (Rolland, 1995). A doença pode, também, ser progressiva. Nesse caso, a
progressão da severidade da doença exigirá que a família se defronte cada vez mais com os
sintomas do paciente, envolvendo-se diretamente numa espécie de sofrimento compartilhado.
Problemas de ordem emocional ocorrem com frequência tanto em pacientes com câncer como
em seus familiares em função da dificuldade em lidar com o diagnóstico. Não raro, transtornos
psicológicos como depressão e ansiedade são diagnosticados no paciente em seus familiares em
todas as fases do tratamento (Ceolin, 2008). Segundo Penna (2004, p. 379): “estas consequências se
devem porque a palavra câncer adquiriu uma conotação de doença terrível, sem cura, e que termina
em morte sofrida”. Entretanto, apesar das doenças oncológicas serem, na sua maioria, crônicas, nem
sempre levam a morte devido a modernas medicações e a tratamentos inovadores. Quanto ao seu
impacto, a notícia do câncer é capaz de mudar de forma considerável o relacionamento entre os
membros da família e a forma como se comunicam e resolvem questões diárias (Melo et al., 2012).
Sabe-se que uma das principais consequências da notícia do diagnóstico de câncer é o
sentimento de incerteza relacionado aos problemas e as mudanças que as famílias cujo um dos
familiares é diagnóstico com câncer sofrem (Ferreira, Dupas, Costa, & Sanchez, 2010; Melo, Silva, &
Fernandes, 2005; McDaniel, Hepworth, & Doherty, 1994). Quanto aos problemas, podem-se citar: (a)
dificuldades econômicas geradas pelos gastos com o tratamento, (b) ocultação do diagnóstico como
forma de minimizar comentários indesejáveis, (c) surgimento de conflitos familiares que prejudicam o
suporte necessário e (d) necessidade de constantes adaptações e mudanças nos hábitos de vida
113
(Ferreita et al., 2010). Em relação às mudanças que o diagnóstico de câncer pode causar para o
paciente e para sua família devem-se destacar as perdas subjacentes à doença, como: (a) perda da
saúde e papéis anteriormente exercidos pelo paciente, (b) a impossibilidade de realizar e construir
projetos de vida, (c) a redução da renda e (d) o encurtamento do período de vida (Bergamasco &
Angelo, 2001; Silva, 2000).
O impacto do câncer nos pacientes e nos membros da família pode ser compreendido a partir da
teoria sistêmica, a qual enfatiza as inter-relações que se estabelecem entre os componentes da
família e o efeito mútuo que cada membro tem sobre os demais (Silva, 2000). Assim, ocorre uma
influência recíproca entre paciente e família na medida em que, não apenas o paciente sofrerá
significativas alterações em sua vida ao longo do tratamento, como também toda a sua família
(Ceolin, 2008). Na medida em que o diagnóstico de câncer, e todo o processo da doença, são
vivenciados pelo paciente e por sua família como um momento de intensa angústia, sofrimento e
ansiedade (Venâncio, 2004), uma crise vital na família pode ser desencadeada (Ceolin, 2008;
Fernandes, 2004; Silva, 2000; McDaniel et al., 1994).
Um aspecto fundamental a ser considerado quando ocorre uma crise na família é o fenômeno da
transgeracionalidade. De acordo com Falcke e Wagner (2005), a transgeracionalidade diz respeito
aos processos transmitidos pela família de uma geração para a outra que permanecem presentes ao
longo da história da família. Para essas autoras, o impacto dos aspectos transgeracionais tende a
acontecer em momentos específicos do ciclo vital – as crises –, nos quais o sujeito se depara de
forma mais concreta com questões de sua família de origem. Durante os períodos de crise, há um
acúmulo de estresse no núcleo familiar, o que pode levar a: (a) uma estagnação da família diante da
situação que gerou a crise, ou (b) impulsionar a família rumo a mudanças evolutivas (Falcke &
Wagner, 2005).
No que se refere ao estresse causado pelo câncer, sabe-se que a família pode apresentar
queixas ocasionadas pelo sofrimento emocional, psicológico e físico de seu familiar (Penna, 2004).
Esse estresse é oriundo das demandas e das consequências do tratamento, como internações,
quimioterapias, cirurgias e sessões de radioterapia. Desta forma, por meio da rotina do tratamento de
um familiar com câncer, a família começa a ser introduzida a um mundo que a amedronta,
desconhecido e diferente do qual ela está habituada: o mundo da doença. Da mesma forma como
sofrem as consequências diretas da doença de seu familiar, os familiares também têm enorme
influência sobre o tratamento do câncer do paciente (Ceolin, 2008; Ferreira et al., 2010). Um exemplo
dessa situação ocorre quando algumas famílias induzem o paciente a não realizar uma determinada
cirurgia por acreditar que ela não o salvará. Outras famílias podem não colaborar com as sessões de
quimioterapia, ou podem acentuar processos depressivos no paciente.
Assim, em função do sofrimento e das mudanças trazidas pelo diagnóstico de câncer,
recomenda-se que a família do paciente receba acompanhamento psicológico (Ceolin, 2008).
114
Entretanto, nem sempre os serviços dos hospitais nos quais ocorre o tratamento do câncer oferecem
terapia familiar, sendo mais comum atendimento apenas ao familiar cuidador que acompanha o
paciente no tratamento.
Quando se fala em câncer na família, uma questão fundamental a ser abordada refere-se ao
cuidador principal do familiar doente. Segundo Ribeiro e Souza (2010), a afetividade, a proximidade
residencial, a disponibilidade de tempo e o suporte financeiro são aspectos importantes na hora de
definir quem será o cuidador familiar. Entretanto, essas pesquisadoras ressaltam que nem sempre a
escolha do cuidador é espontânea, uma vez que ela pode ocorrer por indicação da família ou por falta
de outros cuidadores alternativos. Quanto ao perfil do cuidador, sabe-se que: (a) há mais mulheres
exercendo o papel de cuidadoras de seus familiares do que homens (Ribeiro & Souza, 2010), (b) a
maior parte dos cuidadores é formada por filhos (Martins, Silva Filho, & Pires, 2011) ou por esposas
dos pacientes (Ribeiro & Souza, 2010) e (c) o fato de estar presente ao longo do tratamento pode
sobrecarregar o cuidador (Martins et al., 2011; Volpato & Santos, 2007). Diferentes pesquisas têm
sido realizadas a fim de investigar como o cuidador vivencia a tarefa de acompanhar e cuidar de seu
familiar enfermo (Floriani, 2004; Martins et al., 2011; Ribeiro & Souza, 2010; Volpato & Santos, 2007;
Wanderbroocke, 2005).
Wanderbroocke (2005), por exemplo, realizou um estudo sobre o cuidado com um familiar com
câncer e seus resultados mostraram que: (a) há uma tendência de que a família eleja um cuidador
principal, mesmo que ele não tenha concordado explicitamente, (b) é comum que a função de
cuidador principal seja assumida pelo membro que já vinha realizando funções de cuidador, (c) o
papel de cuidador principal é assumido de acordo com a qualidade dos relacionamentos
estabelecidos na história prévia da família, gerando um senso de sentido e coerência, e (d) os
principais motivos que levam ao cuidador assumir tal função estão relacionados à reparação, à
retribuição e à manutenção do papel. Outro estudo, cujo objetivo foi investigar as dificuldades
vivenciadas pelos cuidadores familiares de pacientes com câncer mostrou que, embora ocorram
mudanças significativas em sua rotina, os cuidadores: (a) se sentem satisfeitos em cuidar e (b) não
expressam sentimentos negativos quanto ao paciente (Ribeiro & Souza, 2010).
De qualquer forma, o cuidador precisa se adaptar a sua nova função, reorganizando sua rotina
para poder acompanhar a nova rotina do paciente, bem como, dar conta da dura realidade da
doença. Em função desta necessidade de adaptação e de todos os problemas emocionais que o
cuidador pode desenvolver – tais como, depressão, insônia, estresse, desânimo e doenças
psicossomáticas (Volpato & Santos, 2007) –, a busca por apoio psicológico para o cuidador familiar
se faz necessária (Martins et al., 2011). Resultados de diferentes pesquisas sobre essa temática
indicam, ainda, que o cuidador principal do familiar doente precisa ser tratado com atenção especial,
uma vez que seu estado de saúde física e emocional influenciarão diretamente o bem-estar e os
115
cuidados do paciente e a qualidade de vida de ambos (Floriani, 2004; Silva, 2009; Volpato & Santos
2007).
Método
116
Participantes
4
Participou desde estudo Camila , uma das filhas de uma paciente que recebeu o diagnóstico de
câncer de pele. Ela é a filha do meio, tem 31 anos de idade, possui curso técnico e é separada. A
mãe de Camila, Norma, tem 54 anos de idade, é agricultora, casada, têm três filhos (duas filhas
adultas e um filho adolescente). Norma começou a fazer uso de fluoxetina, após ter recebido o
diagnóstico de câncer, para tratamento de transtorno de humor depressivo. Como critério de inclusão,
definiu-se que o participante precisaria ter estado presente da consulta médica na qual foi realizado o
diagnóstico do câncer de seu familiar.
Optou-se por entrevistar apenas um familiar do paciente diagnosticado, uma vez que no Hospital
no qual foi realizado o estudo, somente uma pessoa da família pode participar das consultas e do
acompanhamento médico subsequente. Outro motivo pelo qual se optou por entrevistar apenas um
familiar da paciente diagnosticada foi que a família em questão não morava na cidade na qual foi
realizado o tratamento, o que dificultaria o acesso a outros membros da mesma.
Instrumentos
Procedimentos
4
Todos os nomes apresentados neste artigo são fictícios.
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profundidade. Segundo Gil (2009), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo de um ou
de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente
impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados. Para analisar os dados
coletados na entrevista, utilizou-se análise de conteúdo (Laville & Dionne, 1999). Optou-se pelo modo
aberto de categorização, o qual permite que categorias sejam criadas e modificadas ao longo do
processo de análise dos dados (Laville & Dionne, 1999).
Resultados e discussão
A partir da leitura da entrevista e da análise dos dados definiram-se cinco categorias: (a)
Histórico familiar anterior à descoberta do câncer (b) Descoberta do câncer, (c) Reação da família ao
diagnóstico de câncer, (d) Estratégias de enfrentamento e (e) Retomando a vida após a crise.
Considerando-se que o objetivo deste estudo foi realizar um estudo de caso, organizaram-se as
categorias de acordo com a ordem temporal na qual os eventos aconteceram. Assim, pode-se
compreender o impacto do diagnóstico de câncer na família em questão a partir de uma perspectiva
de desenvolvimento.
Norma é a filha mais velha de seis irmãos. Ela foi a única filha que continuou na agricultura e
que não teve oportunidade de estudar. É casada e têm dois filhos além de Camila: uma filha mais
velha e um filho adolescente. Camila é a filha mais apegada à mãe. Isso ficou claro quando Camila
relatou como foi a gestação de seu irmão mais novo. Ela contou que a mãe engravidou, sem planejar,
com mais de 35 anos e que negou a gravidez até o momento do nascimento do filho, pois segundo
Camila, a mãe “se escondeu da sociedade, pois se achava velha para ter filho” [sic]. Em função da
dificuldade de Norma em aceitar a gestação e o filho, foi Camila quem assumiu os cuidados do irmão
mais novo.
A doença da mãe veio à tona em um momento familiar complexo. Camila estava separada a
alguns meses de seu marido, o qual era muito ligado à sogra. A filha mais velha de Norma estava
grávida de seu primeiro filho. Em função da descoberta do câncer e do tratamento, Norma não pode
acompanhar muito a gestação da filha, a qual, por sua vez, se afastou de Norma. Também foi nesse
período que uma forte enchente atingiu a propriedade rural onde Norma vivia com o marido e com o
filho, a qual foi parcialmente destruída.
Quanto ao histórico em relação à doença, o pai de Norma faleceu em decorrência do câncer e
sua mãe tem câncer de pele, mas se nega a tratá-lo. O fato do pai de Norma ter falecido em
decorrência do câncer, reforça o estigma e a conotação de morte desta doença. No caso de Norma,
mais do que um estigma, a morte em decorrência do câncer é um dado de realidade. Segundo
Camila, sua avó nunca fez tratamento, pois acredita que a doença não era grave. Assim como sua
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mãe, Norma nunca teve o hábito de usar protetor solar e costumava fazer seus trabalhos na
agricultura em horários impróprios para exposição solar no verão.
A descoberta do câncer
A família buscou tratamento para Norma na tentativa de atenuar um sinal, que já existia há pelo
menos cinco anos, localizado próximo ao olho direito. Os filhos e o marido obrigaram-na a procurar
um médico após uma conversa em família. Todos estavam preocupados, mas ninguém temia o pior a
não ser a própria paciente. De acordo com Camila, sua mãe se negava a investigar o sinal, pois sabia
que não era uma coisa simples em virtude de seu pai ter falecido de câncer. Pode-se pensar que ao
se deparar com a possibilidade de estar com algum tipo de doença oncológica, Norma reviveu o
sofrimento por ter perdido seu pai para o câncer e surgiram fortes estigmas em relação à doença,
como sofrimento, dor e medo da morte.
Apesar da resistência de Norma, Camila agendou uma consulta com um dermatologista, o qual a
encaminhou imediatamente para um médico oncologista. A partir deste momento, Camila foi o
membro da família que esteve presente durante todo o processo de tratamento da mãe, o qual incluiu
intervenções cirúrgicas e reabilitação. O fato de Camila ter se tornado a cuidadora de sua mãe
corrobora dados de outras pesquisas, as quais mostraram que a maioria dos acompanhantes de
pacientes oncológicos é formada por mulheres (Ribeiro & Souza, 2010) e por filhos dos próprios
pacientes (Martins et al., 2011)
Camila acompanhou a mãe na consulta com o oncologista e o diagnóstico de câncer de pele foi
confirmado: “um câncer já bastante profundo” [sic], de acordo com o médico. Camila relatou que a
resposta da mãe quando o oncologista questionou se Norma costumava se expor ao sol em horários
impróprios chamou muito sua atenção. Norma relatou que só lidava na agricultura em horários
próprios para exposição solar e que se protegia com chapéu e protetor solar. Porém, de acordo com
Camila, a mãe nunca comprou um protetor solar.
Pode-se pensar que na família pesquisada existem aspectos transgeracionais envolvidos na
descoberta e no tratamento do câncer. O pai de Norma faleceu desta doença e sua mãe se negou a
tratá-la, o que sugere que o legado transmitido à família é de não enfrentamento e de negação do
problema. Os resultados deste estudo sugerem que Norma também tentou cumprir tal legado, na
medida em que: (a) não buscou tratamento, (b) teve que ser levada pela família à consulta médica e
(c) distorceu alguns dados sobre exposição solar quando questionada. Assim, a conduta de Norma
diante de sua doença indica que parece haver uma tentativa de repetição da trajetória de seus pais
no que se refere às formas de lidar com o câncer.
Camila, por sua vez, como membro de uma terceira geração sofrendo as consequências do
câncer, conseguiu se dar conta da importância do tratamento da mãe, e agir de forma diferente. Ela
se transformou na principal cuidadora e incentivadora de sua mãe frente ao tratamento, o que indica
uma tentativa de “quebrar” um legado de negação e de não enfrentamento do câncer em sua família.
Conforme salientaram Falcke e Wagner (2005) são nos momentos de crise que o poder dos padrões
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trasngeracionais fica mais evidente, sendo que tais padrões podem determinar comportamentos tanto
favorecedores como obstaculizadores de saúde na família. Famílias que possuem um funcionamento
mais saudável e adaptativo às mudanças parecem conseguir lidar de forma mais harmônica e
buscam a resolução dos problemas, mesmo que para isto seja necessário mudar papéis já
estabelecidos e movimentar a homeostase familiar (Loriedo & Srom, 2002).
Quanto ao tratamento, Norma e Camila receberam o atendimento multidisciplinar oferecido pelo
ambulatório de oncologia, o qual incluiu acompanhamento semanal, durante seis semanas pelo
cirurgião oncológico, desde o momento do diagnóstico até a alta hospitalar. Por considerar Norma
muito ansiosa e triste, o cirurgião oncológico a encaminhou para a psicóloga da instituição antes da
realização da cirurgia. Assim, a paciente recebeu acompanhamento psicológico durante o processo
de hospitalização e após a realização da cirurgia por um período de três dias. Camila participou por
uma vez do grupo de orientações aos familiares de pacientes oncológicos, realizado por uma equipe
multidisciplinar composta por psicóloga, assistente social, enfermeira e nutricionista.
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grave, como o câncer, parece ser um dos recursos que vários familiares utilizam para lidar com a dor
e o sofrimento, tentando poupar o ente querido da repercussão que a doença ocasiona. Porém, a
presença de um segredo nas famílias distorce e mistifica os processos de comunicação, fazendo com
que os membros possam se tornar cegos, surdos e mudos com relação às informações, e desta
forma, perpetuando comportamentos de forma transgeracional (Imber-Black, 2002).
Antes de apresentar os resultados quanto à reação de Camila, deve-se salientar, conforme ilustra
a história de sua família de origem, que, desde muito tempo, Camila vinha sendo a filha mais próxima
de Norma. Portanto, não por acaso, foi Camila quem assumiu o papel de cuidadora de sua mãe. Este
resultado indica, em consonância com Wanderbroocke (2005), que há uma tendência de que o papel
de cuidador do familiar com câncer seja assumido por um membro da família que já realizava ações
de cuidado e que, portanto, era mais próximo do familiar que apresentou a doença. Esta seria uma
forma de manter a coerência dentro do sistema familiar de acordo com sua história de
relacionamentos prévia.
Sobre a reação de Camila, o fato dos outros membros da família terem tomado uma atitude de
esquiva e evitação em relação à da doença de Norma, fez com que Camila se sentisse
sobrecarregada. O peso da responsabilidade e o medo e de não dar conta de toda situação familiar
foram sentidos fortemente por ela: “Não sei de onde consegui tanta força, só pensava que minha mãe
não tinha outra pessoa que ela pudesse contar, precisava ser forte e não demonstrar o quanto estava
preocupada, triste e extremamente cansada” [sic]. De fato, cuidar de um familiar com câncer poder se
tornar uma sobrecarga (Martins et al., 2011; Volpato & Santos, 2007). O relato de Camila corrobora
resultados de outras pesquisas, as quais mostraram que cuidadores de pacientes com câncer podem,
com frequência, apresentar problemas psicológicos como desânimo, estresse, insônia, depressão e
doenças psicossomáticas (Volpato & Santos, 2007).
Outro aspecto manifestado por Camila em relação à doença da mãe refere-se às fantasias
quanto ao prognóstico da doença. Observaram-se fantasias em relação a recidivas e à morte, uma
vez que os médicos explicaram que Norma deveria ter acompanhamento médico pelo resto da vida.
Desde então, Camila mencionou que começou a sentir “medo que surgissem mais focos de câncer
pelo resto da vida” [sic]. Por outro lado, observou-se que, se existiam fantasias negativas quanto ao
desfecho do tratamento, também havia um sentimento de esperança e de que no final tudo iria dar
certo, conforme relatou Camila: “no fundo eu tinha a certeza e a esperança da recuperação dela, não
somente do câncer, mas também da depressão” [sic]. Diferentes pesquisas têm relatado que mesmo
com todas as incertezas e o sofrimento causado pelo câncer, os familiares dos pacientes tendem a
ser esperançosos quanto à cura e à recuperação (Barreto & Amorin, 2010; Martins et al., 2011). De
acordo com Ferreira et al. (2010), a esperança em relação à cura pode estar fundamentada na
confiança que a família deposita no tratamento.
Quanto a esta questão, observou-se que Camila apresentava uma grande confiança na equipe
médica, o que ajudou a tornar o tratamento menos sofrido: “o médico deixou transparecer muita
confiança, o que também aliviou um pouco a dor, pois eu sabia que minha mãe estava nas mãos de
um ótimo profissional” [sic]. A confiança na equipe médica tem sido reportada como um fator
121
importante para o tratamento (Geronasso & Coelho, 2012). Assim, a equipe de saúde pode ser
considerada como um porto seguro para as famílias, a qual é consultada nos momentos de fraqueza
e dúvida (Barreto & Amorin, 2010).
Estratégias de enfrentamento
122
fonte de apoio principal do paciente com câncer, cuidar dela é uma forma de ampliar a atuação do
psicólogo (Wanderbroocke, 2005).
Além disso, Camila frequentou o grupo de apoio aos familiares de doença oncológica do hospital.
Participar deste grupo é importante, pois os profissionais de saúde esclarecem dúvidas quanto ao
tratamento e os cuidados com o paciente – desde a alimentação ao manejo adequado das questões
emocionais – os quais podem ser posteriormente repassados para os outros membros da família. No
caso da família estudada, todos os esclarecimentos fornecidos pelos profissionais de saúde quanto à
doença de Norma foram aproveitados, uma vez que nem Camila e tampouco os outros membros da
família sabiam como lidar com a doença. Espaços nos quais se pode promover o aconselhamento
psico-educativo são imprescindíveis em situações de tratamento do câncer, uma vez que tanto o
paciente como sua família necessitam estar bem informados sobre a enfermidade (Garcia el al.,
2000).
Além do acompanhamento psicológico, a religiosidade também foi observada como uma
estratégia de enfrentamento utilizada tanto por Norma como por sua família, conforme relatou Camila:
“nossa família sempre foi muito religiosa e durante o período da doença, buscamos ainda mais ajuda
religiosa, sendo que o Pastor chegou a visitar minha família várias vezes” [sic]. Esses dados estão
em consonância com os resultados da pesquisa realizada por Ferreira et al. (2010), segundo a qual
praticar a religiosidade é um comportamento que já faz parte da rotina da família e que é aumentado
com a descoberta da doença oncológica. Sabe-se, também, que muitas pessoas tornam-se mais
religiosas depois de receberem o diagnóstico de câncer (Carvalho et al., 2008; Geronasso & Coelho,
2012). De acordo com Camila, durante todo o tratamento da mãe, todos os membros da família
buscaram na fé um amparo para superar os medos e a insegurança, principalmente nos momentos
mais delicados. Esse resultado está em consonância com o estudo de Barreto e Amorin (2010)
segundo o qual religiosidade é uma ferramenta importante para facilitar a aceitação da doença. Além
de a família ter encontrado apoio na religiosidade, Norma também se beneficiou desta estratégia de
enfrentamento, pois, de acordo com Camila, a mãe foi quem mais buscou ajuda na religiosidade.
Conforme estudos de Almeida e Stroppa (2009) existe uma forte associação entre espiritualidade
e enfrentamento de situações de crise. Nesse sentido, pode-se dizer que a família em questão fez
uso do Coping Religioso/Espiritual (CRE), estratégia de enfrentamento relacionada ao modo como as
pessoas utilizam sua religiosidade para lidar com situações de estresse e de dificuldades na vida
(Almeida & Stroppa, 2009; Panzini & Bandeira, 2007; Panzini et al., 2007). No caso da família
estudada, pode-se pensar que o CRE proporcionou maior aceitação, firmeza e capacidade de
adaptação, principalmente para Norma e Camila. Estes dados corroboram os achados por Fornazari
e Ferreira (2010), os quais mostraram que a prática da religiosidade é uma estratégia de
enfrentamento importante, na medida em que pode ajudar: (a) na adesão ao tratamento, (b) a reduzir
a ansiedade o estresse, (c) a melhorar a qualidade de vida e (d) a ressignificar a situação da doença.
Considerando-se os benefícios que a religiosidade trouxe tanta para Norma como para seus
familiares, pode-se pensar, em consonância com Geronasso e Coelho (2012), que a religiosidade
exerce uma influência positiva na qualidade de vida de pessoas que estão com pessoas com câncer.
123
Atualmente, o filho mais novo de Norma passou no vestibular e foi morar com Camila, a qual
também voltou a estudar e está realizando um curso de graduação. Norma mora com seu marido e
ambos continuam trabalhando na agricultura. Entretanto, diferentemente do que acontecia no
passado, agora tomam cuidados específicos relacionados à doença oncológica que antes não
existiam: utilizam protetor solar e chapéu e só se expõem ao sol em horas apropriadas. Estes novos
hábitos são considerados uma conquista e são vistos como um grande aprendizado por toda a
família. As mudanças ocasionadas na família bem como o aprendizado de novos comportamentos
podem ser compreendidas como uma consequência da crise instaurada em função da descoberta do
câncer de Norma. Em consonância com Falcke e Wagner (2005), pode-se pensar que embora sejam
períodos de instabilidade, as crises impulsionam o crescimento da família e ajudam para que a família
alcance maior maturidade.
Quanto ao câncer, de acordo com o médico, o resultado da cirurgia de Norma foi muito bom e
surpreendente, pois, uma vez que a área afetada era muito grande, não se esperava que a melhora
fosse tão efetiva. Entretanto, Norma terá que ser acompanhada de seis em seis meses pelo médico
oncologista pelo resto de sua vida, fato que ainda assusta a família. Deve-se ressaltar que o desfecho
da situação de Norma foi bastante diferente daquele de seu pai. Como a família de Norma insistiu
para que ela procurasse atendimento médico, seu câncer foi descoberto relativamente cedo e foi
possível tratá-lo com intervenção cirúrgica. O fato de Norma ter sobrevivido ao câncer, mesmo que
tenha que ser acompanhada até o final de sua vida, representa a escrita de um novo final para a
história que o câncer tem nesta família. Por meio do sucesso do tratamento de Norma, ela e sua
124
família estão aprendendo que é possível sobreviver e continuar levando a vida, mesmo após a
descoberta tão temida do câncer.
Norma continua fazendo psicoterapia semanal em seu município de origem e está tão vinculada
que, segundo Camila, “não larga a terapia e a psicóloga por nada” [sic]. Alguns resultados do
acompanhamento psicológico, iniciado quando a doença foi descoberta, mostram que Norma
recuperou sua autoestima. De acordo com Camila, a mãe está “até pintando as unhas” [sic] e, com
frequência, vai a bailes com seu marido, programas que antes não eram sequer cogitados. Tais
mudanças na vida de Norma indicam que os resultados da psicoterapia foram além da demanda
inicial relacionada às questões do câncer e trouxeram melhoras para outras áreas da sua vida.
Assim, pode-se dizer que muitas das mudanças atuais na vida de Norma e de sua família somente
foram possíveis graças à psicoterapia iniciada quando o câncer foi descoberto. Esse resultado
ressalta a importância do acompanhamento psicológico no contexto do câncer. Conforme sugeriram
Garcia et al. (2000) o profissional de saúde não pode se limitar apenas à investigação clínica com
foco na doença em si, ao contrário, deve dar importância aos aspectos psicológicos e valorizar a
história de vida do paciente. Por fim, em consonância com Barreto e Amorin (2010) e Melo et al.
(2005), os resultados deste estudo mostraram que a descoberta e o processo de tratamento do
familiar com doença oncológica – considerando-se as estratégias de enfrentamento utilizadas –
podem aproximar os membros da família, tornando-a mais unida e autoconfiante.
Considerações finais
Este estudo teve como objetivo investigar o impacto do diagnóstico de câncer na família a partir
da percepção do familiar cuidador do paciente diagnosticado. Considerando-se a história da família
estudada, observou-se que a filha que assumiu o papel de cuidadora era a familiar mais próxima da
paciente. Isso indica que houve uma tendência de se manter uma coerência em relação aos cuidados
com a paciente. Quanto aos outros membros da família, o diagnóstico de câncer causou evitação, na
medida em que assumiram uma postura de não conversar sobre a doença diretamente com a
paciente, apenas com sua cuidadora. Observou-se que, embora o papel de cuidadora tenha sido
assumido de forma espontânea, ele gerou sobrecarga para a cuidadora.
A crise causada na família pela descoberta do câncer fez com que a família lançasse mão de
estratégias de enfrentamento para reagir ao problema. As principais estratégias de enfrentamento
positivas foram a espiritualidade e o apoio psicológico. Quanto à espiritualidade, observou-se que a
mesma já desempenhava um papel importante para a família em questão, a qual foi impulsionada em
decorrência da descoberta do câncer, tornando-se uma forma positiva de enfrentar a doença. Na
medida em que a fé e a oração foram recursos utilizados pela família para enfrentar os medos e as
incertezas causadas pelo impacto do câncer, pode-se dizer que o fato da família fazer uso da
espiritualidade antes da descoberta da doença funcionou como um fator de proteção para o
enfrentamento de todas as fases do tratamento.
125
No que se refere ao apoio psicológico, os resultados deste estudo mostraram que a psicoterapia:
(a) foi uma estratégia de enfrentamento importante ao longo de todas as fases do tratamento, (b)
trouxe melhoras para a vida da família como um todo, para além dos resultados esperados em
relação ao manejo da doença. Assim, mesmo com todo o peso de ser a segunda geração da família
a vivenciar uma doença oncológica, tanto a paciente como sua cuidadora conseguiram encontrar na
psicoterapia um espaço para ressignificar seus temores. Isso mostra a importância do psicólogo
hospitalar estar atento às necessidades dos pacientes oncológicos não apenas enquanto eles estão
em tratamento no hospital, mas de poder encaminhá-los para que sigam sendo acompanhados
quando o tratamento finalizar. Portanto, o papel da psicóloga hospitalar – a primeira psicóloga com
quem a família teve contato – foi essencial, pois, embora não tenha sido possível atender a família
toda, a psicóloga: (a) acompanhou a paciente com um olhar voltado para as questões familiares e (b)
providenciou os encaminhamentos necessários para que a paciente pudesse receber atendimento
em sua cidade de origem.
Na medida em que a família estudada apresentava história previa de câncer com desfecho
negativo, observaram-se aspectos transgeracionais envolvidos na descoberta e no tratamento da
doença. Se, por um lado, houve uma tentativa de Norma de repetir a história de sua família de origem
negando a doença, por outro, Camila reagiu no sentido de mudar essa história, ajudando Norma e
sua família a escreverem um final diferente, mais positivo e adaptativo. Isso mostra a importância de
considerar a história das gerações anteriores da família para compreender a forma como a família
atual maneja as situações de crise. Outro aspecto que merece destaque refere-se aos estigmas em
relação ao câncer. Quando a doença oncológica acomete uma família pela segunda vez, as marcas
do câncer ficam ainda mais presentes e sofridas, aumentando os sentimentos negativos e as
fantasias em relação à doença na geração atual. Esse dado de realidade torna a notícia do
diagnóstico de câncer ainda mais pesada, uma vez que não são sentidos somente os estigmas da
cultura, mas sim feridas, muitas vezes ainda abertas, daqueles que sobreviveram ao câncer na
geração anterior. Todavia, na medida em que a família utilizou recursos saudáveis para ligar com o
diagnóstico de câncer, pode-se dizer que a mesma é funcional.
Deve-se salientar que, embora este estudo de caso apresente um panorama da vivência do
diagnóstico de câncer na família estudada, ele foi realizado a partir das percepções da cuidadora
principal. Sugere-se que, em estudo futuros, outros membros da família possam ser ouvidos a fim de
conhecer como membros mais periféricos da família lidam com o diagnóstico e enfrentam o câncer na
família. Propõem-se, ainda, que os serviços de psicologia dos hospitais sejam implementados para
que possam oferecer atendimento familiar e de casal para os pacientes que estão tratando o câncer.
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Enviado em 27/07/2013
1ª revisão13/01/2013
Aceito em 17/01/2014
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