Apostila de Secretariado Escolar
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SUMÁRIO
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Desta forma, trazendo estas questões para o contexto escolar, para seus
integrantes e gestores/as, temos que refletir como trabalhar as relações humanas e de
trabalho neste contexto, principalmente sobre a função do/a secretário/a escolar, que
tem um contato direto e essencial com toda a comunidade escolar. Isto significa que a
melhor maneira de trabalhar a relação escola/família é criando uma sintonia interna
entre os agentes educativos, um envolvimento processual entre ambos para a
consolidação de uma instituição social que dê continuidade a esse ambiente de
aprendizagem, traduzindo-se numa grande parceria na progressão de seus alunos/as
por meio dos agentes educativos. A profissão de secretariado no Brasil foi
regulamentada pela Lei 7.377 de 07/07/1989, assinada pelo então Presidente da
República José Sarney.
Neste cenário que o/a secretário/a escolar deve constituir-se muito além de um/a
mero/a executor/a de tarefas burocráticas, mas de um/a profissional que tem em mãos
dados essenciais para pensar estrategicamente o processo pedagógico da escola, bem
como a memória dos sujeitos que nela estão ou estiveram inseridos.
A amplitude de suas funções, o coloca em relação direta e permanente com
diferentes áreas de atuação da Unidade Educativa, exigindo sua interação com todos
os envolvidos, no trabalho escolar, Em suas funções diárias, o secretário escolar deve
ser mais do que uma pessoa encarregada de digitação da correspondências,
manutenção do arquivo e atendimento de telefonemas. Às vezes, esse profissional é a
ponte entre aqueles que tomam decisões gerenciais e os que executarão tais decisões;
muitas vezes, porém, toma decisões e executa tarefas relevantes e decisivas. É, pois,
nesse momento, verdadeiro assessor, função que exige competências e formação
básica bem específicas (MEDEIROS e HERNANDEZ,1999,p.17).
Uma boa organização se distingue quando o grupo, sabe o que deve fazer, como
fazer, quando fazer e porque fazer. É preciso criar um ambiente capaz de influir na
aquisição de bons hábitos. Um ambiente simples, mas funcional. Escolha acertada na
disposição dos móveis, equipamentos conservados, materiais bem distribuídos, chão
limpo, formando um ambiente agradável. A sensação de “bem-estar” é a prova da
ordem e disciplina, da eficiência e educação das pessoas que nela atuam, constituindo-
se um “cartão de visitas” da Secretaria.
Por mais simples e pequena que seja a escola, deve-se fazer o possível para ter
um espaço destinado à Secretaria Escolar.
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O grupo escolar e sua equipe devem tomar decisões coletivas, com relações
hierárquicas flexíveis em busca do equilíbrio e do movimento das informações e
encaminhamentos; podendo se ver como uma equipe nauilo que é realizado e criado,
“neste caso a estrutura do grupo sustenta e esclarece a práxis entendida como o modo
de agir no exercício da função” (LORENZONI,1993,p.117).
É através do secretário escolar e de sua organização, que a escola tem acesso
a dados estatísticos de aprendizagem, sociais, familiares e sociais de seus/suas
educandos/as, sendo que esta organização deve ser de fácil acesso a todos/as os
membros da escola com a devida identificação destes documentos, “Não basta limpar,
inventariar e organizar, é também fundamental reinstalar a informação a partir de uma
nova organização, para que o acervo e a conservação condignos sejam possibilitados”
(MAGALHÃES, 1999,p.59).
Dados que podem transformarem-se em diagnósticos e fontes de pesquisa se
bem utilizados e acompanhados, bem como medidas de conservação, manutenção e
disponibilização.
Tem-se na maioria das escolas as seguintes atribuições básicas da função do
secretário escolar:
-responsabilizar-se pelo funcionamento da Secretaria Escolar;
-zelar pela guarda e sigilo dos documentos escolares;
-cumprir as determinações da Direção;
-coordenar e fiscalizar o serviço da Secretaria Escolar, fazendo a distribuição
equitativa dos trabalhos entre seus auxiliares;
-organizar o arquivo escolar;
-manter em dia a escrituração, o arquivo, a correspondência escolar e o registro
de resultados de avaliação de alunos;
-manter atualizado o arquivo de legislação e de documentação da unidade
escolar;
-conhecer a legislação do ensino vigente, zelando pelo seu cumprimento, no
âmbito de suas atribuições;
-manter o arquivo de documentação de alunos e funcionários lotados na unidade
escolar, organizado de forma funcional, com capacidade de proporcionar rapidez nas
informações;
-analisar, juntamente com a Direção ou Coordenação Pedagógica, as
transferências recebidas;
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reflete sua política e suas necessidades, “(..)o seu fazer perpassa, fundamentalmente,
pelo caminho de que o secretário escolar é educador e como tal, interfere,
sobremaneira, na condução das políticas educacionais da escola” (GAMA &
CARVALHO,2010,p.3).
É o secretário escolar que possui essas valiosas informações que podem ser
exploradas para um diagnóstico do cotidiano escolar, seja para avaliar e compreender
as faltas ou abandono escolar, buscar estratégias para o retorno destes alunos, traçar
oportunidades para os alunos com dificuldade de aprendizagem, assim como
atendimentos para suas famílias nas área social, de lazer e saúde, pesquisar quais
disciplinas acarretam mais dificuldade em determinados contextos, elaborar planos que
agilizem as rotinas administrativas, ou seja, atuar também na gestão da escola
auxiliando sua proposta político-pedagógica.
Um dos desafios desta função está em perceber os documentos cotidianos em
evidências, fontes históricas que compõem culturas, lugares, memórias, “O documento
não é qualquer coisa que fica por conta do passado, é um produto da sociedade que o
fabricou segundo as relações de forças que aí detinham o poder” (LE
GOFF,1994,p.545).
Materiais constituídos dentro de relações de poder, que servem como aporte
teórico para se perceber a produção histórica das identidades e subjetividades dos
sujeitos, assim como as formas de conhecimento de uma época, o texto morto e inerte
de sua existência não é de modo algum ‘inaudível’, tem uma clamorosa vitalidade
própria, vozes clamam do passado, afirmando seus significados próprios,
aparentemente revelando seu próprio conhecimento de si mesmos como conhecimento
(THOMPSON,1981,p.272).
O arquivo “morto” ou permanente deve ganhar outro significado do que sua
aparente inutilidade. Pode-se organizar na escola pesquisas como alunos ou
educadores sobre a formação identitária e o processo migratório de uma comunidade
escolar e do seu entorno, segundo Silva (2011,p.114): É raro, observar orientações
educativas voltadas ao valor dos documentos escolares e a necessidade da gestão,
seja porque os documentos estão afastados dos olhos, esquecidos em porões ou
caves; ou por serem considerados ‘ pouco legível a olhos mal exercitados’, o fato é que
eles vivem sempre ‘ gelados’”.
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Há bem pouco tempo, para que uma empresa se tornasse competitiva, bastava
trabalhar com os últimos conceitos de tecnologia e qualidade aplicados àquele
momento. Contudo, para que estes conceitos e programas fossem aplicados, era de
suma importância a adesão e o comprometimento dos empregados dos mais variados
níveis hierárquicos da empresa. Desta forma, as empresas necessitavam de pessoas
motivadas e comprometidas com os objetivos e a ética da empresa.
Porém hoje vemos o descortinar de uma nova exigência, vemos a necessidade
de discutir esta filosofia da empresa, ou melhor, especificando o pressuposto ético
vigente na empresa e em este estar em consonância com o desejo de proporcionar
uma melhor qualidade de vida no trabalho.
A partir deste enfoque, notamos que um levantamento das percepções dos
trabalhadores em relação aos fatores intervenientes da qualidade de vida no trabalho,
dentro das linhas éticas sob as quais a empresa se edifica para definir os procedimentos
adotados, tornou-se ponto fundamental de pesquisa para aquelas que desejam ser
competitivas, que buscam fazer diferença em um mercado onde a competição é cada
vez mais acirrada.
Na realidade, uma pesquisa para verificação do nível de Qualidade de Vida no
Trabalho (QVT) e sua compatibilidade com os padrões éticos adotados pela empresa
permite saber como as pessoas se sentem em relação a vários fatores, tanto internos
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como externos, da empresa e, a partir daí, gerenciar essa informação. Gil (1994:160)
considera que os "empregados passam muitas horas dentro da empresa. Se as oito ou
mais horas puderem ser agradáveis, as pessoas se sentirão mais motivadas e
consequentemente mais envolvidas com os objetivos da empresa". Este envolvimento
é um elemento fundamental para o aumento da produtividade. Isso porque o indivíduo
sente-se valorizado enquanto pessoa.
O objetivo maior de um programa de qualidade de vida no trabalho, segundo
Gadon (1984), é o crescimento da produtividade e da satisfação dos empregados, mas
isto só será possível graças à coerência em adotar um modelo de QTV que esteja de
acordo com os padrões éticos estabelecidos pela empresa. Na literatura encontram-se
vários modelos de QVT, que são conceituados por diversos estudiosos como um
conjunto de indicadores que facilitam a verificação qualitativa e quantitativa da
satisfação e motivação do funcionário no ambiente de trabalho. Alguns estudiosos
afirmam, neste mesmo sentido, que a qualidade de vida no trabalho seria a satisfação
das necessidades pessoais através da organização e de todo o ambiente de trabalho.
Todavia, investir em qualidade de vida no trabalho não significa que todos os
problemas da empresa desaparecerão. Significa que o corpo gerencial terá subsídios
para trabalhar "focos de incêndio" que não desapareceram ou, até mesmo, prevenir
possíveis "focos". Eliminar ou, no mínimo, minimizar os efeitos desses "focos" é uma
forma de aumentar a produtividade. Um exemplo do que se afirma seria o de um grupo
de empregados que não estão plenamente satisfeitos com seus salários, mas
percebem que o local de trabalho é um lugar agradável, e que o grupo de pessoas com
quem se relacionam no dia-a-dia é confiável, comprometido. Além disso, vêem seus
superiores como pessoas sensatas, que oferecem oportunidades para a participação e
estão de acordo com os objetivos da empresa. Logo, este grupo de empregados sente-
se relativamente motivado, e isto faz com que possíveis obstáculos tornem-se fáceis
de ser superados e trabalhados.
O nosso tempo vem sendo marcado pela necessidade de uma melhoria
contínua em todos os âmbitos das relações sociais e empresarias. Portanto, a questão
mais importante hoje é eminentemente ética, principalmente do ponto de vista prático.
Esta necessidade vem cada vez mais tomando consistência devido às constantes
exigências mercadológicas. Ercílio Denny (2001) diz: "A ética da empresa trata de
mostrar, então, que optar por valores que humanizam é o melhor para a empresa,
entendida como um grupo humano, e para a sociedade em que ela opera".
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Ética e Trabalho
Os animais vivem em harmonia com sua própria natureza. Isso significa que todo
animal age de acordo com as características de sua espécie quando, por exemplo, se
acasala, protege a cria, caça e se defende. Os instintos animais são regidos por leis
biológicas, de modo que podemos prever as reações típicas de cada espécie. Os
animais vêm ao mundo com impulsos altamente especializados e firmemente dirigidos,
e por isso vivem quase que completamente determinados pelos seus instintos e cada
espécie vive no seu ambiente particular (mundo dos cavalos, dos gatos, dos elefantes,
etc.).
A etologia é a ciência que se ocupa do estudo comparado do comportamento
dos animais, indicando a regularidade desse comportamento. É evidente que existem
grandes diferenças entre os animais conforme seu lugar na escala zoológica: enquanto
um inseto como a abelha constrói a colméia e prepara o mel seguindo os padrões
rígidos das ações instintivas, animais superiores, como alguns mamíferos, agem por
instinto, mas também desenvolvem outros comportamentos mais flexíveis e, portanto
menos previsíveis. Essas habilidades, porém, não levam os animais superiores a
ultrapassar o mundo natural, caminho esse exclusivo da aventura humana. O ser
humano, ao contrário, é imperfeitamente programado pela sua constituição biológica.
Sua estrutura de instintos no nascimento é insuficientemente especializada e não é
dirigida a um ambiente que lhe seja específico. Sugar e chorar são das poucas coisas
que sabemos quando nascemos. O mundo humano é um mundo aberto, isto é, um
mundo que deve ser construído pela própria atividade humana. O ser humano deve
desenvolver a sua razão para através dela atingir o desenvolvimento necessário de
suas habilidades.
Como os outros mamíferos, estamos inseridos em uma realidade que é anterior
ao nosso aparecimento. Mas, diferentemente deles, esta realidade que nos precede
não é simplesmente dada, colocada à nossa disposição para um relacionamento
imediato, nós de certo modo, instrumentalizamos a razão para que ela seja o meio pelo
qual "organizamos" o mundo para superar o "caos". Necessitamos construir um mundo
para nós, um mundo que tenha um sentido humano, e, nesse processo, construir a nós
mesmos (o Eu).
Karl MARX (1980, p.202) consegue colocar essa ideia de uma forma
extraordinariamente clara, quando faz a distinção entre o trabalho humano e a atividade
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Ética e qualidade
Um artigo escrito por Peter Nadas traz o tema da ética da seguinte forma:
"Todas as vezes que, em conversas com amigos, menciono a expressão ética
empresarial, os sorrisos irônicos aparecem imediatamente nos lábios: Será que existe
isso? – perguntam-me eles. Existe aí uma contradição, acrescentam geralmente. O
mundo da empresa é voltado para os lucros, o que vale é o resultado final, tudo se
justifica em função deste fim. Logo, onde o fim justifica os meios, não se pode falar em
ética... Os oligopólios, os acordos de preços secretos, as concorrências públicas
“fajutas”, a corrupção ativa e passiva, os conflitos de interesse, a propaganda
enganosa, a inobservância das leis, a poluição, a sonegação... onde está a ética? Pobre
amigo tira o cavalinho da chuva: ética e empresa simplesmente não podem conviver. ”
Costuma ser a resposta mais direta, porém o que é notabilizado como impossibilidade
de convivência, costuma ser a solução mais fácil. É muito cômoda a solução anti-ética
pois visa atingir resultados a curto prazo. Procedimentos anti-éticos, sem considerar o
seu mal intrínseco, produzem um acomodamento das pessoas e instituições no estágio
já atingido. Estimulam a incompetência profissional e favorecem a falta de talento.
Aonde exigiria mais trabalho, criatividade ou melhoria de qualidade apela-se para a
falsidade ou a corrupção. Tal postura, individual ou coletiva, provoca uma diminuição
da capacidade de superação das dificuldades e afeta a vitalidade competitiva da
empresa. O próprio esforço por buscar soluções fundamentadas nos princípios morais
aperfeiçoam as pessoas e redundam na melhoria do sistema onde estão inseridas.
Comportamentos anti-éticos ganham espaço enquanto são a exceção ao
comportamento geral. Sobrevivem pela sua condição de parasitismo. Beneficiam-se da
instrumentalização e manipulação de uma maioria ética. Veja o caso da publicidade de
produtos. A propaganda enganosa atinge os seus objetivos enquanto a maioria dos que
anuncia seus produtos se preocupam com a qualidade de informação. Caso
proliferasse a falta de veracidade, os consumidores não mais confiariam nas
campanhas publicitárias. Deixariam de ser rentáveis para os ditos “espertos”.
Apoiado em dados da experiência constatada em diversos setores de países
desenvolvidos, afirma Peréz Lopes (1991) serem "muitos os homens de empresa que,
por intuição própria, já verificaram que as realidades éticas (eles chamam de confiança,
espírito de serviço, sentido de responsabilidade, e de mil outros modos) pertencem ao
núcleo mais profundo e determinante do funcionamento das organizações que dirigem.
São conscientes de que, no longo prazo, os próprios resultados econômicos dependem
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mais diretamente da qualidade ética de seus homens do que das condições não
controláveis do ambiente. Tem crescido mais e mais a evidência de que tentar dirigir
uma empresa sem atender aos fatores éticos da realidade é algo tão suicida como
projetar e usar uma peça sem levar em consideração a resistência e demais
propriedades dos materiais com que está construída". Ações valiosas, as de caráter
ético dão solidez às pessoas e empresas. Quando se pretende melhoria de qualidade
em serviços e produtos o caminho está no cultivo de atitudes éticas.
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Desenvolvimento de Pessoal
Quadro 1- Estruturas de Carreiras
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este plano, o setor público proporciona uma visualização aos seus trabalhadores do
desenvolvimento que estes podem galgar.
O mercado de trabalho do setor público cresce ou diminui conforme a
necessidade do estado de prestar serviços à comunidade, autorizando assim sempre
que necessário a realização de concursos públicos. Os requisitos para a investidura em
um cargo público são estabelecidos pela Constituição Federal (1 988) no artigo 37
inciso II: “A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei”.
Por ser regido pelo estado, o setor público não sofre grandes influências sobre
as variáveis do mercado competitivo, como o setor privado, sendo caracterizados esses
como órgãos e instituições que prestam serviços a comunidade.
Após a investidura no cargo, o servidor tem um vínculo com a sociedade,
prestando serviços a esta através da instituição ou órgão ao qual está lotado. O
desenvolvimento deste passa a ser um investimento do governo para proporcionar
retornos à sociedade em geral em prestação de serviços de qualidade, como
ferramenta de gerenciar a qualidade e o desenvolvimento de seus recursos humanos,
o estado estrutura o plano de carreira de seus servidores, que o conhecem desde sua
entrada em exercício, ficando sabendo de seus direitos e deveres, e as possibilidades
de evolução.
O plano de carreira do serviço público difere entre os poderes, estruturas e
categorias, sendo criados através de leis ou decretos.
Diferente da literatura conceitual de planos de carreira para o setor privado, o
plano de carreira do setor público em forma geral pode ser descrito como uma estrutura
em linha, onde ele entra em um cargo e permanecerá neste até sua aposentadoria ou
exoneração, conforme é estabelecido na Constituição Federal (1 988) no art. 37.
A diferenciação entre o plano de carreira dos técnicos administrativos em
educação e o setor privado é a questão de troca de cargos e questão salarial. Enquanto
a evolução no plano privado refere-se à evolução em cargo para a ascensão na carreira,
no serviço público esta ascensão ocorre de forma estruturada na questão salarial,
porém sempre no mesmo cargo.
Quadro 3 - Conceito do Plano de Carreira do Serviço Público
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Motivação
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Teorias Motivacionais
Teoria da Motivação-Higiene
Herzberg (como citado em Bertolino, 1 998) nos anos 60, formulou sua teoria
sobre motivação, muito semelhante à teoria de Maslow. Porém sua teoria ficou focada
no ambiente organizacional e o que proporciona a motivação/satisfação ou a ausência
delas aos trabalhadores neste ambiente. Esta teoria ficou conhecida como higiene-
motivação e procurou esclarecer o que afetava a satisfação das necessidades dos
trabalhadores, fossem elas inferiores (higiênicos) ou superiores (motivadores).
Segundo Herzberg (1 997, p. 61 ), criador da Teoria dos dois fatores, os fatores
envolvidos na produção da satisfação (e motivação) no trabalho são separados e
distintos dos fatores que levam à insatisfação no trabalho. Já que é necessário
considerar fatores separados, dependendo do fato de estarmos examinando a
satisfação ou insatisfação no trabalho, segue-se que esses dois sentimentos não são
antagônicos. O oposto de satisfação no trabalho não é insatisfação no trabalho, mas
sim a ausência de satisfação; e, da mesma forma, o oposto de insatisfação no trabalho
não é satisfação no trabalho, mas sim ausência de insatisfação.
O autor apresentou a teoria da motivação higiene, em que as necessidades
básicas fisiológicas e de segurança eram fatores higiênicos, e funcionavam como
frustradores caso fossem ausentes, porém quando presentes não motivavam os
colaboradores. E as necessidades sociais, de estima e de auto-realização eram os
fatores motivadores, que se relacionam diretamente com o aumento da eficácia e da
produtividade por parte do colaborador, sempre que presentes.
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Além desta relação pode-se sugerir que organizações que possuem planos de
carreira tornam-se mais atrativas para os trabalhadores, uma vez que este pode
visualizar as possibilidades que estas proporcionam para o seu desenvolvimento
profissional e pessoal, além deste poder ser um dos fatores que levam cada vez um
maior número de trabalhadores a procurarem colocações em cargos do serviço
público.
Quando o colaborador percebe uma estrutura dentro da organização
preocupada com o atendimento de seus anseios profissionais, nota-se uma motivação
ao trabalho maior e consequentemente, uma maior possibilidade de
comprometimento, já que, conforme apresentado anteriormente, diversos estudos
apontam o trabalho como fonte de realização pessoal também. Cria-se uma reação
em cadeia, onde o colaborador percebendo possibilidades de desenvolvimento e
crescimento dentro da organização pode vislumbrar novas possibilidades dentro da
própria empresa e motivando-se ao trabalho, sendo também influenciado em seu
planejamento pessoal. Todos esses fatores integrados podem gerar mais motivação
e comprometimento que refletirão em resultados para a organização.
Baseada no estudo das variáveis estudadas considera-se que o plano de
carreira além de proporcionar uma importante ferramenta de gestão para a estrutura
de recursos humanos da organização tem uma ligação direta com fatores
motivacionais extrínsecos, ou motivadores externos, e pode proporcionar um
ambiente onde se desenvolva fatores motivacionais intrínsecos, além disso, também
pode proporcionar outros benefícios como visibilidade no mercado de trabalho e
atratividade de talentos.
Sendo assim, indiferente se o trabalhador encontra-se no setor público ou
privado, a motivação é um diferencial para o alcance das metas organizacionais, e
este pode ser diretamente influenciado pelo plano de carreira, disponibilizando assim
uma importante ferramenta de gestão de pessoal.
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sentido, ele deve ser capaz de contribuir e ser útil para a sociedade. E pela visão
organizacional, são apontados aspectos ligados à utilidade, organização do trabalho
e relações interpessoais. “O grau de importância que o trabalho tem na vida de uma
pessoa em um determinado momento é formada por um construto complexo
composto por um componente valorativo – a centralidade absoluta do trabalho -, que
mensura o valor atribuído a este dentro da vida dos sujeitos e identifica em que medida
o trabalho é central para a autoimagem (TOLFO; PICCININI, 2007, p. 39)
O trabalho é fator primordial na vida de todo ser humano, a psicologia
organizacional evidencia o relacionamento interpessoal como uma das principais
características para o sucesso da organização. Sem pessoas, não há produtividade,
não existe empresas, ou seja, sempre existirá a relação homem e trabalho. “As
pessoas são a vantagem competitiva das empresas e o bem-estar no ambiente de
trabalho resulta em produtividade e resultados” (BRONDANI, 2010, p.18).
No mercado de trabalho, a forma como nos relacionamos com as pessoas é
um dos fatores mais importantes para manter um bom clima organizacional. A maneira
de ser, pensar e agir influencia diretamente os relacionamentos nas empresas. O
trabalho requer a convivência com colegas e superiores, onde é necessário conciliar
os interesses pessoais com os interesses e objetivos da organização.
Segundo Zanelli et al. (2004) o mundo do trabalho relacionado a psicologia
organizacional e do trabalho está ligado aos fatores como: motivação,
comprometimento, envolvimento, aprendizagem, socialização, satisfação,
treinamento, aconselhamento, estresse e qualidade de vida no trabalho. Referente a
este contexto a qualidade de vida da sociedade depende fortemente de como as
organizações funcionam.
De acordo com Marx (1980 apud ZANELLI) a maneira pela qual os indivíduos
manifestam a sua vida reflete muito exatamente o que eles são. Cada pessoa tem seu
próprio conceito de trabalho e é a expressão do próprio ser. Segundo Rodrigues et al.
(2001, p. 127) “a organização se constitui numa rede de relações tecidas por
indivíduos dotados de ideias, necessidades e sentimentos que estão, a todo o tempo,
presentes nas interações sociais, refletindo como estes indivíduos percebem e
vivenciam a realidade”.
Visto que a organização é composta por um conjunto de pessoas diferentes,
contudo com o mesmo objetivo, é apontado que “a organização se constitui numa rede
de relações tecidas por indivíduos dotados de ideias, necessidades e sentimentos que
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estão, a todo o tempo, presentes nas interações sociais, refletindo como os indivíduos
percebem e vivenciam a realidade” (RODRIGUES, et al, 2001, p. 127). Ela interfere e
é influenciada por pessoas e cada um relaciona-se de maneira diferente em relação
ao trabalho.
ser suprimidas ou reprimidas. Existe uma visão de que emoções positivas melhoram
o ambiente de trabalho. ” (SCHMIDT; GODOI, 2008, p. 164)
A partir dessa perspectiva observa-se que o indivíduo tem uma história de vida
na qual aprende a dar significado às suas emoções de acordo com as respostas que
obtém na família, e essas reações são deslocadas para suas relações interpessoais,
grupais e posteriormente para a organização aponta Schmidt e Godoi (2008). Ou seja,
o indivíduo carrega muitos valores e pode encontrar elementos da vida das pessoas
que foram transpostos para suas atitudes e expressão das emoções no grupo de
trabalho.
Gondim et al. (2010, p. 242) esclarece que “a emoção é um estado afetivo
ativado por processos neurofisiológicos que preparam o organismo para a ação, é o
sentimento de que as mudanças corporais estão ocorrendo no indivíduo. ” Todos os
dias experimentamos estados emocionais diversificados, sendo alguns relacionados
ao trabalho, porém a raiva, o choro e a tristeza não devem ser expressos em contextos
de trabalho. As emoções dão suporte ao processo de relacionamento interpessoal.
Salinas e Oliveira (2004, p. 19) “inevitavelmente os sentimentos influenciarão as
interações e as próprias atividades, que repercutem na eficácia do trabalho. ”
“As emoções estão intimamente relacionadas à percepção da prontidão para a
ação do organismo e são desencadeadas pelas sensações fisiológicas. Os
sentimentos são desencadeados pela interpretação cognitiva da situação, que muitas
vezes se vale do que já está na memória. ” (ZANELLI et al., 2004, p. 209)
A maneira como as emoções são interpretadas interferem na qualidade dos
relacionamentos que estabelecemos socialmente com nítidas consequências para a
emergência de conflitos, principalmente, no ambiente de trabalho aponta Gondim et
al. (2010).
“O homem é visto como uma unidade que pensa, sente, deseja, age e necessita
de integração harmoniosa entre corpo e mente, para que possa expressar a sua
personalidade, características e valores pessoais” (SILVA et al., 2007, p. 3) Através
de suas emoções busca expressar a sua opinião e sua vontade na sociedade.
No mundo organizacional existe a convivência com outros indivíduos, as
condutas vão resultar em histórias de interações recorrentes nas quais as emoções
se fazem presentes afirma Schmidt e Godoi (2008). As emoções atuam em harmonia
com o intelecto e as organizações devem acompanhar os aspectos sociais e
individuais de cada equipe. De acordo com Carvalho (2009) as pessoas e fatos
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Silva et al. (2007) aponta que toda relação interpessoal mobiliza processos
psíquicos e o que se verifica, na prática, é que a vida cotidiana é caracterizada pela
vida em grupo. A todo momento o indivíduo convive e se relaciona com outras pessoas
em diferentes lugares, formam grupos por afinidades e aproximações como família,
escola, igreja e trabalho. “Os seres humanos são essencialmente seres sociais,
instintivamente motivados por uma necessidade de se relacionar. É nessa interação
que descobrem suas próprias capacidades e as exercitam” (CARVALHO, 2009, p. 72).
A importância dada aos relacionamentos parte do pressuposto de que as
necessidades e interesses das organizações são as necessidades e interesses dos
indivíduos de forma coletiva. Suas necessidades se originam no ser complexo que
somos e que, necessáriamente, passam pela emocionalidade das relações sociais e
suas trocas intersubjetivas. (LEITÃO et al., 2006, p. 889)
De acordo com Carvalho (2009) pertencemos a uma sociedade com alto
desenvolvimento tecnológico que proporciona aproximações, mas também
desenvolve um baixo contato interpessoal. Segundo o autor, existem vários tipos de
relacionamentos como: abertos ou fechados, criativos, conflitantes, gratificantes ou
destrutivos.
Segundo Moscovici (1985, p.27), “a competência interpessoal é a habilidade de
lidar eficazmente com as relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma
adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação”. Ou seja, é a
forma com a pessoa se relaciona com os outros, está relacionada ao comportamentos
e atitudes que interferem no convívio com as pessoas. De acordo com o mesmo autor,
o processo de interação humana é complexo e ocorre permanentemente entre
pessoas, sendo a forma mais frequente e usual representada pelo processo de
comunicação, seja verbal ou não-verbal.
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de cada indivíduo de lidar com a realidade” (CARVALHO, 2009, p.75) De acordo com
o autor a maior parte desse conjunto de reações reflete a história de vida de cada um,
configurando a maneira com que a pessoa lida com emoções que permeiam as
relações interpessoais. “A forma como o sujeito lida com a realidade organizacional e
como se posiciona frente às atuais transformações e exigências do trabalho estão
relacionadas com a educação vivida” (RODRIGUES et al., 2001, p.124). Essa
educação é gerenciada de forma positiva pelos indivíduos durante o período de
trabalho e se relacionam de forma compatível com a qual aprenderam.
O desenvolvimento das pessoas no contexto organizacional depende do
relacionamento interpessoal, sendo o homem influenciável e influenciador pela
organização de acordo com seu conjunto de valores. Os fatores que mais influenciam
no relacionamento interpessoal de acordo com Brondani (2010) são o respeito, a
amizade, a cordialidade nas relações, a cooperação e o entrosamento dentro e fora
da organização. As pessoas levam para o trabalho valores, crenças e expectativas
inerentes ao seu “eu”, suas emoções e sentimentos que interferem no relacionamento
interpessoal.
“As relações interpessoais se desenvolvem em decorrência dos processos de
interação, que corresponde às situações de trabalho compartilhadas por duas ou mais
pessoas, as atividades coletivas e pré-determinadas a serem executadas, bem como
interações e sentimentos recomendados, tais como: comunicação, cooperação,
respeito, amizade, etc.” (SILVA et al., 2007, p. 2)
“A forma de ser, pensar e agir influencia diretamente os relacionamentos em
todas as organizações. Se instaurar um clima harmônico, positivo e de respeito, pode-
se ter de volta um ambiente sadio e sem grandes turbulências” (SILVA et al., 2007,
p.9) Ou seja, são as pessoas e o convívio entre as mesmas que criam o ambiente.
Salinas e Oliveira (2004) descrevem que as empresas sofrem transformações
de forma complexa e com ritmo acelerado, e, portanto, buscam novas competências
profissionais em habilidades interpessoais e estão também interessadas nas
influências que o relacionamento interpessoal, dentro do foco do trabalho, interferem
no desempenho da organização.
A pesquisa desenvolvida por Silva et al. (2007) apontam os fatores positivos e
negativos que interferem o relacionamento interpessoal nas organizações. Sendo
liderança democrática, diálogo, respeito, responsabilidade, assertividade, empatia,
bom humor, os indicadores positivos e como fatores negativos, pode-se citar: inveja,
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