Didática - Resumo

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Didática

 O termo didática  é derivado do grego didaktiké, que significa, em outras palavras, “arte


de ensinar”.

Segundo Hoauiss (2001, p. 22), didática pode ser definida como “parte da Pedagogia
que trata dos princípios científicos que direcionam a atividade educativa, com o objetivo
de torná-la mais eficiente”. Deste modo, a Pedagogia é vista como a ciência e a arte da
educação, enquanto que a Didática pode ser definida como a arte e a ciência do ensino. 

Desta forma, no que diz respeito à disciplina acadêmica, a Didática enfatizou a:

 Elaboração de planos de ensino 


 Formulação de objetivos instrucionais
 Seleção de conteúdos 
 Técnicas de exposição e de condução de trabalhos em grupo
 Utilização de tecnologias a serviço da eficiência das atividades educativas (GIL,
2007a). 

1.2 Ensino ou aprendizagem?

A perspectiva do ensino

Segundo Legrand (1976), tais professores visualizam-se como especialistas em


determinada área do conhecimento e prezam que seu conteúdo ministrado seja
conhecido pelos alunos em questão, “sua arte é a arte da exposição”. Os alunos dessa
perspectiva do ensino recebem a informação, transmitida de forma coletiva, cabendo
aos mesmos demonstrarem seu entendimento frente ao conteúdo expostos e sua correta
assimilação através de “tarefas”, “deveres” ou “provas individuais”. 

A perspectiva da aprendizagem 

Por outro lado, existem professores que enxergam os alunos como sendo os principais
protagonistas no processo de educar. Estes docentes preocupam-se em identificar as
aptidões de seus alunos, suas necessidades e seus interesses, com o objetivo de auxiliá-
los, seja no desenvolvimento de habilidades novas, na modificação de comportamentos
e atitudes ou na busca de novos significados nas pessoas, coisas ou fatos (GIL, 2007a). 

1.3 As abordagens do processo de ensinar


Abordagem Tradicional

Nesta abordagem, o professor é visto como o especialista e elemento principal na


transmissão do conhecimento. O aluno, por sua vez, é visualizado como um receptor
passivo, que, recebendo os conhecimentos necessários pelo professor, torna-se apto de
ensiná-los a outras pessoas e a exercer de forma eficaz uma profissão. Essa abordagem
traz uma visão individualista do processo educacional, bem como do caráter cumulativo
do conhecimento

Abordagem Comportamentalista

Nesta abordagem, o conhecimento é o resultado da experiência. Desta forma, a escola é


reconhecida como a instituição que educa de maneira formal e os modelos educativos
são construídos com base na análise dos processos, pelos quais o comportamento é
modelado e respectivamente reforçado.

Abordagem Humanista

Neste processo, o professor não transmite simplesmente os conteúdos, mas dá a


assistência necessária aos estudantes, atuando, desta forma, como facilitador da
aprendizagem. O conteúdo nesta abordagem surge das próprias experiências
vivenciadas pelos estudantes, que são considerados em um processo continuado de
descobertas de si mesmos.

Abordagem Cognitivista

O conhecimento se dá pelas interações entre sujeito e objeto, sem enfatizar nenhum polo
desta relação. O ensino compatível com esta abordagem deve fundamentar-se na
“tentativa e erro”, na pesquisa científica e na solução de problemas pelo aluno e não na
memorização de fórmulas, conceitos e nomenclaturas.

Abordagem Sociocultural 

Esta abordagem leva em conta os aspectos socioculturais que estão presentes no


processo de ensino/aprendizagem. A ênfase é voltada ao sujeito, na função de
elaborador e criador de seu conhecimento. Sendo assim (ser humano como sujeito de
sua própria educação), as ações educativas têm como objetivo principal promovê-lo (e
não ajustá-lo) à sociedade.  O fundamento desta educação está na dialogicidade, em que
educador e educando, juntos, tornam-se sujeitos de um processo em que crescem
mutuamente. Nesta perspectiva, o conhecimento revela-se como uma transformação
contínua e não na transmissão de conteúdos prontos (GIL, 2007a).

1.4 Pedagogia ou andragogia, o que é isso?

Pois bem, a palavra “pedagogia” refere-se à “condução de crianças”. Desta forma, a


preparação dos professores para o ensino básico dá-se em cursos que oferecem
disciplinas de cunho pedagógico. Já a denominação “Andragogia” refere-se à arte e a
ciência de orientar adultos a aprender. Este conceito começou a popularizar-se por volta
da década de 70, através de trabalhos publicados na época com este viés (práticas
modernas para a educação de adultos).

A Andragogia fundamenta-se em cinco princípios básicos:

1. Conceito de Aprendente
2. Necessidade do Conhecimento
3. Motivação para aprender 
4. O papel da Experiência
5. Prontidão para o Aprendizado

Podemos concluir, dado os cinco princípios básicos da andragogia, que uma educação
no contexto andragógico necessita: 

elaboração (lista) das necessidades e interesses de aprendizado dos estudantes; 


definição dos objetivos e planejamento das tarefas com a participação dos alunos; 
estabelecimento de um clima cooperativo, informal e de suporte à aprendizagem; 
seleção de conteúdos que tenham significado para os estudantes; 
definição de contratos e projetos de aprendizagem; 
aprendizagem orientada para tarefas ou resolução de problemas; 
utilização de projetos de investigação, estudos independentes e técnicas vivenciais; 
valorização da discussão, relatos de experiências e solução de problemas em grupo; 
utilização de métodos avaliativos relacionados diretamente com a aprendizagem (GIL,
2007, p. 13).

1.5 O que torna o aprendizado eficaz?

A aprendizagem recebe influência direta de três componentes inter-relacionados: o


estudante, o professor e o curso. Por exemplo, as variáveis relacionadas aos alunos
contemplam suas aptidões, hábitos de estudo e sua motivação. As variáveis que
compreendem o professor referem-se principalmente aos conhecimentos relativos à
disciplina ministrada, suas habilidades pedagógicas, sua motivação e percepção acerca
da educação. Por fim, as variáveis relacionadas ao curso estão diretamente ligadas aos
objetivos propostos e métodos para alcançá-los.

Variáveis relacionadas aos alunos

A habilidade do estudante, nível intelectual do mesmo, suas aptidões físicas, assim


como os conhecimentos adquiridos anteriormente constituem importante influência em
relação à aprendizagem, bem como explicam de certa forma, boa parte das diferenças de
desempenho existentes entre alunos. 

Tais diferenças individuais devem ser consideradas pelo professor, no exercício da


atividade docente, seja no planejamento, seja na condução de suas aulas, bem como nas
avaliações da aprendizagem.

Outro fator de importante relevância no sucesso de aprendizagem do aluno, corresponde


à sua motivação. A motivação tem origem na necessidade e impulsiona para a ação.
Desta forma, quando o estudante tem o real interesse em aprender, o mesmo busca
fontes capazes de satisfazê-lo, tais como: leituras, aulas, discussões, vídeos, entre
outros. Os hábitos dos alunos também contribuem significativamente no processo de
aprendizagem. Alunos que fazem planejamentos de seus estudos, anotações em aula,
utilizam técnicas de leitura, bem como revisam de forma constante a matéria costumam
obter um melhor aproveitamento em seus estudos. Cabe ao professor neste processo de
mediação não apenas ministrar a disciplina, mas também ensinar aos alunos as técnicas
para estudar e consequentemente aprender (GIL, 2007a).

Variáveis relacionadas ao professor 

Entende-se na função docente que o domínio sobre o conteúdo que será ministrado tem
relação direta com o aprendizado dos alunos. De fato, o professor que é conhecedor dos
conteúdos previstos para a disciplina demonstra maior segurança ao ensinar, expõe suas
ideias com maior propriedade e é capaz de responder as dúvidas dos alunos, sem
maiores problemas. Pois bem, prender a atenção do aluno, explanar conceitos
complexos e criar um ambiente agradável em sala de aula está diretamente relacionado
a três habilidades fundamentais: o nível de conhecimento específico frente à disciplina
ministrada, suas habilidades pedagógicas e sua motivação. Como forma de
complementar as variáveis relacionadas ao professor, entende-se que o professor
moderno deve ter dez competências fundamentais: comprometido, preparado,
organizado, tolerante, aberto a perguntas, contador de histórias, inovador, entusiasta de
novas tecnologias, social e conectado. Leia o artigo sobre essas questões, para conhecer
mais sobre cada uma destas características. 

2.1 Quem é o professor atual?

Perfil do Professor da Educação Básica

FIGURA 1. Proporção de professores por rede privada ou pública - Brasil -


2009/2013/2017

Descrição da imagem:  Proporção de professores por rede privada ou pública no Brasil.


No ano de 2009, 79% dos professores estavam em escolas públicas, enquanto que 21%
estavam nas escolas privadas. Em 2013, 78% estavam em escolas públicas e 22% nas
escolas privadas. Em 2017, 77% estavam nas escolas públicas, já 23% nas escolas
privadas.

Em um resumo geral dos dados presentes no censo da educação básica no Brasil, que
contempla os anos de 2009 a 2017, no que diz respeito às características demográficas,
do contexto de trabalho e da formação podemos concluir que:

 Os professores típicos brasileiros em 2017 são mulheres (81%)


 Destas, 42% são brancas e 25,2% pardas, com média de idade de 41 anos,
alocadas prioritariamente nas etapas iniciais da educação básica
 Uma minoria declarou-se portadora de necessidades especiais (0,31% em 2017)
 A escolaridade do professor predominante é de nível superior em todas as etapas
do ensino, sendo que a maior parte é em licenciatura
 Dos graduados, 36% são portadores de títulos de pós-graduação lato ou stricto
sensu
 A maior parte dos professores é concursada e leciona em apenas uma escola,
38% em uma única turma e 40% ministra uma única disciplina (CARVALHO,
2018).

Perfil do Professor de Ensino Superior 

No que diz respeito aos atributos do vínculo docente, temos os seguintes dados:

 Tanto na rede privada quanto na rede pública os docentes mais frequentes são
homens
 36 anos é a idade mais frequente dos docentes tanto em instituições públicas
quanto em instituições privadas
 Os professores com titulação de doutor são os mais frequentes na rede pública
de ensino, enquanto na rede privada a maior parte do corpo docente é formada
por mestres
 Com relação ao regime de trabalho, docentes da rede pública em sua maioria
possuem tempo integral, enquanto na rede privada a maior parte possui tempo
parcial (BRASIL, 2017). 

Em um contexto geral acerca do perfil dos docentes de ensino superior, junto às


instituições de ensino (público ou privada) de 2007 a 2017: 

 Em 2017, havia 380.673 docentes em exercício na educação superior no Brasil


 Deste total, 55% tinham vínculo com IES privada e 45% com IES pública
 A queda de participação de docentes horistas na rede privada, a partir de 2007,
acompanhada do crescimento da participação de docentes em tempo integral e
parcial, confirma a tendência geral de melhoria nos vínculos de trabalho dos
docentes
 Na rede pública, a participação de docentes em tempo integral continua se
expandindo, enquanto os docentes horistas continuam em queda
 Docentes com mestrado continuam com participação percentual praticamente
estável na rede pública nos últimos anos, enquanto se observa um crescimento
da participação percentual desses docentes na rede privada
 Na rede pública, a participação de docentes com doutorado tem uma expansão
maior do que a registrada na rede privada, apesar da sua participação dobrar nos
últimos dez anos
 Mais de 70% dos docentes nas universidades têm o regime de contrato de
trabalho em tempo integral, números superiores aos docentes em tempo integral
dos centros universitários (26,2%) e faculdades (19,7%)
 Nas faculdades, 46% dos docentes trabalham em tempo parcial e 48,8% têm
formação de mestre
 Entre as organizações acadêmicas, as faculdades possuem o maior percentual de
docentes que possuem até a especialização (BRASIL, 2017).

2.2 Requisitos legais do professor

Educação Básica – até 5º ano 

Para atuar como professor frente a este nível de ensino (educação infantil ou básica),
faz-se necessário a estes professores a formação superior no curso de Pedagogia. Com
esta formação, é possível trabalhar com alunos até o 5º ano do ensino fundamental. 

Ensino Fundamental e Médio 

Aos professores do ensino fundamental e médio, a partir do 6º ano faz-se necessária


formação superior em nível de licenciatura na área que se deseja atuar na carreira
docente. Os cursos de graduação em nível de tecnólogos ou bacharelados são
direcionados à pesquisa ou atuação no mercado de trabalho em geral. 

Ensino Superior 

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, artigo 66, a preparação para o exercício
docente do magistério superior deverá ser realizada em nível de pós-graduação, com
prioridade para os programas de mestrado e doutorado. Cabe ressaltar que, para atuar
como professor junto ao ensino superior, é necessário o título de especialista (adquirido
junto a cursos Lato Sensu, geralmente voltados ao mercado de trabalho), mestre ou
doutor (estes dois últimos classificados como pós-graduação Stricto Sensu, geralmente
para aqueles que pretendem seguir carreira na área acadêmica). Ainda, segundo o
Ministério da Educação, para que uma instituição de ensino superior possa ser
reconhecida como “universidade” ou “centro universitário”, faz-se necessário que, no
mínimo, um terço de seu corpo docente seja formado por mestres ou doutores.

2.4 Requisitos técnicos do professor

Conhecimentos e habilidades pedagógicas 

Sabemos que o profissional docente necessita de conhecimentos e habilidades


pedagógicas, que podem ser construídos, assimilados e aperfeiçoados mediante
diferentes práticas, como leituras e cursos específicos para este fim. Estas habilidades e
conhecimentos podem ser descritos como requisitos técnicos para desempenho da
função e envolvem basicamente: 

Estrutura e Funcionamento do Ensino Superior 

O profissional docente deve ter a capacidade de estabelecer relações entre o que


acontece em sala de aula com estruturas e processos mais amplos, tais como:
infraestrutura da universidade, perfil do aluno, legislação pertinente, etc. 

Planejamento de Ensino

O planejamento do ensino está diretamente relacionado à eficiência na atuação docente.


O professor necessita prever as ações necessárias, quanto aos objetivos a serem
atingidos, o conteúdo a ser ministrado, bem como a aprendizagem/ habilidade esperada
ao término de determinada disciplina. 

Psicologia da Aprendizagem 

O professor, ao ministrar determinada disciplina, crê que seus alunos entendam e


consequentemente aprendam o conteúdo da mesma. A Psicologia da aprendizagem,
neste caso, tem o objetivo de facilitar o entendimento e absorção de conteúdos.

Métodos de Ensino 

A Pedagogia em sua evolução apresenta diferentes métodos de ensino. Cabe ao


professor conhecê-los, aprofundá-los, entender as vantagens e limitações de cada
método e utilizar o que melhor convém, considerando as características de cada turma,
curso, instituição.

Técnicas de Avaliação 

A avaliação é um requisito fundamental no processo de ensino. Mas avaliar não se


constitui como uma tarefa trivial. Cabe, desta forma, ao professor estar capacitado para
a utilização de instrumentos que lhe permitirão avaliar o conhecimento, habilidades e
atitude dos alunos (GIL, 2007b).

2.5 Compromisso social do professor

Perspectiva educacional clássica 

A perspectiva educacional clássica tem ênfase no domínio do professor, o ensino em


sala de aula e o objetivo nos tópicos a serem ministrados. Em sua forma mais extrema,
esta perspectiva vê os alunos como instrumentos passivos, com capacidade de aprender
e aceitar as orientações, mas de certa forma imaturos para iniciar atividades mais
significativas. 

Segundo Gil, 

Professores associados a esta abordagem veem sua função como a de tutores que
procuram modelar o comportamento dos alunos mediante exposições e demonstrações.
A preocupação básica da escola, segundo esta perspectiva é a adaptar os alunos à tarefa
de aprendizagem. Por consequência a abordagem clássica valoriza a elaboração de
currículos claros, com objetivos bem definidos e estratégias que possibilitam a avaliação
do aproveitamento dos alunos (GIL, 2007b, p. 24). 

Perspectiva educacional humanista 

A perspectiva educacional humanista pode ser considerada como uma reação frente à
forma rígida estabelecida na escola clássica. Esta perspectiva acredita que nas formas de
educação tradicionais o potencial dos alunos é desenvolvido e aproveitado apenas em
partes. A perspectiva humanista centra-se no aluno, valorizando suas atitudes e
objetivos que são trazidas para a escola, sendo sua maior preocupação adaptar o
currículo ao aluno. 
Perspectiva educacional moderna 

As duas perspectivas anteriores manifestam-se nos dias atuais tanto na forma extremada
como mais branda. Observa-se, desta forma, a manifestação de uma tendência de
conciliação, que visa juntar a ideia libertadora da perspectiva humanista com a ênfase
do conteúdo sistemático da perspectiva clássica. 

Como pensador desta perspectiva, podemos citar John Dewey. Ele fazia duras críticas
quanto à rigidez curricular da escola clássica e questionava o conflito de interesses entre
o conteúdo ministrado pelo professor e a expectativa real do aluno. Em sua visão
educacional, a escola deveria considerar as necessidades individuais dos estudantes com
as prioridades e valores coletivos da sociedade. 

Contudo, vale a reflexão de que a perspectiva educacional moderna sofreu duras críticas
nos Estados Unidos, a partir da década de 50, dentre elas “o pouco rigor intelectual do
novo modelo e a facilidade dada aos alunos”.

A tabela 1 demonstra as perspectivas educacionais em contraste, como forma de


evidenciar as principais características presentes em cada uma, confira.

3.1 O que significa planejar o ensino?

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