Relatorio Bienal Portugues Junho 2021
Relatorio Bienal Portugues Junho 2021
Relatorio Bienal Portugues Junho 2021
Nacional
de Inovação
COFINANCIADO POR:
Relatório
Nacional
de Inovação
Agradecimentos
4
O Relatório Nacional de Inovação foi
elaborado com os contributos de várias
entidades, às quais a ANI agradece toda
a disponibilidade para colaborar nesta
primeira edição deste trabalho:
• Startup Portugal
www.ani.pt 5
Prefácio
Fruto do processo de globalização e das crescentes
dinâmicas de concorrência internacional, a economia
portuguesa tem enfrentado inúmeros desafios e profundas
transformações estruturais impostas pela abertura a
novos mercados, pela alteração dos padrões de consumo,
e pelo processo de transformação digital e ambiental.
6
às novas necessidades, sejam
estas ao nível da cerificação de
equipamentos de proteção individual,
no desenvolvimento de ventiladores,
Elaborado no
ou em soluções de rastreio e
prevenção de contágio. âmbito da
Estratégia para
Os próximos anos serão certamente
um período desafiante para
a Inovação
a recuperação da atual crise Tecnológica e
pandémica. Através do novo quadro
comunitário, será também uma
Empresarial
oportunidade para capacitar as 2018-2030
nossas empresas com instrumentos
que permitam uma especialização
produtiva em atividades intensivas
em conhecimento e com maior
e através da cooperação entre diferentes
valor acrescentado, e para expandir
entidades que atuam na promoção da
as fronteiras do conhecimento. Um
inovação, o presente relatório contribui
processo de recuperação que passará
para a reflexão sobre o passado, o presente
por uma cooperação dinâmica
e o futuro da inovação em Portugal,
e coordenada entre os atores
nomeadamente na caracterização dos
públicos e privados para fortalecer
atores, na partilha de testemunhos de
as redes colaborativas, aumentar o
boas práticas, no acompanhamento das
investimento em I&D, e apostar na
medidas implementadas, bem como na
formação e nas competências dos
discussão das tendências para o futuro.
nossos profissionais.
www.ani.pt 7
Relatório Nacional da
8
3. Instrumentos de apoio 49 4. Difusão e Promoção da Inovação 64
www.ani.pt 9
Anexos
Anexo 1. Intensidade das Atividades Económicas por região NUTS II - Indicador Empresas 70
Anexo 2. Intensidade das Atividade Económica por região NUTS II – Indicador Volume de Negócios 71
Anexo 3. Intensidade de Atividade Económica por região NUTS II – Indicador Volume de Negócios 72
Anexo 5. Intensidade de Atividade Económica por região NUTS II – Indicador Valor Acrescentado Bruto 74
Anexo 6. Intensidade de Atividade Económica por região NUTS II – Indicador Pessoal ao Serviço 75
Anexo 7. Intensidade de Atividade Económica por região NUTS II – Indicador Pessoal ao Serviço Remunerado 76
Anexo 8. Intensidade de Atividade Económica por região NUTS II – Indicador Gastos com o Pessoal 77
Anexo 12. Exemplos de projetos apoiados por fundos públicos, desenvolvidos conjuntamente por empresas e 82
entidades do SNI e com impacto na COVID-19
Tabelas
Tabela 1. Caraterização da região NUTS II e comparação com realidade nacional 31
Tabela 3. Caraterização da região NUTS II Área Metropolitana de Lisboa e comparação com a realidade nacional 35
Tabela 6. Caraterização da região NUT II Região Autónoma dos Açores e comparação com realidade nacional 40
Tabela 7. Caraterização da região NUTS II Região Autónoma da Madeira e comparação com realidade nacional 42
Tabela 9. Exemplos de projetos da sociedade civil desenvolvidos ou em desenvolvimento com impacto no COVID-19 47
Tabela 10. Exemplos de projetos apoiados por fundos públicos (Portugal 2020), de desenvolvimento conjunto 48
por empresas e outras entidades do SNI, com impacto na COVID-19
10
Caixas
Caixa 1. Atuação europeia sobre o impacto do novo Corona Vírus 20
Caixa 2. STAYAWAY COVID - Projeto desenvolvido por entidade do SNI no âmbito da pandemia COVID-19 45
Caixa 4. Testemunho de Instituição de Ensino Superior sobre a sua participação em projetos Portugal 2020 54
Figuras
Figura 1. PIB a preços de mercado: índice 100 = 2005 12
Figura 9. Comparação da performance da Área Metropolitana de Lisboa com médias nacional e europeia 35
Figura 12. Comparação da performance da Região Autónoma dos Açores com médias nacional e europeia 41
Figura 13. Comparação da performance da Região Autónoma da Madeira com médias nacional e europeia 43
Figura 14. Investimento e Incentivo público por Sistema de Incentivos e Apoios do Portugal 2020 51
Figura 15. Investimento e Incentivo público do Portugal 2020, por região NUTS II 52
Figura 16. Incentivo público atribuído no QREN e no PT2020, por CAE do projeto 53
Figura 20. Crédito Fiscal aprovado por Atividade Económica em cada região NUTS II 56
Figura 22. Taxas de sucesso na aprovação de candidaturas e comparação com média europeia 58
Figura 23. Financiamento atribuído a Portugal e Participação do Financiamento para Portugal no total europeu 58
www.ani.pt 11
Enquadramento
Nos últimos anos a economia mundial enfrentou diferentes e exigentes desafios.
O contexto económico e geopolítico sofreu inúmeros choques como, por
exemplo, a crise financeira internacional de 2008 (subprime), a crise das dívidas
soberanas de 2010-2012, o Brexit ou, mais recentemente, o novo Corona Vírus
No meio da evolução de acontecimentos e choques o desemprego, tendo sido alcançado em 2019 o melhor
internacionais que marcaram a última década, Portugal tem resultado desde 2003 (com uma taxa de 6,5%)5 e, por fim,
sabido dar respostas adequadas, com impacto na melhoria a retoma do investimento (formação bruta de capital fixo)
da sua situação económica e social e no equilíbrio das com os valores a aproximarem-se da realidade pré-crise,
contas públicas, retomando a sua credibilidade junto dos sendo o valor em 2019 de 18,3% do PIB6.
credores internacionais. A diminuição gradual dos défices
orçamentais, onde em 2019 se alcança um superavit1 pela No entanto, para o ano de 2020, e de acordo com a Comissão
primeira vez na democracia é um dos inúmeros indicadores Europeia (julho/2020), as projeções da performance
que demonstram o esforço dos agentes públicos e privados económica foram agravadas negativamente pelos
no que respeita à produção de valor no país. impactos que têm sido causados pela crise pandémica,
estando prevista uma retração da economia de 9,8% do
Figura 1. PIB a preços de mercado: Índice 100 = 2005
PIB. Esta projeção mais recente coloca Portugal abaixo do
115
valor registado, tanto para a União Europeia como para
a Zona Euro7. Também o Conselho de Finanças Públicas,
110
em outubro 2020, faz uma publicação com o resumo
95
contraia 10% em 2020. Contudo, todas as seis instituições
preveem um crescimento de, pelo menos, 4,8% em 20218.
90
2014
2016
2015
2018
2019
2008
2013
2009
2012
2017
2010
2011
12
Aumento de
115%
Figura 2. Publicações (indexadas ao Web of Science)
Ao nível dos diplomados, por mil habitantes
independentemente do grau, têm-se
registado valores equivalentes aos
verificados no período pré-crise, 1 800
de publicações científicas também verificou um positiva, foram fatores que, em conjunto com a melhoria de
crescimento entre os anos 2008 e 2018, como são competitividade das empresas na última década13, contribuíram
exemplo as publicações indexadas à plataforma Web para o reforço da capacidade de inovação do país, com os seus
873 publicações por milhão de habitantes (fazendo fatores necessários à criação de valor.
aumento de cerca de 115% (com Portugal a ser o 6º que é a capacidade de inovação do país, onde são
país com maior crescimento no total dos 28 países caraterizados os principais agentes inovadores, os
7 www.ec.europa.eu/info/sites/info/files/economy-finance/ip132_en.pdf
8 www.cfp.pt/pt/dados/projecoes-macroeconomicas
9 www.timeshighereducation.com/world-university-rankings/2011/world-ranking#!/page/0/length/25/sort_by/rank/sort_order/asc/cols/undefined
10 www.timeshighereducation.com/world-university-rankings/2019/young-university-rankings#!/page/0/length/25/sort_by/rank/sort_order/asc/cols/stats
11 www.dgeec.mec.pt/np4/EstatDiplomados/
12 www.dgeec.mec.pt/np4/210/
13 Comprovável através da evolução positiva do nível de exportações na última década e do seu peso no PIB, o que reflete o aumento de competitividade das nossas empresas nos
mercados internacionais. Ver PORDATA: www.tinyurl.com/y3awvzvb.
www.ani.pt 13
Conceito de Inovação
Uma inovação refere-se a algo para além de uma Apesar da inovação não ser um conceito novo, a
nova ideia ou uma invenção - traduz-se em atividades política de inovação tem vindo a consolidar-se nas
dinâmicas e que ocorrem em todos os setores de uma últimas quatro décadas. Fagerberg e Edler (2017)
economia, e não só no setor empresarial. Para além sumarizam uma série de caraterísticas acerca da
das empresas, são inúmeras as outras tipologias
política de inovação:
de participantes em atividades de inovação, sendo
• A inovação não se centra apenas na geração de novas
também inúmeros os perfis de indivíduos que dão o
ideias, que é o foco tradicional da ciência ou das políticas
seu contributo. São as pessoas que normalmente são de investigação, mas sim em tentar explorar no mercado
responsáveis pelas alterações a produtos e processos, essas ideias, tornando-as competitivas e respondendo a
recolha e distribuição de novos conhecimentos. problemas ou desafios das sociedades;
O Manual de Oslo estabiliza a definição de inovação • Em muitos países, os apoios à I&D foram geralmente
como (p.20): considerados como elemento central na política de
inovação. Apesar destes terem um efeito positivo no
“… um processo ou produto novo ou melhorado (ou a combinação
investimento de I&D das empresas, os seus efeitos em
dos dois) que diferem das suas versões anteriores e que tenham outras áreas como produtividade e empregos são mais
sido disponibilizados a potenciais utilizadores (produto) ou difíceis de medir. Os policy makers devem ter em conta um
trazidos para dentro da unidade (processo).” conjunto articulado de políticas, como os subsídios à I&D
ou outros instrumentos que afetem a procura de soluções
inovadoras, como as compras públicas, a concorrência ou
A inovação deriva de conhecimento, sendo que a a regulamentação;
Investigação e Desenvolvimento (I&D), descrita e
• O processo de inovação é cada vez mais aberto e
detalhada num outro manual publicado pela mesma dinâmico, devendo a política de inovação enfatizar o
organização (Manual de Frascati)14, representa apoio à experimentação, implementação e exploração,
apenas um dos conjuntos de atividades que podem envolvendo os cidadãos e a sociedade como um todo,
gerar inovação. O conhecimento pode ser gerado sob permitindo diferentes abordagens para a solução de um
determinado problema;
diferentes formas/perspetivas15, podendo ter origens
diferentes - ser desenvolvido internamente ou adquirido • Sendo a inovação relevante para um conjunto de atores e
atividades, o desenvolvimento de política de inovação não
a fontes externas (Chesbrough, 2003; Bogers et al, 2017).
deve estar restrito ao Estado central, muito menos a uma
única área governamental – requer o desenvolvimento de
O pensamento sobre os modelos de inovação tem formas de coordenação entre todos os grupos de atores e
evoluído ao longo do tempo: inicialmente a inovação de cocriação, para um apoio eficiente aos desafios sociais
era vista como se tratasse de um processo linear16, e à transformação das economias;
ou seja, partia da ciência para o mercado (lado da • Um grande desafio nos próximos anos para a política de
oferta) ou partia das necessidades do mercado (lado inovação relacionar-se-á com o aumento de capacidade
da procura). Posteriormente apareceram modelos para o seu desenvolvimento, exigindo um profundo
conhecimento do contexto (por exemplo, do sistema
de pensamento que evidenciavam as ligações em
nacional de inovação) em que for introduzido, uma
cadeia, onde os resultados partiriam de um conjunto perspetiva de longo-prazo e uma capacidade de absorver
de ligações constantes e feedbacks ao longo das várias falhas e evitar retrocessos.
fases do processo (Investigação; Marketing; Projeto de
I&D; Teste; Produção e Mercado)17. A partir dos anos 80 é Enquadrado nestas perspetivas, Portugal tem tido uma
reconhecido e aceite o caráter sistémico, interativo e não evolução positiva nos vários ângulos da inovação. Isto
linear do processo de inovação18, associado a interações é o resultado de um conjunto de políticas e de esforços
entre um conjunto de entidades, que desenvolvem a desenvolvidas nas últimas décadas por parte de todos
sua atividade de forma colaborativa, fazendo com que os atores do Sistema Nacional de Inovação, em torno
a conjugação das suas diferentes e complementares da aplicação do conhecimento em novas soluções,
valências resultem na criação de valor. gerando valor económico e social.
14
Inovação em Portugal –
evolução recente
A inovação tem sido um dos Figura 3. Evolução da posição de Portugal no European
elementos que tem contribuído para Innovation Scoreboard (2009-2019)
melhorar a imagem de Portugal
a nível internacional. A qualidade
das infraestruturas tecnológicas,
a competência das entidades e o
talento dos recursos humanos, não
só contribuíram para o aparecimento
de novas soluções “made in Portugal”,
como trouxeram investimento de
grandes grupos internacionais
intensivos em atividades de alta-
tecnologia, que estabelecem cada
vez mais atividades de alto valor
acrescentado no país. Fonte: Elaboração própria a partir dos relatórios EIS
No contexto europeu, e após o período de desinvestimento Num ângulo diferente, também sobre inovação, mas
em I&D e em inovação entre 2011-2015 (“período troika”), agora focado nas regiões a nível europeu (238 regiões de
com impacto na diminuição da capacidade nacional 23 Estados-Membro), o relatório RIS - Regional Innovation
de inovação, Portugal assinalou uma evolução bastante Scoreboard apresenta a performance dos diferentes
territórios (Figura 4). Na edição de 2019 deste ranking21, o
positiva, de acordo com os relatórios anuais do EIS -
país apresenta três regiões como “inovadoras fortes” (Norte,
European Innovation Scoreboard (Figura 3).
Centro e Lisboa e Vale do Tejo) e 4 regiões como “inovadoras
moderadas” (Alentejo, Algarve, Açores e Madeira).
Os dados mais recentes mostram que Portugal é o 12º país
mais inovador na UE2719, sendo considerado, pela primeira Figura 4. Evolução da posição de Portugal no
vez, um país “fortemente inovador”. Para tal, contribuem
Regional Innovation Scoreboard (2011-2019)
19 https://ec.europa.eu/docsroom/documents/42981
20 European Innovation Scoreboard 2020, pg. 13.
21 https://ec.europa.eu/growth/industry/policy/innovation/regional_en
Fonte: Elaboração própria a partir dos relatórios EIS
www.ani.pt 15
Este relatório vem dar força ao posicionamento do país para o ensino superior nacional, investigação e sistema de
no European Innovation Scoreboard, com as regiões inovação; que se reforcem as iniciativas setoriais de base
portuguesas a terem particular destaque na área da inovação regional (clusters), no sentido de promover a sua renovação e
empresarial, em especial nas PME: em termos de inovação competitividade nos mercados globais; que se estabeleçam
intramuros, todas as regiões portuguesas encontram-se nas plataformas regionais de inovação, providenciando acesso
20 melhores regiões22 e em termos de inovação de produto fácil das PME nacionais a recursos críticos para a renovação
ou processo encontram-se nas 24 melhores23. das suas capacidades de inovação; que continue o apoio
e renovação dos institutos Politécnicos, no sentido de
Realça-se, também, a 7ª posição da Madeira em “instituições intensivas em conhecimento de base prática”,
publicações mais citadas; em termos de inovação dedicadas ao desenvolvimento local; que se garanta que
organizacional ou de marketing, a região do Algarve na as organizações intermediárias tenham um nível suficiente
10ª posição, Lisboa na 13ª e Açores na 14ª; e por fim, a de financiamento plurianual garantindo a manutenção
região Norte, com a 16ª posição em gastos em inovação e expansão das suas redes, infraestruturas e serviços de
não proveniente de I&D, 19ª posição em registo de marcas suporte; e que se apoie a mutualização e parcerias entre
e 25ª posição em proteção de designs. organizações de transferência de tecnologia, quando
relevante.
Havendo relatórios que quantificam a evolução da
performance da inovação nos países, também existem Também a Comissão Europeia, através dos reportes
trabalhos (nacionais e internacionais) que, para além de regulares do Semestre Europeu, em 2020 recomenda a
outros objetivos, identificam desafios e fazem um conjunto Portugal26 a adoção de medidas destinadas a reduzir a
de recomendações resultantes das suas análises. Nos segmentação do mercado de trabalho; a melhoria do
parágrafos seguintes faz-se um resumo de recomendações nível de competências da população em especial a sua
apresentadas a Portugal em três importantes documentos. literacia digital, tornando nomeadamente a educação dos
adultos mais adequada às necessidades do mercado de
No RIO (Research and Innovation Observatory) Country trabalho; o aumento do número de licenciados do ensino
Report 201724 é sugerido a Portugal que estimule a superior, em especial no domínio das ciências e das
performance de inovação nas empresas, fortalecendo as tecnologias da informação; o foco na política económica
suas capacidades tecnológicas e de gestão; a emergência relacionada com o investimento em investigação e
de novas empresas de atividades intensivas em inovação nos transportes ferroviários e infraestruturas
conhecimento; as ligações entre ciência e indústria, não só portuárias, na transição energética e para uma economia
em termos de transferência de tecnologia, mas também hipocarbónica e no alargamento das interconexões
através de iniciativas de cocriação, envolvendo entidades energéticas, tendo em conta as disparidades regionais.
de ambos os lados; a definição conjunta de agendas
políticas de inovação, estimulando iniciativas bottom- Tendo em conta o que tem sido a evolução do
up; e o aumento do recrutamento de investigadores por pensamento e estratégias para o crescimento nacional
parte de empresas, promovendo o emprego altamente e comunitário e, obviamente, levando em consideração
qualificado, em especial doutorados. todas as avaliações e recomendações provenientes
de agentes nacionais ou internacionais, a política de
Posteriormente, com o relatório produzido em 2019 pela inovação na última década em Portugal foi, sobretudo,
OCDE “Revisão da Educação Terciária, Investigação e orientada para a consolidação do Sistema Nacional de
Sistema de Inovação”25, é recomendada: a adoção de Inovação (SNI), nomeadamente através da qualificação
uma estratégia nacional abrangente para o conhecimento avançada de recursos humanos, do apoio à inovação
e inovação, cobrindo e fornecendo orientações claras tecnológica e empresarial e ao empreendedorismo, da
às instituições de ensino superior e ao financiamento da promoção das redes colaborativas de inovação (e.g.
investigação e inovação; que se estabeleça uma task-force através da política de clusters e do Programa Interface) e
interministerial para assumir a responsabilidade política pelo de uma maior articulação entre as entidades produtoras
desenvolvimento de uma estratégia nacional e partilhada de conhecimento avançado e as empresas.
de conhecimento, levando em consideração a contribuição
de diferentes agentes; que se reforce a análise, a previsão e Esta política tem sido alicerçada, em grande parte, nos
a gestão de capacidade no Governo; que se use a Estratégia Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, que financiam
portuguesa para o conhecimento e inovação para a criação grande parte das iniciativas públicas e privadas de apoio à
de um conjunto de condições de financiamento previsíveis inovação e à I&D. Existe uma evolução positiva na aplicação
22 Norte (10ª posição); Algarve (2ª); Centro (3ª); Lisboa (4ª); Alentejo (6ª); Açores (5ª) e Madeira (20ª)
23 Norte (15ª posição); Algarve (3ª); Centro (5ª); Lisboa (4ª); Alentejo (9ª); Açores (11ª) e Madeira (24ª)
24 x
25 www.oecd.org/portugal/oecd-review-of-higher-education-research-and-innovation-portugal-9789264308138-en.htm
26 www.ec.europa.eu/info/sites/info/files/2020-european_semester_country-report-portugal_en.pdf
27 www.portugal.gov.pt/pt/gc21/comunicacao/documento?i=estrategia-nacional-para-o-empreendedorismo-2-anos-de-startup-portugal
28 www.iapmei.pt/Paginas/Industria-4-0.aspx
16
destes fundos a lógicas de rede, de eficiência coletiva e de • O lançamento de Agendas Temáticas de I&I, para que,
inovação colaborativa, se compararmos os programas através do diálogo entre os diferentes agentes, possam
QREN (2007-2013) e Portugal 2020 (2014-2020). Para além ser constituídas visões de médio e longo prazo e a sua
concretização em diferentes áreas:
destes Fundos, foram desenvolvidos outros instrumentos
- Agroalimentar, Florestas e Biodiversidade35
como o SIFIDE (existente desde 1997, mas que tem vindo
- Alterações Climáticas36
a ser atualizado) e uma série de iniciativas ligadas ao - Arquitetura Portuguesa37
Capital de Risco, lideradas por diversas entidades públicas - Ciência Urbana e Cidades para o Futuro38
- Cultura e Património Cultural39
como a Portugal Ventures, IFD – Instituição Financeira de
- Economia Circular40
Desenvolvimento ou a PME Investimentos, instrumentos - Espaço e Observação da Terra41
financeiros com garantia do Estado (através da Sociedade - Inclusão Social e Cidadania42
- Indústria e Manufatura43
Portuguesa de Garantia Mútua), iniciativas de capacitação
- Mar44
empresarial, através do IAPMEI, ou iniciativas de formação - Saúde, Investigação Clínica e de Translação45
avançada de recursos humanos, através da FCT. - Sistemas Ciberfísicos e formas avançadas de Computação e Comunicação46
- Sistemas Sustentáveis de Energia47
O aparecimento destes novos instrumentos e a mobilização - Trabalho, Robotização e Qualificação de Emprego em Portugal48
- Turismo, Lazer e Hospitalidade49
de cada vez maiores dotações para estes temas é justificado
pelaintensificaçãodointeresseestratégicopelaI&DeInovação • Os programas +Superior50, visando a atribuição de
bolsas de mobilidade, incentivar e apoiar a frequência do
colaborativa como reforma estrutural, pela frequência das
ensino superior em regiões do país com menor procura,
atividades empresariais intensivas em conhecimento e pela
contribuindo para a coesão territorial e concretização de
emergência de cada vez mais qualificações e resultados metas relacionadas com a percentagem de jovens com
sobre diferentes áreas tecnológicas. Sem prejuízo de outros, formação superior;
destacam-se os seguintes desenvolvimentos dos anos mais • O Programa GoPortugal51, com a renovação em 2019
recentes no panorama das políticas públicas de inovação e de uma série de acordos entre Portugal e entidades
de I&D nacionais: internacionais no sentido de promover a mobilidade de
pessoas e cooperações entre entidades nacionais e as
• A Estratégia Nacional para o Empreendedorismo – referidas internacionais.
Startup Portugal27, incorporando várias iniciativas de apoio • O Programa Qualifica e regulamentação dos Centros
à dinamização do empreendedorismo e do ecossistema Qualifica52, focado no ensino e formação profissional de
português (encontram-se em anexo várias iniciativas adultos com idade ou superior a 18 anos que procurem
levadas a cabo pela Associação Startup Portugal); uma qualificação e, excecionalmente, jovens que não se
• O Programa Indústria 4.028, destinado a reforçar a encontrem a frequentar modalidades de educação ou
sensibilização e a capacidade de resposta das empresas de formação e que não estejam inseridos no mercado de
portuguesas ao desenvolvimento da indústria e serviços trabalho;
nacionais no novo paradigma da Economia Digital; • O Programa Simplex+53 (que sucede ao Simplex, lançado
• O Programa INTERFACE29, destinado a promover a em 2006 e suspenso em 2011), conta já com 5 edições
cooperação entre universidades / centros de investigação e desde 2016. Na mais recente edição, foram lançadas
empresas, nomeadamente através do reforço da política de medidas de simplificação e facilitação da vida dos
Clusters, Centros de Interface (CIT), criação de Laboratórios cidadãos, empresas e outras entidades, nomeadamente
Colaborativos (CoLAB) e de Clubes de Fornecedores; em situações causadas pelo novo coronavírus.
• O Programa Born from Knowledge30, que visa promover • O Programa Qualifica AP 54, que pretende dotar os
e valorizar ideias, projetos e empresas com origem no trabalhadores da Administração Pública das qualificações
conhecimento científico e/ou tecnológico colaborativo, com e competências que potenciem o desenvolvimento dos seus
impacto na sociedade e no desenvolvimento da economia; percursos profissionais, possibilitando a sua integração
• A Iniciativa Nacional para Competências Digitais - em torno de qualificações ajustadas às necessidades dos
INCoDe.203031, a Estratégia Nacional de Computação diferentes órgãos e serviços;
Avançada32, a Estratégia Nacional para a Inteligência • A Estratégia para a Transformação Digital da
Artificial33 e a Estratégia de Dados Abertos; Administração Pública55, pretendendo dinamizar a
• A Estratégia Nacional de Segurança do Ciberespaço34, a simplificação administrativa e legislativa, de forma a tornar
ser implementada entre 2019 e 2023 e de forma a garantir mais fácil a vida aos cidadãos e das empresas em relação
três objetivos estratégicos: Maximizar a resiliência, à Administração Pública;
Promover a inovação e Gerar e garantir recursos; • O Programa de Estímulo ao Emprego Científico56 57, que
29 www.programainterface.pt/pt visa reduzir o número de doutorados em cargos não
30 bfk.ani.pt/pt/
31 www.dre.pt/application/file/a/114835001 permanentes e promover o emprego de doutorado e
32 www.incode2030.gov.pt/sites/default/files/out_acp_pt.pdf
33 www.incode2030.gov.pt/sites/default/files/julho_incode_brochura.pdf
investigadores em empresas;
34 www.dre.pt/application/file/a/122498847 46 www.fct.pt/agendastematicas/siscibercompcom.phtml.pt
35 www.fct.pt/agendastematicas/agroflorbiod.phtml.pt 47 www.fct.pt/agendastematicas/sissusenerg.phtml.pt
36 www.fct.pt/agendastematicas/altclim.phtml.pt 48 www.fct.pt/agendastematicas/trabrobqualempport.phtml.pt
37 www.fct.pt/agendastematicas/arqport.phtml.pt 49 www.fct.pt/agendastematicas/turhospgeslaz.phtml.pt
38 www.fct.pt/agendastematicas/cienurbcidfut.phtml.pt 50 www.dre.pt/application/file/a/123238681
39 www.fct.pt/agendastematicas/culpatcul.phtml.pt 51 www.dre.pt/application/file/a/114834999
40 www.fct.pt/agendastematicas/ecocirc.phtml.pt 52 www.dre.pt/application/file/a/75217575
41 www.fct.pt/agendastematicas/espaco.phtml.pt 53 www.simplex.gov.pt/
42 www.fct.pt/agendastematicas/incsoccid.phtml.pt 54 www.dre.pt/application/file/a/119432724
43 www.fct.pt/agendastematicas/indmanu.phtml.pt 55 www.simplex.gov.pt/
44 www.fct.pt/agendastematicas/mar.phtml.pt 56 www.dre.pt/application/file/a/75216474
45 www.fct.pt/agendastematicas/sauinvclitrans.phtml.pt 58 www.dre.pt/application/file/a/107710692
www.ani.pt 17
• A Estratégia Portugal Espaço 2030, uma estratégia de jovens para a compreensão da influência do oceano na
investigação, inovação e crescimento para Portugal, população e vice-versa; iii) o Bluetech Accelerator62,
que considera o espaço um recurso fundamental destinado a start-ups dispostas a trabalhar soluções
para as ambições de Portugal, das suas empresas e inovadoras, ousadas e disruptivas para a Indústria dos
instituições científicas (aprovada a estratégia em 2018 Portos e Navegação.
e, posteriormente, em 2019 é criada a Agência Espacial • Aprovação do Plano de Ação para a Transição Digital ,
Portuguesa59); reforçando a estratégia de digitalização da economia e de
empreendedorismo qualificado, assente em três pilares
• Iniciativas para o desenvolvimento da Economia do de atuação fundamentais, Capacitação e inclusão digital
Mar, através das seguintes iniciativas: i) Programa das pessoas; Transformação digital do tecido empresarial
Crescimento Azul60, para aumentar a criação de valor e e Digitalização do Estado.
o crescimento sustentável na economia azul portuguesa,
59 www.dre.pt/home/-/dre/120837266/details/maximized
potenciando a investigação, educação e formação nas 60 www.eeagrants.gov.pt/pt/programas/crescimento-azul/
áreas marinha e marítimas; ii) A Escola Azul61, que pretende 61 www.escolaazul.pt/
62 www.bluetechaccelerator.com/pt/bluetech-pt/
mobilizar a sociedade e, em particular, as crianças e 63 www.dre.pt/application/file/a/132140881
64 www.dre.pt/application/file/a/114835000
65 Estratégia Portugal 2030, aprovada pela RCM 98/2020, de 13 de novembro (www.dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/148444002/details/maximized)
66 ec.europa.eu/info/sites/info/files/2020-european_semester_country-report-portugal_pt.pdf
18
admissibilidade na submissão da proposta portuguesa Complementando os trabalhos associados à Política
para o próximo Programa-Quadro a Bruxelas. Para Europeia de Coesão, em 2019 foi lançada pela Comissão
além da monitorização e avaliação das Estratégias Europeia a Estratégia Anual para o Crescimento
em vigor, e em coordenação com a Agência para o Sustentável 202067, no âmbito do novo ciclo do Semestre
Desenvolvimento e Coesão e com as CCDR, a Agência Europeu, estabelecendo a política estratégica para a
Nacional de Inovação tem dinamizado um conjunto de Economia e Emprego para a União Europeia, de acordo
fóruns no sentido de potenciar da melhor forma possível com as linhas orientadoras de Ursula von der Leyen,
o debate de prioridades e desafios ao longo das várias Presidente da Comissão Europeia. As quatro dimensões
geografias para o próximo período plurianual 2021-2027. chave da estratégia para a Europa são o ambiente, a
produtividade, a estabilidade, e a equidade (Figura 5).
Sustentabilidade Investimento
competitiva e reformas
Equidade Estabilidade
Crescimento
inclusivo
A nova década, que se inicia em 2021, trará novos e De acordo com o ex-Comissário Europeu Carlos
exigentes desafios para todos os atores do Sistema Moedas, “O programa Horizonte 2020 é uma das maiores
histórias de sucesso da Europa. O novo programa
Nacional de Inovação. No alinhamento das diretrizes
Horizonte Europa tem objetivos ainda mais ambiciosos.
para o próximo orçamento de longo prazo da Europa,
Neste contexto, queremos aumentar o financiamento
o Horizonte Europa, está prevista a atribuição de cerca destinado ao Conselho Europeu de Investigação
de 80 mil milhões de euros destinados a programas (ERC) para reforçar a posição de liderança da UE na
de investigação e inovação. Com o novo ciclo, estão investigação fundamental. Vamos também definir
inseridas novidades na gestão e aplicação dos recursos: novas missões ambiciosas para a investigação da UE
para que os cidadãos sintam mais de perto o seu efeito.
• Um Conselho Europeu de Inovação (EIC) para que a Propomos também a criação de um novo Conselho
UE se torne pioneira na inovação criadora de mercado; Europeu de Inovação para modernizar o financiamento
• Novas missões de investigação e inovação à escala de inovações pioneiras na Europa”68.
europeia centradas nos desafios sociais e na
competitividade industrial; A atual Comissária para a Inovação e Investigação,
Mariya Gabriel, referiu numa conferência em março de
• Maximização do potencial de inovação em toda a UE;
2020 que “Este programa visa dar à Europa um novo
• Maior abertura; impulso para um posicionamento global. O Horizonte
• Uma nova geração de parcerias europeias e uma Europa deverá ser o maior e mais ambicioso programa
cooperação reforçada com outros programas da UE. de inovação e investigação de todos os tempos.
67 www.eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:52019DC0650&from=EN
68 Orçamento da UE: Comissão propõe o mais ambicioso programa de Investigação e Inovação de sempre – Comunicado de Imprensa da UE, Bruxelas, 2018-06-07 –
Carlos Moedas.
www.ani.pt 19
Ele baseia-se no sucesso do Horizonte 2020 e Associada à definição e operacionalização do próximo
aprimora-o ainda mais, promovendo um apoio mais Programa Quadro, e estando enquadrada na proposta
forte à inovação através da criação do Conselho de apresentada por Ursula von der Leyen, são propostos
Inovação Europeu”69. 13,5 mil milhões de euros provenientes do Horizonte
Europa para direcionar a medidas setoriais na área da
A proposta para o próximo Programa-Quadro para Saúde, nas áreas da Energia e da Mobilidade, nas áreas
o período 2021-2027 prevê uma estrutura com três da Indústria e Espaço, medidas essas consistentes
grandes pilares: Excelência Científica; Desafios Globais com os objetivos do Acordo Verde Europeu, e, por
e Competitividade Industrial Europeia; e, por último, último, para o Conselho de Inovação Europeu, para
Europa Inovadora. providenciar meios adicionais para a emergência de
novas empresas na área da digitalização e clima70.
Caixa 1.
Atuação europeia sobre o impacto do novo corona vírus
Atuação
europeia Não tendo que esperar até ao lançamento do Horizonte Europa para o combate ao
sobre o SARS-CoV-2, a Comissão Europeia mobilizou 122 milhões de euros do Horizonte 2020, a
impacto do acrescer aos 1,4 mil milhões de euros mobilizados pela mesma para a resposta global
novo Corona ao vírus. Mariya Gabriel referiu num comunicado de imprensa de 19 de maio de 2020 que
Vírus “Estamos a mobilizar todos os meios à nossa disposição para combater esta pandemia
com testes, tratamento e prevenção, mas para ter sucesso contra o coronavírus,
temos que entender também como serão os seus impactos na nossa sociedade e
como implementar essas intervenções rapidamente. Precisamos de explorar soluções
tecnológicas para fabricar equipamentos e suprimentos médicos mais rapidamente,
monitorizar e impedir a propagação da doença e cuidar melhor dos pacientes”71.
• Alargar e apoiar grandes ensaios clínicos a nível da UE para gestão clínica de pacientes com
coronavírus;
• Novos financiamentos para abordagens inovadoras e rápidas para resposta ao vírus e entrega
de resultados rápidos e relevantes para a sociedade e um nível mais alto de preparação dos
sistemas de saúde;
• Criar oportunidades para outras fontes de financiamento contribuírem nas ações de Investigação
e Inovação para o Coronavírus;
Estas prioridades constituem enormes desafios para o Sistema Nacional de Inovação em Portugal,
que se tem vindo a reforçar e a consolidar para dar respostas aos grandes desafios societais e aos
impactos negativos de choques exógenos, como são exemplos os causados pelo SARS-CoV-2.
69 www.cor.europa.eu/en/news/Pages/Horizon-Europe-an-investment-in-and-for-our-future.aspx
70 www.ec.europa.eu/info/sites/info/files/research_and_innovation/strategy_on_research_and_innovation/documents/ec_rtd_covid19-recovery-factsheet.pdf
71 www.ec.europa.eu/commission/presscorner/detail/en/IP_20_887
72 www.ec.europa.eu/info/sites/info/files/research_and_innovation/research_by_area/documents/ec_rtd_era-vs-corona_0.pdf
73 www.consilium.europa.eu/media/45109/210720-euco-final-conclusions-en.pdf
74 www.portugal.gov.pt/download-ficheiros/ficheiro.aspx?v=%3d%3dBQAAAB%2bLCAAAAAAABAAzNDA1tQQAT%2fPcdQUAAAA%3d
20
O Sistema Nacional
de Inovação
A OCDE considera que existem frequentemente específicos a um Comparativa Internacional do
muitos tipos de interações país, incluindo um largo leque de Posicionamento do Sistema Nacional
entre os diferentes agentes interações que caraterizam o sistema de Inovação (2019)76.
que compõem um Sistema
nacional de inovação.
Nacional de Inovação, com a
composição e estruturação Estes dois trabalhos permitem a
desse mesmo sistema a A análise ao Sistema de Inovação em caraterização geral do sistema
depender de país para país. Portugal tem sido efetuada ao longo nacional de inovação português.
Os países tendem a especializar- das últimas duas décadas. Nos anos Essa caraterização tem em conta
se de acordo com determinadas mais recentes, de destacar os trabalhos diferentes tipos de entidades e sua
trajetórias tecnológicas, influenciadas desenvolvidos pela Fundação para performance: Estado; Ensino Superior
conhecimento verificados no passado 2013, com o Diagnóstico do Sistema de privadas sem fins lucrativos; Entidades
que um país segue é determinado, e o desenvolvido pela ANI (Agência (Figura 6).
Figura 6.
Mapeamento
do Sistema
de Inovação
Português
ENQUADRA-
MENTO
DO SISTEMA
NACIONAL
DE INOVAÇÃO
Fonte:
ANI (2020)
No próximo capítulo, far-se-á uma caraterização geral dos atores e das principais interações do SNI.
75 www.fct.pt/esp_inteligente/diagnostico
76 www.ani.pt/media/4880/relatorio_012_ani.pdf
www.ani.pt 21
Organização do Sistema
Nacional de Inovação (SNI)
Um sistema (nacional) de inovação (SNI) é formado por nível governamental, de destacar o papel dos atuais
uma série de atores de diferentes áreas e competências, Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
cujas interações entre si e com outras entidades passam (MCTES) e do Ministério da Economia e Transição Digital
a contribuir para a produção, difusão e valorização do (METD), mas também de outros ministérios cuja ação tem
conhecimento. Envolve as empresas, mas também impacto sobre o processo de inovação (ex. Ministério da
as entidades públicas, as instituições de ensino, de Justiça, Ministério da Educação, Ministério da Saúde, etc.).
investigação e formação, passando pelas agências
de apoio, centros de transferência de conhecimento e A política pública de inovação em Portugal tem uma forte
tecnologia, programas e fundos de apoio e entidades da ligação à capacidade instalada e ao potencial tecnológico
sociedade promotoras da inovação, bem como agentes e empresarial do país. Mas, para além disso e entre outras
externos. É cada vez mais evidente a importância do coisas, há uma forte relação com objetivos que são
acesso das entidades de um SNI ao conhecimento e traçados para a União Europeia para a política de I&D e
tecnologias geradas nos mercados globais e a sua Inovação, bem como para a convergência entre países.
capacidade de aplicação no seu processo produtivo. Este aspeto é traduzido por toda a política de coesão
da responsabilidade da Comissão Europeia resultando,
A interação entre Ciência e Indústria contribui para uma entre outras coisas, em acordos de parceria plurianuais
diversidade do conhecimento, que é uma caraterística e com a transferência de dotações para a capacitação
que assegura a sustentabilidade de um SNI. Por outro dos países em áreas chave previamente definidas num
lado, e embora as “ciências exatas” sejam importantes trabalho sempre em conjunto, mas também por todo o
para o processo de inovação, deve ser também dado a enquadramento no âmbito dos Programas-Quadro de
ênfase adequada às ciências humanas e sociais, dada I&D da UE. Em Portugal, para a definição e execução destes
a imprevisibilidade da origem e do percurso dos fatores acordos de parceria, a Agência para o Desenvolvimento e
que podem induzir novas ideias e, consequentemente, Coesão (AD&C) tem um papel fundamental cabendo-lhe,
inovações77. também, a coordenação dos Fundos Europeus Estruturais
e de Investimento e dos Programas Operacionais
Em Portugal, o SNI interage fortemente com o contexto Temáticos e Regionais.
internacional e, particularmente, com o espaço da União
Europeia onde está integrado, que tem contribuído para O nível executivo ou de implementação política é
um funcionamento mais eficiente do SNI, nomeadamente constituído por um conjunto de entidades públicas,
através do enquadramento regulatório, institucional, como a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT),
económico e social, mas também através das estratégias a Agência Nacional de Inovação (ANI), a Agência para a
e fundos estruturais europeus já mencionados. A Competitividade e Inovação (IAPMEI), a Agência para o
dimensão do SNI abrange, ainda, a estrutura do mercado, Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) ou
as características endógenas como os recursos naturais, o Turismo de Portugal (TP), mas contando igualmente
a cultura e as pessoas, as infraestruturas e todo o com outras entidades com importância setorial, temática
conjunto de programas e projetos das diversas entidades ou regulatória, como o Instituto Nacional de Propriedade
responsáveis pelas políticas públicas na área de I&D. Industrial (INPI), a Agência de Modernização Administrativa
No que respeita à definição de políticas de inovação ao (AMA), a Agência Nacional para a Qualificação e Ensino
77 J. Caraça, et al., The changing role of science in the innovation process: From Queen to Cinderella? Technological Forecast and Social Change (2008).
22
Profissional (ANQEP) ou o Instituto de Emprego e Formação Por outro lado, existe um conjunto de estruturas públicas
Profissional (IEFP). Estas e outras entidades, de atuação que se responsabiliza pela gestão e a promoção de um
ou mais transversal ou mais focada em determinado amplo conjunto de instrumentos de financiamento e
tipo de objetivos ou resultados, para além do desenho de apoio a projetos empresariais de I&D, como é o caso
e implementação de estratégias de política pública, de entidades como a IFD – Instituição Financeira de
também são responsáveis pela operacionalização de Desenvolvimento, a PME – Investimentos ou a Portugal
apoios, financeiros ou não, no sentido de promover o Ventures. A outra parte das dotações disponibilizadas por
desenvolvimento das entidades de um ponto de vista instrumentos públicos de origem nacional ou comunitária
individual como também dos ecossistemas de inovação provém da iniciativa privada, como por exemplo do
e da sociedade. sistema bancário, das Fundações Privadas, ou das
Sociedades Gestoras de Capital de Risco.
Em termos de financiamento da política de inovação,
a maior parte das dotações disponibilizadas para a Desta forma, com as instituições de ensino, I&D e formação,
I&D e inovação por parte dos instrumentos públicos as entidades de intermediação tecnológica e de interface,
tem origem nacional ou comunitária. Nesse sentido, bem como as demais instituições públicas e privadas,
a existência de estruturas de missão que dão corpo entidades associativas, etc., é disponibilizada uma
aos Programas Operacionais Temáticos e Regionais, estrutura de suporte (física, tecnológica e humana) às
potenciam a canalização das verbas provenientes dos empresas para atividades de desenvolvimento, aplicação
Acordos de Parceria firmados com a União Europeia e promoção de resultados de inovação.
para o desenvolvimento do país, incluindo as áreas do
conhecimento e inovação.
78 A ANI – Agência Nacional de Inovação tem dupla tutela: áreas governativas da Economia e Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
www.ani.pt 23
- Área governativa do Planeamento: tem sob a sua responsabilidade • Órgãos Consultivos: representam os organismos ou
a coordenação dos trabalhos relativos ao Acordo de Parceria entre
núcleos especializados em áreas específicas, que atuam
Portugal e a Comissão Europeia. Tutelando a AD&C – Agência para
o Desenvolvimento e Coesão, encabeça as discussões para todos no suporte e na definição de prioridades estratégicas
os programas quadro plurianuais, como também coordena a para o país, emitem pareceres sobre o desenho e
aplicação, monitorização e avaliação das verbas provenientes dos implementação de iniciativas de política pública ou
Programas Operacionais Temáticos e dos Regionais.
sobre a sua execução ou avaliação. Alguns destes
- Área governativa da Justiça: esta área governativa é a principal órgãos, ao representarem determinadas tipologias
responsável pelo desenho e implementação das ações relacionadas de entidades ligadas ao Conhecimento e Inovação,
com a Propriedade Industrial em Portugal. Tutelando o INPI – Instituto
também podem atuar na identificação de dificuldades
Nacional de Propriedade Industrial, a área governativa da justiça
gere o que é a avaliação e manutenção das patentes e modelos ou de oportunidades verificadas durante a sua atividade
de utilidade, desenhos industriais, logotipos e marcas. É, também, a atual ou futura.
área governativa responsável pelos registos e notariado, essencial
para a promoção de um bom ambiente para os negócios e para o
- Conselho Nacional para a Ciência, Tecnologia e Inovação:
empreendedorismo.
segundo a “Lei da Ciência”, aprovada em 201983, trata-se de um
órgão que funciona junto dos membros do Governo responsáveis
- Área governativa da Educação: responsável pelo ensino
pelas áreas da economia e ciência e tecnologia. Compete-
e formação profissional (excluindo a proporcionada pelas
lhe colaborar no desenvolvimento e sustentação do sistema
Instituições de Ensino Superior) em Portugal. Tutelando a ANQEP
científico e tecnológico nacional, assegurar o aconselhamento
– Agência Nacional para as Qualificações e o Ensino Profissional
científico no desenvolvimento de políticas e no funcionamento
(tutela partilhada com a área governativa do Trabalho e Segurança
de serviços públicos e fomentar a articulação transversal e
Social), é responsável pela execução das políticas de educação
interministerial das políticas de ciência e tecnologia.
e formação profissional de jovens e adultos e por assegurar o
desenvolvimento e a gestão do sistema de reconhecimento,
- CRUP – Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas84:
validação e certificação de competências. Em 2016 o Governo
trata-se de uma entidade de coordenação do ensino
desenvolveu o Programa Qualifica, apostando em percursos de
universitário em Portugal e integra, como membros efetivos,
formação que conduzam a uma qualificação efetiva, criando um
um total de 16 instituições de ensino superior público. O foco da
regime de organização e funcionamento dos Centros Qualifica79, no
sua atuação incide, entre outras, na formulação das políticas
sentido de assegurar uma certificação sólida a aplicar durante as
nacionais de educação, ciência e cultura, pronunciação sobre
etapas de reconhecimento e validação de competências.
projetos legislativos e questões orçamentais e aproximação com
organismos congéneres internacionais.
- Área governativa da Modernização Administrativa: responsável
pelas iniciativas de modernização e simplificação da Administração
- CCISP – Conselho Coordenador dos Institutos Superiores
Pública. Tutelando a AMA – Agência para a Modernização
Politécnicos85: o CCISP é o órgão que representa não só os
Administrativa, tem como responsabilidade e coordenação o
institutos superiores politécnicos públicos, mas também têm
Programa Simplex+, com o objetivo de simplificar o acesso e os
assento as Universidades dos Açores, Algarve, Aveiro e Madeira.
procedimentos desenvolvidos pelas Instituições Públicas.
A sua ação também é relacionada com a emissão de pareceres
e posições sobre matérias relacionadas com o ensino superior,
• Parlamento80: trata-se de um dos dois órgãos de soberania nomeadamente as provenientes da Comissão de Educação e
eleitos previstos na Constituição, sendo composto por uma Ciência da Assembleia da República.
79 www.dre.pt/application/file/a/75217575 85 www.ccisp.pt/pt/inicio/
80 www.parlamento.pt/ 86 www.ces.pt
81 www.parlamento.pt/sites/com/XIVLeg/8CECJD/Paginas/default.aspx 87 www.ine.pt/xportal/xmain?xpgid=ine_main&xpid=INE
82 www.parlamento.pt/sites/com/XIVLeg/6CEIOPH/Paginas/default.aspx
83 www.dre.pt/application/conteudo/122317422
84 www.crup.pt/
24
autoridades nacionais responsáveis pelo desenvolvimento, áreas sob tutela do Ministério da Economia, designadamente
produção e divulgação das estatísticas europeias). das empresas de pequena e média dimensão, com exceção do
setor do turismo e das competências de acompanhamento neste
- GEE – Gabinete de Estratégia e Estudos88: tem por missão âmbito atribuídas à Direção-Geral das Atividades Económicas.
prestar apoio técnico aos responsáveis pelo Ministério da O IAPMEI promove um conjunto alargado de programas,
Economia na definição da política económica e no planeamento iniciativas e serviços, com vista a apoiar as empresas e a sua
estratégico, bem como apoiar os diferentes organismos através intervenção concentra-se nas áreas do empreendedorismo e
do desenvolvimento de estudos e da recolha e tratamento da inovação, na dinamização da inovação empresarial e da gestão
informação. da inovação e na promoção e monitorização de dinâmicas de
eficiência coletiva, nomeadamente clusters.
- DGEEC – Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência89:
tem por missão garantir a produção e análise estatística da - FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia94: agência
educação e ciência, apoiando tecnicamente a formulação pública nacional de apoio à investigação em ciência, tecnologia
de políticas e o planeamento estratégico e operacional, criar e inovação, em todas as áreas do conhecimento. Tutelada pelo
e assegurar o bom funcionamento do sistema integrado de Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a missão da
informação nas mesmas áreas e observar e avaliar globalmente FCT é promover continuadamente o avanço do conhecimento
os resultados obtidos em articulação com os demais serviços nas científico e tecnológico em Portugal, atingir os mais elevados
áreas da educação e ciência. padrões internacionais de qualidade e competitividade em todos
os domínios científicos e tecnológicos e estimular a sua difusão e
- GEP – Gabinete de Estratégia e Planeamento90: tem como contribuição para a sociedade e o tecido produtivo. Atualmente, a
objetivo garantir o apoio técnico à formulação de políticas e ao FCT disponibiliza um conjunto de instrumentos de financiamento
planeamento estratégico e operacional, em articulação com dirigidos a cientistas, equipas de investigação e Centros de I&D95.
a programação financeira, garantir a produção e difusão de
informação estatística para além da coordenação da informação - Startup Portugal – Associação Portuguesa para a Promoção
científica e técnica do MTSSS. do Empreendedorismo96: associação de utilidade pública que
tem como missão o desenvolvimento de atividades de interesse
público, no âmbito da promoção do empreendedorismo com
• Implementação e execução da política de inovação: base de inovação e de valor acrescentado, em estreita ligação
em estreita relação com as áreas governativas, são as com entidades públicas e privadas com atuação no ecossistema
entidades que coordenam a conceção, implementação nacional de empreendedorismo. Não obstante a sua interação
com outras áreas governativas e instituições públicas, a ação da
e monitorização das iniciativas de política pública,
Startup Portugal apoia a Estratégia Nacional de Empreendedorismo
transversais ou setoriais. coordenada pelo Ministério da Economia, apoiando também
a ação do IAPMEI na implementação de instrumentos de apoio
- ANI – Agência Nacional de Inovação91: tem por objeto o ao empreendedorismo. É de referir o papel bastante importante
desenvolvimento de ações destinadas a apoiar a inovação desta associação no apoio ao empreendedorismo, como por
tecnológica e empresarial em Portugal, contribuindo para a exemplo a consolidação da Rede Nacional de Incubadoras, ações
consolidação do Sistema Nacional de Inovação (SNI) e para o de internacionalização de startups portuguesas ou dinamização
reforço da competitividade da economia nacional nos mercados de apoios a startups nacionais para participação na Web Summit
globais. Compete à ANI prosseguir as linhas orientadoras para (Road 2 Web Summit).
uma estratégia de inovação tecnológica e empresarial para
Portugal, 2018-2030, nomeadamente o estímulo do investimento - AMA – Agência para a Modernização Administrativa97: é o
privado em investigação e desenvolvimento (I&D), a promoção instituto público que prossegue as atribuições do Ministério da
da colaboração entre entidades do sistema científico e Modernização do Estado e da Administração Pública nas áreas da
tecnológico e o meio empresarial e o reforço da participação modernização e simplificação administrativa e da administração
em redes e programas internacionais por parte das empresas eletrónica. A sua atuação divide-se em 3 eixos: atendimento,
e entidades do sistema científico e tecnológico nacional, transformação digital e simplificação. A AMA tem um forte
nomeadamente instituições de ensino superior e centros papel na coordenação do Programa SIMPLEX+ – estratégia de
de interface, com vista à promoção das suas capacidades, modernização administrativa transversal ao Governo e serviços
competências e resultados da política de apoio à inovação. da administração pública central e local. Este Programa, em 2016,
Compete, também, à ANI a promoção e a divulgação, a nível era composto por 255 medidas, em 2017, por 237 medidas, em
nacional e internacional, em colaboração com outras entidades, 2018, por 268 medidas e, em 2019, por 119 medidas98.
nomeadamente o IAPMEI, a AICEP e a FCT, de casos de sucesso
da inovação em Portugal, ajudando a associar a Portugal uma - AD&C – Agência para o Desenvolvimento e Coesão99: trata-se
imagem de país inovador e a justificar investimentos crescentes, de um instituto público que tem por missão coordenar a política
através de retorno para a economia e para o bem-estar e de desenvolvimento regional e assegurar a coordenação geral
qualidade de vida da população. Complementarmente também dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI). Tem
tem funções de gestão, juntamente com a Instituição Financeira como competências a coordenação técnica do Portugal 2020
de Desenvolvimento do FITEC - Fundo de Inovação, Tecnologia e e prestar apoio no funcionamento do órgão que assegura a
Economia Circular (ver Capítulo 11)92: coordenação política para o conjunto dos FEEI.
88 www.gee.gov.pt/pt/ 94 www.fct.pt/
89 www.dgeec.mec.pt/np4/home 95 www.fct.pt/apoios/
90 www.gep.mtsss.gov.pt/web/gep/inicio 96 www.dre.pt/application/file/a/120464212
91 www.ani.pt/ 97 www.ama.gov.pt/
92 www.dre.pt/application/file/a/105658999 98 www.simplex.gov.pt/medidas
93 www.iapmei.pt/ 99 www.adcoesao.pt/
www.ani.pt 25
- AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de - SPGM – Sociedade de Investimento109: coordena o Sistema
Portugal100: trata-se de uma entidade pública de natureza Português de Garantia Mútua que tem por missão prestar
empresarial vocacionada para o desenvolvimento de um ambiente garantias financeiras a favor das empresas nacionais. Este sistema
de negócios competitivo que contribua para a globalização da é, também, composto por quatro sociedades de garantia mútua
economia portuguesa. Para além de prestar serviços de suporte (Norgarante110, Lisgarante111, Garval112 e Agrogarante113) dispersas
e aconselhamento sobre a melhor forma de abordar os mercados geograficamente, trabalhando para facilitar o acesso a crédito
externos e identificar oportunidades de negócios internacionais, bancário por parte das empresas e em condições mais favoráveis
esta entidade acompanha e gere instrumentos que potenciam a (preço e prazo de financiamento), através de protocolos com a
atração de investimento direto estrangeiro, através da gestão de generalidade das Instituições de Crédito que operam em Portugal.
regimes contratuais previstos no Programa Operacional para a Os seus produtos focam as áreas do Investimento, Gestão de
Competitividade e Internacionalização. Tesouraria, Exportação e Importação, Garantias Contratuais,
Ofertas Setoriais e Empreendedorismo.
- Turismo de Portugal101: trata-se da autoridade turística nacional,
tem como missão a promoção, valorização e sustentabilidade da - Sociedades Gestoras de Capital de Risco: As sociedades
atividade turística, agregando todas as competências institucionais gestoras de fundos de capital de risco têm como objeto principal
relativas à dinamização do turismo desde a oferta à procura. a gestão de organismos de investimento em capital de risco e de
Cabem, também, ao Turismo de Portugal as funções de controlo, organismos de investimento alternativo especializado e, como
inspeção e regulação da exploração e prática do jogo em Portugal. objeto social, a realização de investimentos em capital de risco114.
Esta entidade tem fortes ligações à inovação no setor do turismo, Considera-se investimento em capital de risco a aquisição, por
por tudo o descrito acima e também por coordenar a dinamização período de tempo limitado, de instrumentos de capital próprio
da rede de escolas de hotelaria, promovendo cada vez mais e de instrumentos de capital alheio em sociedades de elevado
capacitação dos recursos humanos ligados à área e também por potencial de desenvolvimento, como forma de beneficiar da
todas as iniciativas que vem lançando, por exemplo, através dos respetiva valorização. De acordo com a Comissão do Mercado de
Fundos Europeus Estruturais e de Investimento. Valores Mobiliários (CMVM)115, a 31 de dezembro de 2019 existiam
52 Sociedades Ativas e 135 Fundos de Capital de Risco116 com um
• Apoio ao Investimento e ao Financiamento: estas valor líquido global de 4,45 mil milhões de euros.
26
- ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações 119: tem mobilidade. São atribuições da ADENE gerir o Sistema Nacional de
por missão a regulação do setor das comunicações, incluindo Certificação Energética (SCE), o Sistema de Gestão dos Consumos
as comunicações eletrónicas e postais e, sem prejuízo da sua Intensivos de Energia (SGCIE) e outros que lhe sejam atribuídos;
natureza enquanto entidade administrativa independente, a prestar apoio na identificação e viabilização de medidas e projetos
coadjuvação ao Governo nestes domínios. com fins de eficiência energética, nomeadamente no âmbito do
Programa de Promoção de Eficiência Energética na Administração
- AdC – Autoridade da Concorrência120: tem por missão assegurar Pública; implementar e gerir a plataforma de transferência entre
a aplicação das regras de promoção e defesa da concorrência comercializadores de eletricidade e gás natural; exercer atividade
nos setores privado, público, cooperativo e social, no respeito pelo de operador logístico de mudança de comercializador no âmbito
princípio da economia de mercado e de livre concorrência, tendo do Sistema Elétrico Nacional e do Sistema Nacional de Gás Natural;
em vista o funcionamento eficiente dos mercados, a afetação gerir a Academia ADENE; fomentar a I&D, inovação colaborativa
ótima dos recursos e os interesses dos consumidores. A livre e transferência de tecnologia nas áreas da eficiência energética
concorrência é fundamental para o processo de inovação. e hídrica; e desenvolver ações inerentes à sensibilização e
informação. Complementarmente a ADENE tem sob sua gestão
- CMVM – Comissão do Mercado de Valores Mobiliários121: tem o Fundo de Apoio à Inovação (FAI)127 e o Fundo de Eficiência
como missão regular os mercados de instrumentos financeiros, Energética (FEE)128.
assim como os agentes que neles atuam, promovendo a
proteção dos investidores. São também suas atribuições - DGPM - Direção-Geral de Política do Mar: é um serviço
sancionar as infrações ao Código dos Valores Mobiliários central dotado de autonomia administrativa, que integra a
e legislação complementar; assegurar a estabilidade dos administração direta do Estado. Tem como responsabilidade o
mercados financeiros contribuindo para a identificação e apoio à coordenação e à gestão das políticas públicas na área
prevenção do risco sistémico; contribuir para o desenvolvimento do Mar, assumindo a transversalidade desta temática quer a
dos mercados de instrumentos financeiros; prestar informação nível nacional, quer internacional. Tem por missão desenvolver
e tratar as reclamações dos investidores não qualificados; e atualizar a Estratégia Nacional para o Mar, elaborar e propor a
proceder à medição de conflitos entre entidades sujeitas à sua política nacional do mar, planear e ordenar o espaço marítimo
supervisão e entre estas e os investidores; coadjuvar o Governo nos seus diferentes usos e atividades, acompanhar e participar no
e o respetivo membro responsável pela área das Finanças e desenvolvimento da Política Marítima Integrada da União Europeia
outras funções que lhe sejam atribuídas por lei. e promover a cooperação nacional e internacional no âmbito do
mar. Complementarmente também dá apoio à gestão do Fundo
- IMPIC – Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Azul129.
Construção122: instituto público que prossegue atribuições nas
áreas da construção, do imobiliário e da contratação pública. - INPI – Instituto Português da Propriedade Industrial130: tem
Tem por missão regular e fiscalizar o setor da construção e como missão assegurar a proteção da Propriedade Industrial,
do imobiliário, dinamizar, supervisionar e regulamentar as concedendo e promovendo Direitos de Propriedade Industrial,
atividades desenvolvidas nesse setor, produzir informação com o objetivo de contribuir para a inovação, competitividade
estatística e análises setoriais e assegurar a atuação e crescimento económico. Em Portugal, é responsável pela
coordenada dos organismos estatais e setor, bem como a atribuição de direitos sobre marcas, logótipos, patentes, modelos
regulação dos contratos públicos. de utilidade, designs, denominações de origem e indicações
geográfica e garantir que a legislação nacional e internacional
- IPQ – Instituto Português da Qualidade123: instituto público é respeitada durante o processo de atribuição. No estrangeiro,
que tem por missão a coordenação do sistema português da colabora com diversas organizações no sentido de assegurar que
qualidade, a promoção e a coordenação de atividades que os direitos atribuídos em Portugal podem ser protegidos noutros
visem contribuir para demonstrar a credibilidade da ação países e garantir que os direitos de marcas, patentes e designs
dos agentes económicos, bem como o desenvolvimento das registados no estrangeiro podem ser protegidos em Portugal.
atividades necessárias às suas funções de Instituto Nacional de
Metrologia e de Organismo Nacional de Normalização.
www.ani.pt 27
• Qualificações, Educação e Formação: enquadram- secundário132. Comparando com o ano letivo 2007/2008 regista-se
se as entidades de ensino básico e profissional, uma diminuição de 10,8% nos alunos matriculados133 e de 17,4%134
nos docentes em exercício.
responsáveis pela primeira fase de preparação das
pessoas para o desenvolvimento de atividades de › Ensino Profissional: segundo o Portal Oferta Formativa, no
Sistema Educativo e Formativo Português, existem três estágios
conhecimento e inovação.
de formação profissional: no Ensino Secundário com os Cursos
Profissionais; no Ensino Pós-Secundário com os Cursos de
- Instituições do Ensino obrigatório: em Portugal o ensino Especialização Tecnológica e no Ensino Superior com os Cursos
obrigatório abrange os estudantes dos 6 aos 18 anos, ou seja, Técnicos Superiores Profissionais135. Considerando os alunos
engloba os ensinos referentes ao ensino básico (1º, 2º e 3º ciclos) inscritos no ensino secundário em Portugal no ano 2018/2019,
e o ensino secundário. No ensino secundário existem várias cerca de 40% estavam inscritos em cursos profissionalizantes136.
modalidades disponíveis, que se distinguem por caraterísticas
que se adequam a diferentes interesses e situações. Para além 131 www.anqep.gov.pt/default.aspx
132 www.dgeec.mec.pt/np4/96/
disso, existem modalidades de ensino/formação adequadas a 133 www.pordata.pt/Portugal/Alunos+matriculados+por+n%c3%advel+de+ensino
quem abandonou a escola precocemente ou pretende alargar a +e+sexo-1005
sua escolaridade131. Segundo a DGEEC, e tendo em contas dados 134 www.pordata.pt/Portugal/Docentes+em+exerc%c3%adcio+nos+ensinos
+pr%c3%a9+escolar++b%c3%a1sico+e+secund%c3%a1rio+total+e+por+n%c3%
referentes ao ano letivo 2018/2019, estavam inscritos cerca de 1,37 advel+de+ensino-240
milhões de alunos e quase 131 mil docentes no ensino básico e 135 www.ofertaformativa.gov.pt/#/sistema-educativo
136 www.dgeec.mec.pt/np4/96/
28
mapeamento destas infraestruturas organizados pela ANI, foram e colaborativa. Operam como intermediários entre os cidadãos,
identificados oito CT e 52 CVTT148 com personalidade jurídica, organizações de investigação, empresas, cidades e regiões, tendo
em 2016, tendo os números evoluído para sete CT e 48 CVTT, no em vista a cocriação de valor, prototipagem rápida ou validação
exercício de 2020149. De entre estas infraestruturas, destacam-se para ampliar a inovação e as empresas. A implementação de
os denominados Centros de Interface: Living Labs em Portugal começou na década de 90, tendo já sido
registados 16 Living Labs em várias áreas temáticas159.
› Centros de Interface (CIT)150 são entidades do SNI que
cumulativamente exercem atividades de assistência técnica e
- Clusters de competitividade160: são plataformas agregadoras de
tecnológica empresarial e de I&D, desde que sem fins lucrativos,
têm um objeto social e desenvolvem atividade relevante conhecimento e de competências, constituídas por parcerias e
no suprimento de falhas de mercado, debilidades e défices redes que integram empresas, associações empresariais, entidades
estruturais ao nível da oferta de serviços técnicos e tecnológicos públicas e instituições de suporte relevantes, nomeadamente
e possuem uma estrutura organizativa autónoma dotada de
entidades não empresariais do Sistema de Investigação e Inovação,
um quadro de pessoal próprio com competências técnicas
e científicas, bem como de meios materiais indispensáveis à que partilham uma visão estratégica comum para, através
sua atividade. Em 2017151 foram reconhecidas 28 entidades da cooperação e da obtenção de economias de aglomeração,
como Centros de Interface. Posteriormente, em 2019152, foram atingir níveis superiores de capacidade competitiva. Em 2017
reconhecidas mais três entidades. A ANI é a entidade responsável
foram reconhecidas 20161 entidades, de acordo com condições
pelo acompanhamento, monitorização e promoção dos CIT153.
definidas pelo Governo em 2015162 e operacionalizadas pelo IAPMEI.
- Laboratórios Colaborativos (CoLAB)154: são instituições de I&D Atualmente encontram-se ativas apenas 18 entidades, com
aplicada, que têm como objetivo principal a colaboração dos seus reconhecimento válido até 2023163. Em 2019 o Governo pretendeu
membros na prossecução de agendas comuns de investigação dinamizar uma maior aproximação a estas entidades no sentido
e de inovação de curto e médio prazo, orientadas para a criação de definir agendas estratégicas conjuntas para as diferentes
de emprego qualificado e de valor económico e social. O cadeias de valor. Foram assinados 16 Pactos Setoriais para a
reconhecimento é atribuído pela FCT por um período de cinco anos Competitividade e Internacionalização164, onde se reforçaram os
a associações sem fins lucrativos ou a sociedades comerciais, de objetivos de cada uma das Estratégias de Eficiência Coletiva e onde
acordo com a avaliação de um conjunto de parâmetros definidos, se mobilizaram um conjunto de instrumentos e compromissos
podendo o mesmo ser revogado caso se verifiquem condições para para futuras atividades.
tal durante as avaliações intermédias. A ANI é a entidade responsável
pelo acompanhamento, monitorização e promoção dos CoLAB155. - Clubes de Fornecedores: iniciativa criada em 2017, enquadrada
no Programa Nacional de Reformas e no Programa INTERFACE, tem
- Gabinetes de Transferência de Tecnologia (TTO – Technology como objetivo aumentar a participação das entidades portuguesas
Transfer Offices): a rede de TTOs156 (OTIC e GAPI) engloba cerca de (PME e entidades do sistema de investigação e inovação) no
40 entidades, na sua maioria integrados nas estruturas de entidades fornecimento de polos de especialização, nomeadamente
do ensino superior, mas também algumas integradas em Centros os instalados em Portugal, em torno de Empresas Nucleares
Tecnológicos ou associações setoriais. As Oficinas de Transferência e estimulando dinâmicas de clusterização com impacto
de Tecnologia e de Conhecimento (OTIC) compreendem entidades estruturante no território. Com isto, pretende-se o reconhecimento
mediadoras com o intuito de identificar e promover a transferência e apoio de entidades portuguesas que já conseguem contribuir
de ideias e conceitos novos e inovadores para o tecido empresarial, para a distinção de grandes empresas/marcas mundiais,
contribuindo para um crescente desenvolvimento económico, social presentes em Portugal, potenciando as hipóteses das mesmas
e empresarial do nosso país. Os Gabinetes de Apoio à Promoção da integrarem outras cadeias de valor internacionais. Esta iniciativa
Propriedade Industrial (GAPI) destinam-se a promover e divulgar a passa pela seleção de empresas nucleares e apresentação de
importância do uso da propriedade industrial. Constituem centros propostas de redes para consolidação165. Numa primeira fase foi
de promoção de negócios e inovação por excelência, vocacionados, reconhecida a rede Bosch, sendo posteriormente reconhecidas as
essencialmente, para o apoio à divulgação da informação e à redes Volkswagen Autoeuropa e Peugeot Citroen Portugal166.
promoção e sensibilização em matéria de propriedade industrial.
Os TTOs têm como objetivos: promover a cooperação Universidade- • Entidades e estruturas de apoio ao empreendedorismo e
Empresa através da transferência de tecnologia e de conhecimento
à I&D empresarial: estruturas focadas no desenvolvimento
em projetos conjuntos; identificar e difundir a oferta tecnológica nas
Universidades e Politécnicos; identificar solicitações tecnológicas de ideias e empresas inovadoras, reunindo uma série de
do setor empresarial e correspondente transformação em projetos infraestruturas e serviços de apoio complementares e
inovadores e competitivos de desenvolvimento tecnológico que necessárias ao sucesso dos seus beneficiários.
possam ser cumpridos pelas Universidades e Politécnicos e promover
e divulgar a importância do uso da Propriedade Intelectual. - Incubadoras de base tecnológica: as incubadoras são
organizações desenhadas para acelerar o crescimento e sucesso
- Fablabs e Living Labs: tipicamente, um FabLab é composto por um de empresas e ideias de negócio, proporcionando não só espaço
conjunto de ferramentas de prototipagem rápida e computadores para a instalação e desenvolvimento de negócio como também
e respetivas ferramentas de programação informática. Em colocando à disposição um conjunto de recursos e serviços que
Portugal, a Associação FabLabs Portugal157 é a entidade que podem influenciar a sua eficiência e desenvolvimento. Segundo a
tem como objetivo principal promover o conceito FabLab em Rede Nacional de Incubadoras , em 2019 existem 158 incubadoras167
Portugal, estabelecendo a rede de espaços em que qualquer
153 www.ani.pt/media/5304/af_brochura_digital_pt_062020.pdf
cidadão tem acesso a uma rede de conhecimento e tecnologia 154 www.fct.pt/apoios/CoLAB/
de escala mundial, seguindo uma lógica de open source. Esta 155 www.ani.pt/media/4376/brochura-colab.pdf
156 www.ani.pt/media/5200/knowledge_transfer_network_portugal.pdf
associação contabiliza 21 entidades ativas no país158. Os Living 157 www.fablabsportugal.pt/
Labs são definidos como ecossistemas de inovação aberta, 158 www.fablabsportugal.pt/fablabs-activos/
centrados no utilizador, com base na abordagem sistemática de 159 www.ani.pt/media/4880/relatorio_012_ani.pdf
160 www.iapmei.pt/PRODUTOS-E-SERVICOS/Empreendedorismo-Inovacao/
cocriação, integrando processos de investigação e inovação em Eficiencia-Coletiva-e-Clusters.aspx
comunidades e contextos da vida real. Os Living Labs constituem- 161 www.iapmei.pt/Paginas/Clusters-de-competitividade-reconhecidos-pelo-IAPM.aspx
162 www.dre.pt/application/file/a/66817438
se como organizações orientadas para fomentar a inovação aberta 163 Extinguiram-se o Cluster das Indústrias Criativas e o Cluster das Indústrias
da Fileira Florestal.
149 Para além destas tipologias, e excluindo os Parques de Ciência e Tecnologia 164 www.iapmei.pt/PRODUTOS-E-SERVICOS/Empreendedorismo-Inovacao/
e as Incubadoras de Base Tecnológica, no exercício de 2020 foram mapeadas 50 Eficiencia-Coletiva-e-Clusters/Pactos-Setoriais.aspx
infraestruturas integradas em instituições do Ensino Superior, 8 unidades de 165 www.compete2020.gov.pt/admin/images/20170220_AAC_CLUBE_DE_
transferência de tecnologia e de conhecimento e 1 instituição de I&D e educação. FORNECEDORES.pdf
150 www.dre.pt/application/file/a/108029684 166 www.iapmei.pt/PRODUTOS-E-SERVICOS/Incentivos-Financiamento/
151 www.dre.pt/application/file/a/114248249 Sistemas-de-Incentivos/Incentivos-Portugal-2020/Clube-de-Fornecedores.aspx
152 www.dre.pt/application/file/a/125008783 167 www.drive.google.com/file/d/16vr6E5t45USXs1fJHKdtI3OXGzpMbMMp/view
www.ani.pt 29
detidas por 135 instituições, que na sua maioria visam o impacto dentro das empresas. Um exemplo de como estas entidades
regional como principal tipologia de ação. Por outro lado, a Agência são importantes para a criação de valor dentro das empresas
Nacional de Inovação desenvolveu em 2016 um mapeamento baseia-se no facto de, no Portugal 2020, pelo menos 44% das
de infraestruturas tecnológicas168, onde uma das tipologias candidaturas submetidas em instrumentos de apoio às empresas
caraterizadas foram os “Centros de Incubação de Base Tecnológica”, terem intervenção das consultoras (considerando unicamente o
assim designados por apresentarem uma percentagem de instrumento “Inovação Empresarial e Empreendedorismo”, este
empresas incubadas (ou a incubar) de base tecnológica igual ou valor ascende a 55%). Em Portugal são inúmeras as consultoras
superior a 50%. Neste mapeamento foram identificadas 35 destas empresariais a prestar apoio nos mais diferentes campos, pelo que é
infraestruturas. Na atualização deste exercício, realizada em 2020, aqui também destacado o papel das suas associações, cuja missão
foram identificadas 32 Incubadoras de Base Tecnológica. acaba por estar relacionada com a mobilização e projeção de muitos
destes agentes como é, por exemplo, o caso da Associação de
- Parques de Ciência e Tecnologia: são espaços que promovem a Consultores de Investimento e Inovação em Portugal (ACONSULTIIP).
cultura de inovação e competitividade das entidades lá baseadas,
estimulando e gerindo o fluxo de conhecimentos e de tecnologias; - Fundações de capital privado: são várias as entidades que apoiam
facilitando a criação e o crescimento de empresas inovadoras; e a Investigação e Inovação em Portugal. No sítio ePortugal.gov.pt
fornecendo outros serviços de valor acrescentado. A TecParques é possível consultar todas as Fundações e pessoas coletivas de
– Associação Portuguesa de Parques de Ciência e Tecnologia utilidade pública em Portugal173. Podem enumerar-se algumas
representa 23 instituições distribuídas geograficamente pelo das Fundações em Portugal que desempenham um papel
país169. Complementarmente, no mesmo mapeamento de importantíssimo no fomento da investigação e inovação em
infraestruturas tecnológicas referido no ponto anterior, a Agência várias áreas temáticas, como, por exemplo, a Fundação Calouste
Nacional de Inovação mapeou 15 estruturas existentes em Gulbenkian, Fundação Champalimaud ou a Fundação Francisco
Portugal, em 2016, e 17 em 2020. Manuel dos Santos, não podendo deixar de referir também as
Fundações que têm por base agentes económicos, como a
- Rede EEN – European Entreprise Network170: trata-se de uma Fundação Bial, a Fundação EDP ou a Fundação la Caixa. Ainda
plataforma que ajuda as empresas a inovar e a crescer numa relacionado com o papel das Fundações, realça-se a iniciativa
escala internacional. É a maior rede de apoio a PME com ambições levada a cabo pelo Centro Português de Fundações, que agrega
internacionais, a nível mundial – esta rede distribui-se por mais várias das principais organizações em Portugal, que numa altura
de 60 países e junta mais de 3.000 especialistas de mais de 600 de grandes dificuldades causadas pelo SARS-CoV-2, divulgou um
organizações. Em Portugal, esta rede é coordenada pelo IAPMEI. conjunto de iniciativas das Fundações que contribuem no combate
ao vírus174. De destacar igualmente o portal Pordata175, uma base de
- Rede PERIN171: criada em 2019, surge no contexto de prioridade dados de Portugal contemporâneo, organizada e desenvolvida pela
nacional que a promoção das atividades I&D, de inovação e de Fundação Francisco Manuel dos Santos, com o objetivo de recolha,
transformação digital tem assumido no quadro das políticas organização, sistematização e divulgação da informação sobre
públicas e da sua efetiva inserção no contexto europeu. Tem como múltiplas áreas em Portugal e nos seus municípios e em outros
objetivos: acompanhar a preparação, promoção e execução países europeus.
dos Programas-Quadro de I&D da União Europeia e de outros
instrumentos, tais como o European Innovation Council e o • Empresas: são entidades centrais no sistema de inovação,
Programa Eureka/Eurostars; articular atividades na área do ensino considerando que se caraterizam pelo desempenho
superior e formação pós-secundária, em estreita colaboração de atividades económicas, aquando da produção e
com a Direção-Geral do Ensino Superior e demais agências; e comercialização de bens e serviços. As empresas podem
coordenar a preparação da presidência portuguesa do Conselho introduzir inovações de diferentes maneiras, como descrito
da União Europeia em 2021 na área da ciência, tecnologia e ensino no Manual de Oslo. Um instrumento válido na medição
superior. A ANI, FCT e a AICIB172 são as principais entidades que da Inovação nas empresas em Portugal é o Community
integram a coordenação da Rede PERIN.
Innovation Survey, que na sua edição mais recente
refere que, em 2018, 32,4% das empresas em Portugal
- Associações empresariais (setoriais, regionais e municipais):
introduziram algum tipo de inovação ou têm algum tipo de
estas organizações têm um papel importante no SNI, justificado
inovação na sua estrutura176. No entanto, as empresas que
pela coordenação da união de esforços de entidades
desenvolvem atividades de I&D são apenas uma pequena
empresariais, não só no desenvolvimento de capacidade num
domínio tecnológico ou área setorial específica, como também parte do universo de empresas inovadoras, estimando-se
na promoção dos resultados e consequente internacionalização. que existam menos de cinco mil empresas a praticar I&D.
Realça-se o papel da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, Segundo o Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico
que através dos seus associados (associações multissetoriais, Nacional (IPCTN), em relação ao ano 2018, as atividades
regionais, setoriais, câmaras de comércio e indústria e empresas) económicas que mais desenvolveram I&D foram Fabricação
representa 150 mil empresas, 1,8 milhões de trabalhadores e 71% de produtos farmacêuticos de base e de preparações
do PIB. A segunda associação a destacar é a COTEC Portugal – farmacêuticas; Consultoria e programação informática
Associação Empresarial para a Inovação, que se posiciona como e atividades relacionadas e Atividades de investigação
a principal associação empresarial portuguesa para a promoção científica e de desenvolvimento177. Entre as empresas, de
da inovação e cooperação tecnológica empresarial. Esta engloba destacar o universo das start-ups, pela sua importância em
empresas multinacionais, grandes grupos nacionais e PME de termos de crescimento e criação de emprego qualificado:
vários setores de atividade, representando mais de 16% do PIB. de acordo com a Startup Hub (promovida pela Startup
Portugal e pela Rede Nacional de Incubadoras), existem
- Entidades de Consultoria: esta tipologia de entidades tem uma cerca de 1820 start-up/scale-up e 155 incubadoras/
importância inegável no que pode ser o processo de evolução das aceleradoras em Portugal178. Complementarmente, segundo
PME. Maioritariamente, atuam em processos de desenvolvimento
um estudo recente produzido pela Rede Nacional de
de negócios, apoio jurídico e financeiro, mas também fomentando
Incubadoras, existem cerca de 2855 startups sediadas em
parcerias e ajudando a construir pontes para a criação de valor
incubadoras protocoladas com a mesma entidade179.
168 www.ani.pt/media/4382/caracteriza%C3%A7%C3%A3o-infraestruturas- 174 www.cpf.org.pt/resposta-das-fundacoes-a-covid-19/boas-praticas-das-
tecnol%C3%B3gicas_v4_2018.pdf fundacoes/
169 www.web.tecparques.pt/associados/ 175 www.pordata.pt/Home
170 www.een-portugal.pt/Paginas/default.aspx 176 www.dgeec.mec.pt/np4/207/
171 Portugal in Europe Research and Innovation Network: www.perin.pt/ 177 www.dgeec.mec.pt/np4/206/
172 AICIB – Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica. 178 www.startuphub.pt/pt-pt/
173 www.eportugal.gov.pt/fichas-de-enquadramento/fundacoes-e-pessoas- 179 www.rni.pt/conteudos/item/30-monitorizacao-das-incubadoras-
coletivas-de-utilidade-publica/pesquisa portuguesas-2019
30
Organização dos Sistemas
Regionais de Inovação (SRI)
No seguimento da identificação e descrição dos principais atores no sistema nacional
de inovação, é possível caraterizar cada uma das regiões portuguesas (NUTS II) e
identificar os principais atores do Sistema Nacional de Inovação por cada região.
Norte
As características da estrutura Relativamente ao total nacional, em 2018, o seu produto
representa cerca de 30% do total nacional, o volume de
produtiva e empresarial da região
negócios das empresas 28,22%, as exportações cerca de
Norte, com uma forte vocação
39%, o VAB cerca de 29% e 33,74% do pessoal ao serviço.
exportadora, contribuem para o peso Na tabela abaixo pode-se verificar a representação dos
considerável da região no PIB, emprego setores de alta e média alta tecnologia nos indicadores
e capacidade de inovação nacional. acima referidos.
% face ao
Variável Regional Nacional
Nacional
PIB per capita 16 853,20 19 826,90 85,00%
% do Volume de Negócios alta e média alta tecnologia no total 8,12% 6,24% 130,15%
% das Exportações de alta e média alta tecnologia no total 5,75% 5,37% 107,08%
www.ani.pt 31
Em termos de intensidade das atividades económicas Em relação às atividades de I&D, as áreas de atividade
na região em relação ao total do país, nas indústrias mais relevantes são os Transportes, Telecomunicações e
transformadoras, a região agrega 83,33% do volume outras Infraestruturas, as Tecnologias Industriais e Saúde,
de negócios total área da Fabricação de Têxteis, 90,91% que representam cerca de 65% do total da região. Por
da indústria do Vestuário, 86,33% da Indústria do couro outro lado, os domínios científicos Ciências da engenharia
e dos produtos do couro. Realçam-se a Fabricação de e tecnologias (0,77%), Ciências exatas e naturais (0,28%)
produtos metálicos, exceto máquinas e equipamentos e Ciências médicas e da saúde (0,25%) representam
(45,47%), Fabricação de veículos automóveis, reboques, grande parte do investimento em I&D em percentagem
semirreboques e componentes (31,01%) e Indústrias do PIB regional (1,53%).
Alimentares (21,69%), que apesar de não traduzirem uma
intensidade tão forte quando comparada com o total A região Norte, segundo o Regional Innovation
nacional, apresentam resultados para o volume de negócios Scoreboard, é considerada “Inovador forte”.
em 2018 entre os 2.950 milhões e os 3.200 milhões de euros.
Figura 7. Comparação da
performance do Norte com as
médias nacional e europeia
A região conta com 106 entidades do Ensino Superior, Não obstante os trabalhos em desenvolvimento para
oito Laboratórios Associados e 105 Unidades de I&D, o estabelecimento de novas estratégias regionais de
traduzindo uma forte capacidade no desenvolvimento Especialização Inteligente, é importante realçar que,
de conhecimento avançado. Outro fator relevante no desde 2015, tem sido levada a cabo uma estratégia de
Norte relaciona-se com a existência de um conjunto desenvolvimento com base nos recursos, competências e
de entidades que proporcionam a dinamização de potencial produtivo e científico da região. O Norte definiu
atividades em rede e a intermediação tecnológica: como domínios de especialização: as Ciências da vida
são exemplos os 14 Centros de Incubação de e saúde; Cultura, criação e moda; Recursos do mar e
Base Tecnológica, 40 Entidades de Valorização e economia; Capital humano e serviços especializados;
Transferência de Tecnologia (onde se englobam Indústrias da mobilidade e ambiente; Sistemas avançados
Centros de Interface e Laboratórios Colaborativos) e 11 de produção; Sistemas agroambientais e alimentação;
Clusters de Competitividade. Capital simbólico, tecnologias e serviços do turismo.
32
Centro
A região NUTS II Centro, no ano 2018, Relativamente às variáveis volume de negócios,
exportações, VAB e pessoal ao serviço, a região contribuiu,
contribuiu em cerca de 18,76% para o
em cerca de 16,71%, 19,5%, 16,45% e 18,18% respetivamente,
PIB nacional.
dos totais nacionais para o ano 2018.
% face ao
Variável Regional Nacional
Nacional
PIB per capita 17 196,2 19 826,90 86,73%
% do Volume de Negócios alta e média alta tecnologia no total 9,52% 6,11% 155,78%
% das Exportações de alta e média alta tecnologia no total 2,70% 5,37% 50,28%
www.ani.pt 33
Figura 8. Comparação da
performance do Centro com
médias nacional e europeia
Na região Centro existem, em termos de desenvolvimento Não obstante os trabalhos em desenvolvimento para
de conhecimento avançado, 63 entidades de Ensino o estabelecimento de novas estratégias regionais de
Superior, cinco Laboratórios Associados e 68 Unidades Especialização Inteligente, é importante realçar que, desde
de I&D. Relativamente ao desenvolvimento de redes 2015, tem sido desenvolvida uma estratégia com base nos
colaborativas e de intermediação tecnológica, existem recursos, competências e potencial produtivo e científico da
12 Centros de Incubação de Base Tecnológica, 30 região. O Centro, na sua estratégia, definiu como domínios
Entidades de Valorização e Transferência de Tecnologia de especialização: Agricultura; Floresta; Mar; Turismo; TICE;
e quatro Clusters de competitividade. Materiais; Biotecnologia; Saúde e bem-estar.
Área Metropolitana
de Lisboa
A região Área Metropolitana de Relativamente ao ano 2018, a região representa 45,52%
do total nacional em termos de volume de negócios,
Lisboa contribui em quase 36% para
sendo que o peso nas exportações nacionais de bens
o PIB nacional. é de 30,19%, no VAB nacional é 44,02% e no pessoal ao
serviço ascende a 34,88%.
34
Tabela 3. Caraterização da região NUTS II Área Metropolitana de Lisboa e comparação com a
realidade nacional
% face ao
Variável Regional Nacional
Nacional
PIB per capita 25 821,7 19 826,90 130,24%
% do Volume de Negócios alta e média alta tecnologia no total 5,00% 6,49% 77,01%
% das Exportações de alta e média alta tecnologia no total 6,61% 5,37% 123,09%
Figura 9. Comparação
da performance da Área
Metropolitana de Lisboa com
médias nacional e europeia
www.ani.pt 35
Na região estão presentes 92 entidades de Ensino Não obstante os trabalhos em desenvolvimento para
Superior, seis Laboratórios de Estado, 12 Laboratórios o estabelecimento de novas estratégias regionais de
Associados e 147 Unidades de I&D. Quanto a entidades Especialização Inteligente, é importante realçar que,
que apoiam o desenvolvimento de redes colaborativas desde 2015, tem sido desenvolvida uma estratégia com
e intermediação tecnológica, existem três Centros base nos recursos, competências e potencial produtivo
de incubação de base tecnológica, 14 Entidades de e científico da região. A Área metropolitana de Lisboa
valorização e transferência de tecnologia e dois Clusters definiu como domínios de especialização: Investigação,
de competitividade. tecnologias e serviços de saúde; Conhecimento,
prospeção e valorização de recursos marinhos; Turismo
e hospitalidade; Mobilidade e transportes; Meios criativos
e indústrias culturais; Serviços avançados às empresas.
Alentejo
A região Alentejo contribuía com Para o mesmo ano, o volume de negócios da região
representa 4,47% do total nacional, as exportações de
6,43% o PIB do país em 2018.
bens 6,17%, o VAB 4,27% e o pessoal ao serviço 5,21%.
% face ao
Variável Regional Nacional
Nacional
PIB per capita 18 486,6 19 826,90 93,24%
% do Volume de Negócios alta e média alta tecnologia no total 9,21% 6,49% 141,95%
% das Exportações de alta e média alta tecnologia no total 1,86% 5,37% 34,64%
36
Relativamente à especialização das atividades Em relação ao desenvolvimento de atividades de I&D,
económicas, nas indústrias transformadoras a os principais objetivos socioeconómicos associados
Indústria alimentar representa 13,42% do total nacional são a Promoção da produtividade e das tecnologias
(1.836 milhões de euros), a Fabricação de produtos industriais, a Agricultura e a Promoção geral dos
químicos e de fibras sintéticas ou artificiais (exceto conhecimentos e o Ambiente.
produtos farmacêuticos) com 21,89% do total nacional Quanto aos principais domínios científicos ligados às
(1.041 milhões de euros) e a Indústria de bebidas mesmas atividades na região, realçam-se as Ciências
representa 14,32% do total nacional (488 milhões da engenharia e tecnologias, as Ciências exatas e
de euros). Excluindo as indústrias transformadoras, naturais e as Ciências agrárias e veterinárias.
as Indústrias extrativas representam quase 53% do
total nacional, enquanto que a Agricultura, produção A região Alentejo é considerada “Inovador moderado”, de
animal, caça, floresta e pescas representam cerca de acordo com o Regional Innovation Scoreboard, referindo
30% do total do país. a figura abaixo os seus resultados relativos ao país e à
média europeia.
Quanto ao seu sistema de inovação, em termos de Não obstante os trabalhos em desenvolvimento para
desenvolvimento de conhecimento avançado, a região o estabelecimento de novas estratégias regionais de
conta com 24 entidades de Ensino superior e 10 Unidades Especialização Inteligente, é importante realçar que,
de I&D. Quanto à dinamização de redes colaborativas desde 2015, tem sido dinamizada uma estratégia de
e intermediação tecnológica, existem 5 Centros de desenvolvimento com base nos recursos, competências e
incubação de base tecnológica, cinco Entidades de potencial produtivo e científico da região. O Alentejo definiu
valorização e transferência de tecnologia e um Cluster como domínios de especialização: Alimentação e floresta;
de competitividade. Economia dos recursos minerais, naturais e ambientais;
Património, indústrias culturais e criativas e serviços de
turismo; Tecnologias críticas, energia e mobilidade inteligente;
Tecnologias e serviços especializados da economia social.
www.ani.pt 37
Algarve
A região Algarve, é responsável por Para o mesmo ano, a região contribui, em termos de volume
de negócios, 2,45% para o total nacional, em termos de
4,74% do PIB nacional no ano de 2018.
exportações de bens 0,34% para o total nacional, em termos
de VAB, 3,27% e em termos de pessoal ao serviço, 4,45%.
% face ao
Variável Regional Nacional
Nacional
PIB per capita 22 019,0 19 826,90 111,06%
% do Volume de Negócios alta e média alta tecnologia no total 0,19% 6,49% 2,92%
% das Exportações de alta e média alta tecnologia no total 6,72% 5,37% 125,14%
38
Figura 11. Comparação da
performance do Algarve com
médias nacional e europeia
Na região Algarve existem 11 entidades de Ensino Não obstante os trabalhos em desenvolvimento para
Superior e nove Unidades de I&D. Relativamente à o estabelecimento de novas estratégias regionais de
dinamização de redes colaborativas e atividades Especialização Inteligente, é importante realçar que,
de intermediação tecnológica, existe apenas uma desde 2015, tem sido dinamizada uma estratégia de
Entidade de Valorização e Transferência de Tecnologia. desenvolvimento com base nos recursos, competências
e potencial produtivo e científico da região. O Algarve
definiu como domínios de especialização: Turismo; Mar
e atividades marítimas; Agroalimentar; Economia Verde;
Saúde e ciências da vida; TIC e atividades criativas.
www.ani.pt 39
R.A. Açores
A Região Autónoma dos Açores No mesmo ano, a região contribui em 1,38% para o total de
volume de negócios, em 0,16% para o total das exportações
contribuiu, em 2018, com 2,09% para
de bens, em 1,25% do total do VAB e em 1,72% do total do
o PIB nacional.
pessoal ao serviço.
Tabela 6. Caraterização da região NUT II Região Autónoma dos Açores e comparação com
realidade nacional
% face ao
Variável Regional Nacional
Nacional
PIB per capita 17 513,5 19 826,90 88,33%
% do Volume de Negócios alta e média alta tecnologia no total 0,05% 6,49% 0,73%
% das Exportações de alta e média alta tecnologia no total 3,43% 5,37% 63,87%
40
Figura 12. Comparação da
performance da Região
Autónoma dos Açores com
médias nacional e europeia
www.ani.pt 41
R.A. Madeira
A Região Autónoma da Madeira Relativamente ao mesmo ano, contribuiu em 1,29% para
o total de volume de negócios, em 0,40% para o total de
contribuiu, no ano 2018, em 2,40%
exportações de bens, em 1,66% para o total do VAB e em
para o total do PIB nacional.
1,83% para o total de pessoas ao Serviço.
% face ao
Variável Regional Nacional
Nacional
PIB per capita 19 243,5 19 826,90 97,06%
% do Volume de Negócios alta e média alta tecnologia no total 0,09% 6,49% 1,43%
% das Exportações de alta e média alta tecnologia no total 4,47% 5,37% 83,24%
Em termos de especialização das atividades económicas, Educação e Promoção geral dos conhecimentos. Quanto
a região traduz cerca de 279 milhões de euros em volume aos principais domínios científicos, estas atividades
de negócios no total das indústrias transformadoras. O são realizadas principalmente nas áreas das Ciências
Comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos da engenharia e tecnologias, das Ciências exatas e
automóveis e motociclos traduzem 1.939 milhões naturais e das Ciências sociais.
de euros em volume de negócios e o Alojamento,
restauração e similares cerca de 768 milhões de euros. Região Autónoma da Madeira é considerada “Inovador
moderado”, de acordo com o Regional Innovation
Relativamente às atividades de I&D, os principais Scoreboard, referindo a figura seguinte os seus
objetivos socioeconómicos relacionados são a Promoção resultados relativos ao país e à média europeia.
da produtividade e das tecnologias industriais, Saúde,
42
Figura 13. Comparação da
performance da Região
Autónoma da Madeira com
médias nacional e europeia
Em termos de ecossistema, a região conta com com base nos recursos, competências e potencial
três entidades de Ensino Superior e três Unidades produtivo e científico da região. A Região Autónoma
de I&D, bem como um Pólo de apoio à inovação e da Madeira, na sua estratégia, definiu como
empreendedorismo de base tecnológica181. domínios de especialização: Turismo; Recursos e
tecnologias do Mar; Saúde e bem-estar; Qualidade
Não obstante os trabalhos em desenvolvimento para alimentar; Sustentabilidade, gestão e manutenção
o estabelecimento de novas estratégias regionais de infraestruturas; Bio-sustentabilidade, Energia,
de Especialização Inteligente, desde 2015 tem sido mobilidade e alterações climáticas; Tecnologias da
dinamizada uma estratégia de desenvolvimento informação e comunicação.
www.ani.pt 43
A resposta do SNI ao impacto
negativo do COVID-19
O aparecimento e a evolução da pandemia causada pelo economia portuguesa no combate à pandemia. Com
novo coronavírus trouxeram novos desafios às entidades estas comunicações por parte da CE foram lançados
e capacidade de resposta do Sistema Nacional de instrumentos no total de 6,2 mil milhões185 de euros para
Inovação (SNI). Desde março de 2020 foi possível assistir o apoio à atividade económica (4,5 mil milhões), apoio a
à conjugação de esforços de vários atores da sociedade, empresas do Turismo (900 milhões), apoio à restauração
de entidades públicas e privadas - incluindo o desenho e similares (600 milhões) e apoio a agências de viagem,
e a implementação de iniciativas governamentais, organizadores de eventos e similares (200 milhões).
como também um conjunto de iniciativas lideradas por
entidades privadas, aos mais diversos níveis. Por outro lado, no que diz respeito aos Fundos Europeus
Estruturais e de Investimento, houve uma atuação em
Em Portugal, foi decretado o primeiro estado de dois sentidos: foi incentivada a antecipação de pedidos
emergência a 18 de março (e renovado posteriormente), de pagamentos apresentados pelas empresas186 e, por
sendo declarada a situação de calamidade no país a 30 fim, foram criados diferentes Sistemas de Incentivos
de abril. Desde cedo foram implementadas iniciativas no contexto da COVID-19 adequando, também, estes
por parte dos diferentes atores políticos em relação ao instrumentos à nova situação extraordinária em que o
impacto da COVID-19182. Foram tomadas decisões acerca país se encontrava:
da organização do trabalho, valorizando as atividades
- Sistema de Incentivos à Inovação Produtiva187
por meios telemáticos e, não sendo possível, foram
disponibilizados apoios financeiros para suspensão - Sistema de Incentivos a Atividades de Investigação e
Desenvolvimento e ao Investimento em Infraestruturas de
extraordinária e temporária da atividade laboral (layoff). Ensaio e Otimização188
- Sistema de Incentivos à Segurança nas Micro, Pequenas
No financiamento às empresas destacam-se dois tipos e Médias Empresas189
de ações: uma relacionada com o lançamento de um
conjunto de instrumentos de crédito, suportados pelo Mais concretamente, ligando a situação do país à ciência
Sistema de Contragarantias do Estado e, por outro lado, a e inovação, foi aprovada, a 14 de abril, a adoção de
adequação e mobilização de instrumentos provenientes medidas extraordinárias na resposta à pandemia da
dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento. COVID-19190. Assim, por decisão do Governo, pretendeu-
se facilitar e estimular a reorientação das atuais equipas
Em relação ao lançamento de linhas de crédito, os de investigação e desenvolvimento, com o objetivo de
primeiros instrumentos foram lançados em março de promover projetos e iniciativas que respondessem às
2020, enquadrados nas Linhas Capitalizar 2018, atingindo necessidades imediatas e a médio prazo do Serviço
uma dotação de 400 milhões de euros. Com a elevada Nacional de Saúde. Neste sentido, mobilizou-se o reforço
procura e a necessidade de adequação dos instrumentos das atuais linhas de financiamento da FCT para apoiar
lançados às necessidades cada vez mais crescentes atividades de I&D das respetivas equipas, priorizando
derivadas da COVID-19, foram aprovadas duas extensões três áreas específicas (novas terapias e vacinas, testes e
por parte da Comissão Europeia, a 22 de março183 e a 4 diagnósticos e análises e processamento de dados) e das
de abril184, para a utilização de 3 mil milhões e 13 mil linhas atuais para apoiar a formação doutoral e emprego
milhões, respetivamente, em instrumentos de apoio à científico em temas que respondam a necessidades do
44
Serviço Nacional de Saúde. Foi, ainda, mandatada a ANI estimular projetos e iniciativas inovadoras e de maior valor
a tomar medidas necessárias para facilitar e estimular acrescentado, que respondam às mesmas necessidades.
projetos e iniciativas de I&D e Inovação em Centros de Complementarmente, foram alterados procedimentos
Interface Tecnológica (CIT) e Laboratórios Colaborativos relativos a pagamentos aos beneficiários do Sistema de
(CoLAB) que respondam a necessidades identificadas, Apoio à Transformação Digital da Administração Pública
mobilizando apoios financeiros necessários à sua (SAMA 2020) e a Ações Coletivas (SIAC) no domínio da
realização. Por fim, mobilizar PME em estreita colaboração Competitividade e Internacionalização191, foi alterado o
com a comunidade científica e técnicos de saúde, de Regulamento do StartUP Voucher para projetos aprovados
forma a garantir a implementação efetiva de respostas na primeira cut-off do instrumento192 e, por fim, foi alterado
às várias necessidades, incluindo a prossecução, por o Regulamento que criou o Sistema de Incentivos ao
parte do IAPMEI, das medidas necessárias para facilitar e Empreendedorismo e ao Emprego193.
191 www.dre.pt/application/file/a/132138801
192 www.dre.pt/application/file/a/132800073
193 www.dre.pt/application/file/a/134309879
194 www.dre.pt/application/conteudo/135391594
www.ani.pt 45
Concluído o enquadramento do que tem sido a ação
legislativa no combate à COVID-19 e com ligação à
área da inovação, enumeram-se alguns exemplos de
instrumentos de apoio lançados pelo Governo, bem como
iniciativas desenvolvidas pela Sociedade Civil e projetos
desenvolvidos e/ou aprovados à data (ver as listas
completas de projetos em anexo):
Guia prático para apoiar cidadãos, famílias e empresas no combate aos efeitos
causados pelo novo coronavírus e a COVID-19. São disponibilizadas as boas práticas
Portal “Estamos ON” e recomendações das autoridades de saúde, as medidas excecionais adotadas pelo
(XXII Governo) 195
Governo em cada área governativa e a evolução do estado epidemiológico do país. Por
fim, também são compilados todos os contactos de emergência criados pelos diversos
serviços públicos.
Tech4COVID-19 Plataforma criada por várias startup tecnológicas, que hoje integra 5.360 voluntários e
(APCT – Associação de conta com 34 projetos ativos. Dentro dos serviços disponibilizados ou a disponibilizar, esta
apoio à comunidade plataforma foca-se em áreas como o apoio a profissionais de saúde e material hospitalar,
TECH4COVID19) 196
serviços de saúde e educação e negócios e lazer.
Plataforma disponibilizada pela ANI, em parceria com a COVINDEX, que pretende ser um
COVID-19:
espaço para a divulgação de tecnologias e soluções de resposta aos impactos negativos
Soluções e Tecnologias
da COVID-19. Pretende-se dar maior visibilidade ao esforço das startups, empresas e
(ANI e COVINDEX)198
entidades do sistema científico e tecnológico no apoio à resolução deste problema.
Com uma dotação de 3,8 milhões de euros a ser dividida em duas edições, este
instrumento pretende apoiar o desenvolvimento de projetos de I&D, a desenvolver ou
já em curso, que contribuam para melhorar a resposta ao impacto da COVID19, em
Research4COVID19 (FCT)199 linha com o disposto no Plano Nacional de Preparação e Resposta à Doença por novo
coronavírus. Os destinatários são as instituições de ensino superior e seus institutos,
Laboratórios de Estado e outras instituições de investigação, que podem concorrer
individualmente ou em parceria, nomeadamente com entidades empresariais.
Com uma dotação de 4 milhões de euros, este apoio, na forma reembolsável, pretende
apoiar o desenvolvimento imediato de projetos e iniciativas de I&D e inovação tecnológica,
que respondam a necessidades imediatas e a médio prazo do Serviço Nacional de Saúde,
nomeadamente de relação com conceção, teste e produção industrial de ventiladores
INNOV4COVID19 (ANI)200
invasivos, ventiladores não invasivos, ventiladores pandémicos, sistemas de triagem, kits
de diagnóstico e teste, equipamentos de proteção individual e outros esquipamentos ou
sistemas necessários à qualidade da saúde pública, indústria e população em geral. Este
instrumento destina-se a Centros de Interface Tecnológico e Laboratórios Colaborativos.
195 www.covid19estamoson.gov.pt/
196 www.tech4covid19.org/
197 www.science4covid19.pt/
198 www.ani.pt/pt/portugal-inovador/portugal-inovador/covid-19-solu%C3%A7%C3%B5es-e-tecnologias/
199 www.fct.pt/apoios/research4covid19/
200 www.ani.pt/pt/financiamento/incentivos-financeiros-pt-2020/convite-inov-4-covid-19/
46
Tabela 9. Exemplos de projetos da sociedade civil desenvolvidos ou em desenvolvimento com
impacto no COVID-19
ASSISTENTE DIGITAL
Ferramenta que visa ajudar os cidadãos a perceber qual a atitude a adotar, com base na
COVID-19 (EMUM, FMUP,
informação da Direção Geral de Saúde.
Automaise, HLTSYS)
Plataforma que pretende gerar conhecimento científico robusto que seja útil agora, na
Barómetro COVID-19
tomada de decisão, e garantir o conhecimento útil para o futuro. A agenda do Barómetro
(Escola Nacional de Saúde
não é fechada, vai definir-se e adaptar-se, ao longo da pandemia, consoante as
Pública)
necessidades identificadas.
SAFE 1400
Linha telefónica gratuita que garante o acesso a medicamentos com aconselhamento
(ANF - Associação
farmacêutico 24h por dia.
Nacional de Farmácias)
PLATAFORMA VENT2LIFE Plataforma que permite que entidades interessadas identifiquem os ventiladores
(Projeto Open Air) inutilizados em sua posse para que possam ser reabilitados por especialistas.
www.ani.pt 47
Tabela 10. Exemplos de projetos apoiados por fundos públicos (Portugal 2020), de
desenvolvimento conjunto por empresas e outras entidades do SNI, com impacto na COVID-19
MPDS CEIIA, Glnplast, Famolde e Exatronic Medical Protection Device for Surgical Use
MASK4MC SETSA, ADAI e Universidade de Coimbra Dispositivo de proteção individual para cuidados médicos
HowMI Intellicare e Politécnico do Cávado e do Ave How am I? - HOme Wearables and Monitors Integrated
48
Instrumentos
de apoio
Em Portugal existem diferentes fontes de com as diretrizes europeias da promoção da
recursos financeiros para aplicação em I&D. Além do orçamento próprio do Estado,
projetos de investimento em inovação e podem elencar-se os principais fundos que
desenvolvimento, envolvendo investigação, contribuem para o desenvolvimento do país
criação de emprego qualificado e apoio à e da sua capacidade de gerar conhecimento
inovação no tecido produtivo, bem como na e transformá-lo em valor para a economia e
promoção da aproximação e parcerias entre sociedade.
os diferentes atores desse processo, alinhados
201 https://www.compete2020.gov.pt/admin/images/P_57A_2015.pdf
202 https://www.compete2020.gov.pt/legislacao
www.ani.pt 49
No quadro abaixo faz-se uma associação entre os diferentes Sistemas de Incentivo e Apoio e os
Instrumentos de Financiamento:
Sistemas de
Instrumentos de Financiamento
Incentivos e Apoios
50
Considerando a informação até 31 de junho de 2020, científica e tecnológica; e ações coletivas. Grande parte
os instrumentos dedicados à competitividade e do investimento a realizar e incentivo público aprovado
internacionalização do Portugal 2020 registaram um tem sido destinado ao apoio à inovação empresarial
total de 15.262 projetos aprovados, com um investimento e ao empreendedorismo (7.613,77 milhões de euros e
aprovado de 12.415,86 milhões de euros e um incentivo 3.652,15 milhões de euros, respetivamente), qualificação
aprovado de 6.413,77 milhões de euros. Nestes valores e internacionalização de PME (2.145,02 milhões de euros
incluem-se os instrumentos relacionados com: formação, e 1.001,70 milhões de euros, respetivamente) e I&D
investigação e desenvolvimento tecnológico empresarial; empresarial (1.572,83 milhões de euros e 935,80 milhões de
inovação empresarial e empreendedorismo, qualificação euros, respetivamente).
e internacionalização de PME; apoio à investigação
Figura 14. Investimento e Incentivo público por Sistema de Incentivos e Apoios do Portugal 2020
Fonte: ANI
Tendo como base a comparação com o anterior programa quadro (QREN), os apoios
à I&D e Inovação colaborativa (em parte, impulsionados pelo Programa Interface)
registaram um forte aumento no Portugal 2020, no que respeita a projetos liderados
por empresas (até junho 2020), superando em 59% o investimento aprovado do
total do programa quadro anterior e em 52% o total do incentivo contratado (1.052
milhões de euros 625 milhões de euros respetivamente).
www.ani.pt 51
Em relação à relevância do apoio público pelas regiões NUTS II, tanto em termos de investimento
aprovado como de incentivo contratado, a região Norte atrai quase metade destes montantes.203
Figura 15. Investimento e Incentivo público do Portugal 2020, por região NUTS II
Fonte: ANI
203 Devido a limitações dos dados disponíveis, as Regiões Autónomas dos Açores e Madeira estão a 0%.
52
Figura 16. Incentivo público atribuído no QREN e no PT2020, por CAE do projeto
Fonte: ANI
www.ani.pt 53
Olhando o caminho percorrido nos últimos anos, é claro o avanço do
conhecimento produzido, a inserção em redes internacionais das instituições
científicas e na transferência do conhecimento.
SIFIDE
O SIFIDE – Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial, as Aquisições de ativos fixos tangíveis; as Despesas com
criado em 1997, visa aumentar a competitividade das pessoal; as Despesas de funcionamento; a Participação
empresas, apoiando o seu esforço em Investigação e no capital de instituições de I&D; a contribuições para
Desenvolvimento através da dedução à coleta do Imposto fundos de investimento destinados a financiar empresas
sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) dos dedicadas à I&D; ou o Custos com registo, manutenção ou
investimentos em I&D. aquisição de patentes.
Este sistema de incentivos passou por algumas revisões, O instrumento tem tido uma adesão crescente e significativa
sendo que o SIFIDE II passou a vigorar a partir de 2011204, por parte das empresas, registando mais do dobro de
com a introdução de algumas alterações à legislação, candidaturas num espaço de cinco anos. Encontram-se
que o tornam ainda mais atrativo para as empresas. Foi em avaliação as candidaturas referentes ao ano fiscal de
estabelecido que o SIFIDE II vigoraria até 2015, tendo sido o 2019 (e entregues até julho de 2020), em que se perspetiva
período de incidência já estendido duas vezes em 2014205 a continuação da evolução registada (Figura 15).
e 2020206, estando em vigor até ao ano 2025. O sistema
de benefícios fiscais aplica-se a um conjunto alargado
de despesas em atividade de I&D, como são exemplo:
204 www.dre.pt/application/file/a/345017
205 www.dre.pt/application/file/a/58660557
206 www.dre.pt/application/file/a/130891365
54
Figura 17. Candidaturas ao
SIFIDE por ano
Fonte: ANI
Tendo em consideração os exercícios relacionados com de investimento declarado aumentou cerca de 113% no
os anos fiscais de 2014 a 2019, houve um aumento, não só período referido, traduzindo-se numa variação de quase
do número de candidaturas, como também da soma do 548 milhões de euros, em 2014, para mais de 1.168 milhões
investimento em I&D declarado em candidatura. O volume euros, em 2019 (Figura 16).
800.00
600.00
400.00
200.00
0
2014 2015 2016 2017 2018 2019
Fonte: ANI
De acordo com a informação disponível para o período Figura 19. Crédito fiscal atribuído por região
2014-2018, houve um aumento de 74% no investimento NUTS II
em I&D elegível e 94% no crédito fiscal atribuído, face ao
ano de 2014. Considerando ainda o período 2014-2018, a
variação do investimento aprovado é superior à variação
do declarado, o que pode indicar que as candidaturas
apresentadas são cada vez mais competitivas (com
maior qualidade nas atividades de I&D) e qualificadas
(com maior assertividade no cumprimento dos requisitos
definidos para o instrumento). Por fim, sobre o investimento
aprovado é calculado o crédito fiscal a conceder que, no
período em análise, cresceu cerca de 87%.
www.ani.pt 55
Relativamente ao mesmo período, é também possível identificar o incentivo total por classificação de atividade económica,
distribuído pelas regiões NUTS II (Figura 18).
Fonte: ANI
Relativamente à região Norte, as classificações económicas No Alentejo as CAE com mais incentivo aprovado são:
com mais incentivo aprovado foram: Informação e Indústrias extrativas (22,86% do total da região), Indústrias
Comunicação (15% do total da região); Produtos e alimentares e bebidas (17,91%) e Agricultura e pescas
preparações farmacêuticas (11% do total da região) e (9,86%). Quanto ao Algarve, as CAE com mais incentivo
Consultoria técnica, científica e serviços de apoio (9,8% aprovado são: Informação e comunicação (16,79% do total
do total da região). Quanto à região Centro, as CAE com da região), Outros serviços (15,46%) e Comércio (15,23%).
mais incentivo aprovado são: Informação e Comunicação Na Região Autónoma dos Açores, as Indústrias alimentares
(15,5% do total da região), Minerais não metálicos (8,47%) e bebidas representam 87,51€ do incentivo total, enquanto
e Equipamento informático, elétrico, eletrónico e de ótica que na Região Autónoma da Madeira as CAE com mais
(7,97%). Em Lisboa, as CAE predominantes são: Informação e incentivo aprovado são a Energia e Água (30,03% do total
comunicação (18,39% do total da região), Comércio (12,81%) da região), Comércio (26,51%) e Construção e atividades
e Consultoria técnica, científica e serviços de apoio (11,31%). imobiliárias (11,81%).
Este instrumento poderá ainda ser mais relevante para o tecido empresarial
português se as medidas para aquisição de patentes ou majorações atribuídas às
PME forem também estendidas as empresas Small e Mid Cap, que normalmente
Caixa 5. tem mais capacidade para apostar em novos produtos e serviços. Também seria
Testemunho interessante explorar uma possível majoração ou medidas de exceção para as
de empresa empresas que, em contexto de pandemia causada pela COVID-19, mantiveram em
na funções os ativos afetos às atividades de I&D sem recurso ao lay-off simplificado.
participação
no SIFIDE Vision-Box
56
Horizonte 2020
O Horizonte 2020 (H2020) é o maior programa de e disruptivos no espaço comunitário, por parte
investigação e inovação da UE, com cerca de 80 mil de empresas e entidades do sistema científico e
milhões de euros de fundos da UE disponíveis para tecnológico. O H2020 é composto por três Pilares
o período de sete anos (2014-2020), focando-se no programáticos com âmbitos diferentes:
apoio ao desenvolvimento de projetos inovadores
Pilar I – Excelência Científica (com Pilar II – Liderança Industrial Pilar III – Desafios Societais (com cerca
cerca de 32% do orçamento total); (correspondente a cerca de 22% do de 39% do orçamento total).
orçamento);
O H2020 conta, ainda, com cerca de 2% do seu orçamento resultam em 15.617 propostas submetidas, correspondendo
total como contributo financeiro para o Joint Research a uma taxa de sucesso de 14,4% (face a 13 % de média da
Center da Comissão Europeia. Para além destes três pilares, UE) e representando um financiamento europeu captado
existem ainda outros instrumentos que representam, no por Portugal de 1.073,5 M € (1,68% % do financiamento total
total, cerca de 6% do orçamento do H2020. Adicionalmente, da UE no Horizonte 2020).
o programa EURATOM, destinado a atividades na área da
energia nuclear, tem um orçamento, no âmbito do H2020, Ao longo dos anos, é notória uma participação crescente
de 2,37 milhões de euros para o período 2014-2020. do país em termos de candidaturas de projetos, com uma
cada vez maior prestação na coordenação de projetos
Até novembro de 2020, as entidades nacionais europeus - tanto em candidaturas propostas como em
participaram em 2.252 projetos do Horizonte 2020, que candidaturas aprovadas (Figura 19).
3000 1200
2000 600
1000 300
0 0
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Propostas apresentadas PT Projetos aprovados PT Propostas coordenadas PT Projetos coordenados PT
Fonte: ANI
www.ani.pt 57
A taxa de sucesso das candidaturas
com participação de entidades
portuguesas é, considerando os
valores acumulados desde 2014,
superior à taxa de sucesso sobre o
total das candidaturas provenientes
dos países elegíveis em dois pontos
percentuais (Figura 20).
Fonte: ANI
50.00 0.50%
0.00 0.00%
Fonte: ANI
1 2 3 4 5 6 7
O país tem conseguido captar cada vez mais a uma maior disponibilidade orçamental do Horizonte
investimento dentro do que é financiado em cada ano. 2020, mas sim porque as entidades portuguesas estão
Isto é particularmente relevante, no sentido de que a conseguir, de forma competitiva, ter um contributo
Portugal compete com um conjunto vasto em países maior nas propostas submetidas e no seu papel nos
europeus em termos de projetos de I&D e Inovação. Este consórcios de entidades.
aumento de financiamento para o país não é devido
58
Business Angels e Fundos
de Capital de Risco
De acordo com os últimos dados disponíveis, em De acordo com a CMVM, existem 52 Sociedades de
Portugal existem 20 redes de Business Angels, que Capital de Risco e 135 Fundos de Capital de Risco. Os
incluem 344 membros, responsáveis por 16,5 milhões de dados mais recentes 208 indicam que os Fundos de
euros de investimento207. São valores ainda reduzidos à Capital de Risco totalizam 4,9 mil milhões de euros,
escala europeia (onde existem 482 redes de Business apresentando um crescimento 6,1% face a 2018,
Angels), em que Portugal aparece em 16º lugar (entre enquanto que os ativos209 sob gestão de Sociedades
39 países europeus) em termos de volume global de de Capital de Risco (SCR) obtiveram uma variação de
investimento por parte de business angels. Contudo, 15,1% entre 2019/2018.
Portugal ocupa o 7º lugar se tivermos em consideração
a dimensão do país (investimento em % do PIB). Em termos de setores de aplicação do capital de risco,
cerca de um terço do investimento concentra-se
Em relação ao Capital de Risco, em Portugal, as nas atividades de informação e comunicação (453,5
atividades e os fundos de capital de risco estão milhões de euros), imobiliárias (434,9 milhões de
enquadradas pelo “Regime jurídico do capital de euros) e de alojamento e restauração (313,6 milhões
risco, do empreendedorismo social e do investimento de euros).
especializado” - RJCR (Lei 18/2015, de 4 de março,
alterado pelo DL n.º 56/2018, de 9 de julho). De acordo De referir a importância dos Fundos Públicos de apoio
com o artigo 3.º do RJCR, o investimento em capital de ao Capital de Risco, pela sua dimensão e atuação no
risco define-se como “a aquisição de instrumentos de mercado. Neste âmbito, podemos destacar os fundos
capital próprio e de instrumentos de capital alheio em FINOVA e o Fundo 200M.
sociedades com elevado potencial de desenvolvimento,
como forma de beneficiar da respetiva valorização”.
FINOVA
O FINOVA é um fundo de natureza No âmbito do FINOVA foi apoiada a
autónoma, criado em 2008 e constituição de 18 fundos de capital de
gerido pela PME Investimentos, que risco de venture capital e três fundos
Fundo de
Criado em 2017, visa os objetivos de de investimento de capital e quase
atrair empreendedores e startups capital, em regime de coinvestimento,
internacionais para Portugal, atrair em PME com projetos de inovação de
200M
promover o coinvestimento No âmbito do Fundo 200M foram
211 entre investidores portugueses recebidas 39 candidaturas, cujo valor
e internacionais, promover o de investimento total ronda os 200
incremento da atividade de capital milhões de euros. Atualmente já foram
de risco e fomentar a constituição investidos 26 milhões de euros em 10
ou capitalização de empresas startups, que correspondem a um total
prioritariamente em fases de de investimento público e privado de
arranque212. O fundo realiza operações cerca de 70 milhões de euros.
www.ani.pt 59
Outros Fundos de Apoio à
Inovação
Além dos fundos de Capital São exemplos o Fundo Azul,
de Risco, existem outros o FITEC, o Fundo de Inovação
fundos orientados para Social, o Fundo Ambiental
apoiar o desenvolvimento de ou o Fundo de Eficiência
projetos inovadores, mas de Energética.
caráter temático ou setorial.
Fundo Azul
Desde 2014, o Fundo Azul, gerido a) Desenvolvimento da Economia do Paralelamente à atuação do Fundo
pela Direção-Geral da Política do Mar: 3,3 milhões de euros apoio público Azul, a DGPM participou num projeto,
Mar (DGPM), lançou nove avisos reembolsável (edital 1 e 3; 9 projetos no início de 2017, em conjunto com
aprovados);
que resultaram na aprovação oito outras entidades europeias,
de 50 projetos com um total de b) Investigação Científica e Tecnológica do com o objetivo da exploração
investimento de 12,6 milhões de Mar: 3,3 milhões de euros apoio público não da informação produzida pelo
euros, onde 9,3 milhões provieram reembolsável (edital 2, 5, 7, 8; 22 projetos Programa Copernicus. De destacar
de apoio público. Os avisos lançados aprovados); o desenvolvimento de soluções
destinavam-se a: inovadoras para dar resposta aos
c) Monitorização e Proteção do Ambiente desafios críticos que a Europa
Marinho: 1,5 milhões de euros apoio público
não reembolsável (edital 6; 14 projetos
enfrenta atualmente no domínio
aprovados); marítimo e marinho, nomeadamente
a monitorização do ambiente
d) Segurança Marítima: 1,1 milhões de marinho e alterações climáticas, e
euros apoio público não reembolsável em simultâneo a migração ilegal
(edital 4; 6 projetos aprovados). e a segurança das fronteiras, e a
segurança marítima213.
213 www.dgpm.mm.gov.pt/marine-eo-ambito
60
Fundo de Inovação Social (FIS)
O Fundo para a Inovação Social é um instrumento de política No âmbito das operações de coinvestimento por parte
pública que visa dinamizar o investimento de impacto em do Fundo de Inovação Social (FIS), foram submetidas
Portugal, atuando em áreas com forte potencial de inovação, 17 candidaturas com um valor total de investimento
na reposta a necessidades societais não satisfeitas, associado de 17 milhões de euros. Encontram-se investidos
alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento cinco projetos, cujos valores totais de investimento e de
Sustentável das Nações Unidas. Assegurado por verbas do coinvestimento FIS correspondem, respetivamente, a 3,26
Fundo Social Europeu e nacionais e a operar nas vertentes milhões de euros e 1,89 milhões de euros. No âmbito da
de Crédito e Capital, o FIS é um dos quatro instrumentos no atividade de financiamento do Fundo de Inovação Social
âmbito da iniciativa Portugal Inovação Social, e destina-se (FIS) foi lançada a 20 de julho de 2020, a Linha FIS Crédito,
a apoiar iniciativas de Inovação e Empreendedorismo Social no valor de 50 milhões de euros, que visa facilitar o acesso
(IIES) que apresentem soluções inovadoras, impactantes e ao financiamento na modalidade de crédito bancário, com
sustentáveis. bonificação de taxa de juro e de comissões de garantia.
Fundo Ambiental
O Fundo Ambiental tem por finalidade apoiar políticas O Fundo pode estabelecer mecanismos de articulação com
ambientais para a prossecução dos objetivos do outras entidades públicas e privadas, designadamente com
desenvolvimento sustentável, contribuindo para o outros fundos públicos ou privados nacionais, europeus ou
cumprimento dos objetivos e compromissos nacionais e internacionais, relacionados com o desenvolvimento de
internacionais, designadamente os relativos às alterações políticas ambientais para a prossecução dos objetivos do
climáticas, aos recursos hídricos, aos resíduos e à desenvolvimento sustentável.
conservação da natureza e biodiversidade.
214 www.spgm.pt/pt/catalogo/linha-de-credito-para-a-descarbonizacao-e-economia-circular/
www.ani.pt 61
Programas de capacitação
para a Transferência de
Tecnologia
O apoio à capacitação e transferência de apoio que têm vindo a ser desenvolvidos ao longo
tecnologia encontra-se vertido em diversas do tempo, nomeadamente pela política pública.
iniciativas desenvolvidas pelos atores do SNI, Destacam-se os seguintes instrumentos:
embora existam mecanismos e instrumentos de
• Apoio à criação, reestruturação estratégica ou • StartUP Voucher no período 2019-2022, com candidaturas
reforço das Infraestruturas Tecnológicas, lançado em em contínuo, visa acolher projetos de empreendedorismo
2018 pelos Programas Operacionais Regionais; inovador e qualificado ou criativo, dando respostas
inovadoras aos desafios sociais e societais, que
• Apoio às atividades de transferência de tecnologia contribuam para a alteração do perfil produtivo
por parte dos Centros de Interface e dos Laboratórios da economia com a criação de empresas dotadas
Colaborativos, através dos mecanismos de por recursos humanos qualificados. O número de
financiamento de base e de apoio à contratação candidaturas submetidas ao StartUP voucher ao longo
de recursos humanos qualificados, respetivamente, das várias edições ascende a 1700. Até meados de
lançados entre 2018-2020; 2020, o StartUp Voucher já apoiou cerca de 800 projetos
inovadores e atribuiu mais de 1200 bolsas, tendo sido
• Apoio à Contratação de Recursos Humanos Altamente criadas mais de 100 startups.
Qualificados para atividades de transferência
tecnológica por parte das infraestruturas tecnológicas, • Programa Go Portugal – Global Science and Technology
lançado pelos diferentes Programas Operacionais Partnerships, que envolve o desenvolvimento de
Regionais em 2019; projetos conjuntos entre empresas e entidades de
I&D portuguesas e internacionais. No âmbito destas
• Programa Born from Knowledge (BfK) pretende Parcerias vão ser desenvolvidos nos próximos três
dar visibilidade à relevância do investimento em anos 25 projetos de I&D de forma colaborativa, com um
Ciência e em I&D e ao respetivo impacto económico, financiamento total de 55,2 milhões de euros, incluindo
promovendo, divulgando e premiando boas práticas e 16,7 milhões de euros financiados pelas universidades
casos de sucesso, bem como contribuir para promover americanas e 7,7 milhões de euros de financiamento
o emprego científico e tecnológico, nomeadamente nas empresarial. O restante financiamento é assegurado
empresas. No âmbito do BfK, de destacar a iniciativa BfK por fundos estruturais e pela FCT.
IDEAS (que premeia as ideias de negócio de estudantes Os projetos são desenvolvidos no âmbito das seguintes
e investigadores de Instituições de Ensino Superior (IES), parcerias:
o BfK AWARDS (que reconhece projetos e empresas
“nascidas do conhecimento” que mais se destaquem - Parceria internacional com a Universidade do Texas em
Austin (UTA), na área das novas tecnologias no domínio das
em atividades de I&D, nomeadamente colaborativa) indústrias automóvel e do espaço, da computação avançada
e o BfK RISE (programa de aceleração de Ciência e e das aplicações à medicina e à biotecnologia.
Tecnologia para valorização dos resultados da I&D e de
tecnologias com potencial de comercialização);
62
- Parceria internacional com a Universidade de Carnegie - Parceria internacional com o Massachusetts Institute of
Mellon (CMU), nas áreas da ciência e engenharia de dados, Technology (MIT), nas áreas de transformação digital na
inteligência artificial e aprendizagem automática, design e indústria transformadora e cidades sustentáveis, incluindo
engenharia aplicados a problemas sociais e mobilidade e redes de comunicação, envolvendo comunicações 5G e
autonomia, respondendo a problemas nos sectores da saúde, processos inovadores de transformação digital.
prevenção de fogos florestais, gestão de dados, e tradução
simultânea.
www.ani.pt 63
Difusão e Promoção
da Inovação
Ações de Difusão da
Inovação
Uma das componentes fundamentais no processo atores do SNI. Na última década foram lançadas várias
de inovação prende-se com os mecanismos para a iniciativas nesse sentido, sendo que em baixo apenas
sua divulgação e promoção junto da sociedade e dos se identificam as iniciativas atualmente em curso.
64
Encontros para a Competitividade e Inovação
Os “Encontros para a Competitividade e Inovação”, É dado particular destaque às empresas, enquanto ativo
uma iniciativa do Ministério da Economia e Transição estratégico e decisivo para criação de mais valor e para
Digital dinamizada pelo IAPMEI, têm como objetivo dar a a aceleração do desenvolvimento de novos produtos e
conhecer e colocar em evidência o tecido empresarial serviços. Os Encontros para a Competitividade e Inovação
português e fomentar sinergias entre os vários agentes tiveram início em 2018, tendo já passado por praticamente
públicos e privados, dando especial atenção aos desafios todos os distritos do país.
que se perspetivam para as empresas e para as regiões.
Ações de Promoção da
Inovação
Divulgação através dos media
Tech 3 - O programa da RTP 3 associou-se à ANI para na SIC Notícias e que terminou no final de setembro de
divulgar a colaboração em inovação de base científica e 2020, teve uma periodicidade mensal, com uma audiência
tecnológica. A parceria entre a ANI e o Tech 3 estendeu-se ao estimada total de mais de 1 milhão de pessoas.218
longo de 13 programas onde foram divulgados temas como
incentivos financeiros e fiscais à I&D, compras públicas Portugal mais Competitivo – iniciativa desenvolvida pelo
de inovação, a participação nacional nos programas COMPETE 2020, com divulgação online e na televisão, com o
europeus de apoio à inovação, a estratégia nacional de objetivo de divulgar os resultados dos projetos de inovação
especialização inteligente, os Centros de Interface (CIT) e desenvolvidos pelas empresas e entidades do SNI, e que
os Laboratórios Colaborativos (CoLAB). Este conjunto de foram apoiadas pelos fundos estruturais do Portugal 2020.219
programas, emitidos na RTP 3, tiveram uma periodicidade
semanal e pretendiam mostrar o que melhor se faz ao nível
da Inovação colaborativa em Portugal.
217 Para mais informação consultar a área da COTEC para os eventos Indústria 4.0: www.cotecportugal.pt/pt/category/industria-4-0/
218 A rubrica Inovação.pt foi promovida no âmbito do SIAC - Iniciativa de Transferência de Conhecimento, um projeto da ANI, cofinanciado pelo Compete2020, através do
Portugal 2020 e do FEDER.
219 Mais informação em: www.imagensdemarca.pt/categoria/me0---portugal-mais-competitivo/
www.ani.pt 65
Mostras de Ciência e Tecnologia
Tech@Portugal - O evento TECH@PORTUGAL é promovido entre investigadores, o setor empresarial e o público em
pela ANI e pretende ser uma mostra anual tecnológica do geral. O Encontro Ciência é promovido pela Fundação
que se faz em Portugal em termos de I&D e de inovação.220 de Ciência e Tecnologia em colaboração com a Agência
O último evento realizado foi organizado pela Agência Nacional de Cultura Científica e Tecnológica - Ciência Viva
Nacional de Inovação e decorreu durante o dia 4 de julho e a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, e conta
de 2019, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, com o apoio institucional do Governo através do Ministro da
onde estiveram presentes mais de 100 instituições de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. A edição do Ciência
tecnologia e inovação, com a demonstração de mais 2020 ocorreu nos dias 2, 3 e 4 de Novembro de 2020, em
de 150 tecnologias nacionais desenvolvidas de forma formato presencial e online.
colaborativa pelo SNI. Em 2020 o evento não se realizou
devido à situação pandémica e ao impacto negativo da COTEC Innovation Summit – Evento internacional realizado
COVID-19 na organização de grandes eventos presenciais. pela COTEC em Portugal sobre as últimas tendências na
área da inovação e da cooperação empresarial. O evento
“Encontro com a Ciência e Tecnologia” – O Encontro com a junta várias centenas de participantes, entre os quais
Ciência e Tecnologia em Portugal (“Ciência”) visa promover líderes da indústria, académicos, empresas tecnológicas e
um amplo debate sobre os principais tópicos e desafios decisores públicos, especialistas nacionais e estrangeiros
da agenda científica, além do mundo da investigação e possíveis parceiros para oportunidades de inovação. O
científica. O objetivo principal do encontro é estimular evento integra um Espaço de Exposição sobre inovação e
não apenas a participação, mas também a interação tecnologia desenvolvida em Portugal.221
Portal da Inovação
O Portal da Inovação (www.portaldainovacao.pt) é uma
iniciativa desenvolvida e coordenada pela ANI, que 3. Oferta e Procura de Tecnologia
pretende ser uma montra da inovação e dos resultados
da I&D produzidos pelos atores do SNI, permitir visualizar - One-Stop-Shop da procura e oferta tecnológica
as competências e atividades dos atores do SNI, bem portuguesa e parceiros para projetos de I&D.
como promover o matching entre oferta e procura de
tecnologia. O Portal da Inovação, que visa colmatar uma - Acesso simplificado a oportunidades e oferta
“falha de mercado” no SNI, inclui três módulos principais tecnológica da Rede Enterprise Europe Network.
de pesquisa e visualização:
- Detalha cada oportunidade, incluindo a descrição do
1. Mapeamento das entidades do sistema de inovação parceiro procurado e atividades a desenvolver.
- Identifica e mapeia as entidades do Sistema Nacional - Permite a manifestação direta de interesse entre
de Inovação (SNI), através de um motor de busca. entidades associadas ao Portal.
- Disponibiliza filtros de pesquisa para procura de O Portal da Inovação conta com mais de 1200 entidades
entidades do SNI de acordo com as suas competências, do SNI registadas, mais de 38 mil CVs de investigadores
áreas de atuação, etc. a trabalhar em Portugal e cerca de 4600 ofertas e
procuras tecnológicas do espaço europeu.
- Disponibiliza uma “montra de projetos” das entidades
do SNI.
2. Investigadores
220 Iniciativa desenvolvida no âmbito do SIAC – Iniciativa de Transferência do Conhecimento, cofinanciado pelo Compete2020, através do Portugal 2020 e do FEDER
221 Mais informação em: www.cotecportugal.pt/pt/events/cotec-summit/
66
Portal do Financiamento
Lançado em 2019 pelo IAPMEI, o Portal do Financiamento soluções, tendo em conta o perfil do investidor e as
(https://financiamento.iapmei.pt), permite às características do negócio, bem como identificar os
empresas encontrar, agregadas num local único, agentes responsáveis pela sua operacionalização.
diversas soluções de financiamento com apoio público,
direcionado em particular às PME, nas diversas fases O Portal do Financiamento, alojado no site do IAPMEI,
da sua atividade e investimento. disponibiliza informação sobre um variado leque
de soluções, como a Garantia Mútua, Seguros de
A informação encontra-se estruturada em função das Crédito, Capital de Risco, Business Angels, Fundos de
necessidades das empresas, das suas estratégias de CoInvestimento, Fundos de Investimento Imobiliário,
investimento (crescimento, expansão, exportação, abrangendo ainda os incentivos fiscais ao investimento
capitalização, etc.), da dimensão empresarial ou e a capitalização das empresas.
do setor de atividade. O objetivo é apresentar as
WebSummit
A WebSummit é o maior evento europeu de tecnologias confluem CEOs e fundadores de start-ups tecnológicas,
e economia digital, e um dos maiores do mundo, que investidores e pessoas da indústria mundial de tecnologia.
se realiza anualmente em Lisboa. Anualmente, cerca de Está previsto que a Websummit se realize em Lisboa até
80.000 pessoas estão presentes no evento, desde start- 2028, após 3 edições realizadas com crescente adesão de
ups e spinoffs tecnológicas, empreendedores, PME até às participantes de todo o mundo.
empresas da Fortune 500. A Websummit é o espaço onde
www.ani.pt 67
Indicadores de
Inovação
Tabela 12. Indicadores de Inovação em Portugal e na União Europeia no período 2010-2019
Anos
Áreas Indicador Geografia
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Taxa de abandono precoce de PT 28,3% 23,0% 20,5% 18,9% 17,4% 13,7% 14,0% 12,6% 11,8% 10,6%
educação e formação (18-24
anos) UE28 13,9% 13,4% 12,7% 11,9% 11,2% 11,0% 10,7% 10,5% 10,5% 10,3%
População com o ensino PT 59,1% 64,6% 67,8% 70,1% 72,1% 77,0% 77,5% 78,5% 80,8% 82,9%
secundário (em % do grupo
etário 20-24 anos) UE28 79,3% 79,7% 80,3% 81,1% 82,2% 82,7% 83,2% 83,3% 83,6% 83,9%
Recursos Humanos
Percentagem da população PT 24,0% 26,7% 27,8% 30,0% 31,3% 31,9% 34,6% 33,5% 33,5% 36,2%
(30-34 anos) que terminou o
ensino superior ou equivalente UE28 33,8% 34,8% 36,0% 37,1% 38,0% 38,7% 39,2% 39,9% 40,7% 41,6%
Novos doutorados por 1000 ha- PT 1,9 1,9 1,9 1,9 2,0 1,9 2,0 1,8 2,0
bitantes (entre os 25-34 anos) UE28 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 2,0 2,1 2,1 2,1
Formação ao longo da vida PT 5,7% 11,5% 10,5% 9,7% 9,6% 9,7% 9,6% 9,8% 10,3% 10,5%
(por 100 habitantes do grupo
etário 25-64 anos) UE28 9,3% 9,1% 9,2% 10,7% 10,8% 10,8% 10,8% 10,9% 11,1% 11,3%
Empresas com formação em PT 23,0% 26,0% 22,0% 23,0% 21,0% 19,0% 28,0%
TIC (% total empresas)
UE28 19,0% 21,0% 22,0% 22,0% 21,0% 23,0% 24,0%
Nº estudantes de Douto-
Excelência e Atratividade
alunos de Doutoramento UE28 19,2% 19,5% 19,9% 19,2% 19,5% 20,5% 21,1% 21,4%
Co-publicações científicas PT 469,1 553,1 841,2 931,1 994,2 1.061,2 1.139,5 1.187,7 1.284,9 1.408,1
Internacionais por milhão de
habitantes UE28 335,9 363,0 810,3 863,3 918,6 959,1 1.012,5 1.051,5 1.105,5 1.171,8
Despesa pública em I&D PT 0,68% 0,64% 0,57% 0,68% 0,67% 0,65% 0,64% 0,64% 0,65%
(Estado, Ensino Superior, em
% do PIB) UE28 0,72% 0,71% 0,72% 0,72% 0,71% 0,71% 0,69% 0,69% 0,69%
Financiamento à I&D e Inovação
Despesa das empresas em I&D PT 0,70% 0,69% 0,68% 0,63% 0,60% 0,58% 0,62% 0,67% 0,69%
(em % do PIB)
UE28 1,19% 1,24% 1,27% 1,28% 1,30% 1,31% 1,33% 1,37% 1,41%
Despesa em I&D - Instituições PT 0,15% 0,13% 0,12% 0,02% 0,02% 0,02% 0,02% 0,02% 0,02%
Privadas Sem Fins Lucrativos
(em % do PIB) UE28 0,02% 0,02% 0,02% 0,02% 0,02% 0,02% 0,02% 0,02% 0,02%
Despesa total em I&D (em % PT 1,53% 1,46% 1,38% 1,33% 1,29% 1,24% 1,28% 1,33% 1,37%
do PIB) UE28 1,92% 1,97% 2,00% 2,02% 2,03% 2,04% 2,04% 2,07% 2,11%
Capital de Risco (incl. early PT 0,06% 0,08% 0,06% 0,08% 0,08% 0,09% 0,07% 0,05% 0,09% 0,10%
stage and expansion and
replacement capital) (em %
do PIB) UE28 0,10% 0,08% 0,10% 0,09% 0,09% 0,09% 0,10% 0,11% 0,12% 0,13%
Co-publicações público-privadas, PT 34,3 36,0 38,9 40,5 42,1 42,1 43,4 44,1
por milhão habitantes UE28 84,1 85,1 87,6 89,4 92,8 93,6 96,4 95,0
Colaboração entre Universi- PT 4,5 4,6 4,6 4,6 4,7 4,7 4,0 4,2
dades e Empresas em ativi-
dades de I&D (Índice) Espanha 4,0 4,1 4,1 4,0 3,8 3,8 3,5 3,5
68
Anos
Áreas Indicador Geografia
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Patentes PCT por mil milhões do PT 0,61 0,70 0,69 0,76 0,71 0,96 0,91 0,84
PIB (em PPC)
Propriedade
Marcas comunitárias por mil PT 5,01 5,23 5,65 5,97 6,58 6,83 7,12 8,11 8,72 8,51
milhões do PIB (em PPC) UE28 6,79 6,97 7,48 7,64 7,72 7,71 7,90 8,05 8,06 7,99
Designs comunitárias por mil PT 4,64 4,13 5,02 5,00 4,53 4,47 4,43 4,05 3,79 3,57
milhões do PIB (em PPC) UE28 4,60 4,52 4,56 4,59 4,55 4,36 4,33 4,41 4,15 3,85
Emprego em empresas de PT 3,1% 3,1% 3,1% 3,3% 3,7% 5,0% 4,9% 5,5%
elevado potencial de crescimento,
de setores inovadores (em % do
total de emprego) UE28 5,1% 5,1% 5,1% 5,2% 4,8% 4,8% 5,2% 5,4%
Emprego nas atividades de PT 8,6% 9,1% 9,0% 9,4% 10,3% 10,7% 10,9% 10,6% 10,9% 11,1%
conhecimento intensivo (em %
do total do emprego) UE28 13,5% 13,7% 13,8% 13,9% 13,9% 14,1% 14,2% 14,2% 14,4% 14,6%
Impactos Económicos
Emprego nos setores intensivos em PT 2,3% 2,1% 2,2% 2,5% 2,8% 2,7% 2,8% 2,9% 3,0% 3,2%
tecnologia (indústria e serviços), em
% do total do emprego UE28 3,8% 3,9% 3,9% 3,9% 3,9% 4,0% 4,0% 4,0% 4,1% 4,2%
Exportações de produtos de média PT 36,5% 36,8% 36,5% 35,2% 35,9% 36,8% 37,9% 38,5% 40,1% 42,3%
e alta tecnologia (em % do total de
produtos exportados) UE28 54,6% 53,5% 53,5% 53,1% 54,3% 56,2% 57,1% 56,7% 56,4% 56,9%
Exportações nos setores KIS (serviços PT 41,0% 43,4% 42,4% 43,7% 43,4% 41,9% 39,6% 37,6% 37,4%
de conhecimento intensivo) (% do
total das exportações de serviços) UE28 66,8% 67,0% 67,6% 67,4% 68,3% 68,9% 68,9% 68,7% 68,4%
Empresas com 10 ou mais pessoas PT 52,1% 53,7% 51,8% 59,5% 54,3% 61,5% 64,2% 64,8% 62,7% 58,6%
ao serviço com presença (site) na
Sociedade da Informação
Internet (em % do total de empresas) UE28 67,0% 69,0% 71,0% 73,0% 74,0% 75,0% 77,0% 77,0% 77,0% 78,0%
Comércio eletrónico - empresas PT 19,0% 16,0% 14,0% 14,0% 14,0% 19,0% 18,0% 19,0% 19,0% 17,0%
com 10 ou mais pessoas ao serviço
que vendem online (em % do total de
empresas) UE28 13,0% 13,0% 14,0% 14,0% 15,0% 17,0% 18,0% 18,0% 17,0% 18,0%
Agregados domésticos privados PT 50,3% 56,6% 59,7% 61,6% 63,4% 68,5% 73,0% 76,4% 76,9% 78,0%
com ligação à Internet através de
banda larga (%) UE28 61,0% 67,0% 72,0% 76,0% 78,0% 80,0% 83,0% 85,0% 86,0% 89,0%
População (16-74 anos) que utiliza PT 14,6% 18,1% 22,3% 24,5% 26,3% 31,0% 31,0% 34,1% 36,7% 38,7%
a Internet para compra de bens e
serviços, nos últimos 12 meses (%) UE28 40,0% 42,0% 44,0% 47,0% 50,0% 53,0% 55,0% 57,0% 60,0% 63,0%
www.ani.pt 69
6 Anexos
Anexo 1. Intensidade das Atividades Económicas por região NUTS II - Indicador Empresas
70
Anexo 2. Intensidade das Atividade Económica por região NUTS II – Indicador Volume de Negócios
24: Indústrias metalúrgicas de base 12 18% 14 47% 6 17% 11 54% n/d n/d n/d …
25: Fabricação de produtos metálicos,
exceto máquinas e equipamentos 2 30% 2 32% 12 2% 9 -2% n/d n/d n/d …
31: Fabrico de mobiliário e de colchões 13 27% 12 39% 19 49% 12 0% n/d n/d n/d …
32: Outras indústrias transformadoras 19 -22% 16 60% 16 18% 16 -10% n/d n/d n/d …
33: Reparação, manutenção e insta-
lação de máquinas e equipamentos 21 -20% 13 42% 7 32% 13 46% n/d n/d n/d …
S: Outras atividades de serviços 15 21% 14 22% 16 24% 13 85% 13 50% 15 29% 15 17% 15
www.ani.pt 71
Anexo 3. Intensidade de Atividade Económica por região NUTS II – Indicador Volume de Negócios
24: Indústrias metalúrgicas de base 17 36% 10 182% 13 145% 16 -24% n/d n/d n/d
25: Fabricação de produtos metálicos,
exceto máquinas e equipamentos 1 105% 1 57% 9 193% 10 55% n/d n/d n/d
31: Fabrico de mobiliário e de colchões 8 109% 12 108% 20 57% 15 -59% n/d n/d n/d
32: Outras indústrias transformadoras 18 32% 18 -7% 17 0% 17 36% n/d n/d n/d
33: Reparação, manutenção e insta-
lação de máquinas e equipamentos 19 47% 20 82% 10 21% 13 85% n/d n/d n/d
S: Outras atividades de serviços 15 -47% 16 -30% 16 -38% 8 56% 13 54% 14 -25% 13 111%
72
Anexo 4. Intensidade de Atividade Económica por região NUTS II - Indicador Produção
24: Indústrias metalúrgicas de base 11 23% 14 46% 5 26% 11 50% n/d n/d n/d
25: Fabricação de produtos metálicos,
exceto máquinas e equipamentos 3 30% 2 33% 11 0% 9 1% n/d n/d n/d
31: Fabrico de mobiliário e de colchões 13 29% 12 38% 19 48% 12 -1% n/d n/d n/d
32: Outras indústrias transformadoras 19 -23% 16 60% 17 14% 16 -5% n/d n/d n/d
33: Reparação, manutenção e insta-
lação de máquinas e equipamentos 21 -26% 13 40% 7 34% 13 66% n/d n/d n/d
S: Outras atividades de serviços 16 21% 15 20% 16 19% 13 100% 13 45% 15 27% 15 18%
www.ani.pt 73
Anexo 5. Intensidade de Atividade Económica por região NUTS II – Indicador Valor Acrescentado
Bruto
17: Área 2: Região 3: Região
11: Norte 16: Centro Metropolitana 18: Alentejo 15: Algarve Autónoma Autónoma
de Lisboa dos Açores da Madeira
Var (%) Var (%) Var (%) Var (%) Var (%) Var (%)
Pos. Pos. Pos. Pos. Var (%) Pos. Pos. Pos.
2014- 2014- 2014- 2014- 2014- 2014-
2018 2018 2018 2018 2014-2018 2018 2018 2018
2018 2018 2018 2018 2018 2018
TOT: Total 32% 36% 23% 31% 69% 35% 37%
A: Agricultura, produção animal, caça,
floresta e pesca 13 32% 9 57% 7 82% 2 18% 17 46% 15 29% 9 33%
24: Indústrias metalúrgicas de base 14 47% 16 55% 13 99% 15 42% n/d n/d
25: Fabricação de produtos metálicos,
exceto máquinas e equipamentos 2 36% 1 35% 8 15% 8 4% n/d n/d
S: Outras atividades de serviços 16 45% 15 61% 10 20% 14 92% 13 41% 9 58% 1 71%
74
Anexo 6. Intensidade de Atividade Económica por região NUTS II – Indicador Pessoal ao Serviço
24: Indústrias metalúrgicas de base 20 10% 18 23% 21 -4% 18 12% n/d n/d n/d
25: Fabricação de produtos metálicos,
exceto máquinas e equipamentos 3 21% 1 17% 4 7% 3 -9% n/d n/d n/d
31: Fabrico de mobiliário e de colchões 7 17% 7 23% 14 11% 10 1% n/d n/d n/d
32: Outras indústrias transformadoras 13 13% 13 43% 11 16% 13 -7% n/d n/d n/d
33: Reparação, manutenção e insta-
lação de máquinas e equipamentos 17 11% 12 18% 3 29% 11 18% n/d n/d n/d
www.ani.pt 75
Anexo 7. Intensidade de Atividade Económica por região NUTS II – Indicador Pessoal ao Serviço
Remunerado
17: Área 2: Região 3: Região
11: Norte 16: Centro Metropolitana 18: Alentejo 15: Algarve Autónoma Autónoma
de Lisboa dos Açores da Madeira
Var (%) Var (%) Var (%) Var (%) Var (%) Var (%)
Pos. Pos. Pos. Pos. Var (%) Pos. Pos. Pos.
2014- 2014- 2014- 2014- 2014- 2014-
2018 2018 2018 2018 2014-2018 2018 2018 2018
2018 2018 2018 2018 2018 2018
TOT: Total 17% 16% 19% 15% 34% 18% 21%
A: Agricultura, produção animal, caça,
floresta e pesca 10 12% 8 11% 15 30% 3 19% 5 43% 6 -9% 12 38%
24: Indústrias metalúrgicas de base 21 10% 18 23% 21 2% 18 13% n/d n/d n/d
25: Fabricação de produtos metálicos,
exceto máquinas e equipamentos 4 22% 2 18% 5 7% 5 -12% n/d n/d n/d
31: Fabrico de mobiliário e de colchões 8 19% 8 25% 15 15% 11 1% n/d n/d n/d
32: Outras indústrias transformadoras 15 12% 15 47% 12 14% 15 -11% n/d n/d n/d
33: Reparação, manutenção e insta-
lação de máquinas e equipamentos 19 9% 13 16% 4 30% 12 15% n/d n/d n/d
76
Anexo 8. Intensidade de Atividade Económica por região NUTS II – Indicador Gastos com o Pessoal
31: Fabrico de mobiliário e de colchões 10 38% 10 42% 18 30% 10 0% n/d n/d n/d
32: Outras indústrias transformadoras 17 29% 15 62% 13 23% 15 -5% n/d n/d n/d
33: Reparação, manutenção e insta-
lação de máquinas e equipamentos 16 8% 9 34% 3 27% 11 26% n/d n/d n/d
S: Outras atividades de serviços 15 12% 13 15% 15 10% 11 100% 14 38% 14 28% 16 16%
www.ani.pt 77
Anexo 9. Iniciativas de Política Pública e/ou instrumentos de apoio ao Empreendedorismo e ao
Ecossistema Português
1. Contrato com o evento internacional WebSummit para 7. Startup-momentum, com um programa de bolsas de
o período 2019-2028, pela Resolução de Conselho de apoios a empreendedores;
Ministros nº 149/2018 de 15 de novembro;
8. Think tank Portugal, coordenando a produção de
2. Organização e coordenação da presença portuguesa no relatórios e White Papers sobre temáticas relacionadas
Websummit, garantindo todo o suporte antes, durante e com empreendedorismo;
depois do evento não só à Organização como também a
todas as outras partes envolvidas; 9. Zero Gravity, apoiando a empregabilidade de quadros
altamente qualificados no ecossistema de start-ups;
3. Road2Websummit223 com a preparação das start-up
portuguesas que estarão presentes no evento; 10. Desenvolvimento de diferentes formas de comunicação
(podcasts, artigos ou vídeo casts) para a comunidade
4. Why Portugal, através de campanhas de atração de sobre as temáticas emergentes e tópicos de base para a
start-ups para Portugal, em parceria com diferentes criação e crescimento de start-ups;
entidades governamentais;
11. Signup for Portugal225, apoiando os interessados para
5. Missões de internacionalização com já 150 empresas mudarem para Portugal as suas empresas;
apoiadas na sua presença nos principais fóruns
internacionais; 12. Startup Hub226, criando uma plataforma de mapeamento
da comunidade de start-ups portuguesas.
6. One-stop-shop - Balcão do Empreendedor224,
desenvolvendo um balcão digital de atendimento a
empreendedores nacionais e internacionais para apoio no
acesso ao ecossistema português e aos apoios disponíveis;
223 www.startupportugal.com/r2ws2020
224 www.startupportugal.com/onestopshop
225 www.zerogravity.pt/
226 www.startuphub.pt/
78
Anexo 10. Financiamento disponibilizado no combate à crise pandémica COVID-19
Guia prático para apoiar cidadãos, famílias e empresas no combate aos efeitos causados
pelo novo coronavírus e a COVID-19. São disponibilizadas as boas práticas e recomendações
Portal “Estamos ON” (XXII
das autoridades de saúde, as medidas excecionais adotadas pelo Governo em cada
Governo)227
área governativa e a evolução do estado epidemiológico do país. Por fim, também são
compilados todos os contactos de emergência criados pelos diversos serviços públicos.
Tech4COVID-19 (APCT Plataforma criada por várias start-up tecnológicas, hoje integra 5.360 voluntários e conta
– Associação de com 34 projetos ativos. Dentro dos serviços disponibilizados ou a disponibilizar, esta
apoio à comunidade plataforma foca-se em áreas como o apoio a profissionais de saúde e material hospitalar,
TECH4COVID19)228 serviços de saúde e educação e negócios e lazer.
Plataforma disponibilizada pela ANI em parceria com a COVINDEX, que pretende ser um
COVID-19: Soluções
espaço para a divulgação de tecnologias e soluções de resposta aos impactos negativos
e Tecnologias (ANI e
da COVID-19. Pretende-se dar maior visibilidade ao esforço das start-ups, empresas e
COVINDEX)230
entidades do sistema científico e tecnológico no apoio à resolução deste problema.
Com uma dotação de 3,8 milhões de euros a ser dividida em duas edições, este
instrumento pretende apoiar o desenvolvimento de projetos de I&D, a desenvolver ou
já em curso, que contribuam para melhorar a resposta ao impacto da COVID19, em
Research4COVID19 (FCT) 231
linha com o disposto no Plano Nacional de Preparação e Resposta à Doença por novo
coronavírus. Os destinatários são as instituições de ensino superior e seus institutos,
Laboratórios de Estado e outras instituições de investigação, que podem concorrer
individualmente ou em parceria, nomeadamente com entidades empresariais.
Com uma dotação de 4 milhões de euros, este apoio na forma reembolsável pretende
apoiar o desenvolvimento imediato de projetos e iniciativas de I&D e inovação tecnológica
que respondam a necessidades imediatas e a médio prazo do Serviço Nacional de Saúde,
nomeadamente de relação com conceção, teste e produção industrial de ventiladores
INNOV4COVID19 (ANI)233
invasivos, ventiladores não invasivos, ventiladores pandémicos, sistemas de triagem, kits
de diagnóstico e teste, equipamentos de proteção individual e outros esquipamentos ou
sistemas necessários à qualidade da saúde pública, indústria e população em geral. Este
instrumento destina-se a Centros de Interface Tecnológico e Laboratórios Colaborativos.
www.ani.pt 79
Com uma dotação de 50 milhões de euros, estes apoios na forma não reembolsável
e com uma taxa de incentivo máxima de 80%, pretendem apoiar projetos individuais
de microempresas que visem a adaptação dos seus estabelecimentos, métodos de
Adaptar MICRO (IAPMEI)235
organização do trabalho e de relacionamento com clientes e fornecedores, às novas
condições de distanciamento físico no contexto da pandemia, garantindo o cumprimento
das normas e recomendações estabelecidas pelas autoridades competentes.
Com uma dotação de 50 milhões de euros, estes apoios na forma não reembolsável
e com uma taxa de incentivo máxima de 50%, pretendem apoiar projetos individuais
Adaptar PME (IAPMEI) 236
de PME que visem o apoio à qualificação de processos, organizações, produtos e
serviços, nomeadamente à adaptação da atividade empresarial às novas condições
do contexto da pandemia.
Com uma dotação de 46 milhões de euros, estes apoios na forma não reembolsável e
Inovação Produtiva com uma taxa de incentivo máxima de 80%, pretendem apoiar projetos individuais de
COVID-19 (IAPMEI e empresas em atividades inovadoras, que se proponham a desenvolver um investimento
AICEP)237 relacionado com Inovação de produto (bens e serviços) e Inovação de processo (novos
métodos de fabrico, organizacionais ou de marketing e expansão de capacidade).
Com uma dotação de 8 milhões de euros, estes apoios na forma de um salário mínimo
por cada trabalhador até ao limite de 10 trabalhadores por start-up, pretendem
Startup RH COVID-19
colmatar a falta de liquidez imediata por parte das start-up, principalmente no
(P.O. Regionais)
que se refere à sua capacidade de resposta aos gastos operacionais com Recursos
Humanos provenientes da falta de atividade.
Com uma dotação de 10 milhões de euros para o apoio sob a forma de tickets entre
os 50 mil e 100 mil euros de investimento, este instrumento pretende investir em
INNOV-ID (Portugal
projetos ou empresas de âmbito científico e tecnológico que possuam tecnologia
Ventures e FITEC/ANI)238
desenvolvida, mas que estejam ainda em fase de protótipo, prova de conceito ou em
validação de product-market-fit.
Com uma dotação de 7,4 milhões de euros para o reforço de capital de start-up já com
Operação Follow-Ons
investimentos aprovados por outros investidores nas áreas de Digital, Engineering &
(Portugal Ventures)239
Manufacturing; Life Sciences e Tourism.
227 www.covid19estamoson.gov.pt/
228 www.tech4covid19.org/
229 www.science4covid19.pt/
230 www.ani.pt/pt/portugal-inovador/portugal-inovador/covid-19-solu%C3%A7%C3%B5es-e-tecnologias/
231 www.fct.pt/apoios/research4covid19/
232 www.fct.pt/apoios/projectos/concursos/datascience/index.phtml.pt
233 www.ani.pt/pt/financiamento/incentivos-financeiros-pt-2020/convite-inov-4-covid-19/
234 www.compete2020.gov.pt/admin/images/20200420_AAC_15_SI_2020_IDT-Emp_COVID19.pdf
235 www.iapmei.pt/getattachment/PRODUTOS-E-SERVICOS/Incentivos-Financiamento/Sistemas-de-Incentivos/Incentivos-Portugal-2020/Avisos-ADAPTAR/Aviso-
ADAPTAR-MICRO.pdf.aspx
236 www.iapmei.pt/getattachment/PRODUTOS-E-SERVICOS/Incentivos-Financiamento/Sistemas-de-Incentivos/Incentivos-Portugal-2020/Avisos-ADAPTAR/Aviso-
16-ADAPTAR-PME.pdf.aspx
237 www.compete2020.gov.pt/admin/images/20200420_AAC_14_SI_2020_Inov_Produtiva_COVID-19.pdf
238 www.portugalventures.pt/calls/call-innov-id/
239 Esta iniciativa não teve candidaturas abertas à comunidade de empreendedores, tratando-se de operações de reforço de investimento.
80
Anexo 11. Exemplos de projetos da sociedade civil desenvolvidos ou em desenvolvimento e de
impacto na COVID-19
ASSISTENTE DIGITAL
Ferramenta que visa ajudar os cidadãos a perceber qual a atitude a adotar, com base na
COVID-19 (EMUM, FMUP,
informação da Direção Geral de Saúde.
Automaise, HLTSYS)
Plataforma que pretende gerar conhecimento científico robusto que seja útil agora, na
Barómetro COVID-19
tomada de decisão, e garantir o conhecimento útil para o futuro. A agenda do Barómetro não
(Escola Nacional de
é fechada, vai definir-se e adaptar-se, ao longo da pandemia, consoante as necessidades
Saúde Pública)
identificadas.
SAFE 1400
Linha telefónica gratuita que garante o acesso a medicamentos com aconselhamento
(ANF - Associação
farmacêutico 24h por dia.
Nacional de Farmácias)
PLATAFORMA VENT2LIFE Plataforma que permite que entidades interessadas identifiquem os ventiladores
(Projeto Open Air) inutilizados em sua posse para que possam ser reabilitados por especialistas.
ICAM-COVID-19 (C.H.U.
Algarve; Algarve
Repositório de sinopses em português, que é diariamente atualizado com os artigos
Biomedical Center;
científicos mais relevantes sobre a Covid-19.
BioISI - FCUL; Algardata;
Senso Comum)
PATIENT INNOVATION
Partilha de soluções inovadoras desenvolvidas por doentes e cuidadores, com a
PARA COVID-19 (Patient
identificação até agora de mais de 50 soluções consideradas viáveis e seguras.
Innovation)
MERCADO MADE OF Plataforma que junta os desafios das empresas ou instituições às competências e soluções
LISBOA (CML e ZAASK) do ecossistema empreendedor de Lisboa.
PLATAFORMA "E72"
Plataforma destinada a professores e diretores de escolas, que possibilita respostas a
(Direção-Geral da
dúvidas ou questões que surjam, no espaço de 72 horas.
Administração Escolar)
www.ani.pt 81
Anexo 12. Exemplos de projetos apoiados por fundos públicos, desenvolvidos conjuntamente por
empresas e entidades do SNI e com impacto na COVID-19
MPDS CEIIA, Glnplast, Famolde e Exatronic Medical Protection Device for Surgical Use
MASK4MC SETSA, ADAI e Universidade de Coimbra Dispositivo de proteção individual para cuidados médicos
HowMI Intellicare e Politécnico do Cávado e do Ave How am I? - HOme Wearables and Monitors Integrated
Universidade Nova de Lisboa e Me & You Ventilador Minimalista para os Cuidados Intensivos da
MiniVent
Innovate COVID-19
82
Desenvolvimento de soluções termoplásticas inovadoras
InovPNT PIEP, CITEVE e Trimnw
para tecidos, não tecidos, funcionais e antimicrobianos
HELP Glintt - Healthcare Solutions e INESC TEC Hospital Effective Planning Tool for Pandemic Responses
Luz Costa & Rodrigues, Dreamplas e Polymers reinforced with copper to promote
CoPOLY
Politécnico de Leiria antimicrobial effect
SpinningTNT Periplast, Dreamplas e Politécnico de Leiria Linha de produção de TNT por electrospinning
Glsmed Learning Health, Hospital Da Luz, Solução constituída por modelos de inteligência
DPCx
IST e INESC ID artificial para a análise das radiografias torácicas
SafeBiotrash. Moldetipo II, Placido Roque e Politécnico A safe and responsible way to gather group III
Disposal de Leiria biological residue
www.ani.pt 83
STOP SARS- CTCV, Universidade de Coimbra, TEANDM Strategic Thin-films Opposed to Pandemia - SARS -
CoV-2 e Smart Separations Portugal CoV-2
HMR-IE Winning Scientific Management e IPN Health Medical Response and Information Exchange
Wavecom, Instituto de
Contactless Vital Signs Monitoring in Nursing Homes
CoViS Telecomunicações, Politécnico de Viana
using a Multimodal Approach
do Castelo e ISEL
SMASK Politécnico do Porto e Clothius Tecelagem Máscara Inteligente com biossensor colorimétrico
84
Deteção e avaliação da presença de coronavírus
ArCovid19 Biocant e Biocant R&D SARS-CoV-2 em ar interior de espaços confinados
considerados críticos ou de alto risco
www.ani.pt 85
Título: Relatório Nacional de Inovação