Petição Inicial Reclamatória Trabalhista
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DE VALPARAISO DE GOIÁS/GO.
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Em face de: FELIPE SARAIVA MOREIRA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita
no CNPJ sob o n.º 32.384.319/0001-54, estabelecida na Quadra 206, Conjunto 23, Casa 15, Recanto
das Emas, Brasília/DF. CEP: 72.610-623, endereço eletrônico: gvtfelipedf@gmail.com, telefones: (61)
99133-4437 e CLARO S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 40.432.544/0436-
28, estabelecida na Avenida 24 de outubro, nº 1215, Quadra 40, Lote 04, 2º Andar, Setor Campinas,
Goiânia/GO. Cep: 74.505-011. Endereço eletrônico atendimetno.fiscalizaçoes@claro.com.br, elos
fatos e fundamentos jurídicos a seguir aduzidos:
I - PRELIMINARMENTE
DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS
Os patronos da Reclamante, sob sua inteira responsabilidade, declaram que as cópias que
seguem a presente Reclamatória Trabalhista são autênticas, conforme consubstanciado no caput do
artigo 830 da Consolidação das Leis Trabalhistas
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A Reclamante não possui, neste momento, condições financeiras para exercer seu direito
de ação, sem que, para isso, tenha de comprometer sua própria sobrevivência e de sua família, tendo
em vista que conforme resta comprovado, se encontra desempregada, sem perceber qualquer valor a
título de rendimentos.
Ademais, estabelece o artigo 790, § 3º, da Consolidação das Leis do Trabalho, que o
benefício da justiça gratuita será concedido àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% do
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
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No caso em tela, a reclamante percebeu como última remuneração salarial e durante o
contrato de trabalho que ora se analisa, o valor de R$ 1.045,00, ou seja, um salário mínimo, valor
inferior ao acima indicado, fazendo jus aos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 790, § 3º da
CLT c/c o art. 98 do NCPC. Firma, outrossim, declaração neste sentido.
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velar pelo correto cumprimento das obrigações decorrentes da prestação de serviços, sob pena de
responder por estas, quando inadimplidas.
A súmula 331 do TST funda-se nos artigos 186 e 927 do Código Civil e explicita, no
âmbito trabalhista, a extensão de sua aplicabilidade.
Portanto, a segunda ré deve ser subsidiariamente responsável pelos créditos aqui
demandados.
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É de se esclarecer, ainda, que a autora, durante toda a contratualidade, trabalhou
exclusivamente para o falecido, de forma contínua, sem qualquer interrupção e mediante remuneração
mensal.
O que se pode ver in casu, é a pessoa física da reclamante prestando serviços não eventuais
(ligados à atividade-fim da reclamada), sob dependência desta (obedecendo a ordens, cumprindo
horários) e mediante salários.
A reclamante vinha desempenhando suas atribuições profissionais normalmente, com
empenho, dedicação e zelo, cumprindo ao seu sentir os objetivos para os quais fora contratada a
contento, quando então descobriu que estava gestante e informou ao seu supervisor Jefferson.
Ocorre que no dia 26/11/2020 a reclamante foi surpreendida com sua dispensa imotivada,
realizada via telefone pelo supervisor, sendo informado apenas que a reclamante não precisava mais
comparecer para exercer suas funções e que seria acertado as verbas rescisórias posteriormente.
No entanto, após o seu desligamento, nada recebeu, não havendo, nem mesmo, a
devolução da CTPS da reclamante, que tentou varias vezes entrar em contato com o empregador para
receber sua documentação e verbas rescisórias, mas este nem mesmo a responde.
Dessa forma, essa experiência no trabalho foi trágica. Isto porque a obreira era
absurdamente pressionada pelas reclamadas para alcançar as metas, sua CTPS não foi registrada, foi
retida, além de as Reclamadas não pagarem uma série de direitos previstos na convenção coletiva da
categoria, tais como vale refeição, adicional de assiduidade, dentre outros.
Assim, é impositiva a declaração da existência da relação empregatícia, existente ente a
primeira reclamada e a reclamante, tendo como tomadora de serviço a segunda reclamada, bem como a
devida imposição à reclamada das obrigações de fazer daí decorrentes, consistente na anotação do
contrato de trabalho, com o cargo/função de vendedora externa, data de admissão em 29/09/2020 e
demissão em 26/12/2020, já com a projeção do aviso prévio e remuneração mensal de R$ 1.045,00 +
comissão.
Em consequência, deve deferir a reclamante as parcelas rescisórias: aviso prévio indenizado
proporcional ao tempo de serviço, nos termos da Lei 12.506/11; 13º salário proporcional,
considerando-se a projeção do pré-aviso; férias proporcionais + 1/3, com projeção do aviso-prévio,
depósitos do FGTS e multa de 40% sobre o FGTS referente ao contrato de trabalho, bem como as
vernas indenizatórias as quais a reclamante faz jus.
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Transitórias da Constituição Federal, vez que a demissão da reclamante é ilegal, pois é portadora de
garantia de emprego em virtude de estabilidade gestacional.
Nesse contexto, a parte reclamada agiu em desacordo com a jurisprudência consolidada ao
encerrar o contrato de trabalho da reclamante de forma injustificada.
A Constituição Federal não estabelece nenhum outro requisito para que a mulher grávida
se mantenha no emprego. Não se exige da gestante comunicação prévia ao empregador, sendo esta
comunicação irrelevante ao direito já constituído.
É irrelevante o conhecimento da gestação pelo empregador ou a comprovação de que a
empregada comunicou seu estado gestacional a ele, nos termos do inciso I, da súmula 244, do TST.
Registra-se que até mesmo o desconhecimento da gravidez pela empregada não é relevante, já que a
Constituição Federal visa proteger não só a gestante, mas também tutelar o bem-estar do nascituro.
Desse modo, nos termos do art. 9º da CLT, o rompimento contratual havido na data de
26/11/2020 é nulo de pleno direito, uma vez que a reclamante estava amparada pela garantia provisória
no emprego, a teor do art. 10, inciso II, "b", do ADCT.
Ademais, na clausula vigésima primeira da CCT da Categoria, que dispõe sobre a
estabilidade provisória da gestante, dispõe que a gestante tem estabilidade provisória assegurada por
mais 60 (sessenta dias) após o termino da estabilidade prevista em lei
Diante dos acontecimentos aqui transcritos e os institutos legais, requer a nulidade da
rescisão contratual e desde já aceita a Obreira, imediatamente, sua reintegração nas mesmas funções,
advinda do direito de seu estado gestacional, observando as garantias permitidas constitucionalmente,
inclusive salários de todo período em afastado e direitos trabalhistas
ALTERNATIVAMENTE, caso fique demonstrada a inviabilidade da reintegração da
reclamante, p.ex., em razão de animosidade existente no ambiente de trabalho, caberá a ela –
reclamante – indenização do período estabilitário compreendido entre a confirmação (concepção) da
gravidez até cinco meses após o parto (ADCT, artigo 10, inciso II, alínea “b”).
Isso porque a reclamante que teve sua garantia de emprego frustrada, deve ser indenizada
com todas as parcelas que teria auferido, caso o contrato de trabalho tivesse sido mantido até o final da
estabilidade.
Assim, presentes os elementos da estabilidade, pugna-se pelo pagamento dos salários e
vantagens devidos desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto, e mais os 60
(sessenta) dias previsto na CCT da categoria, com os consectários legais, requerendo a condenação da
reclamada ao pagamento de indenização equivalente aos salários e vantagens do período de
estabilidade, nos termos do artigo 4º, inciso II, da Lei n.º 9.029/95; artigo 10, inciso II, alínea b, do
ADCT, artigo 391-A da CLT; acrescidos dos aumentos legais e normativos, e vantagens
correspondentes ao período de afastamento e seus reflexos em verbas contratuais e resilitórias, bem
como, nas férias + 1/3 proporcionais e integrais, 13º salário proporcional e integral, FGTS depósito e
multa de 40%, e aviso prévio.
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II.3) DA ANOTAÇÃO NA CTPS
As Reclamadas não procederam a anotação do contrato firmado com a obreira em sua
CTPS, mantendo-a na informalidade, sem registro e qualquer vínculo de emprego. Ocorre que a
reclamante, conforme mencionado, atendia todos os requisitos para a configuração do vínculo
empregatício.
Destarte, requer desde já a anotação do contrato de trabalho na CTPS da obreira, com data
de admissão em 29/09/2020 e caso seja inviável a reintegração da obreira, com data de saída em
26/12/2020 (considerando-se já a projeção do aviso prévio), sem prejuízo do pagamento da
indenização equivalente aos salários e vantagens do período de estabilidade.
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Desta feita, conforme CCT citada as Reclamadas devem ser condenadas ao pagamento de
R$22,50 (vinte e dois e cinquenta) ao dia a título de vale alimentação, pelo efetivo período laborado pela
reclamante de 29/09/2020 a 26/11/2020, ou seja, 44 (quarenta e quatro) dias laborados.
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• 13º Proporcional relativo à 03/12 avos, já incluso o aviso prévio;
• Multa de 40% sobre o FGTS.
Além da entrega das guias de FGTS, bem como, seja lavrado o Termo de Rescisão do
Contrato de Trabalho.
III – DO PEDIDO.
Isto posto, requer-se à Vossa Excelência:
a) Os benefícios da justiça gratuita, nos termos nos termos do art. 790, § 3º da CLT c/c
o art. 98 do NCPC, por ser o reclamante pobre no sentido jurídico do termo, conforme declaração em
anexo;
b) O reconhecimento do vínculo empregatício com o cargo/função Vendedora
Externa, com data de admissão em 29/09/2020;
c) O reconhecimento do direito a estabilidade provisória da reclamante;
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d) A reintegração da reclamante, imediatamente, nas mesmas funções, advinda do
direito de seu estado gestacional, observando as garantias permitidas constitucionalmente, inclusive
salários de todo período em afastado e direitos trabalhistas.
e) Alternativamente, em caso de não haver a possibilidade de reintegração, requer a
condenação das requeridas a indenizar a reclamante pelo período legal assegurado, em razão da
estabilidade provisória, isto é, pelo pagamento dos salários e vantagens devidos desde a confirmação da
gravidez até 5 (cinco) meses após o parto, e mais os 60 (sessenta) dias previsto na CCT da categoria,
com os consectários legais, bem como a condenação da reclamada ao pagamento das seguintes verbas
rescisórias, mais juros e correção monetária, discriminada da seguinte forma::
Verbas Valores
Aviso Prévio Indenizado – 30 dias R$ 1.045,00
Salários retidos (09/20, 10/20, 11/20) R$ 2.090,00
Auxilio Alimentação/Refeição R$ 990,00
Adicional de Assiduidade R$ 80,81
Indenização Estabilidade Provisória legal + CCT – 14 meses R$ 14.630,00
Décimo terceiro proporcional de 2020 3/12, com projeção do aviso R$ 261,25
prévio.
Décimo terceiro referente ao período de estabilidade de 2021 12/12 R$ 1.045,00
Décimo terceiro referente ao período de estabilidade de 2022 2/12 R$ 174,17
Férias Integrais + 1/3 - 2020/2021 R$ 1.393,33
Férias Proporcionais + 1/3 – 2021/2022 5/12 R$ 580,55
FGTS R$ 1.421,20
Multa 40% FGTS R$ 568,48
Multa 477 CLT R$ 1.045,00
Compensação pagamento realizados na conta da reclamante R$ - 1.178,00
Total R$ 24.146,79
REQUERIMENTOS FINAIS
A Reclamante requer ainda a NOTIFICAÇÃO das Reclamadas, nos endereços acima
informados, para comparecerem a audiência a ser previamente designada e para apresentarem resposta
à Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia.
Caso as verbas rescisórias incontroversas não sejam elididas na audiência inaugural, sejam
pagas com acréscimo de 50% (cinquenta por cento), na forma do art. 467 da CLT, quantificado em R$
2.233,53 (dois mil duzentos e trinta e três reais e cinquenta e três centavos).
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A determinação para que a reclamada junte aos autos os RECIBOS DE PAGAMENTO e
CARTÕES DE PONTO, na forma do artigo 396, do Código de Processo Civil, aplicado
subsidiariamente ao processo do Trabalho, sob pena de presunção de veracidade dos fatos narrados na
inicial.
A determinação para que a reclamada entregue a CTPS da reclamante que se encontra
retida.
A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVA em direito admitidos, em especial o
depoimento pessoal do representante legal das Reclamadas, a oitiva de testemunhas, prova pericial e
juntada de novos documentos, nos termos no art. 434 do CPC;
Por fim, requer a total PROCEDÊNCIA da ação, e a condenação da Reclamada em todos
os pedidos supra, acrescidos de juros conforme art. 883 da CLT e correção monetária, na forma da lei.
A condenação da reclamada nas custas processuais e honorários advocatícios, estes
arbitrados em 15% sobre o valor da liquidação da sentença, nos termos do art. 791-A da CLT, no
entanto, no presente ato calculado sobre o valor das verbas devidas, o que soma a quantia de R$
3.622,01 (três mil seiscentos e vinte e dois reais e um centavos)
Admite-se a dedução de qualquer valor comprovadamente quitado afim de afastar litigância
de má fé e o enriquecimento ilícito.
Sejam comunicados a DRT, CEF, INSS, visando aplicação das penalidades legais, quanto
as irregularidades.
Dá-se a causa o valor de R$ 30.002,33 (trinta mil, dois reais e trinta e três centavos).
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