Petição Inicial Reclamatória Trabalhista

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA VARA DO TRABALHO

DE VALPARAISO DE GOIÁS/GO.

ALINE MENDES GOMES DA COSTA, brasileira, solteira, desempregada, inscrita no


RG sob o n.º 6.162.623 SSP/GO e no CPF sob o nº 037.597.881-06, residente e domiciliada na Rua 13,
Quadra 32, Lote I, Parque São Bernardo – Valparaiso de Goiás, vem por intermédio de sua
procuradora infra-assinada, com endereço profissional abaixo impresso, local onde receberá as
intimações de estilo, à douta presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 840 da CLT, propor a
presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face de: FELIPE SARAIVA MOREIRA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita
no CNPJ sob o n.º 32.384.319/0001-54, estabelecida na Quadra 206, Conjunto 23, Casa 15, Recanto
das Emas, Brasília/DF. CEP: 72.610-623, endereço eletrônico: gvtfelipedf@gmail.com, telefones: (61)
99133-4437 e CLARO S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 40.432.544/0436-
28, estabelecida na Avenida 24 de outubro, nº 1215, Quadra 40, Lote 04, 2º Andar, Setor Campinas,
Goiânia/GO. Cep: 74.505-011. Endereço eletrônico atendimetno.fiscalizaçoes@claro.com.br, elos
fatos e fundamentos jurídicos a seguir aduzidos:

I - PRELIMINARMENTE
DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS
Os patronos da Reclamante, sob sua inteira responsabilidade, declaram que as cópias que
seguem a presente Reclamatória Trabalhista são autênticas, conforme consubstanciado no caput do
artigo 830 da Consolidação das Leis Trabalhistas

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A Reclamante não possui, neste momento, condições financeiras para exercer seu direito
de ação, sem que, para isso, tenha de comprometer sua própria sobrevivência e de sua família, tendo
em vista que conforme resta comprovado, se encontra desempregada, sem perceber qualquer valor a
título de rendimentos.
Ademais, estabelece o artigo 790, § 3º, da Consolidação das Leis do Trabalho, que o
benefício da justiça gratuita será concedido àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% do
limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

Rua 19, Quadra 54, Lote 28, Loja 02 - Parque Esplanada III - Valparaiso de Goiás/GO. CEP: 72.876-354
Tel: (61) 9 9937-5052 / (61) 9 8488-8845
Email: tomazsantiagoadv@gmail.com
No caso em tela, a reclamante percebeu como última remuneração salarial e durante o
contrato de trabalho que ora se analisa, o valor de R$ 1.045,00, ou seja, um salário mínimo, valor
inferior ao acima indicado, fazendo jus aos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 790, § 3º da
CLT c/c o art. 98 do NCPC. Firma, outrossim, declaração neste sentido.

DA RESPONSABILDIADE SUBSIDIÁRIA DA SEGUNDA RECLAMADA


A reclamante foi contratada pela 1ª Reclamada para prestar serviços a 2ª Reclamada, em
nítido contrato de terceirização.
Consultando o CNPJ da 1ª Reclamada no sitio eletrônico da Receita Federal, constata-se
que tem como atividade econômica a Promoção de Vendas, sob o código 73.19-0-02. Portanto no caso
em exame não há duvidas de que o contrato existente entre a 1ª e a 2ª reclamada era para prestação de
serviços terceirizados de venda, dos serviços da 2ª Reclamada, de TV a cabo, telefone e internet, e,
dessa forma, essa atividade não está inserida na atividade-fim da 2ª reclamada, e portanto, é passível de
terceirização, na forma prevista na Sumula 331 do TST.
Trata-se, portanto, de terceirização dos serviços.
O art. 5º-A, §5º, da lei 6.019/1974, com redação dada pela lei 13.429/2017, tratando da
terceirização de serviços, que a passou a viger em 31/03/2017, reza que "A empresa contratante é
subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a
prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art.
31 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991".
Portanto, por expressa disposição legal, o tomador de serviços é subsidiariamente
responsável pelos créditos devidos aos empregados do prestador de serviços.
Ademais, mesmo antes da referida disposição legal, a jurisprudência da Corte Trabalhista já
havia consagrado o entendimento pela responsabilidade subsidiária do tomador de serviço.
Outrossim, o Excelso Supremo Tribunal Federal, ao julgamento da Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n. 324 e do Recurso Extraordinário (RE) n.
958.252, reconheceu a licitude da terceirização irrestrita de serviços. Não obstante, restou mantida a
possibilidade de declaração da responsabilidade subsidiária do contratante:
"Élicita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre
pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas
envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante".
(destacou-se)
Inobstante, a responsabilidade subsidiária persiste porque o tomador foi quem se
beneficiou da prestação dos serviços pelo trabalhador.
Incide na hipótese a culpa in eligendo, in contrahendoe, in vigilando porque a tomadora de
serviços deve não apenas escolher e contratar empresa idônea financeira e tecnicamente, mas também

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velar pelo correto cumprimento das obrigações decorrentes da prestação de serviços, sob pena de
responder por estas, quando inadimplidas.
A súmula 331 do TST funda-se nos artigos 186 e 927 do Código Civil e explicita, no
âmbito trabalhista, a extensão de sua aplicabilidade.
Portanto, a segunda ré deve ser subsidiariamente responsável pelos créditos aqui
demandados.

II - DA FUNDAMENTAÇÃO FÁTICA E JURÍDICA


II.1) DO VINCULO EMPREGATICIO
Em 29/09/2020, ingressou o reclamante aos préstimos da reclamada, para exercer função
de vendedora externa (nas ruas) na cidade de Valparaiso de Goiás, com contraprestação fixa R$
1.045,00 (mil e quarenta e cinco reais), somadas a comissões variáveis.
A principal atividade da obreira era realizar a venda de produtos da segunda reclamada
porta a porta, sendo todo o contrato era cumprido a pé, tendo que cumpri-lo embaixo de sol e chuva.
O reclamante prestava seus serviços habitualmente em na cidade de Valparaiso de
Goiás/GO, cumprindo jornada de segunda a sexta feira de 08h00 as 18h00, com 01 (uma) hora de
almoço e descanso, e aos sábados de 09h as 14h00, sem intervalo.
O controle de jornada era realizado através de grupo no aplicativo Whatsaap no qual a
reclamante e os demais funcionários, tinham o dever de encaminhar a localização em tempo real, para
controle de horário e perímetro de labor.
Quando o itinerário de vendas era cumprido em local distante da residência da reclamante,
a reclamada enviava veículo para o deslocamento da obreira de ida e volta para casa, assim, não havia o
pagamento de vale transporte.
A primeira Reclamada prometia à obreira e aos demais funcionários que faria o registro da
CTPS de todos, tendo a reclamante, inclusive, entregado a sua CTPS para a primeira reclamada, no
entanto, a promessa não se concretizou, e a reclamada está com a CTPS da autora retida, até a presente
data, sem fazer qualquer registro.
A relação havida entre a autora e a empregadora sempre ostentou as características da
relação de emprego, mediante pessoalidade, onerosidade, habitualidade e subordinação jurídica, tais
como descritas no art. 3º da CLT, porém, não teve o contrato de trabalho registrado em sua CTPS e
demais documentos funcionais.
Era diretamente subordinada ao empregador, que gerenciava o trabalho, acompanhava o
desenvolvimento do trabalho da autora, que, diariamente, prestava contas das vendas e, nas condições e
regras estabelecidas pelo empregador, inclusive do horário de trabalho.

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É de se esclarecer, ainda, que a autora, durante toda a contratualidade, trabalhou
exclusivamente para o falecido, de forma contínua, sem qualquer interrupção e mediante remuneração
mensal.
O que se pode ver in casu, é a pessoa física da reclamante prestando serviços não eventuais
(ligados à atividade-fim da reclamada), sob dependência desta (obedecendo a ordens, cumprindo
horários) e mediante salários.
A reclamante vinha desempenhando suas atribuições profissionais normalmente, com
empenho, dedicação e zelo, cumprindo ao seu sentir os objetivos para os quais fora contratada a
contento, quando então descobriu que estava gestante e informou ao seu supervisor Jefferson.
Ocorre que no dia 26/11/2020 a reclamante foi surpreendida com sua dispensa imotivada,
realizada via telefone pelo supervisor, sendo informado apenas que a reclamante não precisava mais
comparecer para exercer suas funções e que seria acertado as verbas rescisórias posteriormente.
No entanto, após o seu desligamento, nada recebeu, não havendo, nem mesmo, a
devolução da CTPS da reclamante, que tentou varias vezes entrar em contato com o empregador para
receber sua documentação e verbas rescisórias, mas este nem mesmo a responde.
Dessa forma, essa experiência no trabalho foi trágica. Isto porque a obreira era
absurdamente pressionada pelas reclamadas para alcançar as metas, sua CTPS não foi registrada, foi
retida, além de as Reclamadas não pagarem uma série de direitos previstos na convenção coletiva da
categoria, tais como vale refeição, adicional de assiduidade, dentre outros.
Assim, é impositiva a declaração da existência da relação empregatícia, existente ente a
primeira reclamada e a reclamante, tendo como tomadora de serviço a segunda reclamada, bem como a
devida imposição à reclamada das obrigações de fazer daí decorrentes, consistente na anotação do
contrato de trabalho, com o cargo/função de vendedora externa, data de admissão em 29/09/2020 e
demissão em 26/12/2020, já com a projeção do aviso prévio e remuneração mensal de R$ 1.045,00 +
comissão.
Em consequência, deve deferir a reclamante as parcelas rescisórias: aviso prévio indenizado
proporcional ao tempo de serviço, nos termos da Lei 12.506/11; 13º salário proporcional,
considerando-se a projeção do pré-aviso; férias proporcionais + 1/3, com projeção do aviso-prévio,
depósitos do FGTS e multa de 40% sobre o FGTS referente ao contrato de trabalho, bem como as
vernas indenizatórias as quais a reclamante faz jus.

II.2) DA ESTABILIDADE PROVISÓRIA – GESTANTE


A reclamante foi dispensada do trabalho durante o período que gozava da garantia de
estabilidade em decorrência de já encontrar-se em gestação, conforme exame de Beta-HCG anexo, ou
seja, é indene de dúvidas que estava grávida ao ser dispensada.
Assim, como existiu entre as partes, ora litigantes, uma relação de emprego, deve a
reclamante ser reintegrada, segundo dispõe o artigo 10, II, "b", do Ato das Disposições Constitucionais

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Transitórias da Constituição Federal, vez que a demissão da reclamante é ilegal, pois é portadora de
garantia de emprego em virtude de estabilidade gestacional.
Nesse contexto, a parte reclamada agiu em desacordo com a jurisprudência consolidada ao
encerrar o contrato de trabalho da reclamante de forma injustificada.
A Constituição Federal não estabelece nenhum outro requisito para que a mulher grávida
se mantenha no emprego. Não se exige da gestante comunicação prévia ao empregador, sendo esta
comunicação irrelevante ao direito já constituído.
É irrelevante o conhecimento da gestação pelo empregador ou a comprovação de que a
empregada comunicou seu estado gestacional a ele, nos termos do inciso I, da súmula 244, do TST.
Registra-se que até mesmo o desconhecimento da gravidez pela empregada não é relevante, já que a
Constituição Federal visa proteger não só a gestante, mas também tutelar o bem-estar do nascituro.
Desse modo, nos termos do art. 9º da CLT, o rompimento contratual havido na data de
26/11/2020 é nulo de pleno direito, uma vez que a reclamante estava amparada pela garantia provisória
no emprego, a teor do art. 10, inciso II, "b", do ADCT.
Ademais, na clausula vigésima primeira da CCT da Categoria, que dispõe sobre a
estabilidade provisória da gestante, dispõe que a gestante tem estabilidade provisória assegurada por
mais 60 (sessenta dias) após o termino da estabilidade prevista em lei
Diante dos acontecimentos aqui transcritos e os institutos legais, requer a nulidade da
rescisão contratual e desde já aceita a Obreira, imediatamente, sua reintegração nas mesmas funções,
advinda do direito de seu estado gestacional, observando as garantias permitidas constitucionalmente,
inclusive salários de todo período em afastado e direitos trabalhistas
ALTERNATIVAMENTE, caso fique demonstrada a inviabilidade da reintegração da
reclamante, p.ex., em razão de animosidade existente no ambiente de trabalho, caberá a ela –
reclamante – indenização do período estabilitário compreendido entre a confirmação (concepção) da
gravidez até cinco meses após o parto (ADCT, artigo 10, inciso II, alínea “b”).
Isso porque a reclamante que teve sua garantia de emprego frustrada, deve ser indenizada
com todas as parcelas que teria auferido, caso o contrato de trabalho tivesse sido mantido até o final da
estabilidade.
Assim, presentes os elementos da estabilidade, pugna-se pelo pagamento dos salários e
vantagens devidos desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto, e mais os 60
(sessenta) dias previsto na CCT da categoria, com os consectários legais, requerendo a condenação da
reclamada ao pagamento de indenização equivalente aos salários e vantagens do período de
estabilidade, nos termos do artigo 4º, inciso II, da Lei n.º 9.029/95; artigo 10, inciso II, alínea b, do
ADCT, artigo 391-A da CLT; acrescidos dos aumentos legais e normativos, e vantagens
correspondentes ao período de afastamento e seus reflexos em verbas contratuais e resilitórias, bem
como, nas férias + 1/3 proporcionais e integrais, 13º salário proporcional e integral, FGTS depósito e
multa de 40%, e aviso prévio.

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II.3) DA ANOTAÇÃO NA CTPS
As Reclamadas não procederam a anotação do contrato firmado com a obreira em sua
CTPS, mantendo-a na informalidade, sem registro e qualquer vínculo de emprego. Ocorre que a
reclamante, conforme mencionado, atendia todos os requisitos para a configuração do vínculo
empregatício.
Destarte, requer desde já a anotação do contrato de trabalho na CTPS da obreira, com data
de admissão em 29/09/2020 e caso seja inviável a reintegração da obreira, com data de saída em
26/12/2020 (considerando-se já a projeção do aviso prévio), sem prejuízo do pagamento da
indenização equivalente aos salários e vantagens do período de estabilidade.

II.4) DO VALE REFEIÇÃO OU ALIMENTAÇÃO


No ato da contratação a primeira Reclamada prometeu a obreira que pagaria além da
remuneração, vale refeição/alimentação.
Destaca-se que apesar de dita promessa, a concessão de auxilio alimentação era coercitiva
às Reclamadas, uma vez previsto nas Convenções Coletivas da categoria do obreiro referente aos
períodos laborados, 2016/2017, conforme podemos destacar:
CCT/2019/2020 - CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA - AUXÍLIO
ALIMENTAÇÃO: As empresas fornecerão mensalmente, a partir de 1º de
janeiro de 2019, aos seus empregados Telefonistas e Operador de Rádio-
Chamada, vales-alimentação ou vales refeição, no valor facial/diário de R$
20,00 (vinte reais) por dia, salvo em caso de faltas injustificadas. E para os
demais empregados com jornada superior a 36 horas semanais, atendentes
de loja, supervisor de vendas, técnico em telecomunicações, auxiliar de
técnico em telecomunicações, serão concedidos vales refeição ou vales-
alimentação, no valor facial/diário de R$ 22,50 (vinte dois reais e cinquenta
centavos), cada.
Parágrafo Primeiro: A concessão deste benefício não pode ser revertida em
salário e as empresas podem promover desconto a título de participação do
empregado no valor correspondente a 5% (cinco por cento) do total do
benefício, no mês posterior à sua concessão.
Parágrafo Segundo: A entrega dos vales refeição ou vales-alimentação deve
ocorrer, de forma integral, até o 5º (quinto) dia útil de cada mês e os
empregados firmarão recibos onde será explícita a quantidade e valor
unitário de cada vale.
Parágrafo Terceiro: Os empregados receberão os vales refeição ou
alimentação, no caso de faltas justificadas, mediante competente atestado
médico, até o 15º (décimo quinto) dia do afastamento. Após isso, só
receberão se forem afastados por acidente de trabalho. Nos casos de férias,
afastamento por auxilio doença e auxilio maternidade, não farão jus ao
recebimento do benefício refeição/alimentação.

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Desta feita, conforme CCT citada as Reclamadas devem ser condenadas ao pagamento de
R$22,50 (vinte e dois e cinquenta) ao dia a título de vale alimentação, pelo efetivo período laborado pela
reclamante de 29/09/2020 a 26/11/2020, ou seja, 44 (quarenta e quatro) dias laborados.

II.5) DO ADICIONAL DE ASSIDUIDADE


As Reclamadas durante todo o pacto laboral têm infringido várias Cláusulas previstas nas
Convenções Coletivas de Trabalho da Categoria, ao não concederem os auxílios alimentação, e agora
também não efetuar o pagamento de adicional de assiduidade.
Verifica-se que, todas as Convenções Coletivas da categoria, preveem adicional de
assiduidade, senão vejamos:
CCT 2019/2020 – CLÁUSULA NONA - ASSIDUIDADE
As empresas, a partir de 1º de janeiro, pagarão a título de assiduidade, 4%
(quatro por cento) sobre o salário base aos empregados que não faltarem ao
trabalho sem justificativa. O valor será apontado de forma independente no
comprovante de pagamento e não integrará a remuneração do empregado
para nenhum efeito, não podendo, portanto, ser considerado para o cálculo
de férias, 13º salário e FGTS.
Ocorre que a reclamante nunca recebeu dito adicional, fazendo jus agora que prevaleça
seu direito de percepção dos atrasados não prescritos, o que desde já se requer.

II.6) DOS SALÁRIO RETIDOS


A reclamante ingressou aos préstimos da reclamada em 29/09/2020, mediante
contraprestação de 1 (um) salário mínimo, ou seja, R$ 1.045,00, tendo sido demitida sem justa causa em
26/11/2020. No entanto, durante a contratualidade a reclamada pagou apenas o valor total de R$
117,00 em 14/10/2020, R$ 971,10 em 18/11/2020 e R$ 89,90 também em 18/11/2020.
No entanto, a reclamante trabalhou do dia 29/09/2020 até dia 26/11/2020, quando foi
dispensada sem justa causa, sem receber seus salários corretamente.

II.7) DAS VERBAS RESCISÓRIAS DEVIDAS A RECLAMANTE EM CASO


DE NÃO REITEGRAÇÃO
Em virtude da dispensa sem justa causa, a 1ª Reclamada deveria pagar todas as verbas
rescisórias.
Requer, portanto, que sejam pagas as devidas verbas rescisórias, quais sejam:
• Aviso Prévio indenizado, prorrogando o contrato de trabalho para 26/12/2020
• Férias proporcionais + 1/3 (referente a 3/12 avos) já com a projeção do aviso prévio;

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• 13º Proporcional relativo à 03/12 avos, já incluso o aviso prévio;
• Multa de 40% sobre o FGTS.
Além da entrega das guias de FGTS, bem como, seja lavrado o Termo de Rescisão do
Contrato de Trabalho.

II.8) DO FGTS + 40%


Diz o artigo 15 da lei 8.036/90 que todo empregador deverá depositar até o dia 7 de cada
mês na conta vinculada do empregado a importância correspondente a 8% de sua remuneração devida
no mês anterior.
Durante o período de trabalho, a empregadora não depositou o percentual devido na conta
bancária vinculada da empregada junto ao Fundo de Garantia por Tempo do Serviço (FGTS) sobre os
ganhos da reclamante.
Portanto, requer seja depositado a percentagem de FGTS, não apenas sobre a remuneração
e sim sobre todos os adicionais, tais como repouso remunerado, aviso prévio, 13º salário.
Além disso, por conta da rescisão injusta do contrato de trabalho, deverá ser paga uma
multa de 40% sobre o valor total a ser depositado a título de FGTS, de acordo com o §1º do artigo 18
da lei 8036/90 c/c artigo 7º, I, CF/88.

II.9) DAS MULTAS DOS ARTIGOS 467 E 477 § 8º DA CLT


Tendo em vista o não cumprimento dos prazos estabelecidos no § 6º do artigo 477, requer
a multa de um salário em favor da empregada, como dispõe o § 8º do Dispositivo Legal citado, tendo
em vista que até a presente data a reclamante não recebeu suas verbas rescisórias, tendo em vista que a
reclamada, não promoveu qualquer pagamento de verbas a reclamante.
Ainda nessa hipótese, as verbas que se revestem de natureza incontroversa, pelo que requer
seu pagamento na audiência inaugural, sob pena de serem acrescidas de 50%, conforme artigo 467 da
CLT.

III – DO PEDIDO.
Isto posto, requer-se à Vossa Excelência:
a) Os benefícios da justiça gratuita, nos termos nos termos do art. 790, § 3º da CLT c/c
o art. 98 do NCPC, por ser o reclamante pobre no sentido jurídico do termo, conforme declaração em
anexo;
b) O reconhecimento do vínculo empregatício com o cargo/função Vendedora
Externa, com data de admissão em 29/09/2020;
c) O reconhecimento do direito a estabilidade provisória da reclamante;

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d) A reintegração da reclamante, imediatamente, nas mesmas funções, advinda do
direito de seu estado gestacional, observando as garantias permitidas constitucionalmente, inclusive
salários de todo período em afastado e direitos trabalhistas.
e) Alternativamente, em caso de não haver a possibilidade de reintegração, requer a
condenação das requeridas a indenizar a reclamante pelo período legal assegurado, em razão da
estabilidade provisória, isto é, pelo pagamento dos salários e vantagens devidos desde a confirmação da
gravidez até 5 (cinco) meses após o parto, e mais os 60 (sessenta) dias previsto na CCT da categoria,
com os consectários legais, bem como a condenação da reclamada ao pagamento das seguintes verbas
rescisórias, mais juros e correção monetária, discriminada da seguinte forma::
Verbas Valores
Aviso Prévio Indenizado – 30 dias R$ 1.045,00
Salários retidos (09/20, 10/20, 11/20) R$ 2.090,00
Auxilio Alimentação/Refeição R$ 990,00
Adicional de Assiduidade R$ 80,81
Indenização Estabilidade Provisória legal + CCT – 14 meses R$ 14.630,00
Décimo terceiro proporcional de 2020 3/12, com projeção do aviso R$ 261,25
prévio.
Décimo terceiro referente ao período de estabilidade de 2021 12/12 R$ 1.045,00
Décimo terceiro referente ao período de estabilidade de 2022 2/12 R$ 174,17
Férias Integrais + 1/3 - 2020/2021 R$ 1.393,33
Férias Proporcionais + 1/3 – 2021/2022 5/12 R$ 580,55
FGTS R$ 1.421,20
Multa 40% FGTS R$ 568,48
Multa 477 CLT R$ 1.045,00
Compensação pagamento realizados na conta da reclamante R$ - 1.178,00
Total R$ 24.146,79

REQUERIMENTOS FINAIS
A Reclamante requer ainda a NOTIFICAÇÃO das Reclamadas, nos endereços acima
informados, para comparecerem a audiência a ser previamente designada e para apresentarem resposta
à Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia.
Caso as verbas rescisórias incontroversas não sejam elididas na audiência inaugural, sejam
pagas com acréscimo de 50% (cinquenta por cento), na forma do art. 467 da CLT, quantificado em R$
2.233,53 (dois mil duzentos e trinta e três reais e cinquenta e três centavos).

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A determinação para que a reclamada junte aos autos os RECIBOS DE PAGAMENTO e
CARTÕES DE PONTO, na forma do artigo 396, do Código de Processo Civil, aplicado
subsidiariamente ao processo do Trabalho, sob pena de presunção de veracidade dos fatos narrados na
inicial.
A determinação para que a reclamada entregue a CTPS da reclamante que se encontra
retida.
A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVA em direito admitidos, em especial o
depoimento pessoal do representante legal das Reclamadas, a oitiva de testemunhas, prova pericial e
juntada de novos documentos, nos termos no art. 434 do CPC;
Por fim, requer a total PROCEDÊNCIA da ação, e a condenação da Reclamada em todos
os pedidos supra, acrescidos de juros conforme art. 883 da CLT e correção monetária, na forma da lei.
A condenação da reclamada nas custas processuais e honorários advocatícios, estes
arbitrados em 15% sobre o valor da liquidação da sentença, nos termos do art. 791-A da CLT, no
entanto, no presente ato calculado sobre o valor das verbas devidas, o que soma a quantia de R$
3.622,01 (três mil seiscentos e vinte e dois reais e um centavos)
Admite-se a dedução de qualquer valor comprovadamente quitado afim de afastar litigância
de má fé e o enriquecimento ilícito.
Sejam comunicados a DRT, CEF, INSS, visando aplicação das penalidades legais, quanto
as irregularidades.

Dá-se a causa o valor de R$ 30.002,33 (trinta mil, dois reais e trinta e três centavos).

Nestes termos pede e espera deferimento,


Brasília (DF), 26 de fevereiro de 2021.

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