Juizados Especiais
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Lei n. 9.099/1995 e Lei n. 10.259/2001 - Juizados Especiais
Pericles Mendonça de Rezende Junior
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Lei n. 9.099/1995 e Lei n. 10.259/2001 - Juizados Especiais
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Meu(minha) querido(a), vamos iniciar mais uma de nossas aulas de legislação extrava-
gante; agora falaremos sobre os Juizados Especiais Criminais, que estão previstos na Lei n.
9.099/1995.
Não é objeto de nossa aula o estudo da Lei n. 9.099/1995 completa, mas somente a parte
que trata dos juizados especiais criminais, que se inicia a partir do artigo 60 da lei.
Tivemos uma recente alteração na Lei n. 9.099/1995, promovida pela Lei n. 13.994/2020,
porém no que diz respeito aos Juizados Especiais Cíveis que não será objeto de nosso estudo.
Vamos dar uma olhada nas definições sobre Direito Material e Processual de Ada Pelle-
grini Grinover.
Segundo a professora Ada Pellegrini, o Direito Material é conceituado como “o corpo de
normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida (Direito
Civil, Penal, Administrativo etc.)”
Já as normas processuais são aquelas que regulamentam o exercício jurisdicional. Ainda
conforme Ada Pellegrini, o Direito Processual seria o “complexo de normas e princípios que
regem tal método de trabalho, ou seja, o exercício conjugado da jurisdição pelo Estado-juiz,
da ação pelo demandante e da defesa pelo demandado.”
Iniciando o estudo da lei propriamente dito, devemos nos atentar para a Fundamentação
Constitucional dos Juizados Especiais. A sua previsão está no artigo 98, I, da CF/88.
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menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóte-
ses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
Ou seja, a Carta Magna atribui a competência aos juizados especiais criminais o julga-
mento das infrações penais de menor potencial ofensivo.
Professor, eu só não entendi uma coisa, o legislador não trouxe na Constituição a defini-
ção do que seriam essas infrações penais de menor potencial ofensivo.
Pois é, meu(minha) querido(a), mas não precisamos nos preocupar, porque a Lei n.
9.099/1995, em seu artigo 61, trouxe de forma expressa quais seriam essas infrações. Te-
mos, por definição legal, como sendo todas as contravenções penais e os crimes cuja pena
máxima é de até dois anos.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos,
cumulada ou não com multa.
Os crimes cuja pena máxima é de até dois anos e TODAS as contravenções penais são infra-
ções de menor potencial ofensivo.
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Súmula n. 38 - STJ
Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo
por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou inte-
resse da União ou de suas entidades.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse
4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, e,
subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
(Lei 10.741/03 – Estatuto do Idoso)
Então, esses crimes seriam tidos como infrações de menor potencial ofensivo?
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Outro ponto importante que quero deixar registrado com vocês é a não aplicação da Lei
n. 9.099/1995 para os delitos praticados em situação de violência doméstica, por expressa
previsão legal.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independente-
mente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. (Lei n. 11.340/2006
– Lei Maria da Penha)
2. Composição
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem com-
petência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial
ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes
da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal
e da composição dos danos civis.
O Juizado Especial é um órgão da justiça comum e, como já vimos aqui em nossa aula,
funciona tanto no âmbito estadual como federal, com a ressalva que acabamos de ver de que
a Justiça Federal não julgará as contravenções penais.
Conforme o artigo 60 diz, o Juizado Especial é constituído por juízes togados, aqueles da
carreira do judiciário, e leigos.
Meu(minha) querido(a), esses juízes leigos ficam restritos somente à conciliação entre o
autor e a vítima, sendo que suas “decisões” devem ser homologadas pelos juízes togados.
O parágrafo único traz a situação de conexão e continência entre um crime de menor po-
tencial ofensivo e uma infração penal comum.
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por um só magistrado, com base nas mesmas situações probatórias, com o fim de evitar a
contradição nas decisões.
Já a continência ocorrerá quando uma demanda, em face de seus elementos (partes, pe-
dido e causa de pedir), estiver contida em outra. É um vínculo jurídico entre duas ou mais
pessoas, dois ou mais fatos delitivos, de tal modo que um fato delitivo contém duas ou mais
pessoas ou uma conduta humana contém dois ou mais fatos delitivos.
Alguns doutrinadores defendem a competência absoluta dos juizados especiais, ou
seja, mesmo que uma infração de menor potencial ofensivo seja cometida em conexão ou
continência com outra infração comum, deverá ser julgada pelo juizado, caso contrário
ocorrerá nulidade.
Porém, a maior parte da doutrina entende que, conforme previsto pelo legislador (no pa-
rágrafo único do artigo 60), o que não pode ocorrer é a não concessão das medidas despena-
lizadoras ao acusado.
Portanto, caso seja estabelecida a competência do Tribunal do Júri ou do juízo comum,
para julgar também a infração de menor potencial ofensivo, será afastado o procedimento
sumaríssimo da Lei n. 9.099/1995, o que não impedirá a aplicação dos institutos despenali-
zadores, desde que preenchidos os pressupostos legais.
3. Critérios Orientadores
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Sobre esse assunto, temos uma alteração muito recente na lei. O artigo 62 sofreu uma
alteração no início de 2018, sendo incluído um novo princípio, o da simplicidade.
Antes dessa alteração, trazida pela Lei n. 13.603/2018, tínhamos o princípio da simplici-
dade expresso no artigo 2º da lei e alguns doutrinadores já traziam como sendo um princípio
do Juizado Especial Criminal, mesmo não estando expresso no artigo 62.
Agora não teremos dúvidas sobre a presença ou não deste princípio.
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplici-
dade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a repa-
ração dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
4. Princípio da Oralidade
Esse é um princípio que, além de estar expresso na Lei n. 9.099/1995, também está pre-
visto na Constituição Federal (art. 98, I, CF/88). Os procedimentos do Juizado Especial deve-
rão ser preferencialmente praticados, oralmente, sendo os essenciais reduzidos a termo ou
transcritos por algum outro meio.
Os atos processuais poderão ser gravados, caso seja necessário. Alguns exemplos des-
ses atos processuais trazidos pela lei são a peça acusatória (art. 77), a defesa preliminar (art.
81), dentre outros.
Art. 65, § 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os
atos realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética
ou equivalente.
5. Princípio da Simplicidade
A ideia desse princípio é a diminuição dos materiais juntados ao processo.
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Outro ponto trazido pelo legislador, garantindo a aplicação deste princípio, é a previsão de
que os atos processuais realizados em outras comarcas poderão ser solicitados por qualquer
meio de comunicação hábil para isso, não necessitando da utilização das cartas precatórias.
Art. 65, § 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer
meio hábil de comunicação.
6. Princípio da Informalidade
Os atos processuais costumam ser marcados pelo excesso de formalismo, e nos Juiza-
dos Especiais deve prevalecer a busca pela verdade.
Não existe a necessidade de se observar um processo formal e rigoroso, o importante é
atingir a finalidade do ato processual; essa previsão é trazida pelo legislador em seu artigo 65.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais
foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
...o maior número possível de atos processuais deve ser praticado no menor espaço de tempo e de
maneira menos onerosa para as partes e para o Estado.
Como o próprio nome já diz, a ideia é atingir a prestação jurisdicional no menor tempo
possível. Mas não podemos confundir essa celeridade processual com a negligência ao devi-
do processo legal ou qualquer outro princípio constitucional.
O artigo 64 da lei afirma que os atos processuais poderão ocorrer em horário noturno e
em qualquer dia da semana. Esse artigo reafirma a ideia da celeridade processual trazida
pelo legislador.
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Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qual-
quer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Letra a.
Uma questão bem direta, cobrando os princípios dos juizados especiais, ou os critérios
orientadores.
Como acabamos de ver, esses critérios foram recentemente alterados pela Lei n. 13.603/2018,
incluindo o critério da simplicidade nos juizados especiais criminais, portanto, atualmente, os
critérios são: oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.
9. Competência
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
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Não é objeto de nosso estudo, mas, para determinarmos a competência territorial do de-
lito, podemos utilizar a teoria da atividade, em que o local do crime seria determinado no mo-
mento da ação ou omissão do agente, a teoria do resultado, que determina o local do delito
como sendo o lugar onde se deu o resultado, ou seja, a sua consumação, e ainda a teoria da
ubiquidade ou teoria mista, em que o lugar pode ser determinado tanto pela ação ou omissão
ou por onde se deu o resultado.
A doutrina majoritária entende que a expressão “praticada a infração penal” pode se re-
ferir tanto a execução propriamente dita ou onde se consumou de fato, por isso prevalece o
entendimento de que a Lei n. 9.099/1995 adotou a teoria mista (ubiquidade), podendo o foro
competente ser tanto a do lugar onde se deu a ação ou omissão do agente, como onde efeti-
vamente se produziu o resultado.
Letra a.
Olha só, acabamos de estudar sobre esse assunto e vimos que a maior parte da doutrina ado-
ta a teoria da ubiquidade ou teoria mista.
Aí o professor coloca uma questão de uma prova de juiz leigo que não tem nenhuma opção
que se encaixa nessa resposta. Como faz?
Quem acompanha minhas aulas de legislação extravagante sabe que eu sempre digo que o
candidato tem que ler a “lei seca”; essa leitura deve fazer parte do estudo do aluno.
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Essa é uma questão aparentemente simples. Veja que disse simples e não fácil.
O examinador aqui cobrou o conhecimento da lei. A questão está exatamente conforme o
artigo 63 da Lei n. 9.099/1995, a competência do juizado será determinada pelo lugar em que
foi praticada a ação, exatamente conforme a letra a.
10. Citação
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existen-
tes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
Não, meu(minha) querido(a), como está previsto no parágrafo único do artigo 66, caso
o acusado não seja encontrado para ser citado, o juiz encaminhará as peças existentes ao
juízo comum, que adotará o procedimento sumário do Código de Processo Penal, conforme
previsto no art. 538 do Codex.
O juizado também não admite a citação por carga rogatória, quando o acusado se encon-
tra no estrangeiro, porém tem-se admitido a citação por carta precatória (quando o acusado
está em outra comarca) e por hora certa.
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11. Intimação
A intimação é a comunicação feita às partes dos atos praticados pelo juiz, é a comunica-
ção feita a alguém no tocante a ato já realizado.
Nos Juizados Especiais, essa intimação poderá ser feita por correspondência, por oficial
de justiça ou qualquer meio de comunicação, reforçando a aplicação dos princípios da sim-
plicidade e da celeridade.
Quando for feita por correspondência, deverá ser feita com aviso de recebimento ou, tra-
tando-se de pessoa jurídica, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obriga-
toriamente identificado. A lei garante ainda que a intimação poderá ocorrer por qualquer meio
de comunicação, até mesmo os meios eletrônicos.
O parágrafo único do artigo 67 afirma que, quanto aos atos praticados na audiência, con-
sidera-se que todos estão cientes, não sendo necessária a intimação por qualquer outro meio.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-
-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será
obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de
mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as partes,
os interessados e defensores.
Ao contrário do que prevê o Juizado Especial Cível, que permite que as partes não sejam
assistidas por advogado nas causas de valor até vinte salários mínimos, nos Juizados Espe-
ciais Criminais, é necessário o comparecimento das partes acompanhadas de seu advogado,
sendo que na sua falta deverá ser designado um defensor público.
Não se admite, portanto, processo penal sem que a defesa técnica seja exercida por pro-
fissional da advocacia (seja ele advogado ou defensor público). Caso o processo tenha curso
sem a nomeação de defensor, o processo estará eivado de uma nulidade absoluta, por afronta
à garantia a ampla defesa
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Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do acusado, constará a ne-
cessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência de que, na sua
falta, ser-lhe-á designado defensor público.
Certo.
Essa questão cobra o conhecimento jurisprudencial do STF, mais precisamente de sua súmu-
la 708. Veja o que diz o enunciado.
Veja que a Suprema Corte deixa bem claro que será nulo o julgamento se, após a renúncia
do único defensor, o réu não foi intimado para a constituição de um novo, exatamente pelo
cerceamento de defesa.
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Nesse caso, poderá ser imposta a prisão em flagrante e determinada uma fiança pela au-
toridade policial. Mas existe uma exceção, meu(minha) querido(a); a Lei n. 11.343/2006, em
seu artigo 48, § 2º, veda expressamente a prisão em flagrante do autor do delito previsto no
artigo 28 daquela lei.
Art. 48, § 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagran-
te, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste,
assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providencian-
do-se as requisições dos exames e perícias necessários. (Lei n. 11.343/2006)
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Os defensores da ideia de que os termos circunstanciados podem ser lavrados pelas PMs
e pela PRF entendem que assim estaríamos de acordo com os princípios da celeridade e in-
formalidade, já que não teria necessidade da guarnição da Polícia Militar se deslocar até uma
Delegacia de Polícia com vítima e autor para a lavratura do Termo Circunstanciado.
Mas e aí, se for cobrado isso em minha prova, o que devo responder?
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado
e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as
requisições dos exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado
ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante,
nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de
cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima
Essa é uma fase pré-processual, antes mesmo do oferecimento da peça acusatória, que
tem como objetivo a conciliação cível e penal, e devem estar presentes o Ministério Público, o
autor do fato, a vítima e o juiz.
Nessa audiência preliminar, em que ocorrerá a conciliação, a presença do advogado é
obrigatória. Se, por algum motivo, um dos envolvidos não comparecer com seu advogado, o
juiz nomeará um defensor dativo ou um defensor público.
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Como eu disse anteriormente, uma das finalidades da lei é o não encarceramento. Para isso,
o legislador trouxe a previsão de quatro medidas despenalizadoras ou medidas alternativas:
Como vimos em nossa aula, o artigo 62 prevê como uma das finalidades da Lei n.
9.099/1995 a reparação dos danos sofridos pela vítima. Essa reparação poderá ser feita nas
infrações que acarretem danos materiais ou morais à vítima.
Vamos lá, meus amigos, vamos entender juntos a composição civil. Imagine que “A” pe-
gue o celular de “B” e arremesse contra a parede, inutilizando o bem material.
Teremos tipificado aqui o crime de dano previsto no artigo 163 do Código Penal.
Analisando a pena máxima do delito, percebemos que se trata de uma infração de menor
potencial ofensivo, certo?
Então, utilizaremos o rito sumaríssimo da Lei n. 9.099/1995, bem como os institutos des-
penalizadores trazidos pelo legislador.
Você concorda comigo que é muito mais interessante para “B”, que teve o seu celular
danificado, a reparação desse dano, do que ver “A” preso? Veja bem, mesmo que ele seja
preso, “B” poderá não ter o celular novamente, certo?
Portanto, na audiência preliminar, presente o autor do fato, em nosso caso “A” e a vítima,
“B”, haverá uma tentativa de acordo civil, com o objetivo de reparar o dano patrimonial.
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Esse acordo beneficiará ambas as partes, já que a vítima terá seu bem recuperado e o au-
tor terá como consequência a extinção da punibilidade, já que, com a homologação do acordo,
“B” renunciará ao direito de queixa.
Conforme previsão do parágrafo único do artigo 74, para os crimes de ação penal privada
e ação penal público condicionada à representação, a homologação do acordo acarretará a
renúncia ao direito de queixa ou representação.
Já nos crimes de ação penal pública incondicionada, a homologação do acordo não extin-
gue a punibilidade do agente. Poderá ser possível ainda a proposta de transação penal e até
mesmo ocorrer a denúncia.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública con-
dicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou
representação.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada,
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
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§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por
sentença definitiva;
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena
restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a
pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas
para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antece-
dentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, caben-
do aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
Outro requisito que o legislador trouxe no artigo 76 é o caso de não se tratar de arquiva-
mento. Mas quais seriam as hipóteses de arquivamento do Termo Circunstanciado?
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Veja que a lei é bem clara, ao dizer “...prática de crime...” e ainda “...pena privativa de li-
berdade...”. Portanto, se o agente tiver uma condenação anterior por contravenção penal, ou
ainda condenado a uma pena restritiva de direitos ou multa, não será óbice para a concessão
da transação penal.
A lei continua afirmando que o agente não poderá ter sido beneficiado com a Transa-
ção Penal nos últimos cinco anos. Caso fique demonstrado, por meio dos antecedentes, da
conduta social e da personalidade do agente, que a transação não é suficiente, o Ministério
Público também não será obrigado a oferecê-la.
Então, caso estejam presentes todos os pressupostos trazidos pela legislação, a proposta
de transação penal deverá ser formulada pelo titular da ação penal, que é o Ministério Público,
nos casos de ação penal pública, e o ofendido nas hipóteses de ação penal de iniciativa privada.
Súmula Vinculante n. 35
A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099/1995 não faz
coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior,
possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
Veja que o Supremo afirmou que, caso as cláusulas da transação penal sejam descumpri-
das, o MP poderá oferecer denúncia pelo delito ora praticado e não será uma nova denúncia
pelo delito de desobediência.
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Letra b.
Vamos lá, essa é uma questão bem direta. O examinador quer saber se o candidato se atentou
aos requisitos para a concessão da Transação Penal. Caso seja descumprido algum requisito
previsto no artigo 76, § 2º, da lei, não será concedida a Transação Penal
A letra “a” afirma que o agente não poderá ter sido condenado por contravenção penal, diver-
gindo do que está previsto no inciso I. Como podemos ver nestes incisos, as letras “c”, “d e “e”
também não estão presentes na lei, não sendo uma condição incapacitante para a concessão
da Transação Penal.
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A letra “b” está de acordo com o previsto no inciso II do § 2º do artigo 76 da lei, então o agente
não poderá ser beneficiado se ainda estiver dentro do prazo de cinco anos de uma anterior
concessão.
Errado.
Olha o Cespe cobrando o conhecimento de jurisprudência do candidato, nesse caso, de uma
Súmula Vinculante que acabamos de ver em nossa aula, a Súmula Vinculante 35.
Está cada vez mais comum a cobrança de jurisprudências nas provas de concursos; por isso,
meu querido, fique ligado nas últimas decisões dos Tribunais Superiores, principalmente nas
súmulas editadas por estes tribunais.
A súmula diz que “A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099/1995
não faz coisa julgada material e...”, portanto a questão está incorreta.
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Outros requisitos trazidos pelo legislador foi o de que o acusado não poderá estar sendo pro-
cessado ou ter sido condenado pela prática de outro crime e ainda que devem estar presentes
os demais requisitos que autorizam a suspensão condicional da pena, previstos no artigo 77
do Código Penal.
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser sus-
pensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
I – o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
III – Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.
§ 1º A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. (Código Penal)
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Então, se o acusado não efetuar a reparação do dano, sem um motivo justificado, ou vier
a ser processado por outro crime dentro do curso do prazo, a revogação da suspensão do
processo é obrigatória. E, se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por uma
contravenção penal, ou descumprir qualquer outra condição imposta, essa revogação será
facultativa.
Letra e.
A suspensão condicional do processo ocorrerá no momento do oferecimento da denúncia,
nem antes e nem depois, conforme dispõe o artigo 89.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas
ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha
sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena
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Como vimos em nossa aula, a aceitação é um ato bilateral, devendo ambos concordarem.
A letra E diz exatamente o que está previsto no artigo 89, portanto temos esse item como
sendo o correto.
Alguns autores, como o professor Renato Brasileiro, afirmam que a Lei n. 9.099/1995
trouxe ainda mais uma importante medida descarcerizadora, que seria a impossibilidade da
imposição de prisão em flagrante ou exigência de fiança, para o autor do fato, que, após a
lavratura do termo circunstanciado, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o
compromisso de a ele comparecer.
Uma outra forma de garantir o “não encarceramento” do autor foi a inclusão da necessi-
dade de representação, além das espécies previstas no Código Penal, para os delitos de lesão
corporal leve e lesão corporal culposa.
O não oferecimento da representação dentro do prazo de seis meses, a contar do conhe-
cimento da autoria, acarreta a decadência e consequentemente a extinção da punibilidade.
Antes de terminarmos nossa aula, eu tenho que deixar registrada uma informação muito
importante para você que fará a prova da Polícia Militar. A Lei dos Juizados Especiais não é
aplicada no âmbito da justiça militar. Esse é inclusive o entendimento sumulado pelo STM, em
sua Súmula de número 9, “A Lei n. 9.099, de 26.09.95, que dispõe sobre os Juízos Especiais
Cíveis e Criminais e dá outras providências, não se aplica à Justiça Militar da União”.
A Suprema Corte tem o entendimento de que, caso o crime militar seja cometido por um
civil (no âmbito da Justiça Militar da União isso é possível), poderá, sim, ser aplicado os bene-
fícios despenalizadores trazidos pela Lei n. 9.099/1995; caso contrário, se o crime militar por
praticado por militar, prevalecerá o previsto no artigo 90-A da Lei.
Veja que os STM têm um entendimento divergente sobre o assunto. É importante le-
var essa informação para a sua prova, porque, no concurso para oficiais da PMDF de 2017
(CFOPM), foi cobrado esse conhecimento na prova discursiva.
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O examinador narrou uma situação de desacato, praticado por um civil contra um militar
da União, e pedia que o candidato elaborasse seu texto com base no entendimento do STM.
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.
Essa lei trata sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da
Justiça Federal.
O próprio legislador em seu artigo 1º já afirma que, nos casos em que não conflite com a
Lei (10.259/01), será aplicada de forma subsidiária a Lei n. 9.099/1995, lei que acabamos de
estudar.
Da mesma forma que a lei anterior, a Lei n. 9.099/1995, Lei dos Juizados Especiais Fede-
rais, trata tanto dos Juizados Especiais criminais quanto civis; em nossa aula, demos o foco
ao juizado especial criminal.
Tratando da competência dos Juizados Especiais Federais, temos, conforme previsão do
artigo 2º, que o Juizado Especial Federal Criminal processará e julgará os processos de com-
petência da Justiça Federal que sejam infrações de menor potencial ofensivo, respeitando as
regras de conexão e continência.
Art. 2º Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os feitos de competência
da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
conexão e continência.
O parágrafo único nos afirma que, mesmo que os processos sejam reunidos no juízo co-
mum ou no tribunal do júri, deverão ser observados os institutos da transação penal e da
composição dos danos civis (no caso dos juizados especiais cíveis).
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrente
da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal
e da composição dos danos civis.
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Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos,
cumulada ou não com multa.
(Lei n. 9.099/1995).
Aqui temos uma diferença entre a Lei n. 10.259/2001 e a Lei n. 9.099/1995. Nos juiza-
dos especiais previstos na Lei n. 9.099/1995, as contravenções penais também são definidas
como infrações de menor potencial ofensivo. Agora, quando se trata da Justiça Federal, te-
mos a previsão de sua competência no artigo 109 da Constituição Federal e, em seu inciso IV,
temos o seguinte.
Art. 109, IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços
ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as con-
travenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
Temos ainda o enunciado da Súmula n. 38 do STJ, que diz que compete à Justiça Estadual
Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que
praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.
Dessa forma, meu (minha) querido (a), as contravenções penais, ainda que sejam pratica-
das em detrimento de bens, serviços ou interesses da União ou de suas entidades, não serão
julgadas pelos Juizados Especiais Criminais Federais.
A parte dos Juizados Especiais Cíveis será tratada em outra aula pelo professor Anderson,
que abordará o assunto da melhor maneira possível.
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RESUMO
Vamos iniciar nossa revisão com a definição das infrações de menor potencial ofensivo.
Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei,
as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois)
anos, cumulada ou não com multa.
Devemos relembrar ainda o enunciado da Súmula 38 do STJ.
Súmula n. 38 - STJ
Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo
por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou inte-
resse da União ou de suas entidades.
• Juízes togados;
• Juízes togados e leigos.
Meu(minha) querido(a), podemos ter alguma infração de menor potencial ofensivo sendo
julgada por um juízo que não seja o juizado especial?
Como vimos em nossa aula, sim; nos casos em que ocorra conexão e continência com
outro crime que arraste a competência para outro juízo. O que não pode ocorrer é privar o
acusado dos institutos despenalizadores.
Vimos, ainda em nossa aula, que agora em 2018 a Lei n. 13.603/2018 alterou o artigo 62,
incluindo um novo critério entre os orientadores dos juizados especiais.
Oralidade: Os procedimentos do juizado especial deverão ser preferencialmente pratica-
dos, oralmente, sendo os essenciais reduzidos a termo ou transcritos por algum outro meio.
Simplicidade: A ideia é a diminuição dos materiais juntados ao processo. Temos a substi-
tuição do inquérito policial pelo Termo Circunstanciado como exemplo desse critério.
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Obs.: A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infra-
ção penal.
Sobre a competência dos juizados especiais, vimos que a doutrina entende que foi adota-
da a teoria mista ou da ubiquidade, mas as provas costumam cobrar a letra da lei.
Vimos, ainda em nossa aula, que não se admite, portanto, processo penal sem que a defesa
técnica seja exercida por profissional da advocacia (seja ele advogado ou defensor público).
Mais uma súmula para revisarmos.
Outro ponto importantíssimo dos Juizados Especiais é que, em regra, não teremos a ins-
tauração de um inquérito policial para a apuração dos fatos, e sim um Termo Circunstanciado
de Ocorrência, que é um procedimento bem mais simples do que o IP.
Vimos ainda que o autor que comparecer ao juizado ou assinar o termo de compromisso
de comparecimento não poderá ser preso em flagrante e nem será arbitrado fiança.
A ideia principal da Lei n. 9.099/1995 é o não encarceramento e vimos em nossa aula que
uma das formas que o legislador adotou foi com a inclusão da necessidade de representação,
além das espécies previstas no Código Penal, para os delitos de lesão corporal leve e lesão
corporal culposa.
O não oferecimento da representação dentro do prazo de seis meses, a contar do conhe-
cimento da autoria, acarreta a decadência e consequentemente a extinção da punibilidade.
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Súmula Vinculante n. 35
A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei n. 9.099/1995 não faz
coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior,
possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante
oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial.
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Encerrando nossa revisão; vamos lembrar que a Lei n. 9.099/1995 não se aplicará aos
crimes militares.
O Supremo tem o entendimento de que os civis que cometerem crimes militares e forem
julgados pela Justiça Militar da União farão jus aos benefícios da Lei n. 9.099/1995, caso
cumpram os requisitos legais.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (VUNESP/PM-SP/PM-SP/2020) Nos termos expressos da Lei Federal n.
9.099/95, consideram-se infrações de menor potencial ofensivo:
a) as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2
(dois) anos, cumulada ou não com multa.
b) as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 3
(três) anos, cumulada ou não com multa.
c) as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 4
(quatro) anos, cumulada ou não com multa.
d) as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena mínima não superior a 1 (um)
ano, cumulada ou não com multa.
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a) Interpretação extensiva.
b) Retroatividade.
c) Territorialidade.
d) Extraterritorialidade.
e) Irretroatividade.
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d) a parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes
para negociar e transigir.
e) o conciliador ou o mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conci-
liação ou de mediação e na de suspensão condicional do processo.
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a) suspensão condicional da pena, que poderá ser revogada se a pessoa vier a ser condenada
definitivamente por outro crime.
b) transação penal, pois a pessoa cometeu crime de menor potencial ofensivo.
c) transação penal, caso o crime cometido seja de menor potencial ofensivo.
d) suspensão condicional da pena, pois a pessoa cometeu crime de menor potencial ofensivo.
e) suspensão condicional do processo, que poderá ser revogada se a pessoa vier a ser pro-
cessada por contravenção penal no curso do prazo.
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A Lei n. 9.099/1995 considera infração penal de menor potencial ofensivo o que consta APE-
NAS em
a) II, III e IV.
b) III.
c) I, II e III.
d) I e IV.
e) I, II e IV.
Nos termos preconizados pelas Leis n. 9.099/1995 e n. 10.259/2001, que regulam os Juiza-
dos Especiais Criminais, o Ministério Público poderá oferecer proposta de suspensão condi-
cional do processo, presentes os demais requisitos legais, para
a) Marcos, Júlio e Juliana.
b) Júlio, apenas.
c) Júlio e Juliana, apenas.
d) Marcos e Júlio, apenas.
e) Juliana, apenas.
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b) Moisés, que cometeu crime de contrabando, com pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão.
c) Talita, que cometeu crime de estelionato, com pena prevista de 1 a 5 anos de reclusão.
d) Manoel, que cometeu crime de resistência, com pena prevista de 6 meses a 2 anos de de-
tenção.
e) Paulo, que cometeu crime de ordenação de despesa não autorizada, com pena prevista de
1 a 4 anos de reclusão.
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GABARITO
1. a 11. b 21. d
2. d 12. e 22. a
3. b 13. d 23. c
4. a 14. e 24. d
5. a 15. c 25. b
6. e 16. c 26. a
7. a 17. d 27. E
8. d 18. d 28. C
9. c 19. a
10. e 20. c
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (VUNESP/PM-SP/PM-SP/2020) Nos termos expressos da Lei Federal n.
9.099/95, consideram-se infrações de menor potencial ofensivo:
a) as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2
(dois) anos, cumulada ou não com multa.
b) as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 3
(três) anos, cumulada ou não com multa.
c) as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 4
(quatro) anos, cumulada ou não com multa.
d) as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena mínima não superior a 1 (um)
ano, cumulada ou não com multa.
Letra a.
Essa é uma definição que retiramos do artigo 61 da lei, e é uma definição muito importante
para a compreensão de toda a lei.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos,
cumulada ou não com multa.
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Letra d.
Como está previsto no parágrafo único do artigo 66, caso o acusado não seja encontrado para
ser citado, o juiz encaminhará as peças existentes ao juízo comum, que adotará o procedi-
mento sumário do Código de Processo Penal, conforme previsto no art. 538 do Código.
Letra b.
Como vimos em nossa aula, a Lei n. 9.099/1995 trouxe a necessidade de representação aos
crimes de lesão corporal leve e lesão corporal culposa. Ao entrar em vigor, no dia 26 de no-
vembro de 1995, foi então questionado sobre os processos que estariam em andamento.
O artigo 91 da Lei n. 9.099/1995 afirma que o ofendido ou seu representante legal serão inti-
mados para decidir pela representação, sob pena de decadência, ou seja, definiu uma condi-
ção de prosseguibilidade.
O Supremo, ao ser questionado, afirmou que a lei possui uma natureza híbrida, ou seja, alguns
dispositivos são genuinamente processuais, como é o caso do rito sumaríssimo, e outros de
natureza material.
Diante disso, a Corte concluiu que as normas de Direito Penal inseridas na Lei n. 9.099/1995,
que tenham conteúdo mais benéfico aos réus, devem retroagir para beneficiá-los; assim, o
artigo 90 não abrange as normas de Direito Penal mais favoráveis ao réu.
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Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver
iniciada.
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura da ação penal
pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias,
sob pena de decadência
No caso narrado pela questão, temos, então, uma norma de natureza material que beneficia
o réu, já que o ofendido poderá decidir por não representar; portanto, conforme entendimento
do Supremo, deverá retroagir.
Letra a.
Essa é uma das poucas questões da banca Iades, que encontramos nos bancos de questões.
Mesmo sendo do ano de 2014, dá para termos uma ideia de como é a forma de cobrança da
nossa banca.
a) Vamos ver o que diz o artigo 60 da nossa lei, “O juizado especial criminal... tem competên-
cia para..., o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo....”.
Como vimos em nossa aula, o próprio legislador definiu o que seriam as infrações penais
de menor potencial ofensivo; o artigo 61 definiu como sendo as contravenções penais e os
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crimes cuja pena máxima não ultrapasse dois anos. O examinador trouxe uma redação muito
confusa, porque ele afirma que o Juizado Especial julgará os crimes e as contravenções de
menor potencial ofensivo, dando uma ideia de que existem contravenções penais que não
seriam de menor potencial ofensivo. Acontece que todas as contravenções penais são con-
sideradas infrações de menor potencial ofensivo. Mesmo estando escrito de forma confusa,
este é o item correto para a nossa questão.
b) Ainda com a literalidade do artigo 60 da lei, vemos que o legislador afirma que o juizado
também tem competência para conciliação, e não somente para as infrações de menor po-
tencial ofensivo.
c) Mais uma vez, o examinador trouxe “contravenções penais de menor potencial ofensivo”,
mas, dessa vez, está incorreta, porque o juizado julga as infrações de menor potencial ofen-
sivo, o que abrange tanto as contravenções penais como os crimes cuja pena máxima não
excede dois anos.
d) As infrações de médio potencial ofensivo não são julgadas nos Juizados Especiais.
e) O Juizado Especial tem competência tanto para o julgamento como para a execução das
infrações penais de menor potencial ofensivo.
Letra a.
Mais uma questão da nossa banca, agora cobrando o conhecimento no conceito de infrações
de menor potencial ofensivo e, como vimos em nossa aula, a própria lei traz esse conceito em
seu artigo 61.
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Além das contravenções penais, o legislador definiu como sendo infração de menor potencial ofen-
sivo os crimes cuja pena máxima seja inferior ou igual a dois anos, cumulada ou não com multa.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos,
cumulada ou não com multa.
Letra e.
a) Os juizados cuidam de crimes cuja pena máxima não seja superior a dois anos e as con-
travenções penais.
b) Esse item cobra a literalidade do parágrafo único do artigo 60 da lei:
Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das
regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição
dos danos civis.
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c) Como vimos em nossa aula, para a apuração das infrações penais de menor potencial
ofensivo, não é instaurado um inquérito policial; em regra, temos a instauração de um termo
circunstanciado, que é um procedimento mais simples e mais célere.
d) Mais uma vez, o examinador pegou um artigo da lei e alterou alguma coisa para ver se o
candidato conhece a “lei seca”; nesse caso, ele utilizou o artigo 60 e retirou da composição
dos Juizados Especiais os juízes togados, deixando somente os leigos.
e) Item correto, inclusive a celeridade é um dos princípios dos juizados especiais. Sobre esses
princípios, aproveito para destacar que hoje o enunciado dessa questão estaria desatualiza-
do, já que, como vimos em nossa aula, a Lei n. 13.603/2018 incluiu a simplicidade como um
dos princípios do JECrim.
Letra a.
a) Item conforme o artigo 73 da lei, “Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por
conciliador sob sua orientação.”
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b) O examinador tentou confundir o candidato com a alteração do Código de Processo Civil.
Temos que lembrar que, para a nossa prova, devemos nos ater aos Juizados Especiais Crimi-
nais e as alterações trazidas pelo novo se aplicam ao Juizado Especial Cível. Esse item está
conforme o previsto no art. 334, § 2º, do Código de Processo Civil.
c) Mais uma vez, o item se refere ao CPC, agora ao art. 334, § 7º.
d) Art. 334, § 10º, do CPC.
e) Art. 334, § 1º, do CPC.
Letra d.
Eu costumo dizer que não existe questão fácil, mas acredito que existam questões simples
como essa. O examinador, mais uma vez, cobra o conhecimento no artigo 60 da lei.
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem com-
petência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial
ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.
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c) Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, mas apenas
em dia úteis, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
d) Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos
realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética
ou equivalente.
Letra c.
Essa questão quer que o candidato assinale a opção que não condiz com o previsto na Lei n.
9.099/1995, então vamos aos comentários dos itens:
a) Questão conforme o artigo 65, § 2º, “A prática de atos processuais em outras comarcas
poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de comunicação”.
b) Exatamente conforme o artigo 63, “A competência do Juizado será determinada pelo lugar
em que foi praticada a infração penal.”
c) Não existe essa restrição de dias úteis, veja o que diz o artigo 64 da lei, “Os atos proces-
suais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana,
conforme dispuserem as normas de organização judiciária.”
d) Mais uma vez utilizando o artigo 65, porém agora em seu § 3º, “Serão objeto de registro
escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de
instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente.”
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d) consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 1 (um) ano,
cumulada ou não com multa.
e) havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada,
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de
pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
Letra e.
a) Esse item está quase correto, o que o deixa errado é o final da sentença, afirmando que não
poderá ser executado no juízo civil. Veja o que preceitua o artigo 74:
A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
b) O encaminhamento ao juizado não é num prazo de 24 (vinte e quatro) horas, mas imedia-
tamente, conforme o artigo 69:
Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá
fiança...
d) As infrações de menor potencial ofensivo são as contravenções e os crimes cuja pena má-
xima não ultrapasse dois anos, conforme o artigo 61 da Lei.
e) O item está exatamente conforme o artigo 76 da lei, não temos muitos comentários a fazer
já que se trata da literalidade da lei.
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a) são consideradas infrações penais de menor potencial ofensivo, os crimes a que a lei co-
mine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa, excetuadas as
contravenções penais.
b) caberá a suspensão do processo, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, nos crimes em que a pena
mínima cominada for igual ou inferior a 1 (um) ano, desde que o acusado não esteja sendo
processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos
que autorizariam a suspensão condicional da pena.
c) se determina a competência do Juizado Especial Criminal pelo local do domicílio ou da
residência do réu.
d) não constitui causa para a revogação da suspensão do processo a ausência de reparação
do dano, sem motivo justificado.
e) caberá apelação da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença, no prazo de 15
(quinze) dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor.
Letra b.
a) A definição das infrações de menor potencial ofensivo está quase completa; ele afirmou
que os crimes cuja pena máxima não ultrapasse dois anos são considerados de menor po-
tencial ofensivo, mas excluiu as contravenções penais, deixando o item errado.
b) Este item está de acordo com a legislação, conforme a previsão do artigo 89.
c) A competência, como vimos em nossa aula, é determinada pelo lugar em que foi praticada
a infração penal.
d) Uma das primeiras condições trazidas pelo legislador é exatamente a reparação do dano,
portanto o item está incorreto ao afirmar que não constitui causa para a sua revogação.
e
) Meu(minha) querido(a), não comentamos em nossa aula sobre apelação, mas, conforme
a lei, em seu artigo 82, § 1º, o prazo para a apelação é de 10 dias e não de 15 como dito pelo
examinador.
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a) oralidade e formalidade.
b) fungibilidade e economia processual.
c) informalidade e moralidade.
d) impessoalidade e economia processual.
e) economia processual e celeridade.
Letra e.
Como vimos em nossa aula, esse artigo foi recentemente alterado, incluindo mais um critério,
a simplicidade.
O examinador não quer que você marque a opção com todos, até mesmo porque não existe
essa opção, então devemos encontrar a opção em que todos os critérios estão presentes no
artigo 62.
Os critérios são oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade.
O único item que contém todas as suas opções no rol trazido pelo artigo 62 é a letra “e”.
Letra d.
O examinador trouxe uma situação hipotética em que a infração penal cometida é de menor
potencial ofensivo.
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Nesse caso, ele disse qual seria a pena máxima; é muito comum também ele colocar qual foi
o crime e exigir do candidato o conhecimento das penas.
Quando uma situação como essa chegar até uma delegacia de polícia, a autoridade policial
deverá lavrar o termo circunstanciado e encaminhar as partes e o TC imediatamente ao juiza-
do, conforme preceitua o artigo 69 da Lei n. 9.099/1995.
A letra “d” é a única que está de acordo com o previsto na lei.
Letra e.
Veja que o examinador trouxe uma proposta do Ministério Público baseada na pena mínima
do delito. Como vimos em aula, essa proposta seria a suspensão condicional do processo e
não a transação penal.
Os §§ 3º e 4º do artigo 89 trazem duas situações que provocarão a revogação da suspensão
condicional do processo.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por
contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
Como podemos ver, a letra “e” é a opção que se molda na resposta que estamos procurando; a
proposta do MP é a suspensão condicional do processo, que poderá ser revogada se a pessoa
vier a ser processada por contravenção penal no curso do prazo.
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Letra c.
Estamos falando sobre a suspensão condicional do processo e, como vimos, este benefício
possui algumas condições, que estão previstos no § 1º do artigo 89 da lei.
O acusado não poderia ter ido ao velório de sua mãe sem uma autorização judicial, já que o
inciso III diz que o agente fica proibido de ausentar-se, sem a autorização do juiz, da comarca
onde reside.
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Letra c.
Esse é o tipo de questão que eu particularmente não gosto. O examinador quer que o can-
didato literalmente decore as penas dos crimes, pelo menos dos “principais”, ou os “mais
cobrados”.
Não é pelo simples fato de eu não gostar que o examinador não vai colocar em sua prova,
então vamos resolvê-lo.
Temos que ficar atentos à pena mínima trazida pelo legislador, então vamos ver as penas dos
delitos cobrados pelo examinador. O furto qualificado (art. 155, § 4º, CP) tem pena prevista de
dois a oito anos.
O roubo simples (art. 157, CP) tem pena de quatro a dez anos. A extorsão indireta (art. 160,
CP) tem como previsão as penas de um a três anos. A duplicata (art. 172, CP) de dois a quatro
e a receptação de animal (art. 180-A) de dois a cinco.
Como podemos ver, o único crime com pena mínima menor ou igual a um ano é a extorsão
indireta, portanto esta será nossa resposta.
Letra d.
Para responder a essa questão, devemos nos ater à pena base da lei. Eu sei que essa questão
é ruim, mas é importante estarmos prontos para tudo.
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência
de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permis-
são ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
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Então, vamos analisar os itens. O procedimento sumaríssimo está previsto na Lei n. 9.099/1995
e será aplicado às infrações de menor potencial ofensivo.
Como vimos em nossa aula, as infrações de menor potencial ofensivo são os crimes cuja
pena máxima não ultrapassa os dois anos, então podemos retirar todas as situações que
podem ser atribuídas às infrações de menor potencial ofensivo.
A
suspensão condicional do processo poderá ser oferecida àqueles que praticaram crimes cuja
pena mínima não ultrapassa um ano, portanto é a única opção válida para a resposta correta.
Letra d.
Mais uma questão cobrando os conhecimentos do artigo 76, § 2º, então vamos revisar, bom
que assim todos temos a lei.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por
sentença definitiva.
II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena
restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
O primeiro item está incorreto por afirmar que independe da pena imposta, o segundo pelo
mesmo motivo, só que afirma que seria da pena de multa.
A letra “c” se torna incorreta ao afirmar que a pena não seria definitiva. O item correto afirma
que a condenação definitiva anterior à pena de detenção (privativa de liberdade) impediria a
transação penal, o que está correto.
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Letra a.
a) Como vimos durante toda a nossa aula, as infrações de menor potencial ofensivo são aque-
las cuja pena máxima não ultrapassa os dois anos e todas as contravenções penais, portanto
esse é o item incorreto.
b) Conforme o artigo 77, § 1º, para o oferecimento da denúncia, o inquérito policial é dis-
pensável.
c) Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado
ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se
exigirá fiança, conforme preceitua o artigo 69, parágrafo único.
d) Também conforme o artigo 77, § 1º, prescindir-se-á o exame de corpo de delito quando a
materialidade do crime estiver aferida por boletim médico.
e) Item corretíssimo, sendo esse inclusive o entendimento jurisprudencial do STJ.
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Letra c.
Essa questão demonstra como o examinador gosta desse assunto, por isso é muito impor-
tante que você vá para sua prova com esses procedimentos na massa do sangue.
O processo perante o Juizado Especial se orienta pelos critérios da oralidade, simplicidade,
informalidade, economia processual e celeridade.
Não encontramos nessa lista a formalidade processual, portanto este é o item que deve-
mos marcar.
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Letra d.
Sobre esse assunto, temos uma Súmula do STJ, a Súmula 243, que trata da aplicação da
suspensão condicional do processo no caso de concurso de crimes e continuidade delitiva.
A única opção que se adapta ao enunciado da súmula é a letra “d”, a qual afirma que, se a pena
mínima for superior a um ano, não se aplicará a suspensão condicional do processo.
A Lei n. 9.099/1995 considera infração penal de menor potencial ofensivo o que consta APE-
NAS em
a) II, III e IV.
b) III.
c) I, II e III.
d) I e IV.
e) I, II e IV.
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Letra a.
Nessa questão, o examinador trouxe as penas, ainda bem, né? Isso porque ele gostaria de
saber se o candidato conhecia o conceito de infrações de menor potencial ofensivo.
Nunca é demais relembrar, então vamos para a leitura do artigo 61, que define essas infrações.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos,
cumulada ou não com multa.
Das opções trazidas pelo examinador, a única opção que não se enquadra nessa definição é
o dano ao patrimônio público, então as opções II, III e IV estão corretas.
Nos termos preconizados pelas Leis n. 9.099/1995 e n. 10.259/2001, que regulam os Juiza-
dos Especiais Criminais, o Ministério Público poderá oferecer proposta de suspensão condi-
cional do processo, presentes os demais requisitos legais, para
a) Marcos, Júlio e Juliana.
b) Júlio, apenas.
c) Júlio e Juliana, apenas.
d) Marcos e Júlio, apenas.
e) Juliana, apenas.
Letra c.
Uma questão nos moldes da anterior, em que o examinador traz os crimes e suas respectivas
penas e quer do candidato o conhecimento em um dos institutos despenalizadores previstos
na lei.
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Para a aplicação da suspensão condicional do processo, a pena mínima não poderá ultrapas-
sar um ano, portanto somente Júlio e Juliana atendem a este requisito.
Letra d.
Questão relativamente simples; não disse fácil, disse simples. Nunca podemos menosprezar
uma questão.
Aqui o examinador quer saber do candidato se ele sabe quais os critérios para o oferecimento
da Transação Penal.
O único que se encaixa é Manoel, que cometeu um crime cuja pena não ultrapassa os
dois anos.
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Letra b.
a) No juizado especial, não teremos a citação por edital, devendo ela ser pessoal.
b) Conforme o artigo 89, § 6º, não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do
processo.
c) Não existe a necessidade de oferecer a denúncia com um rol de testemunhas.
d) O artigo 76, § 3º, afirma que a proposta deverá ser aceita pelo autor, para, então, ser apre-
ciada pelo juiz.
Letra a.
Fizemos diversas questões que cobram o conhecimento do artigo 61 da Lei n. 9.099/1995,
então nem preciso dizer que deve estar na massa do sangue, né?
A única opção que se encaixa no conceito de infração de menor potencial ofensivo é a
letra “a”.
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Errado.
Conforme previsão do artigo 2º, parágrafo único, na reunião de processos por conexão e
continência, deverá ser aplicado os institutos da transação penal e da composição dos
danos civis.
Certo.
Exatamente como vimos em nossa aula, a pena não poderá ser superior a 2 anos e não serão
incluídas as contravenções penais, já que, por previsão constitucional, elas não serão julga-
das na Justiça Federal.
Meu(minha) querido(a), termino nossa aula por aqui. Espero que estejam gostando da
nossa metodologia.
Mais uma vez, coloco-me à disposição, além da plataforma do Gran Cursos Online, tam-
bém por e-mail no endereço profpericlesrezende@gmail.com e do instagram @vemserpoli-
cial. Um grande abraço e bons estudos.
Força e Honra!
Péricles Mendonça
Péricles Mendonça de Rezende Júnior é Agente da Polícia Civil do Distrito Federal (aprovado no concurso
realizado pelo CESPE em 2013).
Hoje, com 32 anos, tem em seu histórico aprovações em concursos como o do BRB, Serpro (Analista),
Secretaria de Educação (Analista de Gestão Educacional), MPU (Técnico e Analista), PMDF/2009 e
PCDF/2013 (Agente e Escrivão).
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